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10 pequenos países europeus que já não existem

(1 deles ficava em Portugal)

A Europa foi pródiga em mudanças nas suas fronteiras e deu origem a


pequenos e desconhecidos países que já não existem.

Um deles ficava em Portugal.


VxMag  Ago 7, 2021

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Ao longo dos séculos, tem havido diferentes entidades nacionais na Europa:


estados, países, microestados, federações, impérios…

A maioria deles perdeu-se na história de uma forma ou de outra, aparece em


livros da escola ou nas enciclopédias e são bastante conhecidos, como a
Prússia ou o Império Austro-Húngaro, por exemplo.

Mas há outros que, por causa do curto período de tempo que duraram,
porque a sua extensão era mínima, ou porque eram apenas peões no jogo
das grandes potências, foram esquecidos e nunca mais ouviu falar neles,
tornando-se numa espécie de lenda.

Alguma vez ouviu falar da Curlândia ou da Livónia? São apenas alguns


exemplos.

Um desses micro países esquecidos tinha um pequeno território encravado


entre Portugal e Espanha e durou 800 anos.

Houve muitos países efémeros deste género, não apenas na Europa, mas
espalhados um pouco por todo o mundo.

Nesta lista, vamos falar apenas de 10, aqueles que achamos mais
interessantes. Quantos deles você conhece?
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1. Curlândia

Curlândia

Existiu como ducado independente desde 1561 e correspondeu ao oeste da


actual Letónia.

É o estado mais pequeno da Europa que manteve colónias na América e na


África.

Em 1642, estabeleceu a colónia de Nova Curlândia na ilha caribenha de


Tobago, que abandonou em 1689.

Ao mesmo tempo, também possuía a Ilha de San Andres, no estuário do rio


Gâmbia, na África.

A Curlândia desapareceu em 1795, depois de mais de dois séculos de


existência, tornando-se uma província russa.

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2. Estado Livre de Trieste

Estado Livre de Trieste

Trieste ainda é um território que possui um importante movimento de


independência. A cidade e o seu território foram, por iniciativa própria,
colocados sob a protecção do Império Austríaco em 1382, sendo o seu porto
principal. Após a Primeira Guerra Mundial foi anexado pela Itália devido a
um acordo alcançado pelo Reino Unido, França e Rússia.

Durante o período de entre guerras, realizou-se uma intensa italianização


nas populações de origem alemã e eslava, que formavam um terço do total
(os outros dois terços eram italianos). Mas após a guerra, o tratado de paz
assinado em Paris em 1947 e assinado pela Itália e Jugoslávia, criou o
Território Livre de Trieste sob a protecção das Nações Unidas.

Em 1954 um novo acordo internacional estabeleceu a divisão de Trieste


entre a Itália e a Jugoslávia. Entre esse ano e 1961, cerca de 10% da
população (mais de 20.000 indivíduos) emigraram para a Austrália.
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3. Livónia

Livónia

Foi o território controlado pela Ordem dos Irmãos da Espada (a partir de


1237 chamados de Ordem dos Cavaleiros Teutónicos da Livónia) na costa
leste do Mar Báltico.

Quando em 1558 a Rússia invadiu a área, a ordem dos Cavaleiros foi


dissolvida e a Livónia foi dividida entre a Lituânia, a Polónia e a Suécia.

Em 1721, todo o território estava sob controle russo.

Assim, permaneceu até depois da Primeira Guerra Mundial, quando o seu


território foi novamente dividido em dois estados independentes: a Letónia e
a Estónia.

O livónio ainda é falado em algumas partes da Letónia.

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4. Moresnet

Era um território neutro administrado como uma espécie de condomínio,


inicialmente pela Holanda e pela Prússia e, quando a Bélgica conseguiu a
sua independência em 1830, tornou-se belga-prussiana.

Estava localizado no leste da Bélgica, na fronteira com a Alemanha, e a sua


origem reside na distribuição da Europa feita no Congresso de Viena em
1815.

Países Baixos e Prússia não podiam concordar sobre onde desenhar a


fronteira por causa das importantes minas de Moresnet.

No final, eles dividiram a zona em três partes, uma para cada país e uma
zona independente e neutra administrada por ambos.

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O Tratado de Versalhes, após a Primeira Guerra Mundial, integrou toda a
Moresnet na Bélgica, que foi formalmente anexada em 10 de Janeiro de
1920.

5. Fiume

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Fiume

Após a Primeira Guerra Mundial, a cidade de Fiume estava numa situação


política complicada.

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Embora pertencesse à Hungria, a população era principalmente de origem e
língua italiana, com uma minoria de croatas e eslovenos.

Por essa razão, o presidente da América do Norte, Woodrow Wilson, propôs


que se tornasse um estado independente e propôs, além disso, que aqui
ficasse a sede da Liga das Nações.

O conflito entre italianos e croatas chegou a tal ponto que Fiume teve que
ser ocupado militarmente pelo Reino Unido e pela França.

A sua localização estratégica como um porto do Adriático fez com que


ficasse fora do acordo entre os aliados e a Itália, a quem prometeram
entregar toda a antiga costa austro-húngara, com excepção de Fiume.

Isso irritou o escritor e militar Gabriele D’Annunzio (comandante dos


Arditi), que ocupou a cidade com 2.600 soldados italianos, expulsando os
ingleses e franceses. A sua intenção era anexar o território à Itália, mas o
governo ignorou o assunto e então D’Annunzio declarou o Estado Livre de
Fiume.

Em Friume ele estabeleceria um regime que originaria os fundamentos do


fascismo, dos quais Mussolini copiaria a saudação romana, as camisas
pretas e todas as outras parafernálias.

Curiosamente, o único país a reconhecer o Estado Livre de Fiume foi a


União Soviética.

Em 1924, um acordo entre a Itália e o Reino dos Sérvios, Croatas e


Eslovenos formalizou a anexação de Fiume ao primeiro, expulsando
D’Annunzio e os seus seguidores e terminando assim este efémero país.

D’Annunzio voltou para a Itália, onde Mussolini lhe concedeu o título de


Conde e lhe honrou com funerais estaduais após a sua morte.

Fiume foi cedido em 1947 à Jugoslávia, que depois de expulsar a população


italiana e fiumesa, a repovoou com habitantes eslavos.

Hoje é a actual cidade croata de Rijeka.

6. Idel-Ural
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Idel-Ural

Foi o estado criado pelos muçulmanos tártaros em Maio de 1917, durante a


Revolução Russa, talvez inspirado pelo antigo Canato de Kazan.

Precisamente seria nos territórios em torno desta cidade, nas margens do


Volga, onde a república de Idel-Ural seria proclamada.

Desapareceu em 28 de Março de 1918 quando os tártaros foram derrotados


pelo Exército vermelho bolchevique.

Hoje Kazan é a capital da República Russa do Tartaristão.

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7. Cantão de Cartagena

Cantão de Cartagena

Também chamado de Cantão Murciano, surgiu a partir da revolta que


tentou estabelecer a República Federal da Espanha sem esperar que os
tribunais eleitos em 1873 aprovassem a nova constituição.

O que se buscava era constituir os estados primeiro, e depois a federação.

Começou no dia 12 de Julho, içando a bandeira turca (mais tarde tingida de


vermelho) no castelo de Galeras.

Durou até 13 de Janeiro do ano seguinte, 1874, depois de resistir a um cerco


de seis meses e não antes de solicitar a entrada nos Estados Unidos da
América.

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Apenas 27 edifícios permaneceram intactos na cidade.

8. Memel

Memel

Localizado entre a Prússia Oriental e a Lituânia, o território de Memel foi


criado pelo Tratado de Versalhes em 1920 e, como o Sarre e a Cidade Livre
de Danzig, colocados sob o controle da Liga das Nações, enquanto se
esperava que as três comunidades votassem para se juntarem à Alemanha
ou não.

Existiu como um território independente até que a Lituânia o invadiu em


1923, a república a que pertence hoje.

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9. República de Uzice

República de Uzice

Existiu como um estado militar criado pelos partidários do Marechal Tito


no Outono de 1941, dentro da Jugoslávia ocupada pelos nazis.

Estava localizado na parte ocidental da Sérvia, com um centro


administrativo na cidade de Uzice.

O governo foi baseado em conselhos de aldeias comunistas.

Tinham um sistema postal e até construíram 145 quilómetros de caminhos


de ferro.

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Foi reocupado pelos alemães em Novembro de 1941, escapando a maioria
das forças partidárias de Tito para a Bósnia.

10. Couto Misto

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Couto Misto

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O Couto Misto foi um microestado independente de facto encravado entre
Espanha e Portugal, com existência entre o século X e 1868.

Embora se desconheça a origem de sua instituição, ligada desde a Baixa


Idade Média ao Castelo da Piconha, posteriormente vinculado à poderosa
Casa de Bragança, constituía-se numa pequena área fronteiriça de cerca de
27 km² com organização própria, que não estava ligada nem à Coroa de
Portugal e nem à da Espanha.

Entre os direitos e privilégios deste pequeno território encontravam-se o de


asilo para os foragidos da justiça portuguesa ou espanhola, o de não dar
soldados nem para um reino nem para o outro, o de isenção de impostos, o
de liberdade de comércio (como o sal, objecto de estanco até 1868), a
liberdade de cultivos como o do tabaco, e outros.

Até à assinatura e entrada em vigor do Tratado de Lisboa (1864), em 1868,


cada habitante do Couto elegia livremente a nacionalidade espanhola ou
portuguesa.

A partir do Tratado, os seus domínios passaram para a soberania da


Espanha, integrados nos Concelhos de Calvos de Randín (aldeias de
Santiago e Rubiás ou Ruivães) e Baltar (aldeia de Meaus ou Meãos).

Em contrapartida, passavam para a soberania de Portugal os chamados


“povos promíscuos”, até então divididos pela linha da raia, actuais
Soutelinho da Raia, Cambedo e Lama de Arcos (Chaves).

O território do Couto Misto ainda incluía uma pequena faixa desabitada que
hoje integra o município português de Montalegre.

Os habitantes do Couto Misto não se encontravam obrigados a uma ou


outra nacionalidade, podendo inclinar-se, dependendo de razões geográficas,
familiares ou tradicionais, por uma, por outra, ou por nenhuma.

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