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Lettres à l'Alchimiste
O Simbolismo e o Hermetismo
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In Hoc Signo Vinces
Você então poderia me dizer, isso é tudo muito simbólico, mas aquele
que teme encontrar e vencer o grande enigma da iniciação, o grande
enigma da Esfinge de Tebas, o grande enigma da natureza, jamais
poderia compreendê-lo, quando ela, o símbolo, a guardiã da iniciação
lhe questiona: — Decifra-me ou eu te devoro! Entendemos por isso,
que compreender o símbolo, o que ela representa para os iniciados,
corresponde a grande jornada de compreender sua real natureza,
quem realmente nós somos.
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In Hoc Signo Vinces
O espírito, a alma, e o corpo teriam uma analogia, ou similaridade com
os mundos do homem, o Arquétipo, o Ético, e o Mágico. Sendo o mundo
Arquétipo o mundo que está em cima, o mundo do Espírito. Esse é o
mundo cabalístico de Atziluth, e por isso o centro que desejamos que
seja minimamente entendido, ou em linguagem iniciática: revestir o
espírito com um novo véu, para que o profano possa vislumbrar a
sombra do mundo espiritual. E com seu próprio trabalho sobre si e
suas faculdades desorientadas, chegue um dia a ver a verdadeira Luz
dos Iniciados.
Jung sobre o véu que cobre o espírito nos diz: “O que chamamos
símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser
familiar na vida diária, embora possua conotações especiais além do
seu significado evidente e convencional. Implica alguma coisa vaga,
desconhecida ou oculta para nós”.
Jung sobre o véu que cobre o espírito nos diz: “O que chamamos
símbolo é um termo, um nome ou mesmo uma imagem que nos pode ser
familiar na vida diária, embora possua conotações especiais além do
seu significado evidente e convencional. Implica alguma coisa vaga,
desconhecida ou oculta para nós”.
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E continua: “Assim, uma palavra ou uma imagem é simbólica quando
implica alguma coisa além do seu significado manifesto e imediato”.
Esta palavra ou esta imagem têm um aspecto "inconsciente" mais
amplo, que nunca é precisamente definido ou de todo explicado. E nem
podemos ter esperanças de defini-la ou explicá-la. “Quando a mente
explora um símbolo, é conduzida a ideias que estão fora do alcance da
nossa razão.”
Jung apesar de não iniciado fisicamente nos mistérios por uma escola,
através de sua árdua pesquisa vislumbrou muitos dos segredos da
natureza, e concluiu que os sonhos são completamente simbólicos, e
assim fez com que alguns cientistas retornassem seus olhos à ciência
arcana. E através de estudos de diversos mitos, contos, fábulas,
buscou sua significância para o homem além do seu ponto meramente
moral, que comumente é o campo de batalhas dos sábios, indo além e
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buscando alcançar o secreto templo do espírito, concluiu que o
Subconsciente se comunica com a parte consciente através de
símbolos que os sonhos expressam.
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para encontrar a sagrada terra do Sol, é um lenho lançado ao mar, a
fumaça que para onde o vento sopra ela irá.
O Homem
"Os símbolos são para a mente o que as ferramentas são para a
mão, uma aplicação ampliada de seus poderes." — Dion Fortune
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Os véus do mistério
"Os discípulos aproximaram-se dele e perguntaram: 'Por que falas ao
povo por parábolas?'
O poder do símbolo
O Deus Mercúrio do panteão grego, o mesmo Hermes Romano que
conhecemos no esoterismo atual por Hermes Trismegistos, o pai do
Hermetismo, o próprio Íbis de Thot Egípcio, que lhes ensinou a
escrita, a matemática, a alquimia, a fundição entre outras ciências do
velho mundo. Era um deus muito inteligente e brincalhão, por isso
sempre pensava de forma astuta e diferente dos demais deuses, ou
melhor, sua sabedoria era superior a dos demais Deuses. Sua
velocidade e capacidade de se comunicar lhe rendeu o status de
mensageiro dos Deuses, já que podia esse ir do mundo humano ao
Olimpo com extrema velocidade, ou seja, da terra aos céus, da matéria
ao espírito.
Visto que cada autor possui em si sua própria regra simbólica, para
compreender corretamente o símbolo, devemos estudar sua
representação que ele exercia para o autor ou aquela escola, já que
nem todos os símbolos nos são naturais. E mesmo certos símbolos que
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nos são naturais podem representar algo mais abrangente e
obscuro, que nunca havíamos pensado, em uma determinada escola
ou filosofia. Como o emblema da Mãe, esse mesmo símbolo está em
todas as religiões e nos liga diretamente ao sentimento que temos de
nossa mãe, nossa nutriz, ela é sempre imaculada, pois seria para a
maioria de nós uma abominação pensar na mãe num sentido vulgar,
então esse símbolo de pureza que se relaciona e absorve muitas vezes o
símbolo da branca pomba do espírito santo já que os dois
representam e nos ligam a um sentido de pureza virginal.
Notoriamente, conforme vamos amadurecendo em nossas vidas, esse
mesmo símbolo vai tendo abrangência maior e significado mais vasto,
podemos então dizer que ele cresce conosco. Esse ponto é muito
importante para entendermos que, por exemplo, nos símbolos dos
nossos sonhos essa estrutura particular é muito utilizada pelo
“inconsciente” para tentar se comunicar conosco. Ou seja, para
compreendermos os símbolos usados por nosso subconsciente
precisamos nos estudar, nos autoconhecer.
Tenha Paciência e Perseverança Nos Estudos
Numa escola iniciática os símbolos que compõem sua estrutura e
cosmologia visam localizar onde e em que estado se encontra o iniciado,
nesse processo de sair das trevas da ignorância para adentrar na luz
da sabedoria. A alegoria de Platão chamada “Mito da Caverna”, já
tão conhecida refere-se a este estado de ignorância que nos
encontramos e que para nós os símbolos são apenas sombras do que
realmente representam, já que a tradição afirma que “O simbolismo é,
com efeito, uma verdadeira ciência que tem suas regras precisa e cujos
princípios emanam do mundo dos Arquétipos.” Diz o escritor maçônico
Jules Boucher (J.B.), e continua: “Somente pelo estudo dos símbolos é
que se pode chegar ao esoterismo. Apenas considerando o exoterismo
dos símbolos, isto é, interpretando-os num sentido quase literal, é que
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chegaremos a julgar os Ritos [...]”. Esse caminho das trevas à Luz
nos exige muita paciência e perseverança, mas é o mais maravilhoso
de todos os caminhos, já que tudo é símbolo.
Dedique-se a Ter Sua Própria Visão do Símbolo
Devido à complexidade que um mesmo símbolo possui, é interessante
que estudemos diversos autores ditos “consagrados” sobre o que eles
afirmam sobre esse símbolo, surgirão divergências e muitas vezes
aparentes confusões, onde nos será necessário julgar a nosso critério
de acordo com nossa visão, por isso, a construção do símbolo é ainda
nossa.
Tenha Humildade e Aprenda Com os Erros
Se nosso julgamento tiver errado, ou percebemos que a estrutura
simbólica não está se encaixando harmoniosamente, tenhamos
humildade e nos esforçamos para acatar a interpretação que mais se
alinha com a estrutura. Mas quando vamos perceber que os símbolos
estão errados? Quando percebermos que não estamos mais avançando
na correta interpretação de textos herméticos, tais como a Tábua de
Esmeralda, textos de alquimistas consagrados como Raimundo Lullo,
Flamel e outros, ou até mesmo o Apocalipse de João, ou uma Sura do
Sagrado Alcorão. Existem esoteristas que dizem que a grande obra é a
harmonização correta dos símbolos.
"Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as
vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se,
vos despedacem. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e
abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca,
encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á."
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