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BACHARELADO EM ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO
DISCIPLINA DE PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
QUÍMICA
Profa. Ms. Fernanda Vieira Amorim
fernanda.vieira@grupounibra.com

Aula 01 – Processo de Fabricação do Aço

1
Conceitos básicos Metais Ferrosos
Conceitos básicos Metais Ferrosos
Conceitos básicos Metais Ferrosos
Conceitos básicos Metais Ferrosos
Conceitos básicos Metais Ferrosos

➢ Ferro (Fe) e suas Ligas

➢ O Fe é um metal que se caracteriza


por apresentar várias fases
alotrópicas, apresenta ponto de
fusão a 1538ºC, abaixo dessa
temperatura ele cristaliza-se.
Conceitos básicos Metais Ferrosos

➢ Os materiais metálicos ferrosos


classificam-se como:

➢ Ferro Puro;
• Eletrolíticos;
• Comercial (Esponja, Armco, Pudlado);
➢ Ligas de Ferro-Carbono (Fe-C)
• Comuns (Maleáveis, Não maleáveis,
Maleabilizáveis);
• Especiais ou Complexa
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno

➢ ALTO FORNO

Forno vertical para produção


de ferro gusa, produto ferroso
intermediário para produção
dos aços e ferros fundidos,
através de reações de redução.

https://www.youtube.com/watch?v=xnPW4H8j7RY
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno

➢ ALTO FORNO
Matérias Primas
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno

➢ Minério de Ferro
Rocha que possuí um percentual elevado
do elemento Ferro (Fe) que torna
economicamente viável a sua extração
para produção dos produtos ferrosos.

➢ • Fe2O3 - Hematita
➢ • Fe3O4 – Magnetita
➢ • Fe2O3.nH2O – Limonita
➢ • Fe2CO3 – Carbonato de cálcio
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno

➢ Minério de Ferro
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ CARVÃO

➢ Funções:
• Fornecer energia (calor) a partir da
sua queima para desencadear as
reações termoquímica de redução do
minério;
• criar um ambiente redutor no interior
do alto forno para extrair o oxigênio
do ferro .
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ CARVÃO
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ FUNDENTE

➢ Funções:

• Reagir com a ganga (escória) do


minério separando-a do elemento
ferro;
• Reagir com a ganga baixando o seu
ponto de fusão.
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ FUNDENTE

➢ Ganga ácida + fundente básico


Escória
➢ Ganga básica + fundente ácido

CaCO3
Calcário
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ A ESCÓRIA AO SAIR DO FORNO É COLOCADA EM
TANQUE DE ÁGUA (TANQUES DE GRANULAÇÃO).

➢ RESULTANDO A ESCÓRIA GRANULADA DE ALTO FORNO.

➢ UTILIZADA NA PRODUÇÃO DE CIMENTO PORTLAND DE


ALTO FORNO ( CPIII ) E (CPII E).
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ AR

➢ Funções:
• Combustão do carbono, gerando calor para as
reações
• Termoquímicas.
• Transferir calor por convecção para as camadas
altas do forno.
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ Reações em Alto Forno

➢ Zona de calcinação:

• Desidratação do minério

• Descarbonatação do fundente (calcário)

CaCO3 + calor → CaO + CO2


Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ Reações em Alto Forno

➢ Zona de redução do minério (400ºC a 1300ºC):

• Reação direta pelo Carbono


Fe2O3 + 3C → 2Fe + 3CO
• Reações indiretas através do monóxido de carbono
Fe2O3 + CO → 2Fe3O4 + CO2
Fe3O4 + CO → 3FeO + CO2
FeO + CO → Fe + CO2
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ Reações em Alto Forno

➢ Zona de carbonetação do ferro (400ºC a 1300ºC):

• Reações de carbonetação do ferro

Fe3O4 + 6CO → Fe3C + CO2


Fe + 2CO → Fe3C + CO2
3FeO + 5CO → Fe3C + CO2
Metais Ferrosos
Processo do Alto Forno
➢ Reações em Alto Forno

➢ Zona de combustão (1550ºC a 2000ºC):


C + CO2 = CO2 + 94,2Kcal
C + CO2 = 2CO + 41,0Kcal

➢ Zona de liquefação (1600ºC):


Situada no cadinho estando o gusa e a escória
completamente no estado líquido, com a escória flutuando
sobre o gusa
Aço

➢ Definição de Liga metálica:


Materiais com propriedades metálicas que contém dois ou mais elementos
sendo pelo menos um deles um metal.

Amálgama: Bronze: Fuselagem aeronáutica:


Liga de Ag, Hg e Sn Liga de Sn e Cu Liga de Al e Ti
Aço

➢ Ferro e Aço

• Oxido é reduzido e ligado ao carbono.

• Forma-se assim uma liga de Fe-C que, depois de refinada,


transforma-se em matéria prima, para o fabrico da grande
maioria das peças metálicas, atualmente empregadas,
apresentando excelentes propriedades mecânicas e custo
relativamente baixo.
Aço

➢ Produção
Aço

➢ Ferro Gusa

Resultado do processo de refino do minério de ferro, contém entre


3,5% a 5% de carbono (quebradiço).
Aço

➢ Refino

Processo onde o ferro-gusa recebe a adição de ligas metálicas


específicas e oxigênio na aciaria para transformá-lo em aço.
Aço

➢ Aciaria (Fornos de Indução)


Aço

➢ Aciaria (Fornos de Arco)

• Recuperação de sucata
• O Conversor a Oxigênio ou Processo Linz-Donawitz é o processo mais
comum para a produção de aço. Nos conversores a oxigênio são
fabricados mais de 50% da produção mundial de aço. No Brasil eles
também são amplamente utilizados.
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)

O ciclo de operações de refino no L.D. envolve seis ( 6 )


etapas:
a) Carregamento de carga sólida
b) Carregamento do gusa líquido
c) Sopro
d) Medição de temperatura e retirada de amostras
e) Vazamento
f) Vazamento de escória
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)


Carregamento de Sucata
é vantajoso proporção alta de sucata, uma vez
que seu teor de ferro é superior ao do gusa. É
usado sucata de retorno da própria usina e
também sucata comprada.

• Dimensões da sucata: permitir completa


fusão durante o sopro e não causar estragos
ao revestimento do conversor no
carregamento.
• Deve estar completamente seca, para evitar
o risco de explosões.
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)


Carregamento de Gusa Líquido

A proporção de gusa líquida na carga do


conversor depende de sua composição e
temperatura (conteúdo térmico), da qualidade
do aço a ser produzido, do volume das adições
do cal, minério, e em parte das dimensões do
conversor. Normalmente varia entre 70 e 85%.
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)


Operação do Conversor

Terminado o carregamento do gusa líquido


o conversor é trazido novamente à posição
vertical, a lança de oxigênio é baixada e o
sopro iniciado, já durante a descida da
lança.
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)


Operação do Conversor
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)


Cal e Fundentes

• Ferro fundido: Carbura o minério de ferro para desoxidar.


• Fundentes
• Cal: escorificação da sílica formada pela oxidação do silício
da carga metálica e para a remoção do fósforo e enxofre.
*A cal utilizada no processo deve ser de alta reatividade.

• Fluorita (CaF2): fundente da cal, para acelerar a sua


dissolução e aumentar a fluidez de escórias muito viscosas.
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)


Medição de temperatura e retirada de amostras
Assim que o sopro é interrompido o conversor é basculado para uma posição
aproximadamente horizontal , a fim de se medir a temperatura e retirar
amostras de aço e escória. Se a composição química e a temperatura
correspondem ao especificado o conversor é basculado no sentido contrário
para vazamento da corrida na panela de aço.
Aço

➢ Processo L.D. (Fornos de Arco)


Vazamento de escória

• Processo L.D. é oxidante, e portanto o aço


a ser vazado precisa ser desoxidado.
• Desoxidantes: Silício ou alumínio;
• Durante o vazamento são adicionados
ainda as ferro-ligas, que irão conferir ao
aço certas características desejadas.

• Ligas: Ferro-silício, ferro-manganês.


Aço

➢ Fornos de Arco
Refino secundário
• O tratamento secundário do aço líquido é feito em
panelas de manutenção e transporte.

• Nessas operações pode-se tirar a escória, aquecer


eletricamente ou através de tochas de plasma, resfriar o
banho através da adição de sucata fria, injetar pó ou
arame metálico ou ainda promover agitação pelo
borbulhamento de gás ou agitação magnética.

• A maneira mais simples de tratar os aços na panela


consiste em adicionar desoxidantes, dessulfurantes,
formadores de escória e pequenas quantidades de
elementos de liga no jato de vazamento.
Aço

➢ Lingoteamento

• Cerca de 80% da produção mundial de aço é obtida através de


lingotamento contínuo.
• Processo onde ocorre a solidificação do aço líquido.
• O aço normalmente é solidificado na forma de placas, blocos ou
tarugos.
• Após a passagem pela lingoteira existe a câmara de refrigeração, onde
é feita a aspersão de água diretamente sobre a superfície sólida e ainda
rubra do material, auxiliando a solidificação do mesmo até o núcleo.
Aço

➢ Lingoteamento
Aço

➢ Lingoteamento
Aço

➢ Lingoteamento
Aço

➢ Lingoteamento
Aço

➢ Lingoteamento

https://www.youtube.com/watch?v=2zz1y_Yucqc
https://www.youtube.com/watch?v=qfqPXZ9nvA4
Aço

➢ Laminação

Processo de deformação mecânica onde haverá a redução da seção


do tarugo através da passagem por dois cilindros paralelos em
rotação.
• Pode haver laminação a quente (c/recristalização) ou a frio
(s/recristalização).
Aço

➢ Laminação

• Conformação: processos empregados para dar forma ao metal,


transformando-os em peças geométricas variadas em função da
aplicação.
• Fundição
• Deformação mecânica
Aço

➢ Laminação

• Fundição
Fundição é o processo de conformação que consiste na fusão do
metal.

• Deformação mecânica
Consiste em deformar elasticamente o metal, através esforços
mecânicos sucessivos, sem o metal entrar no estado líquido.
Aço

➢ Laminação
Aço

➢ Laminação

• Quente

O aço é conformado entre


dois cilindros
Aço

➢ Laminação

• Quente

O aço é conformado entre


dois cilindros
Aço

➢ Laminação

• Quente

O aço é conformado entre


dois cilindros
Aço

➢ Laminação

• Trefilação
Temperatura abaixo da zona crítica (<723°C). Nesta temperatura, as
propriedades dos aços são alteradas após a deformação, em relação
ao aço antes da deformação.
Aço

➢ Laminação

• Trefilação
• Encruamento – quando o aço é submetido a esforços que
tendem a deformá-lo a frio, os cristais se orientam no sentido
da deformação.
Aço

➢ Laminação

• Trefilação

https://www.youtube.com/watch?v=lTaF7AzOlaI
Aço

➢ Laminação

➢ Alterações das propriedades devido a uma deformação


mecânica a frio

• Aumento da resistência à tração


• Aumento da dureza
• Redução da ductilidade
• Redução da tenacidade
• Redução da resistência à corrosão
Aço

➢ Tratamento Térmico – Recozimento


• Recozimento – Visa reduzir a dureza do aço encruado e obter uma maior
ductilidade. Sob atmosfera controlada, o aço é aquecido a temperaturas
baixas (500ºC a 900ºC) e deixado esfriar lentamente. A estrutura
cristalina se modifica, os cristais voltam a ficar cúbicos e os grãos
crescem.
Aço

➢ Tratamento Térmico – Recozimento


Classificação dos aços
➢ Classificação quanto à composição química:
- aços comuns (ao carbono)
- aços especiais (ligas)

• Aços ao Carbono – propriedades – %C


- não contem quantidade apreciável de elemento de liga
- apresentam teores de impurezas – normais:
P – 0,04% (máx) S – 0,05% (máx)
Si – 0,10% e 0,35% Mn – 0,25% e 0,90%
Classificação dos aços
➢ Classificação quanto à composição química:
Aços ao Carbono
- Quanto ao teor de Carbono:
- até 0,15% C – extra doce
baixo carbono
- 0,15% a 0,30% C – doce

- 0,30% a 0,40% C – meio doce


médio carbono
- 0,40% a 0,60% C – meio duro

- 0,60% a 0,80% C – duro


alto carbono
- acima de 0,80% C – extra duro
Classificação dos aços
➢ Classificação quanto à composição química:
Aços especiais (ligas) – contem um ou mais elementos de liga
(além de Fe e C)
quantidades de elementos de liga – modificam ou melhoram
substancialmente uma ou mais propriedades (físicas, mecânicas ou
químicas)

- Quanto ao teor de elementos de liga:


- aços baixa liga – somatório dos elementos de liga (teores) é
inferior a 5%
- aços alta liga - somatório dos elementos de liga (teores) é
superior a 5%
Classificação dos aços

➢ Classificação quanto à aplicação:


• aços de construção
• componentes industriais
• laminados à quente ou forjados (s/TT) – estruturas metálicas
e peças em geral
• c/TT em aços C – aços de elevada RM, aços para cementação
e nitretação, aços para molas
• aços para ferramentas e matrizes
Classificação dos aços

➢ Classificação quanto à aplicação:


martensíticos
• Aços inoxidáveis
ferríticos
austeníticos

• Aços refratários – resistência à fluência a quente


• Aços com características especiais
- aços para imãs permanentes
- aços para núcleos de transformadores

- aços com coeficiente de dilatação definido


Classificação dos aços

➢ Classificação quanto a Normas Técnicas:


ABNT – Norma brasileira

SAE - AISI – Normas americanas

DIN - Norma alemã


Aço

➢ Capítulo 11, Livro Callister.

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