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Lituânia (em lituano: Lietuvos Respublika), é uma das três repúblicas bálticas. Limita ao
norte com a Letônia, ao leste e ao sul com a Bielorrússia, ao sul com a Polônia, ao sul e ao
oeste com o exclave russo de Kaliningrado e ao oeste com o mar Báltico. Sua capital é a
cidade de Vilnius, no leste do país. Outras cidades importantes são Kaunas e Klaipėda.[2]
É um dos países-membros da União Europeia (UE).[3] É atualmente um país desenvolvido,
possuindo bons indicadores sociais, refletindo no fato do país possuir o 35.° mais alto
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2013,[4] e o 41° maior PIB PPC per
capita entre os países do mundo segundo dados do Banco Mundial para o ano de 2013.[5]
O país apresenta taxas de crescimento vegetativo negativo, uma vez que, segundo
estimativas para 2013, possui 2 955 986 habitantes,[6] uma redução de mais de 400 000
habitantes se comparado ao estimado em 2007, que foi de cerca de 3,36 milhões de
pessoas naquele ano.
Etimologia
O primeiro registo do nome Lituânia (em Lituano: Lietuva) aparece a 9 de Março de 1009
na história de São Bruno, parte da Crónica de Quedlinburg.[7] A Crónica recorda uma forma
latinizada do nome Lietuva: Litua”. Devido à falta de testemunhos confiáveis, o verdadeiro
significado do nome é desconhecido, e até hoje debatido por especialistas, mas existem
algumas hipóteses plausíveis.[8]
Considerando que Lietuva tem um sufixo (-uva), a palavra original não tinha sufixo,[8] e um
bom candidato é Lietā. Visto que muitos etnónimos bálticos têm origem em hidrónimos,
linguistas têm procurado a origem do nome entre os hidrónimos locais.[9] O pequeno rio
Lietava é considerado como a origem do nome, pois passa pela cidade de Kernavė, que
poderá ter sido a primeira capital do eventual Grão-Ducado da Lituânia e núcleo dos
primeiros estados Lituanos.[9] No entanto, devido ao pequeno tamanho do rio, muitos
pensam que é improvável que algo tão diminutivo tenha dado o nome a toda uma nação,
embora não fosse sem precedentes na história do mundo.[10]
Outra hipótese é a possibilidade proposta de que Lietuva advém da palavra usada para
designar uma casta de guerreiros que surgiu na Lituânia no século XIII. Esta palavra foi
mais tarde usada como um etnónimo para os Lituanos, e ainda é parcialmente usada
dessa forma em Letão, uma língua fortemente relacionada com Lituano.[11]
História
Ver artigo principal: História da Lituânia
Mencionada pela primeira vez a 14 de fevereiro de 1009, a Lituânia cresceu até se tornar
uma nação relevante na Idade Média. Considera-se que a data de constituição do estado é
a da coroação oficial do rei Mindaugas, a 6 de julho de 1253 em Voruta (atual Vilnius), que
uniu os duques lituanos rivais numa nação e estado. Em 1241, 1259, 1275 e 1277 o reino
foi alvo de reis mongóis vindos da Horda de Ouro. Em 1385 uniu-se à Polónia em união
pessoal quando o rei lituano Jogaila (Jagiello, em idioma polaco) foi coroado rei da
Polónia. Em 1569, a Polônia e a Lituânia formaram a Comunidade Polaco-Lituana.[2] Com a
união com a Polônia, a Lituânia transformou-se num reino independente e multi-étnico que
na sua máxima extensão, no século XV, ocupou a maior parte da Europa de Leste desde
o mar Báltico até ao mar Negro. Essa união manteve-se até às partições da Polónia em
1795, quando a própria Lituânia foi anexada pelo Império Russo.[2]
A Lituânia restabeleceu a sua independência a 16 de fevereiro de 1918.[2] Em seguida,
envolveu-se em disputas territoriais ocupados pelos polacos e com a Alemanha (acerca
de Klaipėda), a Polônia (acerca da capital, Vilnius, e da Lituânia Oriental). Foi anexada
pela União Soviética em 1940 durante a Segunda Guerra Mundial graças a um pacto
secreto germano-soviético assinado pelos ministros dos negócios estrangeiros dos dois
países, Ribbentrop e Molotov (Pacto Molotov-Ribbentrop).
O período socialista terminou depois da chegada da glasnost e a Lituânia, liderada pelo
movimento pela independência Sajūdis, anticomunista e anti-soviético, proclamou a
independência a 11 de março de 1990. Foi a primeira república soviética a fazê-lo, embora
as forças soviéticas tivessem sem sucesso tentado suprimir a revolta independentista até
agosto de 1991, o que iria levar ao desmembramento da própria União Soviética. As
últimas tropas russas saíram do país a 31 de agosto de 1993 — antes mesmo que
da Alemanha Oriental.
Geografia
Ver artigo principal: Geografia da Lituânia
Demografia
Ver artigo principal: Demografia da Lituânia
Línguas
Ver artigo principal: Línguas da Lituânia
A língua lituana (lietuvių kalba) é a língua oficial da Lituânia e também é reconhecida como
uma das línguas oficiais da União Europeia. Há cerca de 3 milhões de falantes do lituano
no país e cerca de 200 000 no exterior. O lituano é uma língua báltica (uma das duas
línguas remanescentes do grupo báltico), muito próxima do letão, embora elas não
sejam mutuamente inteligíveis. Na escrita é usada uma versão adaptada do alfabeto latino.
Acredita-se que o lituano seja uma das mais conservadoras dentre as línguas vivas da
família das línguas indo-europeias, pois mantém muitas das características do protoindo-
europeu.[12] Na Lituânia também são faladas outras línguas em menor escala,
principalmente o polonês, o bielorrusso, o ucraniano e o russo.
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Cidades mais populosas da Lituânia
http://www.geonames.org/LV/largest-cities-in-lithuania.html
10 Utena 31 139
Kaunas
Religião
Ver artigos principais: Religião na Lituânia e Catolicismo na Lituânia
Política
Ver artigo principal: Política da Lituânia
Desde que a Lituânia declarou a restauração de sua independência em 11 de março de
1990, manteve fortes tradições democráticas. Realizou suas primeiras eleições gerais
independentes em 25 de outubro de 1992, nas quais 56,75% dos eleitores apoiaram
a nova constituição.[15] Houve intensos debates sobre a constituição, particularmente sobre
o papel do presidente. Um referendo separado foi realizado em 23 de maio de 1992 para
avaliar a opinião pública sobre o assunto, e 41% dos eleitores apoiaram a restauração
do presidente da Lituânia. Um sistema semipresidencial foi acordado.[15]
O chefe de estado lituano é o presidente, eleito diretamente para um mandato de cinco
anos e servindo no máximo dois mandatos. O presidente supervisiona as relações
exteriores e a segurança nacional e é o comandante-chefe das Forças Armadas.[16] O
presidente também nomeia o primeiro-ministro e, com a nomeação deste último, o restante
do gabinete, bem como vários outros funcionários públicos importantes e os juízes de
todos os tribunais.[16] O atual chefe de estado lituano, Gitanas Nausėda, foi eleito em 26 de
maio de 2019 por unanimidade em todos os municípios da Lituânia.[17]
Os juízes do Tribunal Constitucional (Konstitucinis Teismas) cumprem mandatos de nove
anos. São nomeados pelo Presidente, pelo Presidente do Seimas e pelo Presidente do
Supremo Tribunal, cada um dos quais nomeia três juízes. O
parlamento unicameral lituano, o Seimas, tem 141 membros eleitos para mandatos de
quatro anos. 71 de seus membros são eleitos em círculos uninominais, e os demais em
votação nacional por representação proporcional. Um partido deve receber pelo menos 5%
dos votos nacionais para ser elegível para qualquer um dos 70 assentos nacionais no
Seimas.[18]
Subdivisões
1. Alytus
2. Kaunas
3. Klaipėda
4. Marijampolė
5. Panevėžys
6. Šiauliai
7. Tauragė
8. Telšiai
9. Utena
10. Vilnius
Economia
Ver artigo principal: Economia da Lituânia
Principai
s produtos de exportação da Lituânia em 2019 (em inglês).
Desde a sua segunda independência, em 1991 e durante muitos anos, a Lituânia
concentrou a maior parte de seu comércio com a Rússia. Porém, enfrentou uma crise em
1999 devido a opções econômicas inadequadas e devido ao seu despreparo para lidar
com a crise russa ocorrida no ano anterior. Após isso, passou a direcionar a maior parte de
seu comércio para o Ocidente, ingressando também na OMC.
Em 2003, um ano antes de ingressar na União Europeia, a Lituânia foi o país que teve o
maior crescimento dentre os países candidatos a ingressar no bloco no ano seguinte:
8,8%. Em 2004, 7,5%; 2005, 8,1%, 2006, ano de entrada na UE, o crescimento
do PIB atingiu 6,6%.
Após a entrada na UE, ocorrida em 1 de maio de 2004, o desemprego caiu para 10,6% da
população economicamente ativa. Porém muitos analistas dizem que parte disto se deveu
à emigração de lituanos para outros países da União Europeia desde aquela data. A
moeda nacional até final de 2014, o litas (LTL), manteve-se atrelada ao euro desde 2002,
a uma taxa aproximada de 3,45 LTL por 1 euro. A Lituânia tornou-se no 19.º membro
da Zona Euro em 1 de janeiro de 2015.[19]
Apesar do crescimento económico do país, muitos vivem ainda numa pobreza abjeta, e a
situação não parece melhorar. É visível o aparecimento de uma elite urbana, enquanto a
pobreza rural pouco mudou. Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o salário
mínimo mensal na Lituânia era equivalente, aproximadamente, a 300€.
Infraestrutura
Educação
A Constituição da Lituânia determina que a educação é gratuita e obrigatória até o ensino
médio.[20] O Ministério da Educação e Ciência é responsável por propor políticas e metas
educacionais nacionais, que devem ser deliberadas e aprovadas no Seimas. As leis regem
a estratégia educacional de longo prazo, juntamente com as leis gerais sobre padrões de
ensino superior, treinamento vocacional, direito e ciências, educação de adultos e
educação especial.[21] Cerca de 3,8% do PIB foram destinados a despesas com a educação
pública em 2017, o que se revela modesto em comparação com outros países europeus.[22]
Universidade de Vilnius, uma das universidades mais antigas
da região. Foi estabelecida por Estêvão Báthory, Rei da Polônia e Grão-duque da
Lituânia, em 1579. [23]
Cultura
Apesar da religião pré-cristã na Lituânia ter se extinguido muito mais tarde do que em
qualquer outro país europeu, a informação factual sobre a mitologia lituana é escassa e
tardia. O interesse no tema aumentou desde o começo do século XIX, quando o material
narrativo começou a ser coletado. Entretanto, a essa época a maioria dos lituanos
de língua lituana já deixara de viver de acordo com as crenças e doutrinas da religião
anterior, e contadores de histórias já não podiam mais explicar o significado delas precisa
e adequadamente. Sem estas explicações, as canções e os contos populares coletados
por pesquisadores pareciam a alguns mitologistas e historiadores mais o material cru a
partir do qual uma mitologia ou epos heróico pode ser composto, em lugar da mitologia
propriamente dita.
Por causa desta visão, vários pesquisadores preferiram escrever suas próprias
reconstruções da mitologia lituana, baseados também em
dados históricos, arqueológicos e etnográficos. A primeira reconstrução do tipo foi escrita
pelo historiador lituano polacófono Theodor Narbutt no início do século XIX. Duas
tentativas conhecidas de reconstrução foram tentadas mais recentemente por Marija
Gimbutas e Algirdas Julien Greimas. Este método de reconstrução é espinhoso, e
nenhuma das tentativas foi satisfatória.
As duas maiores dificuldades neste processo são, primeiro, o fato de que a mitologia
lituana não era estática, mas constantemente desenvolvida, de forma que não permanecia
da mesma forma ao longo dos períodos geralmente tratados pelos mitólogos. Em
segundo, a mitologia eslava, que, em conceitos gerais, parece muito diferente de seus
correspondentes lituanos e letões, teve certa influência no imaginário popular, o que afetou
os dados etnográficos, e assim os julgamentos dos pesquisadores que os utilizaram.
Assim, as primeiras reconstruções e descrições da mitologia lituana oferecem uma
descrição longe de verídica de seu objeto, sendo pouco mais que um mosaico de detalhes
arbitrariamente selecionados de mitologias lituanas e bielorrussas. A coletânea de Narbutt
e ideias levantadas por Adam Mickiewicz (por exemplo, em sua peça Dziady) estão entre
elas, mas desde a segunda metade do século XIX os mitólogos se tornaram mais precisos,
como resultado do conhecimento da pesquisa de linguistas contemporâneos, que mostra
diferenças estruturais entre línguas eslavas e o idioma lituano (que faz parte das línguas
bálticas).
Desporto
Basquetebol é o desporto nacional na Lituânia. A seleção nacional de basquetebol da
Lituânia tem tido um sucesso significativo em eventos internacionais, tendo ganhado um
total de 10 medalhas nas diversas provas como o EuroBasket, Campeonatos do
Mundo e Jogos Olímpicos. A Lituânia já formou vários jogadores que passaram pela
NBA: Arvydas Sabonis, Šarūnas Marčiulionis, Žydrūnas Ilgauskas, Darius
Songaila, Šarūnas Jasikevičius, Linas Kleiza. Arvydas Sabonis foi o primeiro lituano a estar
inscrito no prestigiado memorial Basketball Hall of Fame nos Estados Unidos da América.
Em 2013, a seleção nacional de basquetebol ganhou a medalha de prata no EuroBasket
2013.
A natação está progressivamente a ter um grande aumento de popularidade. Esse
crescimento deve-se ao sucesso de Rūta Meilutytė que, aos 15 anos, ganhou a medalha
de ouro na prova de 100 m peito femininos nos Jogos Olímpicos de 2012 em Londres.
O futebol continua a ser popular na Lituânia, embora não existam muitas infraestruturas
que apoiem esse desporto. A Lyga é denominação da primeira liga de futebol profissional
da Lituânia. Um pouco como no resto dos países europeus é seguida a Liga dos
Campeões da UEFA e o Campeonato do Mundo.
Os jogadores de futebol mais famosos são: Edgaras Jankauskas, que já passou pelo SL
Benfica e pelo FC Porto, tendo ganhado uma Liga dos campeões da UEFA de 2003–2004,
e Deividas Šemberas, que ganhou uma Taça UEFA de 2004–2005 pelo CSKA, vencendo
a final frente ao Sporting CP.
Recentemente, graças a Laura Asadauskaitė, a Lituânia também é respeitada no pentatlo
moderno — a pentatleta conquistou a medalha de ouro tanto nos Jogos Olímpicos de
Londres, em 2012, quanto no Campeonato Mundial de Pentatlo Moderno, disputado em
2013 em Taiwan.
República da Lituânia
Lietuvos Respublika
Gentílico: lituano
Governo República
semipresidenciali
sta
• Presidente Gitanas Nausėda
• Primeira- Ingrida Šimonytė
ministra
• Presidente Viktorija Čmilytė-
do Seimas Nielsen
Independência do Império
Russo
• Lituânia 14 de
mencionada fevereiro de 1009
• Fundação
6 de julho de 1253
oficial
• União pessoal 2 de
com a Polónia fevereiro de 1386
• Criação da 1569
Comunidade
Polaco-Lituana
• Ocupação
1795
russo-prussiana
• Declaração da 16 de
independência fevereiro de 1918
• 1ª Ocupação 15 de
soviética junho de 1940
• Ocupação naz
ista
• 2.ª ocupação
1944
soviética
• Restauração
11 de
da
março de 1990
independência
Entrada na UE 1 de
maio de 2004
Área
65 200 km² (123.º
• Total
)
• Água (%) 1,35
População
• Estimativa 2 867 725
para 2023 hab. (135.º)
• Densidade 44
hab./km² (138.º)