Você está na página 1de 2

A RETROGRADAÇÃO

A retrogradação caracterís ca da quinta viagem tem também vários


sen dos, que se oferecem a nossa meditação. Fundamental entre eles nos
parece a necessidade de revisar o caminho percorrido, correspondendo de
certa maneira a nossa faculdade da memória, com a qual analisamos
retrospec vamente os diferentes acontecimentos de nossa vida.
É uma revisão completa de toda nossas a vidade e de nossos esforços
que se impõe neste momento evolu vo, para poder dar con nuidade.

Outro sen do não menos importante é o da retrogradação aparente que se


cumpre inevitavelmente em vários aspectos da vida individual, como primeira
conseqüência da liberdade desacostumada, efeito do abandono de todas as
regras e limitações. Há, muitas vezes, efe vamente, uma recaída em vícios,
defeitos e enganos que pareciam ter sido defini vamente superados;
entretanto, tratam-se de fenômenos transitórios, pois chega um momento em
que o movimento de retrocesso tem que ser de do; começa então um novo
progresso, sobre uma base mais firme, mais sólida e segura.

Como o número cinco representa também a queda do homem (ou seja, a


involução do Espírito ou do eu nos laços da Ilusão, que o fazem num primeiro
momento escravo da aparência material das coisas), é natural que haja também
nesta viagem este sen do de queda ou involução, que se manifesta na vida do
Iniciado como preliminar necessária de uma mais completa regeneração
espiritual.

Comparou-se, também, esta retrogradação do Companheiro em sua quinta


viagem, à retrogradação aparente do sol que, depois do Sols cio do Verão,
começa um movimento em sen do inverso, em relação com o anterior,
afastando-se sempre mais, em seu declínio, do hemisfério boreal,
incrementando assim à noite e ao frio, que se fazem mais evidentes conforme
nos afastamos do Equador em direção do pólo, até a noite de seis meses que
caracteriza a região circumpolar.

Finalmente esta retrogradação tem um sen do filosófico digno de nota, já


que na medida em que nos aproximamos à realidade, reconhecemos que
esta sempre se manifesta e procede em sen do inverso da aparência.
Um exemplo sico desta Verdade encontramos no duplo movimento
aparente do Sol ao redor da terra e do Zodíaco, que é na realidade a aparência
inver da do movimento de rotação e revolução da terra; enquanto o sol se
levanta para nós ao oriente e fica ao ocidente, passando pelo Sul, e nos faz ver
em sen do inverso, nos doze meses, os doze signos do Zodíaco, na realidade é
a terra a que gira sobre si mesma e ao redor do sol, do Ocidente ao oriente, e
passando de Libra a Áries nos seis meses de luz crescente e de Áries a Libra nos
meses de luz decrescente.

Assim, tendo realizado o Companheiro suas quatro primeiras viagens,


segundo o movimento aparente do sol, realiza a úl ma inversamente, segundo
o movimento real da terra, ingressando defini vamente no campo da realidade,
e cessando assim de ser escravo da aparência externa.

Você também pode gostar