CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS
Frente: Biologia II
Professor(a): Alexandre Werneck
Assunto: Teoria Sintética da Evolução
Resumo Teórico
Introdução
Na teoria darwiniana faltava algo que explicasse a origem
e a transmissão das características favoráveis, permitindo a maior
sobrevivência dos organismos, consequentemente podendo gerar
descendentes.
Charles Darwin não soube explicar, por exemplo, como
novos indivíduos poderiam surgir. Porém, hodiernamente, os genes,
a mutação e a recombinação gênica (produto da meiose e da
fecundação no processo de reprodução sexuada) vieram para esclarecer
o motivo da geração de novas espécies.
blueringmedia/123RF/Easypix
Acreditava-se, segundo Lamarck, na biodiversidade sendo
resultado da interferência do meio ambiente e tais variações adquiridas
poderiam ser herdadas. Em 1883, August Weisman sugeriu que
o plasma germinativo (responsável pela geração de seres vivos) era
independente do resto do corpo, refutando, assim, a influência do
meio ambiente sobre a hereditariedade.
Sabe-se que houve algumas tentativas de se associar teorias
evolutivas aos princípios da genética mendeliana, porém, foram
desfavoráveis às ideias de Darwin, pois:
a) Apenas os caracteres de variação descontínua (cor de olho, cor do
cabelo...) foram considerados genéticos. Com isso, acreditavam
que poucas mutações nas variações descontínuas seriam suficientes
para gerar uma nova espécie [ideia denominada Mutacionismo].
Consequentemente, a seleção natural e o gradualismo eram
desnecessários à evolução.
b) No início do século XX, ressurgiram várias linhas Neolamarckistas
(por exemplo: a ortogênese do alemão Theodor Eimer, onde as
variações que surgem são direcionadas a um objetivo fixo e as
espécies evoluem em uma direção predeterminada, sem o auxílio
da seleção), as quais ansiavam em contrapor as ideias darwinianas.
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EAD – MEDICINA
AULA 22
Neodarwinismo
O Neodarwinismo surgiu a partir do trabalho do inglês
Georges John Romanes, o qual propôs pequenas mudanças na
teoria original de Darwin. Posteriormente, apareceram outras
ideias neodarwinistas como a Teoria Sintética da Evolução
(ou Teoria Moderna da Evolução), a qual conseguiu reconciliar a ideia
darwiniana com os princípios da genética.
Teoria sintética
Nas duas primeiras décadas do século XX, os adeptos da
genética mendeliana acreditavam que somente as mutações eram
responsáveis pela evolução e seleção natural em nada contribuía.
Porém, conforme foi passando o tempo, os cientistas chegaram
a aceitar a íntima relação entre as mutações e a seleção natural
do mais apto.
As mutações → permitem variabilidade de genótipos → gerando
variabilidade de fenótipos → havendo posteriormente a seleção
natural
Continuando a análise sobre a teoria sintética da evolução
é possível encontrar a síntese evolutiva (conceito introduzido pelo
cientista inglês Julian Sorell Huxley), onde a evolução pode ser
explicada pelas mutações e pela recombinação gênica. Agora,
o fenômeno evolutivo podia ser explicado através de conceitos da
genética, os quais Darwin não dispunha para explicar a sua teoria
da seleção natural.
Houve, também, os trabalhos de célebres cientistas como:
Fisher que publicou o livro (A Teoria Genética da Seleção Natural) em
1930; Haldane com o livro (As Causas da Evolução) em 1932; Wright
publicou um artigo sobre a evolução em populações mendelianas.
Com esses e outros trabalhos foi possível tornar mais segura a ideia
de que a seleção natural poderia realmente atuar sobre os tipos
de variações observadas nas populações naturais segundo as leis
da herança mendeliana.
Sabe-se que cada população apresenta determinado
conjunto gênico (conjunto de genes), o qual pode ser alterado
de acordo com fatores evolutivos. Com isso, quanto maior for o
conjunto gênico da população, maior será a variabilidade genética
e isto favorecerá a seleção natural.
Os principais fatores evolutivos
iqoncept/123RF/Easypix
que atuam sobre o conjunto gênico da
população estão reunidos logo abaixo:
• Mutações;
• Recombinações gênicas;
• Migrações;
• Seleção Natural.
Ilustração de um gene
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 Módulo de Estudo

As mutações gênicas
Ao longo da história evolutiva de cada espécie, a mutação
gênica é um fator evolutivo responsável por sua diversidade genética
(ou variabilidade genética).
Admite-se que as mutações correspondem às mudanças
do código das bases nitrogenadas da molécula de DNA Não houve
disjunção
(ácido desoxirribonucleico). Com tais mudanças, pode haver cromossômica
a produção de novas características graças à formação de um
gene mutante, o qual pode determinar vantagens ao portador
dele. Com o surgimento de uma vantagem adaptativa, o gene
mutante tende a permanecer naquele que é seu portador.
As mutações ocorrem espontaneamente ou podem ser
(n) (n) (n-1) (n+1)
induzidas por agentes externos (por exemplo: algumas substâncias
químicas e as radiações ionizantes – agentes químicos e físicos – Observação de uma célula em meiose e ocorrendo
erros no processo que culminam em gametas
genericamente denominados de agentes mutagênicos). alterados em número de cromossomos.
Um exemplo de uma mutação espontânea é o fenômeno de
tautomeria, o qual favorece a mudança estrutural da base nitrogenada b) Mutações cromossômicas estruturais, as quais são classificadas
componente do DNA e assim, podendo favorecer a ocorrência em: deleção; duplicação; inversão e translocação.
de erros na duplicação genética. Como a perda espontânea de – deleção (ou deficiência): corresponde ao tipo de mutação onde
amina da citosina, transformando-se em uracila. Com isso, haverá falta um pedaço do cromossomo;
o emparelhamento com a adenina e não com a guanina, o que – duplicação: neste caso, há um pedaço de cromossomo duplicado;
pode representar a formação de uma molécula de DNA mutante e
– inversão: agora, ocorre quando um pedaço do cromossomo está
posteriormente, com a reprodução, haverá cópias mutantes.
invertido;
Citosina – translocação: por fim, aqui ocorre quando o cromossomo possui
Adenina
H Uracil um pedaço de cromossomo vindo de outro.
H
H H O
N H H
N A B C D E F G H
N A B C E F G H
C C
C C H DELEÇÃO
C C C
H H C
C N N H
N N
N C
N C HNO2 C
A B C D E F G H A B C B C D E F G H
C N DUPLICAÇÃO
O Desoxirribose
Desoxirribose O Desoxirribose H

Reação de desaminação da citosina em uracila.

A B C D E F G H A D C B E F G H
INVERSÃO
Fazendo a diferenciação entre mutações somáticas e mutações
germinativas.
A B C D E F G H M N O C D E F G H
MUTAÇÕES SOMÁTICAS MUTAÇÕES GERMINATIVAS
TRANSLOCAÇÃO
– Ocorrem em células que dão M N O P Q R A B P Q R
– Ocorrem em células somáticas (ou
origem aos gametas;
corporais);
– Com a ocorrência da meiose, os
– Podem ser passadas para células- Tipos de mutações cromossômicas estruturais.
gametas podem carregar erros de
-filhas através da mitose;
replicação;
– Não são transmitidas aos descen-
– Caso ocorra à fecundação, essas
dentes, permanecendo apenas
mutações podem ser transmitidas A recombinação gênica
em células do progenitor.
aos descendentes.
Outro tipo de fator evolutivo que pode contribuir com o
aumento da variabilidade genética da população. Tal processo está
As mutações cromossômicas relacionado diretamente à reprodução sexuada onde ocorre a mistura
de genes vindos dos indivíduos diferentes.
Em proporções maiores que as mutações gênicas, as Vale mencionar que a recombinação gênica pode ser
mutações cromossômicas correspondem a qualquer alteração no classificada em dois tipos:
número ou na estrutura dos cromossomos de uma célula. a) Segregação independente dos cromossomos, ou melhor,
Muitas vezes chamadas de aberrações cromossômicas, os cromossomos se separam no momento da meiose indo para
elas podem ser de dois tipos: gametas distintos. Agora, quando formados vão se unir na fertilização,
determinando, assim, uma nova combinação de genes.
a) Mutações cromossômicas numéricas, as quais são classificadas
em aneuploidias e euploidias. b) Permutação (ou crossing over), aqui corresponde a um processo
– Nas aneuploidias há perda ou acréscimo de um ou mais de troca de pedaços de cromátides entre cromossomos homólogos,
cromossomos das células (2n – 1; 2n – 2; 2n + 1..., onde n – é o que contribui com a variabilidade genética.
o número de cromossomos);
Exemplos: a trissomia do cromossomo 21 (ou síndrome de
Down); a síndrome de Turner etc. A migração
– Nas euploidias há perda ou acréscimo de genomas completos A ocorrência da migração pode afetar a composição gênica
(n; 3n; 4n...). de uma população, visto que os seus representantes, não estando
isolados, podem passar de uma área, para outra.

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 Módulo de Estudo

Com a chegada de novos indivíduos numa área, ocorreu,

então, a imigração. Caso contrário, ou seja, a saída de indivíduos
de uma população para outra área, tem-se um caso de emigração.
TIPOS DE SELEÇÃO
Vale frisar que as migrações provocam fluxo gênico, o que
representa um fator evolutivo muito importante.

Frequência de
População

indivíduos
A deriva gênica
Alteração da frequência gênica de uma população
p ro v o c a d a p o r a l t e r a ç õ e s a o a c a s o d o m e i o a m b i e n t e
(como exemplo, desmatamento etc) e não por adaptação ao População População Fenótipos (cor da pelagem)
original evoluída
ambiente (como na seleção natural). Em tal fator evolutivo, ocorre
a redução considerável no número de indivíduos de uma população
e esta pouca amostragem não representa a população original em
termos genéticos. Com isso, determinados genes podem aumentar
consideravelmente sua quantidade como outros podem desaparecer
subitamente em uma população.

O princípio do fundador
Tipo de oscilação genética onde há o estabelecimento de uma
nova população, numa dada região, devido à existência de poucos que
sobraram de uma população que sofreu drásticas reduções de seus
representantes ou um pequeno número de indivíduos emigraram para
outra região determinando a fundação de uma nova população local.
Convém mencionar o exemplo da ordem Amish, a qual corresponde a
um grupo de pessoas que a muito tempo se estabeleceu como pioneiros
numa região dos Estados Unidos, como exemplo, a Pensilvânia.
Então, pode-se admitir para esse grupo humano o princípio do
fundador.
A seleção natural
A teoria da seleção natural de Charles Robert Darwin
afirma que os organismos vivos (plantas; bactérias etc.) mais
aptos às condições ambientais têm mais chances de sobrevivência
e, assim, transmitir suas características aos descendentes através
da reprodução.
A seleção natural pode ser observada na discreta seleção
sexual de um macho pela fêmea ou na ação de um predador sobre
sua presa. Evidencia-se, então, que as restrições ambientais impõem
a sobrevivência dos mais aptos. A ação da seleção natural sobre o
organismo mostra que há necessidade de um conjunto de genes
(e não apenas um) para se verificar como resultado o fenótipo
selecionado.
Com a variação nos tipos de seleção natural, pode-se encontrar,
logo adiante, os principais tipos de seleção natural.
Tipos de seleção natural
Com o estudo moderno sobre a seleção natural, pode-se,
agora, classificá-la em: estabilizadora; direcional e disruptiva. Veja:
1. Estabilizadora: normalmente, ocorre em ambientes estáveis, aqui
os indivíduos estão bem adaptados, fazendo com que os indivíduos
médios sobrevivam. Por exemplo: Seleção de pássaros como o
tamanho mediano das asas.
2. Seleção Direcional: nesse caso, há mudanças ambientais e um
fenótipo antes desfavorável passa a ser favorecido. Por exemplo:
As bactérias que sobrevivem após a dose de antibiótico passam
a ser favorecidas e se reproduzem, passando tais características
à prole.
3. Seleção Disruptiva: favorece os indivíduos com características
e x t re m a s , e n q u a n t o o s m é d i o s s ã o d e s f a v o re c i d o s .
Por exemplo: plantas vivendo em local rico em chumbo ou zinco.
(a) Seleção direcional (b) Seleção diversificadora (c) Seleção estabilizadora
A ilustração mostra os três tipos de seleção natural, tomando como base uma
população de ratos com variados fenótipos da cor da pelagem. No primeiro caso,
a seleção direcional (a) valoriza uma das características da pelagem, sendo a cor
escura do rato valorizada. No segundo caso, a seleção diversificadora (ou disruptiva)
(b) valoriza as duas cores extremas de pelagem do rato. Por fim, o terceiro caso,
ocorre a seleção estabilizadora (c) e aqui há valorização da característica intermediária.
Equilíbrio pontuado
Defendida, em 1972, por Stephen Jay Gould e Niles Eldredge.
A teoria do equilíbrio pontuado afirma que houve longos períodos
de tempo em que as espécies mudavam muito pouco. Em termos
intermitentes, novas espécies apareciam e consequente mudança
evolutiva em uma escala de tempo geológica, resultando em uma
súbita aparição de novas formas de registro fóssil.
Curiosidade:
A EPIGENÉTICA E A EVOLUÇÃO
Muito se investigou sobre curiosos fatos envolvendo a
genética. A priori, observando gêmeos univitelinos, concluiu-se
que um desenvolveu a síndrome de Kallmann e o outro não.
A síndrome de Kallmann determina, normalmente, problemas de
desenvolvimento sexual e do olfato. O que provocou tão intrigante
efeito divergente entre os gêmeos?
O estudo passou, então, para patamares mais detalhados
e se chegou ao conceito da epigenética, a qual corresponde a
qualquer contribuição ao fenótipo graças às modificações ao
genoma sem envolver mudanças na sequência de bases do DNA.
Nota-se que essas modificações (replicadas durante as
divisões celulares) são altamente susceptíveis à ação de fatores
ambientais. Em seguida, vale acrescentar que existem alguns
exemplos de alterações epigenéticas a se considerar:
a) Metilação de regiões promotoras de genes, o que pode provocar
seu silenciamento;
b) Modificações pós-traducionais das histonas.
c) MicroRNAs podem provocar silenciamento dos genes
pós-transcrição etc.
Agora, cabe aos cientistas investigarem até que ponto tais
alterações epigenéticas podem interferir na evolução das espécies.

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 Módulo de Estudo

Exercícios

01. (Ufal) Ao longo do desenvolvimento da agricultura, algumas espécies foram geneticamente melhoradas num processo seletivo conduzido
pelo homem. Em populações naturais, a seleção promove a adaptação às condições ambientais. Nos dois casos, o processo seletivo atua
desde que haja:
A) endogamia.
B) nichos ecológicos amplos.
C) variabilidade genética.
D) partenogênese.
E) isolamento reprodutivo.

02. (Mack-SP – Modificada)

Seleção
mutação natural

VARIABILIDADE ADAPTAÇÃO

Recombinação
gênica

O esquema anterior apresenta os princípios básicos da teoria evolucionista.

Trata-se da teoria:
A) darwinista, pois Darwin já possuía conhecimentos sobre mutação e recombinação gênica.
B) lamarckista, pois Lamarck já tinha conhecimentos sobre seleção natural.
C) sintética, que acrescenta os conceitos de mutação e recombinação gênica para explicar a ocorrência de variabilidade.
D) neodarwinista, que acrescenta o conceito de seleção natural à teoria darwinista.
E) neodarwinista, que acrescenta o conceito de seleção natural e adaptação à teoria darwinista.

03. (UFU-MG) O uso de um mesmo antibiótico para tratar repetidas infecções causadas por mesmos tipos de bactérias tem como
consequência a ineficácia do tratamento. Tal resultado é devido ao fato de:
A) o antibiótico induzir modificações no metabolismo das bactérias.
B) as bactérias se adaptarem individualmente ao antibiótico.
C) o antibiótico selecionar, na população bacteriana, as bactérias que já eram residentes a ele.
D) o antibiótico induzir, diretamente nas bactérias, uma resistência.

04. (UFG – Modificada) Com base na análise dos gráficos abaixo, julgue as afirmativas, colocando ( C ) para correto e ( E ) para
errado.

Seleção Seleção
forte forte

Variabilidade

Seleção Seleção
fraca fraca
variabilidade

Sônia Lopes. Bio: genética, evolução, ecologia.

São Paulo: Saraiva, 1997.

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 Módulo de Estudo
( ) A seleção forte restringe a variabilidade genética e elimina
os fenótipos desviantes.
( ) A seleção fraca atua permanentemente sobre todas as
populações, mesmo em ambientes estáveis e constantes.
( ) A ação da seleção forte consiste em excluir genótipos menos
adaptados a uma determinada condição ecológica.
( ) A seleção fraca atua da seguinte forma: evita a eliminação
de determinados genes em uma população constante e
estável.
05. (PUC-MG) Os parasitas evoluem constantemente aumentando
sua infecciosidade e otimizando sua virulência, enquanto os
hospedeiros, por sua vez, também devem evoluir rapidamente
minimizando essas propriedades dos parasitas. Se um deles
conseguir uma vantagem evolucionária significativa, isso poderá
levar à extinção do outro. O “equilíbrio” competitivo, no qual não
há perdedores nem vencedores definitivos, parece ser a melhor
solução para os dois. Mas sabemos que os parasitas evoluem
mais rapidamente do que os hospedeiros, por pelo menos dois
motivos: maior tamanho populacional, tempos de geração mais
curtos. A solução para esse aparente paradoxo foi revelada pelo
grande evolucionista inglês William D. Hamilton (1936-2000),
que mostrou que o equilíbrio podia ser mantido se os hospedeiros
adotassem a reprodução sexuada.
Outros evolucionistas demonstraram ainda que entre as aves
havia uma correlação negativa significativa entre a infestação
por parasitas e a exuberância da plumagem e canto dos machos,
e que as fêmeas das aves escolhem parceiros sexuais pelo
escrutínio de características físicas cuja expressão depende de
saúde e vigor.
Trecho extraído da matéria de Sérgio Danilo Pena publicada no site da CHC
Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/144517>.
Sobre esse assunto, foram feitas as seguintes afirmações:
I. Intervalos mais curtos no tempo entre gerações reprodutivas
e um maior número de descendentes em cada geração
normalmente favorecem mais elevadas taxas de mutação nos
parasitas do que nos hospedeiros;
II. A recombinação genética, possibilitada pela reprodução
sexuada, cria novas combinações gênicas, tornando cada
hospedeiro um ambiente singular para o parasita e dificultando
a adaptação deste último;
III. A seleção sexual nas aves pode favorecer a seleção de parasitas
que causem menos danos aos seus hospedeiros;
IV. A seleção natural por parasitismo e a seleção sexual determinam
um aumento na variabilidade genética das aves de uma
determinada população;
V. A seleção natural na relação entre parasita e hospedeiro permite
que um hospedeiro tenha resistência natural à infecção por um
parasita que ele nunca encontrou.
São afirmações corretas:
A) I, II, III e IV B) I, II, III e V
C) I, II, IV e V D) II, III, IV e V
06. (Fuvest-SP) A bactéria Streptococcus iniae afeta o cérebro de
peixes, causando a “doença do peixe louco”. A partir de 1995,
os criadores de trutas de Israel começaram a vacinar seus peixes.
Apesar disso, em 1997, ocorreu uma epidemia causada por uma
linhagem de bactéria resistente à vacina. Os cientistas acreditam
que essa linhagem surgiu por pressão evolutiva induzida pela
vacina, o que quer dizer que a vacina:
A) induziu mutações específicas nas bactérias, tornando-as
resistentes ao medicamento.
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B) induziu mutações específicas nos peixes, tornando-os
suscetíveis à infecção pela outra linhagem de bactéria.
C) causou o enfraquecimento dos órgãos dos peixes, permitindo
sua infecção pela outra linhagem de bactéria.
D) levou ao desenvolvimento de anticorpos específicos que, ao se
ligarem às bactérias, tornaram-nas mais agressivas.
E) permitiu a proliferação de bactérias mutantes resistentes, ao impedir
o desenvolvimento das bactérias de linhagem original.
07. (Unifor-CE) O melanismo industrial é observado em regiões
altamente industrializadas. Caracteriza-se pelo aumento da
frequência de indivíduos com coloração escura que passam a
predominar sobre os de coloração clara.
Com relação a esse fenômeno, é correto afirmar que os indivíduos
A) claros tornaram-se escuros para adaptarem-se ao meio.
B) claros tornaram-se resistentes à poluição do meio.
C) claros são mais adaptados ao ambiente poluído.
D) escuros são predominantes por serem portadores de alelos
dominantes.
E) escuros predominam devido à atuação da seleção natural.
08. (Uerj) Os indivíduos de uma determinada espécie de peixe,
bem adaptada a seu ambiente, podem ser classificados, quanto
ao tamanho, em três grupos: pequenos, médios e grandes.
O grupo mais numeroso corresponde ao que apresenta fenótipo
médio.
Considere a introdução de um predador desses peixes no
ambiente. Ao longo do tempo, os indivíduos do grupo médio
passam a ser os menos numerosos, pois os peixes de tamanho
menor conseguem defender-se do predador escondendo-se nas
tocas, enquanto os de maior tamanho, mais fortes, não são
atacados pela espécie predadora.
As alterações descritas exemplificam o tipo de seleção denominado:
A) direcional.
B) disruptiva.
C) qualitativa.
D) estabilizadora.
09. (Fuvest-SP) Decorridos mais de 50 anos do uso dos antibióticos,
a tuberculose figura, neste final de século, como uma das doenças
mais letais; isso se deve ao fato de os bacilos terem se tornado
resistentes ao antibiótico usado para combatê-los.
Considerando que a resistência de uma população de bactérias a
um antibiótico é resultado de mutação ao acaso e que a taxa de
mutação espontânea é muito baixa, foi proposto o uso simultâneo
de diferentes antibióticos para o tratamento de doentes com
tuberculose. Com relação a esse procedimento, foram levantados
os seguintes argumentos:
I. O tratamento não será efetivo para o paciente, uma vez que
a resistência ao antibiótico não é reversível;
II. O tratamento terá alta chance de ser efetivo para o paciente,
pois a probabilidade de que uma bactéria seja resistente a dois
ou mais antibióticos é extremamente baixa;
III. O tratamento poderá apresentar riscos para a população, pois
poderá selecionar linhagens bacterianas altamente resistentes
a antibióticos.
Analisando as informações contidas no texto, pode-se concluir
que apenas:
A) o argumento I é válido.
B) o argumento II é válido.
C) o argumento III é válido.
D) os argumentos I e III são válidos.
E) os argumentos II e III são válidos.
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 Módulo de Estudo
10. (UFCG-PB) Em uma comunidade, uma população de arbustos
possui indivíduos que produzem sementes de fenótipos grandes
e pequenos, em menor quantidade, em relação a arbustos que
produzem sementes com fenótipos médios. Uma determinada
espécie de pássaro, granívoro, dessa mesma comunidade,
tem hábito de comer sementes médias. O hábito do pássaro
determina uma pressão de seleção sobre a referida população
de arbustos.
Assinale a alternativa correta em que o gráfico representa esse
processo de seleção exercida pelo pássaro.
A) B) 13. (Uece) “Quando os ancestrais humanos foram para as savanas
C) D) Esse texto apresenta, em sua ideia central, informações que
E)
11. (Unicamp) A anemia falciforme é caracterizada por hemácias em
forma de foice, em função da produção de moléculas anormais de
hemoglobina, incapazes de transportar o gás oxigênio. Indivíduos
com anemia falciforme são homozigotos (SS) e morrem na infância.
Os heterozigotos (Ss) apresentam forma atenuada da anemia. Na
África, onde a malária é endêmica, os indivíduos heterozigotos
para anemia falciforme são resistentes à malária.
A) Explique o que é esperado para a frequência do gene S em
presença da malária. E em ausência da malária?
B) Qual é a explicação para o fato dos heterozigotos para anemia
serem resistentes à malária?
12. (UFMS – Modificada) Com base no tema Seleção, coloque (C)
para aquelas corretas e (E) para as erradas. Use a figura
abaixo, quando necessário.
Variabilidade Genética
Baixa pressão de seleção
Alta pressão de seleção
Tempo
( ) O processo de seleção natural atua de forma mais rápida na
população quando a interferência humana é capaz de alterar
bruscamente o ambiente.
( ) Quanto mais intensa for a pressão de seleção sobre uma
determinada população, maior será a sua variabilidade
genética.
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( ) A seleção natural organiza e dirige a evolução tornando
as populações mais adaptadas a sobreviver e deixar
descendentes.
( ) A seleção natural está diretamente relacionada com o
sucesso reprodutivo dos indivíduos na população, enquanto
as condições ambientais estão associadas à sobrevivência da
população em geral.
( ) A seleção natural não atua ao acaso, ao contrário, sua
atuação é orientada e também depende da heterogeneidade
espacial e temporal.
africanas, passaram a correr longas distâncias em pleno sol
tropical. Os músculos em grande atividade esquentam o corpo.
Indivíduos com cérebro grande e maior número de glândulas
sudoríparas – e, consequentemente, menos pelos – estavam
melhor adaptados a esse ambiente.”
Nina G. Jablonski, Revista Galileu, outubro de 2007.
concordam com:
A) a ideia da transmissão dos caracteres adquiridos e da
recombinação gênica.
B) os conceitos de seleção natural e especiação.
C) os princípios da seleção natural e da recombinação gênica.
D) os conceitos de convergência adaptativa e caracteres
adquiridos.
14. (UFPR) Quanto aos fatores responsáveis pela ocorrência da
evolução nos seres vivos, é correto afirmar:
A) A mutação gera diversidade nas populações, e a seleção natural
a reduz.
B) A deriva genética é imprescindível para a geração de diversidade
nas populações.
C) Sem a seleção natural e a deriva genética não ocorre diversidade
entre os seres vivos.
D) A migração genética não pode ser responsável pelo aumento
da diversidade nas populações.
E) A mutação aumenta a diversidade nas populações, e a migração
genética a reduz.
15. (Ufla-MG) A seleção natural pode agir sobre a diversidade das
populações de maneiras diferentes. Relacione as duas colunas,
associando a forma de seleção à explicação correspondente;
a seguir, marque a alternativa que contém a relação correta.
Forma de Seleção:
A) Seleção Estabilizadora
B) Seleção Disruptiva
C) Seleção Direcional
D) Seleção Sexual
Definição:
I. Diversificação da população mediante a seleção de indivíduos
com fenótipos extremos;
II. Algumas características dos machos relacionam-se à conquista
das fêmeas, o que amplia o potencial de gerar descendentes;
III. Ambientes com pouca variação favorecem indivíduos com
fenótipos intermediários e selecionam negativamente
indivíduos com fenótipos extremos;
IV. Um fenótipo antes desfavorável passa a ser favorecido, devido
à ocorrência de mudanças ambientais.
A) A-I; B-IV; C-III; D-II B) A-I; B-II; C-IV; D-III
C) A-III; B-I; C-IV; D-II D) A-III; B-IV; C-I; D-II
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 Módulo de Estudo
Resoluções
01. No processo seletivo natural ou artificial é importante a
variabilidade genética, visto que ela torna possível a seleção do
indivíduo mais adaptado às condições ambientais. Ademais,
sabe-se que tal variabilidade foi proporcionada pela mutação ou
pela recombinação gênica.
Resposta: C
02. O esquema mostra a teoria sintética onde se encontram os motivos
que levam à variabilidade genética, os quais são: mutações e
recombinações gênicas.
Resposta: C
03. Quando se usa um antibiótico, repetidas vezes, contra a mesma
infecção, tal medicamento acaba por selecionar a população de
bactérias mais resistente, tornando-o ineficaz para o tratamento
de infecções bacterianas.
Resposta: C
04. A seleção forte restringe a variabilidade genética e elimina os
fenótipos desviantes, tendo, então, uma seleção estabilizadora.
Além disso, a ação da seleção forte consiste em excluir genótipos
menos adaptados a uma determinada condição ecológica.
Agora, a seleção fraca atua permanentemente sobre todas
as populações, mesmo em ambientes estáveis e constantes.
A seleção fraca atua da seguinte forma: evita a eliminação de
determinados genes em uma população constante e estável e
isso pode tornar mais lento o processo evolutivo e determina uma
maior variabilidade genética.
Resposta: C – C – C – C
05. A questão remete sobre a evolução dos parasitas e assim
aumentando sua infecciosidade e otimizando sua virulência.
Ao se estudar os motivos que levam a essa capacidade
evolutiva, pode-se encontrar o fato dos parasitas terem
intervalos curtos no tempo entre gerações reprodutivas e
um maior número de descendentes em cada geração. Ainda
analisando os aspectos que levam à evolução na questão,
vê-se: a recombinação gênica, possibilitada pela reprodução
sexuada; a seleção sexual das aves e, assim, favorecendo
a seleção de parasitas que causem menos danos aos seus
hospedeiros e a seleção natural na relação entre parasita e
hospedeiro permite que um hospedeiro tenha resistência
natural à infecção por um parasita que ele nunca encontrou.
Vale acrescentar que a seleção natural por parasitismo reduz
a variabilidade genética das aves, pois é um fator que irá
selecionar àqueles mais aptos ao parasita.
Resposta: B
06. A vacina agiu como um agente selecionador de bactérias
resistentes. Com isso, as bactérias mutantes resistentes se
multiplicaram, o que provocou a referida epidemia.
Resposta: E
07. O melanismo industrial é uma evidência da atuação da seleção
natural, visto que os troncos escuros de fuligem favorecem as
mariposas escuras, protegendo-as contra predadores.
Resposta: E
OSG.: 119826/17
7 F B O N L I NE .C O M . B R
08. Percebe-se na questão que os peixes com características extremas
foram valorizados com a colocação de um predador que fez reduzir
a população de peixes de tamanho médio. Conclui-se, então, que
o tipo de seleção mencionado é a disruptiva.
Resposta: B
09. A resistência bacteriana aos antibióticos é um caso de seleção
direcional. Para a tuberculose, atualmente, faz-se o tratamento
com diferentes antibióticos a fim de tornar o tratamento mais
eficiente, pois, existem bactérias resistentes a um dos antibióticos,
porém, dificilmente aos variados medicamentos antibióticos.
O ponto contra a esse método de uso de antibióticos é o fato de o
tratamento poder proporcionar a seleção de linhagens bacterianas
altamente resistentes a antibióticos.
Resposta: E
10. O pássaro provoca uma seleção disruptiva, na qual as
características extremas serão valorizadas, visto que o mesmo se
alimenta de sementes médias, permitindo a sobrevivência das
sementes grandes e pequenas. Com isso, o gráfico que interpreta
tal situação é o da opção (A).
Resposta: A
11.
A) Trata-se de um caso de seleção estabilizadora (valorizado
o heterozigoto) onde, na presença de malária, ocorre a
manutenção da frequência do gene S, visto que a anemia é
compensada pela vantagem trazida com a resistência à malária.
Agora, na ausência de malária, a frequência do gene reduz,
pois, naturalmente, o gene S tem tendência a ser eliminado
pela seleção natural.
B) O plasmódio (agente etiológico da malária) se desenvolve
nas hemácias, sendo um parasita intracelular. Sabe-se que na
anemia falciforme, devido à presença da hemoglobina anormal,
o transporte de oxigênio torna-se insuficiente, ocasionando
uma maior dificuldade para a reprodução do plasmódio. Então,
aqueles com anemia falciforme têm menos chance de adquirir
malária.
12. Observando o gráfico, percebe-se que o processo de seleção
natural atua de forma mais rápida na população quando
a interferência humana é capaz de alterar bruscamente o
ambiente, pois o homem realiza uma seleção artificial. Quanto
mais intensa for a pressão de seleção sobre uma determinada
população, menor será a sua variabilidade genética, pois a
pressão seletiva intensa limita os indivíduos mais adaptados.
Sabe-se que a seleção natural organiza e dirige a evolução
tornando as populações mais adaptadas a sobreviver e deixar
descendentes. Além disso, a seleção natural está diretamente
relacionada com o sucesso reprodutivo dos indivíduos
na população, enquanto as condições ambientais estão
associadas à sobrevivência da população em geral. Por fim,
a seleção natural não atua ao acaso (como na deriva gênica),
ao contrário, sua atuação é orientada e também depende da
heterogeneidade espacial e temporal.
Resposta: V – F – V – V – V
13. Quando se discute as ideias da evolução nos dias atuais, não há
dúvida da interação dos princípios da seleção natural com as ideias
da mutação e da recombinação gênica. Vale acrescentar que tal
interação é denominada de teoria sintética da evolução.
Resposta: C
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 Módulo de Estudo

14. A questão menciona sobre os fatores evolutivos e em particular

se pode afirmar corretamente que a mutação gera diversidade
nas populações, visto que provoca alterações no código genético,
e a seleção natural a reduz, selecionando aqueles mais capazes
para sobreviver às condições ambientais locais.
Resposta: A

15. A priori, sabe-se que a questão trata sobre os tipos de seleção

natural e as suas respectivas características.
Assim sendo, tem-se:
Seleção estabilizadora: ocorre em ambientes com pouca
variação, favorecem indivíduos com fenótipos intermediários e
selecionam negativamente indivíduos com fenótipos extremos.
Seleção disruptiva: caracteriza-se pela diversificação da
população mediante a seleção de indivíduos com fenótipos
extremos.
Seleção direcional: ocorre quando um fenótipo antes
desfavorável passa a ser favorecido, devido à ocorrência de
mudanças ambientais.
Seleção sexual: é observada quando algumas características
dos machos relacionam à conquista das fêmeas, o que amplia o
potencial de gerar descendentes.
Resposta: C

SUPERVISOR/DIRETOR: Marcelo Pena – AUTOR: Alexandre Werneck

DIG.: Robert – 17/10/17 – REV.: Katiary

F B O NLINE.COM.BR 8 OSG.: 119826/17

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