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Profissional Documentos
Cultura Documentos
Profissional
Revisão Científica e
Carmen Jacqueline Rassul Salato Coimbra
Linguística
iii
ÍNDICE
VISÃO GERAL 1
iv
UNIDADE Temática 3.2. Os Direitos Humanos: Defesa da Pessoa e da Vida .................. 38
UNIDADE Temática 3.3.1.Carácter Sagrado e Absoluto da Pessoa ................................ 38
UNIDADE Temática 3.3.2. A Pessoa na sua Relação com os Outros ............................... 38
UNIDADE Temática 3.4. A Liberdade Como Fundamento do Agir Moral ....................... 38
UNIDADE Temática 3. Introdução................................................................................... 38
Introdução ....................................................................................................................... 38
UNIDADE Temática 3.1. A Vida Humana Como Valor Ético ............................................ 38
UNIDADE Temática 3.2. Os Direitos Humanos: Defesa da Pessoa e da Vida .................. 40
UNIDADE Temática 3.3.1.Carácter Sagrado e Absoluto da Pessoa ................................ 46
UNIDADE Temática 3.3.2. A Pessoa na sua Relação com os Outros ............................... 46
UNIDADE TEMÁTICA 3.4. A Liberdade Como Fundamento do Agir Moral ..................... 53
SUMÁRIO ........................................................................................................................ 55
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 55
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ............................................................................................ 57
CORRECÇÃO - EXERCÍCIOS DE AUTO – AVALIAÇÃO ........................................................ 58
TEMA IV. Principios Ético ............................................................................................... 58
UNIDADE Temática 4.2. Beneficiência ............................................................................ 60
UNIDADE Temática 4.2. Não – Maleficência ................................................................... 65
UNIDADE Temática 4.3. Autonomia ................................................................................ 67
UNIDADE Temática 4.4. Justiça ....................................................................................... 71
SUMÁRIO ........................................................................................................................ 73
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 73
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO ............................................................................................ 75
CORRECÇÃO - EXERCÍCIOS DE AUTO – AVALIAÇÃO ........................................................ 75
UNIDADE Temática 5. Introdução................................................................................... 76
Introdução ....................................................................................................................... 76
TEMA V: DEONTOLOGIA PROFISSIONAL ....................................................................... 79
UNIDADE Temática 5.2.Origem Do Conceito Deontologia ............................................. 81
UNIDADE Temática 5.2.1. A Deontologia e a sua Relação com a Profissão ................... 81
UNIDADE Temática 5.3. Importância da ética Profissional ............................................. 82
UNIDADE Temática 5.4. A Formalização Ética ................................................................ 83
UNIDADE Temática 5.4.1. Infraestruturas Éticas ............................................................ 84
UNIDADE Temática 5.4.1.1. O Código ............................................................................. 84
UNIDADE Temática 5.4.2. Tipos de Códigos de Ética ...................................................... 85
UNIDADE Temática 5.5. O que Os Códigos Têm em Comum ......................................... 86
UNIDADE Temática 5.6.1. Confidencialidade e Privacidade ........................................... 91
SUMÁRIO ........................................................................................................................ 98
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 99
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................................... 100
CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO................................................... 100
TEMA VI. ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES .......................................................................... 101
UNIDADE Temática 6.1. Dimensões do Clima Ético ...................................................... 102
UNIDADE Temática 6.2. Os Indicadores Do Clima Ético ............................................... 103
UNIDADE Temática 5.2. Dilemas Éticos ........................................................................ 110
SUMÁRIO ...................................................................................................................... 111
v
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 112
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................................... 113
CORRECÇÃO EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO .......................................................... 114
TEMA VII. ÉTICA NA PESQUISA COM SERES HUMANOS ........................................... 115
UNIDADE Temática 7.1. O Consentimento Livre e Informado ...................................... 115
UNIDADE Temática 7.2. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................... 120
UNIDADE Temática 7.3. A Pesquisa .............................................................................. 124
UNIDADE Temática 7.4. Cuidados a ter com Crianças e Adolescentes......................... 125
UNIDADE Temática 7.5. Cuidados a ter com Dados Dos Respondentes ...................... 126
Unidades Temática 7.6. Pesquisa Com Seres Humanos ............................................... 126
UNIDADE Temática 7.7.Princípios Técnicos e Éticos ..................................................... 130
UNIDADE 7.8. Os Comités de Ética em Pesquisa .......................................................... 131
UNIDADE 7.8.2. Abrangência Dos Comités de Pesquisa ............................................... 132
Unidade Temática 7.8.3. Avaliação da Metodologia Científica .................................... 133
SUMÁRIO ...................................................................................................................... 135
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 136
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................................... 137
CORRECÇÃO - EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO ........................................................ 137
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 138
vi
VISÃO GERAL
Objectivos do Módulo
1
Quem deveria estudar este módulo
Um índice completo.
Uma visão geral e detalhada dos conteúdos do módulo,
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos. Conteúdo desta Disciplina / módulo
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma
introdução, objectivos, conteúdos.
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só
depois é que aparecem os exercícios de avaliação.
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: puros
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades
práticas, incluído estudo de caso.
Outros recursos
2
AUTO-AVALIAÇÃO E TAREFAS DE AVALIAÇÃO
Comentários e sugestões
Ícones de actividade
Habilidades de estudo
3
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro
estudante possa rentabilizar o
tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue:
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando
achar que já domina bem o anterior.
4
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente
incapaz!
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone,
sms, e-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando
a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED
5
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste
período pode apresentar dúvidas,
tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida
em que permite situar, em termos do grau de aprendizagem com
relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa
de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de
debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos,
constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo.
Avaliação
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.
6
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de
avaliação.
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de
frequência para ir aos exames.
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência,
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois)
trabalhos e 1 (um) (exame).
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados
como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os
objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de
Avaliação.
7
OBJECTIVOS DA DISCIPLINA
Introdução
9
No final o estudante deverá ser capaz de:
Kant, (1988), define a ética como uma reflexão teórica sobre a moral e
uma revisão racional e crítica sobre a validade da conduta humana. Por
isso, a ética é uma justificação racional da moral, e remete-nos a ideias
ou valores que procedem a partir da própria deliberação do homem. A
ética é uma análise das regras morais. Também a ética pode ser
entendida como uma filosofia moral, se entendermos a filosofia como
um conjunto de conhecimentos racionalmente estabelecidos.
10
A Ética provém do grego egos, que significava “morada”, “lugar em que
vivemos” e passou a significar “o carácter”, “o modo de ser” que uma
determinada pessoa ou grupo vai adquirindo ao longo da vida. Por
outro lado, “moral” deriva do latim mos, mores que significava
“costumes”, mas passou a significar também, “carácter”, ou “modo de
ser”. Apesar dos termos ética e moral serem etimologicamente
equivalentes, a moral é mesmo diferente da ética.
11
Os avanços verificados pela Ética nos últimos anos podem ser
considerados extraordinários. Actualmente, o número de publicações
relativamente à Ética aumentou, são publicações periódicas de novas
investigações que surgem diariamente que abordam sobre os mais
variados enfoques do tema, além de incontável a quantidade de
eventos académicos oferecidos sobre a Ética em praticamente todas as
partes do mundo.
13
7. A perfeição social: o relacionamento com os outros é
fundamental para o desenvolvimento do ser humano. Por
isso, é no relacionamento que o homem promove e
desenvolve capacidade como a amizade, a cooperação, a
paz, a liberdade, a fraternidade, a dignidade, a igualdade e o
pluralismo. Só através do relacionamento com os outros
somos capazes de combater determinados anti-valores
como: o individualismo, a intolerância, o egoísmo, etc.
O desenvolvimento da personalidade humana deve ter em conta todas
essas dimensões da sua personalidade. Nunca o individualismo deve ser
tomado como um meio do homem impor as suas regras.
SUMÁRIO
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
14
c) As normas morais não variam a depender da cultura e do
período histórico
16
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
1. A
2. C
3. B
4. B
5. B
6. D
Introdução
19
As doutrinas éticas não podem ser consideradas isoladamente, mas
dentro de um processo de mudança e de sucessão que constitui
propriamente a sua história. A Ética e História se relacionam. Cada
doutrina esta em conexão com as anteriores (tomando posições contra
elas ou integrando alguns problemas e soluções precedentes), ou com
as doutrinas posteriores - prolongando-se ou enriquecendo-se nelas.
20
com sua filosofia política, porque para Platão a polis (cidade-estado) é
o terreno propício para a vida moral. A sua Ética exerceu grande
influência no pensamento religioso e moral do ocidente.
21
são corporais – fugazes e imediatos - mas os espirituais porque
contribuem para a paz da alma.
22
religião num contexto em que a filosofia era considerada serva da
teologia, isto é, a filosofia deveria ajudar na compreensão da teologia.
24
Espinosa é essencialmente panteísta: entre Deus e o mundo se não há
uma diferença de pontos de vista, Deus é a única substância necessária,
una, infinita, independente, simples e indivisível. Tem uma identidade,
de atributos dos quais conhecemos apenas dois: a extensão e o
pensamento. O mundo é o conjunto dos modos desses dois atributos.
O homem é uma colecção de modos da extensão e do pensamento. A
substância divina desenvolve-se segundo as leis necessárias da sua
natureza. Deus é determinado por si mesmo, mas é determinado num
sentido único e irrevogável. O livre arbítrio do homem reduz-se à
ignorância das causas que determinam as suas acções. A verdadeira
liberdade cria-se na medida em que o homem se liberta das suas
paixões e, pela contemplação intelectual, identifica-se com Deus.
Portanto, o princípio da moral identifica-se com Deus.
25
visivelmente vantajosa por todos os que precisam tratar com as pessoas
de bem. Isto é, agir para o bem comum.
Para Kant, uma coisa que seja boa em si mesma é a boa vontade ou boa
intenção, aquilo que se põe livremente de acordo com o dever. O
conhecimento do dever é a consequência da percepção pelo homem de
que é um ser racional e como tal está obrigado a obedecer – o
imperativo categórico: a necessidade de respeitar todos os seres
racionais na qualidade de fins em si mesmo. E o reconhecimento da
existência de outros homens (seres racionais) e a exigência de
comportar-se diante deles a partir desse reconhecimento. Trata
portanto da existência de outros e das consequências dos seus actos.
27
O mal radical não pode ser destruído pelas forças humanas, mas pode
ser vencido, a fim de que o homem seja verdadeiramente livre nas suas
acções.
Para Hegel a vida Ética ou moral dos indivíduos enquanto ser cultural e
histórico é determinada pelas relações sociais que mediatizam as
relações pessoais intersubjectivas. Assim, Hegel transforma a Ética
numa filosofia de direito e divide-a em Ética subjectiva (pessoal) e Ética
objectiva (social).
Para Hegel, o estado reúne esses dois aspectos numa totalidade Ética.
29
Donald, (1999) A vontade individual subjectiva é determinada por uma
vontade objectiva, impessoal, colectiva, social e pública que cria as
diversas instituições sociais. Essa vontade regula e normaliza as
condutas individuais através de um conjunto de valores e costumes
vigentes numa determinada sociedade e numa determinada época.
O ideal ético está numa vida livre dentro de um estado livre, um estado
de direito que preserve os direitos dos homens e lhes cobre seus
deveres onde a consciência moral e as leis do direito não estão
separadas e nem em contradição. Assim, a vida Ética é a interiorização
dos valores, normas e leis de uma sociedade, condensadas na vontade
objectiva, cultural por um sujeito moral que as aceite livre e
espontaneamente através de uma vontade subjectiva individual. A
vontade pessoal resulta da aceitação harmoniosa da vontade colectiva
de uma cultura.
32
A ética como um saber teórico que justifica ou legitima a conduta moral
é relativamente recente. Aparece com o advento da filosofia no séc. VI
a C, na Grécia. A prática de uma teoria ética no seu sentido mais restrito,
surge no séc. V a C, com Sócrates. Sócrates fez uma viragem na
abordagem da moral da sua sociedade ao propor como primordiais os
valores espirituais antes dos materiais. Assim sendo, para Sócrates, a
moral não lida com um problema sem importância, mas ela tem a ver
com o como deveríamos viver e porquê?
Nesta cessão vamos demonstrar como a ética surgiu como uma ciência.
Note que a ética como uma disciplina está dividida. No entanto, não
devemos nos esquecer que a Ética é uma só. Estas classificações que
descrevemos abaixo têm fins meramente didácticos.
De acordo com Lourenço & Vicente (1995), a Ética Geral é aquela, que
procura explicar questões relacionadas com a liberdade, a natureza do
bem e do mal, a felicidade, etc. Ela estuda todos esses aspectos no seu
plano mais geral. A Ética Aplicada ou especial pode ser enquadrada em
três planos: individual, familiar e social. A nível social a ética pode se
subdividir em diversos ramos: ética internacional, económica,
profissional, entre outros. No caso da ética profissional pode se falar da
ética para ciências de saúde, ética para a comunicação; ética para a
educação, ética para os psicólogos, ética para o jurista, ética na
administração, etc.
33
sobre a natureza dos próprios juízos éticos como: o que quer dizer bem
moral?
• Objectividade da Moralidade;
• A natureza da moralidade;
• A natureza da responsabilidade e sua
conexão com o livre arbítrio (a liberdade).
O estudo da natureza do julgamento moral pode ser enquadrado nas
seguintes disciplinas: a psicologia moral e epistemologia moral.
SUMÁRIO
Teorias do Comando Divino esta teoria afirma que todo axioma moral
deriva do comando divino;
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
1. B 2. B 3. D 4. B 5. A 6. A
37
Introdução
38
Entre os valores inerentes a condição humana está na “vida”. Embora
sua origem permaneça um mistério, tendo-se conseguido, no máximo
associar elementos que a produzem ou saber que em certas condições
ela se produz, o que se tem como certo é que sem ela a pessoa humana
não existe como tal, razão pela qual é de capital importância para a
humanidade o respeito a origem, à conservação e a extinção da vida.
39
todos os seres humanos. Assim, fica sujeito às sanções éticas previstas
para questões de desobediência, podendo neste caso ser impedido de
prosseguir na prática antiética ou, conforme as circunstancias, ser
punido pelos danos que tenha causado ou ser obrigado a repará-los.
41
derrocada do antigo regime e abriram caminho para a ascensão política
da burguesia.
43
Um importante dado é que, por meio da experiência, da reflexão e,
muitas vezes, do sofrimento, muitas pessoas de boa-fé, que julgavam
contrárias aos direitos humanos, adquiriram consciência de sua
contradição e mudaram de atitude. É necessário e oportuno ressaltar
que, embora sem rapidez que seria ideal, vem aumentando sempre o
número de pessoas consciencializadas, sendo necessário um trabalho
de base que seja constante e esclarecido, como também estimulado de
modo a que se acelere a ampliação do número de defensores dos
direitos humanos em todo o mundo.
44
interdição de se praticarem determinados actos, a aprovação ou
remorso por havê-los praticado.
a)Singularidade
45
b)Autonomia
c)Abertura
46
adversário e inimigo, então a relação com ele será de oposição, disputa,
conflito e até mesmo de aniquilação.
47
autónomo do universo – porque é racional e livre. Por isso, o valor da
pessoa emerge nas relações interpessoais.
49
merecido porque o dever foi violado. Somente neste sentido o remorso
tem significado ético.
Antes dos devres para com os outros, existem deveres para connoscos
mesmo. Cada um de nós, como pessoa, tem o direito e o dever de
procurar a sua realização integral. Costa, (1998). Assim temos o dever
de conservar a vida, de manter a integridade física, de desenvolver e
cultivar a liberdade, a inteligência, de evitar situações em que a
dignidade humana se degrade. Portanto temos o dever de respeirar em
nós mesmo o valor absoluto da pessoa humana que somos.
Mas que quer dizer? É que cada sociedade possui uma hierarquização
normativa que é a expressão do escalonamento dos valores que uma
sociedade preza. Gracia, (1989). Sendo as normas morais a
manifestação dos valores morais a gravidade das infracções é aferida
segundo a importância do valor que por elas é negado. Se damos mais
valor ao respeito pela vida humana do que ao cumprimento das
promessas, então o juízo moral acerca do homicídio, por exemplo, será
mais duro e severo do que a reprovação da desonestidade.
Por isso, uma norma moral é uma regra de comportamento que
determina o que devemos fazer ou não fazer para que a nossa acção
seja moralmente válida ou moralmente valiosa. Neste sentido,
tomemos como exemplo a Privacidade como um valor, pode exprimirse
numa norma moral através da qual assume a forma de dever: “respeita
a privacidade de cada um”. Portanto, os valores aparecem como
exigências, isto é, como algo que requer um esforço de concretização.
Portanto, as normas morais são as formas mediante as quais uma certa
sociedade pretende ver concretizados, vividos, os seus valores.
moral.
53
liberdade. Portanto, se a liberdade fundamenta a Lei moral, então a lei
moral manifesta a liberdade.
Ora é impossível pensar numa razão que com a sua própria consciência
recebesse de qualquer outra parte uma direcção a respeito dos seus
juízos, pois que então o sujeito atribuiria a determinação da faculdade
de julgar, não à sua razão, mas a um impulso. Ela tem de considerar-se
a si mesma como autora dos seus princípios, independemente de
influências estranhas; por conseguinte, como razão prática ou como
vontade de um ser racional, tem de considerar-se a si mesma como
livre; isto é, a vontade desse ser só pode ser uma vontade própria sob a
ideia da liberdade, e, portanto, é preciso atribuir, em sentido prático, a
tal vontade vinda de todos os seres racionais.
SUMÁRIO
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
a) Modernismo, Aristóteles;
b) Renascimento, Kant;
c) Idade média, São Tomás de aquino;
d) Todas as alternativas anteriores estão correctas.
55
b) Todos os seres humanos nascem livres e iguais e em direitos;
c) Todas as alternativas anteriores são correctas;
d) Nenhuma das respostas anteriores.
3. Quanto a relação entre a ciência e os direitos Humanos, é correcto
afirmar que:
a) Não é contra os direitos humanos os que, em nome do
progresso científico de um futuro e incerto benefício da
humanidade;
b) É contra os direitos humanos os que, em nome do
progresso científico de um futuro e incerto benefício da
humanidade;
c) Todas as alternativas anteriores estão correctas;
d) Nenhuma das respostas.
4. No que concerne aos Direitos humanos, podemos afirmar
positivamente o seguinte:
a) Os Direitos Humanos são uma ideia política com base
imoralidade e que estão intimamente relacionados com os
conceitos de injustiça;
b) Os Direitos Humanos não são uma ideia política com base
moralidade e que estão intimamente relacionados com os
conceitos de justiça;
c) Os Direitos Humanos são uma ideia política com base
moralidade e que estão intimamente relacionados com os
conceitos de justiça;
d) Nenhuma das respostas anteriores.
5. Os direitos Humanos são:
56
d) Os Direitos Humanos são universais devem ser
reconhecidos em qualquer Estado, grande ou pequeno,
pobre ou rico, independentemente do sistema social e
económico que essa nação adopta.
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
57
UNIDADE Temática 4.2. Não – Maleficência
Introdução
58
Para que os princípios éticos se efectivem, exige-se a responsabilidade
nos deveres do ser humano para com o outro e todos para com a
humanidade.
Com base nestas colocações, é possível afirmar que, sendo a ética uma
reflexão compartilhada, complexa e interdisciplinar sobre a adequação
das acções que envolvem a vida e o viver. Nesta perspectiva, podem ser
destacados os seguintes princípios éticos segundo Silva, (1997):
59
A beneficência assegura o bem-estar das pessoas, agindo positivamente
quanto aos seus importantes e legítimos interesses, na medida do
possível evitando-lhes danos. Este princípio se ocupa do bem-estar dos
pacientes, Grisard (2006).
Nas primeiras três décadas do século XX, William David Ross, citado por
Costa et al (1998), desenvolveu uma ética normativa, conhecida como
a ética dos deveres num primeiro momento ou numa primeira
consideração. A ética normativa de Ross apresenta uma lista de deveres
60
que têm a particularidade de serem independentes uns dos outros, tais
como, deveres de deveres da fidelidade, reparação, gratidão, justiça,
beneficência, aperfeiçoamento pessoal e não maleficência.
61
Da Medicina". Era um asclepíade, isto é, membro de uma família que
durante várias gerações praticara os cuidados em saúde.
Assim:
62
No caso de um determinado tratamento, quando é que devemos dizer a
verdade e como dizer a verdade?
63
De modo a fazer o bem, entendido aqui como a saúde física, emocional
e mental.
Convém observar que o princípio “não causar danos” nem sempre tem
sido interpretado da mesma forma, mudando neste caso de acordo com
as diversas circunstâncias históricas e as instituições. Tem acontecido,
às vezes, que o interesse primeiro dos profissionais, principalmente na
área de saúde tem sido não causar danos à profissão para manter a boa
imagem da mesma perante a sociedade.
65
UNIDADE 4.3. Autonomia
Todo ser humano é agente moral autónomo e como tal deve ser
respeitado por todos os que mantém as posições morais distintas
67
sua vida esteja totalmente determinada por emoções, factores
económicos e sociais ou influências religiosas.
No final do século XVII, pode-se destacar Jonh Lock que descreveu como
direitos primários de todo o ser humano os seguintes: direito à vida,
direito à saúde, direito à integridade física, direito à liberdade e à
propriedade. Clotet, (2003). Está claro que no campo da saúde, este
novo enfoque trouxe mudanças significativas.
Por exemplo:
70
Promoção do bem-estar dos indivíduos e da população em geral;
71
SUMÁRIO
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
72
a) Ética uma reflexão compartilhada, complexa e
interdisciplinar sobre a adequação das acções que
envolvem a vida e o viver;
b) Ética uma reflexão simples e interdisciplinar sobre a
adequação das acções que envolvem a vida e o viver.
c) Ética não é uma reflexão compartilhada, complexa e
interdisciplinar sobre a adequação das acções que
envolvem a vida e o viver.
d) Nenhuma das alternativas anteriores.
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
Introdução
75
Objectivos Descrever a confidencialidade e a privacidade na actividade
Específicos profissional;
Com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos, sob o auspício das
76
Artigo 23.1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do seu
trabalho, às condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção
contra o desemprego.
Artigo 24. Toda pessoa tem direito ao descanso, ao desfrute dos tempos livre,
a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas.
Uma profissão define-se, entre outros aspectos, como uma prática constante
de um ofício ou um exercício habitual de uma tarefa ao serviço dos outros.
77
(Silva et al, 1998). Observemos como este autor caracteriza alguns aspectos
que envolvem o exercício profissional:
80
• A remuneração justa: o valor cobrado a um cliente deve ser idêntico
ao cobrado a todos os clientes. Contundo, nada impede que se
prestem serviços a menor preço ou mesmo gratuitamente, em casos
de necessidade financeira do usuário;
• O Sigilo Profissional: o que se vem a conhecer do íntimo e pessoal
no exercício da profissão faz parte do segredo confiado e só se pode
usar para melhor prestação de serviços e não para outros fins.
Exceptuam-se situações graves e urgentes, de perigo para o cliente,
para si, para terceiros ou para o bem comum. A título de exemplo,
as informações prestadas durante uma consulta a um médico, a um
advogado ou a um psicólogo têm um carácter confidencial.
81
É do interesse das empresas agir sempre de maneira ética. Todos os
melhores funcionários e fornecedores, tenderão a preferir as empresas
com melhores princípios éticos. E os clientes que têm critério, que
sabem escolher, dificilmente serão leais a um produto de menor
qualidade, ou a um serviço que seja pouco eficiente. A ética está
directamente relacionada com valores morais, com o bem e o mal, o
que é certo ou errado. Entretanto, de acordo com Nash (1993) existem
muitas razões para a recente promoção da ética no pensamento
empresarial. Os administradores percebem os altos custos impostos
pelos escândalos nas empresas: multas pesadas, quebra da rotina
normal, baixo moral dos empregados, aumento da rotatividade,
dificuldades de recrutamento, fraude interna e perda de confiança
pública na reputação da empresa.
2
Clima ético é a percepção compartilhada dos empregados sobre os padrões éticos –
valores, práticas e procedimentos – da empresa organização ou instituição, e como eles
são aplicados no relacionamento entre os indivíduos dentro da organização e na
interacção dela com os seus stakeholders (parte interessada ou interveniente). Reflecte
tanto o conteúdo moral das decisões — o que deve ser feito – quanto o processo e a
prática de tais decisões — como deve ser feito.
82
• Da sua forma ou poder: do grau de controlo
que exerce sobre o comportamento.
São vários os factores que contribuem para comportamentos não
éticos:
• O código;
• A comissão;
• A carta dos clientes.
Códigos Formais
86
crescer. Só assim o profissional consegue ouvir o que os outros têm
a dizer e reconhecer que o sucesso individual é resultado do
trabalho da equipa. O profissional precisa de ser humilde para
admitir que não é dono da verdade e que o bom senso e a
inteligência são propriedades de um grande número de pessoas.
Portanto, representa a auto-análise que todo o profissional deve
praticar em função de sua actividade profissional, a fim de
reconhecer melhor as suas limitações. Trata-se de buscar a
colaboração de outros profissionais mais capazes, se tiver esta
necessidade e dispor-se a aprender, numa busca constante de
aperfeiçoamento;
d) A honestidade: está relacionada com a confiança que nos é
depositada, com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a
manutenção de seus direitos. É muito fácil cair na falta de
honestidade quando existe a fascinação pelos lucros rápidos,
privilégios e benefícios fáceis, ou pelo enriquecimento ilícito em
cargos que outorgam autoridade. Portanto, a honestidade é a
primeira virtude no campo profissional. É um princípio que não
admite relatividade, tolerância;
e) Sigilo: é a completa reserva quanto a tudo o que se sabe e que lhe
é revelado ou o que veio a saber por força da execução do trabalho;
O respeito pela vida das pessoas, dos negócios ou das empresas
deve ser desenvolvido na formação nos profissionais, pois trata-se
de algo muito importante. Uma informação sigilosa é algo que nos
é confiado e cuja preservação de silêncio é obrigatória. Revelar
detalhes ou mesmo frívolas ocorrências dos locais de trabalhos, em
geral, nada interessa a terceiros. Por outro lado, existe o agravante
de que planos e projectos de uma empresa ainda não colocados em
prática possam ser copiados e colocados no mercado pela
concorrência, antes que a empresa tenha tido oportunidade de
lançá-los. Por outro lado, documentos, registos contáveis, planos de
marketing, pesquisas científicas, hábitos pessoais, entre outros,
devem ser mantidos em sigilo e a sua revelação pode representar
sérios problemas para a empresa ou para os clientes do profissional.
f) Integridade: é agir dentro dos seus princípios éticos, seja em
momentos de instabilidade financeira, seja na hora de apresentar
óptimas soluções;
g) Tolerância e Flexibilidade: Um óptimo profissional é aquele que
ouve as pessoas e avalia as situações sem preconceitos.
h) Legalidade: todos os lucros devem estar de acordo com a lei. Estes
princípios são estabelecidos para complementar os controles legais
e não para substituí-los.
i) Interesses do Consumidor: Todas as acções do Marketing
Promocional devem ser honestas, respeitando a integridade do
87
consumidor, e devem ser vistas como tal. Nenhuma pessoa
engajada na promoção deve abusar da boa-fé do consumidor ou
explorar as técnicas, meios e instrumentos promocionais em seu
detrimento.
j) Satisfação do Consumidor: Todas e quaisquer acções promocionais
devem ser planificadas e implementadas de tal maneira a evitar
quaisquer frustrações dos consumidores.
k) Imparcialidade: Todo os planos e projectos promocionais que
envolvem competições devem prever total imparcialidade no
julgamento, sem preconceitos de raça, credo ou religião, permitindo
a todos os participantes, indistintamente, equanimidade de
participação.
l) Interesse Público: as promoções de vendas não podem conflituar
com o interesse público, evitando-se ser demasiadamente
provocante, conter estímulo à violência ou comportamento
antisocial, prejuízo para a propriedade ou causar incómodo ou
insulto a qualquer cidadão.
m) Veracidade: a apresentação da promoção deve ser clara, honesta,
fácil de entender, contendo sempre todos os dados principais de
participação, aqueles a quem se destina.
n) Limitações: todo e qualquer facto que possa interferir na decisão de
participar ou não de uma promoção, deve ser claramente
comunicado ao interessado, e de tal maneira que este possa avaliar
antes de se submeter a qualquer compra de bens, ideias ou serviços.
o) Dignidade: O que se defende aqui é que quando há um conflito
entre a questão do tratamento da pessoa como meio para um fim e
o seu tratamento como um fim em si mesma, o último princípio
deve prevalecer. Muitas vezes vemos os clientes/pacientes
individuais como um meio para assegurar o nosso modo de vida
profissional. Em posições em que interesses do cliente/pacientes
estejam em conflito com maiores lucros, devem tratar os interesses
do cliente/pacientes como prevalecentes. Os clientes/pacientes não
existem para fornecer sustento, mas para serem ajudados. Este caso
é um exemplo primo da resolução de conflitos e de interesses. Um
exemplo simultâneo de conduta incorrecta e de comportamento
não ético seria ridicularizar alguém que se tivesse acabado de fazer
uma confidência profissional. Por isso é necessário notar que a
cortesia é parte essencial do tratamento digno das pessoas.
p) Privacidade: a privacidade do consumidor deve ser protegida e as
promoções devem ser implementadas respeitando-se o direito dos
consumidores a terem razoável privacidade, e evitando-se que estes
tenham quaisquer problemas ou aborrecimentos. O Promotor não
pode fazer uso do nome, endereço e imagem do consumidor na
88
divulgação dos resultados das promoções, sem sua expressa
autorização, salvo nos casos em que claramente fique estabelecido
que ao participar da promoção, ele autoriza automaticamente o uso
de seu nome e imagem. Promotores que usam listagens contendo
nomes de consumidores devem assegurar que estas listas sejam
correctas, eliminando o nome do consumidor que requisitar sua
exclusão;
q) Perseverança: É uma qualidade difícil de encontrar, mas necessária,
pois todo o trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e
fracassos que precisam ser superados, prosseguindo o profissional
em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas.
r) Prudência: Todo o trabalho, para ser executando, exige muita
segurança. A prudência faz com que o profissional analise situações
complexas e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda
e minuciosa, o que contribui para a maior segurança,
principalmente das decisões. A prudência é indispensável
principalmente nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os
julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis;
s) Sinceridade: a essência da sinceridade é que as coisas devem ser o
que pretendem ser e não serem escondidas. Este princípio deve ser
honrado, mas não necessariamente em todo o particular, a atitude
“eu sei o que é melhor”, implica sérios perigos. O conselho é ser
sincero e honesto, a menos que haja uma razão muito forte para
não o fazer. A sinceridade está ligada à privacidade, a que todos os
códigos fazem menção, precisamente porque toda a pessoa tem
direito à privacidade pessoal, salvo em circunstâncias especiais (por
exemplo, quando o cliente solicita a divulgação ou quando imposto
por Lei);
t) Preços, Ofertas, Vantagens, Descontos: as ofertas, as condições de
vantagens e descontos, assim como as condições de preço e
pagamento devem assegurar informações suficientemente claras,
correctas, precisas, sem sugerir dubiedade de interpretações pelos
consumidores, e obedecendo-se rigidamente à legislação do País.
89
UNIDADE Temática 5.6.1. Confidencialidade e Privacidade
A privacidade neste caso limita o acesso às informações de um
determinado paciente, à sua intimidade. Ela representa a garantia à
preservação do seu anonimato e do seu resguardo. Por outro lado, a
confidencialidade é a garantia do resguardo das informações dadas
pessoalmente em confiança e a protecção contra a sua revelação não
autorizada.
De acordo com Costa et al. (1998), no Juramento de Hipócrates já se
afirmava: "qualquer coisa que eu veja ou ouça, profissional ou
privadamente, que deva não ser divulgada, conservará em segredo e
não contarei a ninguém".
O direito à privacidade não se extingue com a morte do indivíduo.
Portanto, a confidencialidade é um dever que todos os profissionais de
saúde devem observar e manter mesmo após a morte do paciente.
De acordo com Eduards (1988, citado por Costa et al., 1998) não é difícil
para um profissional de saúde entender que a confidencialidade é um
dos pilares fundamentais à sustentação de uma relação de confiança
com um paciente. É esta garantia que faz com que os pacientes
procurem auxílio profissional quando necessitam, sem medo de
repercussões económicas ou sociais, que possam advir de seu estado
de saúde.
As informações fornecidas pelos pacientes, em postos de saúde ou
consultórios privados, bem como os resultados de exames e
procedimentos realizados com finalidade diagnóstica ou terapêutica,
são de sua propriedade.
90
Importa referir que o pesquisador deve estabelecer e salvaguardar de
forma segura a confidencialidade dos dados de pesquisa. Por exemplo:
os indivíduos participantes devem ser informados dos limites da
capacidade do pesquisador em salvaguardar a confidencialidade e das
possíveis consequências da quebra da mesma. Se a pesquisas
envolverem dados institucionais deve-se, da mesma forma, preservar a
privacidade e confidencialidade.
Os profissionais, em especial de saúde, que entram em contacto com as
informações dos pacientes têm apenas autorização para o acesso às
mesmas em função de sua necessidade profissional, mas não o direito
a usá-las livremente. Dessa forma, os profissionais somente deverão ter
acesso às informações que, efectivamente, contribuam ao atendimento
do paciente.
93
• Respeitar o direito à privacidade e à confidencialidade de todos os
seus pacientes sem discriminação, independentemente da raça,
situação social, económica, familiar e laboral;
• No exercício da sua profissão o psicólogo tem o dever de explicar ao
cliente que medidas serão tomadas para proteger a sua
confidencialidade.
• O profissional tem o estrito dever de proteger a confidencialidade
de toda a informação a que tem acesso no exercício da sua
profissão.
• Se o profissional considera que não estão reunidas as condições que
lhe permitam garantir a confidencialidade, deve recusar ou terminar
a relação profissional com o cliente.
No exercício da profissão, o profissional deve tomar todas as medidas
adequadas para assegurar que a sua equipa de trabalho compreenda e
respeite efectivamente o dever da confidencialidade.
Um funcionário leal se alegra quando a organização ou seu
departamento é bem-sucedido. Defende a organização, toma medidas
concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho em fazer parte da
organização, fala positivamente sobre ela e defende-a contra críticas.
Lealdade não quer dizer necessariamente fazer o que a pessoa ou
organização quer que você faça. Lealdade não é sinónima de obediência
cega. (SÁ. 2005)
Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas mantendo-as dentro
do âmbito da organização. Significa agir com a convicção que o seu
comportamento vai promover os legítimos interesses da organização.
Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em fazer algo que você
acha que poderá prejudicar a organização, a equipa de funcionário.
Para ser justo é preciso ser imparcial. Logo a justiça depende muito da
imparcialidade. A essência dos valores éticos envolve a equidade das
relações. O poder detido pelos profissionais é marcado pela
necessidade de fazer da cortesia e da dignidade em relação aos clientes,
parte essencial do trabalho profissional. Por exemplo: um consultor
profissional deve tratar os clientes com consideração porque se não o
fizer prejudicaria o cliente, e prejudica igualmente a reputação do
profissional e da profissão. Portanto, não pode existir uma situação em
que de um lado, tem todos os direitos e o outro lado, todos os deveres.
SUMÁRIO
• Leis:
• Estatutos;
• Regulamentos formais.
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
1. A 2. C 3. C 4. F 5. F 6. V
Introdução
99
Para uma companhia ser respeita e admirada por todos os seus
públicos, é fundamental adotar um compromisso moral de
transparência e ética na condução de todas as suas práticas. Eu costumo
dizer que moral é aquilo que você faz quando alguém está a observar e
ética é você continuar fazendo o que é certo mesmo sem ninguém te
observar.
3
Os stakeholders são pessoas que tem ou reivindicam propriedade, direitos ou
interesses numa organização.
100
considerados meios básicos e válidos para serem ensinados aos novos
membros como a forma mais correcta de perceber, pensar e sentir em
relação a um determinado problema (Arruda, at al, 2002). Entre a
cultura organizacional e o clima organizacional existe uma relação
intrínseca, e, o clima ético, enquanto manifestação observável da
cultura organizacional, afecta a forma como as decisões são tomadas.
Por isso, o clima ético identifica os sistemas de controlo normativos da
organização, direcciona o processo de tomada de decisão e orienta às
respostas aos dilemas éticos. Os dilemas éticos podem ser definidos
como situações em que uma pessoa precisa escolher entre duas ou mais
alternativas desejáveis. Para um problema se tornar um dilema ético,
ele deve ter as seguintes características:
• Confiança ou responsabilidade;
• Comportamento percebido pelos pares;
Consequências recebidas pela violação das
normas; E a natureza das práticas comerciais.
Tom Morris 4 (1998 apud Arruda, 2000: 28) entende que a ética é o
cumprimento de regras. Sob essa perspectiva, a empresa que almeje
ser ética deve divulgar declarações precisas definindo as regras e deve
criar procedimentos de verificação para assegurar que todos na
organização as estão cumprindo. Há muitas empresas que elaboram
manuais de ética para seus funcionários e indicam representantes que
garantam a ética ou a conformidade, supervisionando a conduta de
todos os empregados.
4
MORRIS, Tom. A nova alma do negócio: como a filosofia pode melhorar a
produtividade de sua empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
5
PÉREZ LÓPEZ, Juan António. Liderazgo y ética en la dirección de empresas: la nueva
empresa del siglo XXI. Bilbao, España Deusto, 1998. p. 52-54.
102
entanto, tradicionalmente, os sistemas formais apresentam limitações,
cujas raízes se encontram na falta de uma definição adequada dos
objectivos ou em indicadores insuficientes.
6
HITT, William D. Ethics and leadership: putting theory into practice. Columbus, OH:
Battelle, 1990. P.149.
7
NASH, Laura. Ética nas empresas: boas intenções à parte. São Paulo: Makron Books,
1993.
103
e no incentivo de opiniões divergentes para corrigir uma tendência ao
interesse próprio e o desenvolvimento do raciocínio e das habilidades
para o relacionamento.
Melé8 (1997 apud Arruda, 2000: 29) lembra que, ao trabalhar numa
organização, tanto o gerente como os funcionários cooperam com
outras acções realizadas por outras pessoas da empresa, de modo que
essa cooperação também contribua para a moralidade dos actos com
os quais coopera. Assim, as regras ou normas definidas podem evitar
que haja cumplicidade por parte de todos os gerentes e funcionários, e
um sistema de avaliação pode assegurar maior nível de ética na
organização.
Para Navran, de todos os sistemas formais, as medidas são os meios
mais críticos que a organização possui para comunicar às pessoas o que
realmente é importante. As pessoas tendem a prestar mais atenção
àquilo que é avaliado e medido, pois é justamente o mensurável que a
organização traduz em recompensa. O uso de sistemas formais de
avaliação depende de sistemas precisos de medição, além de uma clara
definição de responsabilidades de cada interveniente numa
organização. Esses sistemas de medição devem ser percebidos como
precisos e representativos do trabalho de uma pessoa ou de uma
equipa. Isso significa que a integridade dos sistemas é tão importante
quanto a sua estrutura. Os sistemas formais contribuem para a
congruência ética até o ponto em que se revelam confiáveis para
representar as reais expectativas da organização.
8
MELÉ, Domènec. Ética en la dirección de empresas. Barcelona, España: IESE, 1997.
104
seus pares/colegas ou em suas próprias crenças para descrever os
limites de um comportamento eticamente adequado.
Então, têm que contrabalançar essas visões com aquilo que acreditam
ser o que a organização realmente quer ou espera.
e) Indicador V: imparcialidades
Arruda (2000) comenta que uma organização burocrática não pode dar
lugar aos favores políticos, por exemplo. Conceder cargos a conhecidos
ou parentes simplesmente porque são seus amigos está
completamente em desacordo com os princípios básicos em que a
empresa foi estabelecida. Todas as indicações deveriam se pautar por
considerações objectivas das qualificações técnicas. Essa objectividade
pode ser conseguida pela selecção de novos funcionários por meio de
testes escritos, para evitar o favorecimento e subjectividade.
Para Navran (citado por Arruda, 2000) há chaves para o sucesso em toda
organização. Na maioria das vezes, tais chaves incluem o trabalho
intenso, a auto-motivação e os resultados excelentes. No entanto, elas
não se limitam a isso. Muitas organizações possuem as suas próprias e
específicas chaves de sucesso. Elas podem ser muito apropriadas:
associação com um produto novo, apoio a um mentor ou experiência
em certas posições-chaves. As questões éticas surgem quando essas
chaves de sucesso específicas não são universalmente acessíveis,
106
quando entram em conflito com a posição ética declarada pela
organização ou com os valores pessoais amplamente aceites pelos
funcionários. Quando isso ocorre, o sucesso é percebido como
reservado a um pequeno grupo, com um critério de selecção além do
controle do indivíduo.
Uma das principais razões para que exista a gerência é para que as
regras sejam comunicadas e reforçadas numa empresa. A primeira
tarefa de gerência deveria consistir em conhecer e aprender bem as
normas da organização, estudando-as atenciosa e intensamente,
pedindo esclarecimentos aos superiores e comprometendo-se a
memorizar todo o manual de operações. A tarefa seguinte é comunicar
essas regras aos seus subordinados e a qualquer empregado
recentemente contratado. Quando surgem dúvidas específicas quanto
à aplicação das regras, cabe ao gerente comunicar com a maior rapidez
possível a interpretação correcta e os critérios estabelecidos. Uma
forma de reforçar as normas da empresa é comunicar, também, o seu
eventual cumprimento, seu respectivo transgressor e a sua punição
(Hitt:1990).
107
Toda organização possui expectativas e exigências em relação a seus
funcionários. Quando a empresa não consegue comunicar eficazmente
aquilo que espera de seus empregados, reduz-se a probabilidade de que
ela alcance os resultados esperados.
108
prejuízos para a organização. De acordo com Arruda, at al. (2002). Nas
empresas, às vezes, as relações pessoais ou a influência política são
muito mais valorizadas que a preparação técnico-profissional dos
funcionários. Na relação chefe - subordinado, o uso da autoridade pode,
inclusive, levar ao aparecimento de frequentes casos de assédio sexual.
Outro desvio que por vezes pode ocorrer é o de serem encobertas
receitas da empresa, para não cumprir obrigações fiscais. Da mesma
forma, o suborno acaba sendo entendido como um mal necessário,
usado para garantir a competitividade da empresa. Por se tornar usual,
o pagamento de suborno, presentes, etc. Acaba não sendo considerado
uma falta de ética dessa empresa.
Dilemas Éticos podem ser definidos como situações em que uma pessoa
precisa escolher entre duas ou mais alternativas desejáveis.
109
marido da mulher que estava a morrer, foi ter com as pessoas, suas
conhecidas, para que lhe emprestassem o dinheiro pedido pelo
farmacêutico. Foi ter, então, com ele, contoulhe para lhe vender o
medicamento por um preço mais barato. Pediu também ao
farmacêutico para deixar levar o medicamento, pagando mais tarde
a metade do dinheiro que ainda lhe faltava. O farmacêutico
respondeu que não, que tinha descoberto o medicamento e que
queria ganhar dinheiro com a sua descoberta. Henrique, que tinha
feito tudo ao seu alcance para comprar o medicamento, ficou
desesperado e estava a pensar em assaltar a farmácia e roubar o
medicamento para tratar a sua mulher”.
SUMÁRIO
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
112
4. Fale da negociação como indicador ético na organização.
5. Concorda com a abordagem apresentada por Navran acerca da
liderança e sua influência no clima ético da organização?
Justifique a sua resposta.
6. Explique a importância da ética no marketing.
1. A 2. A 3. C 4. B 5. B 6. D
Introdução
115
• Voluntariedade.
A informação é a base das decisões autónomas do paciente, e, é
necessária para que ele possa consentir ou recusar as medidas ou
procedimentos que lhe foram propostos.
O consentimento requer informação adequada que possa ser
compreendida pelos pacientes. Importa referir que, a pessoa pode até
ser informada, mas, nem sempre significa que esteja esclarecida. Caso
não compreenda o sentido das informações fornecidas, principalmente
quando estas não forem adaptadas ao seu contexto cultural.
Para facilitar a compreensão, as informações devem ser simples,
aproximativas, inteligíveis, leais e respeitosas, ou seja, devem estar
dentro dos padrões acessíveis ao nível intelectual e cultural do paciente,
pois quando indevidas e mal organizadas resultam em baixo potencial
informativo e em desinformação.
O paciente tem o direito moral de ser esclarecido sobre a natureza e
objectivos dos procedimentos diagnósticos, preventivos ou
terapêuticos, ser informado da duração dos tratamentos ou da
experimentação, dos benefícios, prováveis desconfortos,
inconvenientes e possíveis riscos físicos, psíquicos, económicos e sociais
que possa existir.
A informação a ser fornecida ao indivíduo deve conter os riscos
normalmente previsíveis em função da experiência habitual e dos dados
estatísticos, não sendo preciso que sejam informados de riscos
excepcionais ou raros.
Na prática da pesquisa, apresentam-se três (03) padrões de informação:
• O primeiro é o padrão da “prática em pesquisa”, onde o
profissional revela aquilo que um colega consciencioso e
razoável teria informado em iguais ou similares circunstâncias.
Nesta padronização, a revelação das informações é determinada pelas
regras habituais e práticas tradicionais de cada profissão. E, é o
profissional que estabelece o balanço entre as vantagens e os
inconvenientes da informação, assim como os tópicos a serem
discutidos bem como a magnitude de informação a ser revelada a cada
um deles.
Ao nosso ver, este padrão de informação negligência o princípio ético
da autonomia do paciente, pois o profissional de normalmente utiliza
parâmetros já estabelecidos por sua categoria, não adaptando
individualmente as informações aos reais interesses de cada indivíduo.
• O segundo padrão encontrado é o da “pessoa razoável”, que se
fundamenta sobre as informações que uma hipotética pessoa
razoável, mediana, necessita saber sobre determinadas
condições de saúde e propostas terapêuticas.
116
Esta abordagem apresenta uma definição abstracta do que seria pessoa
razoável, isto é, um ser médio num determinado contexto sociocultural.
Por outro lado, podemos entender que o padrão da “pessoa razoável”
tende a negligenciar o princípio da autonomia do paciente.
• O terceiro padrão, o último é denominado “orientação ao grupo
alvo da pesquisa” ou “padrão subjectivo”
A utilização deste tipo de padrões requer por parte do profissional
descobrir o que realmente o indivíduo gostaria de conhecer e o quanto
gostaria de participar das decisões, isto com base nos seus
conhecimentos e na arte da sua prática e observando as condições
emocionais do paciente e factores socioculturais relacionados.
Do ponto de vista ético, a informação a ser transmitida ao paciente é
mais ampla do que exigem as normas legais e as decisões dos tribunais
que tendem a acatar a validade dos dois primeiros padrões de
informação anteriormente apresentados.
A pessoa autónoma também tem o direito de “não ser informada”. Ser
informado é um direito e não uma obrigação para o paciente. Ele tem o
direito de recusar ser informado. Nestes casos, nos pesquisadores
devem questioná-lo sobre quais parentes ou amigos quer que sirvam
como canais das informações. É certo que o indivíduo capaz tem o
direito de não ser informado, quando assim for sua vontade expressa.
O respeito ao princípio da autonomia orienta que se aceite a vontade
pessoal do paciente, impedindo que os pesquisadores lhe forneçam
informações desagradáveis e autorizando que estes últimos tomem
decisões nas situações concernentes do grupo alvo da pesquisa.
De modo a validar-se o direito, dos envolvidos nas pesquisas, estes
devem ter clara compreensão que constitui um dever do pesquisador
informá-lo sobre os procedimentos propostos, que têm o direito moral
e legal de tomar decisões sobre a sua própria vida. Deve também
compreender que os pesquisadores não podem iniciar um
procedimento sem a sua autorização, excepto nos casos de perigo de
vida eminente, e finalmente, o direito de decisão inclui o de consentir
ou de recusar a submissão a um determinado procedimento.
Então, a partir do preenchimento desses pressupostos, o paciente pode
escolher não querer ser informado ou, alternativamente, que as
informações sejam dadas a terceiros, ou ainda querer emitir seu
consentimento sem receber determinadas informações. Além de livre e
esclarecido, o consentimento deve ser renovável quando ocorram
significativas modificações no panorama do caso, que se diferenciam
daquele em que foi obtido o consentimento inicial. Isto é, quando o
consentimento inicial é tido como permanente e imutável, mesmo que
ocorram modificações importantes no estado de saúde, pode se estar a
violar a vontade autónoma do indivíduo. Podemos ainda salientar que
o consentimento dado anteriormente não é imutável, pode ser
117
modificado ou mesmo revogado a qualquer instante, por decisão livre
e esclarecida da pessoa assistida, sem que a ela sejam contrapostas
sanções morais ou administrativas.
Para Costa et al (1998), geralmente a acção do pesquisador em
situações de emergência, em que os indivíduos não consegue exprimir
suas preferências ou dar o seu consentimento, fundamentam-se no
princípio da beneficência, assumindo o papel de protector natural do
indivíduo por meio de acções positivas em favor da vida e da saúde. Nas
situações de emergência aceita-se a noção da existência de
consentimento presumido ou implícito, pelo qual supõe-se que a
pessoa, se estivesse de posse de sua real autonomia e capacidade, se
manifestaria favorável as tentativas de resolução do seu problema em
especial em pesquisas na área de saúde.
De um modo geral, existem cinco (05) principais circunstâncias
excepcionais que limitam a obtenção do consentimento informado:
• A incapacidade: tanto das crianças e dos adolescentes como
aquela causada em adultos por definição da consciência e
graves patologias neurológicas e psiquiátricas;
• As situações de urgências médicas, quando se precisa agir e não
se pode obter o consentimento pontual;
• A obrigação legal de declaração das doenças de notificação
compulsória;
• Um risco grave para a saúde das outras pessoas e de si mesma,
cuja identidade é desconhecida;
• Quando o paciente se recusa a ser informado e participar das
decisões.
Na pesquisa com seres humanos, podemos verificar que relativamente
ao consetimento, o Código de Nuremberg -1947, destaca para sua
efectivação dez (10) principais artigos, dos quais apresentamos em
seguida cinco (05) deles:
EXEMPLO
Exemplo (1):
119
intervenção urgente para administrar suplementos alternativos e
evasivos para garantir o prolongamento da vida do menor.
Atenção!
Exemplo:
• República de Moçambique
• Empresa W
• Departamento Administrativo
Exemplo (2):
________________________________
Atenção!
Exemplo (2):
121
TEMA/ TÍTULO DA PESQUISA: Avaliação da Ansiedade aos Exames nos
Estudantes finalistas do Curso de Contabilidade do ISCED.
CONSENTIMENTO INFORMADO
Para o efeito, vimos por meio desta pedir a sua permissão para
responder a 2 questionários de 12 perguntas cada, um com aspectos
ligados a Ansiedade e outro a Depressão. Não existem respostas certas
nem erradas, apenas terá que descrever o seu estado emocional nas
últimas 2 semanas, neste caso deve escolher dentre 3 alternativas, a
que melhor lhe descreve. Pode desistir se achar que a tarefa não é
interessante, no entanto se achar do seu interesse agradecemos o favor
de não deixar nenhuma questão por responder.
___/__/___ ___/__/_____
Atenção!
122
Para tal, podemos analisar o modelo de consentimento informado
proposto para uma pesquisa:
123
hipóteses (deliberação) com o objectivo de decidir-se intencionalmente
por uma das alternativas que lhe são apresentadas. Em segundo lugar,
esta escolha só poderá ser considerada autónoma, própria, se a pessoa
estiver livre de qualquer influência para tomar esta decisão
(voluntariedade).
O princípio de respeito à autonomia baseia-se na dignidade da pessoa
e, em consequência, há um dever moral de tratar as pessoas como um
fim em si e nunca utilizá-las apenas como um meio para atingir
determinado objectivo. É o reconhecimento do direito da pessoa de ter
opiniões e agir segundo seus valores e convicções, de possuir um
projecto de vida e felicidade baseado em escolhas próprias.
124
UNIDADE Temática 7.5. Cuidados a ter com Dados Dos Respondentes
Para Costa et al. (1998), os documentos com as informações obtidas
durante a pesquisa são armazenados, os dados podem estar arquivado
em papel ou informatizado, a finalidade é facilitar a manutenção e o
acesso às informações que os pacientes fornecem, durante a pesquisa
ou contexto de trabalho normal.
127
Habitualmente, a avaliação dos riscos envolvidos no projecto é
relacionada apenas aos indivíduos pesquisados, não sendo realizada, no
projecto qualquer consideração com relação aos pesquisadores e
trabalhadores envolvidos.
130
O CEP, ao emitir parecer independente e consistente, contribui ainda
para o processo educativo dos pesquisadores, da instituição e dos
próprios membros do Comité.
Finalmente, o CEP exerce papel consultivo e, em especial, papel
educativo para assegurar a formação continuada dos pesquisadores da
instituição e promover a discussão dos aspectos éticos das pesquisas
em seres humanos.
Dessa forma, cabe ao CEP promover actividades, tais como seminários,
palestras, jornadas, cursos e estudo de protocolos de pesquisa.
O CEP deve:
1) Identificar os riscos associados à pesquisa e diferenciá-los dos
que os sujeitos estariam expostos pelos procedimentos
assistenciais;
2) Verificar se foram tomadas as medidas necessárias para
minimizar os riscos previsíveis (considerando as dimensões
física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual);
132
3) Identificar os prováveis benefícios que podem advir da pesquisa;
4) Verificar se os riscos estão numa proporção razoável em relação
aos benefícios para os sujeitos da pesquisa;
5) Assegurar que os potenciais sujeitos receberão uma adequada e
acurada descrição e informação dos riscos, desconfortos ou
benefícios que podem ser antecipados;
6) Determinar intervalos de relatórios periódicos
a ser apresentados pelo pesquisador e, quando for o caso,
que os pesquisadores coloquem à disposição do CEP os dados
necessários para acompanhamento do projecto.
SUMÁRIO
EXERCÍCIOS DE AUTO-AVALIAÇÃO
134
c) O paciente tem liberdade em recusar ou
retirar seu consentimento, sem qualquer
penalização e/ou prejuízo à sua assistência
d) Nenhuma das Respostas.
3. Tendo em conta a afirmação que se segue: a pesquisa
deve ser conduzida apenas por profissionais
cientificamente qualificados e competentes. A mesma
retrata:
a) Consentimento livre
b) Autonomia
c) Ética em pesquisa
d) Nenhuma das respostas anteriores
Assinale com V as alternativas correctas, e com F as alternativas falsas
4. O princípio de respeito à autonomia baseia-se na
dignidade da pessoa e, em consequência, há um dever
moral de tratar as pessoas como um fim em si e nunca
utilizá-las apenas como um meio
para atingir determinado objectivo.
5. Os responsáveis legais não têm o direito de aceder as
informações constantes no processo de seus
dependentes.
6. O princípio da confidencialidade é relativo ao nível de
maturidade, autonomia e risco do adolescente e estes
aspectos devem ser avaliados em conjunto com o
adolescente.
7.
EXERCÍCIOS DE AVALIAÇÃO
BIBLIOGRAFIA
136
• MORIN, E. (1975). Paradigma Perdido. Lisboa: Publicações
Europa - América.
• RODRIGUES. L. (2003) Filosofia. 10º Ano. Lisboa: Plátano
Editora.
137