elementos da Natureza, o Fogo, o Ar, a Água e a Terra formaram toda a criação, e como todo o criado, o homem também é formado pelos quatro elementos. Sua filosofia remonta a tempos imemoráveis e, mesmo com o passar de tanto tempo e o advento da ciência oficial, ela resiste até hoje nos meios ocultos, filosóficos e até psicológicos. Carl Gustav Jung se esforçou em aplicá-los em seus trabalhos e os relacionou a quatro funções psíquicas utilizadas pela consciência: a intuição (fogo), o pensamento (ar), o sentimento (água) e a sensação (terra). A sensação e a intuição permitem perceber as coisas, enquanto o pensamento e o sentimento permitem julgar os fatos. Esses quatro processos da natureza humana, em conjunto com as atitudes de introversão e extroversão, formam o que ele chama de tipos psicológicos.
Os cientistas não iniciados tomaram ao “pé da letra” ou na letra
morta, os símbolos usados pelos antigos filósofos, e imaginaram que o fogo, o ar, a água e a terra eram os mesmos elementos que φ In Hoc Signo Vinces percebemos com nossos sentidos físicos, o que ocasionou muitos erros e desilusões. É claro que esses elementos têm sua analogia com os elementos físicos, que são usados como símbolos para explicar algo mais transcendente que a ciência oficial pode comprovar com seus testes de laboratório. Na tradição hindu são chamados: Tejas o princípio do fogo, Apas o princípio da Água, Vaju o princípio do Ar, Prithivi o princípio da Terra. Como nosso espaço é pequeno, não nos adentramos nesse maravilhoso esoterismo. Tese, Antítese, Diálogo e Síntese tais eram processos que os antigos filósofos gregos em analogia aos quatro elementos usavam para formular seus trabalhos. No simbolismo da esfinge, as garras de leão representam o Fogo e o poder de Querer, as asas de Águia o Ar e o poder de Ousar, o rosto humano a Água e o poder de Saber e finalmente os flancos de Touro a Terra e o poder de Calar.
Estes elementos estão descritos em forma de símbolos no mais antigo
livro da sabedoria esotérica: O chamado Livro de Thoth. Diz-se que os antigos iniciados, prevendo a decadência da real sabedoria, entregaram aos homens comuns um conjunto de cartas para que, com sua tendência aos jogos, mantivessem essa sabedoria, sem que soubessem o que possuíam em mãos, essas cartas são o que chamamos de Tarô, e na nossa sabedoria é também chamada de Rota da Natureza. No baralho vulgar, os quatro elementos estão dispostos da seguinte forma: Paus para o Fogo, Espadas para o Ar, Copas ou Taças para a Água e Ouros ou Discos para a Terra, e representam as armas do Mago.
Os símbolos mais comuns na tradição ocidental e alquímica são: um
triângulo com vértice ascendente para o Fogo, um triângulo com vértice descendente para a Água, um triângulo ascendente com uma linha que o corta para o Ar, e um triângulo descendente com um corte φ In Hoc Signo Vinces para a Terra. Tais símbolos provavelmente remetem à antiga tradição astrológica, já que o triângulo representaria a triplicidade dos elementos. As cores variam de escola e tradição, mas é comum ser utilizada pelas atuais tradições rosa cruzes, a saber: vermelho para o Fogo, amarelo para a Água, preto para a Terra, e branco para o Ar.
Na criação, participam da seguinte forma: O Fogo expansivo, quente e
seco. Nos dizem os adeptos que foi do fogo original de onde surgiu o FIAT LUX da aurora da criação, já que o resultado do fogo é a luz. A Água introspectiva, fria e úmida, o CAOS de onde tudo surgiu. O fogo possui características Elétricas e a Água magnéticas, que se atraem e repelem mutuamente sem cessar, gerando o movimento, que é a vida. Nesse processo, o Ar é o mediador, equilibrante e harmonizador desses dois elementos, assim nesse sentido é neutro ante o fogo e a água, mas em comparação à terra que é seu oposto natural, ele é ativo. Sem o Ar que harmoniza e equilibra os contrários não haveria vida, por isso na lei hermética é comparado ao útero que gesta. O ar é quente e úmido. Esses três elementos geram uma forma material e definida, que é o elemento Terra. O elemento Terra é o primeiro totalmente fixo, limitante e sua função hermética é a φ In Hoc Signo Vinces nutrição, assim como a terra o é para a semente. Como é o quarto elemento se relaciona ao quadrado que é considerada a forma perfeita, e somente na forma perfeita que a alma inteligente se manifesta, nessa consideração os três elementos anteriores formam o triângulo que é a primeira forma geométrica. No princípio, na aurora da criação o FIAT LUX (faça-se Luz) foi pronunciado iniciando a criação, a palavra de quatro letras (FIAT) formam o acróstico de Flatus (Ar), ignis (fogo), Aqua (Água), Terrae (terra) e formam o Macrocosmo e o Microcosmo. Semelhante um ao outro.
O homem comum, vulgar, não é um homem completo, já que é
necessário a ele ainda construir a si mesmo para alcançar o lugar que lhe corresponde. Todas as coisas criadas são e foram criadas a partir do caos em que tudo repousava e se misturava. O Homem comum é um verdadeiro Caos, podendo se tornar um rei da natureza ou permanecer nas trevas do Caos natural e nada a ele acrescentar sendo submisso à natureza exterior. Ao vir ao mundo lhe é dada uma marca ascendente que corresponde ao que os antigos chamavam de Temperamentos ou Humores que são as influências Elementais dos espíritos da natureza tanto externa quanto interna. Os Elementais são os espíritos dos elementos. As salamandras para o fogo, as ondinas para a água, os silfos para o ar e os gnomos para a terra. As salamandras dominam os Coléricos e Biliosos. As Ondinas dominam os chamados Fleumáticos, Linfáticos ou Pituitários. Os Silfos têm dominância sobre os Sanguíneos ou Ativos. Os Gnomos fazem dos melancólicos seus joguetes. Os Elementais não possuem livre-arbítrio por isso não são conhecedores do bem e do mal e sua influência também é neutra, mas nos torna em desequilíbrio com os demais elementos. Para representar isso é traçado uma cruz e cada Elemental é dominante de um de seus quatro braços da cruz e nos arrastam aos seus extremos. Cada um possui a característica φ In Hoc Signo Vinces predominante de um elemento que comumente se degenera no defeito ou oposto da virtude de cada elemento.
A energia e a força das Salamandras transformam-se em cólera e
irritabilidade. A flexibilidade e atenção às imagens das Ondinas se tornam debilidades e inconstância. A prontidão e atividade dos Silfos se tornam leviandade e capricho. A laboriosidade e a paciência dos Gnomos convertem-se na grosseria e avareza. Por isso é dito que é preciso vencê-los em suas próprias naturezas sem nunca se subjugar pelas suas fraquezas. Somente se mantendo no centro da Cruz Hermética é possível ao homem imperar, dominar e prender os Elementais, ou seja, estando em sintonia com todos eles, mas se mantendo senhor de si mesmo.
O primeiro problema que
nos é dado é encontrar o centro da Cruz Hermética, o local que os antigos designavam ao quinto elemento, o Éter, também conhecido como Quinta Essência, que é o princípio dos outros quatro elementos. O temperamento correspondente a quem se fixou nesse centro, era chamado pelos antigos de Ad Pondus, que raramente é concebido pela natureza, ou seja, é resultado de um esforço pessoal. A ele é chamado homem superior, o homem magnético descrito por Heitor Durville e Turnbull, φ In Hoc Signo Vinces não possui os defeitos dos Coléricos, sanguíneos, fleumáticos e melancólicos, mas possui todas as virtudes. Alcançar o equilíbrio, o centro da Cruz Filosófica deverá ser nossa busca. Lembrem-se os Elementais só são submetidos à autoridade de um homem equilibrado.