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C.P.M.G.

Miriam Benchimol Ferreira

Guerra de Kosovo

Alunos:
Anderson Paulo N°01
Bruna Silva Lira N° 02
Carlos Eduardo Araújo N° 05
Iasmim Muniz da Silva N° 14
Leandro Moraes N° 22
Pedro Gabriel N° 27

GOIÂNIA – 2018
Introdução
No dia 24 de março, na Iugoslávia, iniciou-se uma guerra. De um lado,
Kosovo, uma das províncias que constitui a Iugoslávia, lutando pela sua
independência, e de outro, o presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, que
não quer aceitar tal decisão kosovar. 
Kosovo é uma província que tem uma composição étnica e religiosa diferente
da maioria da Iugoslávia, que é sérvia. Os kosovares são de origem albanesa e
muçulmana, enquanto os sérvios são cristãos ortodoxos.
Como 90% da população de Kosovo é albanesa, iniciou-se um
movimento gerado pelos kosovares que busca a separação de sérvios e
albaneses, para que estes últimos tenham sua própria autonomia.

Milosevic afirma que considera Kosovo como o berço do nacionalismo


sérvio, pois lá, em 1389, eles foram derrotados pelos invasores do Império
Otomano. O presidente também argumenta que quer evitar que a Iugoslávia
perca mais territórios do que já ocorreu no começo dos anos 90. E por tais
razões, não quer ceder liberdade ao povo kosovar.

Desenvolvimento
A Guerra de Kosovo tem raízes bem mais antigas que o primeiro
ataque militar deflagrado pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico
Norte) na região em 1998 e que é considerado o estopim da guerra.

Os Bálcãs, como é conhecida a região banhada pelo Mar Adriático


(Bálcãs significa região de montanhas, ou montanhosa), abrigam diversas
etnias diferentes, como os albaneses, sérvios, croatas, eslovênios,
montenegrinos e macedônios, que por muito tempo permaneceram em
conflitos tanto pelas diferenças étnicas quanto religiosas.

Os romanos, que chamavam toda a região de Dácia, tinham-na como


um limite entre o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente.
Então, quando houve o Cisma da Igreja Católica, os habitantes da região
ficaram divididos entre a Igreja Católica favorável ao papado romano e a Igreja
Católica Ortodoxa. Mais tarde, no século XV a região ainda foi invadida pelos
turco-otomanos que obrigaram a população, principalmente da Albânia e da
Bósnia, a se converter ao islamismo como forma de garantir sua ocupação.

Para complicar ainda mais o cenário, a região que já havia sofrido sob o
domínio romano e turco-otomano, ainda foi vítima do domínio Francês, Turco e
de forma mais indireta, da Rússia. A autonomia da região viria mesmo a
acontecer apenas depois da I Guerra Mundial quando os Impérios, Austro-
Húngaro, Russo e Otomano terminaram.

Com a queda dos três grandes impérios que dominavam a região, os


Bálcãs finalmente puderam constituir um governo próprio que foi criado pelo
Tratado de Paris em 1919. O Tratado previu a autonomia do Reino da Sérvia,
da Croácia e da Eslovênia (que compreendia a Sérvia, Croácia, Eslovênia,
Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia) que depois passaria a se
chamar Reino da Iugoslávia. Mas, devido a um acordo assinado por Pavel
(príncipe regente da Iugoslávia) em 1941 a região ficou subordinada ao Eixo
provocando a rebelião da população que assumiu caráter antimonárquico e
antifascista.

A Croácia se aproveitando da situação e com o apoio dos nazistas,


declarou independência e iniciaram a perseguição aos sérvios,
judeus, ciganos e todos os que fossem antifascistas.

Em oposição aos nazistas surge a Liga Comunista da Iugoslávia,


liderada por Josef Broz, mais conhecido como Tito. Tito, o pai da nação
Iugoslava, consegue, em 1945, reestruturar as diversas etnias da região como
estados dentro da República Socialista Federada da Iugoslávia. Por quarenta
anos, sob o governo de Tito, a região consegue se estabilizar e Josef Broz
torna-se um herói após enfrentar os dois maiores tiranos da Europa naquele
período: Hitler e, depois Stálin, ao assumir um socialismo democrático ao
contrário do ditador russo.

Mas, com a morte de Tito a instabilidade retorna aos Bálcãs. O sistema


para a escolha do presidente Iugoslavo fracassa e, ao mesmo tempo, há a
dissolução da URSS o que aumenta a instabilidade da região e provoca uma
onda de declarações de independência: a Eslovênia em 1990, seguida pela
Croácia e pela Bósnia – Herzegovina.

Os sérvios então, liderados por Slobodan Milosevic declaram guerra aos


insurgentes, formando, mais tarde, a República Sérvio-Bósnia da Srpska. Foi aí
que começou a “Guerra do Kosovo” propriamente dita.

A comunidade Europeia temendo que uma nova Segunda Guerra


Mundial começasse decide intervir através da OTAN (Organização do Tratado
do Atlântico Norte) nos conflitos dos Bálcãs. Então, em 1995, a OTAN lança
seu primeiro ataque contra os sérvios-bósnios da Bósnia-Herzegovina. Em
seguida, uma crise eclode na província de Kosovo deflagrada pelos albaneses
(80% da população) com o objetivo de declarar a independência da região e
expulsar os sérvios.

A OTAN, então em 1998, alegando motivos humanitários e buscando


evitar uma limpeza étnica (se refere a expulsão ou eliminação de uma etnia de
um determinado território) promovida pelo Milosevic para expulsar os
kosovares, de etnia albanesa, e fazer dos sérvios a maioria em Kosovo, interviu
na guerra e obrigou Milosevic a aceitar o acordo de Rambouillet, que propõe
autonomia administrativa e cultural para a província de Kosovo, mas sem
independência (já que a OTAN e seus aliados temem que outras regiões
acabem sendo influenciadas e, consequentemente, independentes).

Tal acordo foi apresentado como sendo a última alternativa para


Milosevic depois de várias propostas lançadas pela OTAN e ignoradas pelo
presidente iugoslavo. A OTAN supôs que, bombardeando a Iugoslávia com
tropas aéreas, Milosevic se renderia e aceitaria as exigências da aliança, mas,
a resistência do presidente aos ataques surpreendeu a OTAN e esta, não tem
outro plano a não ser entrar com tropas terrestres no território iugoslavo.

A Rússia, mesmo sendo aliada da Iugoslávia (russos e sérvios são


eslavos e cristãos ortodoxos), não pode entrar no conflito militarmente, já que
depende da ajuda econômica dos Estados Unidos e do FMI.

E por meio da OTAN, os Estados Unidos procuram “administrar” a


guerra, patrocinando ataques contra a Iugoslávia, já que temem que o conflito
entre os sérvios e albaneses de Kosovo pudesse se expandir e acabar
envolvendo outros países da região e, consequentemente, desestabilizando a
Europa, um dos principais continentes responsáveis pela manutenção da
hegemonia americana no mundo.

A OTAN, principalmente os Estados Unidos, não deveria intervir numa


guerra em que a pátria, o território e a população dos países que compõem tal
aliança não está envolvida.

Certamente, a população vítima da guerra, os kosovares, conseguiria


chegar num acordo com a Iugoslávia, sem ter que sofrer bombardeios e mortes
geradas pela interferência da OTAN, já que estes quiseram entrar na guerra
como os senhores justiceiros responsáveis pela paz no mundo.
Estes bombardeios que iriam servir para intimidar a Iugoslávia estão
massacrando a própria população kosovar. Ou seja, a OTAN está,
simplesmente, facilitando o trabalho dos sérvios, que era fazer uma limpeza
étnica na Iugoslávia, especificamente em Kosovo.

Os kosovares estão sendo manipulados e usados pela OTAN e pelos


Estados Unidos para que estes últimos consigam atingir seus objetivos de
domínio, influência e manutenção da atual hegemonia americana no mundo.
Eles estão sendo, mais uma vez, egocêntricos e egoístas.

Conclusão

Aproveitando-se da situação, os albaneses mudam de foco (Kosovo


estava ocupado pela OTAN) e invadem a Macedônia. Sua intenção era criar a
Grande Albânia, agregando Kosovo, parte da Macedônia e a Albânia
propriamente dita. Mas a iniciativa é rechaçada pela OTAN que obriga os
albaneses-macedônios a evitar que uma nova guerra se instale. Assim, após
72 dias de ataques da OTAN o novo governo da Iugoslávia troca Milosevic,
acusado pelo Tribunal de Haia como criminoso de guerra, por uma quantia de
US$ 1,300 milhões.

Atualmente a região que por quarenta anos permaneceu unificada, se


divide em seis frágeis estados: a Croácia, a Bósnia-Herzegovina, dentro da
qual foi instituído o território independente da República de Srpska, a Sérvia -
Iugoslávia com as províncias de Montenegro e Kosovo, a Macedônia e a
Albânia.

Biografia:
https://www.infoescola.com/historia/guerra-do-kosovo/

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/historia/a-guerra-kosovo.htm

https://www.coladaweb.com/historia/guerras/guerra-de-kosovo

Guerra de Kosovo
No dia 24 de março de 1999, na antiga Iugoslávia, iniciou-se uma
guerra. De um lado, Kosovo, uma das províncias que constituia a Iugoslávia,
lutando pela sua independência, e de outro, o presidente iugoslavo, Slobodan
Milosevic, que não queria aceitar tal decisão kosovar.

A Iugoslávia apresentava duas regiões autônomas: Kosovo (de maioria


albanesa) e Voivodina (de minoria húngara). Montenegro assegurava ao país o
acesso ao Mar Adriático. Após o período de envolvimento direto e indireto no
conflito da Bósnia, o país atravessou grave crise econômica e social. Além
disso, um novo conflito surgiu no país. A região de Kosovo, na qual 90% da
população é albanesa, reivindica sua independência política.

Kosovo é uma província que tem uma composição étnica e religiosa


diferente da maioria da ex-Iugoslávia, que é sérvia. Os kosovares são de
origem albanesa e muçulmana, enquanto os sérvios são cristãos ortodoxos.

As divergências entre o governo central e os habitantes de Kosovo


aumentaram em virtude da perda da condição de região autônoma. Formou-se
uma guerrilha separatista, o Exército de Libertação do Kosovo (ELK), que
esteve em conflito com as forças armadas sérvias. O governo acusou a Albânia
de incentivar os rebeldes de Kosovo.

Os conflitos se multiplicaram em Kosovo, com massacres e devastação


de áreas urbanas e agrícolas. A OTAN, liderada pelos Estados Unidos,
interveio contra a então Iugoslávia, bombardeando várias regiões do país. O
governo sérvio, então, recuou na repressão contra os albaneses de Kosovo.

A OTAN, alegando motivos humanitários e buscando evitar uma limpeza


étnica (se refere a expulsão ou eliminação de uma etnia de um determinado
território) promovida pelo Milosevic para expulsar os kosovares, de etnia
albanesa, e fazer dos sérvios a maioria em Kosovo, interviu na guerra e
obrigou Milosevic a aceitar o acordo de Rambouillet, que propôs autonomia
administrativa e cultural para a província de Kosovo.

Na atualidade, Kosovo está sendo administrada pela ONU, com a


presença de tropas da OTAN e da Rússia, havendo a possibilidade de tomar-
se um país independente.

Após a crise em Kosovo, o governo liderado até então por Slobodan


Milosevick perde o poder após as eleições, ganhas pela oposição. A pressão
popular permite a ascensão da oposição e a democratização do país.
Milosevick foi preso, julgado no Tribunal Internacional de Haia por crimes de
guerra (envolvimento nos conflitos na Bósnia e Kosovo) e acabou falecendo na
prisão, em 2005.

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