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Europa - leituras geopolíticas - parte 2

Países da península balcânica:

Solo montanhoso levou a emergência de


muitos Estados, o que também os
impediu de se integrar num Estado-
nação único. A única experiência foi a
Iugoslávia (1918 - 1992).

A Rússia, através do apelo linguístico,


étnico, religioso e de acordos
energéticos, tenta seduzir a Sérvia para
sua órbita geopolítica.

A região hoje é um campo de batalha


econômico e diplomático com a UE,
Otan, Turquia e Rússia; todos
competindo por influência.

Albânia, Bulgária e Romênia são


membros da OTAN.
História de formação das nações balcânicas e a
Guerra civil da Iugoslávia

Filme: Terra de Ninguém


Chiki (Branko Djuric) e Nino (Rene Bitorajac) são dois soldados
que lutam por lados opostos em meio a Guerra da Bósnia. Em
meio ao combate, eles se vêem ilhados em plena fronteira da
guerra. Sem ninguém em quem confiar, sem poder deixar o local
sem levar um tiro e ainda com um soldado ameaçando explodir o
local caso eles se movam, os dois são obrigados a negociar por
suas próprias vidas para poderem sobreviver.
O quadrinista maltês Joe Sacco, hoje residente em
Seattle nos EUA, é criador do livro “Uma História de
Sarajevo” que narra um alguns episódios sobre as
guerras de desintegração da extinta Iugoslávia na
Península Balcânica.

As grandes tensões começaram na década de


1980, porém os conflitos militares oficialmente se
confirmaram em 1991.

Foi uma das guerras mais sangrentas do continente


após as guerras mundiais. Gerou em torno de 140
mil mortes e mais de 2 milhões de refugiados.

Massacres com motivação étnica ocorreram, o que


a ONU classificou como genocídios e crimes de
guerra.
Península Escandinava

As tensões se estendem para o norte e a Escandinávia

Suécia e Finlândia: debate político para saber se é hora de


abandonar a neutralidade de dois séculos e ingressar na
Otan, como a Dinamarca, frente ao ressurgimento militar
russo.

“Apesar de os quatro países nem compartilharem aliança


militar, nem moeda, nem sequer pertencerem à União
Europeia (apenas a Noruega não é signatária da UE),
estão integrados, junto com a Islândia, que não tem
Exército próprio, em um órgão de colaboração militar, a
Cooperação de Defesa Nórdica (Nordefco, na sigla em
inglês) desde 2009”
Lara Otelo, correspondente do El País
França: nordeste = área mais desprotegida. É a
continuidade superficial que se formará os
países baixos e a Alemanha.

Fim do Sacro Império Romano Germânico


(1806) levou a constantes tentativas de
integração dos pequenos Estados germânicos.

Unificação da Alemanha em 1871 = nesse


momentos a França tinha em sua fronteira um
vizinho geograficamente forte.

Atualmente, França e Alemanha são dois


pilares da UE e trabalham para mantê-la coesa:
se veem como parceiras naturais.
Em relação ao poder militar, a França
possui relevante potencial nuclear, o
que pode ser observado nos diversos
testes realizados em ilhas da
Polinésia Francesa.

Tal questão levanta atritos entre as


duas nações e outras da região do
Pacífico que sofrem os impactos dos
testes nucleares em seus territórios
marítimos.
Alemanha: sempre tivera problemas geográficos maiores que
os da França.

Ameaça através da planície do norte: a oeste, França, a leste,


Rússia.

Após a 2°GM - e de séculos de guerras - a aceitação da


presença estadunidense em terras europeias foi uma resposta
aos horrores desse período.

A fundação da Otan e processo histórico de constituição UE,


também sob a chancela estadunidense, provocou uma
sensação até então inédita na Europa: foram convidados a
confiar uns nos outros.

Ressurgindo das cinzas da 2°GM, a Alemanha se beneficiou da


sua “temida” geografia para se tornar o grande fabricante da
Europa, irradiando sua influência econômica de um ponto
central do continente aliado à facilidade de circulação pela
região plana.

Mercadorias fluíam pelos rios Ruhr, Reno e Elba, ao longo das


suas modernas autopistas e, após 1990, se direcionou cada
Cronologia de fatos e mapas da Segunda Guerra Mundial para a Alemanha:
https://www.dw.com/pt-br/o-que-o-passado-ensina-75-anos-ap%C3%B3s-o-fim-da-segunda-guerra/a-53282532

Trinta anos da queda do Muro de Berlim


“União cada vez
mais estreita”

Moeda única: Euro


(1999), exceto
Dinamarca e Reino
Unido.

Crise de 2008:
ideologia passa por
uma situação
incerta, e os laços
que a prendem
estão se
desgastando.

Países mais ricos


tiveram que auxiliar
os mais pobres,
resultando numa
espinhosa briga
doméstica do bloco.
A união cada vez mais estreita
parece estar congelada, ou
possivelmente até retrocedendo.

Brexit: referendo de 2016 decide a


saída do Reino Unido.

Uma UE fracassada prejudicaria a


Alemanha economicamente, pois o
terceiro maior exportador de bens do
mundo não quer ver seu mercado
mais próximo fragmentar-se no
protecionismo.
A justificativa que levaram os britânicos a sair da UE são
relacionadas à soberania e imigração.
Observando todas as manifestações continentais a partir das margens
do oceano Atlântico está o Reino Unido, algumas vezes presente na
Europa continental e algumas vezes em esplêndido isolamento.
Sempre envolvido em assegurar que nenhum poder maior que o seu
ascenderá na região.

Geograficamente, possuem algumas vantagens: boas terras de


cultivo, rios navegáveis com acesso aos mares, estoques pesqueiros,
além de protegido graças ao fato de serem uma nação insular.
Brecha Giuk (acrônimo em inglês de
Groenlândia, Islândia e Reino Unido):
ponto de estrangulamento de rotas
marítimas do mundo = vantagem
britânica no Atlântico Norte.
A ideia de “espaço Schengen”
(1985) vem se deteriorando
com diferentes países em
diferentes momentos
reintroduzindo controles de
fronteira por razões de
segurança.

Vem se construindo a ideia de


uma “Fortaleza Europa”.

A UE está se desgastando
pelas beiradas, assim como a
Otan. Tal fato coloca em
xeque um relativo equilíbrio
de poder além do
renascimento de tensões
multidimensionais que se
voltam tanto ao mercado
como nas estratégias de
defesa.
Rússia e sua crescente influência militar:

Redução de orçamentos militares de diversos países


europeus após o fim da URSS.

Guerra russo-georgiana (2008) e anexação da


Criméria (2014) provocaram uma retomada de atenção
das defesas das nações europeias consideradas
“potências”.

Constantes missões russas destinadas a testar


sistemas de defesa aérea europeus, além de
consolidar suas ocupações recentes na Ossétia do
Sul, na Abecásia, na Crimeia, na Transnístria e na
Ucrânia oriental, além de manter vínculos com russos
étnicos nos países bálticos. Há também o enclave de
Kaliningrado.
Ocupação russa na Crimeia em 2014:

:
A Netflix produziu um documentário chamado “Winter on Fire” sobre os protestos
nacionalistas da Ucrânia ocorridos em 2013. As motivações estão relacionadas a
posição do presidente da Ucrânia neste período, Víktor Yanukóvytch, em se aproximar
politicamente da Rússia.
Essa onda de manifestações é conhecida com “Maidan” (palavra de origem persa
praça ou local público de reunião).
A resposta da OTAN em relação à ocupação russa na Crimeia foi:
Militarização no Mar
Negro nos limites
territoriais de membros
da organização
(Bulgária, Romênia,
Grécia e Turquia), e
mais intensamente na
região do Estreito de
Bósforo:

Militarização no Mar
Báltico, também nos
limites territoriais de
aliados do norte
europeu (Estônia,
Letônia, Lituânia e
Noruega)
Operação Vostok e as tensões no mar Báltico: exercícios militares realizados pela Rússia, China e
Mongólia que vão da província de Kaliningrado a oeste, passando pela Sibéria até a península
russa mais a leste = contrarresposta perante as recentes ações militares da OTAN.
Crescentes tensões militares entre OTAN e Rússia na porção oriental do continente:

A Convenção de Montreux sobre o Regime dos Estreitos é um tratado de 1936 que confere à Turquia o
controle dos estreitos do Bósforo e do Dardanelos e que regula a atividade militar na região. Além de
permitir à Turquia remilitarizar os estreitos, também permite impor novas restrições à passagem de navios
beligerantes. Assim a convenção outorga à Turquia o pleno controle dos estreitos e garante a livre passagem
de navios civis em tempos de paz, mas restringe fortemente a passagem de navios militares não-turcos e
veda o trânsito de algumas classes de aeronaves. Ou seja, limita as ações da OTAN na região.
O poder da Rússia pós-União Soviética. E a hegemonia de Putin
Referências bibliográficas:

- Livros:

Eric Hobsbawn - A Era das Extremos, o breve século XX 1914 - 1991

Tim Marshall - Prisioneiros da Geografia: 10 mapas que explicam o que você precisa saber sobre política global

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