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Proposta de Redação

Leia os trechos a seguir:

TEXTO I

O telespectador é convidado para espiar o que os participantes fazem no programa,

mas o forte apelo que a emissora faz ao aspecto voyeurístico do reality show logo é
deixado em segundo plano pelo telespectador ao constatar que os indivíduos que se
inscrevem para participar, o fazem com a consciência e intenção de visibilidade. As cenas
retratadas não são nada excêntricas ou secretas, pelo contrário, na maior parte trata-se
de situações corriqueiras, como cozinhar, banhar, namorar e conversar no sofá. A quebra
parcial desta rotina está nas provas, já aguardadas pelos participantes, em que resistência
física ou emocional e submissão a situações de ridículo são necessárias para que se
conquiste de comida a prêmios.
A distância quase científica dos documentários e a narrativa irreal das novelas agradam

ao telespectador. Mesmo podendo julgar seus personagens, o público ainda está longe
demais deles para promover julgamentos capazes de alterar algo. No Big Brother, as
mulheres que traem namorados podem ser expulsas com porcentagens massacrantes
de votos, os homens que se exasperam na agressividade correm o risco de saírem antes

mesmo que o público memorize seus nomes. A moral, a ética e os julgamentos sociais
estão presentes e evidentes como fenômenos culturais e sociais dentro dos reality shows.
Programas como Big Brother não são apenas consequência de uma sociedade do
espetáculo da era digital, como só poderiam existir pelos avanços tecnológicos que se
intensificaram no século 20. Entre os elementos do espetáculo dos reality shows está a

maximização da exploração das imagens e uma proximidade entre o público e os meios


de comunicação massivos através, por exemplo, das votações do Big Brother, quando o

telespectador escolhe por telefone ou pela internet que candidato deve sair.
Os reality shows expõem sentimentalismo, espontaneidade, o grotesco e a cordialidade

convivendo em um mesmo espaço. A hibridização é o processo de dialogar com o novo,


tendo como ponto de partida a tradição, resultando em uma ressignificação de
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conteúdo. A ideia de uma hegemonia midiática que se concretizaria no âmbito da cultura
de massa, com uma relação verticalizada entre dominadores e dominados, não cabe mais
em um cenário globalizado e híbrido.

Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/tv-em-questao/ed738-o-reality-


show-como-objeto-de-reflexao-cultural/

TEXTO II
Entra temporada, sai temporada e os reality shows continuam na televisão brasileira.
Alguns, como Big brother Brasil, A fazenda, The voice e MasterChef têm espaço cativo
na grade; outros como O aprendiz estão de volta renovados; e ainda há os novatos, caso
do The four. Não faltam títulos também na TV fechada e no streaming, com atrações
com temas de decoração à gastronomia, passando por arquitetura, convivência e
negócios.
É comum pensarmos: lá vêm eles de novo! Sempre a mesma coisa, as mesmas fórmulas.
Mas não é bem assim. De maneira vagarosa e sutil — até porque a maioria deles é uma
franquia estrangeira — , há renovações. Um exemplo é a atual edição do Big brother
Brasil, da Globo. A seleção do BBB 19 apresenta novidades, contemplando mais
diversidade e possibilitando discussões novas.

“O BBB foi mudando com o passar do tempo. Ele foi criado para ser um jogo, mas logo
teve mais foco nas possíveis celebridades do que na competição em si. Agora, a seleção
dos participantes vem mais diversificada, tentando representar uma sociedade fora do
padrão. Talvez isso seja reflexo da necessidade de as pessoas se verem representadas no
programa. Isso diversifica a discussão na casa e atrai um outro público, interessado no

conflito de ideias”, afirma Cláudio Ferreira, autor do livro A dinâmica dos reality shows
na televisão aberta brasileira.
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A sociedade moderna, especialmente os jovens, está cada vez menos tempo em frente
à tevê. “O público alvo de programas como o BBB é o jovem, mas ele é quem tem mais
preguiça de ficar muito tempo em frente à tevê. É o público que mais foge da televisão”,

afirma Cláudio. Para ele, uma solução para os reality shows enfrentarem essa realidade
é a reinvenção, buscando linguagens multimídias, não necessariamente na telinha.
É o que acontece, por exemplo, com programas de gastronomia, como o MasterChef e

o Cozinha prática, e com os de decoração, como o Santa ajuda e o Ordem na casa,


fenômeno recente da Netflix. Os próprios apresentadores convidam o público a conferir

versões estendidas nas plataformas de streaming das emissoras ou a ir aos sites, onde
estão disponíveis vídeos com o passo a passo de receitas ou de artesanato.

“Além das plataformas digitais, programas de gastronomia e decoração rendem um


outro negócio, como o lançamento de livros e a abertura de restaurantes”, completa
Cláudio.

Disponível em: https://blogs.correiobraziliense.com.br/proximocapitulo/o-fascinio-dos-reality-


shows-por-que-esse-formato-ainda-faz-tanto-sucesso/ (adaptado)

Levando em conta as ideias presentes nos dois textos, redija uma DISSERTAÇÃO EM
PROSA, expondo o que você pensa sobre “Os reality shows como objeto de reflexão
cultural”
Apresente argumentos que deem sustentação ao ponto de vista que você adotou.

Instruções:
- A redação deve ser uma dissertação, escrita de acordo com a norma-padrão da língua
portuguesa.
- Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível. Não ultrapasse o espaço de 30 linhas

da folha de
redação.
- Dê um título à sua redação.

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