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GRANDE LOJA DE SANTA CATARINA

R..E..A..A

COMPLEMENTO II À 2ª INSTRUÇÃO

COMPANHEIRO-MAÇOM

A LEI DOS OPOSTOS (2ª Parte)


INTELIGÊNCIA E RAZÃO
SISTEMA E CHAVE NUMEROLÓGICA:
WRONSKI E BARLET

2004

INTELIGÊNCIA E RAZÃO

"Hermes Trismegisto"

Trata-se de um personagem desconhecido, havendo estudiosos, desde a Antiguidade, que


sustentam não se tratar de uma pessoa, mas sim de uma Escola ou Centro de doutrinação
hermético-iniciática, tendo por símbolo esse nome. Um dos mais sérios argumentos em abono
desse entendimento está em que o grande número de livros escritos não caberia no espaço de
tempo de uma vida humana, por mais longa que ela fosse. Segundo a tradição antiga,
"Hermes" era uma expressão comum aplicada a todos os sacerdotes, e "Trismegisto" tinha a
significação de "três vezes grande e três vezes Mestre". Seja como for, os Mistérios Órficos ou
de Orfeu estão baseados nessa doutrina, e nela estão decalcados os ensinamentos de
PITÁGORAS e os "Diálogos" de PLATÃO.

Do conjunto enorme de obras imputadas à autoria de "Hermes Trismegisto", fosse ele um


personagem real, fosse um Centro Iniciático da mais remota Antiguidade, são realçadas as que
levam os nomes de "PIMANDRO", "ASCLÉPIOS" e "TÁBUA DE ESMERALDA",
respectivamente, todas as três dedicadas à verdadeira Iniciação do Homem.

No PIMANDRO, "Hermes" é apresentado como discípulo do "Mestre Pimandro",


correspondendo este à Mente Suprema que dirige o ser humano quando conscientemente se
subordina às ordens da Inteligência Divina. Nesse grau de subordinação o homem recebe a
"Luz" necessária à sua evolução, que começa pela abertura dos olhos para a realidade material
do mundo (misérias, dores, sofrimentos, inveja, paixões, traições, etc); prossegue no estudo
das Ciências para que possa adquirir, sempre e cada vez mais, conhecimentos aperfeiçoados.
O propósito é claro e simples: Levar o Homem a colocar a sabedoria acima das coisas
materiais ante a transitoriedade delas e já que são as responsáveis pelo aviltamento da mente.
O domínio do Conhecimento conduz o Homem aos cumes iluminados, onde o vulgo não
alcança. Aprende a dominar as paixões e conquistar a sensibilidade necessária para
compadecer-se dos males e sofrimentos alheios.

Toda a doutrina do PIMANDRO, em última síntese, destina-se a abrir o coração do homem de


modo a que sua mente, sempre mais apurada e educada, permita-lhe, pelos próprios esforços,
encontrar um caminho secreto, puro e iluminado, para conduzi-lo ao Ser Supremo, que está
presente em todas as coisas. Em certa passagem desse Livro, consta assim a
extraordinariamente bela lição que o "Mestre Pimandro" passa a seu discípulo Iniciado - "Tat":

"...O flagelo da ignorância inunda toda a Terra, corrompe a alma encerrada no


corpo e a impede de entrar no porto da salvação. Não vos deixeis levar pela
corrente; voltai, se puderdes, ao porto de salvação! Procurai um piloto para vos
conduzir às portas da Gnose, onde brilha a luz admirável, livrando das trevas,
onde ninguém se embriaga, onde todos são sóbrios e volvem os olhos do
coração para Aquele que quer ser contemplado, o Inaudito, o Inefável, invisível
aos olhos, visível à inteligência e ao coração. Antes de tudo, é preciso rasgar esta
roupa que trazes, esta vestimenta da ignorância, princípio da maldade, cadeia de
corrupção, invólucro tenebroso, morto-vivo, cadáver sensível, inimigo do Amor,
ciumento no ódio, túmulo que conduzes contigo, ladrão doméstico. Tal é a
vestimenta inimiga de que estás revestido, atraindo-te, temendo que o espetáculo
da Verdade e do Bem te façam odiar a sua maldade, descobrir os embustes com
que te rodeia, obscurecendo-te o que parece claro, mergulhando-te na matéria,
enervando- te em volúpias infames, a fim de que não possas entender o que
deves entender e ver o que deves ver".

Dialogando com seu "Mestre" sobre essa lição, indaga "TAT" se possui "verdugos" consigo,
obtendo como resposta a enunciação das doze faltas humanas de que ele deverá previamente
se despojar, antes de pretender a verdadeira INICIAÇÃO. Diz então "Hermes" a esse discípulo:

"A primeira falta é a ignorância, a segunda a tristeza, a terceira a intemperança, a


quarta a concupiscência, a quinta a injustiça, a sexta a avareza, a sétima o erro, a
oitava a inveja, a nona a malícia, a décima a cólera, a décima primeira a
temeridade, a décima segunda a maldade. São doze e têm sob suas ordens um
número maior ainda. Pela prisão dos sentidos, elas submetem o homem interior
às paixões destes mesmos. Afastam-se, pouco a pouco, daquele que o Ser
Supremo tomou por piedade, e eis aí em que consiste o modo e a razão do
renascimento. E agora, meu filho, silencia e louva o Ser Supremo; Sua
misericórdia não nos abandonará nunca. Regozija-te agora, meu filho, purificado
pelos poderes do Ser Supremo na articulação da palavra. O conhecimento do Ser
Supremo (Gnose) entra em nós, e logo a ignorância desaparece. O conhecimento
da alegria nos chega e, diante dela, meu filho, a tristeza fugirá para aqueles que
podem ainda experimentá-la. O poder que eu invoco depois da alegria é a
temperança, ó encantadora virtude ! Apressemmo-nos a colhê- la, meu filho,
porque a sua chegada expulsa a intemperança. Em quarto lugar, invoco a
continência, a força oposta à concupiscência. Este grau, meu filho, é a sede da
justiça; vê como expulsou a injustiça sem combate. Justifica-mo-nos e a injustiça
desapareceu. Eu invoco o sexto poder, a comunidade que nos vem servir para
lutar contra a avareza. Quando esta desaparece eu invoco a Verdade; o erro foge
e a realidade aparece. Vé, meu filho, a plenitude do bem que segue à aparição da
Verdade; pois que a inveja, afastando-se de nós pela Verdade, o Bem nos chega
com a vida e a luz, e não ficam em nós carrascos de trevas, todas se retiram
vencidas. Tu conheces, meu filho, o caminho de tua regeneração. Quando a
década está completa, meu filho, cumpre-se o nascimento ideal, e o
décimo-segundo carrasco é repelido e nascemos para a contemplação. Aquele
que obtêm da misericórdia divina o nascimento no Ser Supremo libertou-se das
sensações corporais, reconhece os elementos divinos que o compõem e goza de
uma felicidade perfeita".

Esses mesmos ensinamentos, sob diferentes formas, encontram-se no Antigo Egito, na China
e na Índia.

No ASCLÉPIOS - que também aparece como discípulo de "Hermes" - a doutrinação é posta


em nível mais elevado do que a ministrada a PIMANDRO. Aqui, o ensino está adequado à
Filosofia Iniciática egípcia enquanto ligada à sua teogonia e destina-se a mostrar a
ASCLÉPIOS que, apesar do panteão de divindades, não há senão um só deus - "Amon"
(oculto) "Ra" (sol) - digno de adoração, pois é ele a luz secreta, a força universal que não pode
ser revelada a quem não tiver sido Iniciado, isto é, previamente preparado para essa revelação.
Diz então "Hermes" a esse discípulo:

"Não chames outra pessoa senão Amon, porque um sermão sobre as matérias
mais santas da religião seria profanado por um auditório muito numeroso; é uma
impiedade entregar ao conhecimento do grande número um tratado todo cheio da
majestade divina"

"Unindo-se ao divino, o homem desdenha o que tem em si de terrestre, liga-se por


um elo de caridade a todos os outros seres, e, por isso, ele se sente necessário à
ordem universal. Ele contempla o céu e, neste meio feliz onde está colocado, ama
o que está abaixo de si, e é amado pelo que está em cima. Cultiva a terra, imita a
rapidez dos elementos; seu pensamento dominante desce às profundezas do mar.
Tudo é claro para ele; o céu não lhe parece muito alto, porque a ciência o
aproxima; a lucidez de seu espírito não é ofuscada pelos espessos nevoeiros do
ar, o peso da terra não é mais um obstáculo ao seu trabalho, a profundidade das
águas não perturba a sua vista; ele abraça tudo e fica em toda a parte o mesmo".

Estes eram os preceitos que estavam destinados aos que estavam, como ASCLÉPIOS,
preparados para a mais alta e significativa Iniciação.

A "TÁBUA DE ESMERALDA"

Das três obras mais famosas e mais divulgadas de Hermes Trismegisto como dito, o Pimandro,
o Asclépios e a Tábua de Esmeralda -, é esta a mais conhecida e a mais divulgada entre os
hermetistas, mesmo porque o seu texto foi larga e profundamente explorado nas Iniciações
religiosas dos povos cultos mais antigos, como o Egito, a Grécia, a Pérsia, e a Índia, só para
exemplificar. Muito do que está em seu texto também é encontrado, ainda que sob outra
linguagem, nos textos do Pimandro e do Asclépios. A "Tábua de Esmeralda" é uma pedra de
cor verde que simboliza a primeira matéria da Obra Divina - o Universo.
O texto é este:

"O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está em baixo é como o
que está em cima, para perpetuar os milagres de uma só coisa. E como todas as
coisas nasceram de um e vieram de um por mediação, desse modo todas as
coisas nasceram desta coisa única por adaptação. O Sol é seu pai e a Lua sua
mãe, o Vento a carregou em seu ventre e a Terra é sua nutriz. O pai de todo o
Telesma está aqui. E sua força e seu poder estão completos, se se convertem em
terra. Separarás a terra do fogo, o tênue do denso, com suavidade e habilidade.
Ele sobe da Terra ao Céu e de novo baixa à Terra e recebe a força das coisas
superiores e inferiores. Obterás por meio disto a glória de todo o mundo e por
isso toda a obscuridade desaparecerá de ti. Nisto está a força forte de toda força,
pois vencerá toda coisa sutil e penetrará toda coisa sólida. Assim foi criado o
Mundo - e deste se farão e aplicarão admiráveis adaptações por intermédio do
que aqui está - e nesse momento me chamam Hermes Trismegisto, ao possuir as
três partes da Filosofia de todo o Mundo. Completo está o que disse da operação
do Sol."

Como se observa, algumas partes do texto apresentam-se não muito claras, enquanto que
outras para os que já estão Iniciados, como os Companheiros-Maçons oferecem muita
dificuldade. Seja como for, é texto merecedor de interpretação dentro de uma concordância
mito- fisica-cabalo-hermética, que é a Metodologia mais e melhor aplicável no campo dos
textos e leis do hermetismo. Assim:

4.

(1) "O que está em cima é como o que está em baixo...": São as asas colocadas nos pés do
deus Mercúrio e as que estão sobre sua cabeça. O alimento que lhe deu o deus Vulcano fez
nascer as primeiras; Júpiter por intermediação do deus Juno, que simboliza o ar, deu-lhe as
segundas; mas, como o Fogo Celeste, representado por Júpiter, e o Fogo Central,
representado por Vulcano, dependem da mesma raiz, e estando Vulcano nos Céus antes de
ser precipitado à Terra, disso deve ser concluído que o Fogo Central provém do Fogo Vital
Celeste, em face da eterna circulação que Deus impôs a este último, e por conseguinte, tudo o
que está em cima é como o que está em baixo.

(2) "Para perpetuar os milagres de uma só coisa...": É o mesmo que dizer que o Fogo
Central e o Fogo Celeste igualmente colaboraram para a formação do mercúrio hermético.
Esse mercúrio é essa "coisa única" com a qual se podem operar milagres, pois é esse metal,
segundo a alquimia, muito adequado para produzi-los em todos os gêneros.

(3) "E como todas as coisas nasceram de um e vieram de um por mediação...": Todas as
coisas, sem dúvida, provêm da Unidade, isto é, todas as coisas vêm do primeiro Caos por
intermédio do Espírito Universal que pairava sobre as Águas. Vieram pela Vontade de Deus,
cuja Natureza foi o instrumento imediato colocado entre Ele e o Caos e que serviu tanto como
"meio" quanto "mediador", como disse Hermes. É por sua "mediação" que, com efeito,
operou-se o desenvolvimento do Caos.

(4) "...desse modo todas as coisas nasceram desta coisa única por adaptação.": Essa
"coisa única" é o mercúrio hermético, que, sendo uma porção ínfima da Alma atuante no
Universo e ainda a própria Natureza, atua igualmente sobre os três Reinos naturais porque se
adapta e se adequará a cada um deles em particular, segundo assim determinem as sementes
de um reino ou o fermento dos outros. É o que foi dito aos Filósofos, isto é, que no mercúrio
estava encerrada a virtude vivificante dos animais, a virtude vegetativa das plantas e a virtude
fermentativa dos minerais; e ainda que essas três virtudes não fossem mais do que uma, ela se
adaptava por igual aos três Reinos da Natureza.

(5) "O Sol é seu pai e a Lua sua mãe...": Não se entendam nem se vejam esses dois seres
como os astros do dia e da noite. São o "sol" e a "lua" herméticos, aos quais Hermes quis se
referir. O Fogo Vital é o Sol dos Sábios; e o meio úmido radical com o qual se envolve esse
Fogo é a "Lua" hermética. A união dessas duas substâncias forma o mercúrio hermético, filho
de um e de outra. Os sacerdotes egípcios haviam expressado a mesma coisa através de Osíris
e Ísis, dos quais Hórus ou "mercúrio filosófico" era o filho.

(6) "...o Vento a carregou em seu ventre...": O "vento", aqui no texto, tem o mesmo
significado que o ar em seu estado natural de movimento ou agitação. Portanto, o vento teria
levado o mercúrio hermético porque o ar é a substância que o envolve e através do qual ele
nos é transmitido.

(7) "...e a Terra é sua nutriz.": Viu-se que o mercúrio nasceu dos "Sábios de Maya ou da
Terra" e se disse que nas entranhas de sua mãe o Fogo Central ou Vulcano o nutria. Esse
"fogo central" nada mais é do que a terra pura e sutil que conforma o globo terrestre e que é a
causa de sua fecundidade. É a essa "terra espiritual" que Hermes quer se referir.

(8) "O pai de todo o Telesma está aqui. E sua força e seu poder estão completos, se se
convertem em terra.": É como se Hermes houvesse dito: "O mercúrio universal é o pai de
todas as produções naturais e está aqui porque é o mercúrio dos filósofos; e sua força e seu
poder serão completos se o artista conseguir dominar esse mercúrio e reduzi-lo à 'natureza da
terra', isto é, à 'pedra', que é a pedra filosofal', a pedra dos Filósofos, cuja força e poder são,
com efeito, 'incompreensíveis'."

(9) "Separarás a terra do fogo, o tênue do denso, com suavidade e habilidade.": É o


mesmo que dizer que há de ser o mercúrio separado da natureza geral dos vínculos de sua
primeira coagulação ou de sua placenta, e separar da terra ou dos elementos toscos que a
absorvem o fogo central que nela reside; porém, como as substâncias aparentes da matéria
caótica dos Sábios são a terra e a água, Hermes quis também que se separasse a água da
terra, e que, após havê-las purificado, se voltasse a uni-las.

(10) "Ele sobe da Terra ao Céu e de novo baixa à Terra e recebe a força das coisas
superiores e inferiores": Essa operação tem lugar na "proveta" do artista e é o efeito da
reação por meio da qual as propriedades da substância volátil reagem, isto é, se comunicam,
se mesclam e se confundem com a da substância fixa que es- tá no fundo da proveta, assim
como as propriedades da parte fixa se mesclam com as propriedades da volátil. Na
circunstância em que fala Hermes, são a terra e a água purificadas que, para reunir-se, devem
experimentar essa reação.

(11) "Obterás por meio disto a glória de todo o mundo e por isso a obscuridade
desaparecerá de ti" : Quando se está na posse da 'pedra filosofal', se está na posse da chave
de toda a Natureza, por meio da qual nada na Natureza pode ser escondido ou ser
impenetrável. Um homem assim possuidor dessa chave tanto mais será superior a seus
semelhantes quanto nesse Mundo nada porá limites à amplitude de seu gênio, à de sua
inteligência e à da penetração de que ela será dotada.

(12) "Nisto está a força forte de toda força, pois vencerá toda coisa sutil e penetrará toda
coisa sólida.": Segundo a 'Tábua de Esmeralda', a "pedra filosofal" produz, verdadeiramente,
os efeitos anunciados por Hermes; fixa e transmuda em ouro a prata pura que é a "coisa sutil",
e transmuda os metais imperfeitos em ouro, penetrando, então, a "coisa sólida". Observará o
Irmão Companheiro que essa "alquimia hermética" é trabalho do Aprendiz e do Companheiro,
quando devem transmudar a "pedra bruta" material de que estão revestidos (= "metais
imperfeitos") em "pedra polida" espiritual (= "ouro").

(13) "Assim foi criado o mundo...": Com essa afirmação quis Hermes dizer que a criação da
"pedra filosofal" não passa de uma cópia calcada na Criação do Universo.

(14) “... e deste se farão e aplicarão admiráveis adaptações...": Quer essa expressão
significar que a Ter- a dos Sábios não está limitada, em seu poder, somente à natureza
sublunar, mas que pode ser adaptada utilmente e empregada para produzir "efeitos
sobrenaturais" para familiarizar-se com a "Ciência da Natureza Celeste" a que conduz a "pedra
filosofal" aos que a possuem, como se aprende na Cabala Hermética.

(15) ”... por intermédio do que aqui está...": O meio para alcançar e conseguir por adaptação
efeitos mais elevados do que os que a Natureza apresenta e que impressiona nossos sentidos,
é a "pedra filosofal", cuja matéria e procedimentos estão contidos de um modo tão difuso
quanto abstrato na "Tábua de Esmeralda".

(16) “... e nesse momento me chamam Hermes Trismegisto, ao possuir as trés partes da
Filosofia de todo o Mundo.": Essa passagem parece autorizar o entendimento de certos
filósofos ao pretenderem que o sobrenome "Trismegisto" não era atribuído a "Hermes", mas
sim porque havia encontrado a "pedra filosofal", cujas virtudes se estendem sobre os três
Reinos da Natureza.

(17) "Completo está o que disse sobre a operação do Sol.": Hermes entende por "operação
do Sol" a obra hermética levada até o encontro da "pedra filosofal" que os Sábios haviam
chamado de "Sol Hermético" e que representa, com efeito, o último signo e o mais completo
exito da operação. Para conseguir realizar a obra hermética deverá ser conhecido e
encontrar-se esse "barro"(= matéria-prima) do Caos primordial e no qual está contida a
propriedade fermentativa e o primeiro mercúrio dos Filósofos Herméticos. É esta a base sobre
a qual se apoiam todos os "Doze Trabalhos de Hércules" 7 e sobre a maior parte de suas
ficções, suas parábolas e seus enigmas.
Só se pode contar com a "verdade" desse "barro primordial", em sua manifestação, através de
suas diversas manipulações e dos "sinais" indicados pelos Filósofos Herméticos, por meio dos
quais não se poderá errar nem desconhecê-los, segundo a doutrinação da Tábua de
Esmeralda. Depois de haver-se conhecido e recolhido esse "barro" na "estação" e na "hora"
apropriadas, deve ele ser encerrado num vaso de vidro para, em seguida, dissolvê-lo e
destilá-lo. Dessa destilação resulta uma terra banhada em azeite, de cor vermelha escura, mais
ou menos da cor de um fígado de animal, que aumenta de peso. No começo do trabalho a
"terra" se converte em "água", e devido às manipulações que seguem, a "água" se transforma
em "terra". Depois de terem sido purificadas a "terra" e a "água" que procedem do "barro
primordial", elas duas deverão unir-se; no momento da união a "primeira matéria da Obra
Divina" perde esse nome para tomar o de "primeira matéria filosofal". Os elementos simples ou
propriedade fermentativa estão contidos nestas duas substâncias unidas, de modo que,
quando se tenham separado corretamente as heterogeneidades que interceptavam suas
ações, atuam harmonicamente uma sobre a outra, do que resulta um todo homogêneo e
harmônico, que se chama "pedra filosofal", "Microcosmo" ou "Pequeno Mundo".

A exposição, análise e estudo do "mercúrio hermético" ou mitológico só serão possíveis


quando o Irmão tiver sido exaltado ao Grau de Mestre.

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