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Padania, Itália

A Padania não é a única região italiana com um pensamento separatista,


mas é onde esse pensamento é mais forte hoje. O termo Padania,
geograficamente, se refere ao vale do rio Pó, como dito anteriormente,
mas, politicamente, a República da Padania extrapolaria essa região.
O que significaria essa separação? Pela ausência de federalismo, os
recursos italianos são mal distribuídos; para esse movimento radical, o
norte carrega o fardo das outras regiões. O projeto atual da Padania
representaria uma república com quase 34 milhões de pessoas e pouco
mais de 161 mil quilômetros quadrados; respectivamente, cerca de 55%
e 53% dos totais italianos.
Não existe nenhum movimento separatista armado e articulado na
Padania, mas isso não necessariamente implica em um movimento
extremamente democrático. A Lega Nord defende uma separação
unilateral, além de ser um dos partidos mais significantes no bloco dos
eurocéticos. A Lega Nord, que é caracterizada como direita radical, faz
diversas ressalvas ao movimento de integração europeia, com propostas
anti-imigração e contra o chamado supranacionalismo; em contraste,
como citado, a Catalunha defende uma separação democrática e a
manutenção dos laços comerciais e fronteiriços com o restante da União
Europeia. Pode-se dizer que a Lega Nord é radical e defende um
isolamento da região.
A desigualdade econômica italiana é gritante, por razões históricas e
também por um Estado obsoleto, tanto em seu funcionamento político
como em sua administração. A ausência de federalismo, de políticas
fiscais sólidas e um cenário político fragmentado, com uma miríade de
partidos nanicos, permite o fortalecimento de movimentos como a Lega
Nord; pior, incentiva sua radicalização. É improvável que venha a existir,
em curto prazo, uma República da Padania, mas é um alerta para uma
necessária reforma institucional italiana.

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