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FANTASTIPEDIA

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Demônios da Goécia
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80 sigilos para os 72 demônios da Ars Goetia (alguns têm mais de um


sigilo). De O Livro da Goécia do Rei Salomão (1904), de S.L. MacGregor
Mathers e Aleister Crowley

Hierarquias de anjos e demônios, pôster de Humon, 2018. No que se


refere aos demônios, considerar os "príncipes" mais importantes que
os "duques" é um mal-entendido devido ao uso atual desses títulos …
Europa Ocidental
A palavra goécia, do grego goēteía, signi0cou
originalmente "encanto, malabarismo, feitiçaria", ou
seja, era sinônimo de magia. Está ligada ao grego
góēs (no plural, góētes), "feiticeiro, mago", com os
derivados goḗteuma, "encanto" e goēteúō, "enfeitiçar,
seduzir" e é por sua vez derivada do verbo
goáō,"gemer, lamentar", em alusão aos cânticos
usados na feitiçaria.

Entretanto, a partir da Renascença, a goécia


começou a ser contrastada com magia, como "magia
do mal", que recorre a demônios conforme as
acusações das igrejas cristãs, contra "magia boa" ou
"magia natural", ou com teurgia, que supostamente
recorre a forças naturais, angelicais ou divinas e
reivindica origem no neoplatonismo antigo ou na
tradição cabalística judaica. Heinrich Cornelius
Agrippa, em seus Três Livros de Filoso:a Oculta
(1531), escreve "Ora, as partes da magia cerimonial
são goécia e teurgia. A goécia é infeliz, pelo
comércios com espíritos impuros e composta de ritos
de curiosidades perversas, encantos iníquos e
depreciações, e é abandonada e execrada por todas
as leis".

Mesmo assim, livros que ensinam supostas maneiras


de evocar e controlar demônios continuaram a ser
publicados. Frequentemente reivindicam o
precedente e a autoridade do rei Salomão que,
segundo a lenda contada no livro apócrifo
Testamento de Salomão, teria aprisionado e
controlado demônios a seu serviço. Parte do poder e
da sabedoria do rei teria vindo dos seres que ele teria
conseguido forçar a trabalhar na construção do seu
Templo usando um anel marcado com um
pentagrama (o "Selo de Salomão"), ou aprisionar em
jarros selados com o anel, lenda que originou as
histórias do folclore árabe sobre gênios presos em
anéis, garrafas e lâmpadas (na tradição muçulmana,
demônios são djinns maus e não anjos caídos). Essas
obras justi0cam a goécia com a alegação de que,
enquanto estão sob o controle do feiticeiro, os
demônios estão impedidos de combater a obra de
Deus e a salvação da humanidade.

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ANÚNCIO

A Origem dos nomes e


hierarquias de demônios
Nas fontes mais o0ciais da tradição judaico-cristã -
os livros canônicos do Antigo e Novo Testamentos - o
único nome claramente identi0cado como diabólico é
o de "satã". No Antigo Testamento, e tratado como
nome comum - ha-sâtan, "o satã". A palavra hebraica
sâtan signi0ca "acusador", "adversário", é muitas
vezes é usada no original no sentido mundano de
adversário humano, mas em outras ocasiões se trata
de acusadores e adversários sobrenaturais. Nesse
sentido geral, o termo foi traduzido em grego como
diábolos, "acusador, caluniador", do qual veio o latim
diabolus e o português diabo. É só no Novo
Testamento que o termo é usado como nome próprio,
Satã ou, na forma grega, Satanás.

Satanás derrama as pragas sobre Jó, de William Blake (1826)

No Livro de Jó, o satã ou diabo é um dos bene elohim


(literalmente, "0lhos dos deuses") e propõe a Javé
deixá-lo testar a fé de Jó. Não fala como inimigo e
sim como um cortesão ou ministro a seu rei, o que
sugere que ele não representa um mal absoluto e sim
um promotor de justiça do Deus supremo. Pode ter
sofrido o mesmo tipo de mal-entendido que mais
tarde fez os anjos da morte e destruição do
Apocalipse cristão, que claramente agem sob ordens
divinas, serem interpretados como demônios pelo
cristianismo popular.

A tradição judaica pós-exílio e a cristã ortodoxa,


inauenciadas pelas concepções do zoroastrismo de
uma batalha cósmica entre um deus do bem e um
antideus do mal, deram um papel mais grandioso e
maligno a Satã ou Satanás como o suposto líder dos
anjos que se rebelaram contra Deus. Outros supostos
nomes demoníacos que aparecem em livros
sagrados, como Lúcifer, Belzebu, Belial, Asmodeu e
Azazel, foram vistos como seus sinônimos. Essa
tradição admitiu a existência de muitos demônios -
um terço dos anjos inicialmente existentes teriam
aderido à rebelião do líder - mas não viu fundamento
canônico para individualizá-los, nem isso parece
relevante do ponto de vista da fé e da moral (aliás,
dentre os próprios anjos há apenas dois nomes
individualizados que são totalmente canônicos,
Gabriel e Miguel).

As distinções entre os muitos demônios vem de três


tipos de necessidades: a) as dos contadores de
histórias nas quais um ou mais demônios são
personagens, o que exige que eles recebam nomes e
personalidades individuais; b) os exorcistas, clérigos,
rabinos ou "magos do bem" da teurgia, que acreditam
ter de identi0car os demônios responsáveis por cada
aaição para conhecer o ritual, anjo ou santo
adequado para combatê-los; c) os feiticeiros
praticantes da goécia, que querem dominar nomes e
características de cada demônio para saber quais são
adequados a seus 0ns e qual a maneira de conjurá-
los. Entretanto, com exceção de "satã" ou "diabo",
todos os nomes de demônios podem ser identi0cados
como originários de erros de entendimento ou
tradução do texto canônico; de textos
deuterocanônicos e apócrifos inauenciados pelo
zoroastrismo; da criatividade de cabalistas e
ocultistas medievais e modernos, muitas vezes
atribuída a métodos secretos, clarividência ou
comunicação com espíritos; ou de pura e simples
invenção 0ccional por autores de autos, contos e
0cção.

Mal-entendidos sobre os livros canônicos

Muitos dos nomes tradicionais de demônios se


originam de deusas ou deuses rivais de Javé,
cultuados por povos vizinhos dos hebreus e também
pelos próprios, para a fúria dos profetas e sacerdotes
monoteístas de Javé, que os chamavam de shedim
("demônios"). É o caso de Adramalech ou
Adrameleque e Anamelech ou Anameleque,
originários de Sefarvaim; Asherah ou Aserá de Tiro e
Sidon (e provável esposa de Javé antes do
monoteísmo); Ashima ou Asima de Hamath; Ashtart
ou Astarte de Sidon, Baal, de Tiro; Baal Berith e El
Berith de Sechem ou Siquém, Baal Zebub, de Ekron
ou Ecrom; Chemosh, Camos ou Quemós, dos
moabitas (talvez uma forma de Nergal); Dagon, de
Ashdod ou Asdode; Melek ou Malkam, dos amonitas;
Nergal, de Cuthah ou Cuta; Nibhaz ou Nibaz e
Tartak ou Tartaque, dos avim ou aveus; Succoth-
benoth ou Sucote-benote, de Babilônia
(provavelmente uma forma de Ishtar, também
mencionada no Livro de Jeremias como Malkath
haShamayim, "rainha do Céu") e Tammuz, de
Babilônia.

O rei Acab e a rainha Jezebel discutem com o profeta Elias sobre o


culto a Baal

Ba‘al, "Senhor", "Dono" ou "Marido", era um título dado


pelos cananeus a diversos deuses. Aquele citado no
primeiro livro dos Reis, cujo culto o rei Acab e a rainha
Jezebel protegiam em Israel e era combatido pelo
profeta Elias, pode ser Ba‘al Shamem, "Senhor do
Céu", uma forma de Hadad ou Ba‘al Ṣūr, "Senhor de
Tiro", um dos nomes de Melqart ou Melcarte. Usam o
mesmo título Baʿal Berith, "Senhor da Aliança",
mencionado no Livro dos Juízes e Ba‘al Zebul,
"Senhor do Alto", deus da cidade 0listeia de Ekron, que
era mencionado pejorativamente pelos hebreus como
Ba‘al Zebub, "Senhor das Moscas". Este nome foi
depois considerado particularmente importante
devido aos Evangelhos, nos quais os fariseus
atribuem o poder de Jesus de expulsar demônios a
(em grego) Beelzeboùl, "príncipe (archonti) dos
demônios", daí Belzebu.

Melek ou Melech, "Rei", também era um título dado a


muitos deuses e no Levítico especi0camente a uma
divindade que os hebreus eram proibidos de
homenagear "passando seus 0lhos pelo fogo". Para
evitar tratá-lo com respeito, os textos judaicos tardios
distorceram o título como Molek, para rimar com
bosheth, "vergonha", que em grego e latim se tornou
Moloch ou Moloque. No livro dos Reis, é chamado,
como deus dos amonitas, de Malkam, "Grande Rei",
que na bíblia do rei Jaime foi traduzida como Milcom.
Essa divindade parece ser igual a Ba‘al Hammon,
"Senhor da Multidão", deus de Cartago chamado de
Cronos pelos gregos e Saturno pelos romanos, ao
qual os cartagineses supostamente sacri0cavam seus
0lhos no fogo. Autores modernos consideram essa
descrição um exagero e pensam que (em ocasiões
normais, pelo menos) se tratava de um ritual em que
crianças eram passadas rapidamente pelo fogo.

Astarte era uma deusa adorada em vários lugares da


Síria, Canaã e Fenícia cujo nome aparece em textos
judaicos como ʻAštōreṯ, "Ashtoreth", para rimar com
bōšeṯ, "abominação" ou no plural como ʻAštārōṯ,
"Ashtaroth", referindo-se às suas múltiplas imagens e
invocações, mas a partir do século XV foi tratado em
textos judaicos e cristãos como um demônio
masculino, Astaroth.

Satã no Conselho: Lúcifer incita os anjos à revolta, ilustração de


Gustave Doré para o Paraíso Perdido de John Milton, 1866

Lúcifer, em grego Eosphóros, vem de Isaías, capítulo


14, onde o hebraico Hêlēl ben Shahár, varrido do céu
juntamente com um terço das estrelas, foi traduzido
na Vulgata como Lucifer qui mane oriebaris, "Estrela
d'Alva, 0lho da Aurora". No contexto, parece claro que
se trata de uma metáfora para a esperada queda do
rei da Babilônia, mas a tradição cristã e alguns dos
livros apócrifos o identi0caram com o líder dos "anjos
caídos", por sua vez originados de um provável mal-
entendido sobre os primeiros versículos do capítulo VI
do Gênesis, onde se diz que os 0lhos dos deuses (bnei
ha'elohim) viram que as 0lhas do homem (banot
ha'adam) eram belas e procriaram com elas, gerando
os ne0lins (ne:lim, provavelmente "derrubadores", no
sentido de "violentos", mas também traduzível como
"caidores").

Belial, do hebraico beliyaal, "sem valor", "indigno", é


no Antigo Testamento um adjetivo aplicado a maus
conselhos, más ideias e pessoas más. "Filhos de
belial", beni beliyaal, "0lhos da indignidade", é um
insulto para gente ruim, idólatras e inimigos.
Entretanto, em textos apócrifos e rabínicos e no Novo
Testamento (2 Coríntios 6:15), é usado como sinônimo
de Satã: "Que harmonia entre Cristo e Belial? Que há
de comum entre o crente e o descrente?".

Abaddon, em hebraico avaddon, "destruição" é


também um termo usado no Antigo Testamento no
sentido próprio. Em textos rabínicos é um dos
compartimentos do inferno judaico. No Novo
Testamento (Apocalipse), onde também é chamado
em grego Apollyon, é nome de um anjo destruidor,
aparentemente a serviço de Deus, mas que em textos
posteriores foi entendido como um demônio.

Leviathan ou Leviatã e Behemoth ou Beemote


como demônios resultam de entendimento errôneo
do Livro de Jó, onde são mencionados como animais
poderosos criados por Deus, talvez se referindo à
baleia e ao crocodilo. Azazel vem do Levítico 16:8-10,
que dispõe sobre o sacrifício anual de dois bodes: "E
tirará sortes quanto aos dois bodes: uma para o
Senhor e a outra para Azazel. Arão trará o bode cuja
sorte caiu para o Senhor e o sacri0cará como oferta
pelo pecado. Mas o bode sobre o qual caiu a sorte
para Azazel será apresentado vivo ao Senhor para se
fazer propiciação e será enviado para Azazel no
deserto". Não é claro se se trata de uma entidade
cananeia ou demoníaca, o que parece contrariar o
espírito monoteísta do Levítico, ou um penhasco de
onde o bode expiatório era supostamente lançado.

Mamon vem do Novo Testamento, dos versículos


idênticos do Sermão da Montanha, Mateus 6:24 e da
Parábola do Mordomo In0el, "Ninguém pode servir a
dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou
se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não
podem servir a Deus e a Mamon". No contexto, a
palavra signi0ca simplesmente "riqueza", mas desde o
século IV houve teólogos que o identi0caram a Satã e
depois a um demônio especí0co da avareza.

O nome de Caim, 0lho de Adão e primeiro autor de


um assassinato segundo o Gênesis, foi atribuído a um
demônio em tempos modernos. O nome de Balaam
ou Balaão,no Antigo Testamento (Livro dos Números)
um mago e profeta inimigo dos hebreus, foi também
atribuído a um demônio sem motivo aparente.

Livros Deuterocanônicos e Apócrifos

Ashmedai (hebraico) ou Asmodaios (grego),


Asmodeus ou Asmodeu em línguas modernas, às
vezes distorcido como Osmodeus, Osmodai,
Hashmedai, Hammadai, Shamdon ou Shidonai, vem
do deuterocanônico Livro de Tobias. Descrito como "o
pior dos demônios", é hostil a Sara e mata sete
maridos sucessivos em suas noites de núpcias,
impedindo a consumação dos casamentos. Quando o
jovem Tobias vai se casar com ela, Asmodeus o
ameaça com o mesmo destino, mas é salvo pelos
conselhos do anjo Rafael (também citado pela
primeira vez nesse livro), que o instrui a colocar o
coração e o fígado de um peixe sobre brasas,
produzindo um vapor que faz com o demônio fugir
para o Egito, onde Rafael o amarra.

Tobias expulsa Asmodeu com ajuda do anjo Rafael

Asmodeu é Aēšma Daēva, "Demônio da Ira", da


religião zoroastrista dos persas, cuja nêmesis
especí0ca era a entidade Asha Vahishta, "Melhor
Verdade". Aēšma é o mensageiro do antideus Angra
Mainyu, Ahriman ou Arimã, arqui-inimigo do deus
supremo Ahura Mazda, Ormuz ou Ormasde. Os
persas, que permitiram aos judeus exilados em
Babilônia retornar a Jerusalém, foram vistos pelo
judaísmo como aliados e suas concepções
inauenciaram muito o judaísmo pós-exílio e o
cristianismo: Satã deixou de ser visto como entidade
menor, talvez mesmo um servidor de Javé com a
função de acusador e promotor de justiça ("advogado
do diabo", diríamos hoje), para se tornar quase um
antideus à maneira de Angra Mainyu, o que levou à
consolidação do mito de Lúcifer e dos anjos caídos,
fundamental em muitos dos chamados livros
apócrifos. Entretanto, o Livro de Tobias é chamado
"deuterocanônico", uma categoria na qual foram
postos livros considerados em certa época apócrifos
(ou seja, não verdadeiramente inspirados por Deus),
mas depois aceitos pela maioria das igrejas cristãs
(exceto as evangélicas) e por muitas correntes do
judaísmo.

O apócrifo Livro de Enoque conta a história de


duzentos "anjos caídos", chamados ʿiyrin em aramaico
e egregoroi em grego ("vigias"), que teriam decidido
descer à Terra, gerar os ne0lins e ensinar artes
proibidas aos humanos. O líder era Samyaza ou
Shemyazaz e são citados muitos outros nomes, com
destaque para Azazel, Rameel ou Gadriel, que teria
ensinado os homens a fazer facas, espadas e
escudos e as mulheres a criar ornamentos e
cosméticos. Mastema vem do apócrifo Livro dos
Jubileus como chefe dos anjos caídos. Quando Deus
se dispõe a destruí-los, Mastema intervém,
suplicando a Deus que lhe permita reter e controlar
um décimo desses demônios para testar os humanos
com a permissão de Deus. Teria sido ele quem
aconselhou Javé a testar Abraão com o sacrifício de
Isaac e testar Jó com a perda de sua família e
riquezas. Ambos os livros são aceitos como
canônicos pela igreja copta e algumas correntes do
judaísmo.

Yaldabaoth, versão gnóstica de Samael ou Ariel

Samael ("Deus Cego" ou "Cegueira de Deus"),


chamado Satanael na tradução eslavônica, vem de
dois livros apócrifos. O primeiro é o Livro 3 de Enoque,
também chamado Livro dos Palácios e A Revelação
de Metatron, no qual o profeta Enoque, transformado
no anjo supremo Metatron, o menciona como
"príncipe de Roma" e "príncipe dos acusadores, maior
do que todos os príncipes dos reinos nas alturas". O
outro é III Baruque ou Apocalipse Grego de Baruque,
que o traz como 0gura dominante do mal, banido e
amaldiçoado por Deus por plantar a Árvore do
Conhecimento. Para se vingar, ele tenta Adão e Eva a
pecar, tomando a forma de serpente. Esses dois
livros, supostamente escritos no século II, não são
reconhecidos hoje por nenhuma igreja cristã, mas
esboçam a imagem de Satã em muitas tradições
judaicas, principalmente a cabalística.

O apócrifo gnóstico Livro Secreto de João identi0ca


Samael com o Demiurgo ("artesão", por trabalhar com
matéria), também chamado Yaldabaoth ("0lho do
caos") e Sakla ("tolo"). De uma corruptela de
"demiurgo" por copistas medievais veio mais um
nome diabólico: Demogorgon. É representado com
cabeça de leão e outros textos gnósticos dizem que
seu nome original era Ariel ("Leão de Deus").

Segundo as crenças gnósticas, do Ser Supremo


emanaram éons, uma série de seres femininos e
masculinos emparelhados que representam os
atributos de Deus. Deus e os éons constituem a soma
total do universo espiritual, conhecido como Pleroma.
O éon So0a imitou as ações de Deus, realizando uma
emanação própria, sem a aprovação prévia dos outros
éons no Pleroma. Isso fez surgir Yaldabaoth, uma
"serpente com cabeça de leão". Este ser é
inicialmente aprisionado por So0a, mas
posteriormente escapa, roubando uma parte do poder
divino dela no processo.

Usando o poder roubado, Yaldabaoth cria um mundo


material como imitação da perfeição do Pleroma
divino, tornando-se o Demiurgo, "artesão", de um
mundo imperfeito, conforme o nome dado ao criador
do mundo material no Timeu de Platão. Para
completar a tarefa, ele emana entidades conhecidas
como Exousiai, "emanações" ou Arcontes,
"governantes". Cada um dos arcontes cria sete
"potestades", cada uma dos quais, por sua vez, cria
seis anjos (ou mais?), perfazendo um total de 365
anjos. Alguns textos identi0cam explicitamente os
Arcontes com os anjos caídos do Livro de Enoque.

Como Yaldabaoth, os arcontes são descritos com


cabeças de animais: Aoth, Athoth ou Iaoth, Lua
(leão ou carneiro); Eloaios ou Eloaiu, Mercúrio
(Typhon ou Seth, cabeça parecida à de um asno);
Astophaios ou Astaphaios, Vênus (hiena); Iazo ou
Iao, Sol (serpente e leão, ou dragão de sete cabeças);
Adonaios ou Sabaoth, Marte (serpente ou dragão);
Adonin ou Adoni, Júpiter (macaco); e Sabbadaios,
Sabbede ou Sabbataios, Saturno (chama brilhante).
Nos comentaristas cristãos Orígenes e Irineu, Aoth se
torna Horaeus, Iao é Júpiter, Adonaeus é o Sol,
Sabaoth é Marte e o próprio Yaldabaoth é Saturno.
Alguns dos nomes derivam de denominações do deus
hebreu, identi0cado com o Demiurgo: Javé (Iao e
Iaoth), Elohim ou Eloah (Eloaios), Adonai (Adonaios),
Javé Sabaoth, senhor dos exércitos (Sabaoth). Outros
parecem ligados a divindades pagãs, como Toth
(Athoth), Astarte (Astophaios) e Adônis (Adoni).
Sabbadaios vem obviamente de Sabbath, "sábado",
originalmente "descanso";

O demiurgo cria Adão e, sem querer, lhe transfere


parte do poder roubado de Sophia. Então cria Eva de
sua costela, para tentar isolar e recuperar o poder que
ele perdeu estuprando Eva, que agora contém o
poder divino de So0a; mas falha quando o espírito de
So0a se transplanta na Árvore do Conhecimento.
Depois disso, o par é "tentado" pela serpente e come
do fruto proibido, recuperando assim mais uma vez o
poder que o demiurgo havia roubado.

O "Selo de Salomão" original, pentagrama usado como selo 0scal em


jarros com as letras de "Jerusalém"

E0pas carrega uma coluna de pór0ro para o Templo, conforme o


Testamento de Salomão

O apócrifo Testamento de Salomão, provavelmente


do século VI, proporcionou o modelo para toda a arte
de conjurar demônios, ao garantir que o rei hebreu a
utilizou para construir seu Templo.

Quando um demônio chamado Ornias assedia um


jovem favorito de Salomão, roubando metade de seu
salário e comida e sugando sua vitalidade com o
polegar de sua mão direita, Salomão ora no templo e
recebe do arcanjo Miguel um anel com o selo de Deus
na forma de um pentalpha (pentagrama), que o
capacita a comandar os demônios. Salomão empresta
o anel ao menino que, jogando o anel no demônio
Ornias, o marca com o selo e o coloca sob controle.
Então Salomão ordena ao demônio Ornias que pegue
o anel e imprima de forma semelhante o exarchos
("exarca", governador, mas geralmente traduzido
como "príncipe") dos demônios, Belzebu (Beelzeboùl,
no original). A primeira coisa que Salomão lhe
pergunta é se há fêmeas entre os demônios. Belzebu
responde que sim e lhe apresenta a bela Onoskelis
("Pernas de Jumenta"). Em seguida, pede que lhe
traga outros demônios, a começar por Asmodeu.

Surge assim o "selo de Salomão", "signo de Salomão"


ou "sino-saimão", supostamente capaz de manter
demônios sob controle. O uso mágico do pentalfa
parece ter se iniciado com os pitagóricos, que
usavam um pentagrama com as letras YΓIEA
("saúde") inscritas nas cinco pontas ou, mais tarde,
seu equivalente em latim SALVS, no começo de suas
cartas, como saudação e para desejar saúde ao
correspondente. Pelo menos desde o século II a.C.,
era generalizado no mundo greco-romano o uso de
pentalfas para afastar maus espíritos e na Judeia
helenística era usado como selo 0scal em jarros (para
certi0car o conteúdo, o pagamento de algum imposto
ou o volume, provavelmente), nesse caso com as
letras ‫ ;ירשלם‬YRŠLM ("Jerusalém") entre as pontas.

Com Belzebu sob seu comando, Salomão passa a ter


todos os demônios, machos e fêmeas, sob suas
ordens. São citados no livro cerca de 60 demônios,
cada um dos quais comanda legiões de demônios
menores, que são descritos e obrigados a confessar
como aaigem os homens e quais os anjos que os
frustram e postos para trabalhar na construção do
Templo ou aprisionados em jarros selados com o anel
de pentalfa. A lista inclui os demônios dos 36
decanatos, aos quais se atribuem doenças e as
fórmulas mágicas pelas quais podem ser banidos. Por
exemplo, o trigésimo terceiro demônio é Rhyx
Achoneoth, que causa dor de garganta e amigdalite e
pode ser expulso escrevendo a palavra Leikourgos em
folhas de hera e amontoando-as em uma pilha.

Salomão também envia um menino escravo com seu


anel para capturar um demônio do vento que assedia
a Arábia. O menino segura um odre de vinho contra o
vento com o anel na frente, amarrar o saco quando
0ca cheio e retorna com o odre. O demônio
aprisionado chama a si mesmo de EOpas (Ephippas)
e é com sua força que uma pedra angular,
considerada grande demais para ser erguida é
erguida até a entrada do templo. E0pas e outro
demônio trazem uma coluna milagrosa de pór0ro
vinda do Mar Vermelho. Este demônio se revela como
Abezithibod, e a0rma ser o demônio que apoiou os
mágicos egípcios contra Moisés, e que endureceu o
coração do faraó, mas foi apanhado pelo retorno do
mar com o exército egípcio e mantido preso pelo pilar
até E0pas aparecer, quando juntos puderam levantá-
lo.

A Cabala judaica

A Cabala Judaica é um conjunto de ensinamentos


esotéricos destinados a explicar a relação entre o
Deus imutável e eterno e o universo mortal e 0nito
que constitui a base das interpretações místicas do
Judaísmo e se formou na Espanha e Sul da França
dos séculos XII e XIII, com base em tradições orais
que também contribuíram para muitos dos livros
apócrifos, ou foram inauenciadas por eles.

Numa versão antiga da lenda central para a


concepção de mal e demônios da Cabala, o Alfabeto
de Ben Sira, escrito entre 700 e 1000, Lilith foi criada
como primeira esposa de Adão, mas recusou-se a se
submeter a ele, tornou-se um demônio e foi
substituída pela submissa Eva. Em versões
posteriores, ela entregou-se ao grande demônio
Samael para não ser levada de volta a Adão pelos
anjos, com base em Deuteronômio 24:2-4 ("Se,
depois de sair da casa, ela se tornar mulher de outro
homem, e o seu segundo marido não gostar mais
dela, lhe dará certidão de divórcio, e mandará embora
a mulher. Ou também, se ele morrer, o primeiro
marido, que se divorciou dela, não poderá casar-se
com ela de novo, visto que ela foi contaminada").

Chamas Gêmeas - Samael e Lilith, de Ghray Tani Lynn

O Tratado das Emanações à Esquerda, do rabino


Isaac (segunda metade do século XIII), combina essa
lenda e tradições talmúdicas com as concepções
gnósticas e dá uma lista de sete "príncipes da inveja e
do ódio", poderes ativos do mal inauenciando o
mundo: Samael, Zaa0el, Zaamiel, Qatsa0el, Ragaziel,
Avriel e Meshulahiel, inimigos dos sete arcanjos.
Samael e Lilith nasceram como um, assim como Adão
e Eva, dois pares de gêmeos, um acima e outro
abaixo. O pecado de Adão e Eva causou um despertar
nos dois pares de "gêmeos", do qual a cobra, Nahasiel
ou Gamliel, participou. Com isso, o Mal apareceu e
começou a se expressar. Ashmeday ou Asmodeu, rei
dos demônios no Talmude, mas demônio de segundo
escalão para os cabalistas, se desentendeu com
Samael ao se casar, por sua vez, com outra Lilith,
chamada "Lilith júnior" (Lilit zeirta).

Segundo o cabalista rabi Moshe ben Nachman,


conhecido como Nachmânides ou Ramban, os
demônios não são puros espíritos, como os considera
o cristianismo, mas seres de fogo e do ar. Isso lhes dá
corpos sutis, imperceptíveis aos sentidos humanos e
capazes de voar pelo fogo e pelo ar, mas sujeito às
leis da criação e da decadência material, nascimento
e morte. Seu sustento é derivado da água e do fogo,
de odores e sucos e por isso, os magos lhes queimam
incenso.

O Zohar e outros textos cabalistas acrescentam os


demônios são criados por relações sexuais com
humanos e anseiam também por tê-las e que cada
polução noturna dá origem a demônios. Baseiam na
suposição, contrária à opinião talmúdica, de que eles
não têm capacidade de procriação própria e precisam
de sêmen humano para se multiplicar. Na literatura
cabalística posterior, Samael tem quatro esposas -
Lilith, Naamah, Eisheth Zenunim (também chamada
Rahab) e Agrat bat Mahlat (mãe de Asmodeu no
Talmude) que são mães da maioria dos demônios.

Os autos e contos medievais

Segundo Maximilian Rudwin em The Organization of


Pandemonium, os autos medievais 0zeram de Lúcifer
o senhor nominal do inferno e de Satã ou Satanás seu
primeiro-ministro e melhor amigo. ”Uma linha nítida
de demarcação é traçada no drama alemão medieval
entre os personagens desses dois demônios. A
orgulhosa autocon0ança de Satanás contrasta com a
lamentável auto-humilhação de Lúcifer. Lúcifer é um
fraco, um déspota covarde, enquanto Satanás é seu
braço forte, seu 'galo esperto', como seu senhor o
chama. O primeiro-ministro do inferno não hesita em
falar o que pensa a Lúcifer, zomba de seu mestre até
mesmo na cara e o repreende por seus modos de
velha. O arquirregente do inferno é nervoso e tímido,
sentimental e brutal, vacilante e contemporizador,
sempre choramingando pela glória passada. Satanás,
por outro lado, é ousado e orgulhoso, sempre
otimista, nunca arrependido. Após a queda do céu.
Satanás reúne todos os seus poderes de orador para
alegrar e confortar seu senhor e mestre caído em
desespero".

Frontispício para uma edição de 1620 de A Trágica História do Doutor


Fausto, de Marlowe, mostrando Fausto conjurando Me0stófeles

Essa separação também é encontrada na História de


Deus (1527), auto do dramaturgo português Gil
Vicente, na qual Lúcifer ordena a Satanás que se
disfarce de cobra para tentar Adão e Eva. Um terceiro
demônio, Belial, faz de ajudante da corte e narrador.
Em A Trágica História do Doutor Fausto (1589) de
Christopher Marlowe, Lúcifer é o "arquirregente e
comandante dos espíritos caídos" e Beelzebub seu
companheiro e príncipe no inferno". Entretanto, os
papéis de Lúcifer e Satã são às vezes invertidos por
escritores modernos. O Merlin de Karl Immermann
(1832), por exemplo, faz de Satanás o soberano e de
Lúcifer é o vice-regente do Inferno.

A ideia de que o Inferno é organizado em quatro


divisões correspondentes aos quatro ventos ou
quatro pontos cardeais parece também ter surgido
inicialmente de autos medievais inspirados pelos
quatro anjos de Apocalipse 7:1 e resultou em histórias
nas quais quatro demônios semeiam o caos e na
expressão "diabo a quatro". Também é da
interpretação tradicional do diabo nos palcos, usando
uma capa vermelha, que vem o nome de capeta e a
concepção popular do diabo como um homem
vermelho de chifres e rabo.

Os autos medievais franceses também ligaram alguns


nomes demoníacos a papéis especí0cos. Baal é
designado o demônio da preguiça; Baal-Berith, o da
desobediência; Behemoth, o do desespero; Belial, o
da revolta e anarquia; Belfegor, o da rivalidade e
inimizade internacionais; Chemos, o da adulação.

Na lenda alemã Irmão Rush (Broder Rusch),


conhecida de uma edição de 1488, Asmodeu é
chamado de "príncipe da luxúria"; Lúcifer de "príncipe
da gula"; e Beelzebub, de "príncipe da inveja". Outros
contos e autos alemães fazem de Federwisch e
Schönspiegel os demônios da vaidade; Kränzlein e
Rosenkranz os demônios da obscenidade e
imoralidade; Nahema (Naamah) a demônia da
devassidão e do aborto; Nisroch, o do ódio e da
fatalidade, Schorbrandt, o da discórdia e conaito,
Succor-Benoth, o da inveja; e Urnell, o da bebedeira.
Harsnett e Shakespeare designam Hoberdidance,
Hobbididance ou Hop-dance como demônio da
dança, Victor Hugo diz que Sydragasum é o demônio
que faz garotas dançarem nuas e Tutevillus surge em
várias lendas como o demônio que inspira fofocas na
igreja.

Feitiçaria da Idade Moderna

Oriens ou Samael (leste, ar), em Amaymon ou Azazel (sul, fogo)


Clavis Inferni, atribuído a
Cyprianus, século XVIII

Paymon ou Azael (oeste, água)

Egyn ou Mahazael (norte, terra)

Os quatro demônios dos pontos cardeais, segundo Integrum Morborum


Mysterium, Sive Medicinae Catholicae, de Robert Fludd (1631), baseado
no De occulta philosophia de Agrippa: Egyn (norte), Oriens (leste),…
Amaymon (sul) e Paymon (oeste). Cada um deles tem um ministro ou
imediato que enviado
A concepção determinado tipo de doenças,
Inferno como divididorespectivamente
entre quatro
Mahazael, Samael, Azazel e Azael, contra os quais os arcanjos Gabriel,
domínios
Miguel, Uriel ecomandados por quatro
Rafael são os respectivos grandes
defensores demônios
da saúde humana

é comum nos tratados de demonologia dos séculos


XVI e XVII. A Filoso:a Oculta de Heinrich Cornelius
Agrippa (1510) lista os reis das direções cardeais como
Oriens (Leste), Amaymon (Sul), Paymon (Oeste) e
Egyn (Norte), com os nomes alternativos Samuel
(Samael), Azazel, Azael e Mahazuel (Mahazael), estes
encontrados na literatura cabalística.

O Calendário Mágico os lista como Bael, Moymon,


Poymon e Egin, embora algumas variantes listem
"Asmodel no Leste, Amaymon no Sul, Paymon no
Oeste e Aegym no norte"; "Oriens, Paymon, Egyn e
Amaymon"; ou "Amodeo (rei do Leste), Paymon (rei do
Oeste), Egion (rei do Norte) e Maimon." Uma nota de
rodapé em uma edição variante do Ars Goetia lista-os
como Oriens ou Uriens, Paymon ou Paymonia, Ariton
ou Egyn, e Amaymon ou Amaimon, também
conhecidos como Samael, Azazel, Azael e Mahazael.

Em outra concepção da divisão de papéis no Inferno,


Johann Weyer ou Johannes Wierus, ocultista seguidor
de Agrippa, a0rmou no tratado Pseudomonarchia
daemonum (1577) que Satanás foi forçado a abdicar
em favor de Belzebu, que encabeçou uma revolução
contra o antigo líder dos anjos rebeldes. Weyer
identi0cava Satã com Lúcifer, mas outros, que
distinguiam os dois nomes, concluíram que Satanás
tinha anteriormente tomado o poder de Lúcifer.
Narrativas mais recentes acrescentam que
Adrameleque, por sua vez, conspira para depor
Belzebu. Segundo Weyer, há 1.111 legiões de
demônios, cada uma com 6.666 integrantes
(7.405.926 demônios), que obedecem a 72 príncipes
do inferno.

Na Praxis cabulae nigrae Doctoris Johannis Fausti


(1612), atribuído ao próprio mago e alquimista Johann
Georg Faust (c. 1480–1540), Lúcifer é o rei, Belial o
vice-rei, Satanás, Belzebub, Astaroth e Plutão os
gubernatores e Aniguel, Anizel, Ariel, Aziel, Barfael,
Marbuel e Me0sto0el - nomes tirados pelo menos em
parte de fontes cabalísticas - os sete "eleitores",
reaetindo a organização do Sacro Império Romano,
que tinha quatro reinos e sete príncipes eleitores.
Me0sto0el, depois MeOstófeles, tem um papel
central na lenda de Fausto como seu familiar. Seu
nome parece derivar do hebraico mêp̄îṣ, "espalhador,
dispersor" e tophel, abreviação de tōp̄el šeqer,
"estucador de mentiras" e signi0car "espalhador de
mentiras". Em muitos livros de magia posteriores, do
século XVII, é Me0stófeles quem é considerado o
vice-rei de Lúcifer.

ANÚNCIO

A Chave de Salomão e a Ars


Goetia
O mais famoso e complexo dos tratados de goécia é o
anônimo A Chave de Salomão (Clavicula Salomonis)
ou Lemegeton (signi0cado desconhecido) compilado
em meados do século XVII de materiais alguns
séculos mais antigos. É dividido em cinco livros - Ars
Goetia, Ars Teurgia Goetia, Ars Paulina, Ars Almadel e
Ars Notoria.

O Ars Goetia (Arte da Goécia) é o mais conhecido,


com sua descrição de 72 demônios, de sua
hierarquia e das horas e rituais apropriados para
evocá-los. Na maior parte deriva de
Pseudomonarchia daemonum, apêndice de 1577
ao tratado de demonologia De praestigiis
daemonum, de Johann Weyer. Entretanto, Weyer
listara apenas 69 demônios, inclusive o príncipe-
duque Pruaas, omitido da Ars Goetia. Além de
quatro novos demônios (Vassago, Seire, Dantalion
e Andromalius), Ars Goetia acrescenta selos ou
sigilos usados para controlar os demônios. Algum
material veio dos Três Livros de Filoso:a Oculta
de Heinrich Cornelius Agrippa, do Heptameron
atribuido a Pietro d'Abano e o anônimo
Calendarium Naturale Magicum Perpetuum.
O Ars Teurgia Goetia (Arte da Teurgia e Goécia)
liga a maioria dos demônios a rumos da rosa-
dos-ventos e seus quatro imperadores aos
pontos cardeais (Carnesiel no Leste, Amenadiel
no Oeste, Demoriel no Norte e Caspiel no Sul).
Deriva principalmente da Steganographia (1499)
do abade Johannes Trithemius
(fundamentalmente um tratado sobre
esteganogra0a, técnica de ocultar a existência de
uma mensagem dentro de outra, disfarçado de
livro de magia), com sigilos diferentes e alguns
rituais adicionados, às vezes conaitantes com os
da Ars Goetia e da Ars Paulina.
O Ars Paulina (Arte Paulina) tem duas partes: a
primeira detalha vinte e quatro anjos alinhados
com as vinte e quatro horas do dia, a segunda, os
360 anjos dos graus do zodíaco. O Ars Paulina
deriva do livro três da Steganographia e de
porções do Heptameron do astrólogo Pietro
d'Abano (início do século XIV), mas supostamente
seria do Apóstolo Paulo em vez de (como alegava
Trithemius) do arcanjo Raziel. Alguns acréscimos
indicam que esta porção foi escrita na segunda
metade do século XVII. As tradições de Paulo se
comunicando com poderes celestiais são antigas,
baseando-se em interpretações de 2 Coríntios 12:
2-4 e no apócrifo Apocalipse de Paulo.
O Ars Almadel (Arte de Almadel, suposto autor
árabe) instrui o mago a criar placas de cera com
sigilos especí0cos destinados a contatar anjos por
meio de vidência e existe desde o século XV, pelo
menos.
O Ars Notoria (Arte Famosa) contém uma série de
orações (relacionadas às do Livro Juramentado
de Honório) destinadas a conceder memória
perfeita e aprendizado instantâneo ao mago. É a
parte mais antiga do Lemegeton, mencionada
pela primeira vez por Michael Scot em 1236.
Organização dos demônios da Ars Goetia

Os 72 demônios da Ars Goetia. A maioria das 0guras são baseadas nas


ilustrações de Louis Le Breton para a edição de 1863 do Dicionário
Infernal do ocultista Collin de Plancy.

Na Ars Goetia, os demônios são hierarquizados nos


seguintes graus:

•. Reis (9)
Ä. Duques (23)
Å. Príncipes (7)
Ç. Marqueses (15)
É. Condes (5)
Ñ. Cavaleiros (1)
Ö. Presidentes (12)
Essa classi0cação reaete o Sacro Império Romano do
século XVI no qual viveu Weyer, que incluía os "reinos"
nominais da Germânia, Boêmia, Itália e Arles. Ali eram
"príncipes" os governantes de pequenos estados
semi-soberanos (como o remanescente
Liechtenstein), menores que os ducados (como o
remanescente Luxemburgo). "Presidentes" eram os
chefes de senados e câmaras municipais (um dos
quais exercia o cargo de burgomestre ou prefeito) ou
de tribunais e universidades que normalmente eram
os mais altos dignitários da burguesia, mas
honori0camente inferiores aos cavaleiros nobres se
não tivessem um título de nobreza. Acima dos reis,
supõe-se pelo menos um imperador, Lúcifer ou
Satanás. Outros tratados de goécia têm classi0cações
um pouco diferentes.

Como acontecia de fato no Sacro Império e outras


partes da Europa, alguns demônios acumulam mais
de um título ou dignidade. E o título, embora indique o
grau de respeito devido, nem sempre reaete a
extensão real do poder do personagem, a julgar pelo
número de legiões que cada um supostamente
comanda. O número total de legiões comandadas
pelos 72 demônios seria 2.720, bem maior do que
aquele postulado pela Pseudomonarchia daemonum
de Weyer. Os 72 demônios são, por sua vez,
comandados por quatro regentes dos pontos
cardeais: Amaymon (Leste), Corson (Oeste), Ziminiar
(Norte) e Gaap (Sul). Há dois demônios com formas
femininas - duque Vepar e duque Gremory - e um
representado como hermafrodita platônico, com um
rosto de homem e outro de mulher, o rei Belial, mas
todos são referidos no grimório como "eles". Na
concepção cristã, nenhum deles realmente tem sexo,
embora possam tomar formas masculinas ou
femininas.

Ars Goetia: Demônios 1 a 9

1. rei Bael, 2. duque Agares, 3. príncipe Vassago, 4. marquês Samigina,


5. presidente Marbas, 6. duque Valefar, 7. marquês Amon, 8. duque
Barbatos, 9. rei Paimon

Demônio Legiões Observações

rei Bael 66 Bael é o primeiro rei do


Inferno, com domínios no
leste. Tem três cabeças:
um sapo, um homem e
um gato. Fala com uma
voz rouca, mas bem
formada e ensina a arte
da invisibilidade. Pode
ser o equivalente a Baal
ou Belzebu.

duque Agares 31 Governa a zona leste do


Inferno. Pode fazer os
fugitivos voltarem e os
que 0cam parados
correrem. Tem prazer em
ensinar expressões
imorais e o poder de
destruir dignidades,
tanto temporais quanto
sobrenaturais. É
retratado como um
homem pálido
cavalgando um crocodilo

príncipe 26 Pode ser persuadido a


Vassago contar ao mago eventos
passados e futuros,
descobrir coisas
escondidas e perdidas e
tem uma "boa" natureza
e se manifesta como um
anjo. Não consta da lista
da Pseudomonarchia
Daemonum de Weyer.

marquês 30 Também chamado


Samigina Gamigin. Ensina todas as
ciências liberais e dá
conta das almas
daqueles que morreram
em pecado e se
afogaram no mar,
falando com uma voz
áspera. Responde ao que
é perguntado e 0ca com
o mago até este se dar
por satisfeito. É descrito
como um pequeno
cavalo ou um burro, que
muda de forma para um
homem a pedido do
mago.

presidente 36 Também chamado


Marbas Barbas. Responde sobre
coisas ocultas ou
secretas, causa e cura
doenças, ensina artes
mecânicas e transforma
os homens em outras
formas. Ele é descrito
como um grande leão
que, a pedido do mágico,
muda de forma e se
torna um homem.

duque Valefar 10 Também chamado


Malaphar. Tenta as
pessoas a roubar e é o
responsável pelo bom
relacionamento entre os
ladrões. É considerado
um bom familiar por seus
associados "até que
sejam apanhados." É
representado como um
leão com cabeça de
homem, ou como um
leão com cabeça de
jumento.

marquês Amon 40 Também chamado


Nahum. Ele aparece
como um lobo com
cauda de serpente que
pode cuspir fogo, ou
como um homem com
cabeça de corvo, às
vezes com dentes
caninos. Ele fala de todas
as coisas passadas e
futuras. Ele cria rixas e
reconcilia controvérsias
entre amigos e inimigos.

duque 30 Tem quatro reis como


Barbatos seus companheiros para
comandar suas legiões.
Dá a compreensão das
vozes dos animais, fala
sobre passado e futuro,
concilia amigos e
governantes e pode levar
a tesouros escondidos
por encantamentos de
magos.

rei Paimon 200 Um dos reis do Inferno,


mais obediente a Lúcifer
do que os outros. Tem
uma grande voz e ruge
quando chega, até que o
mago o force a
responder claramente às
perguntas que lhe são
feitas. Quando um
conjurador o evoca, deve
olhar para o noroeste, na
direção da casa de
Paimon, e quando
Paimon aparece, ele
deve ter permissão para
perguntar ao conjurador
o que ele deseja e ser
respondido, a 0m de
obter o mesmo dele.
Ensina todas as artes,
0loso0as e ciências, e
coisas secretas; pode
revelar todos os mistérios
da Terra, vento e água, o
que a mente é, onde ela
está, e tudo o que o
mago deseja saber. Dá
bons familiares,
dignidades e os con0rma,
e submete humanos à
vontade do mago. Se for
chamado sozinho,
alguma oferta ou
sacrifício deve ser feito, e
ele o aceitará; então dois
reis chamados Beball
(Bebal ou Labal) e
Abalam (Abalim) irão até
ele junto com outros
espíritos, geralmente 25
legiões; mas esses
outros espíritos nem
sempre vêm, a menos
que o mágico os
convoque. É retratado
como um homem de
rosto afeminado, usando
uma coroa preciosa e
cavalgando um
dromedário. Diante dele
vai uma hoste de
demônios com a forma
de homens, tocando
trombetas, pratos e
outros instrumentos.

Ars Goetia: demônios 10 a 18

10. presidente Buer, 11. duque Gusion, 12. príncipe Sitri, 13. rei Beleth, 14.
marquês Leraje, 15. duque Eligos, 16. duque Zepar, 17. conde-presidente
Botis, 18. duque Bathin

Demônio Legiões Observações

presidente Buer 50 Aparece quando o Sol


está em Sagitário.
Ensina Filoso0a
Natural e Moral, Lógica
e as virtudes de todas
as ervas e plantas.
Cura todas as
enfermidades,
especialmente dos
homens, e dá bons
familiares. Foi
originalmente
representado na
forma de Sagitário, um
centauro com um arco
e aechas. Louis Le
Breton o ilustrou com
uma cabeça de um
leão e cinco pernas de
cabra em volta de seu
corpo para andar em
todas as direções.

duque Gusion 40 Também chamado


Gusoin. Conta todas
as coisas passadas,
presentes e futuras,
mostra o signi0cado
de todas as perguntas
que lhe são feitas,
reconcilia amigos e dá
honras e dignidades. É
descrito como um
xenopilus, ou seja, um
cinocéfalo, mas
também é
representado como
um babuíno.

príncipe Sitri 60 Também chamado


Bitru. Faz homens
amarem mulheres e
vice-versa, e pode
fazer as pessoas
0carem nuas, se
desejar. É retratado
com o rosto de um
leopardo e as asas de
um grifo, mas a
pedido do mágico ele
se transforma em um
homem muito bonito.

rei Beleth 85 Cavalga um cavalo de


guerra, e todo tipo de
música é ouvido
diante dele. O 0lho de
Noé, Ham, foi o
primeiro a invocá-lo
após o dilúvio e
escreveu um livro
sobre matemática
com sua ajuda. Ao
aparecer ele parece
muito feroz para testar
o mago. O mágico
deve ser corajoso e,
segurando uma
varinha de avelã em
sua mão, deve
desenhar um
triângulo, golpeando
para o sul, leste e para
cima, e comandar
Beleth nele por meio
de conjurações. Se ele
não obedecer, o
mágico deve ensaiar
todas as ameaças que
as conjurações
disseram. Então,
Beleth obedecerá e
fará tudo o que lhe é
ordenado, mas o
mágico deve ser
respeitoso, prestar a
homenagem devida à
posição de Beleth e
segurar um anel de
prata no dedo médio
da mão esquerda
contra seu rosto, pois
é o uso de reis e
príncipes infernais
diante de Amaymon.
Beleth dá todo o amor
de homens e
mulheres que lhe seja
ordenado até que o
mago esteja satisfeito.

marquês Leraje 30 Ele causa grandes


batalhas e disputas, e
faz feridas de aechas
gangrenarem. É
retratado como um
arqueiro galante e
bonito vestido de
verde, carregando um
arco e uma aljava.

duque Eligos 60 Também chamado


Eligor ou Abigor.
Descobre coisas
ocultas e sabe o
futuro das guerras e
como os soldados se
encontrarão. Atrai o
favor de senhores,
cavaleiros e outras
pessoas importantes.
É representado na
forma de um cavaleiro
digno carregando uma
lança, uma bandeira e
um cetro.
Alternativamente, é
descrito como um
espectro
fantasmagórico,
cavalgando um cavalo
semi-esquelético (às
vezes alado), o Corcel
de Abigor, que é um
servo do Inferno e um
presente de Belzebu,
criado a partir dos
restos mortais de um
dos cavalos do Jardim
do Éden.

duque Zepar 26 Comanda legiões de


espíritos inferiores.
Seu ofício é fazer com
que mulheres amem
homens e uni-los no
amor. Também torna
as mulheres estéreis.
É retratado com
roupas e armadura
vermelhas, como um
soldado.

conde-presidente 60 Também chamado


Botis Otis. Fala sobre todas
as coisas passadas e
futuras e reconcilia
amigos e inimigos. É
retratado como uma
víbora feia, mas
quando muda de
forma, assume a
forma humana, com
dentes grandes e dois
chifres, carregando
uma espada a0ada e
brilhante na mão.

duque Bathin 30 Também chamado


Mathim ou Marthim.
Conhece as virtudes
das pedras preciosas
e ervas e pode levar os
homens
repentinamente de
um país para outro.
Ele é descrito como
um homem forte com
cauda de serpente,
cavalgando um cavalo
amarelo.

Ars Goetia: demônios 19 a 27

19. duque Sallos, 20. rei Purson, 21. conde-presidente Morax, 22.
príncipe-conde Ipos, 23. duque Aim, 24. marquês Naberius, 25. conde-
presidente Glasya-Labolas, 26. duque Buné, 27. marquês-conde Ronové

Demônio Legiões Observações

duque Sallos 30 Também chamado


Saleos e Zaleos. É
de natureza
paci0sta e faz com
que os homens
amem as
mulheres e as
mulheres amem
os homens. É
retratado como
um soldado
galante e bonito,
usando uma coroa
ducal e montando
um crocodilo.
Weyer o considera
um conde e não
menciona suas
legiões, nem seu
trabalho.

rei Purson 22 Também chamado


Curson e Pursan.
Conhece coisas
ocultas, pode
encontrar tesouros
e conta o passado,
o presente e o
futuro. Tomando
um corpo humano
ou aéreo, ele
responde sobre
todas as coisas
secretas e divinas
da Terra e a
criação do mundo.
Traz bons
familiares. É
retratado como
um homem com
rosto de leão,
carregando uma
víbora feroz na
mão e montando
um urso. Diante
dele podem ser
ouvidas muitas
trombetas soando.

conde-presidente 36 Também chamado


Morax Foraii, Marax e
Farax. Ensina
Astronomia e
todas as outras
ciências liberais e
dá bons e sábios
familiares que
conhecem as
virtudes de todas
as ervas e pedras
preciosas. É
descrito como um
grande touro com
rosto de homem.
Seu nome parece
vir do latim morax,
"que atrasa", "que
para".

príncipe-conde Ipos 36 Também chamado


Aiperos e Ipes.
Conhece e pode
revelar todas as
coisas, passadas,
presentes e
futuras. Pode
tornar os homens
espertos e
valentes. Ele é
comumente
representado com
o corpo de um
anjo com a cabeça
de um leão, a
cauda de uma
lebre e os pés de
um ganso, menos
frequentemente
na mesma forma,
mas com o corpo
de um leão, e
raramente como
um abutre.

duque Aim 26 Também chamado


Haborym. Ele
incendeia cidades,
castelos e grandes
lugares, torna os
homens espertos
em todos os
sentidos e dá
respostas sobre
assuntos privados.
Ele é descrito
como um homem
de três cabeças,
uma de uma
serpente, a
segunda de
homem e a
terceira de gato;
ou de bezerro
montando uma
víbora e
carregando na
mão um tição de
fogo aceso com o
qual ele ateia fogo
onde lhe solicitam.

marquês Naberius 19 O mais valente


Marquês do
Inferno, torna os
homens astutos
em todas as artes,
mas
principalmente na
retórica. Ele
também restaura
dignidades e
honras perdidas
ou obtém a perda
delas. Aparece
como um cachorro
de três cabeças,
um corvo ou uma
barça preta. Tem
uma voz rouca,
mas se apresenta
como eloquente e
amável e ensina a
arte de uma vida
agradável.

conde-presidente 36 Também chamado


Glasya-Labolas Caacrinolaas,
Caassimolar,
Classyalabolas,
Glassia-labolis e
Gaylos-Lobos. É o
autor e capitão de
homicídios e
derramamento de
sangue, conta
todas as coisas
passadas e
futuras, ganha a
mente e o amor de
amigos e inimigos
causando amor
entre eles se
desejado, incita
homicídios e pode
tornar um homem
invisível. Ele é
descrito como um
cachorro com asas
de grifo.

duque Buné 30 Muda o lugar dos


mortos e os
transforma em
demônios sob seu
poder para se
reunirem sobre
aqueles sepulcros.
Torna os homens
eloquentes e
sábios, e dá
respostas
verdadeiras às
suas demandas e
também riqueza.
Fala com uma voz
graciosamente
alta. É descrito
como um dragão
de três cabeças,
sendo suas
cabeças como as
de um cachorro,
um grifo e um
homem, ou duas
de dragão e uma
de homem.

marquês-conde 20 Ensina retórica e


Ronové línguas, dá servos
bons e leais e o
favor de amigos e
inimigos. É
descrito como um
monstro
segurando um
bastão, sem
detalhar sua
aparência.
Também é
descrito como
tomador de velhas
almas;
frequentemente
vem à terra colher
almas de humanos
decrépitos e de
animais próximos
à morte.

Ars Goetia: demônios 28 a 36


28. duque Berith, 29. duque Astaroth, 30. marquês Forneus, 31.
presidente Foras, 32. rei Asmodeus, 33. príncipe-presidente Gaap, 34.
conde Furfur, 35. marquês Marchosias, 36. príncipe Stolas

Demônio Legiões Observações

duque Berith 26 Também chamado


Baal-Berith. Conta
coisas do passado,
presente e futuro;
pode transformar
todos os metais em
ouro, dar dignidades
aos homens e
con0rmá-las. Fala
com uma voz clara e
sutil. Para falar com
ele, o mágico deve
usar um anel de prata
e colocá-lo diante de
seu rosto da mesma
forma que no caso de
Beleth e os demônios
fazem diante de
Amaymon. Ele é
retratado como um
soldado vestindo
roupas vermelhas,
uma coroa de ouro e
cavalgando um
cavalo vermelho.

duque Astaroth 40 Astaroth é retratado


como um homem nu
com asas
emplumadas, usando
uma coroa,
segurando uma
serpente em uma das
mãos e cavalgando
uma besta com asas
de dragão e cauda de
serpente. Segundo
Sebastien Michaelis,
ele é um demônio da
Primeira Hierarquia,
que seduz por meio
da preguiça, vaidade
e 0loso0as
racionalizadas. Seu
adversário é São
Bartolomeu, que
pode proteger contra
ele, pois resistiu às
tentações de
Astaroth. Segundo
outros, ensina
ciências matemáticas
e artesanato, pode
tornar os homens
invisíveis e conduzi-
los a tesouros
escondidos, e
responde a todas as
perguntas. Também
dá aos mortais o
poder sobre as
serpentes.

marquês Forneus 29 Ensina retórica e


línguas, dá aos
homens um bom
nome e faz com que
sejam amados por
seus amigos e
inimigos. Ele é
descrito como um
grande monstro
marinho. Seu nome
parece vir do latim
fornus, "forno".

presidente Foras 29 Também chamado


Forcas ou Forrasis.
Ensina lógica e ética
em todos os seus
ramos, as virtudes de
todas as ervas e
pedras preciosas,
pode tornar um
homem esperto,
eloquente, invisível e
longevo, e pode
descobrir tesouros e
recuperar coisas
perdidas. É descrito
como um homem
forte. Seu nome
parece derivar do
latim foras, "fora".

rei Asmodeus 72 Também chamado


Asmoday. É forte,
poderoso e aparece
com três cabeças; a
primeira é como um
touro, a segunda
como um homem, e a
terceira como um
carneiro; a cauda de
uma serpente e de
sua boca saem
chamas de fogo.
Monta um dragão
infernal e segura uma
lança com um
estandarte. Dá o anel
das virtudes, ensina
as artes da
Aritmética,
Astronomia e
Geometria e todos os
artesanatos. Dá
respostas a todas as
perguntas,
proporciona a
invencibiidade e
mostra onde se
escondem os
tesouros.

príncipe- 66 Também chamado


presidente Gaap Goap e Tap. É o rei e
príncipe da região sul
do Inferno e da Terra
para a Ars Goetia,
mas do Oeste de
acordo com a
Pseudomonarchia
Daemonum. Em
ambos os textos, ele
é o guia dos quatro
reis (os outros são
Ziminiar, Corson e
Amaymon, ou Belial,
Beleth e Asmodai).
Deve ser conjurado
quando o Sol está em
um signo zodiacal
meridional. Gaap
controla o elemento
água e reina sobre os
Elementais da Água
ou os 'demônios da
água'. Ensina Filoso0a
e todas as ciências
liberais, pode causar
amor ou ódio e tornar
os homens
insensíveis e
invisíveis, libertar
familiares da
custódia de outros
magos, ensina como
consagrar aquelas
coisas que
pertencem ao
domínio de
Amaymon, seu rei, dá
respostas
verdadeiras sobre
passado, presente e
futuro, e pode
transportar e
transportar homens e
coisas rapidamente
de uma nação para
outra à vontade do
mágico. Segundo
alguns autores, ele
pode tornar os
homens ignorantes.
De acordo com
Pseudomonarchia
Daemonum, certos
necromantes o
honram com
sacrifícios e ofertas
queimadas. É
retratado em forma
humana.

conde Furfur 26 É um mentiroso, a


menos que seja
obrigado a entrar em
um triângulo mágico
onde dá respostas
verdadeiras a todas
as perguntas, falando
com uma voz áspera.
Furfur causa amor
entre um homem e
uma mulher, cria
tempestades,
tempestades,
trovões, relâmpagos
e rajadas e ensina
coisas secretas e
divinas. Ele é descrito
como um cervo ou
cervo alado e
também como um
anjo. Furfur ou
furfures em latim
signi0ca "farelo", mas
o nome pode ser
corruptela de furcifer,
"canalha", ou se
originado de fur,
"ladrão".

marquês 30 Ele é um lutador forte


Marchosias e excelente e muito
con0ável para o
mago, dando
respostas
verdadeiras a todas
as perguntas.
Marchosias espera
em vão retornar ao
céu com os anjos não
caídos após 1.200
anos. É descrito
como um lobo com a
forma de um homem,
bem como tendo
asas de um grifo e
cauda de serpente,
podendo mudar de
forma em um homem
a pedido do mago. O
nome Marchosias
vem do latim tardio
marchio, "marquês".

príncipe Stolas 26 Também chamado


Stolos, Stoppas e
Solas, ensina
astronomia e tem
conhecimento sobre
ervas, plantas e
pedras preciosas.
Frequentemente é
descrito como um
corvo ou um coruja
coroada com pernas
longas.

Ars Goetia: demônios 37 a 45

37. marquês Phoenix, 38. conde Halphas, 39. presidente Malphas, 40.
conde Raum, 41. duque Focalor, 42. duque Vepar, 43. marquês Sabnock,
44. marquês Shax, 45. rei-conde Vine

Demônio Legiões Observações

marquês 20 Também chamado


Phoenix Pheynix, Phenex e
Phoeniex). Ensina todas
as ciências
maravilhosas, é um
excelente poeta e é
muito obediente ao
mágico. Espera em vão
retornar ao céu após
1.200 anos. É
representado como uma
fênix, que canta doces
notas com a voz de uma
criança, mas o mago
deve alertar seus
companheiros para não
ouvi-lo e solicitar-lhe
para tomar uma forma
humana, que o demônio
supostamente o faz
depois de um certo
tempo.

conde Halphas 26 Também chamado


Malthus ou Malthas. Tem
uma voz áspera e é
frequentemente
representado na forma
de uma cegonha.
Constrói torres e as
enche de munições e
armas. Envia suas
legiões para a batalha ou
para locais designados
por demônios de
comando superior.

presidente 40 Constrói casas, torres


Malphas altas e fortalezas,
derruba os edifícios dos
inimigos, pode destruir
os desejos ou
pensamentos dos
inimigos (ou torná-los
conhecidos do mago) e
tudo o que eles 0zeram,
dá bons familiares e
pode trazer rapidamente
artí0ces de todos os
lugares do mundo.
Aceita de boa vontade e
gentilmente qualquer
sacrifício oferecido a ele,
mas depois engana o
mago. É retratado como
um corvo que depois de
um tempo ou a pedido
muda de forma para um
homem e fala com uma
voz rouca.

conde Raum 30 Também chamado Raim.


É descrito como um
corvo que adota a forma
humana a pedido do
mágico. Rouba tesouros
das casas dos reis, leva-
os para onde deseja, e
destrói cidades e
dignidades dos homens
(tem grande desprezo
por dignidades). Pode
contar coisas do
passado, presente e
futuro, reconciliar
amigos e inimigos e
invocar o amor.

duque Focalor 30 Também chamado


Furcalor. Aparece na
forma de um homem
com asas de grifo, mata
homens, os afoga e faz
navios de guerra
adernarem; mas se
comandado pelo mago,
não fará mal a nenhum
homem ou coisa. Tem
poder sobre o vento e o
mar e espera em vão
retornar ao céu após mil
anos. Alguns textos
dizem que ele governa
30 legiões, outros falam
em apenas 3.

duque Vepar 29 Também chamado Vefar


e Separ. Governa as
águas e guia navios
carregados de
munições, armaduras e
armas; pode fazer, a
pedido, o mar 0car
agitado e tempestuoso,
e aparecer cheio de
navios. Vepar pode fazer
homens morrerem em
três dias ao fazer feridas
se putrefazerem e
vermes se reproduzirem,
mas a pedido do mago,
pode curá-los
imediatamente. É
descrito como uma
sereia.

marquês 50 Também chamado Sab


Sabnock Nac, Sabnac, Salmac e
Savnock. Constrói altas
torres, castelos e
cidades, fornecendo-
lhes armas e munições.
Dá bons familiares e
pode aaigir homens por
vários dias, fazendo suas
feridas gangrenarem ou
enchendo-as de vermes.
É retratado como um
soldado com armadura,
armas e cabeça de leão,
cavalgando um cavalo
amarelo.

marquês Shax 30 Também chamado Chax,


Shan, Shass, Shaz e
Scox. Tira a visão, a
audição e a
compreensão de
qualquer pessoa sob o
pedido do mago e rouba
dinheiro da casa dos
reis, levando-o de volta
para o povo. Também
rouba cavalos e tudo o
que o mago pedir.
Também pode descobrir
coisas ocultas se não
forem guardadas por
espíritos malignos, e às
vezes dá bons
familiares, mas às vezes
esses familiares
enganam o mágico. Não
deve ser incomodado
com muita frequência. É
considerado 0el e
obediente, mas é
mentiroso e enganará o
mágico, a menos que
seja obrigado a entrar
em um triângulo mágico
desenhado no chão,
quando é obrigado a
falar a verdade. Ele sabe
quando mentiras são
contadas e as usa para
ensinar lições. É
representado como uma
cegonha que fala com
uma voz rouca, mas
sutil; sua voz se torna
bonita quando entra no
triângulo mágico.

rei-conde Vine 36 Também chamado


Vinea. Pode contar o
presente, o passado e o
futuro, descobrir bruxas
e coisas escondidas,
criar tempestades e
agitar as águas por meio
delas, e também
derrubar muros e
construir torres. É
retratado como um leão
segurando uma cobra na
mão e cavalgando um
cavalo preto. Seu nome
parece vir do latim vinea,
videira, que também é o
nome dado a uma antiga
máquina de guerra feita
de madeira e coberta
com couro e galhos,
usada para derrubar
muralhas.

Ars Goetia: demônios 46 a 54

46. conde Bifrons, 47. duque Uvall, 48. presidente Haagenti, 49. duque
Crocell, 50. cavaleiro Furcas, 51. rei Balam, 52. duque Alloces, 53.
presidente Caim, 54. duque-conde Murmur

Demônio Legiões Observações

conde Bifrons 6 Também chamado


Bifrous e Bifronze.
Ensina ciências e artes,
as virtudes das joias e
madeiras, ervas, e
transporta cadáveres
de seu túmulo original
parece outros lugares,
às vezes colocando
luzes mágicas nos
túmulos que parecem
velas. Ele aparece
como um monstro,
mas depois muda sua
forma para a de um
homem. A origem do
nome parece ser o
deus romano Janus
Bifrons.

duque Uvall 37 Também chamado


Vual, Voval, Vreal, Wal e
Wall. Dá o amor de
mulheres, causa
amizade entre amigos
e inimigos e conta
coisas do passado, do
presente e do futuro. É
retratado como um
dromedário que depois
de um tempo muda de
forma para um homem
e fala imperfeitamente
a língua egípcia com
uma voz profunda.

presidente 33 Também chamado


Haagenti Haage. Torna os
homens sábios ao
instruí-los em todos os
assuntos, transmuta
todos os metais em
ouro e transforma o
vinho em água e a
água em vinho. É
descrito como um
grande touro com asas
de grifo,
transformando-se em
homem a pedido do
mago.

duque Crocell 48 Também chamado


Crokel ou Procell.
Manifesta-se como um
anjo com tendência a
falar de maneiras
sombrias e misteriosas.
Quando convocado por
um mágico, pode
ensinar geometria e
outras ciências liberais.
Ele também pode
aquecer corpos de
água, criar a ilusão do
som de águas
correntes e revelar a
localização de banhos
naturais.

cavaleiro Furcas 20 Ensina Filoso0a,


Astronomia, Retórica,
Lógica, Quiromancia e
Piromancia. É retratado
como um velho forte
com cabelos brancos e
longa barba branca,
que monta um cavalo
segurando uma arma
a0ada (forcado de
arremesso). O nome
pode ser derivado do
latim furca, "forcado".

rei Balam 40 Responde sobre coisas


passadas, presentes e
futuras e pode tornar
os homens invisíveis e
espertos. Balam é
descrito como tendo
três cabeças, uma de
touro, a segunda de
homem e a terceira de
carneiro, tem olhos
aamejantes e cauda de
serpente, carrega um
falcão em seu punho e
monta um urso forte.
Em outras ocasiões, ele
é representado como
um homem nu
montado em um urso.
Seu nome parece ter
sido tirado do mago
bíblico Balaão.

duque Alloces 36 Também chamado


Allocer. Induz as
pessoas à imoralidade
e ensina artes e todos
os mistérios do céu. É
descrito por Johann
Weyer como um
cavaleiro montado em
um cavalo enorme. Seu
rosto tem
características
leoninas; ele tem uma
pele avermelhada e
olhos ardentes; e ele
fala com muita
gravidade. Diz-se que
ele fornece bons
familiares e ensina
astronomia e artes
liberais. É
frequentemente
retratado cavalgando
um cavalo com pernas
de dragão.

presidente Caim 30 É um bom


argumentador, dá aos
homens a
compreensão das
vozes dos pássaros,
bois, cachorros e
outras criaturas, e do
barulho das águas
também, e dá
respostas verdadeiras
sobre o que está por
vir. É retratado por
ocultistas dos séculos
XIX e XX como um
tordo preto, mas logo
ele muda de forma
para um homem com
uma espada a0ada em
sua mão. Ao responder
às perguntas, ele
parece pisar em cinzas
ou brasas. O nome
parece tirado do
primeiro assassino
bíblico, Caim.

duque-conde 30 Também chamado


Murmur Murmus e Murmux.
Ensina 0loso0a e pode
obrigar as almas dos
falecidos a
comparecerem ao
mago para responder
às perguntas
desejadas. É retratado
como um soldado
montando um abutre
ou grifo e usando uma
coroa ducal. Dois de
seus ministros o
precedem tocando
trombetas. Murmur em
latim signi0ca "ruído",
"sussurro", "murmúrio".

Ars Goetia: demônios 55 a 63

55. príncipe Orobas, 56. duque Gremory, 57. presidente Ose, 58.
presidente Amy, 59. marquês Orias, 60. duque Vapula, 61. rei-presidente
Zagan, 62. presidente Volac, 63. marquês Andras

Demônio Legiões Observações

príncipe Orobas 20 Dá respostas sobre


coisas passadas,
presentes e futuras,
divindade e a criação
do mundo; ele também
confere dignidades e
prelazias e o favor de
amigos e inimigos. É 0el
ao mago, não permite
que nenhum espírito o
tente e nunca engana
ninguém. É descrito
como um cavalo que se
transforma em homem
a pedido do mágico. O
nome pode vir do latim
orobias, um tipo de
incenso.

duque Gremory 26 Também chamado


Gamory, Gemory ou
Gomory. Conta todas as
coisas do passado,
presente e futuro, sobre
tesouros escondidos e
obtém o amor das
mulheres, jovens e
velhas, mas
especialmente das
donzelas. É retratado na
forma de uma bela
mulher com a coroa de
duquesa amarrada na
cintura e cavalgando
um camelo.

presidente Ose 30 Também chamado


Voso. Torna os homens
sábios em todas as
ciências liberais e
responde sobre coisas
divinas e secretas;
também traz
insanidade a qualquer
pessoa que o feiticeiro
desejar, fazendo-a
acreditar que é a
criatura ou coisa que o
mago quiser, ou faz
essa pessoa pensar que
é um rei e usando uma
coroa, ou um papa. Ose
é retratado como um
leopardo que depois de
um tempo se
transforma em homem.
Seu nome pode derivar
do latim os, boca,
linguagem, ou osor,
aquele que abomina.
Alguns textos dizem
que ele comanda só 3
legiões.

presidente Amy 36 Também chamado


Avnas. Aparece como
uma chama, mas
depois de assumir a
forma de homem, pode
tornar um mago
maravilhoso na
astrologia e em todas
as ciências liberais.
Busca excelentes
familiares, traz tesouros
preservados por
espíritos e espera em
vão retornar ao céu
após 1.200 anos.

marquês Orias 30 Também chamado


Oriax. Conhece e ensina
as virtudes das estrelas
e das mansões dos
planetas; dá
dignidades, prelados e
o favor de amigos e
inimigos, e pode
metamorfosear um
homem em qualquer
forma.

duque Vapula 36 Também chamado


Naphula. Ensina
0loso0a, mecânica e
ciências e é descrito
como um leão com
asas de grifo.

rei-presidente 33 Torna os homens


Zagan espertos; também pode
transformar vinho em
água, água em vinho e
sangue em vinho (de
acordo com
Pseudomonarchia
Daemonum, sangue em
óleo, óleo em sangue e
um tolo em um homem
sábio). Outro de seus
poderes é transformar
metais em moedas
feitas com esse metal
(ou seja, ouro em uma
moeda de ouro, cobre
em uma moeda de
cobre). É descrito como
um touro com asas de
grifo que se transforma
em homem depois de
um tempo.

presidente Volac 30 Também chamado


Valac, Valax, Valu e
Valic. Responde sobre
tesouros escondidos;
revela onde serpentes
podem ser vistas e as
entrega inofensivas ao
mago. Diz-se que ele
aparece como um
menininho pobre com
asas de anjo montado
em um dragão de duas
cabeças.

marquês Andras 30 Semeia discórdia entre


as pessoas. Aparece
com o corpo de um
anjo alado e a cabeça
de uma coruja ou corvo,
montado em um forte
lobo negro e
empunhando uma
espada a0ada e
brilhante. Um demônio
altamente perigoso,
que pode matar o
conjurador e seus
assistentes se
precauções não forem
tomadas.

Ars Goetia: demônios 64 a 72

64. duque Flauros, 65. marquês Andrealphus, 66. marquês Cimeries, 67.
duque Amdusias, 68. rei Belial, 69. marquês Decarabia, 70. príncipe
Seire, 71. duque Dantalion, 72. conde Andromalius

Demônio Legiões Observações

duque Flauros 36 Também chamado


Flavros, Hauras, Haures
e Havres. Responde
sobre todas as coisas
passadas, presentes e
futuras, mas primeiro
deve ser ordenado a
entrar em um triângulo
mágico, senão mentirá,
enganará o mágico e
trapaceará em outros
negócios. No triângulo,
responderá com
sinceridade e falará
sobre a divindade, a
criação do mundo, ele
mesmo e outros anjos
caídos. Pode destruir
todos os inimigos do
mago, queimando-os.
Pode ser chamado
quando um mortal
deseja se vingar de
outros demônios. Se o
mago solicitar, não
sofrerá tentações de
nenhum espírito ou
forma. É descrito como
um leopardo forte e
terrível que, a pedido
do mágico, se
transforma em um
homem com olhos de
fogo e uma expressão
terrível. Comanda 36
legiões segundo Ars
Goetia, 20 de acordo
com Pseudomonarchia
Daemonum.

marquês 26 Também chamado


Andrealphus Androalphus. Tem a
aparência de um pavão
ruidoso e ensina
astúcia em astronomia,
e quando em forma
humana também
ensina geometria de
maneira perfeita. Tem a
habilidade de
transformar qualquer
homem em um
pássaro e de tornar os
homens sutis em todas
as coisas relacionadas
a medição.

marquês 20 Também chamado


Cimeries Kimaris, Cimeies e
Cimejes. É descrito
como um guerreiro
montado em um belo
cavalo preto e possui a
habilidade de localizar
tesouros perdidos ou
escondidos. Ensina o
trivium (gramática,
lógica e retórica) e
transforma um homem
em um guerreiro à sua
própria imagem.
Governa todos os
espíritos da África. O
Dicionário de
Satanismo de Baskin
especula que Cimeries
é derivado dos
cimérios, um povo
guerreiro mencionado
nas obras de vários
autores clássicos como
vivendo na escuridão.
Também é possível que
Cimeries seja derivado
de Chimaira, a
Quimera, o leão-cabra-
serpente com três
cabeças e cuspidor de
fogo que
eventualmente se
tornou um dos
guardiões do
submundo.

duque Amdusias 29 Também chamado


Amduscias, Amdukias
ou Ambduscias. É
descrito como um ser
humano com garras
em vez de mãos e pés,
a cabeça de um
unicórnio e uma
trombeta para
simbolizar sua voz
poderosa. É associado
ao trovão e sua voz é
ouvida durante as
tempestades. É
acompanhado pelo
som de trombetas
quando vem e dará
concertos se
comandado. Todos os
seus instrumentos
musicais podem ser
ouvidos, mas não
vistos. Ele é
considerado o demônio
responsável pela
música cacofônica
tocada no Inferno e
pode fazer as árvores
curvarem à vontade.

rei Belial 130 Também chamaado


Belhor, Baalial, Beliar e
Beliel, foi o primeiro a
ser criado, depois de
Lúcifer. Tem o poder de
distribuir senatorias e
dá excelentes
familiares. Ele deve ser
presenteado com
ofertas, sacrifícios e
presentes, caso
contrário não dará
respostas verdadeiras.
Tem 80 legiões de
demônios e 50 legiões
de espíritos sob seu
comando.

marquês 30 Também chamado


Decarabia Carabia. Conhece as
virtudes de todas as
ervas e pedras
preciosas, pode se
transformar em todos
os pássaros e cantar e
voar como eles diante
do mago. Ele é descrito
como uma estrela de
pentagrama,
transformando-se em
um homem a pedido
do mágico. Na
Pseudomonarchia
Daemonum é um rei-
conde.

príncipe Seire 26 Também chamado Seir,


Seere ou Sear. Pode ir a
qualquer lugar da terra
em segundos para
cumprir a vontade do
mago, trazer
abundância, ajudar na
busca de tesouros
escondidos ou no
roubo, e não é um
demônio do mal, mas
da boa natureza, sendo
na maioria indiferente à
maldade. Ele é
retratado como um
homem cavalgando um
cavalo alado e é
considerado belo. Não
consta da lista da
Pseudomonarchia
Daemonum de Weyer.

duque Dantalion 36 Também chamado


Dantolion. Ensina todas
as artes e ciências, e
também declara o
pensamento secreto
de qualquer pessoa,
pois conhece os
pensamentos de todas
as pessoas e pode
mudá-los à sua
vontade. Também pode
causar amor e mostrar
a aparência de
qualquer pessoa por
meio de uma visão e
fazê-los estar em
qualquer parte do
mundo que quiserem.
É retratado como um
homem com muitas
aparências, o que
signi0ca os rostos de
todos os homens e
mulheres. Também há
muitas representações
em que ele segura um
livro com uma das
mãos. Não consta da
lista da
Pseudomonarchia
Daemonum de Weyer.

conde 36 Pode trazer de volta


Andromalius um ladrão e os bens
roubados, punir todos
os ladrões e outras
pessoas perversas e
descobrir tesouros
escondidos, maldades
e conspirações. É
retratado como um
homem segurando
uma grande serpente
na mão. Não consta da
lista da
Pseudomonarchia
Daemonum de Weyer.

Honest Game Trailers | The Ga…

ANÚNCIO

Outras classi]cações de
demônios
A lista de demônios da Ars Goetia atribui a alguns
deles características diferentes daquelas com que
são mais conhecidos na tradição judaico-cristã e
deixa de mencionar vários nomes considerados
tradicionalmente importantes. Outras listas
mencionam demônios não considerados nesse
grimório.

Príncipe-duque PruVas

A imagem mais conhecida de


Pru`as, da ilustração de Louis Le
Breton para o Dicionário Infernal…
corresponde à descrição de Uma imagem de Pru`as mais de
Purson no Ars Goetia acordo com a descrição em
Pseudomonarchia Daemonum

Sigilo de Pru`as segundo a


Wikipedia, criado em 2019 por
Frater V.I.M.

Pruaas ou Bufas, listado na Pseudomonarchia


Daemonum, mas não na Ars Goetia, como um
Príncipe e Duque do Inferno com 26 legiões de
demônios sob seu comando. Provoca e promove
discussões, discórdia e falsidade e nunca deve ser
admitido em nenhum lugar. Quando invocado pelo
mago, responde perguntas de forma generosa. É
descrito como uma chama que sai de fora da Torre de
Babel, onde ele costuma residir e às vezes sua
cabeça é a de um falcão.

A Lanterna da Luz

No texto inglês anônimo The Lanterne of Light (1409-


1410), os sete maiores demônios são associados aos
pecados capitais:

Lúcifer (orgulho), de Louis Le


Leviatã (inveja), de Gustave Doré
Breton
(1865)

Satã (ira), de Gustave Doré (1860)

Belfegor (preguiça), de Louis Le


Breton

Mamon (avareza), de Louis Le


Breton

Belzebu (gula), de Louis Le


Breton

Asmodeu (luxúria), de Louis Le


Breton

•. Lúcifer: orgulho, vaidade ou vanglória


Ä. Leviatã: inveja
Å. Satã ou Satanás: ira
Ç. Belfegor: preguiça ou acédia (apatia, melancolia)
É. Mamon: avareza ou ganância
Ñ. Belzebu: gula
Ö. Asmodeu: luxúria ou lascívia
Peter Binsfeld preparou uma classi0cação idêntica de
demônios em 1589, variando apenas a ordem dos
pecados, que passou a ser orgulho, avareza, luxúria,
inveja, gula, ira e preguiça.

História Admirável

Em 1613, Sebastien Michaelis escreveu um livro,


História Admirável, que incluía uma classi0cação de
demônios, supostamente contada a ele pelo demônio
Berith quando exorcizava uma freira:

•. Primeira hierarquia
•. Belzebu, príncipe dos sera0ns, logo abaixo de
Lúcifer. Belzebu, junto com Lúcifer e Leviatã,
teriam sido os primeiros três anjos a cair. Ele
tenta os homens com orgulho e é combatido
por São Francisco de Assis.
Ä. Leviatã, príncipe dos Sera0ns, que tenta as
pessoas a se entregarem à heresia, e é
combatido por São Pedro.
Å. Asmodeus, sera0m, ardendo de desejo de
levar os homens à devassidão. Ele se opõe a
São João Batista.
Ç. Berith, príncipe dos querubins. Tenta os
homens a cometer homicídio e a serem
briguentos, contenciosos e blasfemos. Ele se
opõe a São Barnabé.
É. Astaroth, príncipe dos tronos, que tenta os
homens a serem preguiçosos e sofre a
oposição de São Bartolomeu.
Ñ. Verrine, trono, logo abaixo de Astaroth. Tenta
os homens com impaciência e é combatido
por São Domingos.
Ö. Gressil, trono, que tenta os homens com a
impureza e sofre a oposição de São Bernardo.
Ü. Soneillon, trono, que tenta os homens a odiar
e sofre a oposição de Santo Estêvão.
Ä. Segunda hierarquia
•. Carreau, príncipe das potestades. Tenta os
homens com dureza de coração e é
combatido por São Vicente e Vicente Ferrer.
Ä. Carnivale, potestade. Tenta os homens à
obscenidade e à falta de vergonha, e é
combatido por João Evangelista.
Å. Oeillet, príncipe dos domínios. Tenta os
homens a quebrar o voto de pobreza e é
combatido por São Martinho.
Ç. Rosier, domínio. Tenta os homens contra a
pureza sexual e é combatido por São Basílio.
É. Belias, príncipe das virtudes. Tenta os
homens com arrogância e as mulheres a
serem vaidosas, a criarem 0lhos devassos e a
fofocarem durante a missa. Ele se opõe a São
Francisco de Paula.
Å. Terceira hierarquia
•. Verrier, príncipe dos principados. Tenta os
homens contra o voto de obediência e é
combatido por São Bernardo.
Ä. Olivier, príncipe dos arcanjos. Tenta os
homens com crueldade e impiedade para
com os pobres e é combatido por São
Lourenço.
Å. Luvart, príncipe dos anjos. Na época em que
Michaelis escreveu, acreditava-se que Luvart
estava no corpo de uma Irmã Madeleine.
Dicionário Infernal

O Dictionnaire Infernal de Jacques Auguste Simon


Collin de Plancy, foi publicado pela primeira vez em
1818. As ilustrações de Louis Le Breton para a edição
de 1863 originaram as imagens hoje mais conhecidas
da aparência de vários demônios. De Plancy cita a
obra de Johann Weyer com alguns equívocos,
dizendo que ele fala de uma monarquia com sete reis
(Baël, Pursan, Byleth, Paymon, Belial, Asmoday e
Zapan), 23 duques, 13 marqueses, dez condes, 11
presidentes e muitos cavaleiros, organizada em 6.666
legiões, cada uma com 6.666 demônios. Com base
nas suas descrições individuais dos demônios,
baseada principalmente em Weyer, foi possível a
leitores construir uma hierarquia que lembra cortes
europeias:

Príncipes e dignitários: Belzebub, imperador do


inferno, fundador da ordem da Mosca. Satã,
príncipe destronado e chefe do partido da
oposição. Eurínomo, príncipe da morte, Grã-Cruz
da Ordem da Mosca. Moloch, príncipe do país das
lágrimas e comandante supremo das forças
armadas, Grã-Cruz da ordem. Plutão, Príncipe do
Fogo, também Grã-Cruz da ordem,
superintendente das punições infernais. Pã,
príncipe dos íncubos e Lilith, princesa dos
súcubos. Leonard, grande senhor do Sabbath,
Cavaleiro da Mosca. Baalberith, grande chanceler,
senhor das alianças. Prosérpina, arquidiaba,
princesa dos espíritos malignos.
Ministros do Gabinete: Adramelech, Grão-
Chanceler e Grã-Cruz da Ordem da Mosca, além
de presidente da Câmara Alta e intendente do
guarda-roupa real. Ashtaroth, tesoureiro-mor,
Cavaleiro da Mosca. Nergal, chefe da polícia
secreta. Baal, comandante em chefe dos
exércitos do Inferno, Grã-Cruz da Ordem da
Mosca. Leviatã, Grande Almirante, Cavaleiro da
Mosca.
Embaixadores: Belfegor, embaixador da França.
Mamon, da Inglaterra. Belial, da Itália. Rimon, da
Rússia. Tamuz, da Espanha. Hutgin, da Turquia.
Martinet, da Suíça.
Justiça: Lúcifer, chefe da (in)justiça, Cavaleiro da
Mosca. Alastor, executor de suas sentenças.
Casa dos príncipes: Verdelet, mestre-sala (chefe
do cerimonial). Succoth-benoth, chefe dos
eunucos do harém. Camos, camareiro-mor,
Cavaleiro da Mosca. Melchom, vedor da casa
(tesoureiro pagador). Nisroch, cozinheiro-mor.
Behemoth, copeiro-mor. Dagon, saquiteiro-mor
(encarregado do pão). Mullin, pajem-mor.
Despesas secretas: Robals, diretor de teatros.
Asmodeus, superintendente das casas de jogo.
Nybbas, grande bufão, administrador dos sonhos
e visões. Anticristo, charlatão e necromante.
Barfael, detentor do segredo da Pedra Filosofal.
Marbuel, engenheiro-mor e superintendente das
obras públicas. Demogorgon, mestre das fadas.

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Ver também

Íncubos, Súcubos e Côncubos

Familiares

Referências

Dictionnaire infernal, 6e éd., 1863, Illustrations par


Louis Le Breton.
Henri Plon, 1863. [1]

"The Organization of Pandemonium", Maximilian


Rudwin, The Open Court: Vol. 1929 : Iss. 8 , Article
2. [2]
Samael, Lilith, and the Concept of Evil in Early
Kabbalah, Joseph Dan, AJS Review, Volume 5,
April 1980 , pp. 17-40 [3]
A Drama in Heaven: “Emanation on the Left” in
Kabbalah and a Parallel Cosmogonic Myth in
Ismāʿīlī Literature, Michael Ebstein e Tzahi Weiss,
em History of Religions Vol. 55, No. 2 (November
2015), The University of Chicago Press [4]
Jewish Concepts: Demons & Demonology [5]
The Gnostic Society Library: The Apocryphon of
John (The Secret Book of John -- The Secret
Revelation of Jon)[6]
The Identity of the Archons in the "Apocryphon
Johannis", A. J. Welburn, Vigiliae Christianae, Vol.
32, No. 4 (Dec., 1978) [7]
The Testament of Solomon, translated by F. C.
Conybeare [8]
Wikipedia: The Lesser Key of Solomon [9]
Wikipedia: Pseudomonarchia Daemonum [10]
Wikipedia: List of demons in the Ars Goetia [11]
Wikipedia: Pruaas [12]
Wikipedia: Classi0cation of demons [13]
Wikipedia: Watcher (angel) [14]
Wikipedia: Demiurge [15]
Wikipedia: Demogorgon [16]
Wikipedia: Testament of Solomon [17]

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