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A Alemanha foi o país mais visado pelo tratado de Versalhes: perdeu territórios (para
a Polónia, Dinamarca, Checoslováquia, Bélgica); foi obrigada a devolver à França as ricas regiões
da Alsácia e Lorena; ficou separada da Prússia Oriental pelo corredor de Danzig; perdeu todas
as suas colónias, a frota de guerra, parte da frota mercante; a sua capacidade militar foi muito
reduzida; a França, durante 15 anos, iria explorar as minas de carvão do Sarre e a Alemanha foi
obrigada a pagar elevadas indemnizações pelos danos e destruições da guerra.
A geografia política após a 1ª Guerra Mundial (da Europa dos impérios à Europa dos Estados)
Após a guerra, verificou-se, na Europa, o triunfo e aumento dos regimes liberais, com
características democráticas, em detrimento dos regimes mais autoritários e conservadores.
Na sua grande maioria, os novos Estados constituíram-se como repúblicas parlamentares,
assentes no sufrágio universal.
No último dos 14 pontos que serviram de base às negociações de paz, propostos pelo
presidente dos EUA, Wilson, era feito um apelo à formação de uma <organização geral das
nações=, o que veio a concretizar-se em 1919, com a SDN. Esta organização tinha como objetivo
fundamental desenvolver a cooperação entre as nações e garantir a paz e a segurança.
Eventuais conflitos que surgissem, seriam resolvidos pela SDN, através do Tribunal Permanente
de Justiça Internacional. Para os Estados que infringissem os acordos, eram definidas sanções.
- a questão das minorias nacionais não foi completamente considerada: muitos povos
ficaram espalhados por vários países (por.ex, a Checoslováquia com milhões de alemães, a
Jugoslávia com eslovenos, sérvios, croatas&);
Para além das alterações geopolíticas atrás referidas, a 1ª Guerra Mundial também
provocou profundas transformações na situação económica e financeira da Europa:
- uma inflação galopante, devido ao excesso de procura face à oferta (aumento do custo
de vida, agravando a pobreza e a miséria). Muitos governos tentaram resolver o problema
aumentando a quantidade de moeda em circulação, só que isso não era acompanhado pelo
desenvolvimento da riqueza produzida – desvalorização monetária, agravando ainda mais a
inflação;
Se até à 1ª guerra mundial a Europa ainda podia ostentar a sua hegemonia industrial,
comercial e financeira, a partir de 1914 passou para uma irreversível situação de dependência
em relação aos EUA. Estes, que durante a guerra forneceram à Europa matérias-primas,
alimentos e armas, passam a contar, no fim do conflito, com um excelente mercado para
continuarem a colocar os seus produtos, bem como financiar a reconstrução da Europa.
Foram os tempos da prosperidade americana (<os loucos anos 20=), marcada por novos
e incessantes progressos técnicos sob o signo da organização racional das empresas (fordismo
e taylorismo).
fazia-se com muitas dificuldades, devido à escassez de produtos e às fracas vias de comunicação
e transporte, num território tão vasto.
O novo governo, liderado por Kerensky, opta por manter a Rússia na 1ª Guerra
Mundial.
O comunismo de guerra
Lenine, entretanto, tomou uma série de medidas de caráter ditatorial: abolição dos
partidos políticos (exceto do Partido Comunista), dissolução da Assembleia Constituinte,
proibição de jornais <burgueses= (censura), criação de uma polícia política (Tcheca), para
prender e punir os opositores (<terror vermelho=).
O centralismo democrático
Para Lenine, democracia significava o exercício do poder por parte do povo (operários,
camponeses, soldados e marinheiros). Por isso, em todas as fases da revolução, não
<abandonou= o termo democracia.
A regressão do demoliberalismo
Em consequência, ao longo dos anos 20, a Europa foi sacudida por uma vaga
revolucionária que evidenciava as dificuldades dos regimes liberais. Inspirados na revolução
russa, países como a Alemanha, a Hungria e a Itália, viveram momentos de contestação e
revolta, todas elas fracassadas.
Nas últimas décadas do século XIX e no início do século XX, as cidades vão
conhecer um crescimento assinalável, surgindo grandes metrópoles, com milhões de
habitantes. Muitos destes, vindos de zonas rurais, estão completamente desenraizados, tendo
de se adaptar a tudo: novos hábitos, novo trabalho, novo ritmo de vida& Assim, as
solidariedades típicas do mundo rural, <onde todos se conhecem=, desaparecem, dando lugar a
relações marcadas pelo anonimato e pelo individualismo.
As populações urbanas procuram viver de forma intensa e frenética, <os loucos anos
20=, caracterizados pelo aparecimento de novos divertimentos (desportos, dança – Charlton,
Foxtrot – música – jazz). São os tempos da moda, intensamente vivida pelas mulheres, tudo isto
para escândalo dos mais conservadores e puritanos.
Nos inícios do século XX, a Europa mostrava-se ao mundo como uma montra de
prosperidade económica e bem-estar social. Os avanços na ciência e na técnica faziam crer que
a prosperidade alcançada jamais teria fim. Eram os tempos da <Belle Époque=. Subitamente,
entre 1914 e 1918, tudo ruiu. A guerra veio pôr em causa todas as certezas e todo o otimismo
das décadas precedentes.
A emancipação feminina
Os movimentos feministas remontam ao século XIX, mas é nas 1as décadas do século
XX que se intensificaram. Desta luta resultaram várias vitórias para as mulheres: o direito a
votar e de ocupar cargos políticos (movimentos sufragistas), igualdade no trabalho (salário&) e
na família (tutela dos filhos&), frequentam as festas, clubes noturnos, viajam sozinhas, praticam
desporto, fumam e bebem livremente e em público, preocupam-se com a moda (mais ousada),
passam a usar cabelo curto (à garçonne), adotam o soutien&
As conceções psicanalíticas
Modernismo foi o nome pelo qual ficou conhecido o movimento estético e literário do
início do século XX.
Principais pintores: Ernest Kirchner, Emil Nolde, Auguste Macke, Otto Dix.
Principais pintores: Salvador Dali, Marc Chagall, René Magritte e Joan Miró.
Nesta conjuntura, os governos republicanos deixavam transparecer uma cada vez maior
inoperância em resolver os problemas do país.
A 1ª Guerra Mundial agravou a instabilidade política. Mas antes de Portugal entrar neste
período, o General Pimenta de Castro dissolvia o parlamento e instalava uma ditadura
militar. Sidónio Pais, destituiu o presidente da República, dissolveu o Congresso e fez-se eleger
como presidente. Sidónio apoiou-se nas forças mais conservadoras da sociedade portuguesa,
nomeadamente nos monárquicos. Foi visto como um salvador da pátria. Os monárquicos
aproveitaram-se da desagregação dos partidos republicanos e ensaiaram uma Monarquia do
Norte!
A agitação social estava patente nas manifestações e greves que se sucediam a ritmo
elevado. Atos de violência, terrorismo e de vandalismo faziam piorar a situação do país.
Com este cenário, levantavam-se vozes a pedir um governo forte, autoritário, capaz de
repor a ordem.
Nos inícios do século XX, em Portugal, a produção literária e artística estava ainda muito
marcada pelo classicismo racionalista e naturalista, que evidenciavam forte resistência à
inovação.
O 2.º grupo modernista desenvolve-se entre 1927 e 1940 (Ditadura Militar e Estado
Novo), em torno da revista «Presença». Destacam-se Miguel Torga, José Régio e Aquilino
Ribeiro e Ferreira de Castro.
Nas artes plásticas, no início do século XX, dominava em Portugal a pintura figurativa
que tinha a sua expressão no pintor José Malhoa. A situação alterou-se quando, em 1911 e
depois em 1914, vários pintores e escultores portugueses que se encontravam em Paris
regressam ao país, fugindo da guerra, trazendo consigo novos valores estéticos. Foi o início do
modernismo em Portugal. Entre outros, vieram de Paris, Dórdio Gomes, Diogo de Macedo,
Francisco Franco, Amadeu de Souza-Cardoso, Santa-Rita Pintor, Eduardo Viana. A eles se
juntou Almada Negreiros.
encontraram comprador. Poucos dias depois foi a vez de 16 milhões de ações terem o mesmo
destino. Esta catástrofe financeira ficou conhecida como o <Crash= de Wall Street.
A ruína dos acionistas significou a ruína de muitos bancos, pois quem tinha pedido
créditos não tinha agora possibilidades de os pagar. Muitos bancos também eram detentores
de ações de empresas. Faliram milhares de bancos nos EUA.
Esta crise financeira agravou ainda mais a crise económica: com as falências bancárias,
a economia paralisou, pois agora as empresas já não podiam recorrer ao crédito para e
capitalizarem. Isto originou ainda mais falência de empresas, principalmente das que tinham
uma frágil situação financeira.
A mundialização da crise
O comércio a nível mundial teve uma grande quebra. Os políticos tomaram algumas
medidas que se revelavam desastrosas: por exemplo, os americanos aumentaram quase para o
dobro os impostos aplicados aos produtos que exportavam (muito países ficaram sem
capacidade para os adquirir). Outro exemplo: diminuir salários – não ajudava à retoma do
consumo.
As opções totalitárias
-o pluripartidarismo: que gera divisões e discussões inúteis que põem a causa a coesão
nacional;
- o imperialismo: a nação, sendo superior, deve ser ambiciosa e expandir-se através das
conquistas militares, para subordinar as nações inferiores;
Na Itália, aos 4 anos, as crianças ingressavam nos <Filhos da Loba= (já com uniforme).
Dos 8 aos 14 pertenciam aos <Balilas=, aos 14 eram <Vanguardistas= e aos 18 ingressavam nas
Juventudes Fascistas.
Também havia repressão e censura sobre a produção intelectual: havia organismos que
controlavam as publicações escritas, a rádio, o cinema&, proibindo tudo o que fosse contrário
às ideias do regime.
Por outro lado, o regime usava a mais moderna tecnologia audiovisual para divulgar a
sua ideologia e a imagem do líder.
Foi na Alemanha nazi que o culto da violência e a negação dos direitos humanos
tiveram maior expressão, pelo caráter militarista e racista (levado ao extremo) que o regime
adotou.
Os nazis acreditavam descender de uma raça superior, a raça ariana, a qual tinha a
obrigação de governar o mundo e eliminar as raças inferiores.
Assim, os nazis praticaram uma verdadeira eugenia (<ciência= que procura melhorar as
características de uma raça) – para isso, realizaram intensos estudos para determinar as
características da raça ariana – encontrados os indivíduos perfeitos, estes eram <acasalados=, a
fim de obter novos cidadãos perfeitos.
O estalinismo
A indústria foi o setor onde mais se fez sentir esta planificação da economia: no 1º plano
quinquenal (1928-1932), deu-se prioridade à indústria pesada (siderurgia, hidroeletricidade&).
O 2º plano apostou no desenvolvimento da indústria ligeira e de bens de consumo (vestuário,
calçado&). O 3º plano, interrompido pela 2ª Guerra Mundial, visava o desenvolvimento do setor
energético, e indústria química.
- partido único;
-Afirmou-se o culto da violência e da violação dos direitos humanos (ação feroz da NKVD
– polícia política);
A Grande Depressão dos anos 30 marcou o fim do capitalismo liberal, triunfante desde
o século XIX: perante as crises cíclicas do capitalismo, os próprios teóricos do liberalismo
começam a defender um papel ativo do Estado na regulação das atividades económicas, de
modo a evitar as desigualdades sociais e o agravar das crises económicas.
Os grandes objetivos do New Deal eram: combater o elevado desemprego, que afetava
cerca de 13 milhões de americanos e, com isso, estimular o consumo.
Assim, numa 1ª fase, o New Deal contemplou uma série de medidas de caráter
económico e financeiro:
Para além dos EUA, alguns países europeus também optaram por políticas de
forte intervenção estatal, para fazer face à grave situação económica e social. Foi o caso da
França: contestados pela opinião pública, os governos enfrentavam críticas vindas de todos os
quadrantes. Temia-se uma solução autoritária, de cariz ditatorial.
Perante esta conjuntura, iniciou-se uma mobilização dos cidadãos, que culminou numa
coligação dos partidos de esquerda, denominada Frente Popular (com partidos comunistas,
socialistas e radicais), que triunfou nas eleições de 1936. O objetivo principal era deter o avanço
do fascismo em França.
Entre 1936 e 1938, destacou-se a ação do socialista Léon Blum. Depois de um surto
grevista, o governo da Frente Popular deu um grande impulso à legislação social (<Acordos de
Matignon=) – determinou-se a assinatura de acordos coletivos de trabalho, aceitava-se a
liberdade sindical, limitava-se o horário de trabalho (40 horas semanais), direito a 15 dias de
férias anuais pagas e previam-se aumentos salariais.
Em Espanha, em 1936, também triunfou uma Frente Popular, que enfrentou as forças
conservadoras (separou a Igreja do Estado, decretou o direito à greve, aumentou salários&.).
Todavia, houve uma forte reação por parte da Frente Nacional - monárquicos, conservadores
e falangistas (partido com ideologia fascista), dando origem a uma sangrenta guerra civil.
O livro, com uma linguagem simples e atrativa, tornou-se um produto de consumo mais
habitual e popular. O século XX inaugura o jornal de grande tiragem (nas grandes cidades,
alguns chegam a vender mais de um milhão de cópias por dia); proliferaram as revistas.
A rádio tornou-se o mais popular dos meios de comunicação, com milhões de ouvintes
em todo o mundo na década de 1930. Acessível mesmo aos analfabetos, a rádio tornou-se num
importante meio de difusão cultural, transmitindo notícias, música, novelas, anúncios
publicitários&
Foi também com o impulso dos media que o desporto se transformou num fenómeno
de massas: o futebol, o boxe ou o ciclismo arrebatavam multidões. Os espetadores aplaudem,
assobiam, sofrem, rejubilam, descarregando as tensões e frustrações do quotidiano. Os atletas
também se tornam exemplos a seguir: muitos deles são oriundos de classes pobres,
alimentando o sonho da ascensão social.
Cresceu, por isso, a ideia que a arte e a literatura tinham também uma missão social e
não meramente estética. A grave crise de 1929 acentuou este sentimento.
Deste modo, fez-se sentir por toda a Europa um novo realismo, retratando-se a
sociedade do pós-guerra. Nos EUA também se retratavam os efeitos da Grande depressão. A
convicção de que o artista devia contribuir para a sociedade levou ao ressurgimento da pintura
mural, em edifícios, logo mais visível (o New Deal incluía mais de 2000 encomendas de pinturas
murais, inspirados em Diego Rivera).
O golpe militar de 28 de maio de 1926, que colocara os militares no poder, não acabou
com a instabilidade política, social e económica do país. Politicamente impreparados e com
acentuadas divergências, os militares davam sinais de não cumprirem com a promessa de
regenerar Portugal. O défice financeiro não parava de aumentar.
- Nacionalista – exaltação dos valores nacionais, dos heróis do passado (época dos
descobrimentos, formação da nação&), da cultura nacional. Estes valores eram transmitidos na
escola, para formar consciências identificadas com a tradição, obediência, o respeito pela
autoridade, o patriotismo&
iniciativas industriais deveriam enquadrar-se num modelo definido pelo Estado. Qualquer
indústria necessitava da autorização prévia do Estado para se instalar, reabrir, efetuar
ampliações, mudar de local ou até para comprar máquinas&! (Estado fortemente dirigista e
intervencionista). Objetivos: garantir o controlo da indústria por nacionais, evitar a
superprodução, a queda de preços, o desemprego e a agitação social. Todavia, não podemos
esquecer que este condicionamento industrial se enquadra no caráter ruralista, anti urbano e
anti-industrial do Estado Novo. Contribuiu para a pouca modernização do país, com processos
de fabrico antiquados e baixos níveis de produtividade.
As grandes obras públicas: tal como o regime nazi e o regime fascista de Mussolini,
Salazar também enveredou por uma política de grandes obras públicas, para transmitir a
imagem de um país moderno e diminuir o desemprego. Assim, melhorou-se a rede de estradas,
a rede ferroviária, os portos marítimos, a rede telefónica, iniciou-se a eletrificação do interior,
construíram-se grandes complexos hidráulicos e desportivos, deu-se atenção à preservação dos
monumentos nacionais&
A França e a Inglaterra acabaram por dar o seu <consentimento= a estas agressões, nos
Acordos de Munique (1938): permitiram que a Alemanha ocupasse os Sudetas, pensando que
Hitler não quisesse mais... Só que o ditador apresentava cada reivindicação como se fosse a
última!
A SDN mostrou-se impotente para travar estes desejos imperialistas dos ditadores.
Sem a presença dos EUA e com o abandono da Alemanha e do Japão, a SDN não conseguiu uma
atuação firme, concertada, que impedisse os atropelos ao Tratado de Versalhes.
A guerra civil espanhola foi outro episódio que marcou os anos anteriores à 2ª Guerra
Mundial: em 1936, um movimento militar nacionalista insurgiu-se contra o governo da Frente
Popular. Dirigidos pelo General Franco, os nacionalistas contaram com o apoio económico e
militar de Hitler e Mussolini. Esta guerra foi uma espécie de teste para o que viria a seguir& A
Inglaterra e a França mais uma vez hesitaram optando pela não intervenção no conflito, o que
facilitou a vitória dos franquistas.
A partir de 1942, dá-se a contraofensiva dos Aliados. Nos dois últimos anos do conflito,
as forças do Eixo sofreram derrotas irreversíveis. O desembarque da Normandia das forças
aliadas (6 de junho de 1944) e os avanços dos soviéticos para ocidente, foram momentos
determinantes. A Alemanha capitulou a 8 de maio de 1945. Em agosto, o lançamento de
bombas atómicas conduziu o Japão à rendição.
Introdução: Com o fim da 2ª Guerra Mundial, são duas as potências que vão passar a
dominar o mundo: os EUA, que mais uma vez foram determinantes para o desfecho do conflito
e a URSS, que desempenhou um papel relevante para a derrota dos nazis. Os feitos militares do
Exército Vermelho serão pretexto para levar a revolução comunista a outros países. Perante a
ameaça de expansão do comunismo, os americanos vão abandonar o seu tradicional
isolamento e irão começar a alargar a sua influência em diversas regiões do globo.
- realização de uma conferência para aprovar a Carta das Nações Unidas, tendo em vista
a futura ONU;
- fixação das fronteiras da Polónia (com a URSS a ficar com territórios a leste);
Estaline foi o grande vencedor desta conferência, numa altura em que o seu exército
<dava cartas= na luta contra a Alemanha nazi.
No novo mapa político da Europa, eram visíveis duas áreas bem delimitadas: a ocidente
países devastados pela guerra e que irão cair na esfera de influência dos EUA, a oriente uma
Europa também destruída, liberta da ocupação nazi pelo Exército Vermelho, onde os governos
comunistas ascenderão ao poder, sob a influência soviética.
- manter a paz, reprimindo atos de agressão, sempre que possível por meios pacíficos;
O ideal da cooperação económica: a crise económica quase generalizada fez com que
os países iniciassem uma nova era na economia, baseada na cooperação internacional. O dólar
passou a ser a moeda-chave. O FMI e o BIRD são instituições que se inserem neste novo
paradigma de cooperação (ao FMI podem recorrer os bancos centrais dos países com
dificuldades e o Banco Mundial destina-se a financiar projetos de fomento económico a longo
prazo).
Em 1949, a URSS respondeu ao Plano Marshall, lançando o Plano Molotov, que deu
origem ao COMECON, instituição destinada a promover o desenvolvimento económico dos
países comunistas.
A Guerra Fria
Tratou-se de uma guerra fria porque os dois países não recorreram diretamente às
armas. No entanto, um contra o outro, lançavam agressivas campanhas ideológicas,
intensificaram a corrida ao armamento (incluindo armas atómicas), desenvolviam ações de
espionagem, fizeram com outros países alianças estratégicas de caráter político-militar e
intervieram em conflitos regionais.
Guerra da Coreia (1950-1953): a URSS, que tutelava o norte desde o fim da guerra, os
EUA tutelavam o sul. Desta guerra confirma-se a divisão do povo coreano em duas nações.
O mundo capitalista
A política de alianças: após Truman ter enunciado a sua doutrina, os americanos vão-se
empenhar na contenção do comunismo. O Plano Marshall foi o primeiro passo nesse sentido,
dando a possibilidade aos países ocidentais de recuperarem a sua economia, assente nos moldes
capitalistas.
Outra preocupação americana tem a ver com a questão político-militar. Por isso, os
americanos vão estabelecer uma serie de alianças, uma verdadeira <pacto-mania=, um pouco
por todo o mundo (ver mapa pág. 39). Destaque para a NATO (Tratado do Atlântico Norte).
Estas alianças eram acompanhadas por acordos de caráter económico, para o estabelecimento
de bases militares em pontos estratégicos, contra a ameaça comunista (por exemplo, a Base
das Lajes nos Açores)
-influência militar: através do Pacto de Varsóvia (1955), aliança militar dos países do
bloco comunista.
No entanto, o comunismo acabou por ser imposto à força, através da doutrina Jdanov,
uma vez que os partidos comunistas eram minoritários. Estabeleciam-se, assim, as chamadas
<democracias populares=: apesar de haver pluripartidarismo e eleições livres, os partidos
comunistas foram-se impondo, dominando o aparelho de Estado, contando com o apoio do
exército soviético. A gestão do Estado pertencia às classes trabalhadoras, que <exerciam= o
poder através do Partido Comunista, o qual, supostamente, representava os seus interesses.
O comunismo na Ásia
Outros países asiáticos vão enveredar pelo comunismo, não em resultado da influência
soviética, mas de movimentos revolucionários: China, em 1949, sob o comando de Mao Tsé-
Tung, que acabaria, nos primeiros anos de regime, por se aliar à URSS.
Os bloqueios económicos
Perante este cenário, o novo líder soviético, Kruchtchev, vai alterar a política económica
do mundo comunista: o seu plano incluía uma aposta mais séria na agricultura, nas indústrias
de bens de consumo e na habitação. Por outro lado, diminuiu as horas de trabalho, a idade da
reforma e aumentou a autonomia dos gestores face aos funcionários do Estado (a
Nomenklatura). No entanto, os resultados ficaram aquém das expetativas. Os bloqueios,
demasiado enraizados, acabariam por, décadas mais tarde, ajudar à falência dos regimes
comunistas.
Depois dos EUA, também os soviéticos fizeram explodir, em 1949, a sua primeira bomba
atómica. De imediato, os cientistas americanos procuraram uma arma ainda mais destrutiva, o
que resultou na bomba de hidrogénio (Bomba H), em 1952. Logo no ano seguinte, os russos já
possuíam essa bomba.
O poder de destruição das novas armas introduziu na política mundial uma nova
característica: a dissuasão – cada país ameaçava usar o seu armamento, sem hesitar, se
houvesse alguma violação da sua área de influência. Segundo as palavras de Churchill, o mundo
vivia um <equilíbrio instável do terror=.
Nos anos que se seguiram, a aventura espacial alimentou o orgulho das duas nações.
Nos primeiros tempos, a URSS manteve-se na liderança. Em 1961 fizeram de Yuri Gagarin o
primeiro ser humano a viajar na órbitra terrestre. Todavia, no final da década de 60, coube aos
americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin o feito de serem os 1os a pisar a Lua.
Os setores nos quais os japoneses mais se destacaram foram a indústria pesada (construção
naval, máquinas-ferramentas, química&), bens de consumo (televisores, rádios, frigoríficos,&),
automóveis, eletrónica.
O comunismo chinês foi marcado pela figura de Mao Tsé-Tung, grande teórico marxista,
a par de Lenine ou Estaline.
A ascensão da Europa
Nos cerca de 30 anos que se seguiram à 2ª Guerra Mundial, surgiram dezenas de novos
países na Ásia e em África, unidos pelo passado colonial e atraso económico. Passaram a
constituir o chamado Terceiro Mundo, que incluía as regiões mais populosas mas mais pobres
do mundo.
Aos poucos, os países do Terceiro Mundo foram ganhando consciência da sua condição,
reclamando um papel mais ativo na política internacional. Assim, em 1955, 29 países afro-
asiáticos reuniram-se em Bandung, condenando o colonialismo, rejeitaram a política de blocos,
acabando por originar o Movimento dos Não Alinhados (Conferência de Belgrado, 1961): sem
pretenderem uma neutralidade passiva, os países do Terceiro Mundo afirmaram o desejo de se
mostrarem ativos no panorama internacional, mas sem estarem vinculados ou sujeitos a
qualquer um dos blocos (capitalista e comunista).
O principal fator para esta crise foi o <choque petrolífero=: principal fonte de energia
utilizada, viu os países produtores do Médio Oriente baixar a sua produção, em retaliação pelo
apoio ocidental à causa de Israel.
O grande aumento do preço do petróleo fez disparar os custos de produção dos artigos
industriais.
Deste modo, a política agrária esgotou-se em subsídios e incentivos que poucos efeitos
tiveram, beneficiando invariavelmente os grandes proprietários do sul.
Na década de 60, quando o país enveredou pela via industrializadora, a agricultura foi
relegada para segundo plano, daí resultando um decréscimo brutal do Produto Agrícola
Nacional, agravando seriamente o défice agrícola.
Foi do norte e das ilhas que mais se emigrou, em direção a países da Europa (com
destaque para França), mas também para a América.
Por detrás deste intenso fluxo migratório está a atração pelos altos salários dos países
industrializados, a repressão política no país e a fuga ao recrutamento para a guerra colonial.
Grande parte desta emigração fez-se clandestinamente, pois para se emigrar havia que
cumprir imensos requisitos, como por exemplo habilitações mínimas (exame da 3ª classe). Com
o início da guerra colonial também era necessário o serviço militar cumprido. Sair <a salto=
tornou-se a opção para milhares de portugueses.
O surto industrial e urbano: esta mudança de atitude começou a ganhar forma quando
o setor agrícola se mostrou incapaz de responder às necessidades económicas do país e quando
se confirmaram as dificuldades dos países que nos forneciam bens e equipamentos industriais
em continuar a fazê-lo, devido à 2ª Guerra Mundial.
Numa 3ª fase, já com Caetano à frente do governo, lançou-se o III Plano de Fomento.
Este confirmou a internacionalização da economia portuguesa, dando-se prioridade à indústria
privada, ao crescimento do setor terciário e à aposta nas exportações, num esforço de tornar
competitivos os produtos nacionais no mercado, cada vez mais assente na livre concorrência.
Foi nesta fase que surgiram os grandes grupos económicos, como o complexo de Sines
e a Siderurgia Nacional, graças aos apoios dados aos privados e à concentração industrial.
Pouco a pouco, o conservadorismo que o regime tanto estimava foi cedendo lugar a
uma mentalidade mais cosmopolita e ousada.
O fomento económico nas colónias: até à década de 40, o regime desenvolveu um colonialismo
típico – exploração dos recursos das colónias e desencorajamento do desenvolvimento
industrial. Depois da Grande Guerra, a conjuntura internacional (vagas de descolonização) teve
reflexos numa mudança da política ultramarina: havia que demonstrar à comunidade
internacional que Portugal se preocupava com o desenvolvimento dos seus territórios, extensão
do seu território metropolitano.
Quando, em 1945, a maior parte dos países europeus festejou o triunfo das
democracias sobre as ditaduras fascista e nazi, parecia que estavam reunidas as condições para,
em Portugal, Salazar encetar uma maior abertura do regime, rumo à sua democratização.
De facto, Salazar deu a entender ter compreendido <a mensagem= e esforçou-se para
mudar a imagem do regime, tomando medidas como:
Todavia, na prática, tudo não passou de boas intenções: não foi dado tempo aos partidos
da oposição para se organizarem e formarem listas, os cadernos eleitorais não foram
atualizados, a campanha foi feita com apertada vigilância da PIDE& O MUD acabou por desistir
das eleições.
Apesar de saber que as eleições seriam uma fraude e da forte repressão policial, H.
Delgado levou a candidatura até ao fim. O resultado revelou mais uma vitória esmagadora do
candidato do regime, mas serviu para abalar a credibilidade do governo. Para evitar mais
sobressaltos, fez uma alteração à Constituição: o Presidente passaria a ser eleito por um colégio
eleitoral restrito e não por sufrágio direto.
A questão colonial: o impacto da 2ª Guerra Mundial e a aprovação da Carta das Nações Unidas
alteraram a conjuntura internacional – embora contra a sua vontade, as potências coloniais
europeias começaram a aceitar a independência das suas colónias. Neste contexto, o Estado
Novo viu-se obrigado a alterar a sua política colonial.
Politicamente, havia duas teses divergentes, após o início da guerra colonial: a tese
integracionista (que defendia a integração das colónias no Estado português) e a tese federalista
(que defendia a progressiva autonomia das colónias).
Esta guerra exigiu muitos sacrifícios ao país: 7% da sua população mobilizada, absorveu
40% do Orçamento do Estado, milhares de mortos e feridos. À medida que os anos iam
passando, até se começou a admirar a tenacidade com que Portugal defendia os seus territórios,
mas o que saltava mais à vista era o cada vez maior isolamento do país no panorama
internacional.
A primavera marcelista:
Nos primeiros meses de mandato, deu sinais de maior abertura do regime: fez regressar
do exílio vários presos políticos (como Mário Soares e o Bispo do Porto), moderou-se a atuação
da polícia política (que se passou a chamar Direção-Geral de Segurança – DGS), ordena o
abrandamento da censura (agora designada Exame Prévio), abriu a União Nacional (que se
passou a designar Ação Nacional Popular-ANP) a políticos de ideias mais liberais.
No entanto, o ato eleitoral acabou por revelar vários atropelos ao espírito democrático
e o resultado foi o mesmo de sempre: a totalidade dos deputados eleitos pertencia à União
Nacional.
Incapaz de evoluir para um sistema mais democrático, o regime tinha ainda outro
problema entre mãos: a guerra colonial. Quando assumiu o cargo, Caetano foi de encontro às
pretensões das altas patentes das Forças Armadas, ou seja, continuar a defender os territórios
ultramarinos, para salvaguardar os interesses da população branca. Paralelamente, foi redigido
um projeto para encaminhar esses territórios para uma <autonomia progressiva=, o que
desagradou à maioria conservadora da Assembleia Nacional, que boicotou o projeto.
É neste contexto, que os militares entenderam que se tornava urgente pôr fim à
ditadura e abrir caminho para a democratização do país.
O <Movimento das Forças Armadas=: os altos comandos das Forças Armadas (Costa
Gomes chefe e António Spínola Vice-Chefe), recusaram-se a participar numa manifestação de
apoio ao Governo. Como retaliação, foram exonerados dos cargos. Foi desta forma que o inicial
Movimento dos Capitães vai receber a adesão das principais unidades militares, evoluindo para
um <Movimento das Forças Armadas – MFA=.
O <25 de Abril=
A ação militar foi coordenada pelo major Otelo Saraiva de Carvalho, tendo tido início
por volta das 23h do dia 24, com a transmissão pela rádio da canção <E depois do adeus=, de
Paulo de Carvalho. Às 0:20 era transmitida a canção <Grândola, Vila Morena=, de José Afonso.
Estava dado o sinal que as unidades militares podiam avançar para a ocupação dos pontos
considerados estratégicos, como as rádios, a RTP, os aeroportos&
A única força que saiu em defesa do governo foi o Regimento de Cavalaria 7, derrotada
pelo destacamento da Escola Prática de Cavalaria de Santarém, comandada pelo capitão
Salgueiro Maia. Entretanto, no Terreiro do Paço, Marcello Caetano entregou pacificamente o
poder ao General Spínola. Entretanto, já o golpe militar era aclamado nas ruas pela população,
cansada da guerra e da ditadura. Foi uma revolução pacífica, conhecida como a <Revolução dos
Cravos=.
De imediato, deu-se início ao processo para acabar com as estruturas que tinham
suportado o regime deposto. Esta tarefa coube à Junta de Salvação Nacional, com Spínola na
presidência, na qualidade de representante do MFA. Medidas tomadas:
- Preparação de eleições livres para eleger uma Assembleia Constituinte, para redigir
uma nova Constituição;
Poucos dias depois da revolução, explodia uma onda de reivindicações por parte dos
trabalhadores, depois de décadas fortemente reprimidos. Cometiam-se excessos e a autoridade
política sentiu muitas dificuldades em controlar a situação. Muitos patrões eram pura e
simplesmente afastados das fábricas, das terras, a roçar a justiça popular&
Depois de ter reconhecido, contra a sua vontade, a independência dos povos africanos,
Spínola acabará por se demitir. A Junta de Salvação Nacional, indigitou Costa Gomes para o
cargo.
O 11 de março de 1975: militares afetos a Spínola e sob o seu comando, tentam levar a
cabo um golpe de estado com o objetivo de travar o ímpeto revolucionário de esquerda. O golpe
foi facilmente dominado pelo MFA e Spínola teve que se refugiar em Espanha.
continuava a ser detida pelos comunistas, ligados ao MFA e ao Conselho da Revolução que se
constituíam como os verdadeiros detentores do poder.
Expressão usada para designar a vaga de atividades revolucionárias levadas a cabo pela
esquerda radical com vista à conquista do poder e ao reforço da transição para o socialismo
marxista.
Assim, vamos assistir a uma forte intervenção do Estado na economia, com o objetivo
de eliminar a débil economia capitalista portuguesa:
Golpe militar protagonizado pela ala mais radical, em defesa de Otelo Saraiva de
Carvalho. Fracassou e foi o fim da preponderância política dos mais extremistas. O VI Governo
Provisório é entregue a Pinheiro de Azevedo. Era o fim da fase extremista da revolução.
A Constituição de 1976
Foi elaborada em pleno clima de radicalização política atrás descrito. Por isso, tem bem
presente o caráter ideológico no sentido do socialismo, principalmente nos aspetos económicos.
Assim, a Constituição reitera a <transição para o socialismo= e considera <irreversíveis= as
nacionalizações e as expropriações de terras já efetuadas. Também manteve como órgão de
soberania o Conselho da Revolução.
É nesta conjuntura que, no dia 27 de julho de 1974, o Conselho de Estado aprova a lei
que reconhece a independência das colónias. De imediato, intensificaram-se as negociações
com os movimentos reconhecidos por Portugal: PAIGC (Guiné e Cabo Verde), FRELIMO
(Moçambique) e MPLA, a FNLA e a UNITA (Angola). Em janeiro de 1975, assinou-se o acordo, no
Alvor, que determinava a data das várias independências.
O caso mais grave foi o de Angola: os 3 movimentos foram incapazes de ultrapassar as suas
divergências, o que originou uma guerra civil. Neste cenário, em setembro e outubro de 1975
estabeleceu-se uma autêntica ponte aérea entre Angola e Portugal, para os portugueses que
pretendiam regressar.
Assim, em 1982, o PS, o PSD e o CDS chegaram a acordo sobre as alterações a introduzir
na Constituição: relativamente a alguns princípios socializantes não houve novidades (o
processo de nacionalizações foi considerado irreversível, bem como a reforma agrária), mas esta
revisão suavizou os aspetos mais marcadamente ideológicos de esquerda revolucionária e
alterou bastante o funcionamento e a organização do poder político – o Conselho da Revolução
foi extinto (deste modo, os militares deixavam de interferir no poder político).
população russa ansiava por mais liberdade e melhores condições de vida. É neste cenário que,
em 1986, apresentou ao Congresso do Partido a sua linha de atuação: a Perestroika
(reestruturação económica) e a glasnost (maior transparência política).
A glasnost visava a participação mais ativa dos cidadãos na vida política: fim das
perseguições políticas, fim da censura, com o reconhecimento da liberdade de expressão e de
imprensa, combate à corrupção. Esta abertura democrática traduziu-se, em 1989, na realização
das primeiras eleições verdadeiramente livres e pluralistas.
Gorbachev pretendia igualmente o fim do clima de guerra fria, que ameaçava o mundo
desde o fim da 2ª Guerra Mundial.
em o acompanhar trazia inúmeras despesas e sacrifícios à população, que não tinha grande nível
de vida. Neste contexto, encetou uma política de diálogo e aproximação ao ocidente, propondo
aos americanos o reinício de conversações sobre o desarmamento (Tratado de Washington, em
1987).
O fim da URSS: a URSS era um vasto conjunto de povos, culturas e religiões que só um
regime com mão de ferro conseguiu manter unidos.
Os primeiros anos do século XXI são marcados pela hegemonia americana, assente
numa incontestada superioridade económica, militar, científica e tecnológica.
A União Europeia
É a partir de 1985, com a ação de Jacques Delors, presidente da Comissão Europeia, que
a CEE ganhou um novo impulso e vitalidade.
A nível político são evidentes as resistências das populações à perda da sua soberania,
principalmente os países mais desenvolvidos e com mais História. Neste aspeto destaca-se o
Reino Unido, que nunca se identificou muito com o projeto europeu (nem aderiu à moeda
única&) e que recentemente, através de referendo, optou pela saída da UE.
O Tratado de Lisboa (2007): foi controverso pois vários países tiveram dúvidas,
submeteram-no a referendo (Irlanda), temendo a perda de competências dos Parlamentos
nacionais. Para muitos, este tratado reforça o peso dos grandes países em detrimento dos
pequenos.
A partir dos anos 70, mais países do Este e Sudeste asiático vão acompanhar o Japão
no processo de industrialização e grande crescimento económico: os chamados <Dragões
Asiáticos= (Coreia do Sul, Hong-Kong, Singapura e Taiwan). Nos anos 80, juntaram-se a Malásia,
Tailândia, Indonésia e Filipinas (<Tigres Asiáticos=).
Os <Dragões Asiáticos= eram países com poucos recursos naturais e energéticos, mas
arrancaram para um surpreendente processo de desenvolvimento e crescimento económico,
assentes na produção e exportação de bens de consumo. Seguiram o modelo japonês:
A questão de Timor
Era colónia de Portugal desde 1512, constituída pela parte leste de uma ilha do
arquipélago indonésio. O pouco interesse por esta distante colónia fez com que, mesmo após a
revolução de 25 de abril de 1974, as estruturas coloniais permaneciam intactas, enquanto os
outros territórios já estavam em processo de descolonização.
Havia 3 forças políticas em Timor, reconhecidas por Portugal: a UDT (União Democrática
Timorense), que defendia a união com Portugal, passando Timor a ser uma região autónoma; a
APODETI (Associação Popular Democrática Timorense), que defendia a integração na Indonésia
e a FRETILIM (Frente Revolucionária de Timor Leste Independente), que defendia a
independência total de Timor.
integração. A ONU não reconheceu esta ocupação, defendendo o direito dos timorenses à
autodeterminação.
Refugiados nas montanhas, os timorenses vão iniciar uma resistência contra a ocupação
indonésia, liderados por Xanana Gusmão.
Nesta fase, a liberalização industrial e comercial fez-se sobretudo nas regiões do litoral.
Numa 2ª fase, o capital estrangeiro também foi investido em zonas do interior, para aproveitar
a abundante e barata mão-de-obra.
No passado, havia muitas nações espalhadas por vários estados e estados constituídos
por várias nações (grandes impérios do século XIX e, mais recentemente são exemplo a URSS e
a Jugoslávia).
A crise do mundo capitalista dos anos de 1970, afetou o Estado- Providência, devido às
dificuldades financeiras dos Estados. Acresce-se a diminuição das receitas estatais dos sistemas
de segurança social, devido a:
A globalização da economia
Os que dão relevo aos efeitos prejudiciais da globalização, afirmam que acentua as
desigualdades entre os países mais ricos e os mais pobres; a deslocalização de empresas abre
graves problemas sociais (colocar o lucro à frente dos interesses e necessidades das pessoas);
muitas economias nacionais são <asfixiadas= pelas grandes multinacionais; prejudica o ideal de
Estado- Nação, não se tendo em conta as características de cada região e o impacto ambiental
negativo do capitalismo desenfreado.
- os operários já não têm tanta consciência de classe como acontecia no século XIX e
inícios do século XX. Vivemos numa sociedade mais individualista. Há cada vez menos
trabalhadores a lutar pela melhoria das suas condições e cada vez mais os que estão
conformados com a sua situação;
- a precariedade do emprego leva a que muitos trabalhadores prefiram <não lutar= com
medo do despedimento.
Os novos tempos também não são propícios a lutas partidárias, tendo vindo a aumentar
o desinteresse pela política, principalmente entre os mais jovens.
Isto acontece porque: hoje em dia os partidos são mais eleitoralistas do que convictos
defensores de uma ideologia; o individualismo da sociedade faz com que as pessoas prefiram
<fechar-se= em círculos mais restritos e não em movimentos de massas; crescente descrença
nos políticos e nas suas promessas; o poder dos media faz com que já não seja necessário os
grandes comícios do passado.
avultadas verbas e apoios técnicos, vindos dos fundos estruturais, numa tentativa de aproximar
o país dos parâmetros de desenvolvimento dos seus parceiros.
Na última década do século XX, a economia portuguesa cresceu acima da média europeia, o que
se traduziu num aumento do investimento estrangeiro, baixa inflação, aumento das exportações
e diminuição da dívida externa.
- Portugal viu-se integrado num mercado altamente competitivo, onde a concorrência é forte;
-os sucessivos alargamentos da União Europeia constituem novas oportunidades para Portugal,
sobretudo na área comercial, mas também levantam novos desafios, pois aumenta a
concorrência;
-o governo português deixou de ser 100% soberano no que à adoção de muitas medidas diz
respeito, sendo condicionado pelas opções da União Europeia;
-os efeitos das crises internacionais fazem-se agora sentir com mais intensidade no nosso país.
A integração de Portugal na União Europeia não fez perder a sua histórica vertente
atlântica em matéria de política externa. Os tempos que se seguiram aos processos de
descolonização não foram propícios a esse relacionamento. Todavia, passada essa época
conturbada, Portugal voltaria a ter um relacionamento mais próximo com a lusofonia.
As relações com Timor-Leste, têm assentado na defesa e promoção dos valores culturais
portugueses, onde se inclui a língua e a cooperação na educação (muitos professores
portugueses naquele país), na ajuda à consolidação das instituições democráticas e o
desenvolvimento económico.
Deste modo, foram renovados os acordos sobre a utilização da Base das Lajes e
continuamos inseridos na NATO. Em relação à América Latina, Portugal faz parte da Organização
dos Estados Ibero-Americanos, participando ativamente nas respetivas cimeiras, tendo em vista
a internacionalização da economia portuguesa em mercados emergentes.