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CONFLITOS NA EUROPA

Recentemente, uma preocupação sobre os imigrantes (um tipo específico de imigrante, o refugiado) se instalou no continente. Devido à
Guerra da Síria, milhares de pessoas foram forçadas a procurar refúgio em outros países, geralmente países vizinhos, como a Turquia.
Um pequeno fluxo desses refugiados buscou países europeus. Mas, devido às dificuldades econômicas enfrentadas por alguns países
europeus desde a crise econômica de 2008, essa imigração é erroneamente mal vista, sendo alvo de ações xenófobas e preconceituosas, o
que gerou uma crise migratória no bloco europeu, questionando, inclusive, o Acordo de Schengen, que possibilita a livre circulação de
pessoas dentro de alguns países da União Europeia.
Conflitos nas ilhas britânicas - As ilhas britânicas são formadas por um conjunto de ilhas cujo arquipélago principal é composto pela Ilha da
Irlanda e pela Ilha da Grã-Bretanha.
O Reino Unido é formado por Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Sendo assim, a Ilha da Irlanda foi dividida em duas,
a República da Irlanda e a Irlanda do Norte, que integra o Reino Unido. É sobre essa divisão e a ocupação da parte norte da Irlanda pelos
britânicos que reside o principal conflito nesse arquipélago.
A partir do século XVI, os britânicos começaram a exercer forte influência sobre a Ilha da Irlanda, quando o governo
britânico confiscou terras nessa região e as entregou aos colonos protestantes oriundos da Ilha da Grã-Bretanha. Esse fato nunca foi aceito
pela população irlandesa, de maioria cristã.
Ao longo do século XX, a população católica da Irlanda do Norte intensificou as manifestações contrárias ao controle político e econômico
exercido pela população protestante. Isso levou à divisão da ilha em República da Irlanda (Eire) e Irlanda do Norte (Ulster), em 1937. Na
década de 1960, os conflitos na região se acentuaram, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA – lrish Republican Army) começou a
agir. Seu objetivo era acabar com o domínio dos britânicos sobre a Irlanda do Norte a partir da luta armada.
Em 1998, foi assinado um acordo de paz que diminuiu as tensões entre as duas partes. Finalmente, em 2005, houve a confirmação de que o
IRA, de fato, destruiu ser armamento, pondo fim a 35 anos de atividades terroristas do grupo.
Conflitos na Espanha e na Bélgica - As principais questões separatistas no território espanhol envolvem duas regiões autônomas da
Espanha: Catalunha e País Basco. Ambos possuem tradições culturais distintas, com base linguística própria. Ambos os movimentos
buscam maior autonomia dessas regiões, porém, seguiram por caminhos diferentes. Existem também outras questões separatistas, como da
Galícia e de Valença, mas que não apresentam a mesma força.
A Questão Basca envolve também a França, por onde se estende o território ocupado pelos bascos. Todavia, na Espanha, essa
questão não é pacífica, pois, durante a ditadura de Francisco Franco, os bascos foram impedidos de se expressarem em seu próprio idioma.
A repressão franquista gerou um forte movimento nacionalista e a formação de grupos armados, como o Euskadi Ta Askatasuna (ETA –
Pátria Basca e Liberdade). Seu objetivo era a independência do País Basco da Espanha e da ditadura de Franco e, para isso, realizava
atentados terroristas. Porém, mesmo com o fim da ditadura e uma nova Constituição espanhola, dando maior autonomia à Catalunha e ao
País Basco, essa luta armada continuou até 2010, sendo o ETA considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela
Espanha. Em 2010, o ETA renunciou a luta armada e criou o partido Sortu, que pretende lutar pelo separatismo da região por vias políticas,
seguindo o exemplo da Catalunha.
A Questão Catalã já envolve apenas os limites espanhóis e segue um caminho mais político. A partir de 1975, a Catalunha conquistou certo
grau de autonomia política, podendo determinar algumas leis que só vigoram na região, além de ter um presidente próprio. O movimento
separatista não realiza atentados terroristas, mas pressiona o governo a realizar uma consulta popular a fim de verificar o desejo de
independência regional. A justificativa é que o dinamismo econômico catalão é benéfico para a Espanha, que arrecada muitos impostos,
mas não repassa ou reinveste na Catalunha. Assim, em 2017, liderado pelo presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, foi realizado um
referendo sobre a independência da região. O “sim” ganhou e o presidente buscou levar o resultado para o Parlamento. Porém, a Espanha
logo se manifestou, informando que a autonomia dada com a Constituição de 1975 não possibilitava qualquer iniciativa unilateral de
independência e, portanto, a votação era inconstitucional, gerando uma crise entre Madrid (capital da Espanha) e Barcelona (capital da
Catalunha).
A Questão Belga envolve uma tensão étnica e socioeconômica histórica entre duas comunidades da Bélgica. A região pode ser dividida entre
o norte, que corresponde à região de Flandres e Bruxelas, de língua neerlandesa, e o sul, que corresponde à região de Valônia, de língua
francesa. Acontece que a economia da região de Flandres é mais forte, enquanto a economia do território de Valônia é mais frágil. Tal
condição, em momentos de crises econômicas, aliada às diferenças linguísticas, fomenta o movimento separatista na Bélgica.
ConflitosnosBalcãs - A Península Balcânica está localizada ao sul da Europa e, ao longo da década de 1990, foi palco de diversos conflitos,
que resultaram em uma nova divisão territorial.
A formação territorial da Iugoslávia remonta ao período da Primeira Guerra Mundial, sob o nome de Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos.
É um país marcado por grande complexidade cultural e política e que, a partir de 1929, passou a ser denominado Iugoslávia (povos eslavos
do sul). Incialmente, era composto por seis Repúblicas (Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Macedônia e Montenegro), além
de outros grupos minoritários na região. A população era composta basicamente por três povos: os eslovenos (maioria católica),
os sérvios (religião cristã ortodoxa ou muçulmana) e os croatas (católicos ou muçulmanos). Ocupada durante a Segunda Guerra Mundial
pelos nazistas, só recuperou o domínio do território em 1943, a partir da liderança do marechal Josip Broz Tito. Em 1945, foi estabelecida
uma república socialista.
O país enfrentou, ao longo das décadas de 1980 e 1990, dificuldades econômicas, com o falecimento do general e, posteriormente, o fim da
União Soviética, um dos principais aliados do país. Assim, em 1991, Eslovênia e Croácia declararam independência, seguidas da Bósnia-
Herzegovina e Macedônia, ambas em 1992. O governo central, localizado na Sérvia, não aprovou a independência, alocando soldados para
combater os rebeldes. Logo, diversos países europeus reconheceram os movimentos de independência na região, entretanto, o caso
da Bósnia foi o mais complicado, levando a uma guerra civil até 1995.
Sérvia e Montenegro permaneceram unidos politicamente, constituindo o que restava da Iugoslávia. Em 2006, Montenegro se separou da
Sérvia, ambos se tornando países distintos e pondo fim ao Reino da Iugoslávia. Em 2008, fruto de movimentos separatistas iniciados em
1998, Kosovo se autodeclarou independente. Tal fato não é reconhecido pela Sérvia, que reivindica tal território. A República do Kosovo tem
reconhecimento limitado, sendo considerado um país independente pela metade dos membros da ONU.
https://descomplica.com.br/d/vs/aula/separatismos-fragmentacoes-e-conflitos-i-europa/

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