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A Produção da Animação
Pegue de vênus, forjada em pequenas placas, a quantidade que desejar, dez,
vinte ou quarenta libras. Deixe que elas sejam incrustadas com um pulso feito de
arsênico e tártaro calcinado e calcinado em seu próprio recipiente por vinte e quatro
horas. Em seguida, deixe vênus ser pulverizada, lavada, e completamente purificada. A
calcinação com ablução deve ser repetida três ou quatro vezes. Dessa forma, ela é
purgada e purificada de seu verde espesso e de seu próprio enxofre impuro.
É preciso ficar atento às calcinações feitas com súlfur comum. Pois tudo o que é
bom no metal é estragado por ele, e o que é ruim se torna pior. Para dez marcas dessa
vênus purgada, adicione-se uma de lua pura. Mas, para que o trabalho da Mmdicina
possa ser acelerado pela projeção e penetrar mais facilmente no corpo imperfeito e
expulsar todas as porções que se opõem à natureza da lua, isso é realizado por meio de
um fermento perfeito. Pois o trabalho é contaminado por meio de um súlfur impuro, de
modo que uma nuvem se estende sobre a superfície da substância transmutada, ou o
metal é misturado com os resíduos do enxofre e pode ser lançado fora com ele. Mas se
for necessário fazer uma projeção de uma pedra vermelha, com o objetivo de obter uma
transmutação vermelha, ela deve cair primeiro sobre o ouro, depois sobre a prata ou
sobre algum outro metal completamente purificado, conforme explicamos acima. D’aí
surge o ouro mais perfeito.
Capítulo 16 – Sobre a Matéria Universal da Pedra Filosofal
Após a mortificação dos vegetais, eles são transmutados, pela concorrência de
dois minerais, como o súlfur e o sal, em uma natureza mineral, de modo que, por fim,
eles próprios se tornam minerais perfeitos. Assim, nas tocas e cavernas minerais da
terra, são encontrados vegetais que, com a longa sucessão de tempo e pelo calor
contínuo do enxofre, abandonam a natureza vegetal e assumem a natureza mineral. Isso
acontece, na maior parte das vezes, quando o nutriente apropriado é retirado dos
vegetais desse tipo, de modo que eles são obrigados a obter sua nutrição do enxofre e
dos sais da terra, até que o que antes era vegetal passe a ser um mineral perfeito. Desse
estado mineral, também, às vezes surge uma essência metálica perfeita, e isso acontece
pelo progresso de um grau a outro.
Mas voltemos à Pedra Filosofal. A questão dessa pedra, como alguns escritores
já mencionaram, é sobretudo difícil de descobrir e obscura de entender. O método e a
regra mais segura para descobrir isso, bem como outros assuntos — o que eles
abrangem ou são capazes de realizar — é um exame cuidadoso da raiz e da semente
pelas quais eles chegaram ao nosso conhecimento. Para isso, antes de qualquer outra
coisa, é absolutamente necessária uma consideração dos princípios e também da
maneira pela qual a natureza procede da imperfeição até o fim da perfeição.
Ora, para essa consideração, é bom que se entenda bem, desde o início, que
todas as coisas criadas pela natureza consistem em três elementos primordiais, a saber,
mercúrio natural, súlfur, e sal combinados, de modo que em algumas substâncias eles
são voláteis, em outras, fixos. Sempre que o sal corporal é misturado com o mercúrio
espiritual e o súlfur animado em um só corpo, a natureza começa a trabalhar, nos lugares
subterrâneos que servem para seus vasos, por meio de um fogo separador. Com isso, o
súlfur espesso e impuro é separado do puro, a terra é separada do sal, e as nuvens do
mercúrio, enquanto as partes mais puras são preservadas, as quais a natureza solda
novamente em um corpo geogâmico puro.
Essa operação é considerada pelos magos como uma mistura e conjunção pela
união de três constituintes: corpo, alma, e espírito. Quando essa união é concluída,
resulta dela um mercúrio puro. Agora, se este, ao fluir por suas passagens e veias
subterrâneas, encontrar um súlfur caótico, o mercúrio é coagulado por ele de acordo com
a condição do súlfur. No entanto, ele ainda é volátil, de modo que dificilmente em cem
anos é transformado em um metal. D’aí surgiu a ideia vulgar de que o mercúrio e o súlfur
são a matéria dos metais, como certamente é relatado pelos mineiros. No entanto, o
mercúrio e o súlfur comuns não são a matéria dos metais, mas o mercúrio e o súlfur dos
filósofos são incorporados e inatos nos metais perfeitos e em suas formas, de modo que
eles nunca saem do fogo, nem são depravados pela força da corrupção causada pelos
elementos. É verdade que, com a dissolução dessa mistura natural, nosso mercúrio é
subjugado, como dizem todos os filósofos. Sob essa forma de palavras, nosso mercúrio
vem a ser extraído de corpos perfeitos e das forças dos planetas terrestres.
É isso que Hermes afirma nos seguintes termos: “O Sol e a Lua são as raízes
dessa arte”. O filho de Hamuel diz que a Pedra Filosofal é água coagulada, ou seja, em
sol e lua. A partir disso, fica mais claro do que o Sol que o material da Pedra Filosofal
nada mais é do que sol e lua. Isso é confirmado pelo fato de que o semelhante produz o
semelhante. Sabemos que existem apenas duas pedras, a branca e a vermelha. Há
também duas matérias da Pedra Filosofal, sol e lua, formadas juntas em um casamento
adequado, tanto natural quanto artificial.
Agora, como vemos que o homem ou a mulher, sem a semente de ambos, não
pode gerar, da mesma forma nosso homem, sol, e sua esposa, lua, não podem conceber
ou fazer qualquer coisa no caminho da geração, sem a semente e o esperma de ambos.
Por isso, os filósofos concluíram que uma terceira coisa era necessária, a saber, a
semente animada de ambos, o homem e a mulher, sem a qual eles julgaram que todo o
seu trabalho seria infrutífero e em vão. Tal semente é mercúrio, que, pela conjunção
natural de ambos os corpos sol e lua, recebe a natureza deles em si mesmo em união.
Então, finalmente, e não antes, o trabalho está apto para o congresso, o ingresso, e a
geração; pelo poder e virtude masculinos e femininos.
Por isso, os filósofos disseram que esse mesmo mercúrio é composto de corpo,
espírito e alma, e que assumiu a natureza e a propriedade de todos os elementos.
Portanto, com seu gênio e intelecto mais poderosos, eles afirmaram que sua Pedra
Filosofal era animal. Eles até a chamaram de seu Adão, que carrega sua própria Eva
invisível escondida em seu corpo, a partir daquele momento em que foram unidos pelo
poder do Deus Supremo, o Criador de Todas as Criaturas. Por essa razão, pode-se dizer
que o mercúrio dos filósofos não é outro senão seu mercúrio mais abstruso e composto,
e não o mercúrio comum. Assim, eles sabiamente disseram aos sábios que há em
mercúrio tudo o que os sábios procuram.
Al-Mahdī, o filósofo, diz: “Extraímos nosso mercúrio de um corpo perfeito e de
duas condições naturais perfeitas incorporadas em conjunto, que de fato apresenta
externamente sua perfeição, por meio da qual é capaz de resistir ao fogo, de modo que
sua imperfeição interna possa ser protegida pelas perfeições externas”. Por essa
passagem do filósofo sagaz, entende-se a matéria adâmica, o limbo do microcosmo e a
matéria homogênea e única dos filósofos. As palavras desses homens, que
mencionamos anteriormente, são simplesmente douradas e sempre devem ser tidas na
mais alta estima, pois não contêm nada supérfluo ou sem força.
Resumidamente, então, a matéria da Pedra Filosofal não é outra senão um
mercúrio ardente e perfeito extraído pela natureza e pela arte; isto é, o Adão hermafrodita
artificialmente preparado e verdadeiro, e o microcosmo; o mais sábio dos filósofos,
Mercurius, fazendo a mesma declaração, chamou a Pedra Filosofal de órfã. Nosso
mercúrio, portanto, é o que contém em si todas as perfeições, a força, e as virtudes do
Sol, que percorre todas as ruas e casas de todos os planetas e que, em seu
renascimento, adquiriu a força das coisas acima e das coisas abaixo pelo casamento do
qual deve ser comparado, claro pela brancura e vermelhidão combinadas nele.
Capítulo 17 – Sobre a Preparação da Matéria para a Pedra Filosofal
O que a natureza requer principalmente é que seu próprio homem filosófico seja
trazido para uma substância mercurial, para que possa nascer na Pedra Filosofal. Além
disso, deve-se observar que essas preparações comuns de Jābir, Alberto Magno, Tomás
de Aquino, Rupescissa, Polidoro e outros homens nada mais são do que algumas
soluções, sublimações e calcinações particulares, não tendo nenhuma referência à
nossa substância universal, que precisa apenas do fogo mais secreto dos filósofos.
Portanto, que o fogo e o azoth sejam suficientes.
Pelo fato de os filósofos fazerem menção a certas preparações, como putrefação,
destilação, sublimação, calcinação, coagulação, dealbação, rubificação, ceração, fixação
e similares, deve-se entender que, na Substância Universal, a própria natureza realiza
todas as operações na matéria mencionada, e não o operador, apenas em um recipiente
filosófico e com um fogo semelhante, mas não o fogo comum. O branco e o vermelho
brotam de uma única raiz sem nenhum intermediário. Ela se dissolve por si mesma,
copula por si mesma, torna-se branca, torna-se vermelha, torna-se cor de açafrão e
negra por si mesma, casa-se consigo mesma e concebe em si mesma. Portanto, ele
deve ser decocto, cozido, fundido; ele sobe e desce. Todas essas operações são uma
única operação e são produzidas apenas pelo fogo.
Ainda assim, alguns filósofos, por meio de uma essência altamente graduada de
vinho, dissolveram o corpo de Sol e o tornaram volátil, de modo que ele deveria subir
através de um alambique, pensando que essa é a verdadeira matéria volátil dos filósofos,
embora não seja assim. E embora não seja um arcano desprezível reduzir esse corpo
metálico perfeito a uma substância volátil e espiritual, eles estão errados em sua
separação dos elementos. Esse processo dos monges, como Lúlio, Ricardo da
Inglaterra, Rupescissa, e os demais, é errôneo.
Por esse processo, eles pensavam que separariam o ouro em um poder sutil,
espiritual e elementar, cada um por si só, e depois, por circulação e retificação,
combinariam-os novamente em um — mas em vão. Pois, embora um elemento possa,
em certo sentido, ser separado de outro, ainda assim, todo elemento separado dessa
maneira pode ser novamente separado em outro elemento, mas esses elementos não
podem, posteriormente, por circulação em um pelicano, ou por destilação, ser novamente
reunidos em um só; mas eles sempre permanecem como uma certa matéria volátil, e
aurum potabile, como eles mesmos a chamam.
A razão pela qual eles não conseguiram atingir sua intenção é que a natureza se
recusa a ser arrastada e separada dessa maneira pelas disjunções do homem, como por
óculos e instrumentos terrestres. Somente ela conhece suas próprias operações e os
pesos dos elementos, cujas separações, retificações e cópulas ela realiza sem a ajuda
de qualquer operador ou artifício manual, desde que a matéria esteja contida no fogo
secreto e em seu recipiente oculto apropriado. A separação dos elementos, portanto, é
impossível para o homem.
Pode parecer que isso acontece, mas não é verdade, independentemente do que
possa ser dito por Raimundo Lúlio e daquela famosa obra dourada inglesa que ele
falsamente supõe ter realizado. A própria natureza tem em si o separador adequado, que
junta novamente o que foi separado, sem a ajuda do homem. Ela conhece melhor a
proporção de cada elemento, o que o homem não conhece, por mais que os escritores
enganadores romanceiem suas receitas frívolas e falsas sobre esse ouro volátil.
Esta é a opinião dos filósofos: quando eles colocam sua matéria no fogo mais
secreto e, quando com um calor filosófico moderado, ela é estimulada por todos os lados,
começando a se corromper, ela se torna negra. Essa operação é denominada putrefação
e a escuridão é chamada de Cabeça de Corvo. Sua ascensão e descida são chamadas
de destilação, ascensão, e descensão. A exsicação é chamada de coagulação; e a
dealbação é chamada de calcinação; enquanto que, por se tornar fluida e macia no calor,
mencionam a ceração. Quando deixa de subir e permanece líquido no fundo, eles dizem
que há fixação.
É dessa maneira que os termos das operações filosóficas devem ser entendidos,
e não de outra.
Capítulo 18 – Sobre os Instrumentos e o Vaso Filosófico
Os falsos filósofos entenderam mal o vaso filosófico oculto e secreto, e pior ainda
é o que foi dito por Aristóteles, o alquimista (não o famoso filósofo acadêmico grego),
que afirma que a matéria deve ser decocada em um vaso triplo. O pior de tudo é o que
é dito por outro, a saber, que a matéria em sua primeira separação e primeiro grau requer
um vaso metálico; em seu segundo grau de coagulação e dealbação de sua terra, um
vaso de vidro; e no terceiro grau, para fixação, um vaso de barro.
No entanto, aqui os filósofos entendem um único recipiente em todas as
operações até a perfeição da pedra vermelha. Uma vez que, então, nossa matéria é
nossa raiz para o branco e o vermelho, necessariamente nosso vaso deve ser moldado
de modo que a matéria nele contida possa ser governada pelos corpos celestes. Pois as
influências celestiais invisíveis e as impressões das estrelas são, em primeiro lugar,
necessárias para o trabalho; caso contrário, seria impossível realizar as pedras orientais,
caldeias e egípcias. Com isso, Anaxágoras conhecia os poderes de todo o Firmamento
e previu que uma grande pedra desceria do céu para a Terra, o que de fato aconteceu
após sua morte.
Para os məqūbbālīm, nosso recipiente é perfeitamente conhecido, pois deve ser
feito de acordo com proporção e medida verdadeiramente geométricas, e a partir de uma
quadratura definida do círculo, de modo que o espírito e a alma de nossa matéria,
separados de seu corpo, possam ser capazes de erguer esse recipiente consigo mesmos
em proporção à altitude do céu.
Se o recipiente for mais largo, mais estreito, mais alto ou mais baixo do que é
adequado e do que o espírito e a alma operadores dominantes desejam, o calor de nosso
fogo filosófico secreto (que é, de fato, muito severo) excitará violentamente a matéria e
a levará a uma operação excessiva, de modo que o recipiente seja fragmentado em mil
pedaços, com perigo iminente para o corpo e até mesmo para a vida do operador. Por
outro lado, se o recipiente tiver uma capacidade maior do que a necessária, na devida
proporção, para que o calor tenha efeito sobre a matéria, o trabalho será desperdiçado
e jogado fora. Portanto, nosso recipiente filosófico deve ser feito com o maior cuidado. O
material do recipiente deve ser compreendido apenas por aqueles que, na primeira
solução de nossa matéria fixa e aperfeiçoada, trouxeram essa matéria à sua própria
quintessência primordial. Já foi dito o suficiente sobre esse ponto.
O operador também deve observar com muita precisão o que, em sua primeira
solução, a matéria envia e rejeita de si mesma.
O método para descrever a forma do vaso é difícil. Ele deve ser tal como a
natureza exige e deve ser buscado e investigado em todas as fontes possíveis, de modo
que, do alto do céu filosófico, elevado acima da terra filosófica, ele possa ser capaz de
operar sobre o fruto de seu próprio corpo terreno. Ele também deve ter essa forma, para
que a separação e a purificação dos elementos, quando o fogo separa um do outro,
possam ser realizadas, e para que cada um tenha o poder de ocupar o lugar ao qual
adere; e também para que o Sol e os outros planetas possam exercer suas operações
ao redor da terra elementar, enquanto seu curso em seu circuito não é impedido nem
agitado por um movimento muito rápido. Em todos esses aspectos que foram
mencionados, ela deve ter uma proporção adequada de rotundidade e altura.
Os instrumentos para a primeira purificação de corpos minerais são vasos de
fusão, foles, pinças, capelas, copos, testes, vasos de cimentação, cinerícios,
cucurbitáceos, bacias para aquafortis e água régia; e também os aparelhos necessários
para a projeção no clímax do trabalho.
Capítulo 19 – Sobre o Fogo Secreto dos Filósofos
Essa é uma frase bem conhecida dos filósofos: “Que o fogo e o azoth sejam
suficientes para ti”. Somente o fogo é todo o trabalho e toda a arte. Além disso, aqueles
que fazem seu fogo e mantêm seu recipiente nesse calor estão em erro. Em vão alguns
tentaram fazer isso com o calor do esterco de cavalo. Pelo fogo do carvão, sem um meio,
eles sublimaram sua matéria, mas não a dissolveram. Outros obtiveram seu calor de
lâmpadas, afirmando que esse é o fogo secreto dos filósofos para fazer sua Pedra
Filosofal. Alguns a colocaram em um banho, primeiramente em montes de ovos de
formigas; outros, em cinzas de zimbro. Alguns buscaram o fogo na cal virgem, no tártaro,
no vitríolo, no nitrogênio, etc. Outros, ainda, buscaram-no na água fervente.
Tomás de Aquino fala falsamente sobre esse fogo, dizendo que Deus e os anjos
não podem passar sem esse fogo, mas o usam diariamente. Que blasfêmia é essa?!
Não é uma mentira manifesta que Deus não possa passar sem o calor elementar da
água fervente? Não nos deixemos enganar por Arnaldo de Vilanova, que escreveu sobre
o assunto do fogo de carvão, pois nesse assunto ele se engana.
Al-Mahdī diz que os raios invisíveis de nosso fogo, por si só, são suficientes. Outro
cita, como ilustração, que o calor celestial, por seus reflexos, tende à coagulação e à
perfeição de mercúrio, assim como, por seu movimento contínuo, tende à geração de
metais. Novamente, diz essa mesma autoridade: “Faça um fogo, vaporoso, digerindo,
como para cozinhar, contínuo, mas não volátil ou fervente, fechado, isolado do ar, não
queimando, mas alterando e penetrando”. Agora, em verdade, mencionamos todos os
modos de fogo e de excitação de calor. Se você for um verdadeiro filósofo, entenderá”.
Isso é o que ele diz.
Salmānašarēd observa: “Nosso fogo é corrosivo, o que traz sobre nossa
embarcação um ar semelhante a uma nuvem, na qual os raios desse fogo estão ocultos.
Se esse orvalho do caos e essa umidade da nuvem falharem, um erro foi cometido”.
Novamente, al-Mahdī diz que, a menos que o fogo tenha aquecido nosso sol com sua
umidade, pelo excremento da montanha, com uma subida moderada, não seremos
participantes nem da pedra vermelha nem da pedra branca.
Todas essas questões nos mostram abertamente o fogo oculto dos sábios.
Finalmente, esta é a questão de nosso fogo, ou seja, que ele seja aceso pelo espírito
calmo do fogo sensível, que impulsiona para cima, por assim dizer, o caos aquecido do
lado oposto e acima de nossa matéria filosófica. Esse calor, brilhando acima de nosso
vaso, deve impulsioná-lo ao movimento de uma geração perfeita, de forma moderada,
mas contínua, sem interrupções.
Capítulo 20 – Sobre o Fermento dos Filósofos
Os filósofos trabalharam muito na arte dos fermentos e das fermentações, que
parece ser mais importante do que todas as outras. Com relação a isso, alguns fizeram
um voto a Deus e aos filósofos de que nunca divulgariam seus arcanos por meio de
semelhanças ou parábolas.
No entanto, Hermes, o pai de todos os filósofos, no “Livro dos Sete Tratados”,
revela mais claramente o segredo dos fermentos, dizendo que eles consistem apenas
em sua própria pasta; e, mais detalhadamente, ele diz que o fermento clareia a
confecção, impede a combustão, retarda completamente o fluxo da tintura, consola os
corpos e amplia as uniões. Ele diz, também, que essa é a chave e o fim do trabalho,
concluindo que o fermento nada mais é do que a pasta, assim como o do sol nada mais
é do que o sol, e o da lua nada mais é do que a lua. Outros afirmam que o fermento é a
alma e que, se ela não for corretamente preparada a partir do magistério, não produzirá
efeito algum. Alguns fanáticos dessa arte buscam a arte no súlfur comum, no arsênico,
na tutia, no auripigmento, no vitríolo, etc., mas em vão, pois a substância que se busca
é a mesma da qual ela deve ser extraída. Deve-se observar, portanto, que as
fermentações desse tipo não são bem-sucedidas, de acordo com os desejos dos
fanáticos, da maneira que eles desejam, mas, como fica claro pelo que foi dito acima,
simplesmente da maneira dos sucessos naturais.
Mas, para falar mais detalhadamente sobre o peso, isso deve ser observado de
duas maneiras. A primeira é natural, a segunda é artificial. A natural alcança seu
resultado na terra por meio da natureza e da concordância. Sobre isso, Arnaldo diz que,
se for adicionada mais ou menos terra do que a natureza exige, a alma é sufocada, e
nenhum resultado é percebido, nem qualquer fixação. O mesmo acontece com a água.
Se mais ou menos dessa água for usada, haverá uma perda correspondente. Um
excesso torna a matéria excessivamente úmida, e uma deficiência a torna seca e dura
demais. Se houver muito ar presente, ele ficará muito forte na tintura; se houver muito
pouco, o corpo ficará pálido. Da mesma forma, se o fogo for muito forte, a matéria é
queimada; se for muito frouxo, não tem o poder de secar, nem de dissolver ou aquecer
os outros elementos. Nessas coisas consiste o calor elementar.
O peso artificial é bastante oculto. Ele está incluído na arte mágica das
ponderações. Entre o espírito, a alma, e o corpo, dizem os filósofos, o peso consiste no
súlfur como diretor da obra, pois a alma deseja fortemente o súlfur e necessariamente o
observa por causa de seu peso.
Pode-se entender isso da seguinte forma: nossa matéria está unida a um enxofre
vermelho fixo, ao qual foi confiada uma terceira parte do regime, até o último grau, de
modo que possa aperfeiçoar até o infinito a operação da Pedra Filosofal, possa
permanecer com ela junto com seu fogo e possa consistir em um peso igual ao da própria
matéria, em tudo e por tudo, sem variação de qualquer grau. Portanto, após a matéria
ter sido adaptada e misturada em seu peso proporcional, ela deve ser fechada com seu
selo no vaso dos filósofos e entregue ao fogo secreto. Assim, o Sol Filosófico se erguerá
e surgirá, e iluminará todas as coisas que estiverem procurando pela luz, aguardando-a
com a mais alta esperança.
Com essas poucas palavras, concluiremos o arcano da Pedra Filosofal, um arcano
que não está de forma alguma mutilado ou defeituoso, pelo qual agradecemos
eternamente a Deus. Abrimos para vós nosso tesouro, que não pode ser pago com as
riquezas do mundo inteiro.