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Europa Oriental ou

Leste Europeu
Após a 2º Guerra Mundial, o continente europeu estava
dividido por uma “cortina de ferro”. Os países do Leste
Europeu ficaram sob influência soviética, onde foi
adotado o sistema de partido único e a economia
planificada. Com isso ocorre a bipolarização do Mundo.

Os regimes comunistas instalados na Europa oriental só se


mantiveram durante décadas por causa do poderio militar
soviético. Isso explica por que, depois da desintegração da
União Soviética, o socialismo rapidamente chegou ao fim
nos países do Leste Europeu, com exceção da Albânia,
onde esse processo foi mais lento
Há algumas economias mais importantes Entre as economias menos desenvolvidas do
na Europa oriental, como as da Polônia, Leste Europeu, podem ser citados como
Hungria, República Tcheca e Romênia, exemplos Albânia, país predominantemente
embora nenhuma delas se compare à de agroindustrial, Kosovo e Bósnia-Herzegovina,
países ocidentais como Alemanha, França ambos arrasados por guerras recentes que
ou mesmo Espanha. desmantelaram suas economias.
Gdansk - cidade portuária
Polônia
A Polônia tem avançado muito desde os anos 1990 em direção
à economia de mercado, não foi fácil: as empresas estatais
eram, em geral, deficitárias e usavam tecnologia ultrapassada,
mas, em contrapartida, geravam muitos postos de trabalho.

A privatização de empresas estatais avançou bastante no


país, o que aumentou o desemprego. Além disso, o fim do
controle rígido sobre os preços fez com que eles
disparassem, gerando uma inflação altíssima, que
posteriormente foi controlada.

Com o tempo, a indústria polonesa cresceu e se diversificou. Atualmente, a siderurgia concentra-se em Nova
Huta, na Cracóvia, e na bacia carbonífera da Silésia, enquanto as indústrias mecânicas ocupam o norte do país.
A indústria de construção naval, estabelecida nos portos de Gdansk. O setor químico está presente em
Varsóvia, capital do país, além de Poznan e Wroclaw.
Assim como a Polônia e a República Tcheca, a Hungria foi um país europeu oriental
que avançou no desmonte da economia planificada e na introdução do capitalismo,
além de ser um dos países que mais tem recebido investimentos estrangeiros desde
os anos 1990. No entanto, com a privatização de empresas estatais e o fechamento
Hungria
de outras deficitárias, o desemprego aumentou bastante no país, gerando grande
descontentamento popular.

A Hungria ocupa uma grande área de planície atravessada pelo


Danúbio. Esse rio separa os dois centros urbanos (Buda e Peste) que
formam a capital, Budapeste. Indiscutivelmente, Budapeste foi, nas
últimas décadas, a verdadeira metrópole da Europa oriental,
fornecendo produtos e serviços diversificados a uma população com
razoável poder aquisitivo. Além disso, o turismo cresce a cada ano no
país e, ao lado de Praga, na República Tcheca, é campeã em
recebimento de turistas internacionais no Leste Europeu.
Nos anos 1990, a taxa de desemprego húngara chegou
a 12% da força de trabalho, mas em 2017 já tinha
declinado para 4%. O final da censura e do
impedimento de organização de partidos políticos deu
origem a várias correntes, que promovem
manifestações e disputam o poder.

A grande onda de imigrantes e refugiados que chegou na Europa nos últimos anos – mais de um milhão apenas em 2017
– levou o governo húngaro a não seguir as determinações da União Europeia para receber uma parte dessas pessoas. O
país passou a construir barreiras de contenção, especialmente na fronteira ao sul, com a Sérvia, o que provocou atritos
com o bloco e até ameaças de sanções contra a Hungria.
República Tcheca e Eslováquia
Em 1992, esses territórios foram separados e formaram dois
países: a República Tcheca e a Eslováquia. Foi uma separação
pacífica. A República Tcheca é a mais rica e industrializada
das duas nações. Na região da Boêmia se concentram
indústrias siderúrgicas e metalúrgicas, além da produção de
cristais, internacionalmente reconhecida. A Morávia, por sua
vez, abriga uma continuidade da bacia carbonífera polonesa
da Silésia.

República Tcheca

Eslováquia
Apenas em Bratislava, a capital da Eslováquia, e nos seus arredores existe uma
atividade industrial forte. Até o início dos anos 1990, havia no país muitas
indústrias armamentistas, que entraram em crise com a diminuição do comércio
internacional de armas. Em 1996, a economia eslovaca iniciou uma fase de
expansão, apresentando um notório crescimento na primeira década dos anos
2000, pelo menos até 2008, quando foi bastante atingida pela crise originada nos
Estados Unidos e disseminada pela Europa. A partir de 2011, a economia voltou a
se recuperar.
A antiga Iugoslávia e os novos países
Após a expulsão das tropas nazistas que ocuparam o território iugoslavo durante a Segunda Guerra Mundial, Tito
proclamou a República Socialista Federativa da Iugoslávia. O regime político centralizado em Tito, durante algumas
décadas, conseguiu submeter as ex-repúblicas ao governo central, garantindo-lhes alguns direitos, mas mantendo-as
muito distantes de qualquer autonomia administrativa.
Em 1991, com o fim da
União Soviética, a Em resposta, o exército iugoslavo (na realidade, controlado pela
Eslovênia e a Croácia se Sérvia) invadiu esses novos países, dando início à guerra. A Eslovênia
declararam logo se viu livre das tropas, principalmente porque lá elas não tinham
independentes da o apoio das minorias étnicas importantes e precisavam se voltar para
Iugoslávia. outras áreas em guerra.

Na Croácia, no entanto, as
batalhas duraram mais de um
Também em 1991 ocorreu a independência da
ano, e durante vários anos uma
Macedônia. Nesse caso, não houve guerra porque a
parte do país foi mantida sob o
Macedônia permaneceu muito ligada à Sérvia
domínio sérvio.
Bósnia-Herzegovina

Desde que se proclamou um país independente,


em 1991, a Bósnia se tornou palco da mais
intensa guerra da década de 1990, com tentativa
de genocídio (matança em massa) por parte das
tropas sérvias.

Finalmente, em 1993, a ONU – a partir da liderança dos Estados Unidos, de alguns países europeus ocidentais e até da
Rússia – resolveu enviar para a Bósnia tropas internacionais de paz (os chamados “capacetes azuis”), a fim de impedir
novos massacres.. O lançamento aéreo de medicamentos e comida para as populações sitiadas (em cidades cercadas por
tropas adversárias) passou a ser realizado com frequência a partir desse mesmo ano.
Em 1995, as três partes envolvidas na guerra assinaram um tratado
de paz (o Acordo de Dayton), intermediado pela ONU, que
oficializou a independência da Bósnia-Herzegovina, mas com o
estabelecimento de duas regiões distintas: uma ocupada pelos
sérvios (49% da área total) e outra compartilhada pelos croatas e
muçulmanos (51%). Com isso, a guerra cessou, mas o impasse
permaneceu no novo país: a população e sua diversidade religiosa
continuaram a conviver com dificuldades e sob a vigilância das
tropas internacionais.

Sarajevo

O sistema de governo é o mais estranho. São O país foi arrasado pela guerra: cidades, fábricas e campos de
três presidentes , um de cada grupo étnico , cultivo foram destruídos; houve milhares de mortos e feridos; as
Croatas, Bosnianos e Sérvios, que se doenças proliferaram devido às precárias condições sanitárias;
revezam a cada seis meses, porém precisam entre outras consequências.
estar de acordo nas decisões, o que muitas
vezes não acontece.
Kosovo
Kosovo era uma província autônoma da federação da Iugoslávia,
mas integrada à república da Sérvia, e perdeu sua autonomia em
1989. A maioria da população é de origem albanesa (92%) e
professa a religião islâmica. Nessa província, a ex-Iugoslávia
tentou promover uma “limpeza étnica” para exterminar a
população de origem albanesa.
Os conflitos de 1998-1999 provocaram milhares de
mortes e cerca de 1 milhão de refugiados.

Em 1996, formou-se um grupo guerrilheiro, o Exército de Libertação


de Kosovo (ELK), de etnia albanesa, com o objetivo de lutar pela
independência da província.

Em 1998, a violência sérvia aumentou: o governo iugoslavo, liderado


pelo então presidente Slobodan Milosevic, deixou de agir de forma
disfarçada e passou a massacrar abertamente a etnia albanesa,
expulsando famílias de suas casas e da própria região.
Graças aos meios de comunicações internacionais, uma opinião favorável à
independência de Kosovo começou a crescer em vários países, principalmente nos
Estados Unidos e na Europa. .

Contudo, de abril a junho de 1999, as forças armadas da Otan,


lideradas pelos Estados Unidos, promoveram milhares de
operações aéreas de bombardeio nas áreas de Kosovo
dominadas pelas tropas sérvias.

Finalmente, em junho de 1999, o governo iugoslavo


assinou um tratado de paz, concordando em retirar suas
tropas de Kosovo e permitindo o controle do território por
tropas da ONU,
Em fevereiro de 2008, Kosovo declarou-se independente da Sérvia. Sua independência foi
reconhecida por Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha. Até 2018, Kosovo era
reconhecido por 118 países, mas alguns, como a Sérvia, principalmente, além de seus aliados –
Rússia e China – e de cinco Estados-membros da União Europeia – Espanha, Romênia, Chipre,
Grécia e Eslováquia – não haviam reconhecido a independência do país.

A Sérvia pretende ingressar na União Europeia,


mas só conseguirá realizar sua pretensão após
reconhecer o território kosovar como país
independente.

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