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Telecomunicações

Rede de acesso (última milha) versus backbone.


Tecnologias adotadas nas redes de acesso.
Autor: Rodrigo Moreno Marques

Backbone é a “espinha dorsal” da rede da operadora de telecomunicações, ou seja, o núcleo dessa


rede (em inglês, core), geralmente representados nos diagramas por uma nuvem. Cada operadora de
telecom tem diferentes backbones dotados de diferentes tecnologias e recursos técnicos, com ou
sem garantia de velocidade, com ou sem qualidade de serviço (QoS), com diferentes custos.

Chamamos de última milha (last mile) ou rede de acesso a solução tecnológica (meios físicos e
equipamentos de telecomunicações) empregados na transmissão de sinais desde o backbone
(núcleo da rede) da operadora de telecom até a empresa (ou residência) do contratante do serviço. A
última milha pode ser implementada com meios físicos cabeados (cabos de pares metálicos, cabos
coaxiais, cabos de fibras óticas ou soluções híbridas) ou pode também adotar o meio físico aéreo
(tecnologias Wi-Fi, Wi-Max, telefonia celular ou satélite).

Ponto de Operação e Presença (POP – Point Of Presence) é a estação da operadora (situada em


um imóvel, em um container ou em um rack que pode ser indoor ou outdoor) com os equipamentos
da operadora que conectam os backbones às redes de acesso.

Apresentamos abaixo as principais tecnologias adotadas nas redes de acesso. Primeiramente


listamos cinco sistemas que empregam cabos de pares metálicos na rede de acesso:

1) Acesso discado V.92, muito usado na década de 1990, empregava os cabos de pares
metálicos da rede de telefonia fixa. Atinge até cerca de 50Kbps em transmissões discadas
assimétricas (velocidade de download diferente da velocidade de upload). Com esse tipo de
modem, não é possível usar o telefone e navegar na web simultaneamente.

2) Tecnologia ISDN (Rede Digital de Serviços Integrados) básica em 64Kbps ou 128Kbps;


O modem digital ISDN básico está em desuso. Ele adotava duas linhas telefônicas para formar um
canal discado simétrico de 2 X 64Kbps (128Kbps) com suporte a voz e Internet simultaneamente.
A cobrança era feita por minuto de uso para cada uma das duas linhas usadas, mais a assinatura
mensal de suas linhas fixas. Essa tecnologia está em extinção e não é mais ofertada no Brasil,
pois foi substituída pela opção dos modens xDSL, como o produto Velox ou Speed.

3) Tecnologia ISDN primária em 2Mbps;


Ainda é usada, principalmente em links digitais para os equipamentos PABX (telefonia
empresarial). Esse modem digital também emprega linhas discadas, mas em um link agregado
que pode ter até 30 canais de 64Kbps trabalhando de maneira integrada e simétrica, ou seja, até
30 x 64Kbps = 1.920.000bps (o mercado chama de “2Mbps”). Cobrança por minuto de uso em
cada uma das linhas, mais a assinatura mensal.

4) Emprego de modens digitais HDSL até 30 canais de 64Kbps, que podem trabalhar integrados.
Esse tipo de modem pode operar em links discados ou dedicados (24x7). Pode ter uma taxa útil
para o usuário de até 30 x 64Kbps = 1.920.000bps (“2 Mega”, no jargão do mercado), formando
canais simétricos. Apesar de atingir no máximo 2Mbps, esse tipo de modem tem duas vantagens
se comparado com os ADSL e ADSL2+: sua transmissão é simétrica (taxa de download igual a
taxa de upload) e ele pode operar em cabos de pares metálicos longos de até 4 a 5Km com
confiabilidade e baixa taxa de erros. Por esses motivos, os modens HDSL ainda são muito comuns

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no Brasil nos links que atendem empresas, apesar de não serem encontrados nos acessos
residenciais.

5) Emprego da família xDSL. Os modens ADSL tem suporte teórico de até 8Mbps para download
e 512Kbps para upload. A geração de modens ADSL2+ pode atingir até no máximo 24Mbps para
download e 1Mbps para upload. E os chamados modens VDSL que prometem 13 a 52 Mbps de
download e 1,5 a 2,3 Mbps de upload. Nota-se que nessas três tecnologias temos transmissão
assimétrica, ou seja, a taxa de download é bem maior do que a taxa de upload. Como toda
transmissão modulada, quanto maior a distância do cabo de rede externa, menor será a
velocidade de transmissão digital. Como os cabos das operadoras de telefonia fixa
(concessionárias) no Brasil têm até cerca 5Km, os modens ADSL não conseguem fornecer alta
velocidade para todos os clientes. O mesmo ocorrerá com os modens ADSL2+ e VDSL, caso seja
emprega rede de acesso com cabos longos. Cada assinante usa um par de fios não
compartilhado.

A sexta alternativa tecnológica para implementar uma rede de acesso é híbrida, ou seja, emprega
fibras óticas como rede de acesso primária e também emprega cabos de pares metálicos no trecho
final da rede até o endereço do contratante. Em outras palavras, um primeiro trecho da rede de
acesso será implementado em fibra ótica e o trecho final da rede será em cabo de pares metálicos.
Nesse caso, podemos adotar alguns modens mais velozes. Vejamos:

6) Como parte da rede de acesso adota fibras óticas, os trechos em cabos de pares metálicos
serão mais curtos (até cerca de 1km). Portanto, torna-se possível usar os modens ADSL em sua
capacidade plena (8Mbps) ou modens ADSL2+ que podem trabalhar em até cerca de 24Mbps.
Seguindo essa evolução tecnológica, empresas de telecomunicações (como a GVT/Vivo) adotam
o modens VDSL para links que prometem 13 a 52 Mbps de download e 1,5 a 2,3 Mbps de upload,
dependendo do comprimento dos cabos metálicos.

A solução adotada pelas operadoras de TV A CABO, descrita abaixo, também é uma tecnologia
híbrida. Mas nesse caso temos cabos de fibras óticas e cabos coaxiais:

7) Solução baseada em cable modem das operadoras de TV a cabo. Nesse caso, também se
trata de uma rede híbrida, sendo implementada em fibra ótica até o ponto de presença da
operadora e em cabo coaxial até na empresa ou residência contratante. Limitação: no Brasil a
cobertura está restrita apenas a algumas cidades e apenas a alguns bairros destas, mas essa é
uma tecnologia que está ganhando mais mercado. Nesse sistema, a faixa de frequências do cabo
coaxial é separada: uma faixa para os canais de TV e outra para o acesso à Internet. O cable
modem adota o padrão DOCSIS (Data Over Cable Service Interface Specification) que tem as
versões 1.0, 1.1, 2.0 e 3.0. A primeira versão oferecia 38Mbps de download e 9Mbps de upload,
enquanto a mais nova oferece 304Mbps para descida e 108Mbps para subida. Mas por que as
operadoras de TV a cabo não oferecem para o assinante essas velocidades? O problema é que
esses canais serão compartilhados, pois cada segmento de cabo coaxial pode ter centenas de
assinantes dividindo a mesma banda.

A oitava tecnologia a ser listada não depende dos pares metálicos. Trata-se do acesso ótico:

8) A fibra óptica também tem sido empregada em enlaces metropolitanos para redes corporativas
(empresariais) ou para os clientes residenciais de alto poder aquisitivo. Como os investimentos
nesse caso são altos, geralmente essa é uma solução só adotada nos projetos de redes que
envolvem altas receitas mensais. Com a adoção de links óticos, no caso da família Ethernet (IEEE
802.3) podemos ter 100Mbps, 1Gbps e 10Gbps. Também atingir dezenas ou centenas de Gbps
(exemplo: 1600Gbps = 1,6Tbps) quando adotamos a tecnologia chamada WDM. Tanto na família

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Ethernet (IEEE 802.3), quanto na tecnologia WDM, os links óticos podem atingir grandes
distâncias (até dezenas de Km), sem o risco de interferência eletromagnética.

A seguir listamos as soluções sem fio (wireless) para redes de acesso:

9) Sistemas baseados em acesso via satélite. Limitações: custos mensais altos, mesmo para
taxas de transmissão baixas. Outro problema sério e recorrente é a baixa velocidade (ou perda
total da conexão) em caso de formação de nuvens ou chuva forte.

10) Sistemas Wi-Fi, também chamada de transmissão “via rádio”. As principais limitações do
uso do Wi-Fi em redes de acesso são: obstáculos físicos que podem obstruir a “visada direta”
necessária, risco de interferência eletromagnética entre sistemas vizinhos, riscos à segurança dos
dados, instabilidade na velocidade efetiva, queda do desempenho em situações de chuva forte.
Apesar desses inconvenientes, nas localidades (principalmente no interior dos Estados) onde as
operadoras de telefonia fixa monopolizavam o mercado e impunham preços abusivos, a tecnologia
“via rádio” conquista cada vez mais um número significativo de clientes. Os links Wi-Fi podem
atingir até cerca de 80Km, desde que sejam usadas antenas de alto ganho e transmissores de alta
potência. As redes Wi-Fi também estão sendo ofertadas para os clientes das operadoras de
telefonia celular como uma opção para desafogar o tráfego nas redes de telefonia celular.

11) Rede móvel celular. Um problema nesse caso tem sido o custo mensal desse serviço no
Brasil, que é, ano após ano, apontado como um dos mais caros do mundo. As primeiras redes de
terceira geração de telefonia móvel (WCDMA) prometiam 2Mbps para download e 474Kbps para
upload. As redes 3G mais recentes LTE (Long Term Evolution) têm capacidade nominal máxima
de 100Mbps para download e 50Mbps para upload. Na prática, hoje no Brasil, o usuário das redes
3G consegue no máximo cerca de 1Mbps (download). As redes 4G (LTE - Long Term Evolution,
versão Advanced) têm capacidade nominal máxima de 1Gbps para download e 0,5Gbps para
upload. Mas toda essa capacidade é compartilhada com vários assinantes, e os usuários têm a
sua disposição, na prática, velocidades bem menores, tipicamente 5Mbps para download.

12) Rede Wi-Max. É uma tecnologia sem fio que foi criada como concorrente da tecnologia móvel
celular. Essa tecnologia foi desenvolvida com suporte a mobilidade urbana (roaming). Os primeiros
equipamentos Wi-Max foram homologados internacionalmente em Janeiro de 2006. Em abril de
2007 as primeiras placas Wi-Max para notebooks foram homologadas pelo órgão FCC dos
Estados Unidos, onde essa tecnologia foi relativamente bem usada. Mas, mesmo nos países onde
essa tecnologia chegou a ser empregada, ela está sendo substituída pelas redes de telefonia
móvel celular. No Brasil, o Wi-Max está presente em apenas algumas cidades. Aqui no nosso país
existe um problema legal a mais: as operadoras que hoje possuem licença para operar o serviço
Wi-Max não podem habilitar a mobilidade (roaming), ou seja, é um serviço sem fio fixo. Pela
evolução do mercado mundial, podemos perceber que a tecnologia Wi-Max está perdendo
mercado para a tecnologia celular 4G.

Observando o cenário atual, podemos afirmar que a tendência para evolução das redes de acesso:
- Nos países ricos, onde predominava o xDSL, cada vez mais cresce a penetração do serviço
via TV a cabo e também a cara, porém fantástica, solução Fiber-to-home (fibra até a casa)
- Também estão em expansão as redes móveis celular de 3ª e 4ª gerações.
- Principalmente no interior dos estados, os provedores via rádio Wi-Fi conseguem também
atingir certa parcela da população, que são os assinantes que preferem ter um acesso sem fio
do que pagar caro para ter soluções cabeadas que muitas vezes têm velocidade baixa.

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O futuro em breve nos dirá se a expansão dessas tecnologias criará uma concorrência na oferta dos
serviços de transmissão de dados, permitindo que o preço de mercado caia para patamares mais
aceitáveis do que os atuais e melhore o desempenho dos serviços contratados.

As novas redes Ethernet Metropolitanas ou Metro Ethernet

A implantação de enlaces ópticos próprios é cada vez mais comum e permite a implementação das
modernas redes Ethernet metropolitanas. Neste caso temos duas alternativas:

a) Lançamento próprio de fibras ópticas unindo os endereços a serem atendidos, o que esbarraria
em necessidades de aprovações da prefeitura municipal e suas taxas (se as fibras forem
subterrâneas) ou aluguel da rede de postes da concessionária de energia (elas só alugam os
postes para empresas prestadoras de serviços públicos). Algumas prefeituras têm exigido, no
caso do lançamento subterrâneo, a perfuração não destrutiva do asfalto e a recomposição integral
das calçadas cortadas, o que torna o custo da empreitada impraticável na maioria dos casos. Em
outras situações é exigido que o corte e recomposição do piso asfáltico seja feito a noite para
minimizar os transtornos no trânsito, o que também encarece a empreitada. Além disso tudo, ter a
sua própria fibra metropolitana independente de uma operadora de telecomunicações pode trazer
sérios problemas para os usuários no caso do rompimento do cabo, se não houver uma eficiente
equipe disponível para reparos.

b) Adoção de fibras das operadoras, o que mais uma vez deixaria o contratante refém das
empresas de telefonia ou telecomunicações. Neste caso, a fibra partiria de um endereço do
contratante e terminaria na estação mais próxima da concessionária (POP - Point of Presence, ou
ponto de presença), onde entraria nos sistemas de transmissão de alta capacidade existentes,
como por exemplo anéis metropolitanos SDH, redes determinísticas com canais dedicados ou nos
switches ethernet metropolitanos (disponíveis no Brasil somente nas grandes capitais).

E no segmento de telecomunicações que atende as empresas (segmento corporativo)?

Para o segmento corporativo prevalece a lógica de mercado. Porém, aqui os clientes têm
faturas mensais maiores, podendo chegar milhões de reais mensais. É muito comum que as
operadoras de telecom considerem como grandes clientes corporativos, ou seja, as grandes contas,
aqueles que pagam pelo menos R$ 100.000,00 por mês para os serviços de telecom.
Nesses casos, cada demanda, ou seja, cada projeto de telecomunicações para atender um
cliente corporativo, é apreciado pela operadora de telecom, que avalia o impacto orçamentário para
implantar determinada solução, em geral mais sofisticada, bem como os seus custos mensais. A
partir dessas informações, a operadora estabelece qual é a receita mensal mínima e qual é o prazo
contratual mínimo (fidelização do cliente) que traz a rentabilidade definida pelos seus acionistas.
Cabe ao contratante barganhar com outras operadoras concorrentes, para tentar achar alternativas
técnicas e negociar uma solução boa e, quem sabe, talvez, mais barata.
Como nesse tipo de situação estão envolvidas grandes receitas mensais, caso o contrato seja
assinado, as operadoras de telecom farão os investimentos necessários para aquele atendimento,
inclusive instalação de fibras óticas, rádio-enlaces, modems, roteadores de alta capacidade, etc.
Nesse caso, elas farão o investimento e o cliente será atendido, pois o retorno financeiro estará
garantido contratualmente.
No cenário do segmento corporativo, temos um segmento de altas receitas mensais que é um
grande filão do segmento de telecomunicações. Isso faz com que exista uma concorrência maior para
atendimento dessas grandes contas.

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PRINCIPAIS ELEMENTOS ENVOLVIDOS EM ENLACES METROPOLITANOS

Ponta B do
Rede de
Acesso Contratante

Nós de rede
A n éi
s
Metr Ópticos

Transmissão
op ol
itano
s

Modem DG
POP 2 da Concessionária

POP 1 da Concessionária

Rede de
Ponta A do Modem DG Acesso
Contratante

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EXEMPLO DE BACKBONE NACIONAL: REDE IP DA Oi

S BA
E
AL
CE
PA PE

MA PB

PI
R
N

AP
E Giga Switch Router
S
R 2,5G
MG R
R n x 2M (Satelite)
J AM
155M
SP

Autor: Rodrigo Moreno Marques 6


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EXEMPLO DE BACKBONE METROPOLITANO: REDE METROETHERNET DA Oi

CNO 1409-3-4 (2,9) SGE


1203-11-12 (4,0)
KEN
1266-13-14 (3,9) 1257-47-48
VCR CEA
MPI 1279-11-12 (3,3)

1343-23-24
1447 3-4 (? )
SAV
1022-7-8 (1,9) STE 1405-3-4 (6,5) CON
GOI 1395-27-28 (4,4)
VJA
1397-11-12 (2,0)

Core BAR 1323-5-6 (7,0) CIN 1314-11-12 (3,4)

JPN 1209-3-4 (4,0)


1077-17-18 (0,8)
HGA
HGA 1085-7-8 (3,8)
1259-39-40 (4.4) IND BCI

JAM 1445-13-14(3,0)
1085-11-12 (3,8)
CPR 1225-23-24 (4,8)
Secundário 1
1278-23-24 (2,5)
1444-3-4 (3,1)
1272-31-32 (4,0) 1271-09-10 (3,4)
1059-5-6 (4,1)
BAR HGA BBA
NGA INC 1310-3-4 (5,7) 1361-11-12 (3,5)
1289-23-24 (3,5)
1225-7-8 (4,8) MPI 1253-51-52 (9,5)
1208-13-14 (2,8) 1276-17-18 (3,5)
1070-19-20 (9,0)
1406-19-20 (3,0)
SBE 1398-19-20 (2,4)BGU BEA
1252-9-10 (2,5) PAM Secundário 2 SCR
SAR CAI 1316-3-4 (3,4)
1317 7-8 (6,8)
1164-21-22 (6,6)
GLO 1267-35-36 (6,6) PAM
JMO 1275-19-20 (7,1)
1261-21-22 SGA 1111-19-20 NAZ
VNO FLO 1087-5-6 (5,1)
1260-13-14 (6,5) 1291-9-10 (2,0)
1207-11-12 (2,4) RAB
CAZ 1407-15-16 (2,4)
TUP
1162-7-8 (2,0) 1321-3-4 (2,9)
1301-9-10 (4,3) PLA 1309-3-4 (2,9)
1421-1-2 (7,3)
SVE CLO
OPR SMO LET
PIR 1408-3-4 (1,8)

MHE

Autor: Rodrigo Moreno Marques 7


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Backhaul

Esse termo surgiu a poucos anos e com ele surgiram novos debates sobre as redes de
telecomunicações, pois essa porção da rede que tem sido chamada de backhaul é
apontada em muitos casos como sendo a responsável pelo gargalo nas redes das
operadoras de telecomunicações.

Backhaul pode ser definido como o link metropolitano da operadora de


telecomunicações, sendo o é responsável pelo tráfego entre os POPs distribuídos no
ambiente urbano e o seu backbone. Em outras palavras, podemos dizer que o backhaul
é o link intermediário que fica entre o núcleo da rede (backbone) e suas redes de acesso.

Em redes sem fio, como as redes de telefonia móvel, é fácil visualizar o backhaul, pois
essas são redes naturalmente distribuídas no ambiente urbano, formadas por estações
rádio-base (ERBs) que dão acesso ao usuário (rede de acesso) e se conectam ao
backbone da operadora ou a outras ERBs.

Porém, conforme já sinalizou a própria ANATEL, não seria correto imaginar que esse
conceito se aplica apenas as redes sem fio. Podemos conceber o backhaul em redes
híbridas em cabo coaxial e fibra e também nas redes híbridas em par metálico e fibra. As
duas figuras a seguir ilustram o conceito de backhaul. Na primeira, ele é implementado
por meio de links sem fio e na segunda por meio de fibras óticas.

Backbone
BACKBONE

Autor: Rodrigo Moreno Marques 8


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BACKBONE

Autor: Rodrigo Moreno Marques 9


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OLHANDO PARA O BACKBONE DAS OPEADORAS


Redes Determinísticas versus Redes Estatísticas
Autor: Rodrigo Moreno Marques

REDES DETERMINÍSTICAS

As redes determinísticas são redes que fornecem links dedicados não compartilhados,
conhecidos como LPCD (Linha Privativa de Comunicação de Dados) ou simplesmente
LP. Uma LPCD, depois de alocada para um determinado contratante, permanece
dedicada somente àquele link, enquanto o contrato cliente-operadora estiver vigente. Ou
seja, são canais exclusivos, não compartilhados com terceiros. Portanto, tem alto
desempenho, baixo atraso nas transmissões, garantia de velocidade plena (full) e altos
custos mensais).

Exemplo: O padrão E1 Europeu adotado no Brasil, que é um padrão determinístico,


baseado na multiplexação por divisão de tempo (TDM – Time Division Multiplex). As
Linhas Privativas de Comunicação de Dados (LPCD), baseadas no padrão
determinístico E1, podem prover canais de comunicação dedicados ponto-a-ponto ou
ponto-multiponto que podem ter taxa múltipla de 64Kbps, como por exemplo: 64Kbps,
128Kbps, 256Kbps, 512Kbps, 1Mbps, 2Mbps.

REDES ESTATÍSTICAS

Nas redes estatísticas a infra-estrutura de transmissão é compartilhada, de modo que


vários links fazem uso de equipamentos comuns, reduzindo ociosidades destes, o que
permite um melhor aproveitamento dos recursos. Por outro lado, passa a existir o risco de
congestionamento da rede em caso de sobrecarga, o que obriga que as próprias redes
tenham mecanismos para controlar eventuais sobrecargas. Exemplos: rede Frame Relay
e a própria Internet.

Diagrama que representa o funcionamento de uma rede DETERMINIÍSTICA com


seus canais dedicados exclusivos

c a
a
c a a a a
a
b
a a c b
a b b
c b b
b b d d
b b d
d
c d d
b b d
c
d
c
c d
d

Autor: Rodrigo Moreno Marques 10


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Diagrama que representa o funcionamento de uma rede ESTATÍSTICA com seus


canais compartilhados

c a
a
c a a a a
a
c
a a
ac
b b
b
d d b
b b b
d b
d
c d d
b d
c b
b d
c b
c d
d

Observar na figura acima a representação dos canais compartilhados, em comparação


com os canais exclusivos ilustrados na figura anterior.

Nos diagramas acima os roteadores (routers) são representados pelo símbolo consagrado
pelo fabricante CISCO: o disco azul com quatro setas.

Os roteadores no ambiente das redes locais (ambiente da empresa contratante) em


cada uma das pontas remotas são interligados ao seu respectivo modem. É importante
notar que nos dois diagramas acima não estão representados os modens, porém em cada
enlace de última milha, em geral, é empregado um par destes equipamentos. Geralmente,
o contratante de enlaces MAN ou WAN não compra os modens, pois os mesmos são
fornecidos pela operadora em caráter de aluguel como parte dos serviços de transmissão
de dados prestados. Cabe ao contratante da rede definir se irá adquirir seus próprios
roteadores (para o seu ambiente de rede local) ou aluga-los da empresa de
telecomunicações fornecedora dos enlaces.

Mas a figura acima também mostra roteadores instalados no backbone da operadora


(dentro da nuvem). Estes formam a núcleo da rede dessas empresas de
telecomunicações e são equipamentos de altíssima capacidade de roteamento.

Autor: Rodrigo Moreno Marques 11

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