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Ver: Kaaba.
Cabadès. Ver: ZOUBDADEYER.
Cabala ou Cabalá. Pico della Mirandola diz que esta palavra, em sua origem
hebraica, significa tradição1. A antiga Cabala dos judeus é, de acordo com alguns, uma
espécie de maçonaria misteriosa; de acordo com alguns, é apenas uma explicação
mística da Bíblia, a arte de encontrar significados escondidos na decomposição das
palavras, e a maneira de operar milagres pelo poder destas palavras quando pronunciadas
de uma certa maneira. Ver: Themmura e Theomancia. Esta ciência maravilhosa, para
quem acredita nos rabinos, liberta seus praticantes das fraquezas da humanidade,
fornece-lhes dons sobrenaturais, comunica-lhes o dom da profecia, o poder de fazer
milagres, e a arte de transmutar os metais em ouro, ou seja, a pedra filosofal. Ela também
ensina que o mundo sublunar durará apenas 7000 anos, e que tudo o que está acima da
lua deve durar 49000.
Os judeus guardam a Cabala pela tradição oral; eles acreditam que foi dada por Deus
a Moisés aos pés do Monte Sinai; que o rei Salomão é o autor de uma figura misteriosa
chamada a “Árvore da Cabala dos judeus”, e era muito perito em fazer talismãs melhor do
que ninguém. Tostat diz que os Moisés não fazia milagres, pois tinha muitos pecados, tudo
era feito com o grande nome de Deus gravado na pedra. Valderame observa que os
apóstolos também faziam milagres com o nome de Jesus, e os adeptos deste sistema
citam vários Santos cujos nomes ressuscitaram mortos.
A Cabala grega, inventada, diz-se, por Pitágoras e por Platão, renovada pelos
Valentinianos, tirou a sua força das letras gregas permutadas e fez milagres com o
alfabeto.
A grande Cabala, ou a Cabala no sentido moderno em si, é a arte de negociar com os
Espíritos elementais, tirando proveito de algumas palavras misteriosas. Ele explica as
coisas mais obscuras por números, mudando a ordem das letras e por relatos dos
métodos cabalistas que formaram suas regras. Agora, de acordo com os cabalistas, são
vários espíritos elementais:
Os quatro elementos são habitados cada um por criaturas especiais, muito mais
perfeitas do que o homem, mas submetidas como ele às leis da morte. O ar, este imenso
espaço entre a terra e os céus, tem anfitriões mais nobres do que os pássaros e os
morcegos. Estes mares vastos têm outros habitantes além dos golfinhos e baleias. As
profundezas da terra não se destinam apenas para as toupeiras e o elemento de fogo,
ainda mais sublime do que os outros três, e não foram criadas para permanecer inúteis e
vazias.
As salamandras, portanto, habitam a região do fogo; os silfos habitam o ar; os
gnomos, o interior da terra; e as ondinas ou ninfas, o fundo das águas. Estes seres são
compostos das partes mais pura dos elementos que habitavam Adão, mais perfeito do que
1
"Um crítico ignorante foi à Roma, ter com o Príncipe Pico della Mirandola, especialmente para tratar do
nome Cabala, que encontrou nas obras deste príncipe. Este crítico foi questioná-lo pois estava muito
ofendido fortemente pela palavra Cabala. "Você não sabe", disse o tolo, "que esta Cabala era um vilão
muito diabólico, que tinha a impiedade de escrever muitas coisas contra o próprio Jesus Cristo, que
formou uma heresia detestável e cujos seguidores ainda são chamados de cabalistas?” (Gabriel
Naudé, Apologie pour les grands personnages accusés de magie. Adrien Baillet, Jugements des savants.
Cap. XIII, § 2 de Jugements sur les livres en général.)
todos os outros seres, Adão era o rei natural; mas desde que a culpa o tornou impuro e
grosseiro, ele perdeu a relação com essas substâncias; perdeu todo o Império que tinha
sobre elas.
Nos serve de consolo ainda: encontramos na natureza os meios de reintroduzir este
poder perdido. Para recuperar a soberania sobre as salamandras, e para tê-las ao nosso
comando, temos o fogo do sol, obtido por espelhos côncavos em um globo de vidro; ele
forma um pó solar que se purifica a partir dos outros elementos, e que, depois de engolido,
fornece soberania para respirar o fogo que está em nós, e fazer-nos soberanos sobre a
matéria ígnea. Assim, os habitantes do firmamento tornam-se nossos inferiores, e terão
por nós todo o carinho que têm por seus semelhantes, todo o respeito que devem aos
governante do Criador.
Da mesma forma, para comandar os silfos gnomos e ninfas, nos enchemos de ar,
pelo lábio ou pela água, um globo de vidro; deixamos, bem fechado, exposto ao sol por um
mês. Cada um desses elementos, assim purificados, são um ímã que atrai os espíritos que
lhes são peculiares.
Se tomarmos todos os dias, por alguns meses, as droga elementais, formaremos ou
nos armaremos, como acabamos de dizer, no frasco de vidro ou globo, em seus ares, a
República voadora dos silfos, as ninfas irão em multidões para a costa, os gnomos ,
guardiões de tesouros e minas espalharão suas riquezas. Não há perigo nesta relação,
vamos encontrá-los honestos, conhecedores, beneficentes e tementes a Deus. Suas
almas são mortais, e eles não têm a esperança de desfrutar de um dia do Ser Supremo,
que conhecem e adoram. Vivem muito tempo, e morrem apenas depois de vários séculos.
Mas o que é o tempo com a eternidade? Então, lamentam muito esta condição. No
entanto, não é impossível encontrar um remédio para este mal; pois, assim como o
homem, pela aliança que contrai com Deus, é feito partícipe da Trindade, os silfos,
gnomos, ninfas e salamandras tornam-se participantes da imortalidade apenas nesta
relação com o homem. (Transcrevemos aqui segundo os doutos cabalistas.) Assim, a alma
de uma ninfa ou um silfo se torna imortal quando está feliz o suficiente para se casar com
um sábio; um gnomo ou salamandra deixa de ser mortal em sua alma quando se casa
com a filha de um homem. Concebemos que esses seres nos agradam quando chamados.
Os cabalistas asseguram que as deusas da antiguidade, e as ninfas que tomaram
cônjuges entre os homens, e esses demônios íncubo e súcubo dos tempos bárbaros, e as
fadas que, na idade média, apareciam no luar, são apenas silfos, salamandras ou
ondinas.
Mas há gnomos que acham melhor morrer do que arriscar, tornando-se imortais na
infelicidade com os demônios. É o diabo (segundo seus autores) quem os inspira tais
sentimentos; ele não negligencia nada para impedir que essas pobres criaturas
imortalizem suas almas por meio da aliança com eles.
Os cabalistas são obrigados a renunciar a qualquer relação com a espécie humana,
caso não desejem ofender os silfos e as ninfas com quem fizeram pactos. No entanto,
como o número de cabalistas sábios é muito pequeno, ninfas e silfos às vezes mostram-se
menos delicados, e empregam todos os tipos de truques para mantê-los. Um jovem senhor
da Baviera ficou inconsolável pela morte de sua esposa. Um silfo tomou a figura da
falecida, e foi apresentar-se ao jovem enlutado, dizendo que Deus havia ressuscitado sua
esposa para confortá-lo de sua extrema aflição. Eles viveram juntos por vários anos, mas o
jovem senhor não era um homem bom o suficiente para segurar o sábio silfo; ele
desapareceu um dia, e deixou-a apenas suas saias e o arrependimento por não querer
seguir seus bons conselho.
Vários hereges dos primeiros séculos misturaram a Cabala judaica com as ideias do
cristianismo, dizendo que entre Deus e o homem há quatro tipos de seres intermediários,
que mais tarde foram chamados de salamandras, silfos, ondinas e gnomos. Os caldeus,
sem dúvida, foram os primeiros que sonharam esses seres; eles diziam que tais espíritos
eram as almas dos mortos, que, para se mostrarem ao povo da terra, buscavam um corpo
sólido na lua.
A Cabala Oriental também é a arte de negociar com gênios, que são evocado por
palavras bárbaras. De resto, todas as cabalas são diferentes em seus detalhes; mas se
parecem muito parecidos no fim das contas. Podemos contar em relação a este assunto
uma infinidade de anedotas. Dizem que Homero, Virgílio e Orfeu eram estudiosos
cabalísticos.
Entre as palavras mais poderosas da Cabala, a famosa palavra Agla é uma das mais
reverenciadas. Para encontrar as coisas perdidas, para aprender por revelações a
existência de locais distantes, para fazer o desaparecido aparecer, para ir ao Oriente:
basta pronunciar em voz alta o grande nome Agla. Ele opera todas essas maravilhas,
mesmo quando invocado pelos ignorantes, caso estejam apropriadamente
dispostos. Ver: Agla.
Os rabinos definem a Cabala: "Uma ciência que eleva à contemplação das coisas
celestiais e à relação com os espíritos benditos; faz conhecer os poderes e atributos da
divindade, as ordens e funções dos anjos, o número das esferas, as propriedades das
estrelas, a proporção dos elementos, os poderes das plantas e pedras, as simpatias, o
instinto dos animais, os pensamentos mais secretos dos homens.”
Cinquenta portais diferentes, de acordo com os rabinos, levam ao conhecimento geral
dos mistérios; são os chamados 50 portais da inteligência. Deus ensinou quarenta e nove
deles a Moisés; nesta doutrina, há a extensão da ciência que Deus entregou através dos
cinco livros do Pentateuco; ela está contida nele, no sentido literal ou no sentido alegórico,
ou no valor aritmético e da combinação das letras, nas figuras geométricas dos
personagens, nas cantilações harmônicas dos sons. É para descobrir descobrir tais
segredos que todos os cabalistas trabalham. Entende-se por esta breve afirmação que se
forem abertos 50 portais à inteligência, o número daqueles abertos ao erro será infinito.
Alguns estudiosos até mesmo os cristãos lidam com a Cabala, e tentam atribuir-lhe
um lugar em estudos sérios. O famoso Pico della Mirandola escreveu um livro com o
propósito de torná-la importante.
Ele diz seriamente que aquele que conhece a virtude do número 10, e a natureza do
primeiro número esférico, que é 5, terá o segredo dos 50 portais da inteligência, do grande
Jubileu de 50 anos dos judeus, da milésima geração do Apocalipse e do reinado de todos
os séculos mencionado no evangelho. Ele também ensinou que, em seu nome, encontrou
toda a doutrina de Moisés, a religião cristã, os mistérios da Trindade e da redenção, as
hierarquias dos anjos, a queda dos demônios, as dores do inferno etc. Todas essas
asserções formam as últimas 72 proporções do nove que ele realizou em uma conferência,
em Roma, com a admiração geral, com a idade de vinte e quatro anos.” 2.
O estudioso judeu Cahen, que era realista, olhou para a Cabala como uma cadeia de
superstições. Ver: EIN SOPH.
Os devaneios da Cabala podem ser extraídos das instruções mais extensas nas
várias obras que lidam especificamente deles, mas que não são aconselháveis: 1. le
Comte de Gabalis ou Entretiens sur les sciences secrètes, do Pe. de Villars. A melhor
edição é a de 1742, in-12; 2. les Génies assistants, atribuído ao Conde de Gabalis, in-12,
do mesmo ano; 3. le Gnome irréconciliable, suite des Génies assistants ; 4. Nouveaux
entretiens sur les sciences secrètes, romance atribuído ao Conde de Gabali, mesmo ano;
5. Lettres cabalistiques, do Marquês de Argens, La Haye, 1741, 6 volumes in-12. Este livro
está cheio, muito mais do que os anteriores, de passagens condenáveis. Ver: ZEDEQUIAS.
Cabanda. Demônio hediondo da Índia; é tão grande como uma rocha, não tem
cabeça,nem pernas, mas tinha braços longos que foram encurtados por Rama.
Cabires. Deus dos mortos, muito adorado no Antigo Egito. Bochard acredita que três
divindades infernais derivam deste nome: Plutão, Proserpina e Mercúrio.
2
M. Bonetty (que cita Reuchlin, De arte cabalistica), Annales de philosophie chrétienne, publicado em 30
de novembro de 1838.
Outros dizem que os cabiros eram magos que se reuniam para expiar os crimes dos
homens, e eram honrados após a morte. Eram invocados em perigo e nas desgraças. Há
grandes disputas sobre este nome, que só era declarado aos iniciados 3. O que é certo é
que os cabiros são demônios que certeza vez presidiram uma espécie de Sabbath. Estas
orgias, que eram chamadas de festa dos cabiros, eram celebradas apenas à noite: o
iniciado, depois de provações assustadoras, era adornado por um cinto de roxo, coroado
com um ramo de Oliveira e colocado em um trono iluminado, para representar o mestre do
Sabbath, enquanto as danças hieroglíficas eram executadas em torno dele de forma mais
ou menos infame.
Cacodaemon. Demônio malvado. Este é o nome que os antigos davam aos espíritos
malignos. Mas um monstro assustador também recebeu este nome, um espectro horrível,
que não era reconhecível o suficiente para ser designado de outra forma. Todo homem
tinha seu bom e seu mau demônio, eudaemon e cacodaemon. Os astrólogos também
chamam a décima segunda casa do sol, que é o pior de todas, de Cacodemon, porque ali
Saturno espalha suas influências malignas, e só pode ser tirado de prognósticos terríveis.
Cacoux. Ver: EVENENADOR.
Cactonita. pedra maravilhosa que, de acordo com alguns, é apenas a cornalina. Tem
fama de possuir grandes propriedades. Dela, os antigos faziam talismãs que garantiam
vitória.
Caco. Espécie de ogro da antigudade. Era filho de Vulcano e foi vomitado da sua boca.
Este monstro, de tamanho gigantesco, meio homem e meia cabra, comia transeuntes em
sua caverna no sopé do Monte Aventino, e pendurava suas cabeças em sua porta. Foi
estrangulado por Hércules. — Caco às vezes era pintado com a cabeça de uma besta no
corpo de um homem.
Cadáver. De acordo com a lei dos judeus, quem tocar em um cadáver está impuro; deve
se purificar antes de se apresentar ao Tabernáculo do senhor. Alguns censores das leis de
Moisés decidiram que esta lei é supersticiosa. Parece-nos, diz Bergier, que ela era muito
sábia. Foi uma precaução contra a superstição dos gentios, que consultavam os mortos
para saber deles o futuro ou as coisas ocultas: abuso severamente proibido aos judeus,
mas que reina na maioria das Nações. Ver: Ímã, Caixão, etc.
Cadière. Ver: Girard.
Cádmio. Nome mais comum da calamina, um fóssil de petróleo que dá uma tonalidade
amarela ao cobre vermelho, e que alguns químicos usam para falsificar ouro.
Cadmo. O Sr. Appert estabelece que sua escritura vem de Adão, e que o Cadmo
celebrado pelos gregos como o inventor da escrita não é outro senão Adão, Adamus, que
recebeu este dom ao mesmo tempo que o da palavra. O nome Adamus foi alterado por
uma aspiração Oriental na frente da primeira letra4.
Caduceu. É com esta varinha, adornada com duas cobras entrelaçadas, que Mercúrio
leva as almas para o submundo e as desenha conforme necessário.
Cadulo. Soldado piedoso cuja lenda relata que era obsediado pelo diabo em forma de um
urso. Foi libertado pela oração.
3
Delandine, l’Enfer des peuples anciens, cap. XIX.
4
Ver: Lendas do Antigo Testamento (o Livro de Enoque).
Cæculus. Um pequeno demônio nascido de uma faísca que voou da forja de Vulcano ao
seio de Prenesta. Foi criado entre as feras selvagens. Reconhecido por esta peculiaridade,
vive no fogo como seu elemento; seus olhos, que são muito pequenos, são pouco
danificados pela fumaça. Os cabalistas fizeram dele uma salamandra.
Caf. Ver: Kaf.
Cagots. Indivíduos dos Pirineus que são uma espécie de párias. Os outros habitantes os
evitam como pessoas amaldiçoadas. Dizem que são remanescentes da raça dos godos,
chamados ca-godos, em suma, abreviação de gothi, isto é, de godos.
Caim. Os muçulmanos e rabinos dizem que Eva teve dois filhos, Caim e Abel, e duas
filhas, Aclima e Lebuda, e queriam unir Caim com Lebuda e Aclima com Abel. Mas Caim
queria Aclima. Adão, para colocar seus filhos de acordo, ofereceu-lhes um sacrifício; e,
como sabemos, a oferta de Caim foi rejeitada. Ele não queria desistir de Aclima; resolveu
para tê-la, matar seu irmão Abel; mas ainda não sabia como fazê-lo. O diabo, que o
observava, instrui-lhe com uma lição. Ele pegou um pássaro, que colocou em uma pedra
e, com outra pedra, esmagou sua cabeça. Caim, então bem educado, esperou Abel dormir
e jogou uma grande pedra em sua testa.
Cainitas. No século II, houve um culto de homens terríveis que glorificavam o crime e
eram chamados de cainitas. Esses desgraçados tinham grande reverência por Caim, pelos
horríveis habitantes de Sodoma, por Judas e por outros patifes. Tinham um evangelho de
Judas, buscavam a perfeição na produção de crimes vergonhosos e ações mais infames.
Cala (Charles). Escritor calabrês do século XIV. Sua memória é procurada pelo
surgimento das cruzes prodigiosas, impressas em Nápoles em 1651.
Calaya. O terceiro dos cinco paraísos indianos. Residência de Ixora ou Iswara, que
sempre se transforma em boi. É servido pelas almas dos fiéis já mortos; que ganham uma
aparência renovadora, vestes brilhantes e velas para iluminar o caminho da noite. Muitos
oferecem-lhe moedas de prata quando precisam espectorar.
Calcerand-Rochez. Enquanto Hugues de Moncade era vice-rei da Sicília, do Rei
Ferdinando de Aragão, um nobre espanhol chamado Calcerand-Rochez teve uma visão.
Sua casa estava localizada perto do porto de Paienne. Uma noite, ele não dormiu e
pensou que ouvia os homens que estavam andando e fazendo um grande barulho em seu
quintal; levantou-se, abriu a janela, e viu, com a clareza do Crepúsculo, soldados e
pessoas de pé em fila, seguido por lanceiros; depois deles apareceram as filas de
cavalheiros, divididas em esquadrões, indo em direção à casa do vice-rei. No dia seguinte,
Calcerand contou a história a Moncade, que ignorou; no entanto, pouco tempo depois, o
Rei Ferdinando morreu, e os moradores de Palermo se rebelaram. Esta sedição, da qual a
visão acima mencionada deu um presságio claro, foi apaziguada apenas pela intervenção
de Carlos da Áustria (Carlos V).
Calchas. Um adivinho da antiguidade, que adivinhava pelo voo dos pássaros. Previu aos
gregos que o cerco de Tróia duraria dez anos, e exigiu o sacrifício de Efigênia. Apolo lhe
deu conhecimento do passado, do presente e do futuro. Seria curioso se ele tivesse
previsto também a tomada da Bastilha. Seu destino era morrer quando encontrasse um
feiticeiro mais poderoso do que ele. Morreu de despeito, por não conhecer as adivinhas de
Mopsus. Ver: Mopsus.
Calegueiers. O mais formidável entre os gênios dos indianos. Eles são gigantescos em
tamanho, e ordinariamente habitam o Patala, que é o inferno dos indianos.
Calendário. O antigo calendário dos gentios estava ligado ao culto das estrelas; e
quase sempre era escrito por astrólogos.
Esta pode ser a ocasião para falar sobre o calendário dos pastores, o “Almanaque do
bom trabalhador”, “O mensageiro coxo de Basileia na Suíça”, e uma centena de outras
coleções onde vemos exatamente marcados os dias em que é bom para cortar as unhas e
tomar remédios; mas esses detalhes nos levaria para muito longe. Ver: ALMANAQUE5.
CALI MUDAR PARA K MUDAR PARA K MUDAR PARA K
Cálice da Suspeita. Ver: Infidelidade.
Calígula. Alega-se que foi envenenado ou assassinado por sua esposa. Suetônio diz que
apareceu várias vezes depois de sua morte, e que sua casa ficou infestada de monstros e
fantasmas, até receber as honras de um bom funeral.
Callo. Ver: SPES.
Nós o citamos aqui para sua dissertação sobre as aparições de anjos, demônios e
espíritos, e sobre os fantasmas e vampiros da Hungria, Boémia, Morávia e Silésia, em-12,
5
Ver tabém as Lendas do calendário.
Paris, 1746. A melhor edição é a de 1751; Paris, 2 Vol. in-12. Este livro é feito de boa fé; o
autor pode ser um pouco crédulo; mas relata o que é contrário a suas ideias com muita
franqueza. Ver: Vampiros.
Calundrônio. Uma pedra mágica cuja cor e forma não são precisas, mas que tem o poder
de afastar maus espíritos, resistir aos encantamentos, dando àquele que a possui uma
vantagem sobre seus inimigos, além de combater a depressão.
Calvino (João). Um dos líderes da suposta reforma, nasceu em Noyon, em 1509. Esse
fanático, que se gabava, como os outros protestantes, de dar aos homens o livre-exame e
que queimou Miguel Servet, seu amigo, porque discordava de sua opinião, não era só
herege; ele ainda é acusado de ter sido um mago. "Ele fez maravilhas com a ajuda do
diabo, que às vezes não o servia bem; por um dia quis dar a impressão de que
ressuscitaria um homem que não estiva morto; e, depois de fazer suas conjurações no
sujeito, ordenou que se levantasse, e ele não o fez, e descobriu-se que seu cúmplice
estava realmente morto, por jogar este jogo de comédia ruim 6. " Alguns acrescentam que
Calvino foi estrangulado pelo diabo que veio buscar sua alma. Ainda jovem, Calvino era
prodigioso em fazer truques7.
Pessoas curiosas ainda garantem que esta espécie de lagarto se alimenta apenas de
vento. Mas é sabido que ele come insetos; e como ele teria um estômago e todos os
órgãos de digestão, se ele não precisasse digerir? Como de novo, se ele não come, ele
produz excrementos, que os antigos usavam em uma pomada mágica para prejudicar
seus inimigos? A cor do camaleão parece variar continuamente, de acordo com o reflexo
dos raios do sol e a posição onde o animal está em relação àqueles que olham para ele:
isso é o que o fez ser comparado com o coração do homem. — Delancre diz, por outro
lado, que o camaleão é o emblema dos feiticeiros, e que é sempre encontrado nos lugares
onde o Sabbath foi realizado.
Camephis. O mais velho dos deuses do Egito; é triplo: avô, pai e filho.
6
Boguet, Discours des sorciers, ch. xviii
7
Voyez la légende de Calvin dans les Légendes infernales.
8
3 Delancre, Tableau de l’inconstance des démons, liv. III,no final. Bodin, Démonomanie, liv. II, ch. VII.
Camerarius (Joachim). Acadêmico alemão do século XVI. Estamos à procura de
seu “De la nature et des affections des démons9 et son Commentaire sur les divinations”10.
Também indicaremos a obra Barthélemi Camerario, beneditino, que morreu em 1564,
“Sur le feu du purgatoire”11; “Centuries” de Jean-Rodolphe Camerarius, médico alemão do
século XVII, “Sur les horoscopes et l’astrologie”12, e do mesmo autor Sur les secrets
merveilleux de la nature13.
Finalmente, Elias Camerarius, outro sonhador de Tubingue, escreveu, em favor da
magia e aparições, livros que não conhecemos.
Camisardos. Ver: Delfim.
Camnuz (o espírito de). Sigebert narra em sua crônica a maldade de um espírito violento
que por muito tempo freqüentou Camnuz, perto de Bingen, fazendo vários ruídos
incomuns e atirando pedras sem aparecer. Ele conseguiu roubar vários objetos e
denunciar como ladrões aqueles a quem queria que fossem culpados pelos seus roubos.
Incendiou casas e colheitas, e vexou o país por tempo suficiente. Era ouvido, mas nunca
visto. Foi no final do século XVI. Finalmente, o Bispo de Mainz enviou exorcistas que o
caçaram.
Campanella (Thomas de). Um homem de espírito, mas de pouco juízo, nascido em uma
cidade da Calábria em 1568. Ainda jovem, diz ter encontrado um rabino que o iniciou nos
segredos da alquimia, e que lhe ensinou todas as ciências em quinze dias, por meio da
Arte Notória. Com este conhecimento, Campanella entrou na ordem dos dominicanos e
começou a lutar contra a doutrina de Aristóteles, obtendo grande sucesso. Foi acusado de
magia por seus adversários; acabou obrigado a fugir de Nápoles. Seus cadernos foram
confiscados. A Inquisição, encontrando coisas censuráveis, condenou o autor a se
aposentar em um convento. Note-se que foi a Inquisição estatal e a causa real que o levou
a ficar em silêncio em uma espécie reclusão, mas por uma crítica justa que ele tinha feito
em seu “Tratado da Monarquia Espanhola”, sobre os graves erros desta nação, então
dominada por um orgulho imenso. Aposentou-se por ordem do Papa em 1626 e mudou
para Paris, onde morreu entre os jacobinos da Rua Saint-Honoré, em 21 de maio de 1639.
Foi dito que previu o tempo de sua morte e as glórias do reinado de Luís XIV. Nós
citaremos de seus trabalhos somente “Du sens des choses et de la magie14 e “Six livres
d’astrologie”15 ; o autor, que dava importância a esta ciência, se esforça para conciliar as
ideias astrológicas com a doutrina de São Tomás de Aquino.
Canate. Montanha da Espanha, famoso nas crônicas antigas; havia em seu pé uma
caverna onde os gênios do mal moravam, e os cavaleiros que se aproximavam dele eram
presos ou encantados, quando não ocorria algo pior.
Cang-HY. Deus dos céus inferiores para os chineses. Tem o poder da vida e da morte.
Três espíritos subordinados são seus ministros: Tankwam, que preside o ar e causa a
chuva; Tsuikvam, que governa o mar e as águas, envia ventos e tempestades; Teikwam,
que preside a terra, monitora a agricultura e causa as batalhas.
Canicida. Ver: ZERINTO.
Canícula. Uma constelação que deve o seu nome à estrela Syrius ou ao cão, e que
domina o período de grande calor. Os romanos, convencidos da malignidade de suas
influências, ofereciam-lhe todos os anos o sacrifício de um cão vermelho. Uma velha
opinião popular diz que nesta estação não se toma remédios, pois todas as doenças são
curadas pela natureza. É também uma crença comum de que é perigoso tomar banho
durante a onda de calor.
Canidia. Feiticeira mencionada por Horácio; encantava com figuras de cera, e, por suas
conjurações mágicas, forçou a lua a descer do céu.
Canigou. montanha da França, em Roussillon. Ela também tem sua lenda. Gervais
de Tilbury ensina-nos, em sua crônica, que na cimeira quase inacessível desta montanha
há um lago de água negra do qual não conhecemos o fundo, que os anfitriões do inferno
tem um palácio no fundo deste lago, e que se um lançarmos uma pedra , os demônios
imediatamente causam uma tempestade que assusta a terra.
Cantermo. Nome que os anciãos deram a alguns encantamentos e maldições.
Caous. Os orientais dão este nome aos gênios malignos que habitam as cavernas do
Cáucaso.
16
La vida de Roberto el Diablo, In-fol. Sevilha, 1629.
Capnomancia. Adivinação pela fumaça. Era muito usada pelos antigos: eles
queimavam verbena e outras plantas sagradas: a fumaça do fogo, as figuras e a direção
que tomavam eram observadas para tirar presságios. Praticavam dois tipos de
capnomancia: uma consistia em jogar em brasas quentes o jasmim ou grãos de papoila,
depois era observada a fumaça que dela saía; a outra, que era mais comum, era praticada
pelo método que indicamos anteriormente. Tratava-se também de examinar a fumaça dos
sacrifícios. Quando esta fumaça era leve e pouco grossa, era um bom presságio. Esta
fumaça até era respirada; e se pensava que ela dava inspirações.
Cappautas. Uma pedra grosseira que, nas crenças populares, cura do frenesi; era
encontrada em três locais do Gytheio, na Lacônia.
Caperon. Reitor de São Máximo. Em março de 1726, publicou uma carta sobre as
falsas aparições; Lenglet-Dufresnoy reimprimiu-a em sua coleção. Mostra pouca
credulidade e lutas contra as falsas aparições com razões muito boas. Ele diz que um dia
foi consultado sobre uma mulher que disse ser capaz de ver todos os dias, ao meio-dia,
um espírito na figura de um homem, vestida de cinza, com botões amarelos, que a
atacavam com voz alta, dando-lhe ainda grandes tapas; mas parecia mais real um certo
um vizinho ter dado um tapa no rosto da mulher, que disse ter sentido algo invisível que a
empurrou para longe. Tendo reconhecido que esta mulher era muito sanguínea, Capperon
concluiu que precisava passar por uma sangria, mas escondeu o motivo; o que foi
executado, e a aparição desapareceu.
Todos os indícios que ele traz e todo o seu raciocínio provam que as fumaças ou
imaginações perturbadas são a causa de muitas visões. Ele admite as visões relatadas
nos livros sagrados; mas repele as outras de um modo em geral. Ainda fala de outra
mulher a quem um espírito aparecia para puxar o cobertor todas as noites. Ele deu água a
esta mulher, dizendo-lhe para polvilhar sua cama, e acrescentou que esta água,
especialmente abençoada contra os inimigos, iria livrá-la da aparição. Era apenas água
comum; mas a imaginação da velha foi tranquilizada por esta pequena manobra, que ela
não suspeitava, e ela não viu mais nada. Ver: ALUCINAÇÕES.
Capricórnio. Um dos signos do Zodíaco. Foi Pan, que, no ataque dos Titãs, ficou
assustado e se transformou em uma cabra. Ver: Horóscopos.
Caracteres. sigilo MUDAR PARA S XXXX O famoso anel que submeteu o gênio à vontade
de Salomão devia toda a sua força aos personagens cabalísticos. XXXX
XXXX XXXX XXX
Caradoc (São), patrono de Donzy en Nivernais, também chamado de São Caradeus.
Como outros santos, fora atacado pelo diabo; mas seu poder era tão vívido que o diabo
não conseguiu fazer nada contra ele.
17
2 Cambry, Voyage dans le Finistère, t. III, p. 146 T. I, etc.
18
Leloyer, Histoire et discours des spectres, liv. III, ch. XVI.
carmesim; eles disseram que eram homens do ar, assegurando que nasceram e
morreram; que viveram 300 anos; que se aproximaram muito mais da natureza divina do
que os habitantes da terra; mas que havia, no entanto, entre eles e Deus, uma distância
infinita. Estes homens aéreos eram provavelmente silfos.
Gabava-se, como Sócrates, de ter um demônio familiar, que colocava entre as
substâncias humanas e a natureza divina, e que lhe falava por sonhos. Este demônio
ainda era um espírito elementar; no diálogo intitulado “Tetim”, e no Tratado “De libris
Propriis”, diz que seu demônio familiar era da natureza de Mercúrio e de Saturno.
Sentimos que estes são planetas. Então admite que devia todos os seus talentos, sua
vasta erudição e suas ideias mais felizes a seu demônio. Todos os seus remédios eram
devidos a seu demônio familiar, e por isso seu demônio era digno de veneração. Gimbal
também garantiu que seu pai fora servido durante trinta anos por um demônio familiar.
Como seu conhecimento em astrologia era grande, previu a Eduardo VI, rei da
Inglaterra, mais de 50 anos de reinado, de acordo com as regras da arte. Mas por azar, o
rei Eduardo VI morreu aos dezesseis anos de idade. As mesmas regras tinham tornado
claro que ele só viveria 45 anos. Regulou sua fortuna de acordo com isto, o que o deixou
muito desconfortável durante o restante de sua vida. Quando teve de confessar que estava
enganado em seus cálculos, reajustou sua previsão, e descobriu que pelo menos não
passaria dos setenta e cinco anos. A natureza é obcecada em provar a mentira da
astrologia. Assim, para apoiar a sua reputação, e por não para suportar mais a vergonha
de uma negação (porque achava que a arte é infalível e que ele só poderia ter sido
enganado), Gimbal parou de comer até morrer.
"De todos os eventos anunciados pelos astrólogos, encontro apenas um que
realmente aconteceu como planejado", diz um escritor do século passado 19, “é a morte de
Gimbal, que tinha previsto sua própria morte e fixado a um dia marcado. Este grande dia
veio: Gimbal estava bem; mas teria que morrer ou confessar a inadequação e vaidade de
sua arte; ele não balançou e, sacrificando-se à glória das estrelas, se suicidou; de uma
forma para tentar enganar que morrera de doença, não por suicídio”.
É preciso recordar, entre as extravagâncias astrológicas de Gimbal, que ele elaborou
o horóscopo de nosso Senhor Jesus Cristo, publicado na Itália e na França. Ele encontrou
na conjunção de Marte com a Lua e no signo de Libra o tipo de morte do Deus Homem; viu
o islamismo no encontro de Saturno com Sagitário, no momento do nascimento do
Salvador.
Em suma, Gimbal era um homem supersticioso, que tinha mais imaginação do que
juízo. O que é estranho é que, acreditando em tudo, ele não acreditava nas únicas
maravilhas verdadeiras que a Igreja admite. Foi perseguido como mago e como incrédulo.
Delancre disse que fora bem educado em magia por seu pai, que teve por trinta anos um
demônio preso em uma gaveta, e conversa com esse demônio sobre todos os assuntos 20.
Então, há coisas estranhas em quase todas as suas obras, que foram coletadas em dez
volumes de fólio, principalmente no livro “La Variété des chosess”, e em “La Subtilité des
démons,” etc., e em seu “Traité des songes”21. Ver: METOPOSCOPIA e POMADAS.
Carenus (Alexandre), autor de Traité des songes22, publicados em Pádua, 1575.
19
Essai sur les superstitions, par M. L. C. ln-12.
20
L’incrédulité et mécréante, etc., traité I, p. 43, etc.
21
Hieronymus Cardanus, De somniis. Basileia, 1585, in-4 °.
22
Alex. Carenus, de somniis, em-4 °. Patavii, 1575.
encerrou sua pregação e, ao sair do púlpito, perguntou se alguém conhecia o homem
negro que, neste momento, estava saindo do templo. Mas ninguém o viu. - No entanto, o
mesmo fantasma negro foi à casa de Carlostad e contou ao filho mais novo: "Lembrai-vos
de avisar vosso pai que eu estarei de volta em três dias, e que ele esteja pronto." Quando
o arquidiácono retornou, seu filho contou-lhe sobre este outro evento. Carlostad
aterrorizado foi para a cama, e três dias depois, em 25 de dezembro de 1541, que foi a
festa de Natal, foi encontrado morto, seu pescoço estava torcido. O evento ocorreu na
Basileia.
Carnaval. Ver: Mascarados.
Carnoet. Ver: Buraco do castelo.
Cartomancia. Adivinhação por cartas, mais conhecida como a arte de tirar cartas.
Dizem que as cartas foram inventadas para divertir a loucura de Carlos VI; mas Alliette,
que assinava seu nome como Etteilla, nos assegura que a cartomancia, que é a arte de
tirar cartas, é muito mais antiga. Ele traçou essa adivinhação do jogo dos bastões de Alpha
(nome de um famoso grego exilado na Espanha, diz ele). Ele acrescenta que desde então
esta maravilhosa ciência foi aperfeiçoada. Tabuletas pintadas foram usadas; e quando
Jacquemin Gringoœur ofereceu as cartas ao rei Carlos, o Bem Amado, ele só teve o
trabalho de abrir uma caixa que embalava as tabuletas. É lamentável que esta afirmação
não é apoiada por qualquer evidência.
No entanto, as cartas são mais antigas do que Carlos VI. Boissonade observou que
João, o Pequeno de Saintré, foi homenageado com o favor de Carlos V só porque jogava
cartas ou dados. Também é necessário lembrar que as cartas eram conhecidas na
Espanha, quando Afonso XI proibiu-las em 1332, nos estatutos da Ordem da Banda. Em
todo caso, as cartas, primeiro toleradas, foram então condenadas; e é uma opinião ainda
subsistente na mente de algumas pessoas que as cartas são do diabo. Muitas vezes, é
verdade, figurativamente. “Os que fazem truques com as cartas são feiticeiros”, afirma
Boguet. Ele cita um conde italiano que coloca um dez de espadas na mão e você acha que
era um rei de copas. O que ele pensaria dos atuais prestidigitadores?
Não há necessidade de dizer que tudo sobre as cartas é encontra na história do
sabeísmo e da bruxaria. Houve até mesmo homens instruídos que viram toda a alquimia
nas cartas; e alguns cabalistas afirmam reconhecer os espíritos dos quatro elementos. Os
ouros são as salamandras, as copas são as sílfides, os paus as ondinas; as espadas os
gnomos.
Sobre a arte de tirar cartas: É quase sempre usado, para a cartomancia, um jogo de
trinta e duas cartas, onde as figuras têm apenas uma cabeça. Os ouros e os paus são
geralmente bons e auspiciosos; as copas e espadas, geralmente ruins e azaradas. As
figuras em copas e ouros anunciam pessoas loiras ou castanhas-claro; as figuras em
espadas ou paus anunciam pessoas morenas ou morenas-claro. Aqui está o que cada
carta significa: As oito de copas — O rei de copas é um homem honrado que procura
fazer-nos bem; se estiver invertido, causará suas leais intenções. A dama de copas é uma
mulher honesta e generosa de quem você pode esperar serviços; se estiver invertida, é o
presságio de um atraso em suas esperanças. O valete de copas é um jovem corajoso,
muitas vezes um soldado, que deve entrar na sua família e procurar ser útil para você;
sinal de algum impedimento quando invertido. O ás de copas anuncia alguma novidade
agradável; representa uma festa ou uma refeição de amigos quando aparece cercada por
figuras. O dez de copas é uma surpresa que trará alegria; promete uma reconciliação,
melhora a ligação com as pessoas que estavam se afastando. O oito promete a saúde das
crianças. O sete anuncia um bom casamento.
As oito de ouros. — O rei de ouro é um homem bastante importante que pensa em
prejudicá-lo, e que irá prejudicá-lo se estiver invertido. A dama é uma mulher má que fala
mal a você, e que o machucará se estiver invertida. O valete de ouros é um soldado ou um
mensageiro que lhe trará notícias desagradáveis; e se estiver invertido, alguma notícia
infeliz. O ás de ouros anuncia uma carta; uma jornada necessária e imprevista; o nove, um
atraso de dinheiro; o oito alguma notícia que surpreenderá um jovem; o sete, uma vitória
na loteria; se aparecer com o ás de ouro, uma boa notícia.
As oito espadas. — O rei representa um comissário, um juiz, um homem de poder
com quem teremos desgraças; se for estiver invertida, uma derrota judicial. A dama é uma
viúva que tentará enganá-lo: se estiver invertida, ela vai te enganar. O valete é um homem
jovem que irá causar-lhe desagrados; se estiver invertido, presságio de traição. O ás,
grande tristeza; o dez, prisão; nove, atraso nos negócios; oito, más notícias; se for seguido
pelo sete de ouro, tristeza e discórdia. O sete, brigas e tormentos, a menos que ele seja
acompanhado por alguma de copas.
As oito de paus. — O rei é um homem justo, que o servirá; se ele estiver invertido,
suas intenções honestas serão atrasadas. A dama é uma mulher que te ama; uma mulher
ciumenta, se estiver invertida. O valete promete um casamento, que não será feito sem
constrangimento preliminar, se estiver invertido. O ás, ganho, lucro, dinheiro a receber; o
dez, sucesso; se for seguido pelos nove de ouro, atraso de dinheiro; perda se estiver ao
lado do nove de espada. O nove, sucesso; o oito, esperanças; o sete, fraqueza, e se
seguido por um nove, herança.
Quatro reis seguidos, honras; três seguidos sucesso no comércio; dois reis,
recebimento de um bom conselho. Quatro senhoras seguidas, grandes desastres; três
senhoras seguidas, engano; duas senhoras seguidas, amizade. Quatro valetes em fila,
doença contagiosa; três valetes em fila, preguiça; dois valetes, discussão. Quatro ases
seguidos, uma morte; três ases seguidos, libertinismo; dois ases, inimizade. Quatro dez
seguidos, eventos desagradáveis; três seguidos, mudança de estado; dois, uma perda.
Quatro noves seguidos, boas ações; três, uma imprudência; dois, recebimento de dinheiro.
Quatro oitos seguidos, um revés; três em fila, casamento; dois, discórdias. Quatro setes
em fila, intrigas; três, entretenimento; dois, poucas novidades.
Existem várias maneiras de tirar as cartas. O método mais seguro é tirá-las por sete,
assim: Depois que o jogo for embaralhado, deve ser cortado pela mão esquerda da
pessoa para quem o jogo é tirado; contamos sete partes, deixando de lado a sétima parte.
Repetimos a operação até que tenhamos separado doze cartas. Estas doze cartas são
enfileiradas na mesa, de acordo com a ordem em que vieram; então o significado é
decifrado, com base no valor e na posição de cada carta, conforme explicado. Mas antes
de tirar as cartas, não se deve esquecer de ver se a pessoa para quem o jogo foi tirado,
geralmente o rei de copas indica um homem loiro casado; o rei de espada um homem
moreno casado; a dama de copas uma dama ou uma senhora loira; a dama de espadas
uma senhora ou uma jovem senhora; o valete de ouro um jovem loiro; o de espadas um
jovem moreno. Se a carta que representa a pessoa para quem se opera não for
encontrado nas doze cartas que o acaso acabou de trazer, deve-se procurar para ela nas
outras cartas, e coloca-lá simplesmente no final das doze cartas. Se, ao contrário, estiver
ali, a pessoa para quem trabalha (ou se lê a si mesmo se a consulta) deve puxar uma
décima terceira carta para o jogo já aberto. É da mesma forma colocada no final das doze
cartas espalhadas, porque é reconhecido que leva treze cartas. Então, explicamos
brevemente todo o jogo e, a partir da carta que representa a pessoa para quem
questionamos o feitiço, contamos sete cartas e paramos; interpreta-se o valor intrínseco e
relativo da carta na qual se faz a parada; contamos sete novamente, e novamente
explicamos, passando por todo o jogo várias vezes até voltarmos exatamente à carta da
qual saímos. Pode-se ver muitas coisas até aí, mas em seguida deve vir outra operação
muito importante. Pegamos as treze carta, misturamos e cortamos a mão esquerda
novamente. Depois, teremos as cartas cobertas em dez montes: 1 ° para a pessoa; 2 °
para a casa ou seu interior; 3 ° pelo que ela espera; 4 ° pelo que ela não espera; 5º para
sua surpresa; 6 ° para o seu consolo ou pensamento. As primeiras seis cartas são
dispostas na mesa, a sétima deve ficar na mão. Fazemos uma segunda rodada, mas
colocamos apenas uma carta em cada um dos cinco primeiros montes. Na terceira rodada,
as duas últimas cartas são colocadas nos números 1 e 2. Descobrimos sucessivamente
cada monte, e como explicado antes, tem três cartas, assim como o segundo, terminando
com o último que tem apenas uma. Aqui está toda a arte de tirar cartas; os métodos
variam, assim como o valor das cartas, que são dados nos livros especiais, em sentidos
muito diferentes e muito arbitrários; mas os resultados não variam.
Terminaremos indicando como fazer o que é chamado de sucesso. - Leve também
um jogo de trinta e duas cartas. Faça oito montes de quatro cartas cada e coloque-os na
mesa; devolva a primeira carta de cada pacote; pegue as cartas do mesmo valor de duas
em duas, como dois dez, dois reis, dois ases, etc., sempre retornando descoberta em cada
monte a carta removida Para que o sucesso seja assegurado, remova todas as cartas do
jogo, duas a duas, todo o caminho até o fim. — Esse método é feito para descobrir se um
projeto ou um caso será bem-sucedido ou se algo trará problemas.
Alliette, o nome de Etteilla, publicou um longo tratado sobre este assunto.
Mencionamos o “Oracle parfait, ou nouvelle manière de tirer les cartes, au moyen de
laquelle chacun peut faire son horoscope.”. In-12, Paris, 1802. Este pequeno livro, 92
páginas, é dedicado ao sexo feminino por Albert d' Alby. O editor é M. de Valembert, que
aponta que o l’Oracle parfait deveria ser publicado em 1788; que a censura impediu, e
que apenas em 1802 foi impresso ao público. O método deste livro é confuso; o autor fala
para utilizar vinte cartas organizadas em cinco montes desta maneira: um no meio, um
acima, um abaixo e um de cada lado; o que forma uma cruz. As cartas do monte superior
significam o que deve acontecer em breve, as cartas à direita o que acontecerá em um
tempo mais distante; as cartas de baixo são para o passado; cartas da esquerda para
obstáculos; as cartas do meio para o presente. É então explicado de acordo com os
princípios.
Mas isso é o suficiente na cartomancia. Não podemos nos esquecer que os
fundamentos dessa ciência e as senhoras que consultam suas cartas ignoram e duvidam
de Deus. No entanto, observe que este meio de retirar a cortina do futuro sempre falha.
Um dos mais famosos cartomantes jogou o jogo para um jovem sem barba que se
disfarçou de menina. Ele prometeu um marido rico e bonito, três garotos, além de três
filhos e um casamento tranquilo. - Uma senhora que começou a hesitar em sua confiança
nas cartas tirou as cartas para saber se havia almoçado. Ela ainda estava na mesa diante
dos pratos vazios; de estômago cheio; no entanto, as cartas responderam que ela estava
em jejum, sem deixar qualquer margem para o sucesso da consulta.
Casmann (Othon). Estudioso alemão do século XVI, autor de um livro sobre anjos
intitulado Angélographie23. Ele deixou outro livro, que algumas pessoas procuram, sobre os
mistérios da natureza.
Cassandra. Filha de Príamo, a quem Apolo concedeu o dom da profecia depois de por ela
ser seduzido; mas depois de receber o dom, não respondeu à ternura do deus, que fez
suas profecias caírem em descrédito. Além disso, embora grande feiticeira e bruxa, como
disse Delancre24, não pôde impedir a ruína de Tróia, nem salvar-se das violências de Ajax.
Cássio de Parma. Antônio acabara de perder a Batalha de Áccio; Cássio de Parma, que
seguira seu grupo, retirou-se para Atenas, e lá, no meio da noite, enquanto sua mente se
abandonava à ansiedade, viu um espectro negro aparecer diante dele, que muito agitado
falou com ele. Cássio perguntou quem ele era. "Eu sou seu demônio"- respondeu o
fantasma. Aquele demônio malvado era o medo. Diante disso, Cássio ficou assustado e
chamou seus escravos; mas o demônio desapareceu sem deixar-se ser visto por outros
olhos. Acreditando sonhara, Cássio se retirou e tentou voltar a dormir; assim que ficou
sozinho, o demônio reapareceu nas mesmas circunstâncias. O romano, como qualquer
pessoa, teve medo; acendeu mais velas passou o resto da noite entre seus escravos e
não se atreveu mais a ficar sozinho. Ele foi morto alguns dias depois pela ordem do
vencedor de Áccio.
Cotovia. Afirmam que quem portar os pés deste pássaro nunca será perseguido, pelo
contrário, terá vantagem contra todos seus inimigos. Se embrulhado num pedaço de pele
de lobo, o olho direito da cotovia faz o seu portador ser doce, agradável e simpático; e se
você colocá-lo no vinho, será estimado pela pessoa que bebê-lo.
Cassótida Fonte de Delfos, cuja virtude profética inspirou as mulheres lá faziam oráculos.
23
Angelographia, 2 Vol. em-8 °. Frankfurt, 1597 e 1605.
24
Tableau de l’inconstance des mauvais anges, etc., liv. I, dise. III.
Castália. Fonte da Antioquia, no subúrbio de Dafne; suas águas eram proféticas, e havia
um famoso oráculo que previu o Império a Adriano. Quando este oráculo foi realizado,
Adriano bloqueou a fonte com grandes pedras, para que ninguém encontrasse o mesmo
favor por ele obtido.
Catabólico. "Aqueles que têm lido os anciãos sabem que os demônios catabólicos são
demônios que levam os homens, matá-los, quebrar e esmagar, tendo esse poder sobre
eles. Desses demônios catabólicos, Fulgence diz que um certo Campester tinha escrito um
livro particular, que nos serviria bem, se tivéssemos, para aprender exatamente como
esses Devils tratou seus apoiadores, feiticeiros e feiticeiros. »
Cathaï-Khann, príncipe do mar nos tártaros. Este demônio é um canibal feio que uma vez
apreendeu seu comer Djilbeguenn, disse o enganador, o fez ferver e comeu-o. Ele tem
uma flecha que sempre volta para ele quando ela realizou sua missão. Um dia, ela
perfurou uma montanha de cobre e retornou a ele depois de ter ido ao redor da terra. Uma
serpente dourada-escalada, que tivesse um chifre de prata em sua cabeça e Eye-scarring,
espaçados doze acres distante, com uma cauda infinita, devorado seu filho. Catai
decodificou sua flecha para a testa, que ela separou em dois. O príncipe do mar encontrou
seu filho na barriga da serpente; a criança ainda vivia lá, na companhia de alguns heróis,
ainda vivos, com seus cavalos. Então o cavalo de Catai disse ao seu mestre: "Retire o
cobertor que está debaixo da minha sela; e darei à criança o pequeno leite que me resta
do tempo quando eu teed minha mãe; "e a criança viveu; e mais tarde, ele também comeu
seu pai. Estas são tradições tártaro.
Catald, Bishop de Taranto no sexto século. Mil anos depois de sua morte, diz-se que
ele mostrou-se uma noite, em visão, para um jovem Tarentin do século XVI, e
encomendou-lhe a cavar em um lugar que ele designou a ele, onde ele tinha escondido e
enterrado um livro escrito de sua mão, enquanto ele estava no mundo , dizendo-lhe que o
incontinente que ele teria recuperado este livro, ele não deixou de fazê-lo segurar a
Ferdinand, rei de Aragão e Nápoles, que reinou então. O jovem não acrescentava primeiro
a fé a esta visão, embora Catald lhe aparecesse quase todos os dias para exortá-lo a fazer
o que lhe havia ordenado. Finalmente, uma manhã, antes do amanhecer, como estava em
oração, viu Catald vestido com o hábito Episcopal, que lhe dizia com um semblante
severo: — não consideraste procurar o livro que vos ensinei e enviá-lo ao Rei Ferdinand;
ser assegurado, desta vez para todos, que se você não executar o que eu lhe ordenei, isso
não vai acontecer com você.
Os jovens, intimidados por essas ameaças, publicaram sua visão; as pessoas
movidas se reuniram para acompanhá-lo ao lugar marcado. Ele veio a passar; cavamos a
terra; um encontrou um pequeno tronco de chumbo, tão bem fechado e cimentou que o ar
poderia penetre-lo, e no fundo da caixa viu o livro onde todas as misérias que estavam a
chegar ao Reino de Nápoles, ao Rei Ferdinand e seus filhos, foram descritos em formas
de profecia , que teve lugar; para Ferdinand foi morto no primeiro conflito; seu filho
Alphonse, mal mestre do trono, foi encaminhado por seus inimigos, e morreu no exílio.
Ferdinand, o puîné, morreu miseravelmente na hora de sua idade, oprimido por guerras, e
Frederick, neto do Ferdinand atrasado, vidas ardendo, saquear e arruína seu país.
Catalepsy, parecendo de apoplexia, estado de que resulta, diz o Sr. lecouturier, "uma
insensibilidade capaz de fazer suportar sem dor a cirurgia mais cruel. Catalepsy é causada
por obstrução de agentes, nervoso. Nasce uma combinação singular de roider e
flexibilidade nos músculos, o que faz com que os catalépticos, completamente imóvel por
si mesmos, deixem-se ir a todos os movimentos regulares que são impressos e
permanecem fixos em todas as atitudes comunicação normal. Pode-se até fazê-los tomar
atitudes dolorosas em que seria impossível para o homem mais robusto para manter-se. »
Esta doença, que explica alguns fenômenos de bruxaria, é provocada ou
espontânea. Ver: Hipnotismo e sono magnético.
Catalonos ou Babailanas, sacerdotisas dos índios das Ilhas Filipinas. Eles lêem no
futuro e prever o que precisa acontecer. Quando anunciaram o bem ou o mal àqueles que
os consultam, fazem o sacrifício de um porco, que matam com uma lança e que oferecem
dançando aos Genies e às almas Evil dos antepassados, que, na opinião dos Indians,
fixam seu casas grandes árvores.
Catanancée, planta que as mulheres de Tessália empregado em seus philtres. A
descrição é encontrada em Dioscoride.
Cataramonachia, anátema que invadem os papas gregos. Em algumas ilhas da
moréia, diz-se que este anátema dá uma febre lenta de que um morre em seis semanas.
Catelan (Laurent), farmacêutico de Montpellier no décimo sétimo século. Ele deixou
uma história de natureza, caça, virtudes, propriedades e usos do unicórnio, Montpellier,
em-8 °, 1624, e um discurso raro e curioso da planta chamada Mandragore, Paris, em-12,
1639.
Cathares, hereges abomináveis que deviam seu nome a um gato, Catto, cuja bunda Eles
beijaram em suas reuniões secretas, acreditando que eles eram que o próprio Satanás,
assim, recebeu seus tributos nesta forma. Eles estavam sacrificando crianças e cometer
outros horrores, que podem ser lidos no místico de Gorres, Cap. II e III do livro V.
Catherine voy. Fantasmas.
Catherine (Santa). Ver: Combustíveis.
Este conto absurdo dá uma noção dos outros. Catarina de Médici sobreviveu ao
Senhor de Mesmes, e ela mesma reabriu sua caixa.
Ela tinha em sua companhia, de acordo com o costume da época, alguns astrólogos,
entre os quais não devemos esquecer o ilustre Luc Gauric. Eles previram que São
Germano a veria morrer. A partir de então, ela não quis ficar em São Germano, em Laye, e
foi mais à igreja de São Germano, em Auxerre. Mas o bispo de Nazaré, tendo-a assistido
na hora de sua morte, considerou a previsão como cumprida, já que este prelado era
chamado de Nicolau de São Germano.
Cato (Angelo). Estudioso hábil em astrologia, que previu a Carlos, o Temerário, uma
morte funesta. O Duque de Borgonha o ignorou, e perdeu tudo, como sabemos.
Infelizmente, não há nenhuma evidência de que a previsão foi feita em tempo útil.
Luís XI acreditava tanto em Angelo Cato, por causa de sua ciência, que lhe entregou
a Arquidiocese de Viena, em Daufine. Talvez seja por isso que os protestantes fizeram
dele um astrólogo.
Catiau. Um feiticeiro contemporâneo, condenado pelo Tribunal da Béthune, em 30 de
julho de 1850. Aqui está o resumo dos fatos sobre esta data:
"Salvien-Édouard-Joseph Catiau, agora um tecelão de sessenta anos de idade,
vivendo em Loos, perto de Lens, vivia dolorosamente de seu trabalho, quando decidiu,
cerca de cinco anos atrás, viver à custa da estupidez humana. Muitas pessoas no país, e
muitas das nossas cidades também, estão dispostas, quando vários acidentes ou
infortúnios lhes acontecem, a atribuir-lhes uma influência secreta e maligna.
Diziam que tais influências eram obras de feitiço; é esse destino que Catiau se
comprometera a afastar. Sua clientela, inicialmente restrita, aumentou gradualmente.
Vemos uma mulher de Douvrin, a Senhora Cappe, que perdia sucessivamente suas
galinhas e suas criações; Catiau a fez fazer uma novena de Pai Nosso e Ave Maria
diariamente, para remover o feitiço.
Mais tarde, Catiau ampliou o círculo de suas operações: não era mais o destino dos
animais que ele conjurava, mas as doenças humanas.
Charles Delhaye, de 68 anos, pensionista de Richebourg-l'Avoué, tinha hérnia e foi ver
Catiau na casa de seu genro. Catiau disse-lhe que tinha recebido missionários de Amiens
o poder de curar as hérnias; para isso seria necessário beber uma água que, felizmente,
Catiau tinha em casa, vinda de uma fonte de Roma, onde um anjo banhava-se uma vez
por ano. Esta consulta maravilhosa custou 150 francos ao Padre Delhaye. Ele ainda levou
várias garrafas de água; todas elas foram vendidas generosamente ao preço de 10 francos
cada.
25
Esta coluna ainda existe em Paris, e apoia um salão de dança.
Como podemos ver, o material explorado era bom. Catiau não deixou de usá-la; ele
faz Delhaye acreditar que sua inteligência com os poderes sobrenaturais contou-lhe que a
guerra da Crimeia chegaria à França; que seria necessário se apressar para fazer
provisões de trigo, porque todos seriam saqueados, e os pegos de surpresa morreriam de
fome. Para escapar disso, Delhaye devia retirar-se das mãos de um notário (porque os
notários desapareciam também, destino falta!) todo o dinheiro que lhe deu em depósito;
com este dinheiro, deveria comprar grandes quantidades de trigo, que seriam colocadas
em sacos de pano feitos pelas mãos de meninas virgens, e que apenas Catiau tinha a
felicidade de ter, mas que ele vai cederia ao preço modesto de 9 francos cada um.
Delhaye realmente retirou um pouco de dinheiro, mas não muito, para o camponês, e
começou a acordar e recuperar a sua malícia; ele comprou um pouco de trigo que guardou
em tais sacos imaculados. Mas o trigo não foi preservado; e então Catiau descobriu que,
além da volta da hérnia, Delhaye agora sofria de pedras. Somados, Catiau levou mais de
1.200 francos, que tentou devolver, para poupar problemas. Foi denunciado, e assim que
as suas ações chamaram a atenção do público, e infelizmente para ele a da justiça, que
fez outras investigações, uma enorme série de fatos foram encontrados e o bruxo foi
condenado a cinco anos de prisão.
Cátilo. Ver: GILBERTO.
Catoblepas. Cobra que mata quem a vê, caso acreditemos em Plínio. Mas a natureza fez
sua cabeça muito pequena, de modo que é difícil para ela acertar alguém. Acrescenta-se
que este animal vive perto da fonte Nigris, na Etiópia, que dizem ser a fonte do Nilo.
Cato, o Censor. Em seu livro “De re rustica”, ele ensina, entre vários remédios, como
recuperar os membros amputados, e dá até mesmo as palavras encantadas para tanto.
Catoptromancia. Adivinhação por meio de um espelho. Em muitas aldeias ainda
existem adivinhos que empregam essa adivinhação, anteriormente muito difundida. Diante
de uma perda, um objeto perdido ou roubado,
ou de golpes clandestinos, para conhecer o autor, o feiticeiro ou adivinho leva a pessoa
até uma sala, com apenas uma metade iluminada. O consulente só entra ali vendado. O
vidente faz as evocações, e o diabo mostra em um espelho o passado, o presente e o
futuro. Apesar da bandana, a credulidade do aldeão fazia sua imaginação delirar com
alguma coisa..
Costumava ser usado para essa adivinhação um espelho que cabia uma criança
escondida em sua traseira...
Pausanias fala de outro efeito da catoptromancia. "Havia em Patras", disse ele, "em
frente ao templo de Ceres, uma fonte separada do templo por um muro; lá consultávamos
um oráculo, não para todos os eventos, mas somente para doenças. O paciente descia na
fonte um espelho pendurado por um fio, de modo que tocava a superfície da água
somente por sua base. Depois de orar para a deusa e queimar perfumes, a pessoa olhava-
se no espelho, e conforme seu rosto aparecia saudável ou deformado, concluía-se se a
doença era ou não fatal.”
Cattani (François). Bispo de Fiésole, morreu em 1595, autor de um livro sobre as
superstições da magia.
Catteri. Demônio dos malabares, possui especialmente as mulheres e causa loucura.
MUDAR PARA P PESADELOS FURIOSOS X x x REMOVER REMOVER
REMOVER
REMOVER REMOVER REMOVER REMOVER REMOVER REMOVER
REMOVER
Cauchon (Pierre). Um bispo intruso de Beauvais no século XV, perseguiu Joana
d'Arc como uma bruxa e queimou-a em Rouen. Morreu repentinamente em 1443. O Papa
Calisto III excomungou postumamente este prelado desonrado, cujo corpo foi escavado e
jogado à estrada. O que é bastante curioso é que seu nome foi dado ao animal selvagem
que antes era chamado apenas de porco ou suíno.
Causathan. Demônio ou gênio maléfico que Porfírio jactava-se de ter expulso de um
banheiro público.
Causimomancia. Adivinhação por fogo, usada pelos magos antigos. Era um
presságio feliz quando os objetos combustíveis jogados no fogo não queimavam.
Cautzer. O oitavo rio no paraíso de Mohammed. Seu curso leva um mês para ser
percorrido; suas margens são de ouro; seu leito, perfumado como almíscar, é coberto de
rubis e pérolas; sua água é fresca como leite; sua espuma brilha como as estrelas. Quem
bebe sua água uma vez nunca mais tem sede.
Cayet (Pierre-Victor-Palma). Escritor de Tours, do século XVI. Além de “Chronologie
novennaire” e l”Chronologie septennaire”, também deixou a obra “l’Histoire prodigieuse et
lamentable du docteur Faust, grand magicien”, Paris, 1603, in-12 ; e “l’Histoire véritable
comment l’âme de l’empereur Trajan a été délivrée des tourments de l’enfer par les prières
de saint Grégoire le Grand”, traduzido do latim por Alphonse Chacon; in-8°, raro. Paris,
1607.
Cayet procurou a pedra filosofal, que ele não tinha talento para encontrar; também
disseram-lhe que poderia ser um mago; mas pode-se ver que ele não pensou muito em se
meter com a magia na epístola dedicatória que colocou em sua história de Fausto. Foram
os huguenotes, cuja seita ele abandonou, que o acusaram de ter feito um pacto com o
diabo, para que pudesse aprender idiomas. Foi um grande insulto; Cayet se vingou em um
livro no qual ele defendia contra eles a doutrina do purgatório 26.
26
La fournaise ardente et le four du réverbère pour évaporer les prétendues eaux de Siloé, et pour
corroborer le purgatoire contre les hérésies, calomnies, faussetés et cavillations ineptes du prétendu
ministre Dumoulin. Paris, 1603, in-8°. Dumoulin também publicou sua obra como les Eaux de Siloé, pour
éteindre le feu du purgatoire, contre les raisons d’un cordelier portugais. In-8°, 1603.
Cazotte (Jacques). Nascido em Dijon em 1720, guilhotinado em 1793, autor do
poema “Olivier”, onde muitos episódios relatam maravilhas mágicas. O sucesso desta
produção singular o fez compor o “Diabo Amoroso”. Como há conjurações e outras
observações de grimório nesse trabalho, um estranho uma vez foi implorar a ele que o
ensinasse a conjurar o diabo, um conhecimento que Cazotte não possuía.
O que ainda lhe garante um lugar nesta coleção é a sua profecia relatada pela Harpa;
onde previu a revolução na maioria dos seus detalhes. Mas não temos a impressão,
segundo dizem, de um fragmento importante desta peça. Mais tarde foi descoberta com
precisão, e alguns agora dizem que essa profecia foi tardia, o que não está provado. Foi
publicado no ano de 1792, em Paris, uma correspondência mística de Cazotte, publicada
pelo tribunal revolucionário, onde brilha um certo espírito profético inexplicável.
Cebo ou Cefo. Um monstro adorado pelos egípcios. Era uma espécie de sátiro ou macaco
que, de acordo com Plínio, tinha os pés e as mãos semelhantes aos do homem. Diodoro
dá-lhe a cabeça de um leão, o corpo de uma pantera e do tamanho de uma cabra.
Acrescenta-se que Pompeu trouxe um para Roma, e que nunca foi visto até aquele
momento.
27
Commentarii in sphœram Joannis de Sacrobosco. In-fol. Bàle, 1485.
28
M. Salgues, Des erreurs, etc. t. II, p. $ 27.
Cintos mágicos. Vários livros de segredos ensinam que eles podem curar todos os tipos de
doenças internas, através de um cinto de samambaia arrancado no dia anterior ao de São
João, ao meio-dia, e trançado, de modo a formar o carácter mágico HVTY. O Sínodo
realizado em Bordéus em 1600 condenou este remédio, e com razão, ainda é condenado
pela Igreja até hoje.
Cinzas. Foi argumentado no século XVII, entre outros erros, que havia sementes de
reprodução nos cadáveres, nas cinzas dos animais e até mesmo nas plantas queimadas;
que um sapo, por exemplo, sapos e rãs putrefatos, bem como suas cinzas, produziam
rosas. Ver: Palingênes.
Albert, o Grande, diz que as cinzas de madeira adstringente são capazes de apertar
ou amolecer outras madeiras. "E", acrescenta ele, "Dioscórides nos assegura que a
lavagem de cinzas de galhos, embebida em sal, é um remédio soberano contra asfixia.
Quanto a mim, acrescento que curei várias pessoas da peste, fazendo-as beber uma
quantidade de água onde preparei cinzas quentes umedecidas, que causam suor depois
de bebidas”29.
Ceia. No Sabbath, seus líderes cantam ou falsificam tudo o que é da adoração divina
e fazem até a Ceia do Senhor ou a comunhão, isto é, dão esse nome a uma terrível
vilania.
Lemos sobre isso nas declarações de Madeleine Bavent. “"Fui à ceia do Sabbath na noite
da quinta-feira santa. Uma criança foi trazida toda assada e os presentes a comeram.
Durante esta refeição horrenda, um demônio circulava dizendo a todos: “Nenhum de vós
me trairá”. E esses horrores não são contos. Ver: Sabbath.
Ceneto, segundo rei da Escócia. Desejando vingar a morte de seu pai, morto pelos pictos,
exortou os senhores do país a pegar em armas novamente; mas porque tinham sido
infelizes em batalhas anteriores, os senhores hesitaram. Ceneto, sob o pretexto de os
envolver nas questões do país, e enviou os chefes mais corajosos a um Conselho. Ele os
hospedou em seu castelo, onde escondeu em um lugar secreto alguns soldados vestidos
com roupas horríveis feitas de peles grandes de cabras marinhas, que são muito comuns
no campo, perto do mar. Eles tinham em sua mão esquerda varas de uma madeira velha
que brilhava à noite e dois chifres de boi perfurados. Eles permaneceram escondidos até
que os senhores caíssem em seu primeiro sono: então eles começaram a aparecer no
bosque que se iluminou, e soaram seus chifres de boi, dizendo que eram enviados para
anunciar a guerra contra os pictos. "Sua vitória", eles diziam, "está escrita no céu”. Estes
fantasmas fizeram um papel muito bom e não foram descobertos. Os chefes foram
29
Les admirables secrets d’Albert le Grand, liv. III, ch. I.
animados ao rei, a quem comunicaram sua visão; e atacaram os pictos com tanta força
que não só venceram a batalha, mas exterminaram a raça dos inimigos 30.
Cefalomancia. Ver: Kefalomancia.
Ceram, uma das Ilhas Molucas. Na costa sul há uma montanha onde, dizem, os
maus gênios residem. Os navegadores da ilha de Amboíno, todos muito supersticiosos,
mal passam à vista desta montanha sem fazer oferendas a esses maus espíritos, o que os
impede de provocar tempestades. Durante o dia, eles colocam flores e uma pequena
moeda em uma casca de coco; à noite, colocam óleo com mechas pouco iluminadas e
deixam o casco flutuar com as ondas.
Cerambe. Um habitante da terra, que se retirou em uma montanha na época da inundação
de Deucalion e foi transformado nesta espécie de caracol com chifres. É o tronco ou o
coto, na mitologia antiga.
31
Leloyer, Disc. et hist. des spectres, p. 689, 768.
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Cerinto. Herege do tempo dos Apóstolos. Ele disse que Deus havia criado gênios para
governar o mundo; que um desses gênios tinha feito todos os milagres na história dos
judeus; que os filhos desses espíritos haviam se tornado demônios, e que o filho de Deus
havia descido sobre a terra apenas para arruinar o poder dos anjos maus. Ele escreveu
revelações que alegou ter sido feitas por um anjo do bem, com quem conversava
familiarmente. "Mas este anjo”, como Leloyer disse, “era um cão de Satanás e apenas
isso”.
Cerne. Palavra velha. Costumava ser o nome dado ao círculo que os magos desenhavam
com suas varinhas para evocar demônios.
Ceromancia ou Ciromancia. Adivinhação por meio de cera, que era derretida e derramada
em um vaso de água, para contar, de acordo com as figuras que formaram essas gotas,
um presságio feliz ou infeliz. Os turcos usavam para descobrir sobretudo crimes e roubo.
Eles derretiam um pedaço de cera lentamente, murmurando algumas palavras; então a
cera derretia no braseiro e formava figuras que indicavam o ladrão, sua casa e sua fuga.
Na Alsácia, no século XVI, e talvez até hoje, quando alguém está doente e as boas
mulheres querem descobrir quem enviou a doença, elas acendem o número de velas igual
ao número de suspeitos e todas com seus nomes; e aquele cuja a vela é a primeiro
consumida passa a ser tida como autora da maldição.
Cérebros. Maravilhas são feitas com os cérebros de algumas feras. O autor de “Os
Admiráveis Segredos de Alberto, o Grande”, escreveu no livro III: III - Os cérebros da lebre
fazem os dentes das crianças nascerem, quando esfregados em suas gengivas.
Ele acrescenta que as pessoas que têm medo de fantasmas curam-se de seus terrores de
pânico se comerem cérebros de lebre. Os cérebros de gatos se esfregá-los no exterior da
garganta, cura em menos de dois dias a inflamação que se sente ali, mas depois de uma
crise de febre violenta. Os homens primitivos não comiam o cérebro de qualquer animal,
por respeito à cabeça, que eles olhavam como a sede da vida e do sentimento.
32
Illustrium miraculorum et historiarum memorabilium libri XII, a Cœsario Heisterbachensi, ordinis
cisterciensis, etc. In-8°. Antuérpia, 1605. Nuremberg, 1484. In-fol. Colónia, 1599. In-8°. Douai, 1604.
Arcebispo de Pisa, apareceu na época em que as freiras de um convento naquela cidade
estavam obcecadas com o demônio. O Arcebispo perguntou a todos os estudiosos se as
contorções dessas pobres meninas tinham uma causa natural ou sobrenatural. Césalpin,
particularmente consultado, respondeu pelo livro que citamos. Ele começa expondo uma
enorme multidão de fatos atribuídos aos demônios e à magia. Em seguida, ele discutiu
esses fatos; admitiu que há demônios, mas que dificilmente podem se comunicar
materialmente com o homem; ele concluiu submetendo-se à crença da igreja e declara
que a possessão das freiras de Pisa era sobrenatural; que o alívio da medicina é
inadequado, e que seria bom usar o poder dos exorcistas.
César (Caio Júlio). Este homem famoso foi citado como partícipe de algumas
maravilhas surpreendentes.
Suétone relata que, César estando com seu exército nas bordas do Rubicão, que
seus soldados estavam relutantes em cruzar, apareceu ali um estranho de tamanho
extraordinário que assobiou para o General. Os soldados correram para vê-lo;
imediatamente o fantasma tomou a trombeta de um deles, soou-a, cruzou o rio e César
exclamou, sem mais deliberação: — Vamos para onde o presságio dos deuses e a
injustiça dos nossos inimigos nos chamam. — O exército seguiu-o ardentemente.
Quando desembarcou na África para travar a guerra em Juba, ele levou um tombo.
Os romanos ficaram perturbados com este presságio; Mas César tranquilizou os espíritos,
abraçando o chão e exclamando, como se a sua queda teria sido intencional: "África, és
minhas, pois eu te abraço com meus braços."
A força surpreendente de sua aparência era exaltada; foi dito que, das costas da
Gália, via o que estava acontecendo na ilha dos bretões. Roger Bacon, que não duvidou
deste fato, diz que Júlio César viu tudo o que era feito nos acampamentos e cidades da
Inglaterra apenas por meio de grandes espelhos destinados a esse fim.
É assegurado que vários astrólogos previram a César sua morte fatal; que sua
esposa Calpúrnia aconselhou-o a desafiar os idos de Marte; que um famoso vidente
também tentou assustá-lo com um presságio sinistro quando ele foi para o Senado, onde
acabou assassinado: mas tudo isso só foi relado depois do ocorrido.
Acrescenta-se que um cometa apareceu no momento de sua morte. Dizem que um
espectro perseguiu Brutus, seu assassino, na batalha de Filipos; que, no mesmo dia,
Cássio achou ter visto, no auge da batalha, César correndo atrás dela toda velocidade,
com um olhar trovejante, e que, assustado com essa visão terrível, perfurou a si mesmo
com a espada.
Em todo caso, Júlio César foi colocado ao posto dos deuses por ordem de Augusto,
que dizia que Vênus carregou sua alma para o céu. Ele era retratado em seus templos
com uma estrela em sua cabeça, por causa do cometa que apareceu na época de sua
morte.
César. Um charlatão que viveu em Paris sob Henrique IV, e que era um astrólogo,
necromante, quiromante, físico, adivinho e mágico de truques. Ele lia a sorte pelas linhas
das mãos. Dizia curar doenças pronunciando palavras e fazendo toques. Arrancava dentes
sem dor, vendia muito caro pequenas correntes de ouro esmaltadas como talismãs que
tinham propriedades maravilhosas contra todas as doenças. Ele se afastava
admiravelmente e mostrava o diabo com seus chifres. Quanto a esta última operação,
parece que ele queria punir os curiosos por suas credulidades; pois eles sempre voltavam
tão bem palpitados pelos súditos de Belzebu, que o próprio mago era obrigado a
confessar-lhes que era muito imprudente procurar conhecê-los. Esta baderna percorreu
por Paris em 1611, quando o encantador César e outro feiticeiro, seu comparsa, foram
estrangulados pelo demônio. Os detalhes desta aventura infernal foram publicados em um
pequeno livreto. O que é certo é que César subitamente deixou de se mostrar. Ele não
estava morto, nem tinha saído de Paris. Mas ficou invisível, como alguns outros que o
Estado cuida de esconder33. Ver: RUGGIÉRI.
Césara. Os irlandeses acreditam que descendem de Césara, neta de Noé, dizem eles, que
se refugiou em sua ilha, onde, por graça especial, foi abrigada das águas do dilúvio.
Cesônia. E esposa de Calígula. Suetônio conta que, para garantir o coração de seu
augusto marido, ela o fez beber uma poção que lhe fez perder a cabeça. Dizem que havia
nessa poção o hippomane, que é um pedaço de carne às vezes encontrado, diz-se, na
testa do potro recém-nascido. Ver: Hippomane.
Ceurawats. Sectários indianos, que têm tanto medo de matar animais que cobrem suas
bocas com um pano, para não engolir insetos. Eles admitem um bom e um mau princípio,
e acreditam na transmigração perpétua em diferentes corpos de homens ou feras.
Cevennes. Ver: Daufine.
Ceilão. Seus moradores acreditam que esta ilha era o lugar que Adão e Eva viveram,
depois de serem expulsos do jardim das delícias.
Chabbalach. Ver: MALACHE.
Corrente do diabo. É uma tradição entre as mulheres idosas de Suíça que São Bernardo
prendeu o diabo acorrentado em algumas das montanhas que cercam a Abadia de
Clairvaux. Esta tradição é o fundamento do costume dos marechais do país de bater toda
segunda-feira, antes de começar o trabalho, três martelos na bigorna para apertar a
corrente do diabo, para que ele não possa escapar.
Cadeira salgada. Este nome foi dado em Champagne a uma efípia monstruosa de dragão
que passeava em Troyes nas procissões das Rogações. Era um símbolo da heresia
domesticada por São Loup. O jansenismo removeu de nossos festivais estes acessórios,
que atraíam multidões e nos recordavam de coisas úteis.
Caldeus. Dizem que criaram a astrologia ou pelo menos que a aperfeiçoaram. Também
eram magos habilidosos.
REMOVER Ver: REMOVER
Camelo. Os muçulmanos têm uma espécie de veneração por este animal; eles
acreditam que é um pecado sobrecarregar-lo ou fazê-lo trabalhar mais do que um cavalo.
A razão para o seu respeito pelo camelo é que é principalmente comum nos lugares
sagrados da Arábia, e ele que carrega o Alcorão, quando ocorre a peregrinação a Meca.
Mohammad colocou em seu paraíso o camelo do Profeta Saleh 37.
Os condutores de camelo, depois de tê-los feito beber em uma bacia, tomam a
espuma que sai de suas bocas e esfregam a barba devotamente, dizendo: "Ó pai
peregrino! o pai peregrino!”. Eles acreditam que essa cerimônia os preserva do mal em
sua jornada. - Os turcos também acreditam que a pele do camelo tem "virtudes peculiares
às operações mágicas".
Vemos nos "Segredos Admiráveis de Alberto, o Grande”, Livro II, cap. III , que "se o
sangue do camelo for colocado na pele de um touro enquanto as estrelas brilham, a
fumaça que emergirá será vista formando um gigante cuja cabeça parece tocar o céu.
Hermes garante que obteve esta experiência. Se alguém comer seu sangue, logo se
tornará insano; e se alguém acender uma vela que foi embebida com seu sangue,
imaginará que todos os presentes no recinto tem cabeça de camelo, contanto que não
haja nenhuma outra vela iluminando o quarto.” Ver: João Batista.
REMOVER
35
Comment, ad Berosi lib. III. Wierus, De prœstigiis, dit que Pan est le prince des démons incubes.
36
Christop. Sandii lib. de origine animas, p. 99
37
Veja a história deste camelo nas lendas do antigo testamento.
Chamouillard. Versado nas agulhas e culpado de diversos crimes, foi condenado, pelo
Parlamento de Paris, em 1597, a ser enforcado e queimado, por ter amaldiçoado uma
donzela da de Barrière. Ver: Ligaduras.
Campo do Riso. Dizem que Aníbal encerrou o cerco de Roma por estar aterrorizado por
terrores delirantes e fantasmas que perturbavam seu espírito. Os romanos, vendo-o
levantar o assentamento, proferiram gritos de alegria e fizeram grandes rajadas de riso, e
o local de seu assentamento passou a ser chamado de Campo do Riso.
Champier (Symphorien), século XV Lyonnais, que publicou em 1503 “la Nef des dames
vertueuses”, em quatro livros misturados com prosa e verso, o terço dos quais contém as
profecias das síbilas. Ele foi erroneamente suspeito de ser o autor do tratado “Trois
Imposteurs”; mas deixou um pequeno livro intitulado “De Triplici disciplina”. In-8°, Lyon,
1508. Também devemos a ele diálogos sobre a necessidade de perseguir magos 38.
Canto. O canto dos possuídos é sempre alterado, de modo que as mulheres têm uma voz
de homem e os homens uma voz de mulher.
Caomancia. A arte de prever as coisas futuras por meio de observações feitas no ar. Esta
adivinhação é usada por alguns alquimistas, que não nos deram o segredo.
Chapéu ventoso. Ver: Eric.
Rosário. REMOVER
38
Dialogus in magicarum artium destructionem. In-4°. Lyon, Balsarin, sem data (talvez 1507).
Embora esta anedota seja disputada, é consagrada por monumentos. Foi muito
representada em pinturas e inclusive há uma na galeria de São Bruno.
Chapuis (Gabriel). Nascido na Ambrosia, em 1546. Citamos de suas obras a que traz o
título: “Les Mondes célestes, terrestres et infernaux etc”, publicada por Mondes de Doni ;
in-8°, Lyon, 1583. É um livro satírico.
Carro da Morte. Ver: Carrinho-de-mão.
Carádio. Um pássaro imundo que não conhecemos; os rabinos dizem que ele é
maravilhoso, e que o seu olhar cura a icterícia. Isso requer que o paciente e o pássaro
encarem um ao outro; se o pássaro se afastar da visão, o paciente morre imediatamente.
Caridade. Ofensas à caridade são por vezes punidas pela justiça divina. Se lê no Acta
sanctorum39: "Que um espanhol conhecido como Miguel de Fontarabie, tendo cuspido na
mão de um pobre mendigo que pediu esmolas, foi imediatamente atirado ao chão e, tendo
ficado furioso e possuído, gritava dizendo que Santo Ivo e outras pessoas vestidas de
branco o espancavam.”. Muitos outros homens cruéis são citados como possuídos pelo
demônios por conta de violência contra os pobres.
Charlatães. Aos magos ou o diabo eram frequentemente atribuídos os atos que eram
apenas obras de charlatães. Se pensássemos como no século XVI, todos os nossos
trapaceiros seriam magos.
Isto é o que lemos em Voyage de Schouten aux Indes orientales:
"Havia em Bengala um charlatão que, fazendo várias façanhas com a flexibilidade, e
pegou uma bengala de seis metros de comprimento, no final da qual havia uma pequena
prancha de três ou quatro polegadas de largura, ele colocou esta bengala no cinto, depois
uma menina de vinte e dois anos saltou ligeiramente atrás dela sobre seus ombros e,
subindo até o topo da bengala, sentou-se sobre ela, com as pernas cruzadas e os braços
estendidos. Depois disso, o homem com os dois braços balançando, começou a andar em
grandes passos, sempre carregando esta menina na ponta da bengala, cuidando de sua
barriga para apoiá-la, e olhando constantemente para cima para segurar a geringonça em
equilíbrio. A menina desceu habilmente, subiu novamente e dobrou a barriga na vara,
batendo as mãos e os pés uns contra os outros. O charlatão, depois de colocar a bengala
em sua cabeça, sem segurá-la com as mãos ou os braços, fez essa mesma moça e outra
jovem mourisca de quinze anos apareceram uma após a outra; o homem levou-as ao
redor da praça, correndo e se inclinando para frente, sem causar-lhes o menor dano. Estas
mesmas duas meninas caminharam sobre o cinto de cabeça para baixo, e fizeram uma
infinidade de outras posições maravilhosas. Mas, embora muitos de nós acreditem que
todos esses truques de flexibilidade foram feitos por arte diabólica, parece-me que eles
poderiam ser feitos naturalmente; para essas meninas, que eram muito habilidosas, leves,
e cujos membros eram muito ágeis, estavam fazendo tudo isso por treinamento e
exercícios.”
Havia charlatães de todas as espécies: em 1728, na época da Lei, um certo Villars
contou a alguns amigos que seu tio, que viveu quase cem anos, e que morreu apenas por
acidente, tinha deixado-lhe o segredo de uma água que poderia facilmente prolongar a
vida até 150 anos, contanto que estivéssemos sóbrios. Quando ele via um funeral, ele
levantava os ombros com piedade, “se o falecido”, dizia ele, “tivesse bebido da minha
água, ele não estaria .onde está.” Seus amigos, a quem ele dava generosamente, e que
observavam a dieta prescrita, estavam bem e faziam propaganda da água; que depois
passou a ser vendida por seis francos cada garrafa; o fluxo era prodigioso. Era água do
sena com um pouco de óxido nitroso. Aqueles que tomavam e seguiam o regime,
39
19 de maio, Vie de saint Yves de Kermartin.
especialmente se nascidos com um bom temperamento, recuperavam em poucos dias a
saúde perfeita. Ele dizia aos outros: “— É sua culpa por ainda não estar curado”. Foi
finalmente descoberto que a água de Villars era apenas água de rio; como acontece com
quase todos os charlatães. Mas ele tinha feito a sua fortuna. Ver: Burro, Cabra, Alexandre
da Paflagônia, etc.
Carlos Martel. Santo Eucher, bispo de Orleans, é creditado com uma visão na qual,
transportado por um anjo para o purgatório, viu Carlos Martel expiando a pilhagem que
havia feito contra a propriedade da Igreja. Para esta visão, acrescentamos este conto que
o túmulo de Carlos Martel foi aberto, e que encontraram uma cobra, que foi tida como um
demônio. Os filósofos, contra o clero, fizeram uma acusação de fraude. Mas o túmulo de
Carlos Martel foi aberto somente em Saint-Denis, por profanadores, em 1793.
Carlos Magno. Lemos sobre a lenda de Berta ao grande pé: Pepino, o Breve,
desejava desposar Berta, filha do Conde de Laon, a quem não conhecia pessoalmente.
Aqueles que deveriam trazê-la substituíram-na por outra esposa, com quem ele se casou:
eles tinham encomendado o assassinado da princesa na floresta das Ardenas. Berta
conseguiu escapar, mas precisava se fingir de morta. Ela fugiu para um moleiro , onde
viveu por vários anos.
Um dia, Pepino, perdido em uma caçada, encontrou este moleiro. Seu astrólogo lhe
disse que havia ali uma garota destinada a algo grande. Berta foi reconhecida e teve seus
direitos restaurados; se tornou a mãe de Carlos Magno.A lenda acrescenta que a primeira
esposa de Pepino deu à luz a um filho, que mais tarde foi eleito papa, chamado Leão III e
que coroou Carlos Magno como imperador do Ocidente 40.
Tomaria muito tempo contar todas as maravilhas relatadas sobre Carlos Magno. Seu
reinado é o tempo saudoso de nossos romances de cavalaria. Nós sempre lembramos
deles por seus encantos, gigantes e fadas. Já foi dito que ele só levou a guerra para a
Espanha porque São Tiago aparecera a ele para pedir que seu corpo fosse retirado das
mãos dos sarracenos. Suas guerras na Saxônia não são menos férteis em maravilhas, e
as circunstâncias de sua vida privada também são relatadas de maneira extraordinária
pelos cronistas.
Diz-se que em sua velhice ficou tão desesperadamente enamorado por uma alemã
que negligenciou não apenas os assuntos de seu reino, mas até mesmo o cuidado de sua
própria pessoa. Esta mulher morreu, e sua paixão não se extinguiu;
de modo que ele continuou a amar seu cadáver, de quem não queria se separar. O
Arcebispo Turpin, depois de descobrir essa pavorosa paixão, foi um dia, durante a
ausência do príncipe, para a câmara onde o cadáver estava, para ver se seria encontrado
algum feitiço ou mal que fosse a causa deste distúrbio. Ele inspecionou minuciosamente o
cadáver e, de fato, encontrou debaixo da língua um anel. No mesmo dia, Carlos Magno,
tendo regressado ao seu palácio, ficou muito surpreso ao encontrar uma carcaça
fedorenta; e, como se acordado de um sono profundo, providenciou seu enterro
imediatamente. Mas a paixão que ele tinha pelo cadáver, passou então para o arcebispo
Turpin, que usava o anel: ele o seguia por toda parte e não conseguia deixá-lo. O prelado,
assustado com esta nova loucura, e temendo que o anel caísse em mãos que poderiam
ser abusadas, jogou-o em um lago, de modo que ninguém poderia fazer uso dele no
futuro. A partir de então, Carlos Magno tornou-se apaixonada pelo lago, já não queria
afastar-se dele, construiu-o com um palácio e um mosteiro, e fundou a cidade de Aachen,
onde queria ser enterrado. Percebe-se que toda esta narrativa é apenas um conto, mas é
muito difundida. Carlos Magno, em seu Capitular, gravou as medidas que deveriam ser
tomadas contra feiticeiros. Citamos esta passagem especificamente: "Quanto aos
conjuradores, os áugures, os adivinhos, aqueles que perturbam o tempo ou cometem
outros males, o arcipreste da diocese os interrogará cuidadosamente e os levará a
confessar o mal que fizeram. Então eles permanecerão na prisão até que, por meio da
ajuda de Deus, mostrem vontade de se converterem.” Ver: OldenBerg, Vétin, etc.
Carlos, o Careca. Segundo rei dos francos a se chamar Carlos. Teve uma visão que o
transportou ao purgatório e ao inferno: viu muitos dos carácteres que conhecia, entre outro
seu pai, Luís, o Piedoso. Recebeu muitos conselhos e previsões nesta viagem, que ele
mesmo escreveu, de uma forma que parece um panfleto político 41.
Carlos VI, rei da França. Este príncipe, que já havia ficado um pouco louco depois da
guerra da Bretanha, tomou outro susto que acabou de perturbar seu cérebro de vez. Lá,
40
Ver em lendas da história da França a Lenda da Rainha Berta ao grande pé.
41
Visio Caroli Calvi de locis pœnarum et felicitate juslorum. Manuscripta bibl. imper., n° 2247, p. 188.
Veja esta jornada de Carlos, o Careca, em Lendas do outro mundo
na floresta de Le Mans, viu um estranho com um rosto horrível, vestido com um manto
branco, com a cabeça e os pés descalços, segurar o freio de seu cavalo,
que então gritou com uma voz rouca: — "Rei, para! Volta, serás traído! » O monarca,
fora de si mesmo, tirou sua espada e matou as quatro primeiras pessoas que passaram
por ali, gritando: — "Fora, traidores!"
Com a espada quebrada e as forças exauridas, foi colocado em um carrinho e levado
de volta à Le Mans.
O fantasma da floresta ainda é um problema difícil de resolver hoje. Foi um tolo que
estava lá por acaso? Foi um enviado do Duque da Bretanha contra quem Carlos
marchava? Todo o raciocínio do tempo culminou no maravilhoso ou no feitiço. Enfim, o Rei
tornou-se completamente insano. Um médico de Laon, Guillaume de Harsely, foi chamado
para o Castelo de Creil, e depois de seis meses de cuidados e remédios, a saúde do rei foi
restaurada. Mas em 1393 sua condição se tornou desesperadora, depois de outra
imprudência. A rainha, por ocasião do casamento de uma de suas filhas, deu um baile de
máscaras. O rei foi disfarçado de selvagem, acompanhado por jovens com a mesma
fantasia, presos por uma corrente de ferro. Sua vestimenta era feita de uma lona coberta
de resina, sobre a qual haviam costurado algumas armas.
O duque de Orleans, desejando ver as máscaras, aproximou-se de uma tocha, que caiu: a
chama se espalhou com rapidez, os quatro jovens foram queimados; mas um grito foi
ouvido: "Salve o Rei", Carlos deveu sua vida à presença da duquesa de Berri, que o cobriu
com sua capa e deteve a chama.
A condição do rei piorou com esse susto e a cada dia se degradava ainda mais; o
duque de Orleans era suspeito de tê-lo enfeitiçado. Jordan de Mejer, De divin., cap. XLII,
escreveu que este duque, desejando exterminar a raça real, confiou suas armas e seu
anel a um apóstata, para consagrá-los ao diabo e encantá-los com feitiços; que uma
matrona evocou o demônio na torre de Montjoie, perto de Ligny; que depois o duque usou
as armas enfeitiçadas para remover a razão do rei Carlos, seu irmão, mas de forma tão
sutil que nem foi enumerado como suspeito.
O primeiro feitiço, de acordo com essa versão, foi feito perto de Beauvais; foi tão
violento que as unhas e cabelos do rei caíram. O segundo, que teve lugar em Maine, foi
ainda mais forte; ninguém poderia assegurar se o rei viveria ou não. Um dia, disse a um
médico: "Eu te imploro", disse ele, "tira esta espada que perfura meu corpo pelo poder de
meu irmão Orleans.” - É sempre o relato de Mejer. O médico que tinha curado o Rei já não
existia; ele estava com um charlatão de Guienne que se dizia feiticeiro, e que poderia curar
o rei com uma palavra: ele trazia grimório chamado Simagorad, por meio do qual fora feito
mestre da natureza. Os membros da corte perguntaram-lhe de quem ele recebeu o livro;
ele respondia descaradamente que era "Deus, para confortar Adão da morte de Abel, e o
livro chegou até mim por transmissão." Ele tratou o rei por seis meses e só piorou a
doença. — Em seus intervalos lúcidos, o infeliz rei ordenava que todos os instrumentos
usados pelo charlatão fossem removidos. "Eu prefiro morrer", dizia ele, "a continuar
sofrendo assim." — Ele acreditava mesmo estar enfeitiçado. Dois monges empíricos, que
foram suficientemente imprudentes para abandoná-lo, deram-lhe bebidas desagradáveis,
fizeram-lhe escarificações mágicas; depois foram enforcados, pois a saúde do rei não foi
recuperada em seis meses. No Resle, a moda da época era ter os feiticeiros ou os
charlatães próximos, que enganavam os tolos andando com anões e macacos 42.
Carlos IX, rei da França. Alguém acreditaria que um dos médicos astrólogos de
Carlos IX lhe assegurou que ele viveria muitos dias enquanto tentasse virar os calcanhares
para trás, num estranho exercício? Em solenidades, os principais oficiais do estado, os
generais, o chanceler, os juízes, todos tentavam imitar o exercício do príncipe 43!
É assegurado que, após o massacre político de São Bartolomeu, especialmente
como resultado do temor causado pelos conspiradores, Carlos IX viu corvos sangrentos,
42
M. Garinet, Histoire de la magie en France, p. 87
43
Curiosités de la littérature, traduzido do inglês por Berlin, t. I, p. 249
teve visões terríveis e recebeu por vários tormentos o presságio de sua morte prematura.
Acrescenta-se que ele morreu por meio de imagens de cera feitas em sua semelhança, e
amaldiçoado pela arte mágica de seus inimigos, os magos protestantes, as imagens eram
derretidas todos os dias pelas cerimônias do feitiço, e que extinguiam a vida do rei
conforme se consumiam. Naqueles dias, quando alguém morria de exaustão ou tristeza,
eles publicavam que os feiticeiros haviam encantado o morto. Os médicos
responsabilizavam os magos pelos enfermos que eles não curavam; - a menos que
houvesse, em alguns casos, uma atribuição às bruxas, um mistério que ainda não foi
explicado.
Carlos II, rei da Inglaterra. Embora educado o suficiente, Carlos II era, como seu pai, cheio
de confiança na astrologia judicial. Ele também procurava a pedra filosofal.
REMOVER
REMOVER REMOVER
Chassanion (Jean de), escritor protestante do século XVI. A ele devemos o livro “des
Grands et redoutables jugements et punitions de Dieu advenus au monde, principalement
sur les grands, à cause de leurs méfaits.” In-8°, Morges, 1581. Neste livro muito
tendencioso, ele afirma grandes milagres em favor dos protestantes, bem prodigiosos.
Chassanion também escreveu um volume sobre os gigantes 44.
- Misture suco de meimendro e pele de lebre; esta composição atrairá todas as lebres
ao redor. - Pendure o visco com uma asa de andorinha em uma árvore; todos os pássaros
de até duas léguas e meia se reunirão ali. - Também é dito que o crânio de um homem
escondido em um pombal atrai todos os pombos ao redor. - Mergulhe uma semente, o que
você quiser, nos resíduos de vinho, depois jogue nos pássaros; alguns ficarão bêbados e
serão facilmente capturados.
E o Pequeno Alberto acrescenta: “Prenda uma coruja a uma árvore: acenda uma
grande tocha, faça barulho com um tambor; todos os pássaros virão em multidões para
lutar contra a coruja, e mataremos quantos quisermos”.
Para a caça de São Huberto, ver: Caçador Ver também: Arthur, M. da floresta,
Esquilos etc.
Em 1832, vivia em Frankfurt, nos primórdios da Primavera, um caçador sobrenatural
que morava supostamente habitava nas ruínas do antigo castelo gótico de Rodenstein. Ele
atravessava o ar durante a noite, com um grande barulho de matilhas, chifres de caça,
carruagens, que infalivelmente anunciavam a guerra, de acordo com a ignorância do
povo45.
Chassen (Nicolas). Pequeno feiticeiro de Franeker, no século XVII; ele se distinguiu
com a idade de dezesseis anos. Este jovem holandês e calvinista, na escola, fazia
estranhas caretas, revirava os olhos e contorcia todo o corpo; mostrava aos seus
camaradas cerejas maduras no meio do inverno; depois, quando lhes oferecia, fazia com
que desaparecem de suas mãos e voltassem à sua boca, para comê-las.
No sermão, onde os alunos ficavam num lugar separado, fazia aparecer dinheiro no
banco onde estava sentado. Ele dizia que operava todos esses truques por meio de um
espírito malicioso a quem chamava de Serugue. - Balthazar Bekker diz em “le Monde
enchanté”46 que na escola de Nicolas, apareceu no chão um círculo feito de giz, no qual
havia sinais traçados, um dos quais lembrava a cabeça de um galo; alguns números
estavam no meio. Ele também notou uma linha curvada como a alça de um moinho de
braço; tudo isso estava meio apagado. Os alunos viram Chassen fazer esses caracteres
mágicos. Quando perguntado o que eles significavam, ele primeiro ficou em silêncio;
depois disse que foram feitos para brincadeiras. Quando perguntado sobre as cerejas e
dinheiro, respondia que eram presentes de um espírito.
— Quem é esse espírito?
— Belzebu, ele respondia.
44
De giganiibus eorumque reliquiis aique iis quœ ante annos aliquot nostra œtale in Gallia reperta
sunt. In-8°. Basileia, 1580.
45
Veja em Lendas do outro mundo, o Cavaleiro Hakelberg. Senhor de Rodenstein.
46
Tomo IV, p. 154
Ele acrescentou que o diabo aparecia a ele em forma humana quando queria deixá-lo
bem; outras vezes na forma de uma cabra ou vitela; que sempre tinha um pé ao contrário,
etc. "Mas", disse Bekker, "finalmente reconhecemos que tudo isso era apenas um truque
que Chassen fazia para ganhar fama entre as crianças de sua idade; é espantoso que ele
tenha sido capaz de sustentá-lo diante de tantas pessoas de inteligência por mais de um
ano. "
Chastenet (Leonarde). Idosa de 80 anos, pedinte em Poitou, por volta de 1591 e bruxa.
Confrontada por Mathurin Bonnevault, que afirmava tê-la visto no Sabbath, que confessou
ter ido com o marido; e que o diabo ali apareceu na forma de uma cabra muito fedorenta.
Ela negou ter feito qualquer mal. No entanto, ela foi convencida, por dezenove
testemunhas, a matar cinco trabalhadores e vários bovinos. Quando foi condenada, por
seus crimes reconhecidos, confessou que fizera um pacto com o diabo, lhe dera o cabelo
e prometera fazer todo o mal que pudesse; acrescentou que, à noite, em sua prisão, o
diabo chegara até ela, na forma de um gato, "a quem, tendo dito que gostaria de estar
morta, ofereceu-lhe dois pedaços cera e disse que se comesse, morreria, o que não quis
fazer”. Ela guardou essas peças de cera, que foram analisadas e não conseguiram
descobrir de qual material eram feitas. A bruxa foi condenada e queimada junto com as
peças de cera”.
Castidade. Os livros de segredos maravilhosos, que não respeitam nada, indicam poções
que, segundo eles, têm o efeito de revelar a castidade, mas que, segundo a experiência,
não revelam nada.
Castelo do diabo. Várias mansões antigas carregam este nome em tradições e contos
folclóricos.
Gato-Huant. Ver: Chevesche, Coruja.
Chatrab. Este é o nome que os árabes dão ao misterioso ser que chamamos de
lobisomem.
REMOVER Ver: REMOVER
Caldeira. É geralmente em uma caldeira de ferro que, desde tempos imemoriais, as
bruxas compõem suas maldições, que elas fervem em um fogo de verbena e outras
plantas mágicas.
REMOVER REMOVER
Cheke. Professor de grego em Cambridge, morreu em 1557. Escreveu um livro para o rei
Henrique VIII, e que ele colocou em sua introdução a tradução latina do Tratado de
Plutarco “Da superstição”. Ele tinha conhecimento de astrologia e acreditava firmemente
na influência das estrelas, embora lhe prometessem felicidade, apenas nos momentos em
que ele se tornava o mais infeliz.
Chemens. Gênios ou espíritos que os caribenhos acreditam que vigiam os homens. Eles
lhes oferecem os primeiros frutos e colocam essas oferendas em um canto de sua cabana,
sobre uma mesa feita de esteiras, onde afirmam que os gênios se reúnem para comer e
beber; eles dão como prova o movimento dos vasos e o barulho feito enquanto estas
divindades ceiam.
Chemim. É no Caribe o grande espírito ou o ser supremo, como foi dito em 1793.
Camisa de necessidade. As bruxas alemãs costumavam usar uma camisa feita de maneira
odiosa e carregadas de cruzes misturadas com personagens diabólicos, em virtude das
quais eles acreditavam estarem seguras de todos os males 48. Chamava-se camisa de
necessidade. — Os habitantes da Finisterra ainda mantêm algumas ideias supersticiosas
sobre as camisas de crianças pequenas. Eles acreditam que, se a camisa da criança
afundar em algumas fontes, ela morrerá naquele ano; se flutuar, viverá por muito tempo.
47
La Harpe. Abrégé de l’histoire générale des voyages, t.
48
Bodin, Démonomanie, liv. I, ch. ni.
Cheteb ou Chereb. Ver: Deber.
Cavalo. Muhammad, querendo enobrecer este belo animal, diz que quando Deus
decidiu criar o cavalo, Ele chamou o vento sul e disse-lhe: "Quero tirar do teu ventre um
novo ser; condensa-te para que tua fluidez desaparecer.” E ele foi obedecido. Então ele
tirou um punhado desse elemento, esfregou tudo, e o cavalo apareceu.
O cavalo era entre os antigos um instrumento de presságio para a guerra. Os suevos,
que viviam na Alemanha, que viviam nos bosques, consideravam os cavalos animais
sagrados e portadores de augúrios. O sumo sacerdote e o líder da nação eram os únicos
que podiam tocá-los: eles os ligavam a carroças sagradas e acompanhavam com atenção
seus rebanhos e caminhos. Não havia nenhum presságio mais crido pelo sacerdote e pelo
líder da nação. Ainda é evidente que em alguns povos as divindades favoráveis chegaram
por cavalos, cavalgando sobre rios. Às vezes, eram deixados livres nos prados vizinhos
depois de serem adorados. Júlio César, antes de passar pelo Rubicão, dedicou a este rio
um grande número de cavalos que abandonou nas pastagens da vizinhança.
Era uma tradição supersticiosa que uma espécie de cavalo, que era chamado arzels,
e que tivesse uma marca branca no pé de trás do lado direito, fosse infeliz e fatal na
batalha. - Anteriormente também se acreditava que os cavalos não tinham bile; mas é um
erro hoje quase geralmente reconhecido.
Ver: Drapeado, Bayard, Rebanhos, etc.
Chevalier (Guillaume), cavalheiro bearnês autor de uma coleção moral, intitulada “le
Décès ou Fin du monde, divisée en trois visions”, in-8°, 1584.
Cavaleiros do inferno. São demônios mais poderosos do que aqueles que não têm título,
mas menos poderosos do que os condes, marqueses e duques. Podem ser evocando no
amanhecer, no pôr do sol e à noite.
Chevanes (Jacques). Capuchinho, mais conhecido pelo nome de Jacques d' Autun,
pelo lugar de seu nascimento, morreu em Dijon em 1678. Escreveu “l’Incrédulité savante
et la crédulité ignorante, au sujet des magiciens et des sorciers.” Lyon, 1671, in-4°. Esta
coleção, cheia de excentricidades curiosas, das quais nós relatamos as passagens
notáveis, é uma resposta ao pedido de desculpas de Naudé para todos os grandes
personagens suspeitos de magia. Felizmente para o autor, diz o Pe. Papillon, o irascível
Naudé tinha morrido há muito tempo quando este livro apareceu.
Chevesche. Tipo de coruja, que Torquemada definiu como um pássaro noturno alto, que
tem a tarefa de entrar onde estão as crianças e sugar seu sangue. Os demonólogos deram
o nome do chevesche às bruxas, porque, similar a este pássaro, sugam o sangue
daqueles que agarraram, principalmente das crianças pequenas. Essa é provavelmente a
ideia mãe dos vampiros. As bruxas que sugam o sangue também têm alguma analogia
com os gholes dos árabes. Ver: Lamies e Gholes.
Cabelo. "Tome o cabelo de uma mulher em seus dias de doença; coloque-os sob um
solo adubado com estrume no começo da primavera, e quando eles forem aquecidos pelo
49
calor do sol, as cobras serão formadas ... "
49
Secrets d’Albert le Grand, p. 27
Alguns contadores de histórias afirmam que os anjos maus estavam apaixonados
pelo cabelo das mulheres, e que as incubadoras de demônios são mais ligadas a mulheres
que têm cabelos bonitos. As bruxas dão o cabelo ao diabo, como um depósito do contrato
que fazem com ele; o demônio os corta muito curtos, depois os mistura com certos pós, e
os dá aos feiticeiros, que os usam para fazer cair granizo; onde normalmente encontramos
no granizo pequenos pelos, que não têm outra origem ... Ainda se faz com estes mesmos
pelos vários feitiços50.
Acredita-se na Grã-Bretanha que, ao soprar cabelos no ar, eles são transformados
em animais; os garotinhos de Plougasnou que fazem trocas entre eles confirmam a tarefa
ao soprar um fio de cabelo ao vento, porque esse cabelo era antigamente o emblema da
propriedade.
O cabelo nos tempos modernos é encontrado nos selos: substituem as assinaturas.
Finalmente, há pessoas que acreditam que é necessário observar os tempos para
cortar o cabelo e aparar as unhas. — No passado, a peruca era venerada, pela qual os
romanos juravam e ofereciam aos deuses. Parece que eles eram sensíveis a esses
presentes, pois quando Berenice ofereceu seus cabelos, eles fizeram uma constelação.
"Entre os francos, era uma cortesia dar um dos seus cabelos, e as famílias reais tinham o
privilégio de deixá-los crescer em todo o seu desenvolvimento.
Na Holanda, muitas pessoas acreditam que, vendendo seu cabelo para um fabricante
de peruca, eles serão simpatizantes com as dores de cabeça daqueles que usá-las. Uma
senhora idosa, há pouco tempo, cortou em Haia seus belos cabelos brancos prateados,
muito abundantes e muito longos. O peruqueiro ofereceu-lhe 20 florins (42 francos). “Eu
escolhi queimá-los”, ela disse, “não quero todas as dores que eles ofereceriam”.
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Cabras. Estes animais eram muito reverenciado em Mendes, Egito. Era proibido matá-los,
porque acreditava-se que Pã, a grande divindade desta cidade, escondeu-se sob a figura
de uma cabra; também era representada com um rosto de cabra, e a ela as ovelhas eram
imoladas. Ver: Capricórnio. Muitas vezes, demônios e magos tomam a forma de cabra.
Claude Chappuis de Saint-Amour, que seguiu o embaixador de Henrique III perto da Porta
Sublime, conta que vivia em uma praça pública de Constantinopla um malabarista que
fazia cabras fazerem vários truques de agilidade. De fato admirável; depois disso, com
uma tigela na boca, ordenava-lhes que dirigissem a peça, então as cabras, de uma forma
mais ou menos feia, pareciam conversar com as milhares de pessoas presentes. Agora,
quem vê claramente se estas cabras eram homens ou mulheres disfarçados... ou
demônios disfarçados?... Ver: Bode.
Chicota. Um pássaro das Ilhas Tonga, que está acostumado a descer dos céus, em
gritos altos. O nativos acreditam que ele tem o dom de prever o futuro. Quando ele se
abaixa perto de um transeunte, acredita-se que é para anunciar-lhe algum infortúnio.
Chicus Æsculanus. Ver: Cecco de Ascoli.
Cão. Os cães eram às vezes os companheiros dos magos. Era o demônio que os
seguia nesta forma, para causar menos suspeita. Mas nós o reconhecemos apesar de
seus disfarces. Leão de Chipre escreveu que o diabo saiu um dia sob a figura de um cão
preto. — É principalmente a cor preta que o diabo toma na pele de um cão. Pessoas boas
se afogam com muita frequência em Quimper. O velho e as crianças asseguram-se de que
seja o diabo, na forma de um cão preto grande agarra os transeuntes na beira do rio. Há
50
Boguet, Discours des sorciers, ch. xv, p, 456.
várias superstições sobre o cão na Finisterra, onde as ideias druídicas não estão todos
extintos. Ainda acredita-se nas áreas rurais de de Saint-Ronal que as almas dos mortos
andam por aí na forma de um cão preto. Os antigos magos também acreditavam que os
demônios se mostravam na forma de cães; e Plutarco, na vida de Cimon, relata que um
gênio maligno disfarçado de cachorro preto chegou a anunciar a Cimon que ele morreria
em breve.
Um charlatão, da vida de Justiniano, tinha um cão tão inteligente que, quando todas
as pessoas de uma assembleia haviam colocado seus seus anéis, ele fazia que se
equivocassem, um após o outro. Este cão também se distinguia na multidão, quando seu
mestre ordenava, os ricos e os pobres, as pessoas honestas e os ladinos: "O que faz com
que pareça”, diz Leloyer, “que havia magia aí, e que este cão era um demônio."
Delancre conta que em 1530 o demônio, por meio de um espelho, descobriu, para um
pastor de Nuremberg, tesouros escondidos em uma caverna perto da cidade e envoltos
em vasos de cristal. O pastor levou consigo um dos seus amigos para servi-lo como
companheiro; Eles começaram a procurar e descobriram uma espécie de baú, perto da
qual havia um enorme cachorro preto. O pastor se adiantou ansiosamente para aproveitar
o tesouro; mas tão logo ele entrou na caverna, ela afundou sob seus pés e engoliu-a. Note
que é um conto e ninguém viu o cachorro grande. Mas podemos julgar por essas
características que essas ideias são recorrentes entre os povos pouco civilizados. Entre os
antigos, as fúrias eram chamadas de cães do inferno; cães pretos eram sacrificados para
divindades infernais. Em nossos país, penduramos entre dois cães os maiores criminosos.
Alguns povos pensaram o contrário; alguns honram o cachorro de maneira distinta.
Aeliano fala de uma região na Etiópia cujos habitantes eram reinados por um cão; eles lhe
faziam carícias e eram governados por suas graças ou raiva. Os zoroastras têm grande
veneração pelos cães. Lemos em Tavernier que, quando um zoroastra está em agonia, os
pais pegam um cachorro cuja boca é colocada na boca do moribundo, para que ele receba
sua alma com seu último suspiro. O cão ainda serve-lhes para dar a conhecer se o
falecido estará entre os eleitos. Antes de enterrar o defunto, ele era colocado no chão: um
cão que não conhecia o morto era levado até o recinto, atraído por um pedaço de pão e,
quanto mais perto chegasse do morto, melhor seria seu destino. Se ele chegasse até
perto da boca do morto, esta seria uma marca de que o morto já estaria no paraíso
zoroastra. Mas o afastamento do cão seria um sinal de desespero para a vida futura.
Há também povos que se orgulham de suas descendências caninas. Os reinos de
Pégu e Siam reconhecem como o líder de suas raças. Em Pégu e Siam, portanto, tem-se
muito respeito pelos cães, que são maltratados em outros lugares 51. A população do
Líbano, que equivale a 400.000 almas, é composta por três raças, os ansaris, os drusos e
os maronitas. Os ansaris são idólatras. Entre eles é professado um culto de adoração ao
sol; e um outro ao cão 52. No entanto, temos honrado alguns indivíduos desta raça: tal é o
mastim espanhol Berecillo, que devorou os índios em Santo Domingo, e que tinha o
pagamento de três soldados por dia...
Há ainda muitas coisas a dizer sobre os cães. Na Bretanha, acima de tudo, os latidos
de um cão vadio anunciam a morte. O cão da morte deve ser negro; e se ele late
tristemente à meia-noite, é uma morte inevitável que anuncia a alguém da família para a
pessoa que o ouve. Wierus diz que os demônios são sempre expulsos esfregando as
paredes da sala que infestam com o sangue de um cachorro preto 53. Ver: Adranos,
Agrippa, Bragadini, Dormentes etc.
O Sr. Ménechet, em sua descrição espiritual das superstições do país de Gales, fala
de uma espécie de cães maravilhosos o suficiente para merecer aqui uma menção: "Os
cwes anmon (cães do inferno), às vezes chamado cwes wyloir (cães do céu), são”, diz
ele, “algo muito extraordinário. As pessoas que têm uma boa audição para isso muitas
vezes os ouvem no ar, embora não se diga de qual lado estejam. Dizem que são
51
Hexaméron de Torquemada, traduit par G. Chappuis, première journée.
52
Voyages du duc de Raguse.
53
De prœst. dœm., lib. V, cap. XXI.
especialmente barulhentos pouco antes da morte das pessoas muito perversas. Alguns
dizem que estes animais são brancos e têm orelhas vermelhas; outros afirmam, pelo
contrário, que eles são todos negros. Eles podem ser a natureza do camaleão, que se
alimenta de ar como eles.”
Chifflet (Jean). Cânone de Tournay, nascido em Besançon por volta de 1611. Ele
publicou: Joannis Macarii Abraxas, seu Apistopistus, quœ est antiquaria de gemmis
basilidianis disquisitio, commenlariis illust., Anvers, 1657, in-4°. Este ensaio trata das
pedras gravadas que carregam o nome cabalístico Abraxas, pelo qual Basílides, herege do
século II, designou o deus criador e o deus conservador. É uma obra curiosa e os
comentários de Chifflet são estimáveis.
Chiha ou Chaha (Abraham Ben). Rabino espanhol do século XI. Ele escreveu em
hebraico o “Volume du Révélateur”; trata-se do tempo em que o Messias virá e ocorrerá a
ressurreição geral. Pico della Mirandola cita este livro em seu ~tratado contra os
astrólogos.
REMOVER Ver: REMOVER
Chion. Filósofo de Heraclea, discípulo de Platão. Ele foi avisado em um sonho para matar
Clearco, o tirano de Heraclea, que era seu amigo. Parece que uma mulher apareceu
dizendo-lhe que receberia uma boa reputação pelo assassinato do tirano; e, impulsionado
por essa visão, o matou. Mas o que prova que era uma visão diabólica é que Clearco, um
tirano tolerável, tendo sido morto, foi substituído por Sátiro, seu irmão, muito mais cruel do
que ele, e que ninguém conseguiu amolecer.
Chiorgaur. Ver: Guarie.
Quiromancia ou Quiropraxia. A arte prever o futuro através da inspeção das linhas das
mãos. Esta ciência, que os boêmios tornaram famosa, é tida com,o muito antiga.
Exporemos os princípios para o artigo principal. Ver: Mão.
Quíron. Não o centauro, mas o hipocentauro, filho de Saturno, metade deus e metade
cavalo.
Chodar. Demônio que necromantes também chamam de Belial; domina o oriente e
comanda os demônios dos prestígios.
Choquet (Louis). Autor de um mistério muito raro intitulado “l’Apocalypse de saint Jean
Zèbédée, où sont comprises les visions et révélations qu’icelui saint Jean eut en l’île de
Patmos”; In-fol, Paris, 1541.
Então, Augerot pilou estas aranhas em um almofariz com os sapos. A composição foi
jogada em pastagens para fazer o gado morrer. Depois disso, essas pessoas foram para a
aldeia de Irauris, onde silenciosamente levaram uma criança de berço. Augerot e Menjoin
estrangularam a criança e colocaram-na entre seu pai e sua mãe que dormiam, para que o
pai acreditasse que sua esposa a tinha matado, e que a mãe, por sua vez, acusasse seu
marido. Eles envenenavam as pessoas. Em todas essas execuções, Marie Chorropique
esperou os dois bandidos na porta. E essas histórias?
Ela ainda diz que, em um Sabbath, viu duas bruxas que trouxeram o coração de uma
criança cuja mãe tinha sido abortada, e que a mantiveram para fazer um sacrifício para o
diabo. Esta bruxa horrível foi queimada em 2 de outubro de 1576 54.
Coruja. Uma ave do tamanho de um pombo. A coruja só aparece quando cai a noite. Entre
os atenienses e os sicilianos, este pássaro era um bom presságio; em qualquer outro
lugar, o encontro de uma coruja é um mau presságio. Esta superstição ainda vive em
muitas partes do país. Ver: CHEVESCHE.
Choun. Uma divindade adorada pelos peruanos, que contam sua história: — veio das
partes do norte um homem que tinha um corpo sem ossos e músculos, e que era chamado
de Choun; ele baixou as montanhas, encheu os vales e fez um caminho para lugares
inacessíveis. Este Choun criou os primeiros habitantes do Peru; ele os ensinou a se
alimentarem de ervas e frutas selvagens. Mas um dia, ofendido por alguns peruanos,
converteu em areias áridas uma parte da terra, anteriormente muito fértil em todos os
lugares; ele parou a chuva, dessecou as plantas; e então, movido com compaixão, abriu
as fontes e levantou os rios, para reparar o mal que tinha causado... É um sistema que não
é mais estúpido do que os filósofos modernos.
REMOVER REMOVER
Cristólitos. Hereges do século VI, diziam que o Nosso Senhor deixou seu corpo e alma
para o submundo, e que ressuscitou para o céu apenas com a sua divindade.
54
Delancre, Tab. de l’inconstance des démons, etc., p. 107.
Cristófer. No passado, de acordo com um parecer expressado por este versículo:
acreditava-se que quem viu alguma imagem de São Cristófer de manhã estava
seguro o dia todo.
Christoval de la Garrade. Ver: MAMSSANE.
Crisólito. Pedra preciosa que Alberto, o Grande, acreditava proteger da loucura. Ele
também disse que a pedra possui o poder de colocar o arrependimento no coração do
homem que cometeu pecados...
Crisomalão. Nome que os Gregos davam ao famoso carneiro do Velo de ouro. Diz-se que
ele voava, que nadava com perfeição, que corria com a leveza de um cervo, e que Netuno,
do qual era filho, o cobriu com fios de ouro no lugar de lã;. Também falava e dava boas
opiniões. É o primeiro signo do Zodíaco.
Crisopéia. Obra de ouro. É o nome grego que os alquimistas dão à pedra filosofal, ou a
arte de transmutar todos os metais em ouro puro.
Crisopolo. Demônio. Ver: OLIVA.
Ciaconius. Ver: Chacon.
Cícero (Marco Túlio). Leloyer disse que um espectro apareceu à babá de Cícero: era,
um demônio daqueles chamados de gênios familiares. Ele previu que ela estava
amamentando uma criança que, um dia, faria um grande bem pelo Estado. "Mas onde ele
conseguiu tudo isso?”, perguntam-me. Respondo: “É o costume do diabo gaguejar em
coisas futuras.”55. Cícero tornou-se realmente o que sabemos. Foi ele quem disse que não
acreditava que dois augúrios se olhassem sem rir. Ele lutou algumas ideias supersticiosas
em várias de suas obras, especialmente nos três livros “Da natureza dos deuses” e
nosTusculanes. Em seus dois livros sobre adivinhação, ele reconhece aos homens o dom
da leitura no futuro.
Valério Máximo conta que Cícero, tendo sido proscrito pelos triúnviros, retirou-se para
sua casa em Formies, onde os espiões dos tiranos não demoraram a persegui-lo. Nesses
momentos de dificuldade, ele viu um corvo arrancar a agulha de um costureiro: era para
anunciar a ele que sua carreira estava terminada. O corvo, em seguida, aproximou-se
dele, como se para fazê-lo sentir que ele logo seria sua presa, e se escondeu dentro de
seu manto, e não parou de gralhar até um escravo chegar para avisar que os soldados
romanos estavam próximos, para lhe matar. Os corvos de hoje são mais selvagens.
Céu. Tal artigo só pode entrar neste dicionário sobre algumas crenças loucas. Os
muçulmanos admitem nove céus. Entre os cristãos, havia hereges que anunciavam 365,
com anjos mestres de cada céu. Ver: Basílides.
Bodin assegura que há dez céus, que são marcados pelas dez cortinas do
Tabernáculo e por estas palavras: "Os céus são as obras de seus dedos", que estão no
55
Leloyer, Histoire et discours des spectres, liv. II, ch. V ; liv. III, ch. XVII.
número de dez56... Os rabinos afirmam que o céu está girando constantemente, e que há
no fim do mundo um lugar onde o céu toca a terra. No Talmude, lemos o Rabino Bar-
Chana, tendo parado neste lugar para descansar, colocar o chapéu numa das janelas do
céu e, tendo desejado retomar um momento depois, não o encontrou novamente. Os céus
tinham prevalecido em seu caminho: de modo que era necessário que ele esperasse a
revolução dos mundos para alcançá-lo.
Cienga. É em alguns povos da Oceania o espírito maligno, o demônio.
Cegonhas. Acredita-se que as cegonhas preservam incêndios das casas onde se retiram.
Esse erro não é mais generalizado. Também foi dito que as cegonhas só foram
estabelecidas nos Estados livres; mas os egípcios, que sempre tiveram reis, fizeram delas
um culto; e foi um crime capital em Tessália, que era monárquica, matar uma cegonha,
porque o país estava cheio de cobras, e as cegonhas são suas predadoras. Eles são
finalmente muito comuns e muito protegidas na Turquia, Egito e Pérsia, onde há pouco
pensamento de ideias republicanas.
Cemitério. Não era admissível em Espanha, no século IV, acender velas em plena luz do
dia em cemitérios, por medo de perturbar os espíritos. Acreditava-se que as almas dos
mortos frequentavam os cemitérios onde seus corpos estavam enterrados 60; e o clero teve
dificuldade em destruir essa opinião. Acredita-se ainda nos campos que as almas do
Purgatório retornam aos cemitérios; é mesmo dito que os demônios gostam de aparecer
ali, e para espantá-los é preciso erguer cruzes. Há várias histórias assustadoras. Poucos
aldeões atravessavam o cemitério à meia-noite: sempre tinham a história de um deles
sendo espancado por uma alma (ou melhor, por um mau espírito) que o censurava por
perturbar sua penitência. Henri Estienne e os inimigos do catolicismo forjaram aventuras
imbecis, onde atribuem pequenas fraudes aos clérigos para manter essa crença; mas
essas histórias são invenções caluniosas. Em alguns momentos de grande calor,
exalações inflamadas saem de cemitérios; sabemos hoje que eles têm uma causa natural.
Cimérios. Povos que viviam em torno dos Palus-Meotids, e dos quais são os
descendentes. Muitos estudiosos colocaram este país na borda do submundo. Leloyer
disse que os cimérios eram grandes magos, e que Ulisses só foi encontrá-los para
questionar por seus meios os espíritos do inferno.
Cimon. general ateniense, filho de Miltíades. Vendo em sonho uma cadela irritada
que latia contra ele e que disse a ele em uma voz humana: - "Vinde, agradarás a mim e
56
Préface de la Démonomanie des sorciers.
57
De Saturnalium origine et celebrandi ritu apud Romanos, 1759.
58
De gigantibus nova disquisitio historica et critica, 1756.
59
Wierus, in Pseudomonarchia dœmon.
60
Dom Calmet, Traité sur les apparitions, etc., ch. xi.
aos meus pequeninos", ele foi consultar um adivinho chamado Astífilo, que interpretou sua
visão de desta forma: - "O cachorro é o inimigo daquele contra quem está latindo; mas não
se pode dar maior prazer ao inimigo do que morrer; e essa mistura de voz humana com o
latido denota um medo que te matarás." Os gregos estavam em guerra com os persas e
os medos: então houve sorte. Infelizmente para o vidente, o sonho foi cumprido, e Cimon
só morreu de doença.
Cincinnatulus ou Cincinnatus (o pequeno encaracolado). Um espírito que, no relatório de
Rhodiginus, falou através da boca de uma mulher chamada Jocaba, que era ventríloca.
Cippus Venelius. Chefe de uma parte da Itália, que, por ter testemunhado uma luta de
touros e ter tido toda a noite a imaginação ocupada por chifres, acordou com chifres na
testa. Outros dizem que esse príncipe, entrando vitorioso em Roma, percebeu, inclinando-
se sobre as águas do rio Tibre, pois não tinha espelho, que estava com chifres. Ele
consultou os adivinhos para descobrir porque passava por uma situação tão extraordinária.
Este prodígio poderia ser explicado de muitas maneiras; mas só foi dito que era uma
marca de que ele reinaria em Roma; mas não entraria nela. Esta moderação é mais
maravilhosa do que os chifres.
Cera. Foi com cera que as bruxas compuseram as pequenas figuras mágicas que
derretiam quando queriam encantar e destruir aqueles que tinham como inimigos. Um
cavalheiro que foi decapitado em Paris em 157 e encontrou ali uma pequena imagem de
cera com o lugar de um coração perfurado por um punhal. Ver: Entrantes e Ceromancia.
61
Apotolesmata astrologiœ humanœ, hoc est de mutationibus temporum. Alcala, 1521.
Citu. Um festival no Peru, no qual todos os habitantes esfregavam uma massa onde
haviam misturado um pouco de sangue entre as duas sobrancelhas de seus filhos. Eles
pensavam que isso os preserva de todas as doenças por um mês. Os sacerdotes
idólatras, em seguida, faziam conjurações para afastar doenças, e os peruanos
acreditavam que todas as febres eram expulsas a cinco ou seis léguas de suas
habitações.
Civil (François de). Cavalheiro normando, nascido em 1536, cuja vida foi cheia de
catástrofes pelos mais imaginativos escritores protestantes, que tantas vezes escreveram
romances e histórias, a fim de fazer ler seus escritos. Classificamos esta vida prodigiosa
de imposturas históricas.
Clairon (Claire-Josèphe-Leyris de Latude, conhecido como Hippolyte). Trágica
francesa, morreu em 1803. Em suas “Memórias”, publicadas em 1799, ela conta a história
de um fantasma acreditava ser a alma do Senhor de S., filho de um comerciante da
Bretanha, cujos desejos ela havia rejeitado; ele morreu de dor; e a partir daquele momento
a Senhora Clairon passou a ouvir todas as noites, às onze horas da noite, durante vários
meses, um grito agudo. Seu povo, seus amigos, seus vizinhos, a própria polícia, todos
ouviam este barulho, sempre ao mesmo tempo, sempre deixando saindo de sua janela e
que parecia se dissipar pelas ondas do ar.
Esses gritos cessaram por algum tempo, e então eles foram substituídos, ao mesmo
tempo, por um tiro de rifle em sua janela, sem resultasse em qualquer dano.
A rua ficou cheia de espiões, e este barulho foi ouvido, sem ninguém nunca ver de
onde saía. Essas explosões pareciam o bater palmas, depois sons melodiosos.
Finalmente, tudo cessou depois de um pouco mais de dois anos e meio 62. Isto é o que as
memórias publicadas por Mademoiselle Raucourt dizem. Foi provavelmente uma
mistificação, pois teria feito mais barulho em Paris, caso fosse real.
Clarividência. É uma palavra que expressa o dom de algumas pessoas de adivinhar coisas
obscuras; quase como aqueles que descobrem fontes onde as pessoas comuns não
suspeitam delas.
Claro. Santo Agostinho relata que um jovem chamado Claro, tendo-se entregue a Deus em
um mosteiro de Hipona, convenceu-se de que tinha relações com os anjos. Ele falou no
convento. Como os irmãos se recusaram a crer, ele previu que na noite seguinte Deus lhe
enviaria um manto branco com o qual ele apareceria no meio deles. De fato, por volta da
meia-noite, o mosteiro foi abalado, a cela do jovem parecia brilhar uma luz; com o som de
várias pessoas entrando e saindo, conversando entre si, mas invisíveis. Claro saiu de sua
cela e mostrou aos irmãos a túnica que o anjo vestia: era um pano de brancura admirável
e fineza extraordinária, algo nunca visto antes. O resto da noite foi gasto com cantos de
salmos em ação de graças; então eles levaram o jovem a Santo Agostinho; mas ele se
opôs, dizendo que os anjos não fariam isso.
No entanto, eles não o ouviram; mas Santo Agostinho foi até o convento e a túnica
desapareceu aos olhos de todos, o que demonstrou que o evento foi apenas uma ilusão
do espírito das trevas.
Classyalabolas. Ver: Caacrinolaas.
Claude, Prior de Laval. Imprimiu um livro no final do século XVI intitulado “Dialogues de la
Lycanthropie.”.
62
Mémoires d’Hippolyte Clairon, édit. de Buisson, p. 467
Clauder (Gabriel). Estudioso saxão, morreu em 1691, membro da Academia da
Natureza Curiosa. Ele deixou nas memórias desta Academia vários livretos singulares.
São eles: « le Remède diabolique du délire » e « les Vingt-cinq ans de séjour d’un démon
sur la terre63. »
Seu sobrinho, Frédéric-Guillaume Clauder, publicou na mesma Academia um tratado
sobre anões64.
Clauneck. Demônio turco que tem poder sobre a propriedade e riquezas; faz encontrar
tesouros para aquele pactuam com ele. É amado por Lúcifer, que permite-lhe dominar o
prodígio do dinheiro. É complacente com quem lhe chama 65.
Clauzette. No final de 1681, uma menina tola, Marie Clauzette, começou a correr os
campos ao redor de Toulouse, alegando se chamar Robert, que ela disse que era o mestre
de todos os demônios. Acreditavam que ela estava possuída, e todos queriam vê-la.
Quatro moças, que participaram dos primeiros exorcismos, acreditavam que também
estavam possuídas. O Vigário geral de Toulouse, querendo provar se a posse era
verdadeira, fez uso de exorcismos fingidos e de água comum, como também fez a leitura
de um livro secular, vestiu um leigo como um sacerdote e respondeu aos chamados
violentos das possessas, que não foram avisadas, e realmente achavam que era um
sacerdote jogando água benta. Os médicos declararam que o diabo não tinha nada com
este caso. As possuídas vomitavam pedaços de crochê; mas foi notado que elas os
esconderam em suas bocas para vomitá-los diante dos espectadores. O Parlamento de
Toulouse declarou fraude e dissipou este caso ridículo.
Clavículas de Salomão. Ver: Salomão.
Argila (Jean). Letrado alemão, falecido 1592. Estamos à procura de seu “Alkumistica”, um
pequeno poeta em verso alemão contra a loucura de alquimistas e fabricantes de ouro.
Cleópatra. É, diz-se, um erro a opinião de que Cleópatra foi morta por dois eunucos.
Plutarco disse, na vida de Marco Antônio, que ninguém nunca soube como ela morreu.
Alguns asseguram que ela tomou um veneno que usava para tratar do cabelo. Não havia
alfinetes no lugar onde ela morreu; dizem apenas que notaram em seu braço direito duas
perfurações imperceptíveis; foi daí que Augusto aventurou a ideia que se tornou popular
sobre a natureza de sua morte. É provável que ela tenha utilizado uma agulha
envenenada67.
Cleromancia. A arte de prever a sorte jogando coisas, ou seja, com dados, ossículos,
feijão preto ou branco. Eles eram agitados em um vaso e, depois de terem orado aos
deuses, eram jogados em uma mesa, e o futuro era previsto de acordo com a disposição
dos objetos. Havia em Bura, na Acaia, um oráculo de Hércules com um tabuleiro de dados.
O peregrino, depois de rezar, jogava quatro dados, dos quais o sacerdote de Hércules
considerava os pontos para então desenhar a conjectura futura. Estes dados tinham de ser
66
Delancre, Incrédulité et mécréance du sortilège pleinement convaincues, traité V.
67
Voyez Brown, Des erreurs populaires, liv. V, ch. XII.
feitos de ossos de animais sacrificados68. Muitas vezes escreviam em ossículos ou
pequenas pastilhas que se misturavam em uma urna; que então era retirada para ver se
havia alguma relação com o jogo obtido; e se a inscrição tivesse alguma coisa a ver com o
que se queria saber, era uma certa profecia.
Esta adivinhação era comum no Egito e entre os romanos; e muitas vezes havia
cleromancistas nas ruas e praças públicas, como encontramos em nossos festivais de
cartomantes. Ver: ASTRAGALOMANCIA.
Cleves. Diz-se que o diabo é o líder desta nobre casa e pai dos condes de Cleves. Os
cabalistas afirmam que foi um sílfide que veio a Cleves através do ar, em um navio
maravilhoso arrastado por cisnes, e que um dia partiu, no meio do meio-dia, à vista de
todos, em seu navio aéreo. "O que eles fizeram com os doutores que os forçaram a erguê-
lo como um demônio?", disse o abade de Villars 69. É na memória desta origem
maravilhosa, explicada variadamente, que a ordem dos Cavaleiros do Cisne foi fundada na
terra de Cleves.
Climatério. Ver: Ano.
Clistheret. Demônio que faz a noite aparecer no meio do dia, e o dia no meio da noite, de
acordo com seu capricho, caso você acredita nas Clavículas de Salomão.
68
Delancre, Incrédulité et mécréance, etc., traité V.
69
L’abbé de Villars, dans le Comte de Gabalis.
monarca foi informado de que ele se matou. A bruxa, cuja filha também foi condenada à
morte, aterrorizado com a sua confissão, se retratou; mas ninguém lhe deu ouvidos e
acabou queimada. Pelo menos é isso que dizem os contadores de histórias que odiavam
Fredegunda70.
REMOVER REMOVER
70
Sobre o Rei Clóvis I mais em Lendas da história da França.
ver
71
Ver mais em Lendas de Espíritos e demônios.
72
Leloyer, Histoire et discours des spectres, etc., p. 345, post Wierum, De prœst., lib. I, cap. xxii.
73
M. Salgues, Des erreurs et des préjugés.
assassinato um dia depois. É mais do que provável que essas profecias tenham sido feitas
após o fato.
Cocles escreveu sobre fisionomia e quiromancia, mas seu livro sofreu modificações. A
edição original é: Physiognomoniœ ac chiromanciœ anastasis, sive compenchum ex
pluribus et pene infini tis aucto : ibus, cum approbatione Alexandri Achillini. Bolonha, 1504,
in-fol. O prefácio é de Achillini.
Cocoto, demônio súcubo, adorado nas Índias Ocidentais, e mencionado por Bodin 74.
Cocito. Um dos rios do inferno dos antigos Ele cerca o tártaro, e foi formado apenas a
partir das lágrimas dos ímpios.
Código das bruxas. Boguet, que era tão zeloso pela extinção da feitiçaria, fez para
seus amigos um “Discurso das feiticeiras, uma instrução final para o julgamento de
bruxaria”. Esta peça curiosa, publicada em 1601, é dividida em 91 artigos. É mais
comumente conhecido como o Código das bruxas. Aqui está um extrato:
O juiz provincial ouve o caso e o juiz, sem seguir as formas ordinárias de sempre. A
acusação de bruxaria é suficiente para que o suspeito seja preso; o interrogatório deve
seguir a prisão, porque o diabo auxilia os feiticeiros na prisão. O juiz deve prestar atenção
à capacidade do acusado, ver se ele verte lágrimas, se ele olha para o chão, se ele senta
esparramado, se blasfema; tudo isso é pista.
Muitas vezes a vergonha impede o feiticeiro de confessar; é por isso que é bom que o
juiz esteja sozinho e que o funcionário fique escondido para escrever as respostas. Se o
mago estiver diante de um companheiro sabático, ele ficará perturbado.
Ele deve ser totalmente depilado, para expor sua taciturnidade. Deve ser inspecionado
por um cirurgião para procurar pelas marcas. Se o acusado não confessar, você deverá
colocá-lo em uma prisão dura e ter pessoas de sua confiança para retirar sua confissão.
Há juízes prometem perdão e que depois não são concedidos; mas esse costume parece
bárbaro para mim.
O juiz deve evitar a tortura ou machucar o bruxo; no entanto, é permitido usá-lo.
Se o réu for preso com gordura, se o rumor público o acusar de feitiçaria, há uma
grande suposição de que seja um feiticeiro. As pistas mais leves são as variações nas
respostas, os olhos fixos no chão, o olhar assustado. As provas mais sérias: o nascimento,
como se, por exemplo, o réu for filho de um bruxo, se ele estiver marcado, se blasfemar. O
filho nesse caso é admitido para testemunhar contra seu pai. Os acusados devem ser
ouvidos como as outras testemunhas; também temos de ouvir as crianças. As variações
nas respostas da testemunha não podem presumir em favor da inocência do acusado, se
tudo o acusa de ser feiticeiro.
A punição é o tormento do fogo: devemos enforcar os feiticeiros e depois queimá-los;
lobisomens devem ser queimados vivos. Nós condenamos precisamente os evocadores e
magos; mas que só são queimados depois de enforcados. O juiz deve comparecer às
execuções, seguido por seu funcionário, para recolher as declarações...
Esta obra prima de jurisprudencia e humanidade, obra de um advogado, recebeu a
tempo os votos dos franceses. Boguet a dedicou a Daniel Romanez, um advogado de
Salins75.
Codronchi (Batista), doutor de Imola, no século XVI. Ele deixou um tratado sobre os anos
climatéricos, como evitar o perigo, e maneiras de prolongar a vida76.
74
Démonomanie, liv. II. ch. VII.
75
M. Jules Garinet, Histoire de la magie en France, p. 320.
Coelicolitas. Seita judaica que adorava as estrelas e os anjos guardiões das estrelas.
Cohoba. Erva cujos vapores intoxicam os índios da Ilha de São Domingos, até que
mergulhem em êxtase.
Colas (Antide), bruxa do século XVI, que, fazendo negócios com o diabo, a quem chamava
de Lizabet, foi presa e colocada na prisão com o aval de Nicolas Millière, cirurgião. Ela
confessou ao ser detido em Betoncourt que o diabo tinha aparecido para ela na forma de
um homem negro e pediu para se jogasse de uma janela ou se enforcasse; mas outra voz
a dissuadiu. Acusada de ser uma bruxa, mas também de ter cometido muitas outras
vilanias , esta mulher foi queimada em Dôle em 159977; e é assim que as histórias
contadas por Boguet geralmente terminam.
Cólera. Muitas pessoas são tidas como possuídas, mas estão apenas um estado de
cólera.
Coley (Henry). Astrólogo inglês, morto em 1690. É dele a obra “Clef des éléments de
l’astrologie.”. Londres, 1675, in-8°. Trata-se de um tratado completo sobre esta ciência
fantástica. Há a arte de elaborar todos os tipos de temas de horóscopos, com exemplos de
natividades calculadas.
76
De annis climatericis, nec non de ratione vitandi eorum pericula, itemque de modis vitam producendi
commentarius, In-8°. Bolonha, 1620.
77
Boguet, Discours des sorciers, ch. XIII, p. 325.
78
Energumenos dignoscendi et liberandi ratio. Verona, 1746.
Collanges (Gabriel de). Matemático, nascido em Auvergne, em 1524. Ele usou seu
conhecimento apenas em busca dos segredos da Cabala e dos números. É um tradutor de
“la Polygraphie et universelle écriture cabalistique de Trithème”, Paris, 1561, in-4°. Vários
livros são citados por ele, nenhum dos quais foi impresso, nem sua versão da “Filosofia
Oculta”, de Agrippa. Ele deixou manuscrito um “Tratado da hora e infortúnio do
casamento”.
Colehita. Uma pedra que dizem ter o poder de comandar demônios e prevenir os
encantos79; mas antes precisa ser encontrada.
Colleman (Jean). Astrólogo, nascido em Orléans; era tido em alta conta pelo rei Carlos VI.
Louis XI, diz-se, deu-lhe pensões, porque o ensinou a fazer almanaques. Diz-se que
Colleman estudou tão assiduamente o curso da lua, que pela força da aplicação se tornou
leproso80...
Colírio. Vemos em “la Lycanthropie ” de Nynauld que um feiticeiro compôs alguns colírios
com o fel de um homem, os olhos de um gato preto e algumas outras coisas que o escritor
não menciona; estes colírios aplicados aos olhos faziam visíveis ao ar ou em outro lugar
as sombras dos demônios. "
REMOVER REMOVER
Colma. castelo no Danúbio, que, de acordo com a tradição, saiu da terra de uma vez,
construído por um poder mágico, como antigamente na mitologia grega, no caso de
Pégaso ao pé de Minerva. Estudiosos dizem que, na realidade, foi construído em uma
noite pelo poderoso exército sarmatiano do rei Deucaos.
Coluna do diabo. Em Praga são preservadas três pedras de uma coluna que o diabo
trouxe de Borne para esmagar um padre com quem havia feito um pacto, e matá-lo
enquanto ele celebrava missa. Mas São Pedro, se quisermos acreditar que a lenda
popular ocorreu, jogou o diabo e sua coluna três vezes no mar, e esse desvio deu ao
padre tempo para se arrepender. O diabo ficou muito triste, pois precisou quebrar as
colunas para escapar81.
Combourg. "As pessoas eram persuadidas (no escuro castelo de Combourg, na Bretanha)
que um certo Conde de Combourg, com uma perna de pau, que estava morto há três
séculos, apareceu em certos momentos e o encontrou na escada da torre. Sua perna de
madeira também, ocasionalmente, caminhava sozinha, com um gato preto 82.
79
Delancre, Tabl. de l’inconst. des démons, etc., liv. IV, p. 297.
80
Ancien manuscrit de la bibliothèque royale. Voyez Joly, Remarques sur Bayle, à la fin.
81
Voyages du docteur Patin.
82
Chateaubriand, Mémoires, tome I . er
Comediantes "Seria bom, como diz Boguet, expulsar nossos comediantes e malabaristas,
já que eles são, na maior parte, bruxos e magos, sem outra finalidade a não ser esvaziar
nossos bolsos e nos debochar. " Boguet não está muito errado.
Comenius (Jean-Amós). Filólogo do século XVII Nos deixou “la Lumière dans les
ténèbres, Hollande”, 1657, in-4° ; idem, “Augmentée de nouveaux rayons”, 1665, 2 vol. in-
4°, É uma tradução latina das chamadas profecias e visões de Kotter, Dabricius e Christine
Poniatowska, pessoas hábeis que não conhecemos.
Cometas. Sempre vemos nos cometas os sinais de alerta das mais tristes
calamidades. Um cometa apareceu quando Xerxes veio para a Europa com 1800 homens
(não os contamos); ele previu a derrota de Salames. Um apareceu um antes da Guerra do
Peloponeso; um antes da derrota dos atenienses na Sicília; um antes da vitória que os
tebanos conquistaram sobre os lacedemônios; um quando Felipe derrotou os atenienses;
um antes da captura de Cartago por Cipião; um antes da guerra civil de César e Pompeu;
um com a morte de César; um para a tomada de Jerusalém por Tito; um antes da
dispersão do império romano pelos godos; um antes da invasão de Mohammed etc.;
finalmente, antes da queda do primeiro império.
Todos os povos também consideram os cometas como um mau presságio; no
entanto, se o presságio é fatal para alguns, é feliz para outros, já que, sempre que há um
subjugado por uma derrota, há um outro com uma grande vitória.
Gimbal explica as causas da influência dos cometas na economia mundial. "Eles
tornam o ar mais sutil e menos denso", diz ele, “aquecendo mais do que o habitual:
pessoas que vivem no campo, que não fazem exercícios para seus corpos, que se
alimentam demasiado mal, de saúde debilitada, de idade avançada e de sono tranquilo,
sofrem de uma forma menos perceptível e muitas vezes morrem pelo excesso de
fraqueza. O contrário acontece com príncipes, por conta do tipo de vida que levam; e basta
que a superstição e a ignorância tenham anexado aos cometas um poder mortal para
notar, quando aparecem, acidentes que têm sido muito naturais em qualquer outro
momento. Não deve ser surpreendente ver a seca e a peste em suas consequências, pois
secam o ar e não permitem que a natureza evite a exalação da peste. Finalmente os
cometas produzem sedições e guerras aquecendo o coração do homem e modificando o
humor em bile negra.” Foi dito que Cardan tinha duas almas, uma que dizia coisas
razoáveis, a outra que não sabia nada além de bobagens. Depois de falar como acabamos
de ver, o astrólogo volta às suas visões.
Quando um cometa aparece perto de Saturno, diz ele, pressagia a praga, a morte dos
pontífices e as revoluções nos governos; perto de Marte, guerras; perto do sol, grandes
calamidades em todo o globo; perto da lua, inundações e às vezes secas; perto de Vênus,
a morte de príncipes e nobres; com Mercúrio, vários infortúnios em grande número.
Wiston fez grandes cálculos algébricos para mostrar que as águas extraordinárias da
inundação foram trazidas por um cometa, e que quando Deus decide o fim do mundo, será
um cometa que irá queimá-lo...
Comiers (Claude). Doutor em Teologia, morto em 1693. É o autor de “ Traité de
prophéties, vaticinations, prédictions et prognostications.”. Ele também escreveu sobre a
varinha adivinhatória e sobre os sílfides.
Condé. Lemos em uma carta de Madame de Sévigné ao Presidente do Monceau que, três
semanas antes da morte do Grande Condé, enquanto esperavam em Fontainebleau, o sr.
De Vernillon, um de seus senhores, voltando da caçada às três horas, aproximando-se do
castelo de Chantilly (a residência habitual do príncipe), viu numa janela de seu escritório
um fantasma vestido com uma armadura que parecia tentar enterrar um homem; ele
correu para ver o que era e chamou os criados. Eles pediram a chave do gabinete ao
porteiro; mas encontraram as janelas fechadas e um silêncio que não foi perturbado por
seis meses. Isso foi dito ao Príncipe, que ficou pouco impressionado e ainda pareceu
zombar de tudo; mas todos sabiam que esta história era um mau sinal para o príncipe, que
morreu três semanas depois...
Condormantes. Sectários que surgiram na Alemanha nos séculos XIII e XVI, assim
chamados pela prática que tinham de dormirem juntos sob o pretexto da caridade. Eles
adoravam a uma imagem de Lúcifer e faziam oráculos em uma floresta perto de Colônia.
Relatos contemporâneos nos dizem que um padre que trouxe a Santa Eucaristia para esta
assembleia, que quebrou o ídolo em mil pedaços.
Conferentes. Deuses dos antigos mencionados por Arnóbio, e que eram, para Leloyer,
demônios íncubos.
Confúcio. Sabemos que este filósofo é reverenciado como um Deus na China. É a ele
oferecido como sacrifício restos de seda, mais tarde entregues para as meninas; acreditam
que guardar estes poderosos amuletos é uma proteção contra todos os males.
Ela começa com a entrada no círculo mágico. Ver: Círculo; e depois as fórmulas são
recitas. Aqui está uma ideia desse processo, retirada dos grimórios.
Conjuração universal para espíritos. "Eu (teu nome), conjuro-te, espírito (nome do
espírito chamado), em nome do grande Deus vivo, que apareças em tal forma (forma
83
Bergier, Dictionnaire théologique.
indicado); caso contrário, São Miguel Arcanjo, invisível, golpear-te-á no submundo mais
profundo; Vem, então (nome do espírito), vem, vem, vem, faz a minha vontade.”
Conjuração de um livro mágico. "Eu vos conjuro e ordeno, espíritos, todos e tantos
quanto sois, para recebais este livro em boa parte, de modo que sempre que eu ler este
livro, ou lê-lo da forma aprovada e reconhecida em forma e valor, que apareçais na bela
forma humana conforme meu chamado, segundo todas as circunstâncias da minha leitura.
Vos convoco imediatamente com minha conjuração, a fim de que executeis sem demora
tudo o que está escrito e mencionado neste livro: obedecereis, servíreis, ensináreis,
dareis, fareis tudo o que estiver ao vosso alcance, conforme a necessidade de quem
ordena, tudo sem enganação. E se por acaso algum dos espíritos chamados entre vós vier
ou aparecer quando for necessário, ele será obrigado a mandar os outros revestidos em
seu poder, os quais jurarão solenemente executar tudo o que o leitor perguntar, vos
conjuro pelos mais santos nomes do Deus Vivo Todo-Poderoso etc. "
Conjurando demônios. — "Atenção, vinde todos, espíritos. Pela força e poder de seu
rei, e pelas sete coroas e cadeias de seus reis, todos os espíritos do submundo são
obrigados a aparecer para mim diante deste círculo, quando eu chamá-los. Vinde ao meu
comando para que façam tudo conforme seus poderes, conforme ordenado; vinde do
Oriente, do Centro, do Ocidente e do Norte; Eu vos conjuro e ordeno, pela força e poder
de Deus etc. "
Conjuração para todos os dias da semana. — Na segunda-feira, a Lúcifer. Esta
experiência tem sido muitas vezes feitas das onze horas à meia-noite, ou das três às
quatro da manhã. Com um carvão, é feito um círculo sagrado, escrito em seu redor: "Eu te
proíbo, Lúcifer, pelo nome que temes, de entrar neste círculo." Então recitamos a seguinte
fórmula: "A ti imploro, Lúcifer, pelos nomes inefável em, Alpha, Ya, Cha, Sol, Messias,
Ingodum etc, que farás o que peço, sem prejudicar-me (o pedido é feito)."
Terça-feira, Nambroth. Esta experiência é feita à noite, das nove horas às dez;
Nambroth deve receber a primeira pedra que foi encontrada, para sermos recebidos por
ele em dignidade e honra. Nós procederemos da maneira de segunda-feira; vamos fazer
um círculo em torno do qual vamos escrever: "Obedece, Nambroth, obedece, pelo nome
que temes." Seguindo esta fórmula, recitam: "Conjuro-te, Nambroth, e ordeno-te por todos
os nomes pelos quais és compelido e obrigado a fazer tal coisa. "
Para quarta-feira, Astaroth. Esta experiência é feita à noite, das dez horas até às
onze; é conjurado para se obter boas graças de príncipes e outros. Escrevemos no
círculo: "Vem, Astaroth; Vem, Astaroth; Vem, Astaroth”; então a seguinte fórmula é
recitada. "Suplico-te, Astaroth, espírito perverso, pelas palavras e virtudes de Deus etc."
Na quinta-feira, Acham. Esta experiência é feita à noite, das três às quatro horas; ele
aparece na forma de um rei. Ele precisa receber um pedaço de pão antes de partir.
Escreve-se ao redor do círculo: "Pelo Santo Deus — Nasim, 7, 7, H. M. A."; então a
seguinte fórmula é recitada. "Conjuro-te, Acham; ordeno-te por todos os reinos de Deus,
aparece, conjuro-te etc. "
Para sexta-feira, Bechet. Esta experiência é feita à noite, das onze à meia-noite; ele
deve receber uma noz. Escrevemos no círculo: "Vem, Bechet; Vem, Béchet; Vem, Béchet";
e então é feita a seguinte conjuração: "Conjuro-te Bechet, e vem a mim, conjuro-te para
que venhas instantaneamente e atenda-me etc etc etc.”
No sábado, Nabam. Esta experiência é feita à noite, das onze à meia-noite, e parece
que é necessário dar-lhe pão queimado e perguntar o que ele gosta. Escreve-se em seu
círculo: "Não entres, Nabam; Não entres, Nabam; Não entres Nabam”; e então a seguinte
conjuração é recitada. "Suplico-te, Nabam, em nome de Satanás, em nome de Belzebu,
em nome de Astaroth e em nome de todos os espíritos etc."
No domingo, Aquiel. Esta experiência é feita à noite, da meia-noite à uma hora; ele
pedirá um fio cabelo de sua cabeça; mas deve receber um pelo de raposa; que irá aceitar.
Escreve-se no círculo: "Vem, Aquiel; Vem, Aquiel; Vem, Aquiel. » Então, a seguinte
conjuração é recitada: "Conjuro-te, Aquiel, por todos os nomes escritos neste livro, que
estarás pronto para meu comando” e assim por diante.
Conjuração muito forte, para todos os dias e a qualquer hora do dia e da noite, para
os tesouros escondidos tanto pelos homens como pelos espíritos. - "Eu vos ordeno,
demônios que moram nestes lugares, ou em qualquer parte do mundo que estejam, e seja
qual for o poder que tenham recebido de Deus e dos santos anjos neste mesmo lugar, eu
os envio aos mais profundos abismos infernais”. Então, que vão todos os malditos e
condenados espíritos para o fogo eterno preparado para eles e seus asseclas. “Se te
rebelares, ordenarei e comandarei a vinda de todos os poderes superiores e demoníacos,
responde positivamente ao que ordeno em nome de Jesus Cristo etc”. Ver: PEDRO DE
ABANO, etc.
Só indicamos essa estupidez inconcebível. Os comentários são
inúteis. Ver: Evocações.
Conjuradores de tempestades. Os marinheiros supersticiosos dão este nome a alguns
seres, marinheiros como eles, mas que negociam com o diabo, de quem ganham o poder
controlar os ventos. Este poder reside em um anel de ferro que carregam no dedo
mindinho da mão direita, e os sujeita a certas condições, como fazer viagens que não vão
além do mês lunar e nunca ficar na terra por mais de três dias. Se essas condições não
forem observadas, o espírito mestre do anel pode ser suave em sua punição, mas como
pode ser mais duro e jogar o homem ao mar.
84
Leloyer, Histoire des spectres et des apparitions des esprits, liv. IV, ch. VI, p. 302.
Sunt Aries, Taurus, Gemini, cancro, Leo, Virgo,.
Contras-encantos. Encantos que são usados para destruir o efeito de outros encantos.
Quando os encantadores lidam com animais enfeitiçados, eles fazem jatos de sal
preparados em uma tigela com sangue retirado de um dos animais infectados. Então,
recitam algumas fórmulas por nove dias. Ver:
Gratianne, AMULETOS, SORTE, MALEFÍCIOS, LIGADURAS etc.
Convulsões. No século IX, pessoas suspeitas tentaram levar para uma igreja de Dijon
algumas relíquias, que diziam ter sido trazidas de Roma e que seriam de um santo de
nome desconhecido. O bispo Teobaldo recusou-se a receber essas relíquias com uma
alegação tão vaga. No entanto, eram prodigiosas. Estes prodígios eram convulsões
naqueles que chegavam perto delas. A oposição do bispo logo fez dessas convulsões uma
epidemia; especialmente entre as mulheres, sempre ansiosas pelo que faz sucesso.
Teobaldo consultou Amolon, Arcebispo de Lyon, que era seu confessor. "Não", respondeu
o bispo, "essas ficções infernais, essas maravilhas hediondas, que só podem ser
previsões e imposturas". Vimos alguma vezes, nos túmulos dos mártires, alguns prodígios
fatais que, longe de ajudar os doentes, fazem os corpos sofrerem e perturbarem os
espíritos? Esse tipo de mania fanática era por vezes renovado; fez um grande barulho no
início do século XVIII; As convulsões, as contorções e as caretas de uma multidão de
loucos ainda eram confundidos com milagres. As pessoas melancólicas e influenciáveis
têm muitas disposições nestes malabarismos. Se, especialmente quando suas mentes
estão perturbadas, eles se dedicarem ao sonho, acabarão caindo em êxtase, e se
convencerão de que são capazes de profetizar. Esta doença é comunicada aos espíritos
fracos, e o corpo sente isso. Daí vem, acrescenta Brueys 85, que, no auge de seu acessos,
os convulsionários se atiram no chão, onde às vezes permanecem adormecidos.
Outras vezes, eles se movem extraordinariamente; e é nesses diferentes estados que os
ouvimos falar com uma voz abafada e proferir todas as extravagâncias das quais suas
malucas imaginações estão cheias. Todo mundo já ouviu falar das convulsões e
maravilhas absurdas que ocorreram na capital da França no túmulo do diácono Paris, um
homem desconhecido durante a sua vida, e famoso demais depois de sua morte. O frenesi
fanático foi tão longe que o governo foi obrigado, em 1732, a fechar o cemitério de Saint-
Médard, onde Paris foi enterrada. Sobre o que um comum fez estes dois versos:
85
Prefácio de Histoire du fanatisme
A partir de então, os convulsivos realizaram suas sessões em lugares particulares e
passaram a dar seus espetáculos em dias marcados. Apressaram-se em vê-los e sua
reputação logo superou a dos boêmios; então ela caiu, morta pelo excesso e pelo ridículo.
Copérnico. Astrônomo famoso, morreu em 1543. Costuma-se dizer que o seu sistema foi
condenado pelo Tribunal de Roma: o que é falso e controverso. Viveu em Roma com um
bom cânone e a astronomia era livremente estudada. Ver mais no artigo sobre Galileu.
Corda do carrasco. As pessoas crédulas costumavam fingir que com corda da forca
escaparemos de todos os perigos e que teremos felicidade no jogo. Bastaria ter uma corda
dessa para nunca sofrer de enxaqueca. Dizem que um pedaço desta corda no bolso
protege contra a dor de dente. Por fim, usamos essa expressão proverbial, “ter uma corda
da forca”, para indicar uma felicidade constante, e os ingleses de classe mais baixa vivem
atrás de uma corda de forca86.
REMOVER O caso dos Cordeliers de Orléans fez muito barulho durante a época de
Francisco I. Os protestantes se apoderaram dele; e um mal estabelecido, de um crime foi
feito contra os monges. Talvez fosse caso elogiá-los, em vez de ficar surpreso por não
serem todos anjos. Aqui está a história. O Senhor de Saint — Mesmin, reitor de Orléans,
que se entregou aos erros de Lutero, tornou-se viúvo. Sua esposa era como ele, uma
luterana em segredo. Ele a enterrou sem velas e sem cerimônias. Ela não recebeu os
últimos sacramentos. REMOVER remover remover remover
remover REMOVER REMOVER
REMOVER REMOVER REMOVER
REMOVER
REMOVER REMOVER REMOVER
REMOVER
Cornélio. Sacerdote pagão de Pádua, mencionado por Aulu-Gelle. Ele tinha êxtases e sua
alma viajava para fora de seu corpo; no dia da batalha de Farsala, ele disse na presença
de vários assistentes que viu uma grande batalha, designando os vencedores e os
86
Salgues, Des erreurs et des préjugés, t. I, p. 433
fugitivos; e finalmente gritou de repente que César havia vencido 87.
Chifres. Todos os habitantes do Império das trevas carregam chifres; é uma parte
essencial do uniforme infernal.
Vemos crianças com chifres, e Bartholin cita um religioso do Mosteiro de São Justino
que tinha dois na cabeça. O Marechal de Lavardin trouxe ao rei um homem selvagem que
usava chifres. Em Paris, em 1699, um francês chamado Trouillon foi exibido, cuja testa
estava armada com um chifre de carneiro. Ver: Cipo.
No Reino de Nápoles e outras terras, os chifres são vistos como uma proteção contra
os feitiços. Nas casas há chifres ornamentados; e na rua ou em conversas, quando há
suspeita de alguém ser uma bruxa, em sua direção é feito discretamente um sinal de
chifres com os dedos, para paralisar suas intenções mágicas. Penduram nos pescoços
das crianças, como um ornamento, um par de pequenos chifres.
Corneta de Oldenburg. Ver: Oldenburg.
Cornwall. Os habitantes deste condado dizem que seu nome se deve ao pequeno
cavaleiro Corineu, que matou Gog e Magog, que estavam em Plymouth.
Corsned. Uma espécie de prova entre os anglo-saxões, que consistia em fazer acusado
comer, de estômago vazio, uma onça de pão ou queijo. Se o acusado fosse culpado, essa
comida o sufocaria parando na garganta; mas se passasse facilmente, o acusado era
declarado inocente.
Cosingas. Príncipe dos cerrênios, povo da Trácia e sacerdotes de Juno. Ele inventou um
expediente singular para subjugar seus súditos rebeldes. Ordenou que várias longas
escadas fossem anexadas uma à outra e espalhou o boato de que ele estava prestes a
ascender ao céu, em direção a Juno, para lhe perguntar o motivo da desobediência de seu
povo. Então os trácios, supersticiosos e grosseiros, submetidos a Cosingas, fizeram-lhe
um juramento de fidelidade.
87
Leloyer, Histoire des spectres, ou Apparitions des esprits, liv. IV, ch. XXV, p. 456
tomadas com dois dedos; então nomeamos os suspeitos de roubo ou algum crime secreto,
e achamos culpado em cujo nome a tela gira ou treme, como se aquele que segura a
pinça não pudesse mover a peneira para sua vontade!
Costela. Deus tomou uma costela de Adão para fazer nossa mãe Eve. Mas não se deve
crer, como o vulgar faz, que nos descendentes de Adão os homens têm menos costelas
do que as mulheres.
Coudais. Deuses dos tártaros de Altai na Sibéria. Eles são sete, todos gigantes de forma
humana, muito imponentes e venerados.
88
M. Cambry, Voyage dans le Finistère, t. III, p. 48
Coumbhacarna. Um gigante da mitologia Indiana, que era tão voraz que temia-se
que um dia devorasse a terra. Ele foi morto por Rama.
REMOVER Ver: Hidromancia.
REMOVER REMOVER
Cinta de Sapato. Era um mau presságio para os romanos a quebra da cinta do sapato ao
sair de casa. Aquele que tinha este infortúnio acreditava que não poderia terminar um caso
começado a empreender.
Cortesãs. Os cristãos ficaram bem surpresos ao ver cortesãs servindo como sacerdotisas
nas Índias. Essas meninas, justamente desonradas em casa, são privilegiadas nos
templos. Devandiren, deus da terra, foi encontrar esta cortesã na figura de um homem, e
prometeu-lhe uma alta recompensa se ela lhe fosse fiel; para testá-la, fingiu-se de morte. A
cortesã, pensando que ele estava morto, resolveu morrer também nas chamas que iriam
consumir o cadáver, apesar de não poder fazer isso, pois não era casada com Devandiren.
Ela estava indo para a pira ardente, quando Dévendiren acordou, confessou o seu truque,
tomou a cortesã como sua esposa e levou-a para o seu paraíso...
Caranguejos. Esses hediondos e pequenos habitantes do mar estão ligados por alguma
conexão com os demônios das águas e, como dizem os ribeirinhos escoceses, dançam no
sábado das bruxas quando se reúnem na praia.
Cuspir. Quando os feiticeiros renunciam ao diabo, eles cospem três vezes no chão.
Eles garantem que o demônio não tem mais poder sobre eles. Eles ainda cospem quando
curam a escrofula e fazem da saliva um remédio.
Os antigos costumavam cuspir três vezes em seus seios para preservar-se de todos
os encantos e feitços. Cuspir em si mesmo: mau presságio. Ver: Estacadas.
Cuspe da lua. Os alquimistas assim chamam a matéria da pedra filosofal antes de sua
preparação. É uma espécie de água congelada, inodora, insípida, verde-colorido que sai
da terra durante a noite ou depois de uma tempestade. Sua substância aquosa é muito
volátil e evapora ao menor calor, através de uma pele extremamente fina que a segura.
Não se dissolve em vinagre, na água ou no espírito do vinho; mas se estiver contida em
um vaso bem selado, dissolve-se em uma água fétida. Os filósofos herméticos coletam-na
antes do nascer do sol no vidro ou na madeira e derivam dela um tipo de pó branco similar
ao amido, que produz ou não produz a pedra filosofal.
Cãibra. As morsas têm nas costeletas, como os babuínos, várias cerdas. Não há
nenhum marinheiro que não faça um anel dessas cerdas, que na opinião deles protege
contra a cãibra.
Crapaudina. Uma pedra encontrada na cabeça dos sapos; as bruxas estão à procura de
seus feitiços malignos. Vários escritores asseguram que é um objeto muito raro, e tão raro,
que alguns negam a existência desta pedra. No entanto, Thomas Brown não acredita que
o fato é impossível, pois, diz ele, todos os dias encontramos substâncias pedregosas nas
cabeças de bacalhaus, carpas, grandes caracóis sem conchas. Há quem pense que estes
tordos são concreções minerais que os sapos rejeitam depois de tê-los engolido, para
prejudicar o homem 89. Mas isso não passa de conto.
Crapoulet. Ver: Zozo.
89
Thomas Brown, Essai sur les erreurs populaires, t. I, liv. III, ch. XIII, p. 312.
Credulidade. Tem seus excessos, que ainda são menos fatais do que os da incredulidade.
Crespet (Pierre). Religioso celestino, morreu em 1594, autor de um tratado contra a magia
intitulada “Deux livres de la haine de Satan et des malins esprits contre l’homme, etc”.
Paris, 1590, in-8°. Este livro é raro e curioso.
Crivos Falar aos crivos é um provérbio antigo que significa fazer uma dança da peneira por
meio das palavras misteriosas. Teócrito chamava assim as pessoas que tinham esse
poder de peneirar feiticeiro ou feiticeiras. "Eu me encontrei", disse Bodin 91, “há vinte anos,
em uma casa em Paris, onde um jovem moveu uma peneira sem tocá-la, em virtude de
certas palavras francesas, e isso diante de uma reunião, e a prova, disse ele, que era pelo
poder do espírito inteligente é que, na ausência deste jovem um presente tentou
inutilmente operar a sua ação, usando suas mesmas palavaras”. Ver: Cosquinomancia.
Crimes. Ver: Possessões.
90
Des grands et redoutables jugements de Dieu, p. 66
91
Démonomanie des sorciers, liv. II, p. 155
Cristoval de Garalde. Ver: MARISSANE.
Critomancia. Adivinhação que era praticada por meio de carnes e bolos. A massa dos
bolos que foram oferecidas como sacrifício era analisada; a farinha de cevada que estava
espalhada sobre as vítimas era usada para presságios.
Crocodilos. Os egípcios modernos asseguram que antigamente os crocodilos eram
animais dóceis, e eles contavam da seguinte maneira a origem de sua ferocidade.
Humeth, governador do Egito sob Gisar Al-Mutacil, califa de Bagdá, fez destruir a imagem
de um grande crocodilo (figura talismânica) encontrada enquanto cavava as fundações de
um antigo templo pagãos, na mesma hora desta execução os crocodilos deixaram o Nilo, e
nunca cessaram, daquele tempo, de prejudicar com suas voracidades 92. Ver: Estrelas.
Plínio e Plutarco testificam que os egípcios sabem, pelo lugar onde os crocodilos colocam
seus ovos, até onde o transbordamento do Nilo vai. Mas seria difícil, diz Thomas Brown,
entender como esses animais poderiam ter adivinhado um efeito que, nessas
circunstâncias, depende de causas extremamente remotas, isto é, a medição das praias
na Etiópia. Os habitantes de Tebas e do Lago Mœris faziam um culto especial para os
crocodilos. Eles colocavam pedras preciosas e ornamentos dourados em seus ouvidos, e
os alimentavam com carnes consagradas. Após a sua morte, eles eram embebidos e
depositados em urnas que eram transportadas no labirinto que servia como funeral dos
faraós. Os umbitas até tinham a superstição de se alegrar ao ver seus filhos sequestrados
por crocodilos. Mas estes animais eram abominados no resto do Egito, exceto em Tentiris
ou Denderah, cujos habitantes não os temiam. Aqueles que os adoravam diziam que
durante os sete dias dedicados aos dias festivos do nascimento de Apis, eles esqueciam
suas ferocidades naturais e não causavam dano algum; mas no oitavo dia, depois do
meio-dia, ficavam furiosos novamente.
Croft (Elisabete). Quando os ingleses descobriram que a rainha Maria Tudor, tão
covardemente caluniada, iria se casar com o rei da Espanha Filipe II, foi um grande susto
entre os reformadores, e surgiram várias intrigas para impedir essa união. Um certo Drack
levou uma garota chamada Elisabete Croft, por uma quantia em dinheiro, se deixou trancar
entre duas paredes, e que, por meio de buracos escondidos, poderia dizer as palavras que
seriam cochichadas em suas orelhas, o que foi feito. Logo, então, espalhou-se em Londres
que as vozes certamente vinham do céu, já que ninguém era visto. A multidão apressou-
se. A voz ameaçou a Inglaterra com os desastres mais terríveis se a rainha se casasse
com o espanhol; ela falava furiosamente contra o Papa e contra a igreja romana, e os
reformados ficaram corados de felicidade. Esta farsa durou vários dias sem suspeita do
processo, o bato era de que um anjo falava em Londres. Mas entre os magistrados, alguns
ainda eram católicos; eles suspeitavam de uma manobra; demoliram a muralha de onde
vinha a voz, e descobriram Elisabete Croft. Não parece que foi punida, nem seu
subornador, porque eles tinham muitos partidários na multidão.
Cruz. Este nome sagrado, que é o terror do inferno, não deveria ser incluído aqui
também. Mas a superstição, que abusa de tudo, não a respeitou. Há cruzes em todas as
fórmulas dos livros de feitiços, e nenhum feiticeiro nunca teve coragem de comandar o
menor demônio sem este sinal.
As cruzes que as bruxas usam em seus pescoços e rosários, e aquelas que estão
nos locais do Sabbath, nunca são completas, como pode ser visto por aquelas
encontrados em cemitérios infestados de bruxos e nos lugares onde os Sabbath são
realizados. A razão é, dizem, os demonólogos, que o diabo não pode aproximar-se de uma
cruz intacta.
Cromeruach. O principal ídolo dos irlandeses, antes da chegada de São Patrício em seu
país. A aproximação do Santo causou a sua queda, dizem as lendas, enquanto as
divindades inferiores fugiam para o subsolo. De acordo com alguns contos, em memória
deste prodígio, ainda vemos suas cabeças no chão em uma planície que não existe mais.
Cupai. Ver: Kupai.
Curdos. Ver: Kurdos.
Cureau de la Chambre. Médico habilidoso, morreu em 1669. Deixou a obra “Discours sur
les principes de la chiromancie et de la métoposcopie”. Paris, 1653, in-8°. Também foi
impresso com o título “A Arte de conhecer os homens”.
Curko. Divindade dos prussianos antes de sua conversão ao cristianismo. Era uma
divindade provedora e sua imagem recebia um culto. Mas essa imagem era uma pele de
cabra erguida em um poleiro de três metros e coroada com espigas de milho.
Cúrcio. Filho de um gladiador romano. Diz-se que um espectro anunciou que morreria,
quando estava na África, acompanhando um tenente do governador de uma região
conquistada. Um dia, viu em um mercado o espectro de uma mulher alta, que lhe disse
que ela era a África e que estava ali para anunciar a sua felicidade. Assegurou-lhe que
teria grandes honras em Roma; que ainda voltaria a solo Africano, não como um soldado,
mas como comandante-em-chefe, e que morreria ali. Esta predição foi cumprida
inteiramente; Cúrcio foi questor e depois pretor; teve os privilégios do consulado e foi
enviado como governador para a África; mas quando ele desembarcou, foi atingido por
uma doença qualquer e morreu93. É muito provável que este conto tenha sido feito depois
dos eventos. Sobre outro Cúrcio, ver: Devoção.
Cwes. Ver: Cão.
Ciclopes. Personagens fabulosos que habitavam a Sicília na parte que rodeia o Etna.
Eram ferreiros; gigantes ásperos e grosseiros, canibais e tinham apenas um olho no meio
da testa. Ver: Odisseia.
Cilindros. Tipos de amuletos circulares que persas e egípcios usavam no pescoço, e que
eram adornados com figuras e hieróglifos.
Cimbal. É o nome que os feiticeiros dão ao caldeirão em que comem sua sopa entre
as celebrações do Sabbath.
93
Leloyer, Histoire des spectres ou apparitions des esprits, liv. III, ch. XVI, p. 268
Cinantropia. Aqueles que são atacados por esse tipo de frenesi se convencem de
que são transformados em cães. É, como a bousantropia, um tom do estado
lobisomem. Ver: Lobisomens.
Cinobalanos. Nação imaginária que Lucieno representa com mostos de cão e montada em
bolotas voadas.
São Cipriano. Antes de se converter ao cristianismo, São Cipriano trabalhava com magia.
Vemos em seus Atos, escritos por Simeão Metafratos, que ele evocava os demônios, e
que foram as provações que ele fez de seu desamparo contra o simples sinal da cruz que
chegou à fé cristã.
Cirano de Bergerac. Notável escritor do século XVII. Suas obras contêm duas cartas
muito originais sobre feiticeiros. Não precisamos contar suas histórias de “Empires du
soleil et de la lune”. Ele também fez uma viagem para o submundo; é uma piada pura 94.
94
Ver: “Lendas do outro mundo”.