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HENRYQUE CORNELIUS AGRIPPA DE

NETTESHEIM

O QUARTO

LIVRO
DE
FILOSOFIA
OCULTA
O PREFÁCIO AO LEITOR SEM PRECONCEITOS
Assim como a queda do homem tornou a si mesmo e a todas as outras
criaturas, sujeitos à vaidade, assim, por causa disso, as artes mais nobres e
excelentes com que a alma racional foi cultivada, são, pelo enferrujado
câncer do tempo, levadas à corrupção. Pois a própria magia, que os antigos
contemplavam divinamente, está escandalizada por ostentar a insígnia de
todas as feitiçarias diabólicas; essa arte (diz Mirandola)[1], “Poucos entendem,
muitos repreendem, e como os cães latem para aqueles que não conhecem,
muitos condenam e odeiam as coisas que não entendem.”
Muitos homens existem, que abominam o próprio nome e palavra mago, que
por causa de Simão o Mago, que na verdade não sendo mago, mas sendo
familiarizado com espíritos malignos, usurpou esse título. Mas magia e
bruxaria são ciências muito diferentes; Plínio, sendo ignorante, zombou
disso: pois Nero (diz Plínio), que tinha os mais excelentes mágicos do
Oriente, enviado por Tirídates, rei da Armênia, que controlava aquele reino
por ele, achou a arte após longo estudo e trabalho totalmente ridícula. Ora, a
bruxaria e a feitiçaria são obras feitas meramente pelo Diabo, que com
respeito a algum pacto feito com o homem, age pelos homens como seus
instrumentos, para realizar seus fins malignos: destes, as histórias de todas as
épocas, povos e países, como também as Sagradas Escrituras, nos fornecem
diversos exemplos.
Mas mago é uma palavra primitivamente persa, por meio da qual se expressa
aquele que é totalmente versado nas coisas divinas e, como afirma Platão, a
arte da magia é a arte de adorar a Deus; e os persas chamaram seus deuses de
Mαγoς (Magos). Daí Apolônio disse, que o mago é, de outro modo, o χατα
ϕ υσiν Φεoς ou θεραπευτης Φεων, isto é, que mago é um nome às vezes
daquele que é um deus por natureza, e às vezes daquele que está a serviço de
Deus: Este último sentido é mostrado em Mateus 2:1,2 quando os sábios
vieram adorar Jesus, e este é o primeiro e mais elevado tipo, que é chamado
de magia divina; e a estes os latinos intitulavam sapientes, ou sábios: pois o
temor e a adoração a Deus é o princípio do conhecimento. Esses sábios os
Gregos chamavam de filósofos; e entre os Egípcios eles eram chamados de
sacerdotes; os Hebreus os denominaram cabalistas, profetas, escribas e
fariseus; e entre os Babilônios eles eram diferenciados pelo nome de Caldeus;
e pelos Persas eram chamados de magos: e alguém falando sobre Sóstenes,
um dos antigos magos, usava estas palavras: “Sóstenes atribui a devida
majestade ao Deus verdadeiro e reconhece que os seus anjos são ministros e
mensageiros que assistem à adoração do Deus verdadeiro; ele também
revelou que existem demônios terrestres e errantes, e inimigos da
humanidade.”
De modo que a palavra mago, por si mesma, importa um contemplador das
ciências divinas e celestiais; mas, sob o nome de magia, todas as artes ilegais
são compreendidas; como necromancia e bruxaria, e tais artes que são
efetuadas por combinação com o Diabo, e das quais ele é parte.
Essas bruxas e necromantes também são chamados de malefici ou venefici;
feiticeiros ou envenenadores; nome do qual as bruxas são corretamente
chamadas, que sem a arte da magia, realmente usam a ajuda do próprio Diabo
para fazer o mal; praticando a mistura do pó de cadáveres com outras coisas
com a ajuda do Diabo no preparo; e em outras ocasiões fazem imagens de
cera, argila ou outro tipo (como se isto fosse sacramental) para efetuar
aquelas coisas que o Diabo por outros meios realiza. Tais foram, e até hoje
em parte, senão totalmente, são as corrupções que tornaram odioso o próprio
nome da magia, tendo procurado principalmente, como é a maneira de todas
as imposturas, falsificar a parte mais elevada e nobre dela.
Um segundo tipo de magia é a astrologia, que julga os eventos das coisas por
vir, naturais e humanas, pelos movimentos e influências das estrelas sobre
esses elementos inferiores, por eles observados e compreendidos.
Philo o Judeu, afirma que por esta parte da magia ou astrologia, junto com os
movimentos das estrelas e outros corpos celestes, Abraão descobriu o
conhecimento do Deus verdadeiro enquanto vivia em na Caldéia; “Quem
contempla a criatura, conhece o criador” (disse Damasceno). Josefo relata
que Abraão instruiu os egípcios em aritmética e astronomia; que antes de
Abraão vir a eles, não conheciam nenhuma dessas ciências. “Abraão, o mais
santo e sábio dos homens, ensinou primeiro aos Caldeus, depois aos Fenícios
e por último aos sacerdotes Egípcios, astrologia e conhecimento divino.”
Sem dúvida, Hermes Trismegistus, aquele divino mago e filósofo que (como
dizem alguns) viveu muito antes de Noé, alcançou muito conhecimento
divino do Criador através do estudo da magia e da astrologia; como seus
escritos, até hoje existentes entre nós, testificam.
O terceiro tipo de magia contém toda a filosofia da natureza; que traz à luz as
virtudes mais íntimas e as extrai do seio oculto da natureza para uso humano:
Virtudes ocultas no centro do centro, de acordo com os químicos. Desse tipo
foram Albertus, Arnoldus de Villa Nova, Raimundo, Bacon e outros, etc.
A magia que esses homens professavam é assim definida: A magia é a
conexão de agentes naturais e pacientes, responsáveis uns pelos outros,
operados por um homem sábio, para produzir efeitos que são maravilhosos
para aqueles que não conhecem suas causas.
Em tudo isso, Zoroastro era bem instruído, especialmente no primeiro e no
mais alto: pois em seus oráculos ele confessa que Deus é o primeiro e o mais
alto; ele acredita na Trindade, que ele não investigaria por nenhum
conhecimento natural; ele fala de anjos e do Paraíso; aprova a imortalidade da
alma; ensina a verdade, a fé, a esperança e o amor, discorrendo sobre a
abstinência e a caridade dos Magos.
Desse Zoroastro, Eusébio na teologia dos Fenícios, usando as próprias
palavras de Zoroastro: “Assim diz Zoroastro, palavra por palavra: “Deus o
primeiro, incorruptível, eterno, não gerado, sem partes, semelhante a si
mesmo, o guia de todo o bem, sem esperar recompensa, o melhor, o mais
sábio, o pai do direito, tendo aprendido a justiça sem ensinar, perfeito, sábio
por natureza, o único inventor dela.””
De modo que um mago não é outro senão um observador estudioso e
expositor das coisas divinas; e a própria arte em nenhum outro encontra a
perfeição absoluta da filosofia natural. Não obstante, há uma mistura em
todas as coisas, do bem com o mal, da falsidade com a verdade, da corrupção
com a pureza. O bem, a verdade, a pureza, em todo tipo, podem muito bem
ser abraçados: como na antiga adoração de Deus pelo sacrifício, não havia
homem que conhecesse a Deus entre os mais velhos, que precisasse adorar o
Deus de todo o poder, ou quem condenasse esse tipo de adoração, porque o
Diabo era então adorado à imagem de Baal, Dagom, Astaroth, Chemosh,
Júpiter, Apolo e semelhantes.
Nem o abuso da astrologia aterrorizou Abraão (se acreditarmos nos escritores
mais antigos e religiosos) de observar os movimentos e a natureza dos corpos
celestes. Tampouco pôde impedir os homens sábios e eruditos de nossos dias
de atribuir essas virtudes, influências e inclinações às estrelas e outras luzes
do céu, que Deus deu a essas suas gloriosas criaturas.
Devo esperar algumas calúnias e objeções contra isso, do homem
preconceituoso malicioso e dos preguiçosos afetantes da ignorância, de quem
esta era está enxameada; mas a voz e o som da cobra e do ganso são todos
um. Mas nossos estômagos não estão agora tão enjoados e ternos, depois de
tanto tempo alimentando-nos de uma divindade sólida, nem tão ofensivos e
surpreendentes, por termos sido tão iluminados no caminho de Deus, que
deveríamos recair naquela era infantil, em que a Metafísica de Aristóteles, em
um conselho na França, foi proibida de ser lida.
Mas eu incito o leitor a uma opinião caridosa sobre isso, com um protesto
cristão de um propósito inocente nisso; e rogar ao leitor que siga este
conselho de Tabaeus: “E se houver algum escândalo neste meu
empreendimento, é tomado, não dado”. E este conforto eu tenho naquele
axioma de Trismegistus; que é verdadeiro mestre em filosofia. E, portanto, eu
a apresento sem disfarce, e objeto a todos com franqueza e indiferença; e de
leitores, dos quais há quatro tipos, como se observa: esponjas, que atraem a
todos sem distinguir; ampulhetas, que recebem e derramam tão rápido; sacos,
que retêm apenas os restos de especiarias, e deixam o vinho escapar; e
peneiras, que retêm apenas o melhor. Alguns são do último tipo, e para eles
eu apresento esta Filosofia Oculta, sabendo que podem colher o bem com
isso. E aqueles que são severos contra isso, eles perdoarão esta minha
opinião, que tal severidade procede da culpa própria; e deem-me permissão
para aplicar aquilo que diz Ennodius, que é a natureza da maldade própria
pensar dos outros, o que eles próprios merecem. E é todo o conforto que o
culpado tem, não encontrar nenhum inocente. Mas que, entre outras coisas,
isso possa encontrar alguma aceitação, este é o desejo de R. Turner.
Londres, Agosto de 1654.
HENRY CORNELIUS AGRIPPA – DA GEOMANCIA
Geomancia é uma arte de adivinhação, por meio da qual o julgamento
pode ser feito por sorte, ou destino, para todas as questões sobre tudo; mas a
arte disto consiste especialmente em certos pontos dos quais certas figuras
são deduzidas de acordo com a razão ou regra de igualdade ou desigualdade,
semelhança ou dessemelhança; cujas figuras também são reduzidas às figuras
celestes, assumindo suas naturezas e propriedades, de acordo com o curso e
as formas dos signos e planetas; não obstante, em primeiro lugar devemos
considerar que enquanto este tipo de arte não pode declarar ou mostrar nada
de verdade, a menos que seja radical em alguma virtude sublime, e isto os
autores desta ciência demonstraram ser ambíguo.
Um lado consiste em religião e cerimônias; e, portanto, terão as projeções dos
pontos desta arte a serem feitos com sinais na terra, pelo que esta arte é
apropriada a este elemento da terra, assim como a piromancia ao fogo, e a
hidromancia ao elemento água; assim considerando eles julgaram a mão do
projetor ou trabalhador como sendo mais poderosamente movida e dirigida
aos espíritos terrestres; e, portanto, eles primeiro usaram certos
encantamentos sagrados e depreciações, com outros ritos e observações,
provocando e seduzindo espíritos desta natureza até aqui.
Outro poder é o que dirige e governa este lote ou fortuna, que está na própria
alma do projetor, quando ele é levado a este trabalho com algum grande
egresso de seu próprio desejo, pois esta arte tem uma obediência natural à
própria alma, e necessariamente tem eficácia e é movida para o que a própria
alma deseja, e este caminho é muito mais verdadeiro e puro; nem importa
onde ou como esses pontos são projetados; portanto, esta arte tem a mesma
raiz com a arte das questões astrológicas; que também não pode ser
verificado de outra forma, a menos que com um afeto constante e excessivo
do próprio consulente. Agora então, que possamos prosseguir para a práxis
desta arte; primeiro, deve-se saber que todas as figuras sobre as quais toda
esta arte se baseia são apenas dezesseis, como na tabela a seguir, você verá
anotado, com seus nomes.
Agora vamos proceder a declarar com quais
planetas essas figuras são distribuídas; pois daí depende toda a propriedade e
natureza das figuras e o julgamento de toda a arte. Portanto, a Maior e a
Menor Fortuna são atribuídas ao sol; mas a primeira ou Maior Fortuna é
quando o sol é diurno e posicionado em suas dignidades; a outra, ou Fortuna
menor, é quando o sol é noturno ou colocado em menos dignidades. Via e
Populus (isto é, Caminho e Povo) referem-se à Lua; a primeira de seu início
e aumento, a segunda de sua luz total e quarto decrescente. Acquisitio e
Laetitia (que é Ganho, Lucro; Alegria e Felicidade) são de Júpiter: mas a
primeira tem Júpiter, a Fortuna Maior, a segunda a Menor, mas sem prejuízo.
Puella e Amissio são de Vênus; o primeiro afortunado, o outro (por assim
dizer) retrógrado ou resplandecente. Conjunctio e Alvo são ambos figuras de
Mercúrio e são ambos bons; mas o primeiro, o mais afortunado. Puer e
Rubeus são figuras atribuídas a Marte; o primeiro do qual Marte é
benevolente, o segundo malévolo. Carcer e Tristitia são ambos figuras de
Saturno, e ambos malévolos; mas o primeiro, do maior prejuízo. A Cabeça do
dragão e a Cauda do dragão seguem suas próprias naturezas.
E essas são as comparações infalíveis das figuras, e delas podemos
facilmente discernir a igualdade de seus signos; portanto, as Fortunas
Maiores e Menores têm os signos de Leão, que é a casa do sol. Via e Populus
têm o signo de Câncer, que é a casa da lua. Acquisitio tem como signo
Peixes; e Laetitia Sagitário, que são as duas casas de Júpiter. Puella tem o
signo de Touro e Amissio o de Libra, que são as casas de Vênus. Conjunctio
tem como seu signo Virgem, e Alvo o signo de Gêmeos, as casas de
Mercúrio. Peur e Rubeus têm como signos Áries e Escorpião, as casas de
Marte. Carcer tem o signo de Capricórnio, e Tristitia Aquário, as casas de
Saturno. A Cabeça e a Cauda do Dragão são assim divididas: a Cabeça para
Capricórnio e a Cauda do Dragão aderem a Escorpião.
E a partir daí você pode facilmente obter as triplicidades desses signos à
maneira das triplicidades dos signos do zodíaco. Puer juntamente com ambas
as Fortunas, e Laetitia governam a triplicidade ígnea; Puella, Conjunctio,
Carcer e a Cabeça do Dragão, a triplicidade terrena; Albus, Amissio, e
Tristitia, fazem a triplicidade aérea; e Via, Populus e Rubeus, com a Cauda
do Dragão e Acquisitio, regem a triplicidade aquosa, e esta ordem é tomada
de acordo com o curso ou à maneira dos signos.
Mas se alguém vai constituir essas triplicidades de acordo com a natureza dos
planetas, e das próprias figuras, que observe esta regra, que Fortuna Maior,
Rubeus, Puer e Amissio fazem a triplicidade ígnea; Fortuna Menor, Puella,
Laetitia e Conjunctio triplicidade do ar; Acquisitio, a Cauda do Dragão, Via
e Populus governam a triplicidade aquosa; e a triplicidade terrestre é
governada por Carcer, Tristitia, Albus e a Cabeça do Dragão. E este
caminho deve ser observado antes do primeiro, que apresentamos; porque é
constituído de acordo com a regra e maneira dos signos.
Essa ordem também é muito mais verdadeira e racional do que a vulgarmente
usada, que é descrita desta maneira: Da triplicidade ígnea são Cauda, Fortuna
Menor, Amissio e Rubeus; da triplicidade aérea são Acquisitio, Laetitia, Puer
e Conjunctio; da triplicidade aquosa são Populus, Via, Albus e Puella; e
Cabeça do Dragão; Fortuna Major, Carcer e Tristitia são da triplicidade
terrestre.
Eles também distribuem essas figuras aos doze signos do zodíaco, da
seguinte maneira: Aquisitio é dada a Áries; Fortuna Maior e Menor para
Touro; Laetitia ao signo de Gêmeos; Puella e Rubeus para o Câncer; Albus é
atribuído a Leão; Via para Virgo; a Cabeça do Dragão e Conjuctio a Libra;
Puer é submetido a Escorpião; Tristitia e Amissio são atribuídos a Sagitário; a
Cauda do Dragão para Capricórnio; Populus para Aquário; e Carcer recebe o
signo de Peixes.
E agora chegamos a falar da maneira de projetar ou fixar essas figuras, que é
assim; que estabelecemos os pontos de acordo com seu curso em quatro
linhas, da mão direita para a esquerda, e isso em quatro cursos. Haverá,
portanto, para nós quatro figuras feitas em quatro linhas diversas, de acordo
com a marcação par ou desigual, a cada várias linhas; cujas quatro figuras
costumam ser chamadas de matres: as quais trazem o resto, preenchendo e
completando toda a figura de julgamento, um exemplo da qual você pode ver
aqui a seguir:
Destas quatro Matres são produzidas também outras quatro figuras
secundárias, que eles chamam de Filia, ou sucedentes, que são reunidas desta
maneira; isto é, fazendo as quatro Matres de acordo com sua ordem,
colocando-as por curso uma após a outra + +; então o que deve resultar de
cada linha, faz a figura da Filiae, a ordem da qual é descendo dos pontos
superiores por ambos os médios até o mais baixo; como neste exemplo.
E essas oito figuras fazem oito casas do céu, desta maneira, colocando as
figuras da mão esquerda para a direita; assim como as quatro Matres fazem as
quatro primeiras casas, assim as quatro Filiae fazem as quatro casas
seguintes, que são a quinta, a sexta, a sétima e a oitava; e o resto das casas
são encontradas também desta maneira; isto é, da primeira e da segunda
deriva-se a nona; da terceira e da quarta, a décima; da quinta e sexta a décima
primeira; e da sétima e oitava a décima segunda: pela combinação ou junção
de duas figuras de acordo com a regra do número par ou ímpar nos pontos
restantes de cada figura.
Da mesma maneira, são produzidas as últimas quatro figuras; quer dizer, da
nona, décima, décima primeira e décima segunda, duas figuras que eles
chamam de Coadjutrices, ou Testes; dos quais dois também constituem um,
que é chamado de Índice de toda a figura, ou coisa questionada; como
aparece neste exemplo a seguir:
E isso que declaramos é a maneira comum observada pelos geomântes, que
não rejeitamos nem exaltamos totalmente; portanto, isso também deve ser
considerado em nossos julgamentos. Agora, portanto, darei a vocês a
verdadeira figura da geomancia, de acordo com a correta constituição da
razão astrológica, que é assim.
Como as primeiras Matres fazem os quatro ângulos de uma casa, a primeira
faz o primeiro ângulo, a segunda faz o segundo ângulo, a terceira faz o
terceiro ângulo e a quarta faz o quarto ângulo; assim, as quatro Filiae
decorrentes das Matres, constituem as quatro casas sucessoras; a primeira faz
a segunda casa, a segunda a décima primeira, a terceira a oitava e a quarta faz
a quinta casa; as demais casas, que são cadentes, devem ser calculadas de
acordo com a regra de sua triplicidade; isto é, fazendo a nona da primeira e
quinta, e a sexta da décima e segunda, da sétima e da décima primeira a
terceira, e da quarta e oitava a décima segunda.
E agora você tem toda a Figura do julgamento verdadeiro constituído de
acordo com razões verdadeiras e eficazes, por meio das quais vou mostrar-lhe
como você deve completá-la. A figura que estará na primeira casa dará a você
o sinal ascendente, que a primeira figura mostra; o que sendo feito, você deve
atribuir seus sinais ao resto de suas casas, de acordo com a ordem dos signos;
então, em cada casa você deve notar os planetas de acordo com a natureza da
figura.
Então, de tudo isso, você deve construir seu julgamento de acordo com o
significado dos planetas nos sinais e casas em que eles serão encontrados, e
de acordo com seus aspectos entre si, e para o lugar do querente e da coisa
questionada. E você deve julgar de acordo com as naturezas dos signos que
ascendem em suas casas, e de acordo com as naturezas e propriedades das
figuras que eles colocaram nas várias casas, e de acordo com a combinação
de outras figuras que as aspectam; o índice da figura que o os geomantes em
sua maior parte fizeram, como é encontrado na figura anterior.
Mas aqui vamos dar-lhe o segredo de toda a arte, para descobrir o Índice na
figura subsequente, que é assim: Que você numere todos os pontos que estão
contidos nas linhas das projeções, e isso você deve dividir por doze e o que
resta se projeta do ascendente pelas várias casas, e em qual casa cair uma
unidade final, essa figura dá a você um julgamento competente da coisa
questionada; e isso junto com os significados dos julgamentos acima
mencionados. Mas se em qualquer parte eles forem iguais, ou ambíguos,
então o Índice sozinho deve certificar você da coisa questionada.
O exemplo desta figura é colocado aqui:
Resta agora, que declaremos, de que coisa e a que casa pertence uma questão.
Então, o que cada figura mostra ou significa a respeito de todas as questões
em cada casa.
Primeiro, portanto, trataremos dos significados das casas; que são estes:
A primeira casa mostra a pessoa do consulente, tão frequentemente quanto
uma questão deve ser proposta a respeito de seus próprios assuntos, ou
qualquer coisa pertencente a ele. E esta casa declara o julgamento da vida,
forma, estado, condição, hábito, disposição, forma e figura, e da cor dos
homens.
A segunda casa contém o julgamento de substância, riqueza, pobreza, ganho
e perda, boa e má fortuna: e de acidentes substanciais, como roubo, perda ou
negligência.
A terceira casa significa irmãos, irmãs e colaterais em sangue; ela julga de
pequenas viagens e fidelidades de homens.
A quarta casa significa pais e avôs, patrimônio e herança, posses, edifícios,
campos, tesouros e coisas escondidas; também dá a descrição daqueles que
querem alguma coisa por roubo, perda ou negligência.
A quinta casa julga legados, mensageiros, rumores, notícias; de honra, e de
acidentes após a morte: e de questões que podem ser propostas sobre
mulheres com filhos, ou criaturas grávidas.
A sexta casa julga enfermidades e remédios; de familiares e servos; de gado e
animais domésticos.
A sétima casa significa casamento, prostituição e fornicação; julgamento de
amigos, contendas e controvérsias; e das matérias julgadas perante os juízes.
A oitava tem o significado de morte e das coisas que vêm pela morte de
legados e hereditariedade; do dote ou parte de uma esposa.
A nona casa mostra jornadas, fé e constância; sonhos, ciências divinas e
religião.
A décima casa tem o significado de honras e de ofícios magisteriais.
A décima primeira casa significa amigos e a substância dos príncipes.
A décima segunda casa significa inimigos, servos, prisão e infortúnio, e todo
mal pode acontecer além da morte e doença, os julgamentos dos quais são
exigidos na sexta casa e na oitava.
Agora vamos mostrar o que cada figura antes falada significa nesses lugares;
que iremos agora desdobrar.

A FORTUNA MAIOR
Fortuna Maior sendo encontrada na primeira casa, dá vida longa e afasta do
molestamento de doenças; ela demonstra que um homem é nobre,
magnânimo, de boas maneiras, médio de estatura, tez avermelhada, cabelos
encaracolados e seus membros superiores maiores que seus inferiores.
Na segunda casa, ela significa riquezas manifestas e ganho manifesto, boa
fortuna e o ganho de qualquer coisa perdida ou extraviada; a captura de um
ladrão e a recuperação de coisas roubadas.
Na terceira casa, ela significa irmãos e parentes, nobres e pessoas de boa
conversação; viagens para serem prósperas e lucrativas com honra:
demonstra que os homens são fiéis e sua amizade não fingida.
Na quarta casa, ela representa um pai sendo nobre, e de boa reputação, e
conhecido por muitas pessoas; ela aumenta as posses nas cidades, aumenta os
patrimônios e descobre tesouros escondidos. Neste lugar, ela também
significa roubo, e recupera tudo o que foi perdido.
Na quinta casa, ela dá alegria aos filhos, e os faz alcançar grandes honras;
embaixadas ele torna prósperas; mas elas são compradas com dores e
orações; ele percebe rumores que são verdadeiros; ele confere honras
públicas, e faz com que o homem seja muito famoso depois da morte; previne
que uma mulher grávida dê à luz um filho varão.
Na sexta casa, ela se livra de doenças; mostra que aqueles que têm
enfermidades se recuperarão em pouco tempo; significa que um médico deve
ser fiel e honesto para administrar bons medicamentos, dos quais não se deve
suspeitar; servos domésticos e ministros para serem fiéis; e dos animais, ele
principalmente significa cavalos.
Na sétima casa, ela dá uma esposa rica, honesta e de boas maneiras; amorosa
e agradável; supera lutas e contendas. Mas se a questão for concernente a
eles, ela indica que os adversários são muito poderosos e grandes favoritos.
Na oitava casa, se for proposta a questão da morte de alguém, significa que
ele viverá; o tipo de morte que ela mostra ser boa e natural; um enterro
honesto e funerais honrados; ela prevê que a esposa tem um rico dote,
legados e herança.
Na nona casa, ela significa que as viagens são prósperas; e por terra a cavalo,
em vez de a pé, será longa, e não logo realizada; ela mostra o retorno dos que
estão ausentes; significa que os homens são de boa fé e constantes em suas
intenções; e religiosos; e que nunca mudam ou alteram sua fé; sonhos ele
presume serem verdadeiros; significam ciências verdadeiras e perfeitas.
Na décima casa, ela prenuncia grandes honras, concede cargos públicos,
magistratura e julgamentos; e honras nos tribunais dos príncipes; significa
juízes sendo justos, e não corrompidos com presentes; traz uma causa para
ser fácil e rapidamente acelerada; mostra vitória sendo certa; significa uma
mãe sendo nobre e de longa vida.
Na décima primeira casa, ela significa amigos verdadeiros e lucrativos; um
príncipe rico e liberal; torna um homem afortunado e amado por seu príncipe.
Na décima segunda casa, se uma questão for proposta sobre a qualidade dos
inimigos, isso demonstra que eles são potentes e nobres, e dificilmente serão
ser resistidos; mas se uma questão deve ser relativa a qualquer outra condição
ou respeito aos inimigos, ela o livrará de suas traições. Significa servos fiéis;
reduz fugitivos; tem significado de animais, como cavalos, leões e touros;
livra-se de prisões; e perigos eminentes ele atenua ou remove.
A FORTUNA MENOR
Fortuna Menor na primeira casa, dá vida longa, mas sobrecarregada de vários
molestamentos e doenças; significa uma pessoa de baixa estatura, um corpo
magro, tendo uma deformidade ou marca na testa ou no olho direito.
Na segunda casa, ela significa substância, e que deve ser consumido com
muita prodigalidade; esconde um ladrão; e algo roubado dificilmente será
recuperado, com muito trabalho.
Na terceira casa, ela causa discórdia entre irmãos e parentes; ameaça o perigo
de estar em uma jornada, mas escapar dela; torna os homens de boa fé, mas
de mente fechada e oculta.
Na quarta casa, ela prejudica patrimônios e heranças; esconde tesouros; e as
coisas perdidas não podem ser recuperadas, exceto com grande dificuldade;
ela significa um pai sendo honesto, porém, sendo um gastador de seu
patrimônio por prodigalidade, deixando pequenas porções para seus filhos.
Fortuna Menor na quinta casa dá poucos filhos; uma mulher com filho, ele
indica, terá uma filha; significa que as embaixadas são honrosas, mas pouco
lucrativas; eleva para significar honras; dá boa fama após a morte, mas não
muito divulgada; nem de memória duradoura.
Na sexta casa, ela significa doenças, tanto sanguíneas como coléricas; mostra
que o doente está em grande perigo, mas se recuperará; significa servos fiéis,
mas preguiçosos e inúteis; e o mesmo de outros animais.
Na sétima casa, ela dá uma esposa de uma boa descendência; mas você será
sobrecarregado com muitos problemas com ela; faz com que o amor seja
ansioso e inconstante; prolonga as contendas e faz com que o adversário o
contorne com muitas dúvidas; mas no decorrer do tempo ela dá a vitória.
Na oitava casa, ela mostra que o tipo de morte é boa e honesta; mas obscura,
ou em um lugar estranho, ou em peregrinação; descobre legados e posses;
mas para ser obtido com empenho e dificuldade; denota funerais e sepulturas
sendo obscuros; a parte de uma esposa dificilmente seria obtida, mas
facilmente perdida.
Na nona casa, ela torna as viagens perigosas; e um grupo ausente irá retornar
lentamente; faz com que os homens se ocupem em cargos religiosos; mostra
que as ciências não são realizadas; mas mantém a constância na fé e na
religião.
Na décima casa, ela indica que reis e príncipes são poderosos; mas ganham
seu poder com guerra e violência; os homens banidos que ela mostra voltarão
em breve; da mesma forma, descobre honras, grandes ofícios e benefícios;
mas pelo qual deves trabalhar e lutar continuamente, e onde não terás
continuidade estável; um juiz não te favorecerá; processos e contendas ela
prolonga; um pai e uma mãe que ele mostra morrerão em breve, e sempre
serão afetados por muitas doenças.
Na décima primeira casa, ele faz muitos amigos; mas os que são pobres e
inúteis, e não são capazes de suprir as tuas necessidades; ela te agrada com os
príncipes, e dá grandes esperanças, mas pequenos ganhos; nem por muito
tempo para continuar em qualquer benefício ou ofício concedido por um
príncipe.
Na décima segunda casa, ela mostra que os inimigos são astutos, sutis e
fraudulentos, e estuda para contornar você com muitas facções secretas:
significa alguém na prisão para ser detido por muito tempo, mas finalmente
para ser entregue; animais ela mostra serem infrutíferos, e servos não
lucrativos; e as mudanças de fortuna sendo frequentes, do bem para o mal, e
do mal para o bem.

VIA
Na primeira casa, concede uma vida longa e próspera; dá significado de um
estranho; magro de corpo e alto de estatura; de tez clara, com uma pequena
barba; uma pessoa liberal e agradável; mas lento e pouco viciado em
trabalho.
Na segunda, ela aumenta substância e riquezas; recupera tudo o que foi
roubado ou perdido; mas significa que o ladrão deve partir para fora da
cidade.
Na terceira, ela multiplica irmãos e parentes; significa jornadas contínuas e
prósperas; homens que são publicamente conhecidos, honestos e de boa
conversação.
Via na quarta casa, significa o pai sendo honesto; aumenta o patrimônio e a
herança; produz campos ricos; mostra que o tesouro está no lugar indagado;
recupera qualquer coisa perdida.
Na quinta, ela aumenta a companhia de filhos; mostra a uma mulher grávida
que dará à luz um filho varão; envia embaixadas para partes estranhas e
remotas; aumenta as honras públicas; significa um tipo honesto de morte, e
deve ser conhecido em muitas províncias.
Na sexta casa, Via preserva da doença; significa que o doente deve se
recuperar rapidamente; dá servos proveitosos, e animais frutíferos e
proveitosos.
Na sétima casa, ela concede uma esposa formosa e agradável, com quem
você desfrutará felicidade perpétua: faz com que lutas e controvérsias sejam
resolvidas rapidamente; adversários a serem vencidos facilmente, e que
submeterão de boa vontade suas controvérsias à arbitragem de bons homens.
Na oitava casa, ela mostra o tipo de morte que provém de doenças
fleumáticas; ser honesto e de boa fama; descobre grandes legados e ricas
heranças a serem obtidas pelos mortos; e se alguém for considerado morto,
ela mostra que está vivo.
Na nona casa, Via causa longas viagens por água, especialmente por mar, e
pressagia grandes ganhos a serem adquiridos por meio dela; ela denota
sacerdócio e lucros de empregos eclesiásticos; torna os homens de boa
religião, retos e constantes de fé; mostra que os sonhos são verdadeiros, cujo
significado aparecerá de repente; aumenta as ciências filosóficas e
gramaticais, e as coisas que pertencem à instrução e educação dos filhos.
Na décima casa, se Via for encontrada, ela faz reis e príncipes felizes e
afortunados, e tais que mantenham paz contínua com seus aliados; e que eles
devem exigir amizade e amizade entre muitos príncipes por suas várias
embaixadas; promove honras públicas, ofícios e magistratura entre o povo
vulgar e comum; ou sobre coisas relativas à água, viagens, ou sobre a coleta
de impostos e taxas: mostra os juízes como justos e misericordiosos, e que
rapidamente despacharão as causas que dependem deles: e denota uma mãe
como sendo de boa reputação, saúde e longevidade vida.
Na décima primeira casa, ele levanta muitos amigos ricos e adquire amigos
fiéis em províncias e países estrangeiros, e isso deve de bom grado aliviar
aquele que os necessita, com toda a ajuda e diligência; ela agrada as pessoas
com lucro e confiança entre os príncipes, empregando-o em tais ofícios, pois
ele estará sobrecarregado com viagens contínuas.
Via na décima segunda casa, causa muitos inimigos, mas daqueles dos quais
pouco dano ou perigo deve ser temido; significa que os servos e os animais
são lucrativos; quem está na prisão deve escapar ou ser rapidamente libertado
de lá; e preserva o homem dos maus acidentes da fortuna.

POPULUS
Populus sendo encontrado na primeira casa, se uma questão for proposta a
respeito dessa casa, mostra uma vida média, de meia-idade, mas inconstante,
com várias doenças e vários sucessos de fortuna; significa um homem de
estatura média, um corpo grosseiro, bem definido em seus membros; talvez
algum molde ou marca em seu olho esquerdo. Mas se for proposta uma
questão a respeito da figura de um homem, e a esta figura se houver alguma
das figuras de Saturno ou Rubeus, isso mostra que o homem é
monstruosamente deformado; e essa deformidade significa que procede de
seu nascimento; mas se na quinta casa, se ele for cercado por aspectos
malévolos, então tal monstruosidade ainda virá.
Na segunda casa, Populus mostra uma substância mesquinha, e que pode ser
obtida com grande dificuldade; torna o homem também sempre sensível ao
trabalho árduo; as coisas roubadas nunca são recuperadas; o que está perdido
nunca será totalmente recuperado; o que está escondido nunca será
encontrado. Mas se a questão for de um ladrão, declara que ele ainda não
deve fugir, mas sim permanecer à espreita dentro da cidade.
Na terceira casa, Populus cria poucos amigos, sejam irmãos ou parentes;
prevê viagens, mas com trabalho e dificuldade; não obstante, algum lucro
pode advir delas; denota um homem instável em sua fé, e faz com que um
homem muitas vezes seja enganado por seus companheiros.
Na quarta casa, significa que o pai está enfermo e de vida laboriosa, e seus
bens e heranças terrenos devem ser tirados; mostra que o lucro pode ser
ganho pela água; mostra que tesouro não deve ser escondido; ou se houver
algum escondido, que não seja achado; um patrimônio a ser preservado com
muito trabalho.
Na quinta casa, ele não mostra mensagens honestas, mas faz com que os
mensageiros sejam portadores, ou carregadores públicos; ele divulga falsos
rumores, que não obstante têm a semelhança de alguma verdade, e parecem
ter sua origem da verdade, o que não é relatado como é feito; significa que a
mulher é estéril e faz com que os que estão com filhos grandes abortem;
indica um funeral inglório, e depois mau relato após a morte.
Na sexta casa, Populus mostra doenças frias; e afeta principalmente as partes
inferiores do corpo; um médico é declarado descuidado e negligente em
administrar medicamentos aos enfermos, e significa que aqueles que são
afetados pela doença estão em perigo de morte, e mal se recuperam; observa
o engano dos servos e detrimento do gado.
Na sétima casa, mostra que a esposa é bela e agradável, mas que deve ser
solicitada com o amor de muitos cortejadores; significa que seus amores são
fingidos e dissimulados; faz com que adversários fracos e impotentes logo
abandonem o processo.
Na oitava casa, denota morte súbita sem qualquer doença prolongada ou
angústia, e muitas vezes mostra morte pela água; não dá herança, possessão
ou legado dos mortos; e se houver, eles serão perdidos por alguma contenda
intermediária, ou outra discórdia; ele significa que o dote de uma esposa é
pequeno ou nenhum.
Populus, na nona casa, mostra sonhos falsos, personifica um homem rude,
sem nenhum saber ou ciência; na religião, ele significa ofícios inferiores,
como servir para limpar a igreja ou tocar os sinos; e ele significa um homem
pouco curioso ou estudioso em religião, nenhum dos quais se preocupa com
muita consciência.
Na décima casa ele significa reis e príncipes, que em sua maioria são
expulsos de suas regras e domínios, ou sofrem problemas e prejuízos
contínuos sobre elas; ele significa ofícios e magistratura, que pertencem às
questões relativas às águas, como sobre a marinha, pontes, pesca, costas,
prados e coisas do gênero; faz com que os juízes sejam variáveis e lentos na
aceleração das causas diante deles; declara que a mãe é doente e de vida
curta.
Na décima primeira casa dá poucos amigos e muitos bajuladores; e com
príncipes não dá nem favor nem fortuna.
Na décima segunda casa ele mostra inimigos fracos e ignóbeis; declara que
alguém na prisão não deve ser libertado, descobre perigos nas águas e em
lugares cheios de água.

Acquisitio
Acquisitio encontrada na primeira casa, dá uma vida longa e uma velhice
próspera; significa um homem de estatura média e uma grande cabeça, um
semblante muito bom para ser distinguido ou conhecido, um nariz comprido,
muita barba, cabelos cacheados e olhos claros, livre de sua comida e bebida,
mas em todas as outras coisas com moderação e não liberal.
Na segunda casa, ele significa riquezas muito grandes, captura todos os
ladrões e faz com que tudo o que se perdeu seja recuperado.
Na terceira casa, muitos irmãos, ser rico; muitas viagens lucrativas; significa
um homem de boa-fé.
Na quarta é significado um patrimônio de muitas riquezas, muitas posses de
copiosos frutos; ele significa que o tesouro escondido em qualquer lugar será
encontrado; e mostra ao pai sendo rico, mas avarento.
Na quinta casa, Acquisitio significa muitos filhos de ambos os sexos, mas
mais homens do que mulheres; mostra que uma mulher está grávida e que
nascerá sem perigo; e se uma questão for proposta a respeito de qualquer
sexo, ele significa que é masculino; aumenta embaixadas e mensagens
lucrativas e prósperas, as estende não muito depois da morte, mas faz com
que um homem seja herdado por si mesmo, e significa que os rumores são
verdadeiros.
Na sexta casa ele representa muitas e graves doenças, e o desejo de continuar,
faz com que os enfermos corram perigo de morte, e muitas vezes morram;
contudo, declara que um médico é instruído e honesto; dá muitos servos e
bens móveis, e ganhos a serem adquiridos deles.
Na sétima casa, ele significa que uma esposa é rica, mas ou uma viúva, ou
uma mulher de idade avançada; significa que intrigas e contendas são grandes
e duráveis, e que o amor e o casamento devem ser efetuados por sorteio.
Na oitava casa, se um homem for inquirido, mostra que ele está morto,
significa que a espécie de morte é iminente e a doença dura apenas alguns
dias; descobre legados e heranças muito lucrativos e indica que uma esposa
tem um dote rico.
Na nona casa, ele significa viagens longas e lucrativas; mostra que se alguém
estiver ausente, ele logo voltará; faz com que o ganho seja obtido de pessoas
religiosas e eclesiásticas ou estudiosos, e significa um homem de uma ciência
verdadeira e perfeita.
Na décima casa, ele faz com que os príncipes aumentem seus domínios; um
juiz favorável, mas aquele que deve ser continuamente apresentado com
presentes; faz com que os cargos e a magistratura sejam muito lucrativos;
significa uma mãe rica e feliz.
Na décima primeira casa, Acquisitio multiplica amigos, e deles tira proveito,
e aumenta o favor dos príncipes.
Na décima segunda casa, ele significa que um homem terá muitos inimigos
poderosos ou potentes; reduz e traz os servos fugidos para casa e o gado
perdido; e significa que aquele que está na prisão não será libertado.

LAETITIA
Laetitia na primeira casa significa vida longa com prosperidade e muita
alegria e alegria, e faz com que o homem sobreviva e seja mais vitorioso do
que todos os seus irmãos; significa um homem de alta estatura, membros
formosos, testa larga e dentes grandes e largos; e que tem um rosto atraente e
bem colorido.
Na segunda casa, significa riquezas e muitos ganhos, mas grandes despesas e
várias mudanças de um estado e condição; o roubo e qualquer coisa perdida
são recuperados e devolvidos; mas se a questão for sobre um ladrão, declara
que ele fugiu.
Na terceira casa, Laetitia mostra que os irmãos são de boa conversação, mas
de vida curta; viagens agradáveis e confortáveis; homens de bom crédito e
fé.
Na quarta, ele significa felizes patrimônios e posses, um pai a ser nobre e
honrado com a dignidade de algum ofício principesco; mostra que o tesouro
está no lugar indagado, mas de menor valor do que se supõe, e faz com que
seja encontrado.
Na quinta casa ele dá filhos obedientes, dotados de boas maneiras, e em quem
haverá maior alegria e conforto na velhice; significa uma mulher grávida
dando à luz uma filha; mostra embaixadas honrosas e declara que os rumores
e notícias são totalmente verdadeiros, e deixa uma boa e ampla fama após a
morte.
Na sexta casa mostra que os enfermos ficarão curados, denota bons servos,
gado e animais bons e proveitosos.
Na sétima casa, Laetitia dá uma esposa formosa, bela e jovem; supera
contendas e contendas e torna o sucesso delas em amor.
Laetitia na oitava casa dá legados e posses, e uma porção louvável com uma
esposa. Se uma pergunta for proposta sobre a condição de qualquer homem,
isso significa que ele está vivo e declara um tipo de morte honesto, quieto e
manso.
Na nona casa, Laetitia significa muito poucas viagens, e aquelas que se
dedicam a viajar, suas viagens ou são sobre as mensagens e embaixadas de
príncipes, ou peregrinações para cumprir os votos sagrados; mostra que um
homem é de boa religião, de conhecimento indiferente e que facilmente
apreende todas as coisas com engenhosidade natural.
Na décima casa, levanta reis e príncipes para honras e grande fama; faz com
que eles sejam famosos por manter a paz durante seu governo; significa que
os juízes são cruéis e severos; ofícios honestos e magistratura; significa
aquelas coisas que são exercidas sobre assuntos eclesiásticos, escolas ou a
administração de juízes; mostra à mãe, se ela for viúva, que ela se casará
novamente.
Na décima primeira casa, Laetitia aumenta o favor dos príncipes e multiplica
amigos.
E na décima segunda casa Laetitia dá a vitória sobre os inimigos; causa bons
servos e famílias, livra da prisão e preserva de males futuros.

PUELLA
Puella na primeira casa significa uma pessoa de vida curta, constituição física
fraca, estatura média, pouca gordura, mas bela, afeminada e luxuosa, e
alguém que incorrerá em muitos problemas e perigos em sua vida por amor
às mulheres.
Na segunda casa, não aumenta as riquezas nem diminui a pobreza; significa
um ladrão que não deve estar afastado da cidade, e uma coisa roubada foi
alienada e perdida; se a questão é de um tesouro em um lugar, está resolvido
que não há nenhum.
Na terceira casa, Puella significa mais irmãs do que irmãos, e aumenta e
continua a boa amizade entre eles; denota que as viagens são agradáveis e
alegres, e os homens de boas conversas.
Na quarta casa, Puella significa um patrimônio muito pequeno, e um pai não
vivendo muito, mas torna os campos férteis com bons frutos.
Na quinta casa, uma mulher grávida é representada dando à luz uma filha;
não denota embaixadas, causa muito comércio com mulheres e algum cargo a
ser obtido delas.
Puella na sexta casa significa muita fraqueza dos enfermos, mas faz com que
os enfermos logo se recuperem; e mostra que um médico é ao mesmo tempo
iletrado e inábil, mas alguém que é muito estimado na opinião do povo
comum; dá bons servos, servas, gado e animais.
Na sétima casa, Puella dá uma esposa formosa, bela e agradável, conduzindo
uma conversa pacífica e tranquila com o marido, não obstante uma que arderá
em luxúria e será cobiçada e desejada por muitos homens; não denota
processos ou controvérsias, que dependerão de um juiz, mas algumas
contendas e disputas com as pessoas comuns umas entre as outras, que serão
facilmente dissolvidas e encerradas.
Na oitava casa, se a questão for de alguém que se diz morto, Puella declara
que ele está vivo; dá uma pequena porção com a esposa, mas aquilo que
contenta seu marido.
Na nona casa, Puella significa muito poucas viagens, mostra um homem de
boa religião, indiferente habilidade ou conhecimento em ciências, a menos
que felizmente música, tanto vocal como instrumental.
Na décima casa, Puella significa que os príncipes não são muito potentes,
mas, apesar disso, devem governar pacificamente dentro de seus domínios e
devem ser amados por seus vizinhos e súditos; faz com que sejam afáveis,
brandos e corteses, e que sempre se exercitem com alegria, brincadeiras e
caças contínuas; torna os juízes bons, piedosos e misericordiosos; dá cargos
sobre mulheres, ou especialmente de mulheres nobres.
Na décima primeira Casa, Puella dá muitos amigos e aumenta o favor das
mulheres.
Na décima segunda casa, Puella significa poucos inimigos, mas contenda
com as mulheres; e livra os prisioneiros da prisão pela intercessão de amigos.
AMISSIO
Amissio na primeira casa significa que o doente não deve viver muito e
mostra uma vida curta; significa um homem de membros desproporcionais ao
seu corpo, e alguém de uma vida e conversação perversas, e que é marcado
com algum defeito notório e notável em alguma parte de seu corpo, como
coxo ou mutilado ou semelhante.
Amissio na segunda casa consome todos os bens, e faz alguém sofrer e
suportar o peso da miséria; nem o ladrão, nem a coisa roubada serão achados;
significa que o tesouro não deve estar no lugar procurado e deve ser
procurado com perdas e danos.
Na terceira casa, Amissio significa a morte de irmãos, ou a falta deles, e de
parentes e amigos; não significa jornadas e faz com que alguém seja
enganado por muitos.
Na quarta casa, Amissio significa a destruição total do patrimônio de uma
pessoa, mostra que o pai é pobre e o filho morre.
Amissio na quinta casa mostra a morte de crianças e aflige o homem com
várias dores; significa que uma mulher não está grávida ou então abortou;
não levanta fama ou honras, e dispersa falsos rumores.
Na sexta casa, Amissio significa que o doente deve ser curado, ou que ele
logo se recuperará; mas causa perdas e danos para servos e gado.
Na sétima casa, Amissio dá uma mulher adúltera e contraria o marido com
contendas contínuas; no entanto, ela não viverá muito; e faz com que as
contendas sejam encerradas.
Na oitava casa, Amissio significa que o homem está morto, consome o dote
da esposa; não concede ou envia heranças ou legados.
Na nona casa, Amissio não causa viagens, mas se houverem serão rodeadas
por grandes perdas; significa que os homens são inconstantes na religião, e
frequentemente mudando sua opinião de uma seita para outra, e totalmente
ignorantes de saber.
Na décima casa, Amissio torna os príncipes muito infelizes e mostra que eles
serão compelidos a encerrar sua vida no exílio e banimento; os juízes são
iníquos; e significa que os ofícios e a magistratura são prejudiciais, e mostra a
morte de uma mãe.
Na décima primeira casa, Amissio significa poucos amigos e faz com que se
percam facilmente e se tornem inimigos; e faz com que o homem não tenha o
favor de seu príncipe, a menos que isso lhe seja prejudicial.
Na décima segunda Casa, Amissio destrói todos os inimigos, detém por
muito tempo na prisão, mas preserva dos perigos.

Conjunctio
Conjunctio na primeira casa traz uma vida próspera e significa um homem de
estatura média, nem magro nem gordo, rosto comprido, cabelos lisos, uma
pequena barba, dedos e coxas longos, liberal, amável e amigo de muitas
pessoas.
Na segunda casa, Conjunctio não significa quaisquer riquezas a serem
obtidas, mas preserva o homem seguro e livre das calamidades da pobreza;
detecta o ladrão e a coisa roubada e adquire um tesouro escondido.
Na terceira casa, ele dá várias viagens com vários sucessos e significa boa fé
e constância.
Na quarta casa a Conjunctio mostra um patrimônio mesquinho; faz com que
o pai seja honesto, de boa fama e de bom entendimento.
Na quinta casa ele dá filhos de sutil engenhosidade e sagacidade, mostra a
uma mulher grávida que terá um filho varão e eleva os homens a honras por
sua própria sagacidade e engenhosidade, e espalha sua fama e crédito para
longe; e também significa que as notícias e rumores são verdadeiros.
Na sexta casa, Conjunctio significa doenças tediosas e de longa duração; mas
prevê que o médico seja aprendido e bem experiente; e mostra que os servos
são fiéis e irrepreensíveis, e os animais lucrativos.
Na sétima casa, ele dá uma esposa muito obediente, compatível e zelosa para
com o marido, e uma mulher de bom humor e engenhosidade; causa
processos difíceis e controvérsias, e adversários astutos, sutis e maliciosos.
Na oitava casa, aquele de quem uma questão é proposta, Conjunctio significa
que ele está morto, e finge que algum ganho foi adquirido por sua morte;
mostra que uma esposa não será muito rica.
Na nona casa ele dá algumas viagens, mas longas e tediosas, e mostra que
uma que está ausente retornará após uma longa temporada. Conjunctio nesta
casa aumenta diversas artes, ciências e mistérios da religião; e dá uma
inteligência rápida, perspicaz e eficaz.
Na décima casa, a Conjunctio torna os príncipes liberais, afáveis e
benevolentes, e que são muito deleitados e afetados pelas diversas ciências e
artes secretas e pelos homens nelas eruditos; faz com que os juízes sejam
justos, e aqueles que com uma especulação penetrante e sutil, facilmente
discernem as causas em controvérsia diante deles; ampliar escritórios que se
preocupam com letras, ensino, sã doutrinas e ciências; e significa que uma
mãe será honesta, de bom engenho e inteligência, e também uma de vida
próspera.
Na décima primeira casa, Conjunctio significa grande aumento de amigos; e
muito obtém a graça e favor de príncipes, homens poderosos e nobres.
Na décima segunda casa, Conjunctio significa inimigos cautelosos e
perspicazes; faz com que aqueles que estão na prisão permaneçam e
continuem por tanto tempo, e faz com que o homem evite muitos perigos em
sua vida.

ALBUS
Albus na primeira casa significa uma vida atormentada por doenças contínuas
e graves; significa um homem de baixa estatura, peitoral largo e braços
grossos, com cabelo encaracolado ou crespo, uma boca larga e carnuda, um
grande falador e tagarela, dado muito para usar um discurso vão e inútil, mas
um que é alegre e feliz, e muito agradável aos homens.
Na segunda casa, Albus amplia e aumenta a substância adquirida por
esportes, jogos, artes e exercícios vis e básicos, mas que são agradáveis e
deliciosos; como por peças, passatempos, danças e risos; ele descobre o
ladrão e o roubo ou coisa roubada, e esconde e esconde tesouros.
Na terceira casa, Albus significa muito poucos irmãos; não dá muitas, mas
jornadas tediosas e cansativas, e significa todos os enganadores.
Na quarta casa ele mostra um patrimônio muito pequeno ou nenhum, e o pai
é um homem muito conhecido; mas declara que ele é um homem de algum
cargo e ocupação vil e inferior.
Na quinta casa, Albus não dá filhos, ou se houver, que logo morrerão; declara
a mulher servil e faz com que os que estão com crianças abortem ou então
deem à luz monstros; denota todos os rumores como falsos e não leva a
nenhuma honra.
Na sexta casa, Albus causa doenças e enfermidades muito tediosas; descobre
a fraude, o engano e a maldade dos servos, e significa que as doenças e
enfermidades do gado são mortais, e faz com que o médico seja suspeito do
paciente doente.
Albus na sétima casa dá uma esposa estéril, mas uma que é formosa e bela;
poucos processos ou controvérsias, mas de longa duração.
Na oitava casa, se uma pergunta for feita a qualquer um, Albus mostra que o
grupo está morto; dá pouca porção ou dote com a esposa, e faz com que seja
muito lutado e contendido.
Na nona casa, Albus denota algumas jornadas a serem realizadas, mas com
lucro médio; impede o que está ausente e significa que ele não voltará; e
declara que um homem é supersticioso na religião e dado a ciências falsas e
enganosas.
Na décima, Albus faz com que os príncipes e juízes sejam malévolos; mostra
ofícios e magistrados vis e baixos; significa que uma mãe é uma prostituta,
ou alguém muito suspeito de adultério.
Na décima primeira casa, Albus faz amigos dissimulados e falsos; faz com
que o amor e o favor sejam inconstantes.
Albus na décima segunda casa denota inimigos vis, impotentes e rústicos;
mostra que os que estão na prisão não escaparão e significa muitos e vários
problemas e inconveniências da vida de alguém.

PUER
Puer na primeira casa dá uma vida longa indiferente, mas laboriosa; eleva os
homens à grande fama por meio da dignidade militar; significa uma pessoa
de corpo forte, tez avermelhada, rosto bonito e cabelo preto.
Na segunda casa, Puer aumenta a substância, obtida por bens de outros
homens, por pilhagens, rapinas, confiscos, leis militares e semelhantes; ele
esconde o ladrão e a coisa roubada, mas não descobre nenhum tesouro.
Na terceira casa, Puer levanta um homem que é mais honrado do que seus
irmãos e temido por eles; significa que as viagens são perigosas e denota
pessoas de bom crédito.
Na quarta casa, Puer significa heranças e posses duvidosas, e significa um pai
para atingir sua riqueza e propriedade por meio da violência.
Na quinta casa, Puer mostra bons filhos e os que alcançam honras e
dignidades; ele significa que uma mulher terá um filho homem e mostra as
honras a serem adquiridas pela disciplina militar e grande e plena fama.
Na sexta casa, Puer causa violentas doenças e enfermidades, como feridas,
quedas, contusões, hematomas, mas livra facilmente o doente e mostra que o
médico e o cirurgião são bons; denota servos e animais como bons, fortes e
lucrativos.
Na sétima casa, Puer faz com que a esposa seja virago, de espírito forte, de
boa fidelidade e que ama exercer o governo e o governo de uma casa; faz
lutas e contendas cruéis e adversários que dificilmente serão contidos pela
justiça.
Puer na oitava casa mostra aquele que deveria estar morto a viver, significa o
tipo de morte não sendo dolorosa ou laboriosa, mas para proceder de algum
humor quente, ou pelo ferro, ou pela espada, ou por alguma outra causa do
mesmo tipo; mostra ao homem que não tem legados ou outra herança.
Na nona casa, Puer mostra que as jornadas não devem ser feitas sem perigo e
perigo de vida, ainda assim declara que elas devem ser realizadas com
prosperidade e segurança; mostra pessoas de pouca religião, e usando pouca
consciência, apesar de dar o conhecimento da filosofia natural e da física, e
muitas outras artes liberais e excelentes.
Puer na décima casa significa que os príncipes são poderosos, gloriosos e
famosos em realizações guerreiras, mas eles serão inconstantes e imutáveis,
em razão do sucesso mutável e variado da vitória. Puer nesta casa faz com
que os juízes sejam cruéis e impiedosos; aumenta os cargos em assuntos
bélicos; significa que a magistratura deve ser exercida pelo fogo e pela
espada; fere a mãe e põe em perigo sua vida.
Na décima primeira casa, Puer mostra amigos nobres e homens nobres, e os
que frequentam as cortes dos príncipes e seguem a guerra; e faz com que
muitos adiram a homens cruéis; não obstante, ele causa muita estima entre os
príncipes; mas seu favor deve ser suspeitado.
Puer na décima segunda casa faz com que os inimigos sejam cruéis e
perniciosos; os que estão na prisão escaparão e farão com que evitem muitos
perigos.

RUBEUS
Rubeus na primeira casa, significa uma vida curta e um fim mau; significa
que um homem é sujo, inútil e de semblante mau, cruel e malicioso, tendo
algum sinal ou cicatriz notável em alguma parte de seu corpo.
Na segunda casa, Rubeus significa pobreza e cria ladrões e ladrões, e as
pessoas que adquirirem e buscarem sua manutenção e subsistência usando
artes falsas, perversas, más e ilegais; preserva ladrões e esconde furtos; e não
significa nenhum tesouro a ser escondido ou encontrado.
Na terceira casa, Rubeus torna os irmãos e parentes cheios de ódio e odiosos
uns para com os outros, e mostra que são maus e maus modos; faz com que
as viagens sejam muito perigosas e prenuncia a falsa fé e a traição.
Na quarta casa ele destrói e consome patrimônios, e dispersa e perde
heranças, fazendo com que elas se reduzam a nada; destrói os frutos do
campo por temporadas tempestuosas e malignidade da terra; e leva o pai a
uma morte rápida e repentina.
Rubeus na quinta casa dá muitos filhos, mas ou eles serão ímpios e
desobedientes, ou então afligirão seus pais com tristeza, desgraça e infâmia.
Na sexta casa, Rubeus causa feridas, doenças e enfermidades mortais; aquele
que está doente morrerá; o médico errará, servos podem ser falsos e
traiçoeiros, o gado e as feras produzirão dano e perigo.
Na sétima casa, Rubeus significa uma esposa infame, publicamente adúltera e
contenciosa; adversários enganosos e traiçoeiros, que se esforçarão para
vencê-lo, por artimanhas astutas e sutis e contornos da lei.
Na oitava casa, Rubeus significa uma morte violenta a ser infligida pela
execução da justiça pública; e significa, se alguém for inquirido, que ele
certamente está morto; e uma esposa não ter parte ou dote.
Rubeus, na nona casa, mostra que as viagens são más e perigosas e que um
homem corre o risco de ser estragado por ladrões e salteadores ou levado por
saqueadores e salteadores; declara que os homens têm a opinião mais
perversa na religião e têm uma fé má, e que muitas vezes serão facilmente
induzidos a negar e abandonar sua fé em cada pequena ocasião; denota que as
ciências são falsas e enganosas, e seus professantes são ignorantes.
Na décima casa, Rubeus significa que os príncipes são cruéis e tirânicos, e
que seu poder chegará a um fim maléfico, pois ou eles serão cruelmente
assassinados e destruídos por seus próprios súditos, ou serão levados cativos
por seus conquistadores, e submetidos a uma morte vergonhosa e cruel, ou
miseravelmente acabarão com suas vidas em uma dura prisão; significa que
os juízes e oficiais são falsos, ladrões e os que são viciados em usura; mostra
que uma mãe em breve morrerá e denota que ela está manchada com uma má
fama e boato.
Na décima primeira casa, Rubeus não dá amigos verdadeiros nem fiéis;
mostra que os homens têm vidas e conversas iníquas, e faz com que o homem
seja rejeitado e expulso de toda a sociedade e conversação com pessoas boas
e nobres.
Rubeus, na décima segunda casa, torna os inimigos cruéis e traidores, dos
quais devemos cautelosamente nos precaver; significa que os que estão na
prisão terão um fim perverso; e mostra muitos inconvenientes e travessuras
que podem acontecer na vida de um homem.

CARCER
Carcer na primeira casa sendo posta, dá uma vida curta; significa que os
homens são os mais ímpios, de figura e forma suja e cruel, e são odiados e
desprezados por todos os homens.
Carcer na segunda casa causa a mais cruel e miserável pobreza; significa
tanto o ladrão quanto a coisa roubada para ser tomada e recuperada; e não
mostra nenhum tesouro para ser escondido.
Na terceira casa, Carcer significa ódio e dissensão entre os irmãos; jornadas
más, fé e conversação perversas.
Carcer na quarta casa significa um homem que não tem posses ou heranças,
um pai que é muito perverso e que tem uma morte súbita e má.
Na quinta casa, Carcer deu muitos filhos; mostra que a mulher não está
grávida e leva as que estão grávidas a abortar por conta própria ou mata a
criança; não significa honras e dispersa a maioria dos falsos rumores.
Na sexta casa, Carcer faz com que o enfermo passe por longa enfermidade;
significa que os servos são iníquos, um tanto inúteis; médicos ignorantes.
Na sétima casa, Carcer mostra que a esposa deve ser odiada por seu marido, e
significa que os processos e contendas são mal terminados e determinados.
Na oitava casa, Carcer declara o tipo de morte por alguma queda, infortúnio
ou falsa acusação, ou que os homens devem ser condenados na prisão, ou em
julgamento público, e mostra que eles devem ser condenados à morte, ou que
eles devem frequentemente colocar as mãos violentas e mortais sobre si
mesmos; nega à esposa qualquer porção e legado.
Carcer na nona casa, mostra que aquele que está ausente não voltará, e
significa que algum mal lhe acontecerá em sua jornada; denota pessoas sem
religião, uma consciência perversa e ignorante de saber.
Na décima casa, Carcer faz com que os príncipes sejam muito perversos, e
miseravelmente perecem, porque quando eles são estabelecidos em seu
poder, eles se viciam totalmente em toda luxúria voluptuosa, prazer e tirania;
faz com que os juízes sejam injustos e falsos; declara que a mãe é cruel e
infame e conhecida com a marca de adultério; não dá ofícios nem
magistraturas, mas os que são obtidos e obtidos por mentira ou por roubo e
roubo vil e cruel.
Na décima primeira casa, Carcer não causa amigos, nem amor, nem favor
entre os homens.
Na décima segunda casa levanta inimigos, detém na prisão e inflige muitos
males.

TRISTITIA
A tristitia na primeira casa não abrevia a vida, mas a aflige com muitos
molestamentos; significa uma pessoa de boas maneiras e porte, mas que é
solitária e lenta em todos os seus negócios e ocasiões; um que é solitário,
melancólico, raramente rindo, mas muito cobiçoso depois de todas as coisas.
Na segunda casa, dá muitos bens e riquezas, mas aqueles que as possuem não
as gozarão, antes as esconderão e, portanto, dificilmente se darão ao luxo de
comer ou sustentar; tesouro não será encontrado, nem o ladrão, nem o furto.
Tristitia na terceira casa significa que o homem tem poucos irmãos, mas
mostra que ele sobreviverá a todos eles; faz viagens infelizes, mas dá boa
confiança.
Na quarta casa, Tristitia consome e destrói campos, posses e heranças; faz
com que um pai seja velho e de longa vida, e um acumulador de dinheiro
muito ganancioso.
Na quinta casa significa que não há filhos, ou que logo morrerão; mostra a
uma mulher grávida que dará à luz uma filha, não dá fama nem honras.
Na sexta casa, Tristitia mostra que os enfermos morrerão; os servos serão
bons, mas indolentes; e significa que o gado terá um preço ou valor pequeno.
Na sétima casa, Tristitia mostra que a esposa logo morrerá; e declara
processos e contendas muito prejudiciais e determinantes contra você.
Na oitava casa, significa o tipo de morte que ocorre com uma doença longa e
dolorosa, e muita dor e dor; dá legados e uma herança, e dá uma porção à
esposa.
Tristitia na nona casa, mostra que aquele que estiver ausente perecerá em sua
jornada; ou significa que algum infortúnio maligno lhe acontecerá; faz com
que as viagens sejam muito infelizes, mas declara que os homens são de boa
religião, devotos e eruditos profundos.
Na décima casa, Tristitia significa que os príncipes são severos, mas muito
bons amantes da justiça; causa juízes justos, mas aqueles que são tediosos e
lentos na determinação das causas; leva a mãe a uma boa velhice, com
integridade e honestidade de vida, mas mistura-se com diversas
inconveniências e infortúnios; eleva a grandes ofícios, mas eles não serão
desfrutados por muito tempo nem serão perseverados; significa os ofícios
pertinentes à água, ou lavoura e adubo da terra, ou aos que devem ser
empregados em questões de religião e sabedoria.
Na décima primeira casa, Tristitia significa escassez de amigos e a morte de
amigos; e também significa pouco amor ou favor.
Na décima segunda casa não mostra inimigos; condena miseravelmente os
presos; e faz com que muitas inconveniências e prejuízos aconteçam na vida
de uma pessoa.

CABEÇA DO DRAGÃO
Caput Draconis na primeira casa aumenta a vida e a fortuna.
Na segunda casa aumenta riquezas e bens; salva e esconde um ladrão; e
significa tesouro a ser escondido.
Na terceira casa, Caput Draconis dá muitos irmãos; causa viagens, parentes e
boa fé e crédito.
Na quarta casa ele dá ricas heranças; faz com que o pai atinja a velhice.
Na quinta casa, Caput Draconis dá muitos filhos; significa mulheres com
filhos a gerar filhas e, frequentemente, a ter gêmeos; mostra grandes honras e
fama; e significa que as notícias e rumores são verdadeiros.
Caput Draconis na sexta casa aumenta doenças e enfermidades; significa o
médico sendo experiente; e dá muitos servos e gado.
Na sétima casa ele significa que um homem terá muitas esposas; multiplica e
incita muitos adversários e disputas.
Na casa oito mostra que a morte é certa, aumenta legados e heranças e dá
uma boa porção com uma esposa.
Na nona casa, Caput Draconis significa muitas viagens, muitas ciências e boa
religião; e mostra que aqueles que estão ausentes retornarão em breve.
Na décima casa ele representa gloriosos príncipes, grandes e magníficos
juízes, grandes cargos e magistratura lucrativa.
Na décima primeira casa ele faz muitos amigos e é amado por todos os
homens.
Na décima segunda casa, Caput Draconis significa que os homens têm muitos
inimigos e muitas mulheres; detém os presos e os castiga maldosamente.
CAUDA DO DRAGÃO
Cauda Draconis, em todas e principalmente nas respectivas casas acima
mencionadas, dá o julgamento contrário da Caput Draconis.
E essas são as naturezas das figuras da geomancia, e seus julgamentos, em
todas as suas casas, sobre todos os tipos de questões a serem propostas, ou
concernentes a qualquer assunto ou coisa qualquer.
Mas agora, na maneira de proceder ao julgamento, isso você deve observar
especialmente; que sempre que qualquer pergunta for proposta a você, que
está contida em qualquer uma das casas, você não deve apenas responder a
isso pela figura contida em tal casa; mas contemplando e respeitando
diligentemente todas as cifras, e o próprio Índice em duas casas, você
fundamentará a face do julgamento.
Você deve, portanto, considerar a figura da coisa questionada ou indagada
depois, se ela se multiplicar pelos outros lugares das figuras, para que você
possa fazer com que também sejam participantes em seu julgamento; como
por exemplo, se uma questão for proposta da segunda casa concernente a um
ladrão, e a figura da segunda casa deve ser encontrada na sexta, declara que o
ladrão é alguém da sua própria casa ou servo; e desta maneira você julgará e
considerará o resto; pois toda esta arte consiste nas combinações das figuras e
suas naturezas; que todo aquele que pratica corretamente, ele sempre
declarará os julgamentos mais verdadeiros e certos sobre cada coisa
particular.
DA FILOSOFIA OCULTA, ou DAS CERIMÔNIAS MÁGICAS: O QUARTO
LIVRO
Escrito por Henry Cornelius Agrippa.

Em nossos livros de Filosofia Oculta, não declaramos tão


diligentemente quanto copiosamente os princípios, fundamentos e razões da
própria magia, e de que maneira seus experimentos devem ser escolhidos,
eleitos e compostos, para produzir muitos efeitos maravilhosos. Mas o
motivo é que naqueles livros eles são tratados mais teoricamente do que na
prática; e alguns também não são tratados completa e totalmente, e outros
muito figurativamente, e por assim dizer enigmaticamente, e enigmas
obscuros, como sendo aqueles que alcançamos com grande estudo, diligência
e muito pesquisa curiosa e exploração, e são até agora definidos adiante de
uma maneira mais rude e antiquada; portanto, neste livro, que compomos e
fizemos, por assim dizer, um complemento e uma chave de nossos outros
livros de Filosofia Oculta e de todas as operações mágicas, daremos a ti os
documentos da verdade sagrada e imaculada, e disciplina mágica
inexpugnável e irresistível, e os experimentos mais agradáveis e deleitáveis
das divindades sagradas. De modo que, como pela leitura de nossos outros
livros de Filosofia Oculta, você pode ansiosamente cobiçar o conhecimento
dessas coisas; mesmo assim, ao ler este livro, você verdadeiramente triunfará.
Portanto, permita que o silêncio esconda essas coisas dentro dos recintos
secretos do teu seio religioso, e esconda-as com constante taciturnidade.
Portanto, deve-se saber que os nomes dos presidentes inteligentes de cada um
dos planetas são constituídos desta maneira; isto é, reunindo as letras da
figura do mundo[2], desde o surgimento do corpo do planeta, conforme a
sucessão dos signos nos vários graus; e a partir dos vários graus chegando
nos aspectos do próprio planeta, o cálculo sendo feito do grau do ascendente.
Da mesma maneira são constituídos os nomes dos príncipes dos espíritos
malignos; são tomadas sob todos os planetas dos presidentes em ordem
retrógrada, sendo a projeção feita ao contrário da sucessão dos signos, desde
o início da sétima casa.
Ora, o nome da mais alta e suprema inteligência, que muitos supõem ser a
Alma do Mundo, é coletado dos quatro pontos cardeais da figura do mundo,
conforme a forma já proferida; e se for feita pelo modo contrário, será
conhecido o nome do Grande Daemon, ou Espírito Maligno, sobre os quatro
ângulos cadentes. Da mesma forma, tu deverás entender os nomes dos
grandes espíritos presidenciais que governam no ar, dos quatro ângulos das
casas sucessoras; para que possas obter os nomes dos bons Espíritos o cálculo
deve ser feito de acordo com a sucessão dos signos, começando pelo grau do
ascendente; e para alcançar os nomes dos espíritos malignos, deve se fazer de
maneira contrária.
Deve-se observar também, que se extraem os nomes dos espíritos malignos,
tanto dos nomes dos espíritos bons, como dos maus; não obstante, que se
entrarmos na tabela com o nome de um espírito bom de segunda ordem , o
nome do espírito maligno será extraído da ordem dos príncipes e
governadores; mas se entrarmos na mesa com o nome de um bom espírito de
terceira ordem, ou com o nome de um mau espírito governador, de que
maneira forem extraídos, seja por esta tabela, seja por uma figura celestial, o
nomes que procedem daí, serão os nomes dos espíritos malignos, os ministros
da ordem inferior.
Deve-se ainda notar que sempre que entramos nesta tabela com os bons
Espíritos de segunda ordem, os nomes extraídos são de segunda ordem; e se
sob eles extraímos o nome de um mal espírito, ele é da ordem superior dos
governantes. A mesma ordem também se dará se entrarmos com o nome de
um espírito maligno da ordem superior. Se, portanto, entrarmos nesta tabela
com os nomes dos espíritos da terceira ordem, ou com os nomes dos espíritos
ministradores, tanto dos bons como dos maus, os nomes extraídos serão os
nomes dos espíritos ministradores de ordem inferior.
Mas muitos magos, homens de não pouca autoridade, farão com que as
tabelas deste tipo sejam estendidas com letras latinas; para que nas mesmas
tabelas também, a partir do nome de qualquer ofício ou efeito, possa ser
encontrado o nome de qualquer espírito, tanto bom como mau, da mesma
maneira que acima é entregue, tomando o nome do ofício ou do efeito, na
coluna de letras, em sua própria linha, sob sua própria estrela[3]. E desta
prática Trismegistus é um grande autor, que entregou este tipo de cálculo em
letras egípcias; não de forma inadequada também podem ser referidos a
outras letras de outras línguas, pelas razões atribuídas ao sinal; pois na
verdade ele só existe por causa de todos os homens que trataram sobre a
obtenção dos nomes dos espíritos.
Portanto, a força, o segredo e o poder, de que maneira os nomes sagrados dos
espíritos são verdadeiramente e corretamente descobertos, consiste na
disposição de vogais, que não fazem o nome de um espírito, e com as quais é
constituído o nome verdadeiro, e palavra certa. Agora, esta arte é assim
aperfeiçoada e realizada: Primeiro, devemos tomar cuidado com a colocação
das vogais das letras, que são encontradas pelo cálculo da figura celeste, para
encontrar os nomes dos espíritos da segunda ordem, presidentes e
governadores. E isso, nos bons espíritos, é assim levado a efeito,
considerando as estrelas que constituem e fazem as letras, e colocando-as de
acordo com sua ordem; primeiro, deixe o grau da décima primeira casa ser
subtraído do grau daquela estrela que está em primeiro lugar; e o que resta
dela, seja projetado a partir do grau do ascendente, e onde esse número
terminar, haverá uma parte da vogal da primeira letra; comece, portanto, a
calcular as vogais dessas letras, de acordo com seu número e pedido; e a
vogal que cai no lugar da estrela, que é a primeira na ordem, a mesma vogal é
atribuída à primeira letra. Então, em seguida, você achará a parte da segunda
letra, subtraindo o grau de uma estrela que é a segunda na ordem da primeira
estrela; e o que resta, lançado do ascendente. E esta é a parte da qual você
deve começar o cálculo das vogais; e aquela vogal que cai sobre a segunda
estrela, a mesma é a vogal da segunda letra. E assim, consequentemente, tu
podes sempre pesquisar as vogais das letras seguintes, subtraindo o grau da
estrela seguinte, do grau da estrela imediatamente anterior e voltando.
E assim também todos os cálculos e numerações em nome dos bons Espíritos,
devem ser feitos de acordo com a sucessão dos signos. E no cálculo dos
nomes dos espíritos malignos, onde nos nomes dos espíritos bons é
considerado o grau da décima primeira casa, nestes deve ser considerado o
grau da décima segunda casa. E todas as numerações e cálculos podem ser
feitos com a sucessão dos signos, tomando o início a partir do grau da décima
casa.
Mas em todas as extrações por tabelas, as vogais são colocadas de outra
maneira. Em primeiro lugar, portanto, é tomado o certo número de letras que
compõem o próprio nome, e é assim numerado desde o início da coluna da
primeira letra, ou então o nome é extraído; e a letra em que este número cai, é
referida à primeira letra do nome, extraída pela distância de um do outro, de
acordo com a ordem do alfabeto. Mas o número dessa distância é projetado
desde o início de sua coluna; e onde termina, há parte da primeira vogal; a
partir daí, portanto, tu deverás calcular as próprias vogais, em seu próprio
número e ordem, na mesma coluna; e a vogal que incidir sobre a primeira
letra de um nome, a mesma será atribuída a esse nome. Agora tu encontrarás
as seguintes vogais, tomando a distância da vogal precedente para a seguinte;
e assim, consequentemente, de acordo com a sucessão do alfabeto. E o
número dessa distância deve ser contado desde o início de sua própria coluna;
e onde ele deve cessar, aí está a parte da vogal procurada. A partir daí,
portanto, você deve calcular as vogais, como dissemos acima; e aquelas
vogais que cairão sobre suas próprias letras, devem ser atribuídas a eles; se,
portanto, qualquer vogal vier a cair sobre uma vogal, a primeira deve dar
lugar à última; e isso você deve entender apenas dos bons espíritos. Nos maus
você também pode proceder da mesma maneira; exceto apenas, que você faça
as numerações após uma ordem contrária e regressiva, contrária à sucessão
do alfabeto, e contrária à ordem das colunas (isto é) em ordem crescente.
O nome dos anjos bons e de todo homem, que ensinamos como descobrir em
nosso terceiro livro de Filosofia Oculta dessa maneira, não tem pouca
autoridade, nem um fundamento mesquinho. Mas agora vamos dar a ti
algumas outras maneiras, ilustradas sem razões vãs. Uma das quais é,
tomando na figura da natividade, os cinco lugares Hylegíacos; que sendo
notados, os caracteres das letras são projetados em sua ordem e número desde
o início de Áries; e aquelas letras que caem nos graus dos ditos lugares, de
acordo com sua ordem e dignidade disposta e aspectada, formam o nome de
um anjo.
Há também outra maneira, em que eles tomam almúten, que são as estrelas
principais e governantes sobre os cinco lugares citados; e a projeção deve ser
feita a partir do grau do ascendente; que é feito reunindo as letras que caem
sobre almúten; que sendo colocadas em ordem, de acordo com sua dignidade,
fazem o nome de um anjo. Além disso, há outra maneira usada, e muito usada
na observação dos egípcios, fazendo seus cálculos a partir do grau do
ascendente e reunindo as letras de acordo com o almúten da décima primeira
casa; casa que eles chamam de Bom Daemon; a qual sendo colocada de
acordo com suas dignidades, constituem os nomes dos anjos.
Agora, os nomes dos anjos maus são conhecidos da mesma maneira, exceto
apenas que as projeções devem ser realizadas ao contrário do curso e da
ordem da sucessão dos signos, de modo que, ao buscar os nomes de bons
espíritos, devemos calcular desde o início de Áries; ao contrário, ao obter os
nomes do mal, devemos prestar contas desde o início de Libra. E enquanto
nos bons espíritos nós numeramos a partir do grau do ascendente; ao
contrário, no mal, devemos calcular a partir do grau da sétima casa. Mas, de
acordo com os egípcios, o nome de um anjo é coletado de acordo com o
almúten da décima segunda casa, que eles chamam de Espírito Maligno.
Agora, todos aqueles ritos, que em outro lugar já foram entregues por nós em
nosso terceiro livro de Filosofia Oculta, podem ser feitos por caracteres de
qualquer idioma. Em tudo o que (como dissemos acima) existe um número,
uma ordem e uma figura mística e divina; de onde vem a acontecer, que o
mesmo espírito pode ser chamado por vários nomes. Mas outras são
descobertas a partir do nome do próprio espírito, do bem ou do mal, por
tabelas formadas para esse fim.
Ora, esses caracteres celestes consistem em linhas e cabeças; as cabeças são
seis, de acordo com as seis magnitudes das estrelas, às quais os planetas
também são reduzidos. A primeira magnitude representa uma estrela, com o
sol ou uma cruz. A segunda com Júpiter um ponto circular. A terceira é
válida para Saturno, e são marcados pelo ponto semicircular, triangular, torto,
redondo ou pontiagudo. O quarto com Marte, uma pequena pincelada
penetrando na linha, quadrada, reta ou oblíqua. O quinto com Vênus e
Mercúrio, uma pequena pincelada ou ponto com cauda, subindo ou
descendo. O sexto com a lua, uma ponta enegrecida. Tudo o que você pode
ver na tabela a seguir. As cabeças sendo então posicionadas de acordo com a
localização das estrelas na figura do céu, então as linhas devem ser traçadas,
de acordo com a congruência ou concordância de suas naturezas. E isso você
deve entender sobre as estrelas fixas. Mas na construção dos planetas, as
linhas são traçadas, as cabeças sendo postas de acordo com seu curso e
natureza entre si.
Quando, portanto, um caractere deve ser encontrado de qualquer imagem
celeste ascendente em qualquer grau ou face de um signo, que consiste em
estrelas da mesma magnitude e natureza; então, o número dessas estrelas
sendo postas de acordo com seu lugar e ordem, as linhas são traçadas
conforme a semelhança da imagem significada, tão copiosamente quanto o
mesmo puder ser feito.
Mas os caracteres que são extraídos de acordo com o nome de um espírito,
são compostos pela tabela seguinte, dando a cada letra aquele nome que
concorda com ele fora da tabela; que embora possa parecer fácil para aqueles
que o apreendem, ainda assim, não há aqui nenhuma dificuldade pequena; a
saber, quando a letra de um nome cai sobre a linha de letras ou algarismos,
para que possamos saber qual algarismo ou qual letra deve ser tomada. E isto
pode ser assim conhecido; pois se uma letra cair sobre a linha de letras,
considere o número que esta letra pode estar na ordem do nome; como o
segundo, ou o terceiro; então, quantas letras aquele nome contém; como
cinco ou sete; e multiplicar esses números um após o outro por eles mesmos,
e triplicar o produto; em seguida, lançar o todo (sendo somados) desde o
início das letras, de acordo com a sucessão do alfabeto; e a letra sobre a qual
esse número cair, deve ser colocada para o caractere desse espírito. Mas se
qualquer letra de um nome cair na linha dos números, deve ser forjada. Pegue
o número de quantas esta letra está na ordem do nome, e deixe-o ser
multiplicado por aquele número do qual esta letra está na ordem do alfabeto;
e sendo somados, divida-o por nove, e o resto mostra a figura ou número a
ser colocado no caractere; e isso pode ser colocado em uma figura geométrica
ou aritmética de número; que, não obstante, não deve exceder o número nove,
ou seja, nove ângulos.

OS CARACTERES DOS ESPÍRITOS BONS

UMA PONTA SIMPLES CIRCULAR ESTRELADO


LINHA RETA VERTICAL HORIZONTAL INCLINADA

LINHA ARQUEADA ONDULADA DENTEADA

INTERSECÇÃO RETA INERENTE ADERINDO SEPARADA

INTERSECÇÃO OBLÍQUA SIMPLES MISTA MÚLTIPLA

PERPENDICULAR DIREITA SINISTRA NEUTRA


FIGURA COMPLETA PARTIDA METADE

UMA LETRA SEPARANDO ADERINDO SEPARADA

OS CARACTERES DOS ESPÍRITOS MAUS

UMA LINHA RETA SINUOSA VOLTANDO

UMA FUGURA SIMPLES PENETRADA QUEBRADA


UMA LETRA CORRETA RETRÓGRADA INVERTIDA

FOGO VENTO ÁGUA

UMA MASSA CHUVA BARRO


UM SER ALADO UM SER RASTEJANTE UMA SERPENTE

UM OLHO UMA MÃO UM PÉ

UMA COROA UMA CRISTA CHIFRES

UM CETRO UMA ESPADA UM AÇOITE


Mas os caracteres que são compreendidos pela revelação dos espíritos, tiram
sua virtude daí; porque eles são, por assim dizer, certos selos ocultos, fazendo
a harmonia de alguma divindade; ou eles são sinais de uma aliança feita, e da
fé prometida e empenhada, ou da obediência. E esses caracteres não podem
ser pesquisados de nenhum outro modo.
Além disso, além desses caracteres, existem certas figuras e imagens
familiares de espíritos malignos, sob as formas que eles costumam aparecer e
render obediência àqueles que os invocam. E todos esses caracteres ou
imagens podem ser vistos pela tabela acima, de acordo com o curso das letras
que constituem os nomes dos próprios espíritos; de modo que se em qualquer
letra for encontrado mais do que o nome de um espírito, a sua imagem detém
a preeminência, as outras transmitindo sua própria ordem; de modo que
àqueles que são as primeiras ordens, a eles é atribuída a cabeça, a parte
superior do corpo, conforme sua própria figura; os que são os mais baixos
possuem as coxas e os pés; assim também as letras do meio atribuem a si
mesmas as partes intermediárias do corpo, ou dão as partes que se encaixam.
Mas se houver alguma contrariedade, a letra que é a mais forte em número
prevalecerá; e se eles são iguais, todos comunicam coisas iguais. Além disso,
se algum nome obtiver qualquer caractere ou instrumento notável fora da
mesa, ele também terá o mesmo caractere na imagem.
Podemos também obter o conhecimento das dignidades dos espíritos
malignos, pelas mesmas tabelas de caracteres e imagens; pois sobre qualquer
espírito que caia qualquer sinal ou instrumento excelente fora da tabela de
caracteres, ele possui essa dignidade; se uma crista ou pluma, um ducado; se
um chifre, um condado; se sem eles houver um cetro, espada ou instrumento
bifurcado, mostra governo e autoridade. Da mesma forma, fora da tabela de
imagens você deve encontrar aqueles que carregam a principal dignidade
real; da dignidade do juiz da coroa; e dos instrumentos, regra e autoridade.
Por último, aqueles que apresentam forma e figura humanas têm maior
dignidade do que aqueles que aparecem sob as formas e imagens de feras;
também os que cavalgam superam os que aparecem a pé. E assim, de acordo
com todas as suas combinações, você pode julgar a dignidade e excelência
dos espíritos, um antes do outro. Além disso, você deve entender que os
espíritos da ordem inferior, por mais dignos que sejam, estão sempre sujeitos
aos espíritos da ordem superior; assim também, que não é incongruente que
12 de seus reis e duques sejam sujeitos e ministrar aos presidentes da ordem
superior.

As formas familiares aos espíritos de Saturno


Eles aparecem em sua maioria com um corpo alto, fino e esguio, com um
semblante irado, tendo quatro faces; um na parte posterior da cabeça, um na
parte dianteira da cabeça, e em cada lado com o nariz ou bico; também
aparece um rosto em cada joelho, de uma cor negra brilhante; seu movimento
é o movimento do vento, com uma espécie de terremoto; seu sinal é terra
branca, mais branca que qualquer neve.
As formas particulares são:
Um rei com barba, montado em um dragão.
Um velho com barba.
Uma velha apoiada em um cajado.
Um porco.
Um dragão.
Uma coruja.
Uma vestimenta preta.
Um gancho ou foice.
Um zimbro.

As formas familiares aos espíritos de Júpiter


Os espíritos de Júpiter aparecem com um corpo sanguíneo e colérico, de
estatura média, com um movimento horrível de medo; mas com um
semblante mediano, uma fala gentil e da cor do ferro. O movimento deles são
relâmpagos e trovões; o sinal deles é que aparecerão homens ao redor do
círculo, que parecerão ser devorados por leões.
Suas formas particulares são:
Um rei com uma espada desembainhada, cavalgando um veado.
Um homem usando uma mitra em roupas longas. Uma empregada com uma
coroa de louros adornada com flores.
Um touro.
Um veado.
Um pavão.
Uma vestimenta azul.
Uma espada.
Uma caixa-árvore.

As formas familiares dos espíritos de Marte


Eles aparecem em um corpo alto, colérico, um semblante imundo, de cor
marrom, moreno ou vermelho, tendo chifres como chifres de cervo e garras
de grifo, berrando como touros selvagens. Seu movimento é como fogo
aceso; seu sinal é trovejar e relampejar ao redor do círculo.
Suas formas particulares são:
Um rei armado montado em um lobo.
Um homem armado.
Uma mulher segurando um broquel na coxa.
Um bode.
Um cavalo.
Um veado.
Uma vestimenta vermelha.
Lã.
Um bicho-de-conta.

Formas familiares aos espíritos do sol


Os espíritos do sol aparecem em sua maior parte em um corpo grande, cheio,
grande e sanguíneo e grosseiro, em uma cor dourada, com a tintura de
sangue. Seu movimento é como o relâmpago do céu; seu sinal é fazer suar a
pessoa que os chama.
Mas suas formas particulares são:
Um rei com um cetro montado em um leão.
Um rei coroado.
Uma rainha com um cetro.
Um pássaro.
Um leão.
Um galo.
Uma vestimenta amarela ou dourada.
Um cetro.
Uma cauda.

Formas familiares dos espíritos de Vênus


Aparecem de corpo bonito, de estatura média, com semblante amável e
agradável, de cor branca ou verde, a parte superior dourada. O movimento
deles é como se fosse uma estrela mais nítida. Para o seu sinal, parecerá haver
donzelas brincando fora do círculo, que vão provocar e seduzir aquele que as
chamar para brincar.
Mas suas formas particulares são:
Um rei com um cetro montado em um camelo.
Uma empregada bem vestida e bem vestida. Uma empregada nua.
Uma cabra.
Um camelo.
Uma pomba.
Uma vestimenta branca ou verde.
Flores.
A erva savina.

As formas familiares dos espíritos de Mercúrio


Os espíritos de Mercúrio aparecerão em sua maioria em um corpo de estatura
média, frio, líquido e úmido, belo e com uma fala afável; em aparência e
forma humanas, como um cavaleiro armado; de cor clara e brilhante. O
movimento deles é como se fossem nuvens prateadas. Por seu sinal, eles
causam e trazem horror e medo àquele que os chama.
Mas suas formas particulares são:
Um rei montado em um urso.
Um belo jovem.
Uma mulher segurando uma roca.
Um cachorro.
Uma ursa.
Uma pega.
Uma vestimenta de várias cores mutáveis.
Uma vara.
Um pequeno bastão.

As formas familiares aos espíritos da lua


Aparecerão em sua maior parte em um corpo grande e cheio, macio e
fleumático, de cor como uma nuvem negra escura, com um semblante
inchado, com olhos vermelhos e cheios de água, uma cabeça calva e dentes
de javali. Seu movimento é como se fosse uma grande tempestade do mar.
Para o seu sinal, aparecerá uma chuva excessivamente grande sobre o círculo.
E suas formas particulares são:
Um rei como um arqueiro montado em uma corça.
Um garotinho.
Uma caçadora de mulheres com um arco e flechas.
Uma vaca.
Uma pequena corça.
Um ganso.
Uma peça de roupa verde ou prateada.
Uma flecha.
Uma criatura com muitos pés.

Mas agora vamos falar dos santos e sagrados pentáculos e sigilos. Agora,
esses pentáculos são como certos sinais sagrados que nos preservam das
oportunidades e eventos ruins, e nos ajudam e nos auxiliam a amarrar,
exterminar e expulsar os espíritos malignos, e seduzir os bons espíritos e
reconciliá-los conosco. E esses pentáculos consistem em caracteres dos bons
espíritos da ordem superior, ou em imagens sagradas de letras sagradas ou
revelações, com versículos adequados e apropriados, e são compostos por
figuras geométricas e nomes sagrados de Deus, de acordo com o curso e
maneira de muitos deles; ou eles são compostos de todos eles, ou muitos
deles misturados. E os caracteres que nos são úteis para constituir e fazer os
pentáculos, são os caracteres dos bons Espíritos, principalmente dos bons
Espíritos de primeira e segunda ordem, e às vezes também de terceira ordem.
E esse tipo de caractere deve ser especialmente um nome sagrado; e então
aqueles caracteres que acima chamamos de sagrados.
Qualquer que seja o caractere desse tipo que deva ser instituído, devemos
traçar sobre ele um círculo duplo, onde devemos escrever o nome de seu
anjo, e se adicionarmos algum nome divino congruente com seu espírito e
ofício, será da maior força e eficácia. E se desenharmos sobre ele qualquer
figura angular, de acordo com a maneira de seus números, isso também será
lícito de ser feito. Mas as imagens sagradas que formam os pentáculos são
aquelas que em toda parte nos são entregues nos profetas e nas escrituras
sagradas, tanto do Antigo como do Novo Testamento. Como a figura da
serpente pendurada na cruz e semelhantes; do qual muito pode ser encontrado
nas visões dos profetas, como Isaías, Daniel, Esdras e outros, e também na
revelação do Apocalipse. E falamos deles em nosso terceiro livro de Filosofia
Oculta, onde mencionamos coisas sagradas.
Portanto, quando qualquer imagem é posta de qualquer uma dessas imagens
sagradas, deixe o círculo ser desenhado ao redor dela em cada lado dela, onde
seja escrito algum nome divino, que seja adequado e conforme ao efeito
daquela figura, ou então pode ser escrito sobre isso algum versículo retirado
de parte do corpo da Sagrada Escritura, que pode desejar determinar ou
depreciar o efeito desejado. Como se um pentagrama fosse feito para obter
vitória ou vingança contra os inimigos, tanto visível quanto invisível, a figura
pode ser retirada do segundo livro dos Macabeus; isto é, uma mão segurando
uma espada de ouro desembainhada, sobre a qual seja escrito o versículo 19
ali contido; A saber: Toma a espada sagrada, o dom de Deus, com a qual
matarás os adversários do meu povo Israel. (Accipe gladium sanctum, munus
a Deo, in quo concides adversarios populi mei Israel.) Ou também pode ser
escrito um versículo do salmo quinto: Nisto está a força do teu braço; diante
do teu rosto está a morte; ou algum outro versículo semelhante.
Mas se você escrever qualquer nome divino sobre a figura, então deixe algum
nome que signifique medo, uma espada, ira, a vingança de Deus, ou algum
nome semelhante congruente e concordando com o efeito desejado. E se
houver alguma figura angular escrita, que seja tomada de acordo com a razão
e regra dos números, como ensinamos em nosso segundo livro de Filosofia
Oculta, onde tratamos dos números e de operações semelhantes. E desse tipo
há dois pentáculos de virtude sublime e grande poder, muito úteis e
necessários para serem usados na consagração de experimentos e espíritos;
um deles é o do primeiro capítulo do Apocalipse; a saber, uma figura da
majestade de Deus sentada em um trono, tendo em sua boca uma espada de
dois gumes, como lá está descrito, sobre a qual está escrito: Eu sou o Alfa e o
Ômega, o princípio e o fim, que é, que foi e que há de vir, o Todo-Poderoso.
Eu sou o primeiro e o último, que estou vivo e estava morto e eis que vivo
para todo o sempre; e eu tenho as chaves da morte e do inferno. (Ego sum
primus & novissimus, vivus & sui mortuus: & ecce sum vivens in sieula
siculorum; & habeoclaves mortis & inferni.) Então, serão escritos sobre isso
estes três versículos.
Manda Deus virtuti tuæ, etc.[4]
Dá mandamentos, ó Deus, à tua força. Confirma, ó Deus, a tua obra em nós.
Que sejam como pó diante do vento. E que o anjo do Senhor os espalhe. Que
todos os seus caminhos sejam trevas e incertos. E que o anjo do Senhor os
persiga.
Além disso, que sejam escritos sobre ele os dez nomes gerais, que são: El,
Elohim, Elohe, Zebaoth, Elion, Escerchie, Adonay, Jah, Tetragrammaton,
Saday.
Há outro pentáculo, a figura da qual é semelhante a um cordeiro morto, tendo
sete olhos e sete chifres, e sob seus pés um livro selado com sete selos, como
é dito no capítulo quinto do Apocalipse. Onde esteja escrito este versículo:
Eis que o leão venceu da tribo de Judá, a raiz de Davi. Vou abrir o livro e
desatar os seus sete selos[5].
E um outro versículo: Eu vi Satanás como um relâmpago cair do céu. Eis que
te dei poder para pisar as serpentes e os escorpiões, e sobre todo o poder dos
teus inimigos, e nada poderá fazer mal a ti[6]. E que também estejam escritos
sobre isso os dez nomes gerais, como já foi dito.
Mas aqueles pentáculos que são feitos de figuras e nomes, que mantenham
esta ordem; pois quando qualquer figura é posta, conforme a qualquer
número, para produzir qualquer efeito ou virtude certo, deve ser escrito sobre
isso, em todos os vários ângulos, algum nome divino, obtendo a força e
eficácia da coisa desejada; ainda assim no entanto, que o nome desse tipo
consista em tantas letras, quanto a figura pode constituir um número; ou de
tantas letras de um nome, unidas entre si, podem formar o número de uma
figura; ou por qualquer número que possa ser dividido sem qualquer
superfluidade ou diminuição. Agora, tal nome sendo encontrado, seja ele
apenas um nome ou mais, ou vários nomes, deve ser escrito em todos os
vários ângulos na figura; mas no meio da figura, deixe a revolução do nome
ser inteira e totalmente colocada, ou pelo menos principalmente.
Muitas vezes também constituímos pentáculos, fazendo a revolução de algum
tipo de nome, em uma mesa quadrada, e desenhando sobre ela um círculo
único ou duplo, e escrevendo nele algum versículo sagrado competente e
adequado a este nome, ou do qual aquele nome é extraído. E esta é a maneira
de fazer os pentáculos, de acordo com suas várias formas e modas distintas,
que podemos, como quisermos, multiplicar ou combinar entre si, para
trabalhar a maior eficácia, e extensão e ampliação de força e virtude.
Como se uma depreciação devesse ser feita para a derrubada e destruição de
nossos inimigos, então devemos nos lembrar e relembrar de como Deus
destruiu toda a face da terra no dilúvio das águas; e a destruição de Sodoma e
Gomorra, pela chuva de fogo e enxofre; da mesma forma, como Deus
derrubou Faraó e seu exército no Mar Vermelho; e lembrar de qualquer outra
maldição ou praga que possa ser encontrada nas escrituras sagradas. E assim
em coisas semelhantes. Da mesma forma, ao depreciar e orar contra os
perigos e tormentas das águas, devemos chamar à lembrança a salvação de
Noé no dilúvio das águas, a passagem dos filhos de Israel pelo Mar
Vermelho; e também devemos nos lembrar de como Cristo andou sobre as
águas e salvou o barco do perigo de ser lançado fora pela tempestade; e como
ele comandou os ventos e as ondas, e eles lhe obedeceram; e também, que ele
tirou Pedro da água, correndo o risco de se afogar: e assim por diante.
E, por último, com estes recitamos e invocamos alguns certos nomes
sagrados de Deus; a saber, aqueles que são significativos para realizar nosso
desejo e acomodados ao efeito desejado; pois, se for para derrubar inimigos,
devemos recitar e invocar os nomes da ira, vingança, medo, justiça e fortaleza
de Deus; e se quisermos evitar e escapar de qualquer mal ou perigo, então
invocamos os nomes de misericórdia, defesa, salvação, fortaleza, bondade e
nomes semelhantes de Deus. Quando também oramos a Deus para que ele
nos conceda nossos desejos, devemos da mesma forma misturar com ele o
nome de algum espírito bom, seja um só ou mais, cuja função é executar
nossos desejos; e às vezes também exigimos algum espírito maligno para
restringir ou compelir, cujo nome também nós misturamos; e isso com razão
especialmente, se for para executar qualquer obra maligna; como vingança,
punição ou destruição.
Além disso, se houver algum versículo nos Salmos, ou em qualquer outra
parte da Sagrada Escritura, que pareça congruente e agradável ao nosso
desejo, o mesmo deve ser mesclado com nossas orações. Agora, depois que a
oração foi feita a Deus, é conveniente depois fazer uma oração ao executor
que em nossa oração precedente a Deus, desejamos que nos administrasse,
seja um ou mais, seja ele um anjo ou estrela, ou alma, ou qualquer um dos
anjos nobres. Mas esse tipo de oração deve ser composto de acordo com as
regras que apresentamos no segundo livro de Filosofia Oculta, onde tratamos
da forma de composição dos encantamentos.
Você pode saber mais, que esse tipo de vínculo tem uma diferença tripla, pois
o primeiro vínculo é quando conjuramos por coisas naturais; o segundo é
composto de mistérios religiosos, por sacramentos, milagres e coisas desse
tipo; e o terceiro é constituído por nomes divinos e sigilos sagrados. E por
esse tipo de vínculo, podemos prender não apenas os espíritos, mas também
todas as outras criaturas; como animais, tempestades, incêndios, inundações e
a força e poder das armas. Muitas vezes também usamos esses laços
mencionados, não apenas por conjuração, mas às vezes também usando os
meios de depreciação e bênção. Além disso, conduz muito a este propósito,
juntar alguma frase da Sagrada Escritura, se alguma for considerada
conveniente para isso, como, na conjuração de serpentes, por comemorar a
maldição da serpente no Paraíso terrestre, e a criação da serpente no deserto;
e acrescentando ainda aquele versículo: Tu pisarás sobre a áspide e o
basilisco (Super aspidem & basiliscum ambulabis)[7], etc. A superstição
também é de muita prevalência aqui, pela tradução de alguns ritos
sacramentais, para ligar o que pretendemos impedir; como, os ritos de
excomunhão, de sepulcros, funerais, enterros e semelhantes.
E agora vamos tratar das consagrações que os homens devem fazer sobre
todos os instrumentos e coisas necessárias para serem usados nesta arte, e a
virtude desta consagração consiste principalmente em duas coisas; a saber, no
poder da pessoa que consagra, e em virtude da oração pela qual a
consagração é feita. Pois da pessoa que consagra se exige santidade de vida e
poder de santificação; ambos adquiridos por dignificação e iniciação. E que a
própria pessoa deve, com uma fé firme e indubitável, acreditar na virtude,
poder e eficácia disso. E então, na própria oração pela qual esta consagração
é feita, é exigida a mesma santidade; que consiste unicamente na própria
oração, como se fosse por inspiração divina ordenada para este propósito,
como temos em muitos lugares da Bíblia Sagrada; ou que seja instituído aqui
pelo poder do Espírito Santo, na ordenação da Igreja. Do contrário, há na
oração uma santidade, que não é apenas por si mesma, mas pela
comemoração das coisas sagradas; como, a comemoração das Sagradas
Escrituras, histórias, obras, milagres, efeitos, graças, promessas, sacramentos
e coisas sacramentais e assim por diante. Quais coisas, por uma certa
semelhança, parecem apropriada ou inadequadamente pertencer à coisa
consagrada.
Também é usada a invocação de alguns nomes divinos, com a consignação de
selos sagrados e coisas semelhantes, que conduzem à santificação e expiação;
tais como a aspersão com água benta, unções com óleo sagrado e defumações
odoríferas pertencentes à adoração sagrada. E, portanto, em cada consagração
é usada principalmente a bênção e consagração de água, óleo, fogo e
defumações, usados em todos os lugares com velas de cera sagradas ou
lamparinas acesas; pois sem luzes nenhum sacramento é corretamente
realizado. Portanto, deve-se saber e observar com firmeza que, se alguma
consagração for feita de coisas profanas, nas quais haja poluição ou
contaminação, então um exorcismo e expiação dessas coisas deve preceder a
consagração. Tais coisas, estando assim purificadas, são mais aptas a receber
as influências das virtudes divinas. Devemos também observar, que no final
de cada consagração, depois que a oração for corretamente realizada, o
consagrador deve abençoar a coisa consagrada, exalando algumas palavras,
com divina virtude e poder da presente consagração, com a comemoração de
sua virtude e autoridade, para que seja mais devidamente realizada e com
uma mente séria e atenta. E, portanto, apresentaremos aqui alguns exemplos
disso, por meio dos quais o caminho para toda a perfeição aqui pode ser feito
mais facilmente para se mostrar a você.
Portanto, na consagração das águas, devemos comemorar como Deus colocou
o firmamento no meio das águas, e de que maneira Deus colocou a fonte das
águas no paraíso terrestre, de onde brotaram quatro rios sagrados, que
regavam toda a terra. Quão sábio devemos chamar à lembrança de que
maneira Deus fez a água para ser o instrumento de execução de sua justiça na
destruição dos gigantes no dilúvio geral sobre toda a terra, e na derrubada do
exército de Faraó no Mar Vermelho; também, como Deus conduziu o seu
próprio povo pelo meio do mar em seco, e pelo meio do rio Jordão; e também
quão maravilhosamente ele tirou água da rocha no deserto; e como na oração
de Sansão, ele fez com que uma fonte de água corrente brotasse do golpe da
mandíbula de um jumento; e da mesma forma, como Deus fez das águas o
instrumento de sua misericórdia, e da salvação, para a expiação do pecado
original; também, como Cristo foi batizado no Jordão, e assim santificou e
purificou as águas. Além disso, certos nomes divinos devem ser invocados,
os quais são conformes a este documento; como, que Deus é uma fonte viva,
água viva, a fonte de misericórdia; e nomes semelhantes.
E da mesma forma na consagração do fogo, devemos comemorar como Deus
criou o fogo para ser um instrumento para executar sua justiça, para punição,
vingança e para a expiação dos pecados; também, quando Deus vier para
julgar o mundo, ele vai comandar uma conflagração de fogo para ir adiante
dele. E devemos relembrar de que maneira Deus apareceu a Moisés na sarça
ardente; e também, como ele foi adiante dos filhos de Israel em uma coluna
de fogo; e que nada pode ser devidamente oferecido, sacrificado ou
santificado, sem fogo; e como Deus instituiu o fogo para ser mantido
queimando continuamente no Tabernáculo da Aliança; e quão
milagrosamente ele reacendeu o mesmo, sendo extinto, e preservou-o de sair,
sendo escondido sob as águas; e coisas deste tipo. Da mesma forma, os
nomes de Deus devem ser invocados, os quais são consoantes aqui; como, é
lido na Lei e os Profetas, que Deus é um fogo consumidor; e se houver algum
dos nomes divinos que significam fogo, ou nomes semelhantes; como, a
glória de Deus, a luz de Deus, o esplendor e brilho de Deus.
E da mesma forma na consagração de óleo e perfumes, devemos chamar à
lembrança as coisas sagradas que são pertinentes a este propósito, que lemos
em Êxodo do óleo sagrado da unção, e nomes divinos significativos para isso,
como é o nome de Cristo, que significa ungido; e que mistérios há nisso;
como aquele no Apocalipse, das duas oliveiras destilando óleo sagrado nas
lâmpadas que queimam diante da face de Deus; e assim por diante.
E a bênção das luzes, cera e lâmpadas é tirada do fogo e do altar que contém
a substância da chama; e que outras semelhanças existem nos mistérios;
como a dos sete castiçais e lâmpadas queimando diante da face de Deus.
Essas são, portanto, as consagrações que, antes de tudo, são necessárias para
serem usadas em todo tipo de devoção e devem precedê-la, e sem as quais
nada nos ritos sagrados pode ser devidamente realizado.
Em seguida, agora, mostraremos a vocês a consagração de lugares,
instrumentos e coisas semelhantes.
Portanto, quando você desejar consagrar qualquer lugar ou círculo, você deve
tomar a oração de Salomão usada na dedicação do Templo, e além disso,
você deve abençoar o local com aspersão de água benta e com defumações;
comemorando nos mistérios sagrados da bênção; tais como: a santificação do
trono de Deus, do Monte Sinai, do Tabernáculo da Aliança, do Santo dos
Santos (Sanctum sanctorum), do Templo de Jerusalém. Além disso, a
santificação do monte Gólgota, pela crucificação de Cristo; a santificação do
Templo de Cristo; do Monte Tabor, pela transfiguração e ascensão de Cristo,
e semelhantes. E invocar nomes divinos que são significativos aqui; tais
como o Lugar de Deus, o Trono de Deus, o Assento de Deus, o Tabernáculo
de Deus, o Altar de Deus, a Habitação de Deus e nomes divinos semelhantes
deste tipo, que devem ser escritos sobre o círculo ou lugar para ser
consagrado.
E nas consagrações de instrumentos, e de todas as outras coisas que são úteis
a esta arte, você deve proceder da mesma maneira, borrifando-os com água
benta, perfumando-os com defumações sagradas, ungindo-os com óleo
sagrado, selando-os com algum sigilo sagrado, e abençoando-os com oração;
e para comemorar as coisas sagradas tiradas das sagradas Escrituras, religião,
e nomes divinos devem ser considerados agradáveis à coisa que deve ser
consagrada; como, por exemplo, ao consagrar uma espada, devemos chamar
à lembrança que no Evangelho, Aquele que tem duas túnicas, etc. (Qui habet
duas tunicas, etc.) e aquele lugar no segundo livro dos Macabeus, que uma
espada foi divina e milagrosamente enviada a Judas Macabeus. E se houver
algo semelhante nos profetas; como aquele lugar, leva até você espadas de
dois gumes, etc. (Accipe vobis gladios bis acutos).
Da mesma maneira, você deve consagrar experimentos e livros, e qualquer
coisa da mesma natureza, como está contido em escritos, imagens e
semelhantes, aspergindo, perfumando, ungindo, selando e abençoando com
santas comemorações e chamando à lembrança as santificações de mistérios;
como a santificação das tábuas dos dez mandamentos, que foram entregues a
Moisés por Deus no Monte Sinai; a santificação dos Testamentos de Deus, o
Antigo e o Novo; a santificação da lei e dos profetas e das Escrituras, que são
promulgadas pelo Espírito Santo. Além disso, devem ser comemorados os
nomes divinos que são adequados e convenientes para aqui; como por
exemplo: o Testamento de Deus, o Livro de Deus, o Livro da Vida, o
Conhecimento de Deus, a Sabedoria de Deus; e similares. E com esse tipo de
ritos é realizada a consagração pessoal.
Além desses, há outro rito de consagração, de maravilhoso poder e muita
eficácia; e isso está fora dos tipos de superstições; isto é, quando o rito de
consagração ou coleta de qualquer sacramento na Igreja é transferido para
aquilo que nós consagraríamos.
É para ser conhecido também, que votos, oblações e sacrifícios, têm o poder
de consagração, tanto real como pessoal; e eles são como se fossem certos
convênios e convenções entre aqueles nomes com os quais eles são feitos e
nós que os fazemos, apegando-nos fortemente ao nosso desejo e efeito
desejado; como, quando dedicamos, oferecemos e sacrificamos, com certos
nomes ou coisas; como, defumações, unções, anéis, imagens, espelhos; e
coisas menos materiais, como divindades, sigilos, pantáculos, encantamentos,
orações, imagens e escrituras; dos quais falamos amplamente em nosso
Terceiro Livro de Filosofia Oculta.
Existe entre aqueles magos (que mais usam o ministério de espíritos
malignos) um certo rito de invocação de espíritos por um livro a ser
consagrado antes para esse propósito; que é apropriadamente chamado de
Livro dos Espíritos[8] (Liber Spirituum); sobre o qual falaremos agora
algumas palavras. Pois este livro deve ser consagrado, um livro de espíritos
malignos, cerimoniosamente a ser composto, em seu nome e ordem; ao que
eles vinculam com um certo juramento sagrado, a pronta e presente
obediência dos espíritos nele descritos.
Agora, este livro deve ser feito do mais puro e limpo papel, que nunca foi
usado antes; que muitos chamam de papel virgem. E este livro deve ser
inscrito desta maneira; isto é, que seja colocada no lado esquerdo a imagem
do espírito, e no lado direito seu caractere, com o juramento acima dele,
contendo o nome do espírito, e sua dignidade e lugar, com seu cargo e poder.
No entanto, muitos compõem este livro de outra forma, omitindo os
personagens ou a imagem, mas é mais eficaz não negligenciar nada que
conduza a ele.
Além disso, devem ser observadas as circunstâncias dos lugares, tempos,
horas, de acordo com as estrelas sob as quais esses espíritos estão e parecem
concordar com a aplicação de seu local, rito e ordem. Livro que sendo assim
escrito, e bem encadernado, deve ser adornado, guarnecido e mantido seguro,
com registros e selos, para que não aconteça após a consagração, de abrir em
algum lugar não pretendido, e pôr em perigo o operador. Além disso, este
livro deve ser mantido tão reverentemente quanto possível; pois a
irreverência da mente faz com que ela perca sua virtude, com poluição e
profanação.
Sendo este livro sagrado assim composto de acordo com a forma já entregue,
devemos então proceder à sua consagração de duas formas; uma das quais é,
que todos os espíritos que estão escritos no livro sejam chamados ao círculo,
de acordo com os ritos e ordem que ensinamos antes; e o livro a ser
consagrado, que seja colocado sem o círculo em um triângulo. E, em primeiro
lugar, que sejam lidos na presença dos espíritos todos os juramentos que
estão escritos naquele livro; e então o livro a ser consagrado sendo colocado
sem o círculo em um triângulo ali desenhado, que todos os espíritos sejam
compelidos a impor suas mãos onde suas imagens e caracteres estão
desenhados, e a confirmar e consagrar o mesmo com um juramento especial e
comum. Feito isso, que o livro seja retirado, fechado e preservado como
falamos antes, e que os espíritos sejam autorizados a partir, de acordo com o
rito e a ordem devidos.
Existe outra maneira de consagrar um Livro dos Espíritos, que é mais fácil e
de muita eficácia para produzir todos os efeitos, exceto que ao abrir este livro
os espíritos nem sempre se tornam visíveis. E este caminho é o seguinte: Que
seja feito um Livro dos Espíritos como o apresentamos antes; mas no final
disso haja invocações e laços escritos, e fortes conjurações, com as quais todo
espírito pode ser amarrado. Então, este livro deve ser encadernado entre duas
tabelas ou lâminas, e no seu interior sejam desenhados os sagrados
pantáculos da Divina Majestade, que antes estabelecemos e descrevemos
retirados do Apocalipse[9]; então que seja o primeiro deles colocado no início
do livro, e o segundo no final do mesmo.
Este livro sendo aperfeiçoado desta maneira, que ele seja trazido em um
tempo claro e justo, para um círculo preparado em uma encruzilhada, de
acordo com a arte que nós entregamos antes; e ali, em primeiro lugar, o livro
sendo aberto, que seja consagrado aos ritos e modos que declaramos antes a
respeito da consagração. Feito isso, sejam chamados todos os espíritos que
estão escritos no livro, em sua própria ordem e lugar, conjurando-os três
vezes pelos laços descritos no livro, para que cheguem àquele lugar no
espaço de três dias, para que assegurem sua obediência, e a confirmem, ao
livro que se está consagrando. Em seguida, que o livro seja embrulhado em
linho limpo e enterrado no meio do círculo, e ali rapidamente coberto; e então
o círculo deve ser destruído, depois que os espíritos foram dispensados, parta
antes do nascer do sol; e no terceiro dia, por volta da meia noite, retorne e
faça novo o círculo, e dobre os joelhos e ore dando graças a Deus, e espalhe
um precioso perfume, e abra o buraco e tire o livro; e o mantenha, não
abrindo o mesmo. Então você deve dispensar os espíritos em sua ordem e,
destruir o círculo, e partir antes do nascer do sol. E este é o último rito e
forma de consagração, proveitosa para quaisquer escritos e experimentos, que
se dirigem aos espíritos, colocando-os entre duas lâminas sagradas ou
pantáculos, como antes foi mostrado.
Mas o operador, quando for trabalhar de acordo com o livro assim
consagrado, o faça em um tempo justo e claro, quando os espíritos estão
menos perturbados; e que ele se coloque em direção à região dos espíritos.
Em seguida, deve abrir o livro com o devido registro; que ele invoque os
espíritos pelo juramento ali descrito e confirmado, e pelo nome de seu
caractere e imagem, para o propósito que você deseja; e, se houver
necessidade, conjure-os pelos laços colocados no final do livro. E tendo
alcançado o efeito desejado, então você deverá permitir que os espíritos
partam.
E agora falaremos sobre a invocação de espíritos, tanto dos bons como dos
maus.
Os bons espíritos podem ser invocados por nós, de várias maneiras, e de
várias maneiras se oferecem a nós. Pois eles falam abertamente aos que
assistem, e se oferecem à nossa vista, ou nos informam em sonhos por
oráculo daquelas coisas que são desejadas. Qualquer que, portanto, chamar
algum bom espírito, para falar ou aparecer à vista, cabe-lhes especialmente
observar duas coisas: Uma das quais é sobre a disposição do invocante; a
outra sobre aquelas coisas que devem ser acrescentadas exteriormente à
invocação, para a conformidade dos espíritos a serem chamados.
Cumpre, portanto, que o próprio invocante esteja religiosamente disposto por
muitos dias a tal mistério. Em primeiro lugar, portanto, ele deve ser
confessado e contrito, tanto interna como externamente, e corretamente
expiado, lavando-se diariamente com água benta. Além disso, o invocante
deve conservar-se todos esses dias, casto, abstinente, e separar-se tanto
quanto possa ser feito, de todas as perturbações da mente e de todos os
negócios estrangeiros e seculares. Além disso, ele observará jejuns todos
esses dias, tanto quanto parecer conveniente para ele ser feito. Além disso,
que ele diariamente entre o nascer e o pôr-do-sol, vestir-se com uma
vestimenta sagrada de linho, invocar sete vezes a Deus e fazer uma
imprecação aos anjos para serem chamados de acordo com a regra que
ensinamos antes. Agora, o número de dias de jejum e preparação é
comumente o tempo de uma lunação inteira[10]. Há também outro número
observado entre os cabalistas, que é de quarenta dias.
Agora, com relação às coisas que pertencem a este rito de invocação, a
primeira é que um lugar seja escolhido, limpo, puro, próximo, quieto, livre de
todo tipo de ruído e não sujeito à visão de nenhum estranho. Este lugar deve
primeiro ser exorcizado e consagrado, e que haja uma mesa ou altar colocado
nele, coberto com linho branco limpo, e voltado para o leste; e em cada lado
dele, sejam colocadas duas lâmpadas de cera consagradas acesas, a chama da
qual não deve se apagar por todos esses dias (necessários). No meio do altar,
sejam colocados o selo lamin, ou o papel sagrado que descrevemos antes,
cobertos com linho fino puro; que não deve ser aberto antes do final destes
dias de consagração. Também terás prontamente um perfume precioso e óleo
de unção puro; e que sejam ambos consagrados. Deve-se também colocar um
incensário na cabeça do altar, onde você deve acender o fogo sagrado para
perfumar todos os dias que você orar.
Você também deve ter uma longa veste de linho branco, apertada na frente e
atrás, que deve cobrir todo o corpo e os pés, e cingida ao redor com um cinto.
Tereis também um véu de linho puro e limpo, e na parte dianteira dele sejam
fixados lamins de ouro ou dourados, com a inscrição do nome
Tetragrammaton; todas as coisas devem ser santificadas e consagradas em
ordem. Mas você não deve entrar no lugar santo, a menos que primeiro seja
lavado e vestido com uma vestimenta sagrada; e então você entrará nele com
os pés descalços. E quando você entrar, você deve aspergir com água benta;
então você deve espalhar um perfume sobre o altar, e depois com os joelhos
dobrados orar diante do altar como nós instruímos.
Mas no final destes dias, no último dia, você jejuará mais estritamente, e
jejuando no dia seguinte, ao nascer do sol, você pode entrar no lugar sagrado,
usando as cerimônias antes mencionadas, primeiro por aspergir-se, então
espalhando um perfume, você deve ungir com óleo sagrado na testa, e ungir
os olhos; usando a oração em todas essas consagrações. Então, você deve
abrir o lamen sagrado e orar diante do altar de joelhos, como disse acima; e
então uma invocação sendo feita aos anjos, eles aparecerão a você, aquele
que você desejar; que você deve entreter com uma comunicação benigna e
casta, e autorizá-los a partir.
Agora, o lamen que deve ser usado para invocar qualquer bom espírito, você
deve fazer desta maneira; ou em metal conformável, ou em cera nova,
misturado com espécies e cores conformáveis, ou pode ser feito em papel
limpo, com cores convenientes, e a forma externa ou figura da mesma pode
ser quadrada, circular ou triangular, ou de classes semelhantes, de acordo
com a regra dos números; no qual devem estar inscritos os nomes divinos,
tanto os nomes gerais como os especiais. E no centro do lamen, seja
desenhado um caractere de seis cantos (hexágono); no meio do qual estejam
inscritos o nome e o sigilo da estrela, ou do espírito, seu governador, a quem
está sujeito o bom espírito a ser chamado. E sobre este sigilo, que sejam
colocados tantos caracteres de cinco pontas (pentágonos), como os espíritos
que convocaríamos ao mesmo tempo. E se chamaremos apenas um espírito;
no entanto, serão feitos quatro pentágonos, nos quais o nome do espírito ou
espíritos, com seus caracteres, deve ser escrito. Ora, esta placa deve ser
composta quando a lua é crescente, naqueles dias e horas que concordam com
o espírito. E se pegarmos uma estrela afortunada com isso, será melhor. A
placa que, sendo feita desta forma, deve ser consagrada de acordo com as
regras acima entregues.
E é assim que se faz a placa geral, servindo para a invocação de todos os bons
Espíritos que sejam. Não obstante, podemos fazer placas especiais
congruentes com cada espírito, pela regra que mencionamos acima a respeito
dos santos pantáculos.
E agora vos declararemos outro rito mais fácil de realizar; isto é, que o
homem que vai receber qualquer oráculo dos bons espíritos seja casto, puro e
confessado. Então, um lugar sendo preparado puro e limpo, e coberto por
toda parte com linho branco, no dia do Senhor, na lua nova o deixe entrar
naquele lugar, vestido com vestes brancas limpas; e deixe-o exorcizar o lugar,
e abençoá-lo, e fazer um círculo nele com uma brasa santificada; e que sejam
escritos na parte externa do círculo os nomes dos anjos, e na parte interna
dele estejam escritos os nomes poderosos de Deus; e que ele coloque dentro
do círculo, nos quatro ângulos do mundo, os incensários para os perfumes.
Então deixe-o entrar no lugar jejuando, e se lavando, e que ele comece a
entoar para o Leste todo este salmo: Beati imaculati in via, etc. Bem-
aventurados os imaculados no caminho, etc. (Sal. 119) perfumando; e no
final se dignarão a descobrir e revelar o que ele deseja; e isso o deixará fazer
por seis dias, continuando lavado e jejuando. E no sétimo dia, que é o sábado,
deixe-o, lavado e em jejum, entrar no círculo, perfumá-lo e ungir-se com o
óleo sagrado da unção, ungindo a testa, os olhos e as palmas de suas mãos, e
ficar em pé. Então, ajoelhe-se, diga o salmo acima mencionado, com nomes
divinos e angelicais. Feito isso, deixe-o levantar-se e comece a andar em um
circuito dentro do referido círculo de Leste a Oeste, até que ele se canse de
uma tontura em seu cérebro; deixe-o cair no círculo, e lá ele pode descansar;
e imediatamente ele será envolto em um êxtase e um espírito aparecerá para
ele, que o informará de todas as coisas.
Devemos observar também que no círculo deve haver quatro velas sagradas
acesas nas quatro partes do mundo, que não devem faltar luz pelo espaço de
uma semana inteira. E a maneira de jejuar deve ser tal que se abstenha de
todas as coisas que têm uma vida de sentido, e daquilo que delas procede; e
que beba somente água corrente pura, nem coma nada até que o sol tenha se
posto. E que o perfume e o óleo sagrado da unção sejam feitos, como é
apresentado em Êxodo e nos outros livros sagrados da Bíblia. Também deve
ser observado que sempre que ele entra no círculo, ele tenha em sua testa um
lamen dourado, no qual deve estar escrito o nome Tetragrammaton, como
falamos antes.
Mas as coisas naturais, e suas combinações, também pertencem a nós, e estão
levando a receber oráculos de qualquer espírito por um sonho; que são
perfumes, unções e carnes ou bebidas, que você pode entender em nosso
primeiro livro de Filosofia Oculta.
Mas aquele que está sempre disposto a receber os oráculos de um sonho, que
faça para si um anel do sol ou de Saturno para este propósito. Há também
uma imagem a ser feita, de excelente eficácia e poder para operar esse efeito;
que sendo colocada sob sua cabeça quando for dormir, efetivamente dá
sonhos verdadeiros de tudo o que a mente antes determinou ou consultou. Da
mesma forma, as tabelas de números conferem receber um oráculo, estando
devidamente formadas sob suas próprias constelações. E essas coisas você
pode saber do Terceiro Livro de Filosofia Oculta.
Também servem para esse efeito tabelas e papeis sagrados, sendo
especialmente compostos e consagrados; como é o Almadel de Salomão, e a
Tabela da Revolução do nome Tetragrammaton. E as coisas que são desse
tipo e escritas nessas coisas, de várias figuras, números, imagens sagradas,
com as inscrições dos santos nomes de Deus e dos anjos; a composição da
qual é tirada de vários lugares das Sagradas Escrituras, salmos e versículos, e
outras certas promessas da Revelação e profecias divinas.
Para o mesmo efeito, se conduzem orações sagradas e imprecações, bem
como para Deus, como para os santos anjos e heróis; as imprecações das
quais as orações devem ser compostas como mostramos antes, de acordo com
alguma semelhança religiosa de milagres, graças e o mesmo, fazendo menção
daquelas coisas que pretendemos fazer; como extraímos do Antigo
Testamento, o sonho de Jacó, José, Faraó, Daniel e Nabucodonosor; se
extraído do Novo Testamento, do sonho de José, o marido da bem-aventurada
virgem Maria; do sonho dos Três Sábios; de João Evangelista dormindo
sobre o peito de nosso Senhor, e qualquer coisa semelhante pode ser
encontrada na religião, milagres e revelações; como, a revelação da cruz a
Helena, as revelações de Constantino e Carlos, o Grande, as revelações de
Brígida, Cirilo, Metódio, Matilda, Joaquim, Merhir e semelhantes. Segundo o
qual, sejam compostas as imprecações, se quando for dormir for com firme
intenção, e os demais dispondo-se bem, rezem com devoção, e sem dúvida,
produzirão um efeito poderoso.
Ora, aquele que sabe como compor as coisas das quais falamos agora,
receberá os mais verdadeiros oráculos dos sonhos. E isso ele fará; observe
aquelas coisas que no segundo livro de Filosofia Oculta são direcionadas a
respeito disso. Aquele que deseja, portanto, receber um oráculo, que se
abstenha de cear e de beber, e esteja bem disposto, seu cérebro estando livre
de vapores turbulentos; que ele também tenha seu quarto limpo e puro,
exorcizado e consagrado, se quiser; então deve perfumar o mesmo com
alguma fumigação conveniente; e que ele unja suas têmporas com algum
unguento eficaz para isso, e coloque um anel em seu dedo, das coisas acima
mencionadas; que ele tome uma imagem, ou placa sagrada, ou papel sagrado,
e coloque-o sob sua cabeça; então, tendo feito uma oração devota, deve ir
para sua cama e, meditando sobre aquilo que deseja saber, deve dormir; pois
assim ele receberá um oráculo mais certo e indubitável por um sonho, quando
a lua passar por aquele signo que estava na nona casa de sua natividade, e
também quando ela passar pelo signo da nona casa da revolução de sua
natividade; e quando ela estiver no nono signo do signo da perfeição. E este é
o meio e o modo pelo qual podemos obter todas as ciências e artes, de
repente e perfeitamente, com uma verdadeira Iluminação de nosso
entendimento; embora todos os espíritos familiares inferiores, sejam quais
forem, conduzam a esse efeito; e às vezes também espíritos malignos nos
informando sensatamente intrinsecamente ou extrinsecamente.
Mas se quisermos chamar qualquer espírito maligno para o círculo, primeiro
nos cabe considerar, e conhecer sua natureza, com qual dos planetas ele
concorda, e quais ofícios são distribuídos para ele a partir desse planeta; que
sendo conhecido, que se busque um lugar adequado e próprio para sua
invocação, de acordo com a natureza do planeta, e a qualidade dos ofícios do
referido espírito, tão próximo quanto o mesmo possa ser feito; como, se seu o
poder seja sobre o mar, rios ou inundações, então deixe o lugar ser escolhido
na costa; e o resto também. Escolhe-se então um momento conveniente, tanto
pela qualidade do ar, sereno, límpido, quieto, e próprio para os Espíritos
assumirem os corpos; como também da qualidade e natureza do planeta, e do
espírito, quanto a saber, em seu dia, ou a hora em que ele governa; ele pode
ser afortunado ou infeliz, às vezes durante o dia, e às vezes à noite, como as
estrelas e os espíritos exigem.
Levando em consideração essas coisas, que haja um círculo colocado no local
eleito, tanto para a defesa do invocante, quanto para a confirmação do
espírito. E no próprio círculo devem ser inscritos os nomes divinos gerais, e
aquelas coisas que nos rendem defesa; e com eles, aqueles nomes divinos que
governam este planeta, e os ofícios do próprio espírito; ali também estarão
escritos os nomes dos bons espíritos que carregam a regra, e são capazes de
amarrar e restringir aquele espírito que pretendemos chamar. E se ainda
quisermos fortalecer e confirmar nosso círculo, podemos adicionar caracteres
e pentáculos concordando com o trabalho; então também se quisermos,
podemos dentro ou fora do círculo, enquadrar uma figura angular, com a
inscrição de tais números convenientes, como são congruentes entre si para o
nosso trabalho; que também devem ser conhecidos, de acordo com a maneira
de números e figuras; dos quais no segundo livro de Filosofia Oculta é
suficientemente falado.
Além disso, ele deve receber luzes, perfumes, unguentos e remédios,
combinados de acordo com a natureza do planeta e do espírito; que
concordam parcialmente com o espírito, em razão de sua virtude natural e
celestial; e parcialmente são exibidos ao espírito para adoração religiosa e
supersticiosa. Em seguida, ele deve ser fornecido com coisas sagradas e
consagradas, necessárias também para a defesa do invocante, e seus
companheiros, como também servindo para laços, para amarrar e restringir os
espíritos; tais como são papéis sagrados, lamens, pinturas, pentáculos,
espadas, cetros, vestimentas de matéria e cor convenientes e coisas do
gênero.
Então, quando todas essas coisas forem fornecidas, e o mestre e seus
companheiros estiverem no círculo, em primeiro lugar, deixe-o consagrar o
círculo e todas as coisas que ele usa; que sendo executado com um gesto
conveniente e semblante, que ele comece a orar em alta voz, desta maneira.
Primeiro, que ele faça uma oração a Deus, e então deixe-o suplicar aos bons
espíritos; e se ele for ler quaisquer orações, salmos ou Evangelho para sua
defesa, eles devem tomar o primeiro lugar. Depois que essas orações e preces
forem ditas, então que ele comece a invocar o espírito que ele deseja, com um
encantamento gentil e amável, para todos os ângulos do mundo, com a
comemoração de sua própria autoridade e poder. E então deixe-se descansar
um pouco, olhando em volta; para ver se algum espírito aparece; e se ele
atrasar, então deve-se repetir sua invocação, como dito acima, até que tenha
feito isso três vezes; e se o espírito for pertinaz, obstinado e não aparecer,
então comece a conjurar com poder divino; assim também que as conjurações
e todas as suas comemorações concordam com a natureza e os ofícios do
próprio espírito, e reiteram as mesmas três vezes, de mais forte para mais
forte, usando objurações, insultos, maldições e punições, e suspensão de seu
cargo e poder, e assim por diante.
E depois que todas as maldições terminarem, pare um pouco; e se algum
espírito aparecer, deve o invocante voltar-se para o espírito, e recebê-lo
cortesmente, e implorando-o sinceramente, que primeiramente exija seu
nome, e se ele deve ser chamado por qualquer outro nome; e então,
procedendo mais adiante, deve perguntar o que quiser; e se em alguma coisa
o espírito se mostrar obstinado ou mentiroso, deixe-o ser preso por
conjurações convenientes; e se você duvida de qualquer mentira, faça fora do
círculo, com a espada consagrada, a figura de um triângulo ou pentágono, e
obrigue o espírito a entrar nele; e se você receber qualquer promessa que teria
que ser confirmada com um juramento, deve esticar a espada para fora do
círculo e o espírito irá jurar, colocando a mão sobre a espada.
Então, tendo obtido do espírito aquilo que você deseja, ou de outra forma
satisfeito, permita-lhe partir com palavras corteses, ordenando-lhe que não
faça mal; e se ele não partir, compele-o por poderosas conjurações; e se
necessário, expulse-o por exorcismos e fazendo fumigações contrárias. E
quando ele partir, não saia do círculo, mas fique, fazendo orações e dando
graças a Deus e aos anjos bons, e também orando por sua defesa e
conservação; e então todas essas coisas sendo realizadas ordenadamente,
você pode partir.
Mas se sua esperança for frustrada, e nenhum espírito aparecer, ainda por isso
não se desespere; mas saindo do círculo, volte novamente em outras vezes,
fazendo como antes. E se você julgar que você errou em alguma coisa, então
você deve corrigir, adicionando ou diminuindo; pois a constância da
reiteração frequentemente aumenta sua autoridade e poder, e infunde terror
nos espíritos e os humilha para obedecer.
E, portanto, alguns costumam fazer um portão no círculo, pelo qual podem
entrar e sair, que eles abrem e fecham como quiserem, e fortificam-no com
santos nomes e pentáculos.
Devemos notar também que quando nenhum espírito aparecer, mas o mestre,
estando cansado, decidiu cessar e desistir; não o deixe, portanto, partir sem
licenciar os espíritos; pois aqueles que isto negligenciam, estão em grande
perigo, a menos que sejam fortificados com alguma defesa sublime.
Frequentemente, também os espíritos vêm, embora não pareçam visíveis
(para causar terror àquele que os chama), seja nas coisas que usa, seja na
própria operação. Mas este tipo de licenciamento não é concedido
simplesmente, mas por uma espécie de dispensa com suspensão, até que nos
seguintes termos eles se tornem obedientes. Também sem círculo, esses
espíritos podem ser chamados a aparecer, de acordo com a forma que foi
apresentada antes sobre a consagração de um livro.
Mas quando pretendemos executar qualquer efeito por espíritos malignos,
quando uma aparição não é necessária; então isso deve ser feito, fazendo e
formando aquilo que deve ser para nós como um instrumento, ou sujeito do
próprio experimento; como, seja uma imagem, ou um anel, ou uma escrita,
ou qualquer símbolo, vela, ou sacrifício, ou qualquer coisa do gênero; então o
nome do espírito deve ser escrito ali, com seu caractere, de acordo com a
exigência do experimento, seja escrevendo-o com um pouco de sangue, ou
usando um perfume agradável ao espírito. Muitas vezes também fazemos
orações e preces a Deus e aos anjos bons antes de invocarmos o espírito
maligno, conjurando-o pelo poder divino.
Há outro tipo de espíritos, dos quais falamos em nosso terceiro livro de
Filosofia Oculta, não tão nocivos e mais próximos dos homens; assim
também, que eles são afetados pelas paixões humanas, e se alegram na
conversa dos homens, e livremente habitam com eles; e outros habitam nas
florestas e desertos, e outros se deleitam na companhia de diversos animais
domésticos e feras; e outros habitam perto de fontes e prados. Portanto, quem
quer que convoque esses espíritos, no lugar onde habitam, deve ser feito com
perfumes odoríferos, e com doces sons e instrumentos musicais,
especialmente compostos para a arte, com uso de canções, encantamentos e
versos agradáveis, com elogios e promessas.
Mas aqueles que são obstinados a ceder a essas coisas, devem ser compelidos
com ameaças, combinações, maldições, delírios, represálias e, especialmente,
ameaçando-os de expulsá-los dos lugares onde estão familiarizados.
Além disso, se necessário for, eu o instruo a usar exorcismos; mas a coisa
mais importante que deve ser observada é constância de espírito e ousadia,
livre e alienada do medo.
Por último, quando quiseres invocar este tipo de espíritos, deves preparar
uma mesa no lugar da invocação, coberta com linho limpo; em seguida, você
deve colocar pão fresco e água corrente ou leite em vasos novos de barro, e
facas novas. E farás uma fogueira, sobre a qual se fará um perfume. Mas que
o invocante irá até a cabeceira da mesa e em volta dela que sejam colocados
lugares para os espíritos, como quiseres; e os espíritos sendo chamados, você
deve convidá-los a beber e comer. Mas se por acaso você temer qualquer
espírito maligno, então desenhe um círculo, e deixe aquela parte da mesa em
que o invocante se senta, estar dentro do círculo, e o resto da mesa sem o
círculo.
Em nosso terceiro livro de Filosofia Oculta, ensinamos como e por que meios
a alma se une ao corpo; e o que acontece com a alma após a morte. Você
pode saber ainda que, aquelas almas ainda amam seus corpos abandonados
após a morte, como se fosse uma certa afinidade os atraindo; como são as
almas dos homens nocivos, que violentamente abandonaram seus corpos, e as
almas que desejam um enterro devido, que ainda vagam em um espírito
líquido e turbulento ao redor de suas carcaças mortas; pois essas almas, pelos
meios conhecidos pelos quais até então eram conjuntas a seus corpos, por
vapores, bebidas e favores semelhantes, são facilmente atraídos a elas.
Daí é que as almas dos mortos não devem ser convocadas sem sangue, ou
pela aplicação de alguma parte relíquia de seu corpo.
Ao levantar essas sombras, devemos perfumar com sangue novo, com os
ossos dos mortos, e com carne, ovos, leite, mel e óleo, e coisas semelhantes,
que atribuem às almas um meio apto a receber seus corpos.
Também deve ser entendido que aqueles que desejam ressuscitar quaisquer
almas dos mortos, devem fazê-lo naqueles lugares, onde estes tipos de almas
são mais conhecidos por serem familiarizadas, ou por alguma aliança
atraindo essas almas para seu corpo abandonado; ou por algum tipo de afeto
em tempos passados, impresso neles em sua vida, atraindo a dita alma a
certos lugares, coisas ou pessoas; ou pela natureza forçada de algum lugar
adequado e preparado para purgar ou punir essas almas. Quais lugares devem
ser conhecidos pela experiência de visões, poderosas incursões e aparições, e
prodígios semelhantes vistos.
Portanto, os lugares mais adequados para essas coisas são os cemitérios. E
melhores do que eles, são aqueles lugares onde há a execução de sentenças
criminais. E melhores do que estes são aqueles lugares em que nos últimos
anos ocorreram alguns massacres públicos de homens. Além disso, esse lugar
é melhor ainda: onde algum cadáver, que veio por morte violenta, ainda não
foi expiado, nem devidamente sepultado, e foi recentemente enterrado; para a
expiação daqueles lugares, é também um rito sagrado devidamente exigido
para o sepultamento dos corpos, e muitas vezes proíbe as almas de virem ao
corpo e os expulsa para longe, para os locais de julgamento.
E daí é que as almas dos mortos não são facilmente levantadas, exceto se
forem as almas daqueles que sabemos serem maus, ou que pereceram por
uma morte violenta, e cujos corpos precisam de um direito e devido enterro.
Agora, embora tenhamos falado a respeito de tais lugares desse tipo, não será
seguro nem confortável ir até eles; mas cabe a nós levar para o lugar que for
escolhido, alguma parte principal do corpo que seja relíquia, e com isso fazer
um perfume da maneira devida, e realizar outros ritos competentes.
Deve-se também saber que, porque as almas são certas luzes espirituais,
portanto, luzes artificiais, especialmente se forem moldadas de certas coisas
competentes, compostas de acordo com uma regra verdadeira, com inscrições
congruentes de nomes e selos, fazem muito valer para a ressurreição de almas
que partiram.
Além disso, essas coisas de que agora se fala, nem sempre são suficientes
para elevar as almas, por causa de uma porção extranatural de compreensão e
razão, que está acima, e conhecida apenas pelo céu e pelos destinos, e seu
poder.
Devemos, portanto, atrair as ditas almas, por poderes sobrenaturais e
celestiais devidamente administrados, mesmo por aquelas coisas que movem
a própria harmonia da alma, tanto imaginativas, quanto racionais e
intelectuais; assim como vozes, canções, sons, encantamentos: e coisas
religiosas; como orações, conjurações, exorcismos e outros ritos sagrados,
que podem muito comodamente ser administrados aqui.
Fim do Quarto Livro de Agripa.

[1]
Giovanni Pico della Mirandola (1463-1494).
[2]
O Horóscopo.
[3]
Refere-se na verdade aos planetas. No período em que o livro foi escrito não havia distinção na
nomenclatura, e deve-se estar atento a isto por todo o livro.
[4]
Refere-se ao Salmo 67:29.
[5]
Apocalipse 5:5.
[6]
Lucas 10:18-9.
[7]
Salmo 91:13 (modificado em muitas traduções da Bíblia devido ao animal lendário ou
desconhecido).
[8]
Aqui não se refere a um livro comum, mas a um tipo específico de livro ritualístico que consiste
apenas da figura do daemon nas páginas à esquerda e de seu sigilo nas páginas à direita. Por ser
ritualístico e consagrado, o livro funciona como um portal, evocando imediatamente o espírito em cuja
página foi deixado aberto. Um aparato mágico muito útil e poderoso aos praticantes deste ramo.
[9]
Estas imagens foram descritas anteriormente pelo autor, referindo-se na primeira delas à figura de
Deus com uma espada saindo de sua boca (ver Apocalipse 1: 12-16). E na segunda à figura do Cordeiro
de Deus com sete chifres e sete olhos (Apocalipse 5: 6,7).
[10]
Quatro semanas.

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