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Westcott e Hort

http://www.baptistlink.com/creationists/dupladin.htm
EXPONDO OS ERROS DA DUPLA DINÂMICA:
 
Quem são os pais das versões bíblicas modernas?
Esses dois homens mencionados no artigo abaixo, são os verdadeiros mentores intelectuais das seguintes Bíblias vendidas
aos milhões nos dias atuais:

1.      Atualizada         (ARA)
2.      Bíblia na Linguagem de Hoje       (BLH)
3.      Nova Tradução na Linguagem de Hoje     (NTLH)
4.      Nova Versão Internacional       (NVI)    
 
Seria possível que estejam todas essas Bíblias corrompidas? Prossiga e veja por si próprio quem as produziu ou se existe
um grande Plano Satânico para produzir a Bíblia da nova era aceita por todas as denominações religiosas.
 
1. Introdução
 
Em 1881, uma comissão dominada principalmente por dois homens, publicou um texto grego pretendendo
"revisar" a Bíblia usada no mundo de fala inglesa. Quem eram esses homens? O que pretendiam? Quais as suas crenças?
Quais as suas motivações? Será que eram crentes idôneos, ou será que eram incrédulos, heréticos e vasos de desonra?
Seus nomes eram: Brook Foss Westcott (1825-1903) e Fenton John Anthony Hort (1828-1892). Vejamos alguns fatos e
declarações deles com o intuito de avaliar se nós, crentes que amamos a Palavra de Deus, podemos confiar nos trabalhos
desses homens:
 
2. Os pais das Bíblias em versões modernas eram INCRÉDULOS !
 
Esses dois homens eram ministros Anglicanos e professores da Cambridge University. Totalmente atolados na
filosofia proveniente de Alexandria (Egito) que defende "não haver nenhuma Bíblia perfeita", eles nutriam uma revolta e
recalque repulsivo e doentio à Bíblia King James e o seu texto base, o "Textus Receptus" (no qual que também se baseou
João Ferreira de Almeida) que estava varrendo o globo terrestre e levada aos confins do mundo pela obediência dos
missionários ingleses e norte-americanos. Enquanto isso, nutridos pelo recalque doentio mencionado, Westcott e Hort
procuravam textos obscuros e bizarros para tentar destronar o Textus Receptus que soberano, produzia milhões de
crentes há séculos! Por que eles eram descrentes? Porque não acreditavam no céu! Ambos diziam que o céu existia
apenas na cabeça do homem!1 Hort declarou sobre a Bíblia:
 
"Nenhuma consideração especial deve ser feita concernente às suas [da Bíblia] declarações de inspiração e
preservação"2(!).
 
A declaração abaixo refere-se ao Texto Grego original preservado por Deus pelos séculos e usados initerruptamente pelas
igrejas cristãs.

"Pense sobre aquele vil Textus Receptus..."


 
Hort aos 23 anos de idade - 1851 escrevendo a um amigo (Life and Letters of Fenton John Anthony Hort, 1896, Vol 1, p.
211).
 
 
Agora se segure na cadeira e prepare-se para a declaração bomba! Essa declaração abaixo revela que a dupla dinâmica,
Westcott e Hort, sequer acreditava na inerrância dos originais! Eram mentirosos, pois a sua “brilhante teoria” dos
melhores textos, aclamada pelos eruditos das versões modernas, que repetem essa tolice como papagaios desmiolados,
leva ao nada, à incredulidade total. É a revelação do plano máximo de Satanás: A descrença total nas Escrituras. Veja:
 
 
"Pouco é ganho ao se especular após qual ponto preciso tais corrupções vieram [ele está falando sobre corrupções no
Novo Testamento] elas podem ser devidas ao escritor original" (grifo nosso)
  
Westcott and Hort , Introduction to the Greek New Testament, 1881, p. 280)

Westcott acreditava e tentou viver um espécie de comunismo cujo objetivo final era a vida em comum no
campus da universidade que era chamado de "coenobium". O TEXTUS RECEPTUS (T.R.), usado como base do Novo
Testamento da Bíblia King James, traduzida em 1611, não tinha nenhum contestador aceito até 1881, quando esses dois
heréticos liberais entraram em cena com esforço concentrado3, no palco de uma sociedade enfraquecida pelas sucessivas
ondas de apostasia. Como já dito, eles eram teólogos da igreja Anglicana e professores de Cambridge University.
Passando por "conservadores", eles editaram o texto Westcott-Hort (WH), que difere em 9.970 palavras (7%) do T.R. que
tem sido usado pela cristandade de 19 séculos! Para se ter uma idéia da incomparável superioridade do T.R., dos 5.255
manuscritos gregos do Novo Testamento, que foram preservados e disponíveis para nós hoje, 5.210 (99%)concordam
com o T.R. e apenas 45 manuscritos (menos de 1%) com o WH! O texto falso, foi editado tomando por base manuscritos
desenterrados das profundezas do esquecimento e desprezo, justamente por não terem credibilidade! O WH foi
publicado apenas em 1881 e se baseou no Codex B e Sinaiticus que diferem entre si em 3.000 vezes só nos Evangelhos!
Com toda honestidade, qual o texto grego que Deus preservou? A Bíblia diz: em Sal. 12:6-7: "As palavras do Senhor são
palavras puras... " O Textus Receptus (T.R.) e Massorético, que são usados também na Bíblia publicada atualmente pela
Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (Corrigida e Fiel), é muito superior (por ser o verdadeiro) ao texto Westcott e Hort
(WH), que dentre outras omissões e heresias, é ecumênico, herético, tendencioso e mutilado! Por esse motivo,
enfraquece de modo escandaloso várias doutrinas FUNDAMENTAIS da fé cristã.
 
3. Os pais das versões Bíblicas modernas eram DESONESTOS!
 
É óbvio para o mais superficial analista, que a comissão de revisão ia trilhar o caminho sinuoso da perversão! O
resultado foi que o nome de Revisada (Revised Version) foi totalmente desonesto, uma vez que a Bíblia King James
(Authorized Version) não foi revisada coisa nenhuma, sendo produzida uma outra Bíblia completamente diferente
usando-se outro texto grego proveniente de manuscritos de Alexandria, Egito. Note que foi essa cidade, que era o berço
do Gnosticismo, o local das mais perversas heresias da igreja cristã, sendo de lá os hereges Orígenes e Árius. Não foi,
portanto, "revisada" a Bíblia King James (desnecessariamente) como foi propalado. Eles estavam também de olho no
mercado, aproveitando o prestígio da Bíblia King James. É como os "espertos" do trânsito das cidades grandes, que se
aproveitam da ambulância que avança no engarrafamento para furar a fila desonesta e fraudulentamente, andando na
faixa que não é a sua. Não só isso, chama a atenção a PRESSA e a velocidade dos hereges em traduzir logo o texto Grego
fraudulento que eles inventaram! A Bíblia Revisada em inglês (English Revised Version) foi apresentada ao mesmo tempo
que o texto Crítico Grego! Que rapidez!!! Que eficiência!!! Porque essa PRESSA desesperada para traduzir uma nova Bíblia
de um texto grego feito numa aventura de incrédulos? A respopsta é óbvia. Eles queriam desmoralizar a verdadeira
Palavra de Deus.
 
4. Os pais das versões Bíblicas modernas eram EVOLUCIONISTAS!
Hort era um admirador9 e proponente de Darwin5 e sua teoria da evolução1 que foi intensamente alardeada pelo livro
"Origens das Espécies" apenas 22 anos antes do lançamento da edição revisada (RV)! Vejamos o que ele declarou:
 
"Sobre Darwin, eu tenho lido bastante e visto comparativamente mais claro o meu caminho."
 
O leitor está sentado? Veja mais essa carta escrita pelo Dr. Hort ao Rev. John Ellerton em 3 de Abril de 1860:
 
"Mas o livro que mais me tem engajado é Darwin. Independente do que se pense sobre ele, é um livro que qualquer
um deve se orgulhar de ser contemporâneo dele... Meu forte sentimento é que a teoria é irrespondível. Sendo assim,
abre um novo período." 19
 
Vejamos agora o Dr. Westcott:
 
"Ninguém agora, eu suponho, sustenta que os 3 primeiros capítulos de Gênesis, por exemplo, relatam história literal -
eu jamais pude entender como alguém, lendo-os com olhos abertos, pudesse pensar que fossem."  18
 
O leitor está sentado novamente? Veja mais essa carta escrita pelo Dr. Hort ao Rev. John Ellerton:
 
"Eu estou inclinado a pensar que nenhum lugar como 'Éden' (eu digo a noção popular) jamais existiu..."19

 
 5. Os pais das versões Bíblicas modernas eram ROMANISTAS !
 
Dr. Hort escreveu ao Dr. Westcott em 23/09/1864 o seguinte:

"Eu acredito que Coleridge estava bem certo ao dizer que o cristianismo sem uma igreja substancial é vaidade e
desilusão; E eu me lembro de tê-lo chocado e a Lightfoot não há muito tempo atrás expressando uma crença que
'Protestantismo' é só fugaz e temporário." "A perfeita Catolicidade não tem estado em lugar algum desde a Reforma"8
 
6. Os pais das versões Bíblicas modernas eram RACISTAS!
 
Como resultado natural de ser evolucionista, Dr. Hort era também racista como Darwin e Huxley. Veja o absurdo que ele
escreveu sobre os negros:

"Eles tem demonstrado ser uma raça imensuravelmente inferior, só humanos e nada mais, sua religião, primitiva e
sensual, suas mais altas virtudes são as mesmas de um bom cão."8
 
7. Os pais das versões Bíblicas modernas eram IDÓLATRAS!
 
Tanto Westcott como Hort eram admiradores de Maria (mariólatras). Westcott ia a tal ponto, que chamava a sua esposa
Sarah de "Mary"1. Criam também no purgatório e outras invencionices romanas... Veja o que o Dr. Hort escreveu para
Westcott em 17/10/1865, apenas 5 anos antes do início dos trabalhos para publicação do texto da Versão Revisada:
 
"Eu tenho me persuadido que o culto à Maria e o culto a Jesus tem muitíssimo em comum nas suas causas e em seus
resultados..."16
 
Talvez esta atração pela idolatria seja a razão pela qual esses dois devotaram tanta simpatia pelos manuscritos Sinaiticus
(achado pelo evolucionista Friedrich Tischendorf dentro de uma lixeira num sombrio monastério no Egito) 6 e Vaticanus
(rejeitado na biblioteca do Papa). Veja o que Westcott, da França, escreveu à sua noiva:
 
"Após deixar o monastério, nos dirigimos para um pequeno oratório que descobrimos no topo de uma colina nas
vizinhanças... Felizmente achamos a porta aberta. É muito pequena, com um lugar para ajoelhar; e por trás de uma
cortina estava uma 'Pieta' em tamanho natural [estátua da 'virgem' e do 'cristo' morto]... Se estivesse só, ficaria lá
ajoelhado por horas." 19
 
8. Os pais das versões Bíblicas modernas CULTUAVAM AOS DEMÔNIOS!
 
Tanto Westcott como Hort não só aceitavam, como também promoviam orações pelos mortos!1 Acreditavam na
comunicação com os mortos e buscaram várias tentativas de fazê-lo através de uma sociedade que organizaram chamada
"The Ghostly Guild" (Grêmio ou associação fantasmagórica!)4. Em outras palavras um centro espírita para invocar os
mortos!
 
9. CONCLUSÃO
 
Os pais das versões modernas eram esses homens perdidos mencionados. Agora vão algumas perguntas que o nobre
leitor responderá para si próprio:
 
1.  Será que o leitor confiaria nas mãos desses homens, o ofício sagrado de uma tradução da Palavra de Deus?
 
2.      Será que o final do século 19, com todas as barbaridades doutrinárias, ataques satânicos e crassa incredulidade, era uma
época boa para se traduzir as Escrituras?
 
3.      Será que a palavra de Deus estava perdida na lata do lixo de um monastério demoníaco ou na biblioteca do papa
servindo para alcançar gerações e gerações de cupins e baratas para Cristo?
 
4.      Será que o Deus Puro, Santo e Zeloso, confiaria a Sua Palavra nas mãos ímpias de homens servos do Diabo que
abertamente professavam doutrinas de demônios? (2Tim. 3:8).
 
Rejeitemos todas as versões modernas10 que se baseiam no texto corrupto, falso e mutilado de Westcott e Hort e
valorizemos o Textus Receptus, que serviu de base para a Bíblia King James e, em português, a Corrigida e Fiel de João
Ferreira de Almeida, publicada pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
 
"E se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa,
que estão escritas neste livro." (Apoc. 22:19)
 
Elaborado por: J.P.M.A.
4ª edição NOV/2002
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS:
1- The Answer Book - Dr. Samuel Gipp
2- Modern Bibles- The Dark Secrets, Dr. Jack Moorman.
3- Defending The King James Bible – Dr. D.A. Waite.
4- The Society for Psychical Research
5- A Creationist’s Defense of the KJB, Dr. Henry Morris
6- An Understandable History of the Bible, Dr. Samuel Gipp
7- Life & Letters, F.J.A. Hort, Vol. 1, pág 458
8- The Theories, Thinking and Theology of Drs. Westcott and Hort
9- Nova Versão Internacional (NVI), Atualizada (ARA), Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), Revisada, Viva,
NVI, ECA, etc...
10-A BÍBLIA SAGRADA - Edição Almeida Corrigida e Fiel Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995.
11-MODERN BIBLE VERSIONS, David Cloud, 1994.
12-THE LIVING BIBLE, BLESSING OR CURSE, David Cloud, 1991.
13-WHICH BIBLE?, Dr. David Otis Fuller, 1970.
14-EXPONDO OS ERROS DA NVI, folheto, Pr. Emídio Viana, 1999.
15-UNHOLY HANDS ON God's HOLY BOOK, Report on United Bible Societies, David Cloud, 1985.
16-LIFE OF WESTCOTT, VOL II, Westcott, pg 51,52,86.
17-HERESIES OF WESTCOTT & HORT, Dr. Waite, 1978.
18-FOR LOVE OF THE BIBLE - David Cloud, págs 359,360.
19-FOREVER SETTLED - Dr. Jack Moorman, págs. 265, 266.
 
Para mais informações sobre os erros das versões modernas contate:
 
1.O seguinte website em português:
 
www.geocities.com/athens/olympus/1563
 
Elaborado por JPMA
 
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O Senhor deu a Palavra
Um estudo na história do texto bíblico
por  Malcolm Watts

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A Bíbia é a eterna Palavra de Deus. Foi dada ao homem por Deus para ser o absoluto, o supremo, o
competente, o infalível e imutável padrão de fé e prática. Neste artigo, vamos delinear a história da Bíblia, desde
sua origem na divina auto-revelação, sua incorporação na forma escrita através da inspiração sobrenatural, até sua
transmissão exata na época atual através da preservação miraculosa. Cremos firmemente que, embora as
tempestades de desaprovação continuem a levantar-se contra a Palavra de Deus, a confiança do crente humilde
nela é justificável e confirmada. Este volume sagrado é – e sempre será – o Livro de Deus.
O Antigo Testamento
A maior parte do Antigo Testamento foi escrita em hebraico, algumas vezes chamada “a língua de Canaã” (Isaías
19.18) ou “a língua dos judeus” (Isaías 36.11). Ela, provavelmente, desenvolveu-se a partir do antigo hebraico falado por
Abraão, em Ur dos caldeus (Gênesis 14.13) e vários estudiosos crêem que esse hebraico era anterior a Abraão e que era a
“mesma língua” e “a mesma fala” dos tempos pré-Babel (Gênesis 11.1). Em outras palavras, crêem que essa era a língua
original do homem.
A Primeira Língua
As evidências para o sustento desse ponto de vista são bastante fortes. Primeiramente, em hebraico, os nomes dos
animais expressam sua natureza e características com bastante acuidade – tanto ou mais, na verdade, que qualquer outra
língua arcaica. Isso poderia relacionar-se ao fato de que Adão, logo após a criação, deu nome aos animais observando
suas peculiaridades e as características de cada espécie (Gênesis 2.19-20). Em segundo lugar, os nomes próprios, como
Adão, Eva e Caim têm significados importantes em hebraico, alguns dos quais, na verdade, são-lhes determinados nas
Escrituras do Antigo Testamento (Gênesis 2.23; 3.20; 4.1). Terceiro, os nomes de várias nações da Antigüidade parecem
ser de origem hebraica, derivando-se dos filhos e netos de Sem, Cão e Jafé: como, por exemplo, os assírios, derivados de
Assur; os elamitas, de Elão; os arameus, de Aram.
Pode-se argumentar, portanto, que alguma forma de hebraico tenha sido a primeira linguagem falada e ouvida neste
mundo; porém, para se afirmar isso temos como indiscutível o fato de que praticamente o Antigo Testamento inteiro foi
escrito em hebraico. As únicas exceções estão em aramaico (uma língua cognata, muito próxima do hebraico) que, na
verdade, substituiu o hebraico no tempo do cativeiro. Essas exceções são duas partes do livro de Esdras (4.8-6.18; 7.12-
26), pelo fato de ser o aramaico a língua oficial do Império Persa; um versículo em Jeremias (10.11), onde a citação de um
provérbio aramaico; e uma parte relativamente grande do livro de Daniel (2.4 a 7.28), onde o aramaico é usado,
provavelmente, por ser uma seção inteira que trata das nações do mundo.
Anotações Escritas
Agora, onde foram registradas as antigas Escrituras? Originalmente, o Antigo Testamento parece ter sido escrito em
papiros. Esse tipo de material era feito a partir de juncos que cresciam nas margens do Rio Nilo. Os juncos eram cortados
em tiras e dispostos, camada sobre camada, em esquadro. Então, eram achatados, prensados e polidos para formar um
tipo primitivo de papel. Sabemos que o papiro foi usado no Egito há muito tempo, certamente nos tempos de Moisés e,
portanto, é muito provável que os primeiros documentos do Antigo Testamento tenham sido escritos nesse tipo de
material. Se não o foram, poderiam ter sido escritos em peles de animais, que eram usadas desde aproximadamente
2.000 a.C.. As peles eram preferidas porque duravam mais e não eram tão frágeis, conseqüentemente, preservaram o
texto mais perfeitamente.
Revelação
Sabemos que Deus é o maior dos seres. A Bíblia diz: “Porventura alcançarás os caminhos de Deus ou chegarás à
perfeição do Todo-Poderoso?” (Jó 11.7). E a resposta é, naturalmente, não. Não podemos, com toda a nossa destreza
conhecer o Deus infinito. Ele está muito, muito além de nossa compreensão humana. Isso significa, então, que não há
esperança de nós O conhecermos? Felizmente, não. Embora não possamos – ainda que com intensa investigação –
conhecer Deus, Ele é capaz de fazer-Se conhecido para nós. Como fonte de toda a verdade, Ele pode nos ensinar sobre
Seu próprio Ser maravilhoso; por isso o salmista diz: “na tua luz veremos a luz” (Salmo 36.9). Isso nos leva, muito
naturalmente, à doutrina da revelação.
Uma definição concisa, mas exata, da revelação vem da caneta do Dr. James Bannerman. Ele escreveu: “A revelação,
como ato divino, é a apresentação da verdade objetiva ao homem de maneira sobrenatural por Deus. A revelação, como
resultado de tal ato, é a verdade objetiva então apresentada” 1
Agora, há dois tipos de revelação. Primeiro, há a revelação geral. Parte dela é-nos externa, vem do mundo que nos
cerca. Nas obras da criação e da providência, Deus mostra-nos parte de Suas divindade e perfeição: “Porque as suas
coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem, e claramente
se vêem pelas coisas que estão criadas...” (Romanos 1.20; comparar com Salmo 19.1; Atos 14.27). Ao olharmos as várias
partes deste universo visível, somos compelidos a pensar, com temor reverente, sobre o divino Arquiteto e Construtor.
Além disso, parte da revelação geral vem de dentro de nós. Feitos à imagem de Deus, temos uma percepção natural de
Deus, imortalidade e a diferença entre certo e errado. Somos, como diz Paulo, uma lei para nós mesmos porque “a obra
da lei” está escrita em nossos “corações”, “testificando juntamente a sua consciência” (Romanos 2.14-15).
Tal revelação é chamada de geral não somente porque acontece de modo geral pelo mundo, mas também porque lida
somente com coisas gerais. Não fala sobre nada específico, tal como reconciliação com Deus, perdão de pecados ou o
caminho para o céu.
Entretanto, em Sua maravilhosa graça, Deus Se agrada de nos conceder uma revelação especial. Esta também é
externa e interna. A revelação especial externa vem através das “teofanias” por meio das quais Deus verdadeiramente
apareceu para os homens e também pelas de “vozes”, quando Deus falou com eles: “E apareceu o Senhor a Abraão, e
disse: À tua descendência darei esta terra...” (Gênesis 12.7; comparar com 3.8-19). A revelação especial interna veio por
intermédio de visões, sonhos e pesos de homens escolhidos. Como Deus mesmo disse: “...se entre vós houver profeta,
eu, o Senhor, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele” (Números 12.6). “Pesos” foram graves
mensagens colocadas sobre a mente e o coração. Por isso, lemos: “Peso da palavra do Senhor contra Israel, por
intermédio de Malaquias” (Malaquias 1.1). A revelação especial vai de encontro às mais profundas necessidades do
coração dos homens. Ela responde à questão que é tão antiga quanto a alama do homem – “como se justificaria o
homem para com Deus?” (Jó 9.2). Através das revelações geral e especial (que alcançaram seu climax, naturalmente, na
Encarnação), Deus nos tem dado graciosamente Sua divina auto-revelação e nos feito conhecer o caminho de Sua
salvação.
Doutrina Dupla
Há uma doutrina dupla que precisamos, agora, considerar: inspiração, que o Professor Louis Gaussen definiu assim,
certa vez: “aquele poder inexplicável que o Espírito Divino estendeu dos tempos antigos sobre os escritores da santa
Escritura, de maneira a guiá-los até mesmo nas palavras que usaram, e preservá-las de todo o erro ou omissão”. 2
A inspiração, portanto, é o processo pelo qual Deus manifesta uma influência sobrenatural sobre certos homens,
capacitando-os para registrar acurada e infalivelmente o que quer que tenha sido revelado. “Homens santos de Deus”,
lemos, “falaram inspirados pelo Espírito Santo” (II Pedro 1.21). O resultado desse processo é a Palavra de Deus escrita, a
“escritura da verdade” (Daniel 10.21). A afirmação clássica do apóstolo vem imediatamente à tona: “Toda e Escritura é
divinamente inspirada” por Deus (II Timóteo 3.16).
Escritura inspirada é o livro de Deus da revelação. Como resultado da revelação e da inspiração somos capazes de
segurar a Bíblia em nossas mãos e saber que temos posse da Palavra de Deus escrita.
Por Escrito
A primeira ordem registrada de que se escrevesse é encontrada em Êxodo 17.14, onde logo depois da guerra com os
amalequitas, o Senhor disse a Moisés: “Escreve isto para memória num livro...”. Outra vez, em Êxodo 24.4, lemos:
“Moisés escreveu todas as palavras do Senhor”. E, uma vez mais, em Êxodo 34.27, o Senhor lhe disse: “Escreve estas
palavras...”. E podemos continuar... Há muitas outras passagens mostrando que Moisés escreveu mais, muito mais que o
Pentateuco inteiro, i.e., os primeiros cinco livros da Bíblia (p.ex.: Deuteronômio 31.9, 24-26; Números 33.1-2).
Os Originais
Uma vez escritos, os originais inspirados, ou “manuscritos” (como são chamados), foram cuidadosamente preservados.
O rolo de Moisés, por exemplo, foi confiado aos sacerdotes, que o colocaram junto da arca sagrada. Lemos em
Deuteronômio 31.25 e 26 que Moisés “deu ordem aos levitas, que levavam a arca da aliança do Senhor, dizendo: Tomai
este livro da lei [o livro que ele havia escrito], e ponde-o ao lado da arca da aliança do Senhor vosso Deus, para que ali
esteja por testemunha contra ti” (comparar com Josué 1.8; I Reis 2.3; Neemias 8.1).
Depois de Moisés veio Josué, o autor do livro que leva seu nome; e até o fim de sua vida, de acordo com Josué 24.26,
ele fez exatamente o que Moisés já havia feito. Tendo feito acréscimos ao rolo de Moisés, ele o recolocou no santuário.
“E Josué escreveu estas palavras no livro da lei de Deus; e tomou uma grande pedra, e a erigiu ali debaixo do carvalho que
estava junto ao santuário do Senhor”.
Não muito depois, houve outro acréscimo, desta vez por Samuel, que “declarou ao povo o direito do reino, e escreveu-
o num livro, e pô-lo perante o Senhor” (i.e., na presença de Deus, no aposento mais santo e ao lado da arca da aliança; I
Samuel 10.25).
O Templo
Quando o tabernáculo se transformou em templo, parece que esses originais preciosos foram transferidos para o
prédio mais permanente. Há uma referência a eles em II Reis 22.8, onde há um registro sobre Hilquias, o sumo-sacerdote:
“Achei o livro da lei na casa do Senhor”.
Alguns estudiosos sugeriram que esse “livro da lei” era a cópia original de Moisés, escondida pelos sacerdotes durante
os reinados iníquos de Manassés e Amom e que somente nessa época foram descobertos e trazidos à atenção do rei. 3
Em II Crônicas 34.14, é chamado de “o livro da lei do Senhor, dada pela mão de Moisés”. Uma tradução mais literal
poderia ser “o livro da lei do Senhor pela mão de Moisés”.
O Significado da Arca
O Dr. W. H. Green salienta que a guarda desses documentos num lugar santo estava “de acordo com o costume das
principais nações da Antigüidade”. Ele remete ao fato de que “os romanos, gregos, fenícios, babilônios e egípcios tinham
seus escritos sagrados, os quais eram ciosamente preservados em seus templos, e confiados aos cuidados de oficiais
especialmente designados para esse propósito”. 4
Havia, entretanto, razões mais importantes pelas quais os rolos deveriam permanecer nesse lugar: a arca era
conservada como relíquia no santuário divino; os escritos colocados a seu lado eram, dessa maneira, associados
peculiarmente com Deus. Ele é, sem sombra de dúvida, o autor das Escrituras. O que Ele disse e o que as Escrituras dizem
são a mesma coisa (Romanos 9.17; Gálatas 3.2). Aqui, portanto, está a Palavra escrita de Deus, como um todo, esses
livros inspirados podem ser chamados de “os oráculos de Deus” (Romanos 3.2; comparar com Atos 7.38).
Israelitas piedosos entenderam a arca como o trono de Deus (Êxodo 25.22; Salmo 80.1). O fato de que esses escritos
estivessem colocados ao lado da arca sugeria que eles eram divinamente autorizados. A Escritura possui tremenda
autoridade. Isso requer dos homens fé invacilante em seus ensinamentos e obediência inabalável a seus preceitos. Toda
alma humana deve prostrar-se diante dela: “Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e pôs uma lei em Israel, a
qual deu aos nossos pais para que a fizessem conhecer a seus filhos” (Salmo 78.5).
Além disso, uma vez que as Escrituras foram colocadas ao lado da arca, no coração do tabernáculo ou do templo, eles
foram separados de todos os livros comuns. Eles foram manifestadamente declarados santos. Certamente a Palavra
escrita de Deus é pura e sublime. Ela é verdadeira, sem nenhuma mistura de erro: “As palavras do Senhor são palavras
puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes” (Salmo 12.6). Os escritos inspirados devem
sempre ser honrados como as “sagradas escrituras” (II Timóteo 3.15).
A arca, naturalmente, tinha seu propiciatório sobre o qual o sangue sacrificial era aspergido (Êxodo 25.21); e os livros
eram colocados por perto, indicando, talvez, que eles explicavam a doutrina da expiação e demonstrando o único
caminho para aproximar-se de Deus. “... assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia
ressuscitasse dentre os mortos, e em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados...” (Lucas 24.46-
47).
Um último pensamento: os rolos deveriam estar sob as asas do querubim (Êxodo 25.18-20), uma indicação de sua
essência divinamente salvaguardada e preservada. Embora geralmente negada hoje em dia, a doutrina da preservação da
Escritura deve ser crida e amplamente declarada. “O Antigo Testamento em hebraico... e o Novo Testamento em grego...
ambos imediatamente inspirados por Deus e por Seus singulares cuidado e providência em mantê-los puros em todas as
eras são, portanto, autênticos” (Confissão de Fé de Westminster, Capítulo 1; Secção 8). Nosso próprio Senhor disse: “...
até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mateus 5.18;
comparar com Salmo 119.152; Isaías 40.8).
Um Único Livro
Deus continuou a inspirar homens até que houvesse uma maravilhosa coleção de livros (I Crônicas 29.29; II Crônicas
9.29, 12.15; Isaías 30.8; Jeremias 36.1, 2). Os mais antigos dos escritos de Moisés datam de, aproximadamente 1450 a.C,
enquanto os escritos de Malaquias devem ter sido terminados por volta de 450 a.C. Portanto, por cerca de 1.000 anos
Deus graciosamente comunicou-se com os homens e, pela influência sobrenatural de Seu Espírito, fez com seus
comunicados fossem escritos, sem nenhum erro, tanto nos fatos como na doutrina. Esses escritos foram
maravilhosamente preservados. Somente nos resta observar aqui que, desde o princípio, essa coleção foi tomada
essencialmente como um único livro, chamado "o livro do Senhor” (Isaías 34.16).
Cópias
A primeira menção feita a uma cópia refere-se aos Dez Mandamentos, escritos originalmente nas tábuas de pedra,
pelo próprio dedo de Deus. Aquelas primeiras tábuas foram quebradas, então o Senhor ordenou a Moisés que cortasse
novas tábuas e o Senhor escreveu nelas as mesmas palavras. Foi quando Deus estabeleceu o preceito para a cópia:
“conforme a primeira escritura” (Deuteronômio 10.4). E temos bases sólidas para crer que este preceito foi
rigorosamente seguido. Quando a mensagem escrita de Jeremias foi destruída pelo Rei Jeoiaquim, Deus ordenou ao
profeta que fizesse uma outra cópia mas, ao fazê-lo, estipulou que fosse uma cópia exata: “Toma ainda outro rolo, e
escreve nele todas aquelas palavras que estavam no primeiro rolo” (Jeremias 36.28). Portanto, Baruque (escriba de
Jeremias) reescreveu, de acordo com o ditado do profeta, todas as palavras que haviam sido escritas no primeiro rolo
(36.32 – o segundo rolo foi, assim, uma cópia exata do primeiro, embora nessa ocasião Baruque tenha acrescentado
algum material do ministério inspirado de Jeremias). Dessa maneira, foram feitas cópias não somente dos Dez
Mandamentos, mas também de outras partes das Escrituras. Uma cópia do livro de Deuteronômio, ou talvez até mesmo
do Pentateuco inteiro, devia estar nas mãos de todo rei de Israel: “...então escreverá para si num livro, um traslado desta
lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida...”
(Deuteronômio 17.18-19; comparar com II Crônicas 23.11). Os originais, naturalmente, eram de responsabilidade dos
“sacerdotes levitas”, e quando se diz “escreverá para si um livro”, provavelmente não significa que o próprio rei deveria
fazê-lo, mas que deveria designar alguém que o fizesse (comparar com I Samuel 1.3; 13.9; I Reis 8.62; João 19.19, onde é
ordenado a certos homens que o façam, mas, no caso, certamente foi feito por outros).
A fim de atuarem apropriadamente, os juízes provavelmente precisaram buscar as várias leis de Moisés (II Crônicas
19.10), bem como os sacerdotes, especialmente aqueles de quem se dizia “E ensinaram em Judá, levando consigo o livro
da lei do Senhor” (v. 9). Não estamos supondo que somente os oficiais possuíam cópias das Escrituras. Há evidência que
sugere que os crentes em geral tinham acesso aos livros bíblicos (Salmo 1.4; Salmo 119).
O Trabalho dos Escribas
Os originais, como já observamos, são chamados “autógrafos”. As cópias são conhecidas como “apógrafas”. Está claro
que tomou-se grande cuidado na cópia das Escrituras. Primeiramente eram os sacerdotes os responsáveis por elas
(Deuteronômio 17.18); mais tarde, os escribas (do hebraico, sopherim, de saphar, escrever) assumiram esse papel, como
indica a linguagem de Jeremias, o profeta: “Como, pois, dizeis... a lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem
trabalhado a falsa pena dos escribas” (Jeremias 8.8). Aqueles originariamente designados como escribas tinham muitas e
variadas responsabilidades. Entretanto, com o passar do tempo, a tendência foi de concentrarem-se no trabalho de
transcrição, assim, conseqüentemente, um homem como Esdras foi chamado de “o escriba das palavras dos
mandamentos do Senhor, e dos seus estatutos sobre Israel” (Esdras 7.11).
É compreensível que a demanda por cópias das Escrituras tenha se tornado muito grande. Os escribas, por
conseguinte, organizaram-se em “famílias” ou “corporações”, combinando seus esforços de maneira a assegurar os
melhores resultados possíveis (I Crônicas 2.55). Sua habilidade nesse campo, juntamente com sua profunda reverência
pela Escritura sagrada signficavam a produção de cópias realmente excelentes. Na verdade, somente os rolos
procedentes dessa classe de escribas eram de confiança.
É digno de observar-se que, pelo propósito e pela providência de Deus, os judeus tomaram mais cuidado com seus
escritos sagrados do que qualquer outro povo do mundo antigo.
Alcançou-se tal precisão que as cópias dos escribas puderam ser descritas como a verdadeira Palavra de Deus e,
portanto, com autoridade divina. Em I Reis 2.3, Davi ordena a Salomão, seu filho: “E guarda a ordenança do Senhor teu
Deus, para andares nos seus caminhos, e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os
seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés”. Dessa maneira, o rei Salomão não somente devia em mãos uma
cópia, como mencionado em Deuteronômio 17.18-19, mas, também, devia observar se essa cópia havia sido “escrita na
lei de Moisés”. Tal cuidado esmerado com relação à cópia garantia que o manuscrito resultante mantinha a autoridade do
original. Era a Palavra de Deus e podia ser tomado como tal.
A Perda dos Originais
Jerusalém caiu sob os babilônios em 586 a.C. A cidade foi terrivelmente danificada e o grande templo, construído por
Salomão, completamente destruído (II Crônicas 36.17-19). Embora não mencionado na história, é quase certo que os
escritos originais tenham perecido juntamente com a cidade. Entretanto, nem tudo estava perdido. Muitas cópias haviam
sido feitos no correr do tempo e algumas delas foram levadas ao cativeiro, razão porque encontramos Daniel
mencionando o que deveria ser uma cópia da Lei de Moisés e, também, fazendo alusão à profecia de Jeremias, cuja cópia
ele provavelmente tinha em mãos (9.2).
Em 537 a.C, os judeus começaram a voltar do cativeiro e sabemos que Esdras reestabeleceu o culto em Jerusalém
“conforme ao que está escrito no livro de Moisés” (Esdras 6.18). Isso sugere que eles ainda tinham cópias das Escrituras e
que podiam consultá-las ao organizarem o culto no segundo templo. De acordo com Neemias 8.1, o povo realmente
pediu que Esdras que trouxesse “o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel”. Não era o original – mas
somente uma cópia – que aqui é expressivamente descrito como “a lei de Moisés”. Concluímos, a partir de tais Escrituras,
que Deus, de maneira maravilhosa, preservou Sua Palavra.
A Grande Sinagoga
A história do Antigo Testamento termina um tanto abruptamente com a volta do cativeiro porém, de acordo com os
últimos livros, parece que Esdras assumiu a presidência de um corpo de homens sábios e instruídos (Neemias 8.4, 7, 13;
comparar com Esdras 7.6, 11, 22). A tradição judaica nos informa que, depois da volta dos judeus, Esdras criou a Grande
Sinagoga com o objetivo de reorganizar a vida religiosa da nação. Este conselho – que é o que era na realidade – consistia
de 120 membros e chegou a incluir os profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Os “Homens da Grande Sinagoga” reuniram
juntos todas as cópias da Santa Escritura que puderam encontrar e submeteram-nas a detalhados exames e comparações.
Muitos dos erros menores, cometidos inadvertidamente, foram, assim, corrigidos. Tais erros consistiam de omissões de
uma letra, uma palavra, ou mesmo uma linha. Não é surpresa que tais erros tenham se insinuado em alguns dos
manuscritos se lembrarmos que há, ao menos, oito pares de letras hebraicos que são muito semelhantes, ao ponto de
serem quase idênticas. Mesmo os escribas mais conceituados não estavam livres de cometerem pequenos erros.
Eventualmente, entretanto, as cópias foram submetidas a correções e se alguma, particularmente, fosse encontrada
defeituosa, era enterrado em um “genizah”, um lugar sagrado perto da sinagoga judaica. Como resultado do trabalho da
Grande Sinagoga, parece que o Segundo Tempo foi provido de um texto muito semelhante ao posterior, o autêntico texto
hebraico. 5
No tempo em que o Senhor apareceu em cena, muitas cópias confiáveis estavam à disposição. O Senhor Jesus
constantemente apelava para as Sagradas Escrituras. Leu diretamente delas nas sinagogas (Lucas 4.16); citou-as em Seu
ministério público (Mateus 19.3-5; 21.16, 42); e exortou Seus ouvintes a lê-las por si próprios (João 5.39). Não há dúvida
de que Ele considerava as cópias existentes com a verdadeira Palavra de Deus. Embora tenha corrigido as interpretações
e os comentários dos fariseus, em nenhuma das vezes Ele levantou dúvidas sobre a integridade do texto hebraico. Ele
podia dizer: “Está escrito” (Mateus 4.4, 7, 10) e, novamente, “a Escritura não pode ser anulada” (João 10.35). O mesmo se
aplica, naturalmente, aos apóstolos (Atos 1.16; 4.25; 28.25; Hebreus 1.1, 6, 7 etc.).
Poder-se-ia argumentar que isso comprova muito, à medida que a Septuaginta (LXX: a tradução grega do Antigo
Testamento, feita por judeus alexandrinos, cerca de 250 a.C) é também constantemente citada no Novo Testamento sem
que nenhuma dúvida tenha sido levantada contra ela. Seguindo a mesma premissa, portanto, isso não poderia indicar o
endossamento da Septuaginta como um texto exato e inspirado? Não, há uma grande falha nessa argumentação. O fato é
que muitos dos lugares do Novo Testamento onde aparece a versão da Septuaginta foram deliberadamente rejeitados
(p.ex., Mateus 2.15, onde na Septuaginta lê-se “de fora do Egito chamei seus filhos”; Romanos 10.15, onde na LXX lê-se
“Estou presente como uma época de beleza sobre as montanhas, como os pés daquele que prega alegres correntes de
paz, como aquele que prega as boas novas”. Ver, também, Romanos 11.4; I Pedro 4.8).
Quando algumas citações do Novo Testamento demonstram preferência pela tradução da Septuaginta, a variação
verificada nesses casos é muito pequena, e nunca com referência ao sentido (p.ex., Mateus 15.8-9 – hebraico: “...o
coração deles, eles o colocaram longe de mim, e seu temor de mim tranformou-se num preceito de homens, uma coisa
ensinada”; Atos 13.34 – hebraico: “Eu lhes darei as fiéis misericórdias de Davi”, porém, o texto grego do Novo Testamento
realmente cita a Septuaginta neste trecho, bem como na margem da Versão Autorizada, no Inglês: “[Eu lhes darei]... as
coisas santas de Davi, as coisas fiéis”).
Além disso, o propósito por trás das citações da Versão Septuaginta é geralmente deixar mais claro o pretendido
significado do original (ver Romanos 10.18, onde a tradução “som” é preferível ao hebraico “linha “, uma expressão um
tanto obscura, embora como “corda” de um instrumento musical significa claramente a mesma coisa).
“Não encontramos”, comenta o Dr. Roger Nicole, “nenhum exemplo de dedução ou aplicação logicamente inferida a
partir da Septuaginta que não possa ser mantida com base no texto hebraico”. Ele conclui: “O uso da LXX nas citações não
indica que os escritores do Novo Testamento tenham visto essa versão como inspirada em si mesma... Contudo a
disposição deles de fazer uso da LXX, apesar de suas falhas ocasionais, ensina a importante lição de que a mensagem
básica de Deus a ser entregue originalmente pode ser transmitida mesmo através de uma tradução, e que se pode
corroborar uma versão à medida que ela concorda com o original”. 6
Voltando ao nosso ponto anterior: o endosso dado por nosso Senhor e Seus apóstolos ao texto hebraico do primeiro
século mostra que o texto tem que ser ambos: exato e confiável.
Os Famosos Massoretas
Como temos visto, Deus levantou escribas, ou sopherim, para produzirem um texto notavelmente puro. Coube a
outros o trabalho de continuar a obra, tomando as devidas precauções para a preservação do texto. Este grupo era o dos
massoretas, um nome derivado da palavra hebraica massorah, que significa “tradição”. Eles eram famílias de estudiosos e
críticos judeus que, eventualmente, abriram academias, uma em Tiberíades (na costa do Mar da Galiléia) e outra na
Babilônia (no leste). Não se sabe exatamente quando os massoretas apareceram pela primeira vez. Alguns crêem que sua
linhagem pode ser traçada até o primeiro século d.C. Outros, estabelecem seus primórdios mais tarde, perto de 500 d.C.
Qualquer que seja a data correta, a realização dos massoretas é o que realmente importa.
Jerusalém foi destruída no ano 70 da nossa era. Conseqüentemente, os judeus foram espalhados pelos vários países
do Império romano. Os massoretas sabiam que esses judeus dispersos e suas sucessivas gerações iriam precisar de cópias
das Santas Escrituras, além disso, criam que certas medidas deveriam ser tomadas para assegurar a preservação do texto
hebraico puro. Com isso em mente, coligiram informações vitais sobre o texto e estabeleceram regras detalhadas para a
cópia exata.
Introduziram os pontos de vogal (o hebraico não tem vogais), fixaram acentos (para assegurar a pronúncia correta),
explicaram o significado de palavras (onde existia ambigüidade), providenciaram leituras de margem (para eliminar
incertezas), e indicaram pausas planejadas (que geralmente alteram o significado). Foram tão meticulosos em seus
estudos que até contaram os versículos, as palvras e as letras do Velho Testamento, observando, por exemplo, que Aleph
ocorre 42.377 vezes; Beth, 38.218; Gimel, 29.537 e assim por diante.
Os copistas tinham que seguir as severas regras do Talmude, que incluíam o seguinte: somente podiam ser usadas
peles de animais limpos; cada pele devia conter o mesmo número de colunas; não podia haver menos que quarenta e
oito nem mais que sessenta linhas; a tinta preta devia ser preparada de acordo com uma receita específica; nenhuma
palavra ou letra devia ser escrita de memória; se somente uma letra fosse omitida, ou erroneamente inserida, ou mesmo
se uma letra tocasse outra, a folha devia ser destruída; três erros numa página significavam que o manuscrito inteiro
estava condenado; e a revisão da cópia devia acontecer dentro de 30 dias, de outra maneira, seria rejeitada. Um
manuscrito que sobrevivesses a esse processo, dificilmente poderia ser outra coisa que não maravilhosamente exato.
O Texto Massorético
O objetivo dos massoretas era preservar o Antigo Testemento de qualquer tipo de alteração e, em prol de assegurar
tal propósito, eles estabeleceram uma série de observações detalhadas (o massorah). Os judeus chamavam seu primeiro
trabalho de “O Cercado da Lei”. Como resultado de seus esforços, temos hoje em dia um texto padrão e tradicional.
O texto a partir do qual a Versão Almeida foi traduzido chama-se Texto Ben Chayyim (por causa de Jacob ben Chayyim,
sob cuja edição o primeiro foi impresso em 1524-5) e é similar ao texto de Ben Asher (que viveu no primeiro século, em
Tiberíades, na Palestina, e que, juntamente com membros de sua família, organizou uma cuidadosa edição do Texto
Massorético). Este é um texto fidedigno e seguro.
Através da providência especial de Deus, podemos afirmar com confiança que o Texto Massorético Hebraico é muito
próximo do hebraico original.
O Resumo do Antigo Testamento
Resumindo, então, quais foram os meios que Deus usou para assegurar a preservação de Sua Palavra?
O primeiro foi a profunda reverência dos judeus pelas Santas Escrituras. Um judeu literalmente tremia diante da
Palavra escrita. De acordo com Philo e Josephus, eles preferiam sofrer algum tormento, ou mesmo morrer, a mudar
qualquer coisa nas Escrituras Sagradas. Deus usou essa reverência pelo texto para evitar que ele fosse falsificado e
corrompido.
Segundo, havia as ordenanças sagradas das Escrituras, tais como em Deuteronômio 4.2: “Não acrescentareis à palavra
que vos mando, nem diminuireis dela”. Essas ordenanças, imbuídas de autoridade divina, instilavam genuíno temor no
coração dos homens.
Terceiro, os rolos ficam no Santo dos Santos. Não havia lugar mais sagrado na terra, colocando-os além do alcance de
mãos perturbadoras.
Quarto, o total profissionalismo dos escribas e massoretas asseguraram e preservaram um texto puro. Eles eram
grandes estudiosos, experimentados na lei divina e reverenciados como intérpretes das Sagradas Escrituras.
Quinto, havia a supervisão dos profetas. Durante o período do Antigo Testamento, os profetas exerceram um
ministério singular e eram bem capazes de supervisionar o trabalho de cópia. Qualquer erro na transcrição seria
rapidamente percebido por eles.
Sexto, os judeus repetiam constantemente suas Escrituras, como Deuteronômio 6.7 mostra claramente: “E as
ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te”.
Essas repetições criavam tal familiaridade com o texto que mesmo que uma palavra fosse alterada, ela seria
imediatamente notada e, sem dúvida, seriam feitos protestos veementes.
Sétimo, Cristo e Seus apóstolos confirmararm as Escrituras como eles a receberam em seu tempo. O texto padrão
usado por eles é o mesmo que usamos hoje. A resoluta citação deles como Palavra de Deus é um selo incontestável de
autenticidade e confiança.
Essas e outras considerações levam-nos a crer que Deus tem preservado o texto do Antigo Testamento de maneira
maravilhosa. Quando o Antigo Testamento é lido, de acordo com o texto massorético, podemos crer que estamos lendo e
ouvindo a Palavra de Deus. É interessante como se podem, não nós, aceitar traduções peculiares dos Rolos do Mar
Morto, da versão latina, ou de qualquer outra fonte.
Deus preservou Sua Palavra. Isto não deve ser entendido como se, através da história, Deus tivesse realizado repetidos
milagres, nem que Ele tenha “inspirado” vários rabinos e escribas que trabalharam no texto. Reconhecemos que os
autógrafos perderam-se há muito tempo e que alguns erros podem ter ocorrido nas cópias de que agora dispomos.
Conseqüentemente, a crítica textual é necessária. A doutrina da “preservação divina” requer definição cuidadosa. O que
exatamente queremos dizer com ela? Aqui, citarei as palavras do Professor John H. Skilton: “Deus, que nos deu as
Escrituras, que opera todas as coisas segundo a Sua vontade, tem tido um cuidado notável com Sua Palavra, preservando-
a em todas as épocas num estado de fundamental pureza, e a tem capacitado a atingir o propósito para o qual foi
dada.” 7
O texto hebraico, então, foi originalmente dado por Moisés e pelos profetas; foi fielmente copiado pelos escribas,
padronizado por Esdras juntamente com os Homens da Grande Sinagoga, endossado por nosso Senhor e por Seus
apóstolos, e editado com cuidado meticuloso pelos massoretas. A ortodoxia requer que corajosamente afirmemos nossa
fé no Antigo Testamento como traduzido do texto massorético hebraico.
O Novo Testamento
O Senhor Jesus imputou autoridade às Escrituras do Antigo Testamento (Mateus 5.18; 15.3; Marcos 12.36; João 10.35).
ele também prometeu que, após Sua volta ao céu, Ele enviaria o Espírito de Deus para comunicar outras verdades a Seus
servos escolhidos, capacitando-os a guardá-las.
Isto muniria a Igreja Cristã de um guia infalível. “Mas aquele Consolador”, disse Ele, “o Espírito Santo, que o Pai enviará
em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (João 14.26;
comparar com 16.12, 13).
No princípio, havia somente o ensino oral. Porém, logo ficou claro que a verdade cristã precisava ser escrita. Primeiro,
porque os apóstolos (as testemunhas de nosso Senhor nos dias de Sua encarnação) começaram a viajar para terras
distantes e logo morreram (II Timóteo 4.6; II Pedro 1.14); depois, o número sempre crescente de novos convertidos e
novas igrejas exigia instrução regular, detalhada e abrangente (Lucas 1.3, 4; Atos 1.1); mais ainda, escritos espúrios e
heréticos, igualmente em circulação, estavam causando sérias confusões doutrinárias (II Tessalonicenses 2.1, 2; 3.17).
O Espírito Santo, antecipando tudo isso, exerceu Sua influência sobrenatural sobre certos homens escolhidos, fazendo-
os escrever o que era infalível e exato. Deste modo, no final de seu Evangelho, João descreve-se a si mesmo como “este é
o discípulo que testifica destas coisas, e as escreveu”; e acrescenta “e sabemos que seu testemunho é verdadeiro” (João
21.24, 25; comparar com I Coríntios 14.37; Gálatas 1.20; Filipenses 3.1; I João 1.4 etc.).
A Verdade Cristã Escrita
Assim começaram as Escrituras do Novo Testamento. Primeiramente, foram escritas em grego, que era a língua
comum do Império Romano na época em que o cristianismo começou. Os escritos eram feitos em material especialmente
preparado: “papiros” (um material semelhante ao papel, feito a partir do cerne da planta papiro) e, mais tarde,
“pergaminhos” (pele animal, chamada de “velino”, quando de qualidade particularmente fina). Na forma, os documentos
eram feitos em rolos (quando papiros) ou livros (quando pergaminhos ou velinos). Um nome técnico para os últimos é
codices (a forma singular é codex). Como canetas, utilizavam bambus afiados (feitos de tiras ou hastes) ou penas de
pássaros e, a tinta, certamente era preta, a base de carbono (preparada com fuligem misturada com cola). Mais tarde,
cerca do século V, uma tinta metálica vermelha (preparada a partir de galhas) foi utilizada, porém, ao que parece,
somente para enfatizar.
Há, naturalmente, referências no Novo Testamento aos “escritos”, ao “papel (pairo) e tinta” e, também, aos “livros” e
“pergaminhos” (i.e., pergaminhos de peles preparadas). Ver: II Timóteo 4.13; II Coríntios 3.3; II João 12; e III João 13. Uma
questão interessante se levanta agora: O que aconteceu a esses originais?
Os Originais Divinos
Imediatamente reconhecidos pelos primeiros cristãos como autoridade divina (I Coríntios 14.37), esses textos foram
lidos primeiro por aqueles a quem foram enviados, indivíduos ou igrejas, e, então, circularam de forma que tantos quanto
possível fossem beneficiados pelos ensinamentos dos apóstolos (I Tessalonicenses 5.27; Apocalipse 1.3; Colossenses 4.16;
II Pedro 3.15, 16). Infelizmente, esses originais (ou “autógrafos”) não sobreviveram muito tempo, em parte porque eram
frágeis e o uso constante fizeram-nos desintegrarem-se; e em parte porque foram expostos tanto aos riscos de acidente
como aos da perseguição.
Há, possivelmente, uma referência aos originais num tratado de cerca de 200 d.C. Tertuliano, um dos Pais da Igreja,
escreveu uma obra intitulada “Prescrição contra os heréticos”* e, no capítulo 36, disse: “Vocês, que deveriam ter grande
prazer em um maior conhecimento,... deveriam examinar as igrejas apostólicas... nas quais seus próprios escritos
autênticos são lidos... a Acaia está muito perto de vocês, (na qual) vocês encontram Corinto. E, uma vez que não estão
longe da Macedônia, têm Filipos; (e, também) têm os tessalonicenses. Desde que possam atravessar a Ásia, chegam a
Éfeso. Além do mais, estão bem perto da Itália, têm Roma, de onde vem a nossas mãos a verdadeira autoridade (a dos
próprios apóstolos)” 8
Embora alguns estudiosos neguem, outros afirmam que a referência aqui é aos originais gregos. Tertuliano, como se
diz, está recomendando com insistência a seus leitores que visitem aqueles lugares onde os originais foram guardados e,
assim, verem por si próprios os escritos divinos e sagrados do Novo Testamento. 9
Cópias Exatas
Provavelmente os manuscritos dos próprios apóstolos não duraram mais do que até 200 d.C. Mesmo com a ordem de
nosso Senhor para que as Escrituras cristãs fossem preservadas. “O céu e a terra passarão”, Ele disse, “mas as minhas
palavras não hão de passar” (Mateus 24.35; comparar com 28.20; Marcos 8.38; I Pedro 1.23-25). A preservação delas
estava assegurada, naturalmente, por cópias conscienciosas e fiéis.
Mesmo nos tempos apostólicos, as cópias dos livros do Novo Testamento eram propriedade tanto de indivíduos como
de igrejas. Pedro, sem dúvida alguma, conhecia a epístola de Paulo aos cristãos que viviam na Ásia Menor (gálatas, efésios
ou colossenses) e, na verdade, ele indica claramente que conhecia bem “todas as espístolas [de Paulo]” (II Pedro 3.15-16).
Foi dito à igreja em Colossos que a carta de Paulo a esses irmãos não devia ser tomada como propriedade particular, mas
que – certamente uma cópia – devia ser “lida também na igreja dos laodicenses”. Também foi dito aos colossenses “e a
que veio de Laodicéia,” – novamente, provavelmente uma cópia – “lede-a vós também” (provavelmente Efésios;
Colossenses 4.16). Em pouco tempo havia coleções desses livros. As igrejas cristãs precisavam de conjuntos completos
desses livros para lê-los no culto público.
Esse fato é confirmado indiretamente pelos escritos dos Pais Apostólicos do segundo século. Em nome da brevidade,
só será feita referência a um deles: Policarpo, um discípulo do apóstolo João. Escrevendo aos filipenses, ele cita
extensivamente trechos dos evangelhos e das epístolas e, então, expressa sua confiança que os próprios filipenses estão
“bem versados nas Escrituras sagradas”. 10
Nesse tempo, certamente haviam sido feitas cópias e há indícios de que elas tinham ampla circulação.
As primeiras cópias devem ter sido feitas pelos próprios apóstolos. Paulo, em sua prisão romana, pediu que lhe
trouxessem “livros, principalmente os pergaminhos” (II Timóteo 4.13). J. P. Liley sugere que “os ‘pergaminhos’ podiam
ser cópias ou porções das Escrituras ou mesmo de suas próprias cartas às Igrejas”. 11
Também se supõe – e com muita probabilidade – que João fez sete cópias de seu “Apocalipse” e mandou uma para
cada uma das sete igrejas da Ásia Menor (Apocalipse 1.4-6; 2.1, 8, 18 etc). 12
Se os próprios apóstolos não eram sempre os responsáveis pela cópia, então é provável que esse trabalho fosse
executado por seus secretários. Sabemos com certeza que estes eram contratados às vezes para escrever livros ou cartas
(Romanos 16.22; I Pedro 5.12). Por que não poderiam ser secundados para o trabalho de cópia?
“Escribas”, originalmente equivalente a “secretários” (Esdras 4.8; Ester 3.12; Jeremias 8.8), haviam sido prometidos à
Igreja Cristã.
Portanto”, disse nosso Senhor, “eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas...” (Mateus 23.34; compare com
13.52). Podemos supor que houvesse alguns deles entre os assistentes de Paulo. Na verdade, o apóstolo faz referência a
“Zenas, doutor da lei, e Apolo” (Tito 3.13). Os copistas transcreviam esses papéis com escrupuloso cuidado. Como
podemos ter certeza disso? Primeiramente,  esses livros do Novo Testamento estavam investidos da mesma santidade
das Escrituras do Antigo Testamento (I Timóteo 5.18, que cita Lucas 10.7, juntamente com Deuteronômio 25.4, como
“escritura”; e II Pedro 3.16, que coloca as epístolas de Paulo na mesma categoria das “outras escrituras”). Em segundo
lugar, quase todos os antigos copistas eram escribas judeus contratados ou convertidos, cuja reverência à Palavra escrita
de Deus os obrigava a observar uma exatidão perfeita na transcrição (Jeremias 36.28; compare com Deuteronômio
10.4). Terceiro, os escritos, por si próprios, reinvidicando serem a inspirada e autoritária Palavra de Deus, estabeleciam as
mais severas proibições contra qualquer tipo de adulteração do texto sagrado (I Coríntios 2.13; II Coríntios 2.17;
Apocalipse 22.18, 19).Quarto, sabendo que os apóstolos ainda eram vivos e ativos, os antigos copistas teriam todo o
cuidado de produzir manuscritos de primeira qualidade. Quinto, e último, se primeiramente a incumbência de fazer as
cópias era dada aos colaboradores dos apóstolos, que eram conhecidos como “evangelistas” (e, de acordo com Eusébio,
era deles a responsabilidade de “dar [aos novos convertidos] o livro dos divinos evangelhos”), 13 deve-se lembrar que
esses homens recebiam os dons miraculosos do Espírito Santo e estavam, portanto, peculiarmente equipados para
preservarem o texto inspirado (II Timóteo 1.6, 4.5).
Além disso, há um fator divino que não pode ser esquecido. Em Sua soberana e graciosa providência, Deus
evidentemente certificou-Se de que o autêntico texto do Novo Testamento fosse transmitido às futuras gerações.
Variações Textuais
Não obstante tudo isso, apareceram erros em algumas cópias e, enquanto mais cópias eram feitas, começaram a
aparecer uma quantidade de versões diferentes. Essas variações são normalmente classificadas como
(1) alterações não-premeditadas, e
(2) alterações premeditadas.
As do tipo não-premeditado incluem palavras com erros de ortografia, confusão de letras, mudanças na ordem das
palavras, o uso de sinônimos ou equivalentes verbais, e a omissão ou repetição de letras, palavras, linhas e mesmo
seções. A grande maioria dessas variações deve-se a deslizes desse tipo por parte dos escribas.
Há, entretanto, alterações premeditadas, com o que queremos dizer adulterações deliberadas do texto sagrado,
geralmente no interesse de teologias ou doutrinas particulares. Dionísio, um ministro em Corinto, numa carta datada de
cerca de 168-170 d.C., lamenta o fato de que suas próprias cartas terem sido alteradas, e acrescenta: “Não é
surpreendente, portanto, se alguns deles tenham se disposto a adulterar as Escrituras Dominicais”. 14 Um autor
desconhecido (que alguns pensam ser Hipólito e outros, Gaio) escreveu, cerca de 230 d.C.: “Eles (os hereges), com
audácia, deitam as mãos sobre as Escrituras divinas, dizendo que as estão corrigindo”. 15 Quem eram os hereges para
ousarem tal coisa?
Alguns são praticamente desconheidos, como Asclepíades, Teodoto, Hermófilo e Apolonide, outros, todavia, são bem
conhecidos como, por exemplo, alguns dos antigos gnósticos (que ensinavam a salvação através do conhecimento
secreto): Basilide, Valentino e, naturalmente, Márcion, que aceitava como canon somente suas edições mutiladas do
evangelho de Lucas e dez das epístolas paulinas. “Márcion, expresiva e abertamente, usou a faca, não a pena, uma vez
que fez tal excisão das Escrituras, a fim de acomodá-las a seu próprio objetivo”. 16
Reproduzindo o Autêntico Texto do Novo Testamento
Os professores ortodoxos foram profundamente conscientes dessas alterações pecaminosas, expondo-as tanto em
seus ensinos como em seus excritos. Como resultado, manuscritos considerados defeituosos não foram comumente
usados para propósitos de cópia. Somente aqueles fielmente preservados dos originais forma os documentos-modelo dos
quais foram feitas múltiplas cópias.
Temos, entretanto, qualquer evidência que nos dê certeza de que isso realmente aconteceu? Os antigos líderes
cristãos certamente rogaram por capacidade para avaliar os vários manuscritos e decidiram que eram os melhores e mais
exatos. Por exemplo, Irineu, em sua grande obra “Contra as heresias”, refere-se às “cópias mais antigas e
aprovadas”. 17 Os critérios usados para determinar a fidelidade de um texto deveriam ser como se segue:
(1) A identidade do copista. Se fosse um cristão comum, sua cópia provavelmente conteria um certo número de erros.
Se, por outro lado, fosse conhecido como um assistente apostólico ou escriba profissional, um alto grau de exatidão seria
esperado.
(2) A natureza do manuscrito a partir do qual a cópia era feita. Nos tempos antigos, isso podia significar o original
inspirado, porém, mais tarde, certamente já seria uma cópia. Agora, muitas cópias eram o que chamamos de cópias
“pessoais”, ou seja, cópias designadas para o uso pessoa e devocional. Algumas, entretanto, eram cópias “oficiais”, das
quais os ministros cristãos liam e pregavam nos cultos públicos. As últimas geralmente seriam de maior confiança que as
primeiras. Da mesma maneira, as cópias feitas a partir das últimas seriam mais confiáveis.
(3) O número de cópias que já haviam sido feitas. Uma cópia do original ou uma das cópias mais antigas do original
teriam mais probabilidade de gerar um texto sem defeito que uma cópia com uma longa e complicada linha de
descendência. Por esta razão, a cópia mais velha não era sempre reconhecida como a melhor, pois poderia ter sido feita a
partir de outra do mesmo período, enquanto que uma cópia posterior poderia tê-lo sido de uma mais antiga, mais
próxima do original.
(4) O lugar onde a cópia foi encontrada. As próprias igrejas tornaram-se as guardadoras da pura Palavra de Deus (como
era o caso antigamente com as sinagogas locais); se o documento copiado tivesse sido preservado numa igreja, poder-se-
ia reconhecê-lo como verdadeiro e apropriadamente copiado.
(5) A qualidade geral da cópia. Algumas cópias eram manifestadamente falsas. Eram mal escritas e cheias de erros do
tipo mais evidente. Quem quer que as produzisse era ou ignorante ou descuidado – ou, naturalmente, ambos. Essas
cópias não seriam tomadas ou usadas como verdadeiras testemunhas do autêntico texto do Novo Testamento. As cópias
cuidadosamente escritas, entretanto, inspirariam confiança e, como resultado, transcritas com grande esmero.
(6) A concordância com outras cópias existentes. Seria um erro assumir que um escriba tivesse somente um texto
diante de si. Nos primeiros dois séculos houve uma rápida multiplicação de cópias, portanto era possível, por cópias
comparativas, perceber versões errôneas e, ao mesmo tempo, determinar o que os escritores inspirados realmente
escreveram. Os primeiros cristãos estavam numa posição melhor que a nossa. Afinal, eles tinham tido acesso aos
manuscritos que, depois, se perderam.
(7) A estreita proximidade com um centro cristão bem conhecido. Uma cópia feita a certa distância de onde os
apóstolos e seus sucessores imediatos haviam ministrado regularmente teria mais chances de ter sofrido algumas sérias
mudanças ou alterações; porém, uma cópia feita na área da igreja primitiva teria mais probabilidade de ser a
representante de uma pura tradição textual.
Os professores ortodoxos dos primeiro e segundo séculos podem nem sempre ter tido acesso aos melhores
manuscritos, mas parece que sabiam como identificar “as antigas cópias aprovadas”. Foram feitos todos os esforços para
utilizar seu texto fundamental, com o resultado de que a esmagadora maioria dos antigos manuscritos gregos estavam
em fundamental concordância. Podemos, portanto, crer que o texto da maioria representada o Original que impressiva
exatidão.
Os Manuscritos Gregos Remanescentes
De acordo com uma lista recente, há um total de 5.488 manuscritos do Novo Testamento inteiro ou de partes
dele. 18 Eles são geralmente classificados nas seguintes categorias:
(1) Papiros. De acordo com as estatísticas de 1989, há, catalogados, 96 exemplares desse tipo. Quase todos são
fragmentos, embora, originalmente, deviam ter a forma de codex ou de livro. Foram encontrados, principalmente, no
Egito, onde o clima e a areia ajudaram a preservá-los. Quando se referem a esses fragmentos, os estudiosos usam a letra
“P” seguida por um número de série: P1, P2, P2 etc..
O P52 (chamado fragmento Rylands) é reconhecidamente o mais antigo. Mede somente 6,5 cm por 9 cm e contém
alguns versículos do Evangelho de João (18.31-33, 37-38). Data. Aproximadamente, de 125 d.C..
Entre os mais importantes papiros encontram-se os P45, P46 e P47. Conhecidos como os papiros bíblicos de Chester
Beatty (depois de terem sido adquiridos por Sir Chester Beatty, em 1930-1), contêm porções dos Evangelhos, das
Epístolas paulinas e do livro de Apocalipse. Outra coleção importante é a da Biblioteca Bodmer (adquirida por M. Martin
Bodmer nos idos de 1956). Essa coleção inclui o P66 (que são páginas e fragmentos de um codex do Evangelho de João,
escrito por volta de 200 d.C.) e o P72 (uma cópia do terceiro século – e, portanto, possivelmente a mais antiga que temos
– das Epístolas de Pedro e Judas).
(2) Unciais. Há 299 unciais conhecidos. Originais do início do quarto século, eram escritos em pergaminho ou em
velino, na forma de codex ou de livro. Todos utilizavam a escrita uncial, ou seja, eram escritos em letras maiúsculas, sem
pontuação. Os mais antigos são nomeados atualmente por letras maiúsculas combinadas com números de série iniciados
com zero (p.ex.: A-02). Os mais recentes têm somente os números (p.ex.: 046).
Entre os que estão no Museu Britânico, encontra-se o Codex Alexandrino, A-02. Esse uncial foi copiado no Egito, na
primeira metade do século quinto e, quando completo, continha a Bíblia grega inteira juntamente com uma ou duas
obras apócrifas. Hoje em dia contém praticamente o Antigo Testamento inteiro e a maior parte do Novo (há a omissão de
Mateus 1.1-25.6;de João 6.50-8.52; de II Coríntios 4.13-12.7). O patriarca de Alexandria presenteou Carlos I, em 1627,
com esse manuscrito.
Outro manuscrito que data do século V é o Codex Beza, D-05. Em 1581, Theodore Beza, sucessor de João Calvino,
ofertou esse manuscrito à Universidade de Cambridge, onde ele permanece até hoje. Esse codex tem ambos os textos,
grego e latino (as páginas da esquerda para o primeiro e, as da direita, para o segundo), e contém a maior parte dos
Evangelhos e do livro de Atos, bem como alguns versos de III João.
Os mais famosos dos unciais são o Codex Sinaitico, Aleph-01 (Aleph é a primeira letra do alfabeto hebraico) e o Codex
Vaticano, B-03.
O Codex Sinaitico, datado de meados – ou mesmo do fim – do século IV, contém uma parte somente do Antigo
Testamento e o Novo Testamento grego inteiro. É o único manuscrito uncial completo do Novo Testamento ainda
existente. Esse codex egípcio foi escrito em velino, em páginas com quatro colunas de quarenta e oito linhas cada, porém,
há claras indicações de que o texto, propriamente dito, teve várias correções. No ano de 1844, Constantine Tischendorf
descobriu algumas de suas folhas numa cesta de lixo na biblioteca do monastério de Santa Catarina, no Monte Sinai.
Entretanto, Tischendorf precisou esperar até 1859 para conseguir o Novo Testamento inteiro. Após conseguir permissão,
transferiu o codex para o Cairo, onde fez uma cópia. Em 1862, através da generosidade de Alexander II, Imperador da
Rússia, Tischendorf publicou uma edição do manuscrito com Introdução e Notas Críticas.
O codex Vaticano pode também ser datado da metade do século quarto e, da mesma maneira que o Aleph, foi escrito
em velino de qualidade, mas com três colunas em cada página, cada uma com quarenta e duas linhas. Outrora uma bíblia
grega completa, foram perdidas, há muito tempo, porções do Antigo Testamento e grandes seções do Novo Testamento.
Estão faltando, nesse uncial, as epístolas pastorais, Filemom, a conclusão de Hebreus (9.14 até o fim) e o livro inteiro de
Apocalipse. Muitos revisores trabalharam nesse manuscrito e, no século X, alguém copiou grande parte do original,
temendo, ao que parece, que suas letras pudessem desaparecer. Peculiaridades na soletração sugerem um original
alexandrino, mas ninguém sabe como ele entrou na biblioteca do Vatiano, em Roma. A biblioteca foi fundada em 1448,
pelo Papa Nicolau V e esse manuscrito está listado no catálogo mais antigo, emitido em 1475. Samuel Tregelles tentou
consultá-lo em 1845, mas foi impedido pelos seus curadores clericais. Em 1866, Tieschendorf recebeu permissão de
estudá-lo por quarenta e duas horas e, a partir de seus estudos e notas, uma edição desse manuscrito – o Codex B – foi
produzida em 1867. A esta edição seguiu-se uma outra, publicada pelas autoridades papais e preparada por Vercellone e
Cozza, em 1868. Finalmente, em 1889-90, um fac-símile fotográfico foi colocado à disposição dos estudiosos.
(3) Minúsculos. Há 2.812 exemplares desse tipo. São chamados minúsculos porque não são escritos com letras
maiúsculas, mas com letras pequenas (chamadas minúsculas ou cursivas). Esse estilo de escrita foi usado durante séculos
em documentos particulares, porém somente a partir do nono século, começou a ser utilizado com propósitos literários.
Com o crescente aumento da procura por livros do Novo Testamento, esse tipo de escrita tem as vantagens de exigir
menos tempo para sua execução e de ocupar menos espaço no pergaminho. Com o objetivo de identificação, são
designados por números ordinários (1, 2, 3 e assim por diante).
Os minúsculos, portanto, foram escritos a partir do século IX; porém, sua data recente não significa, necessariamente,
que eles sejam menos fiéis aos originais. Os manuscritos do século nono foram copiados de outros manuscritos, datados
do terceiro século. Como o Prof. Warfield observou, certa vez: “Não é meramente o número de anos que está por trás de
um manuscrito que mede sua distância dos autógrafos, mas o número de cópias”. 19
Esses minúsculos incluem:
MS 1: um codex do século XII, contendo o Novo Testamento inteiro, com exceção do livro de Apocalipse;
MS 4: uma cópia dos quatro evangelhos, datada do século XII;
MS 21: datada do século X, também contém os evangelhos;
MS 43: um trabalho do século XI, em dois volumes, o primeiro contendo os evangelhos e, o segundo, o livro de Atos e
as epístolas;
MS 330: do século XI, contendo os evangelhos, Atos e as epístolas;
MS 565: uma cópia muito delicada dos evangelhos, datada do século nono, escrita em letras douradas sobre velino
púrpura.
(4) Lecionários. Totalizando 2.281, esses textos datam já do sexto século, contendo os evangelhos e as epístolas
(Evangeliaria e Apostoli) escolhidos para serem lidos nas igrejas cristãs primitivas. A maioria deles usa letras unciais,
porém alguns são minúsculos. Uma vez mais, a designação utilizada é de números, porém, neste caso, antecedidos por
um “l” ou da abreviação “Lect” (por exemplo: l59 ou Lect.1280).
Esses manuscritos são importantes não somente por que alguns são bem antigos, mas, também, porque foram usados
na leitura em cultos públicos da Igreja. Foi tomado o maior cuidado com essas cópias da igreja, a fim de preservar sua
pureza original; e o testemunho de um lecionário era, na verdade, o testemunho de todas as igrejas.  Os lecionários
remanescentes que foram examinados concordam em escala surpreendente. A única explicação razoável, certamente, é
que havia um texto lecionário reconhecido.
Classificação
Um grande número de manuscritos gregos está, portanto, à nossa disposição, escritos desde o segundo século. Os
estudiosos que têm se dedicado a eles afirmam que, embora haja variações, certos manuscritos têm muitas versões em
comum, sugerindo que havia grupos ou famílias. Os mais importantes texto-tipos são os seguintes: (i) o Bizantino
(algumas vezes chamado de Texto Tradicional, Texto Maior ou Texto de Antioquia); (ii) o Alexandrino (ou o que alguns
denominaram Texto Neutro); (iii) o Ocidental; e (iv) o de Cesaréia.
Para os propósitos deste artigo, os dois últimos tipos não requerem comentários detalhados. Foi B. H. Streeter, em seu
livro The Four Gospels (1924), quem primeiro alegou ter encontrado o texto de Cesaréia. Ele acreditava que esse era o
texto do evangelho de Marcos que Orígenes citou depois de 231 d.C., ano em que veio para Cesaréia. Os críticos literários
da atualidade, entretanto, discordam quanto a se considerar esse texto como um texto-tipo distinto. Preferem considerá-
lo como uma simples composição.
Quanto ao texto Ocidental, identificado por B. F. Westcott e F. J. A. Hort e considerado originário da Europa ocidental,
havia somente evidência de sua existência. É representado pelo Codex Beza (século V), pelo Codex Claromontano (século
VI) e por traduções latinas antigas e do siríaco curetoniano (terceiro e quarto séculos, respectivamente). Esse texto
também é citado por alguns dos antigos Pais da Igreja, como Irineu, Tertuliano e Cipriano. Entretanto, esse texto-tipo é
radicalmente diferente de todos os outros. É marcado por várias omissões, não somente de versículos, mas também de
passagens inteiras. A tendência maior, entretanto, é fazer adições, tanto por meio de paráfrases como pela inserção de
detalhes adicionais. As ocorrências são menores nos evangelhos (especialmente na última parte do evangelho de Lucas),
porém, no livro de Atos há um número maior (o livro é, aproximadamente, 10% mais longo). Sir Frederic Kenyon
descreveu-o como “um tipo de texto caracterizado por muitos desvios da tradição verdadeira”. Uma escassez de apoio a
esse manuscrito, juntamente com um número muito grande de versões diferentes, tornam esse texto-tipo, no melhor dos
casos, questionável e, no pior deles, totalmente indigno de confiança.
Assim, ficamos com os dois maiores grupos de textos: o Bizantino e o Alexandrino.
A. O texto-tipo Bizantino
Esse texto recebeu seu nome por ter sido associado, com Constantinopla, a capital imperial, anteriormente chamada
Bizâncio. Além disso, ele tornou-se o texto-modelo da Igreja Cristã durante o período bizantino (312-1453 d.C.) e mesmo
depois deste. Antes de ser entronizado na capital oriental, entretanto, essa forma de texto foi preservada em Antioquia,
capital da província romana da Síria. Os professores cristãos ligados à igreja ali usaram-no claramente. Entre esses
incluem-se Basílio de Cesaréia, Gregório de Nissa. Gregório de Nazianzus (Pais da Capadócia), Teodoreto de Ciro e
Crisóstomo de Constantinopla (que mudou-se de Antioquia para se tornar bispo de Constantinopla, em 398 d.C.).
O texto-tipo bizantino teve o esmagador apoio dos manuscritos gregos. Nos primeiros papiros havia um impressivo
número de versões distintivamente bizantinas. P45 e P46, dos Papiros Chester Beatty, contêm tais versões, bem como
P66 da coleção da Biblioteca Bodmer. O Professor H. A. Sturz conseguiu relacionar 150 versões bizantinas com apoio dos
primeiros papiros. 20 Isso mostra, de maneira plena, contrariamente aos pontos de vista dos críticos literários do
passado, que as versões bizantinas podem ser traçadas desde o século II.
Entre os unciais, esse texto é encontrado, no século V, nos Códices Alexandrino (A-02; bizantino nos evangelhos),
Ephraemi (C-01) e em praticamente todos os outros códices posteriores. Estima-se que aproximadamente 95% dos
manuscritos unciais utilizaram o tipo de texto bizantino. Ainda mais pode ser reinvidicado em favor do minúsculos, uma
vez que quase todas as suas versões são bizantinas.
Os lecionários até agora examinados também apóiam o texto-tipo bizantino.
(1) Apoiado pelas antigas versões.
Essas versões eram as antigas traduções das escrituras do Novo Testamento, preparadas para auxiliar na expansão da
fé cristã entre os povos do mundo. Entre as mais antigas estão a siríaca (ou aramaica) e as traduções latinas, que
remetem à metade do segundo século. A Peshitta, a “Rainha das traduções”, é uma das mais antigas traduções siríacas e
certamente contém versões bizantinas. Isso também se aplica à versão gótica, do quarto século, que se diz Ter sido
traduzida por Ufilas, bispo de Antioquia.
(2) Confirmado pelos antigos Pais.
Os críticos que negam a primazia do texto bizantino, preferindo vê-lo como uma revisão do século IV, geramente
aludem ao fato de que nenhum Pai da Igreja antes de Crisóstomo (347-407 d.C.) parece ter se referido a ele ou, sequer,
tenha-no citado. Porém, isso não é verdade. Uma pesquisa cuidadosa mostrou que Justino Mártir (100-165 d.C.), Irineu
(130-200 d.C), Clemente de Alexandria (150-215 d.C.), Tertuliano (160-220 d.C.), Hipólito (170-236 d.C.) e mesmo
Orígenes (185-254 d.C.) citaram repetidamente o texto bizantino. Edward Miller, depois de classificar as citações dos
patriarcas gregos e latinos que morreram antes de 400 d.C., descobriu que tais citações apoiavam-se no texto bizantino
2.630 vezes (e, em outros textos, somente 1.753 vezes). Além disso, ao examinar trinta passagens importantes,
encontrou 530 testemunhos do texto bizantino (e somente 170 em favor de seus oponentes). Esta foi sua conclusão: “A
predominância original do Texto Tradicional é mostrada na lista dos antigos patriarcas. Seu registro prova que em seus
escritos, e mesmo na Igreja em geral, a corrupção se fez sentir desde os tempos remotos, mas que as águas puras
geralmente prevaleceram... A tradição também é mantida pela maioria dos patriarcas que os sucederam. Não há lapso ou
intervalo: o testemunho é contínuo”. 21
O fato evidente é que, por volta do quarto século, o Texto Bizantino já havia emergido como o texto oficial do Novo
Testamento e pelos próximos 2.000 anos (e mais) manteve controle inconteste sobre a cristandade inteira.
(3) O Novo Testamento grego impresso.
O Novo Testamento foi impresso pela primeira vez em 1514, embora não publicado numa edição separada até 1522.
Obra de Francisco Ximenes, Cardeal Primaz da Espanha, era parte de seu Poliglota Complutensiano, em seis volumes. Na
dedicatória ao Papa Leão X, Ximenes escreveu: “Estamos, na verdade, em débito com vossa Santidade pelas cópias
gregas, por nos ter enviado, mui amavelmente da Biblioteca Apostólica, os códices muito antigos, ambos do Antigo e
Novo Testamentos, que nos ajudaram muitíssimo neste empreendimento”. O texto grego resultante parece ter sido do
tipo bizantino (e não há evidência de que Ximenes tenha, alguma vez, seguido o Codex Vaticanus [B]).
Em 1516, quando Desidério Erasmo, o principal estudioso na Europa, publicou a primeira edição do Novo Testamento
grego, baseou-se em manuscritos bizantinos característicos. Erasmo publicou outras quatro edições de seu trabalho, em
1519, em 1522, em 1527 e em 1535. Outros logo seguiram seus passos: o mais famoso deles foi Robert Estienne
(latinizado como Estéfano), o editor e impressor francês, cujo texto publicado em 1546 era praticamente idêntico ao de
Erasmo. Houve três edições subseqüentes em 1549, 1550 e em 1551. Ainda outras edições foram produzidas e impressas
por Theodore Beza entre 1565 e 1604. Então, em 1624, Bonaventure e Abraham Elzevir publicaram sua edição. O prefácio
da segunda edição de Elzevir, publicada em 1633, contém as palavras: “Portanto, agora se tem um texto recebido por
todos, no qual não há alteração ou corrupção”. Por essa razão surgiu a conhecida denominação “O Texto Recebido”.
O Texto Bizantino foi o texto fundamental de todas as grandes Bíblias protestantes inglesas, incluindo aquelas
associadas aos nomes de William Tyndale (1525), Miles Coverdale (1535), John Rogers (1537) e Richard Taverner (1539),
bem como as conhecidas como a Grande Bíblia (1539), a Bíblia de Genebra (1560), a Bíblia dos Bispos (1568) e,
naturalmente, a Versão Autorizada (1611); e, ainda: a Reina, em espanhol; a Karoli, em húngaro; a Lutero, em alemão, a
Olivetan, em francês; a Statenvertaling, em holandês; a Almeida, em português; e a Diodati, em italiano.
Resumindo, os argumentos em favor do texto bizantino são os seguintes:
1. Esse texto-tipo está associado à cidade de Antioquia, na Síria. Após a morte de Estevão, os cristãos de Jerusalém
fugiram para Antioquia e começaram a pregar o evangelho aos gregos residentes ali (Atos 11.19-20). Uma igreja forte
surgiu, principalmente através dos ministérios de Barnabé e Paulo (11.22-26), e foi dessa igreja que o apóstolo partiu para
cada uma de suas viagens missionárias (Atos 13.1-3; 15.35-36; 18.22-23). Outros apóstolos visitaram a cidade, incluindo o
apóstolo Pedro (Gálatas 2.11-12). Não demorou muito para que Antioquia se tornasse a cidade-mãe das igrejas gentílicas
e, depois da queda de Jerusalém, em 70 d.C., transformou-se no inconteste centro do Cristianismo. Um texto procedente
de Antioquia seria o texto aprovado pelos apóstolos nos primórdios da Igreja Cristã.
2. Como já observado anteriormente, esse texto recebeu seu nome de Constantinopla (Bizâncio), a capital do Império
Oriental, e, em razão disso, logo se estabeleceu como o texto grego padrão. Constantinopla era o centro tanto do mundo
como da Igreja de fala grega. Enquanto no Ocidente, o grego havia cedido lugar ao latim, no Oriente permanecia como
idioma oficial e de uso comum. Isso significava, naturalmente, que os estudiosos gregos em Constantinopla eram
peculiarmente qualificados para reconhecer e reproduzir o texto autêntico.
3. Durante o quarto século, quando esse texto se tornou o principal, a Igreja foi abençoada com estudiosos
excepcionais, tais como Metódio (260-312 d.C.), Atanásio (196-373) Hilário de Poitiers (315-67), Cirilo de Jerusalém (315-
386) e Gregório de Nazianzen (330-394). Esses homens – e outros como eles – envolveram-se na formulação da doutrina
ortodoxa e na ratificação do canon do Novo Testamento. Eles também se devotaram a estudar o texto e tiveram uma
vantagem sobre os críticos posteriores, uma vez que tinham acesso a muitos manuscritos antigos e preciosos, que há
muito se perderam. A emergência de um texto predominante originário desse período é altamente significativa. Era,
obviamente, considerado o texto genuíno, não corrompido e autorizado.
4. Os judeus eram designados os guardiães das revelações divinas a eles concedidas e, no cumprimento da confiança
sobre eles depositada, preservaram cuidadosamente o texto do Antigo Testamento, sem corrupção e de forma integral (o
texto Massorético hebraico). Como observado pelo apóstolo Paulo, “porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe
foram confiadas” (Romanos 3.2). Agora, é razoável supor-se que as escrituras do Novo Testamento fossem confiadas aos
cristãos professos ou à professa Igreja Cristã. A questão que naturalmente se levanta é: qual texto-tipo, falando no geral,
teria sido reconhecido e propagado pela Igreja desde os primórdios? A resposta: o texto-tipo conhecido como bizantino.
5. O fato é que aproximadamente 90% dos manuscritos gregos representa o texto-tipo bizantino. Embora esses
manuscritos não sejam tão antigos como alguns críticos quisessem, são tão numerosos que deve-se assumir que há,
literalmente, centenas de documentos ancestrais, muitos dos quais pertenceram às primeiras eras cristãs. De alguma
maneira esse fato tem que ser explicado, e não é satisfatório persistir-se na argumentação – contra a evidência de
suporte – que o texto bizantino não aparece na história antes do quarto século. Este texto é anterior. Ele tornou-se
difundido porque representa o original fielmente.
6. Sempre se tem exercido cuidado providencial em relação à Verdade de Deus, pois os crentes precisam dessa
Verdade de forma exata e correta (Mateus 24.35; I Pedro 1.23, 25). Por essa razão, a Palavra dada através da inspiração
tem sido a mesma que subseqüentemente foi publicada (Salmo 68.11). É inconcebível que Deus tenha dado um texto
totalmente corrompido e mutilado a Seu povo e, então, permita que o texto seja usado por mais de dezoito séculos.
Porém, é exatamente isso que alguns críticos literários modernos querem nos fazer acreditar! “Deve-se lembrar”, escreve
o Dr. Owens, que a cópia vulgar que usamos (o Texto Autorizado) foi de propriedade pública por muitas gerações...; posto
isto, passemos, então, para o modelo, que é reconhecidamente apropriado, e veremos rapidamente, se Deus quiser,
quão pouca razão há para imitar tais variações de traduções, com o que também estamos abismados atualmente.” 22
7. É razoável supor-se que Deus agiu de maneira similar em relação aos textos tanto do Antigo como do Novo
Testamentos.O Seu método com o Antigo Testamento foi preservar o texto, de forma praticamente inalterada, através de
várias gerações. O resultado – como Cristo e Seus apóstolos claramente ensinaram – foi um Livro no qual cada letra e
cada parte de letra era sagrada (Mateus 5.18; comparar com João 10.35). Quando esta antiga revelação foi completada,
Deus procedeu da mesma maneira: registrou infalivelmente Sua última Palavra, colocando-a em possessão de Sua Igreja
e, então, assegurou-Se de que ela seria passada através dos séculos sucessivos, até o tempo presente. “A palavra do
Senhor permanece para sempre” (I Pedro 1.25).
B. O texto-tipo Alexandrino
Este é um grupo bem pequeno de manuscritos. Peculiaridades na ortografia mostram que eles estão associados a
Alexandria, no Egito e, não é surpreendente, versões desse tipo de texto foram encontradas entre os papiros egípcios
antigos (por exemplo, P46, P47). Seus maiores representantes, entretanto, são o Codex Sináitico (ou Codex Aleph) e o
Codex Vaticano (ou Codex B).
O apoio a esse texto-tipo vem dos Pais de Alexandria, mais notadamente de Orígenes (185-254 d.C.) e Cirilo (376-444).
Vários detalhes devem ser observados aqui:
1. Esse texto-tipo origina-se de Alexandria, no Egito. As Escrituras não indicam que jamais tenha havido uma presença
apostólica nessas regiões, mas a História da Igreja revela que muitos heréticos famosos viveram e ensinaram ali, incluindo
gnósticos como Basilides, Isidoro e Valentino. Qualquer coisa que venha desse lugar deve ser considerada com alguma
suspeita.
2. Há clara evidência de revisão pela reorganização de palavras. B. H. Streeter sugeriu que o editor foi um bispo egípcio
chamado Hesychius. 23 Isso significa que, embora tenham sido feitas grandes reivindicações, esse texto não pode ser
considerado como especialmente “puro”.
3. Os dois grandes representantes desse texto-tipo, os Codices Aleph (Sináitico) e B (Vaticano) são excepcionalmente
pobres em qualidade. Quando examinado pelo Dr. F. H. A. Scrivener, o Codex Aleph foi declarado “grosseiramente
escrito” e “ repleto de dúzias de erros de transcrição” tais como “omitir linhas inteiras do original”. O codex B, embora,
“menos ruim”, mostrou-se “passível de falhas”, cometendo “erros do mais evidente caráter”. 24
4. Esses manuscritos principais exibem suas adulterações ao não concordarem entre si em, literalmente, centenas de
lugares (3.000 vezes, somente nos evangelhos).
5. O texto autenticado pelo Aleph (Sináitico) e pelo B (Vaticano) está em discrepância com a esmagadora maioria dos
manuscritos gregos. Não somente está restrito a uma muito pequena família de manuscritos, mas estima-se que há algo
em torno de 6.000 diferenças entre os textos Alexandrino e Bizantino.
6. É verdade que há expressiva perda de texto no Codex B (Vaticano), porém, considerando-se sua idade (metade ou
fim do século IV), esses dois unciais estão em notáveis boas condições. Uma vez que os mais exatos manuscritos dessa
época pereceram em razão do uso, deve-se supor que esses foram rejeitados como defeituosos e, portanto, não foram
usados pela Igreja.
7. Apoiando essa conclusão está o fato de que somente umas poucas cópias foram feitas a partir deles. Como afirma o
Dr. Gordon Clark: “Se um grupo ou dois manuscritos têm um único ancestral, implica que um grupo ou dois copistas criam
que aquele ancestral era fiel aos autógrafos. Porém, se um manuscrito não tem uma descendência numerosa, como no
caso do ancestral do Codex B, pode-se suspeitar que os antigas escribas duvidaram de seu valor. Possivelmente so antigos
cristãos ortodoxos sabiam que o Codex B está corrompido. 25
Críticos Atacam o Texto Bizantino
No último século, dois estudiosos de Cambridge, B. F. Westcott e F. J. A. Hort, elaboraram uma nova teoria radical
sobre a primeira transmissão do texto do Novo Testamento. Defendiam que o melhor texto era, realmente, o Alexandrino
(o qual denominaram o “Texto Neutro”), representado pelo Aleph e pelo B. Uma vez que esses dois manuscritos eram
ligeiramente mais antigos que outros, alegavam que seu ancestral comum estava mais próximo do original inspirado.
Embora não se pudesse atribuir ao texto uma pureza absoluta, Westcott e Hort estavam prontos a afirmar: “Cremos (1)
que as versões de Aleph B devem ser aceitas como versões verdadeiras até que fortes evidências internas contrárias
sejam encontradas; e (2) que nenhuma versão de Aleph B pode, de maneira plena, ser seguramente rejeitada, embora
seja às vezes indicado reconhecê-las somente como uma base alternativa, especialmente quando não têm apoio das
Versões dos Patriarcas”. 26
O texto Bizantino (chamado de “Texto Sírito”) continha, como eles pensavam, “versões combinantes”, ou seja,
combinações de versões mais antigas; eles acreditavam que essas versões haviam sido originadas de uma revisão feita em
dois estágios, produzida em Antioquia (ou perto de Antioquia), no quarto século. Admitindo-se que isso era apenas
“suposição”, continuaram com a idéia de que “a crescente diferença e confusão dos textos gregos conduziram a uma
revisão oficial em Antioquia” e, mais tarde, a “uma segunda revisão oficial”. O processo inteiro, segundo eles, foi
completado por volta de 350 d.C. Eles ainda lançaram a idéia de que Luciano de Antioquia (martirizado em 312) devia
estar envolvido na primeira revisão.
Essa teoria é seriamente falha. Embora críticos e traduções ainda se refiram “aos mais antigos e melhores
manuscritos”, a frase é no todo enganosa porque, nesta discussão particular, os “mais velhos” são, na verdade, “os
piores”. Quanto a “versões combinantes” no texto Bizantino, jamais houve nenhuma evidência convincente que apóie
essa idéia (mesmo após vinte e oito anos de estudo, Westcott e Hort só puderam apontar oito exemplos). De qualquer
forma, versões tardias não provam uma interferência posterior no texto. O Professor Sturz que somente algumas dessas
traduções são apoiadas pelos papiros mais antigos (as traduções mais antigas de João 10.19 e 10.31, por exemplo, são
apoiadas pelo P66). 27 Isto nos leva a concluir que o engano repousa sobre o texto Alexandrino. Ele ainda acusa o texto
Bizantino de ser reduzido. O que dizer sobre a tão falada “Revisão Luciânica”? Não há evidência de que ela tenha
acontecido.
Westcott e Hort começaram a tarefa de preparar um texto grego revisado. Por coincidência, eles também faziam parte
do comitê, escolhido pela Assembléia de Canterbury, em 1880, designado para preparar uma edição revisada da Bíblia em
inglês. Embora o texto grego desses dois estudiosos ainda não houvesse sido publicado, uma cópia foi colocada à
disposição dos revisores. Então, quando, em 1881, surgiu o Novo Testamento da Versão Revisada, ficou imediatamente
evidente que o texto grego de Westcott e Hort havia não somente influenciado grandemente o comitê mas, também, que
ele tinha sido largamente empregado na Versão Revisada do Novo Testamento em inglês.
Este texto Hort/Westcott foi o precursor do que hoje se conhece como texto Nestle/Aland (United Bible Societies), que
tem usurpado o lugar do texto Bizantino ou Tradicional e, subseqüentemente, tornou-se a base de praticamente todas as
traduções modernas. A Nova Versão Internacional, por exemplo, embora afirme em seu prefácio seguir um texto grego
‘eclético’ (ou seja, uma compilação de uma variedade de manuscritos), continua, imediatamente, a informar o leitor que
“onde houve divergência de manuscritos, os tradutores escolheram as versões de acordo com os princípios da crítica
textual do Novo Testamento”. A adoção de ‘princípios’ fundamentalmente falhos indica que o texto resultante é muito
parecido com o produzido em 1881, por Westcott e Hort.
A Versão Almeida Corrigida Fiel
Durante os períodos da Reforma e dos Puritanos, apareceu uma quantidade de versões protestantes, todas baseadas
nos mesmos textos autênticos e traduzidos de acordo com os mesmos princípios incontestáveis.
A BÍBLIA SAGRADA, em Português, é resultado de mais de 350 anos de esforços dedicados, desde quando João Ferreira
de Almeida começou o seu trabalho de tradução.
Jovem inteligente, Almeida nasceu em Torre de Tavares, Portugal, no ano de 1628. Aos catorze anos ele já estava na
cidade de Batávia (hoje Jacarta, capital da Indonésia). Um dia recebeu um folheto escrito na língua espanhola que o levou
ao encontro pessoal com Deus, como “Nicodemos—Saulo de Tarso”. Logo começou a pregar nas Igrejas Reformadas
Holandesas (a maior parte do povo, a quem ele ministrava, falava português, pois só fazia um ano que Portugal havia
perdido o controle da região).
No ano de 1644, com a idade de 16 anos, Almeida iniciou a sua primeira tradução do Novo Testamento, usando
versões em latim, espanhol, francês e italiano. Não contente com essa tradução, anos mais tarde, ele fez uma segunda,
desta vez baseada no texto grego, o Textus Receptus (o mesmo usado pelos reformadores). Num folheto chamado Cartas
para a Igreja Reformada, em 1679, ele escreveu o seguinte, na conclusão daquela obra, que só foi publicada em
Amsterdã, no ano de 1681:
“O Novo Testamento, isto é, todos os sacrossantos livros e escritos evangélicos e apostólicos do Novo Concerto do
nosso fiel Senhor, Salvador e Redentor Jesus Cristo, agora traduzidos em português por João Ferreira d’Almeida, pregador
do santo Evangelho”.
Almeida chegou a traduzir o Velho Testamento, de Gênesis até Ezequiel 48:31, usando o texto Massorético (hebraico).
Não pôde terminar os últimos versículos do livro de Ezequiel, porque o Senhor Deus o levou à Sua presença em 1691, com
63 anos de idade. O volume I do Velho Testamento, contendo os livros de Gênesis a Ester, foi impresso no ano de 1748. O
holandês Jacobus op den Akker completou a obra da tradução do Velho Testamento e, em 1753, o volume II foi
publicado.
A primeira revisão da Bíblia em português, feita pela Trinitarian Bible Society (TBS—Sociedade Bíblica Trinitariana), foi
iniciada no dia 16 de maio de 1837. O Rev. Thomas Boys, do Trinity College, Cambridge, foi encarregado de liderar o
projeto. A revisão do Novo Testamento foi completada em 1839. A revisão completa do Velho Testamento só terminou
em 1844. O último volume foi impresso em Londres, no ano de 1847. Aquela primeira edição, chamada Revista e
Reformada, sofreu revisões ortográficas posteriores, feitas tanto pelo Rev. Boys como por outros, tornando-se, inclusive,
uma parte da edição chamada Correcta. Segundo os dados históricos, a edição Revista e Reformada também fez parte do
leque das várias revisões que foram usadas para chegar à versão conhecida como a Corrigida. Restou do frontispício da
primeira impressão da tradução de Almeida pela TBS uma expressão, “Segundo o original”, ou, em outras palavras, “Fiel
aos textos originais”.
No ano de 1968, em São Paulo, foi fundada a Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, com o objetivo de revisar, com as
devidas correções ortográficas, e publicar a Bíblia de João Ferreira de Almeida, como mais um instrumento nas mãos de
Deus para a preservação da Sua Palavra.
A Bíblia na Edição Corrigida e Revisada, foi preparada por pessoas com a mesma convicção do tradutor, João Ferreira
de Almeida, de que as palavras das Sagradas Escrituras, originariamente escritas em hebraico, em aramaico e em grego,
foram inspiradas por Deus; e, uma vez que Deus preserva a Sua Palavra, as Sagradas Escrituras falam com nova
autoridade a cada geração, levando as pessoas à salvação, fazendo com que sirvam a Cristo para a glória de Deus.
Há séculos, a tradução de Almeida tem sido a preferida da grande maioria dos leitores da Bíblia em língua portuguesa.
Indiscutivelmente, continua sendo. Almeida seguiu o sistema de tradução chamado “equivalência formal”, assim como
fizeram os grandes reformadores; ou seja, tentou traduzir cada palavra, usando o mínimo de palavras de transição,
necessárias para garantir a fluência da leitura em português. 
É possível dizer que João Ferreira de Almeida é o tradutor mais amado e respeitado; pode-se dizer também que a versão
mais respeitada e procurada é a Corrigida. Embora os editores, que publicam as edições denominadas Corrigida, tenham
variado na liberdade de modificar ou até de tirar uma palavra ou outra, mesmo assim, todas elas são praticamente
idênticas.
Como Almeida, os editores deste texto, a Edição Corrigida e Revisada, Fiel ao Texto Original, também conhecido por
Almeida, Corrigida, Fiel (ACF), todos crêem que as palavras da Bíblia foram inspiradas por Deus.
“Toda a Escritura é divinamente inspirada...” (II Tm 3:16).
Por essa razão, os editores do texto bíblico gastaram anos, com dezenas de revisores, na produção do texto,
objetivando modificar o mínimo possível, conquanto corrigissem a ortografia e tirassem qualquer influência do Texto
Crítico do Novo Testamento que fora introduzida indevidamente ao trabalho de Almeida.
Malcolm Watts, membro do Comitê Geral da Trinitarian Bible Society, nasceu em 1946, em Barnstaple, North Devon,
Inglaterra. Criado num lar cristão, converteu-se pela graça em sua adolescência e, mais tarde, foi chamado para o
ministério. Estudou no Londo Bible College entre 1967 e 1970 e, desde 1971, é pastor da Emmanuel Church, em Salisbury.
Ele e Gillian casaram-se em 1976 e têm duas filhas: Lydia e Naomi.

EXPONDO OS ERROS DA
SOCIEDADE BÍBLICA INTERNACIONAL:
E da Bíblia NVI
Quem quer vomitar a Bíblia NVI sobre os crentes brasileiros?
(1ª edição Set/2000)
 
1. Introdução
Lá vem mais uma Bíblia Moderna! O mercado insaciável de Bíblias está em festa! Será lançada no Brasil a Bíblia NVI (Nova
Versão Internacional). Quem seria, ou quais seriam os responsáveis por mais essa empreitada? A resposta vem dos
Estados Unidos. A International Bible Society (IBS) tem agora um nome brasileiro: A Sociedade Bíblica Internacional (SBI).
Só muda o "I" e o "S" de lugar. Se a americana despejou a NIV (New International Version) sobre os crentes norte-
americanos, a filial brasileira está tentando empurrar a NVI (Nova Versão Internacional) sobre os brasileiros. Quais são as
credenciais da dobradinha IBS/SBI? Podemos confiar nela?
 
2. Histórico
Em 1809, foi fundada em Nova York, a New York Bible Society, que posteriormente, em 1970, mudou de nome para IBS
(International Bible Society). No início, ela era composta de crentes dedicados que distribuíam as Escrituras baseadas no
único texto digno de respeito naquela época: O Texto Recebido, que era a base para o Novo Testamento e o Texto
Massorético de Ben Chayyim para o Velho. Os anos se passaram e os ataques ao Texto Recebido aumentaram até que,
em 1881, surge um texto grego falso, produzido por dois heréticos e incrédulos chamados Westcott e Hort. Em 1970, já
com o nome mudado para International Bible Society, a IBS começou a trabalhar em parceria com Wycliffe Bible
Translators até que, em 1978, nasceu a NIV (New International Version), baseada naquele texto grego, que difere em
9.970 palavras do Texto Recebido3. Para querer provar a qualidade da sua Bíblia NIV, a IBS argumenta que foram anos de
muito trabalho e sacrifício da seleta comissão, resultando na espetacular campeã em vendas com milhões de exemplares
distribuídos a cada ano (em 2002 alegam ter atingido 160 milhões de NIV vendidas). No final da década de 80 a IBS se
mudou de Nova Yorque para Colorado Springs e em 1992 a IBS se fundiu com a Living Bibles International (os detentores
dos direitos de uma das mais heréticas e piores Bíblias em inglês: a Living Bible). No final da década de oitenta, também, a
IBS entrou no Brasil, onde atende pelo nome de Sociedade Bíblica Internacional (SBI). Em 1994, foi publicado o Novo
Testamento NVI em português, que pela má qualidade, omissões e heresias, já provocou repúdio imediato por muitos
crentes. A qualquer momento, espera-se pelo pior [nota de atualização: o "pior" já aconteceu no ano de 2000]: A Bíblia
completa NVI que só irá colaborar para que o crente desses dias fique mais confuso ainda com a presença de tantas
versões Bíblicas contraditórias nas livrarias. Cada uma prometendo ser melhor que a outra. Para esclarecer essa confusão,
vamos expor os erros da IBS (International Bible Society) que se repetem na sua irmã siamesa brasileira:
 
3. A Sociedade Bíblica Internacional usa na NVI, um texto grego falso e corrupto!
O texto grego usado no Novo Testamento da NVI é uma mistura estranha de 2 manuscritos provenientes de Alexandria,
Egito. Note que essa cidade, que era o berço do Gnosticismo, foi o local das mais perversas heresias da igreja cristã, sendo
de lá os hereges Orígenes e Árius. Os manuscritos usados para compor esse texto grego são parte de uma pequena
minoria, compondo menos de 1 por cento dos manuscritos gregos existentes. Eles são tão ruins e claramente falsos, que
o maior lingüista crente do século 19 chamado John William Burgon, declarou o seguinte sobre eles:
 
"É de fato mais fácil achar dois versos consecutivos nos quais esses dois manuscritos diferem um do outro, do que dois
versos consecutivos nos quais eles concordam inteiramente." 1

Por falar em discordância e corrupção, quantas palavras alguém estaria disposto a abrir mão da sua Bíblia? Uma palavra?
Duas palavras? Cem palavras? E que tal 64 MIL palavras? Veja quantos erros e quantas palavras estão faltando na
corrupta NVI e na sua irmã NIV. E que tal versos inteiros? Na NIV, PASMEM, estão faltandoDEZESSETE VERSOS INTEIROS!
Veja a lista:

Em Mateus:               3 versos:        17:21, 18:11 e 23:14. 

Em Marcos:               5 versos:        7:16, 9:44, 9:46, 11:26 e 15:28. 

Em Lucas:                  2 versos:        17:36, 23:17. 

Em João:                   1 verso:          5:4. 

Em Atos:                    4 versos:        8:37, 15:34, 24:7, 28:28, 

Em Romanos:           1 verso:          16:24 e 

Em 1João:                 1 verso:          5:7.
Total:                         17 versos subtraídos!
 
4 A Sociedade Bíblica Internacional usa na NVI, um texto hebraico falso e corrupto!
Os tradutores da NIV americana criaram problemas sérios no Velho Testamento dessa Bíblia, pois usaram outras fontes
que não a Palavra revelada de Deus preservada no Texto Massorético. Tais fontes extra-Bíblicas não tem autoridade da
Palavra Revelada de Deus! Elas causaram erros com respeito aos títulos de Deus suprimindo "Senhor", erros de omissões
e adições, erros enfraquecendo as doutrinas criacionistas, erros de desrespeito aos eufemismos no hebraico que mantém
a nobreza na linguagem e muitomais. 19 Espere o desastre que virá na NVI...
 
5. A Sociedade Bíblica Internacional usa na NVI, o falso método da Equivalência Dinâmica.
Esse método é a maior desonestidade que um tradutor pode cometer. Isso foi inventado por um apóstata chamado
Eugene Nida15. A Equivalência Dinâmica é uma mentira que se comete com o leitor, pois as palavras de uma língua não
são vertidas para outra, ficando o tradutor numa posição de manipular o texto ao seu bel-prazer.

6. Na International Bible Society, nos EUA, havia até homossexual traduzindo a NIV.
Durante os anos em que a NIV esteve sendo preparada (1968-1978), duas pessoas da comissão eram homossexuais. Uma
delas era Virginia Mollenkott. Ela declarou sem a menor cerimônia:
"Meu lesbianismo sempre tem sido parte de mim..."  18
Confirme isso aqui.

Leia mais isso de sua própria autoria confirmando que ela era lésbica enquanto trabalhava na comissão:

"So far as I know, nobody including Dr. Palmer suspected that I was lesbian while I was working on the NIV; it was information I kept private at that time."

Tradução:
"Até onde eu sei, ninguém incluindo o Dr. Palmer suspeitava que eu era lésbica enquanto eu estava trabalhando na NIV; era informação que eu mantinha privada naquela época"

(Carta de Virginia Mollenkott a Michael J. Penfold datada em 18 Dez. 1996)

Como resultado natural de seu homossexualismo Virginia Mollenkott certamente influenciou o texto da NIV, que suprimiu
palavras contundentes sobre a condenação que o Senhor faz ao homossexualismo. A mais escancarada foi em 1Cor 6:10
onde as palavras "efeminados" e "sodomitas" [em grego literalmente "arsenokoites" - homem que pratica coito com
outro homem] foram retiradas e substituídas por "male prostitutes" (homens prostitutos) e "homosexual offenders"
(ofensores de homossexuais!). Veja, agora, que se você prega para um homossexual que ele está em pecado, você o está
ofendendo e você é que está cometendo o pecado imperdoável!!!
Completamente diferente da condenação Bíblica!
A outra figura que levantou muita discussão, foi o Dr. Marten Woudstra, o, "nada mais, nada menos", chefe da comissão
do Velho Testamento da NIV! Ver também o livro de Carl Graham com o título “Sodomy and the NIV” (Sodomia e a NIV)
de 1991. Vejamos 4 fatos sobre essa figura chamada Marten Woudstra:

Fato 1: Ele nunca se casou (fato que, isoladamente, não quer dizer nada, não fossem os 3 outros abaixo...).

Fato 2: Retirou todas as palavras "sodomita(s)" no Velho Testamento da Bíblia NIV!

Fato 3: Declarou que a Bíblia não condena o homossexualismo! (isso não é ignorância, mas rebeldia) 

Fato 4: Era amigo de uma organização sodomita e do seu fundador (Dr. Ralph Blair) que promove o homossexualismo
chamada Evangelicals Concerned Inc.!

Cada um que tire suas conclusões!


 
7. Veja quem são os donos da International Bible Society nos EUA
"A corporação Zondervan, que costumava ser uma respeitada editora cristã de Grand Rapids, Michigan, tornou-se uma
companhia pública via uma oferta inicial de ações há uns 15 anos atrás [1978?]. Isto foi em torno da mesma época em
que a Bíblia NIV foi publicada por um grupo em Nova York chamado de Sociedade Bíblica Internacional, que financiou o
projeto. Eles então deram à Zondervan Corp., os direitos exclusivos da edição/publicação da versão NIV da Bíblia. Após a
oferta inicial, o preço das ações subiu moderadamente, porém, mais tarde o preço caiu abruptamente e muitos
investidores perderam dinheiro. Em 1985, um investidor entrou com um processo judicial onde disse que ele foi induzido
a comprar as ações Zondervan por causa de declarações falsas que a companhia fez à Comissão de Bolsa de Títulos
Públicos e Valores (SEC). Em 1989, isto foi bem difundido pela imprensa: 'Corp. Zondervan de Grand Rapids, Michigan,
alcançou um acordo fora do tribunal de $3.57 milhões com investidores que contestavam sua perda de dinheiro quando
irregularidades foram encontradas nos registros/livros/arquivos financeiros da editora religiosa.'" 17
Em 1988, a Zondervan, sofrendo com a queda de vendas, estava em apuros financeiros como conseqüência de ter
expandido muito rapidamente no início dos anos 80. Em julho de 1985, The Wall Street Journal relatou:
 
"Em 1978, a companhia introduziu a versão New International Version da Bíblia, a qual é a líder de mercado
na venda de Bíblias. Nos dois últimos anos, muitos investidores compraram e venderam ações da Zondervan,
espalhando especulação que a companhia tinha achado um comprador. Em maio, um grupo investidor tinha feito uma
oferta de $ 10.50 por ação, mas os dois lados não chegaram a um acordo."
 
Então, um agressivo magnata da mídia chamado Rupert Murdoch (dono da Fox television), comprou a Zondervan por
56,7 milhões de dólares, ou seja, $13.50 dólares por ação. A cotação da Zondervan subiu $4,25 dólares por ação com o
anúncio. Murdoch, um cidadão do mundo internacional, começou na Austrália, via sua companhia, a News Corp. Nos
anos recentes, Murdoch construiu um Mega império da mídia, com faturamento de 10 bilhões de dólares por ano (dado
desatualizado). A Zondervan Corp. se tornou, então, a sua subsidiária, adquirida pela publicadora Harper Collins (a mesma
companhia que publica a "Satanic Bible" e "Satanic Rituals"). Veja o organograma abaixo:

Agora pergunto: 

Será que se pode confiar em uma editora que se propõe a distribuir Bíblias e ao mesmo tempo lança suas ações no
mercado para dar lucro a investidores que não têm compromisso algum com Deus? Será que se pode confiar em uma
editora cujo dono é um magnata da MÍDIA SECULAR e dono da 20th Century Fox e da revista Seventeen,cheios de
erotismo? Ao leitor CRENTE: Irmão! Acorda! Abra os olhos! Coloque sua mão na consciência e acorde! Ponha isso diante
do Senhor e saiba que Deus irá trazer a juízo os corruptores da Sua Palavra! Você quer tomar parte nisso?

Esse homem já citado, dono da Bíblia NIV, Rupert Murdoch recentemente fêz uma "pequena" oferta de 10 milhões de
dólares (!) adivinha para quem... Para a construção da nova catedral católica em Los Angeles, Califórnia. Parte do
dinheiro, é claro, pode ter sido retirado dos lucros da venda na NIV, comprada por ingênuos crentes "fundamentalistas"...
Murdoch é dono dessa vasta rede da mídia mencionada, incluindo cinema, TV, a Fox Television, 20th Century Fox Films,
Direct TV (com seus canais de pornografia...) London Times, o jornal New York Post, a Harper Collins e é claro, a
Zondervan. O fato que suas estações de TV e produções de filmes indecorosos, não impediu o cardeal de Los Angeles,
Roger Mahony, de ungí-lo juntamente com sua esposa (agora já é "ex", depois de ser trocada por outra de metade da
idade) como membros da Ordem Pontifícia de São Gregório, o Grande, em janeiro de 1998. Esse título de cavalheiro foi
concedido da parte do Papa que é dado a pessoas de "caráter imaculado" e que têm "promovido os interesses da
sociedade, da Igreja [Católica] e da Santa Sé [Vaticano]." 

Quando se diz que a Bíblia NVI / NIV é uma Bíblia católica, os fundamentalistas que não sabem nada desses fatos, não
pesquisam nada, e só vão na onda do que os outros dizem, fazem cara feia e dizem que é um exagero. Está aí para quem
quiser ver, a prova incontestável de um homem que é dono da NIV e que doa 10 milhões de dólares de bandeja para o
Papa. 
Não só isso, note também, que o ecumenismo escancarado está impregnado na International Bible Society, que
patrocinou uma conferência na qual um sacerdote católico romano chamado Cosme Damian Vivas foi um dos
palestrantes! Isso ocorreu em 13-15 de agosto de 2002, no Larson Center em Quito, Equador. Esse palestrante é
pertencente ao Seminário da Grande Arquidiocese de Colom, Equador21. Tal afiliação, que é uma blasfêmia e uma afronta
ao evangelho, não parece impressionar a International Bible Society, que revela abertamente seu ecumenismo,
demonstrando claramente aos crentes com um mínimo de discernimento, sua total incompetência espiritual para
produzir qualquer tradução Bíblica! (tarefa completamente inútil em vista da existência da Bíblia King James - que é a
Palavra de Deus intacta na língua inglesa)
 
8. Veja o que a Zondervan publica nos EUA. 20
Deixe-me perguntar uma coisa: se a Comissão de Tradução da NVI em português está tão preocupada em negar e se
desassociar da herética linguagem inclusiva "unisex", porque a Zondervan, que é o patrão da Sociedade Bíblica
Internacional, publica também a New Revised Standard, NIrV, a NIV na Inglaterra, e a mais recente TNIV (Today's New
International Version) 22 que são escândalos de radicalidade "unisex"? A resposta é óbvia! Os crentes que comprarem a
Bíblia NVI vão estar sustentando uma organização que não tem o menor compromisso com a fidelidade e sim com a
moda dessa insaciável apostasia atual! 

Por exemplo, a TNIV muda pai (father) para genitores (parent), filho (son) para crianças ou pessoas (children ou people),
irmão (brother) para irmão e irmã (brother, sister, someone ou person), etc. Isso é só o começo... É só uma questão de
tempo para que algum "iluminado" erudito da seita Alexandrina resolva produzir mais essa BARBARIDADE que será a
Bíblia dos homossexuais. Quem viver verá! De modo irônico, espantoso e vergonhoso, a NIV - edição em linguagem
inclusiva, forma um incrível e blasfemo acróstico. Creio que isso não é coincidência, mas foi permitido pela providência de
Deus para alertar os crentes de olhos abertos Veja: 

New International Version Inclusive Language Edition (NIVILE) ou...: NI-VILE 

"VILE" em inglês significa: Vil, abominável, perverso, depravado, imoral, detestável... 

Mentiras para promover a NIV. . . 

MENTIRA 1 A NIV "apenas" atualiza as palavras "arcaicas" e as tornam "mais fáceis de entender". Nada é "realmente
mudado". FATO: A NIV nega a divindade de Jesus Cristo; o nascimento virginal; glorifica Satanás; mente abertamente;
remove 17 versos completos e 64.576 palavras! 

MENTIRA 2 A NIV é mais fácil de ler e entender. FATO: De acordo com o método de pesquisa de nível de escolaridade
chamado Flesch-Kincaid, a Bíblia King James é de longe a mais fácil! Em português o resultado seria equivalente dando
vitória folgada à Almeida... A King James obteve uma média de 5.8 - a NIV : 8.4! (New Age Bible Versions, Riplinger,
pp.195-209) 

MENTIRA 3 Manuscritos mais velhos e confiáveis foram descobertos desde que foi produzida a King James. FATO: O Dr.
Samuel Gipp escreve, "O fato é que, os tradutores da King James tinham em seu poder TODAS AS LEITURAS disponíveis
que os críticos modernos têm hoje." (The Answer Book, Gipp, p.110) Além do mais, é um fato bem documentado que 90 -
95 porcento de todas as leituras concordam com a Bíblia King James! 

MENTIRA 4 A NIV é mais precisa. FATO: A Bíblia King James é uma tradução literal palavra por palavra (bem como a
Almeida Corrigida Fiel). Quando os tradutores tinham que adicionar palavras para a estrutura da sentença, eles
colocavam em itálicos para todo o mundo ver. A NIV usa "equivalência dinâmica". Ao invés de se ter uma tradução
palavra por palavra, eles adicionam, mudam e subtraem para fazer com que o verso expresse o "pensamento" que eles
acham que deveria! O Prefácio da NIV até mesmo diz com a maior cara-de-pau, ". . .eles se esforçaram para uma
tradução mais palavra-por-palavra. . ." Mentira! 

-------------------------------------------------------------------------------- 

". . . pois torceis as palavras do Deus vivo. . ." Jeremias 23:36


 
9. Veja o que a International Bible Society já inventou de variedades de NIV nos Estados Unidos.  20
A New International Version é uma das mais populares versões modernas, e muitos que se dizem fundamentalistas, até
mesmo alguns batistas fundamentalistas, a defendemcomo uma tradução exata. Os editores dizem que a NIV já vendeu
100 milhões de cópias. Desde 1995 não tem havido uma NIV, mas uma multiplicidade. Se alguém aceita o argumento de
que a Bíblia deve ser continuamente retraduzida, para o inglês contemporâneo, então não haverá fim para as mudanças e
inovações que resultam disso. Ao invés de uma Bíblia estabelecida e certa que pode ser aceita pelo povo de Deus, e usada
com autoridade como a Palavra Inspirada de Deus, você tem uma Bíblia nunca-estabelecida, sempre-mutante. Isso é o
que os criadores da New International Version deram ao mundo de fala inglesa e que os da NVI vão dar ao mundo de fala
portuguesa: Lembre-se que o patrão de ambas Bíblias é o mesmo.
  
10.Conclusão
Citando o Dr. Donald Waite3, ele nos relembra um conceito da GEOMETRIA que pode ser usado na TEOLOGIA: "Duas
coisas iguais a uma terceira, são iguais entre si". Nas feiras livres do Nordeste, quando se vê um saco de farinha aberto e
duas cumbucas cheias de farinha bem próximas a ele, concluímos que as cumbucas possuem FARINHA DO
MESMO SACO! Até aqui dá para perceber que NIV e NVI são "farinha do mesmo saco". Os erros cometidos nos Estados
Unidos se repetem no Brasil. O princípio Bíblico é que, de uma árvore má, só podem vir maus frutos. De uma fonte
poluída, só pode vir água podre. O resultado só pode dar em indigestão espiritual. Veja o que Satanás, usando as
versões modernas da Bíblia, já fez de estrago nos Estados Unidos! Cabe aos crentes com discernimento rejeitarem a NVI e
se engajarem na defesa da pura Palavra de Deus, preservada no Texto Recebido e no Texto Massorético, tão atacados
pelo erudiólatras que coam mosquitos e engolem esse monstruoso camelo!
Rejeitemos, portanto, as versões modernas8, dentre as quais a NVI é uma legítima representante, pois se baseiam no
texto corrupto, falso e mutilado de Westcott e Hort, e valorizemos o Textus Receptus, que serviu de base para a
monumental Bíblia King James e, em português, a Corrigida e Fiel de João Ferreira de Almeida 9 publicada pela Sociedade
Bíblica Trinitariana do Brasil.
 
"E se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa,
que estão escritas neste livro." (Apoc.22:19)
"Por que nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com
sinceridade, como de Deus na presença de Deus." (2 Cor. 2:17)
 
 
Elaborado por: J. P. M. A.
1ª edição SET/2000
 
BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS:
1- Revision Revised, Dean John W. Burgon
2- Modern Bibles-The Dark Secrets, Dr. Jack Moorman.
3- Defending The King James Bible – Dr. D.A. Waite.
4- A Creationist's Defense of the KJB, Dr. Henry Morris
5- An Understandable History of the Bible, Dr. Samuel Gipp
6- Life & Letters, FJA Hort, Vol. 1 pág 458
7- RV, NIV, NASB, NKJV, TEV, Atualizada, Linguagem de Hoje, Revisada, Viva, NVI, ECA, etc...
8- A Bíblia Sagrada - Edição Almeida Corrigida e Fiel Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995.
9- Modern Bible Versions, Dr. David Cloud, 1994.
10- The Living Bible, Blessing Or Curse, David Cloud, 1991.
11- Counterfeit Or Genuine?, Dr. David Otis Fuller, 1975.
12- Expondo Os Erros Da NVI, Pr. Emídio Viana, 1999.
13- Unholy Hands On God's Holy Book, Report On The United Bible Societies,  Dr. David Cloud, 1985.
14- For Love Of The Bible, Dr. David Cloud, 1999
15-Forever Settled - Dr. Jack Moorman, 1985, págs. 265, 266.
16- Artigos por Jay Klopfenstein "The Christian News", 20 Dez. 1993, pg.20
17- Episcopal monthly, June 1991, coluna The Witness.
18- New International Version - What today's Christian needs to know about the NIV , G.W. & D.E. Anderson, article no. 74
TBS.
19- An NIV for Every Person, 1997, David Cloud.
20- Friday News Notes -- Aug., 30, 2002, David Cloud.
21- Fooly of Today’s NIV,  Ivonne S. Waite
22- New Age Bible Version, Gail Riplinger
23- NI-VILE A brief Analysis of the NIV  Inclusive Language Edition, Dr. DA Waite
 

http://www.baptistlink.com/creationists/expondoerrossbinvi.htm
 

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1. Textos Falsos.
"Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreendas e sejas achado mentiroso" 
(Prov. 30:5-6)

O ataque satânico contra a palavra de Deus remonta o Jardim do Éden. A primeira intervenção de Satanás na História foi
adulterando e pondo dúvida na Palavra de Deus: nascia a primeira Bíblia na Linguagem de Hoje! O primeiro pecado de
Eva foi o de aceitar a suposta palavra de Deus "modernizada" da boca do Diabo. Séculos mais tarde, Satanás recorreu
novamente às Escrituras para tentar o Mestre Jesus em Mateus 4:1-11. Com o passar dos séculos, após a consumação da
revelação de Deus no Apocalipse, o ataque satânico ficou mais bem elaborado, usando supostos crentes e sociedades
Bíblicas. Nasciam "versões" mais POPs, mais adequadas, mais ao estilo das bancas de jornal.

A SBB produziu então, a infame Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH), a segunda maior catástrofe Bíblico-teológica em língua
portuguesa, só perdendo para a perversão "Mundo Novo" das Testemunhas de Jeová, mas não por muito, pois o texto
grego pervertido que baseia ambas é o mesmo: O FAMIGERADOWESTCOTT-HORT.  Esses dois incrédulos, fabricaram um
texto grego porcaria em 1881 baseado nos piores manuscritos gregos que estava na lata do lixo de tão imprestáveis,
resultando numa salada caótica de texto que JAMAIS EXISTIU NA HISTÓRIA do CRISTIANISMO! Mesmo assim, os
"eruditos" almofadinhas, seguidores dos apóstatas do iluminismo, resolveram digerir essa insanidade resultando na 
diarréia do CRITICISMO TEXTUAL que agora temos que limpar! 
  
  
2. Tradutores hereges e ecumênicos.
No final da década de sessenta, a ecumênica Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), que é a filha da apóstata UNITED BIBLE
SOCIETIES (UBS), se preparava para o lançamento da Bíblia POP: 
 
"A Diretoria da SBB reunida no dia 24 de Outubro de 1967, resolveu autorizar a composição de uma comissão paritária,
formada de elementos da igreja católica e de evangélicos, para o estudo da possibilidade de tradução conjunta do Novo
Testamento" (Circular da SBB, de 15 de Fevereiro de 1968 - Citada no Livro "A Bíblia Traída" Pr. Aníbal Pereira Reis, p. 37)
 
"...verificamos como a CNBB, através do boletim Telepax, nº 141, cientifica o clero romano: 'No dia 20 de Maio deste ano,
reuniu-se a SBB, sob a presidência de Dom José  Gonçalves da Costa, Secretário-Geral da CNBB, e do Rev. Ewaldo Alves,
Secretário-Geral da SBB, com a presença dos assessores, observadores e convidados, a Comissão Paritária
Nacional (quatro evangélicos e quatro católicos), com o fito de estabelecer os PRINCÏPIOS orientadores para a edição
conjunta do Novo Testamento para uso de todos os católicos e evangélicos do Brasil...'" (Obs.: o ano é 1968. A citação é
do Livro "A Bíblia Traída" Pr. Aníbal Pereira Reis, p. 45)
 
"O outro passo - e gigantesco passo - aconteceu com a divulgação da obra cognominada A BÍBLIA NA LINGUAGEM DE
HOJE em Julho de 1973 da qual 80.000 exemplares receberam a água benta do Imprimatur." (Citação do Livro "A Bíblia
Traída" Pr. Aníbal Pereira Reis, p. 47)

Não só isso, veja que a igreja católica nos Estados Unidos também adorou a Bíblia na Linguagem de Hoje em inglês! Veja
que eles colocaram o Imprimatur na capa da Today's English Version, e de quebra, com os livros apócrifos! Não só isso, o
nome do arcebispo John Francis Whealon aparece na capa!
 
Se o ecumenismo é uma abominação ao Senhor, já se conclui que os envolvidos com esta idéia eram rebeldes e
apóstatas. A igreja católica, feliz com a colher de chá dada pela Sociedade Bíblica do Brasil, até distribuiu aos milhares a
BLH. Note que tanto é real a parceria SBB com a CNBB, que a Bíblia Atualizada foi recomendada pelos cardeais para os
católicos! Isso é um fato amigo e irmão!
Bastaria o início claramente corrompido para qualquer crente sério rejeitar esta "versão"", porém vamos e adiante e
analisemos os argumentos ridículos que se usam para defender a Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH)e sua versão
maquiada a Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH):
        2.1 "A BLH é mais moderna"
Verifica-se hoje uma decadência vocabular. É a geração das gírias, dos monossílabos, sem palavras. Nesse embalo, a BLH
presta um grande serviço a tendência do momento, esvaziando e alterando o vocabulário Bíblico.
        2.2 "A BLH é mais fácil de entender"
Gerações e gerações de crianças e analfabetos entenderam e se converteram ao escutar a Palavra de Deus. Existem
pessoas que aprenderam a ler sozinhas, apenas de posse da Bíblia Revista e Corrigida de Almeida, que possui mais de 300
anos. Não precisamos de uma versão com linguajar medíocre e tendencioso. Por acaso a palavra "sangue" não é
conhecida? Porque substituí-la por "morte"? "Barca" de Noé (Heb. 11:7)? Não teriam traduzido "kibotos" (arca no grego)
por barca para insinuar o espúrio dilúvio local? "Barulho do gongo" (1Cor. 13:1)? A mensagem da BLH é a de insulto à
inteligência das pessoas privando-as de crescer.
        2.3 "A BLH é mais compreensível para crianças, jovens e para o analfabeto."
Na verdade, "A LH avilta as palavras Bíblicas, massifica-as. Até o pobre analfabeto quando conversa com o seu dotô se
preocupa em evitar, tanto quanto lhe é possível, certos termos e linguajar do seu vocabulário." Por acaso se colocariam
termos próprios dos malandros, dos traficantes, das prostitutas? A Palavra de Deus anuncia as Boas Novas de reconciliar o
homem com Deus, de elevar o homem na direção do seu Criador e não de descer mais ainda.
 
3. Técnica Corrupta.
Para produzir uma tradução Bíblica corrupta, a técnica tem que ser a Equivalência Dinâmica, que é inimiga da inspiração
verbal. Se você não crê que cada palavra foi inspirada, como a Bíblia claramente diz a respeito de si própria (ver 2Tm. 3:16
e 2Pe. 1:21), você vai precisar inventar a técnica de tradução corrupta de Equivalência Dinâmica, que pouco se importa
com a correspondência precisa de uma palavra (na língua original) para outra palavra. A BLH e sua irmã mais nova,
a NTLH, usam e abusam da Equivalência Dinâmica de modo que o leitor não tem na sua frente a Palavra de Deus, mas um
mero comentário, mal feito, e ainda produzido por apóstatas! Esses desastrados vão dar contas a Deus por isso e se os
leitores quiserem ter parte nesse julgamento é só sustentá-los e divulgar esse trabalho. 
4. Teologia Falsa.
Dentre as centenas de erros se destacam apenas alguns devido a limitação de espaço. Não se comenta abaixo as
substituições criminosas da palavra sangue (grego haima) por morte.
 Gênesis capítulo um: São tantas corrupções omissões e inserções de absurdos teológicos, que o espaço não permite
enumerar. Veja no link acima. O fato é que até o nome de Deus (Elohiym) os tradutores tiveram a coragem de retirar nos
versos 4 (uma vez) e 28 (duas vezes)! Das 30 ocorrências da conjunção "e" no início dos versos (2 a 31), 27
desapareceram! É o evolucionismo criminoso arrombado no texto que nada tem de Bíblico de tão desfigurado!
 Mat. 1:25 Omitiram a palavra "primogênito" para enfraquecer o nascimento virginal de Jesus Cristo ou reforçar a falsa
doutrina católica de que Maria morreu virgem.
 Mat. 16:3-4 Omitiram as palavras "hipócritas" e "adúltera".
 Mat. 16:18 Colocaram a palavra igreja com I maiúsculo para uma associação com a Igreja Católica.
 Mar. 1:1 Adicionaram o nome "Isaías" (texto grego corrupto W-H).
 Mar. 8:34 Omitiram a expressão "tome a sua cruz" (!)
 Jo. 1:14,18 3:16,18. Substituíram criminosamente a palavra "unigênito" (gr. monogénes) por "único"
 At. 20:28 PASMEM!!! Substituíram a expressão "...igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue." e
copiaram EXATAMENTE a expressãoENCONTRADA NA BÍBLIA NOVO MUNDO DOS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ!!!     
"...sangue do seu próprio Filho".
 
 Rom. 1:29 Omitiram a expressão "prostituição".
 Rom. 1:31 Omitiram a expressão "irreconciliáveis".
 1 Cor. 5:1 Trocaram a expressão "fornicação" por "imoralidade".
 Ef. 3:9 Omitiram a expressão "por meio de Jesus Cristo".
 1 Tim. 3:16 Trocaram criminosamente a expressão "Deus se manifestou em carne" por "ele se tornou um ser humano" .
 Tito 2:7. Omitiram a expressão que eles detestam: "na doutrina mostra incorrupção"
 Tiago 4:4 Trocaram a expressão "adúlteros e adúlteras" por "gente infiel".
 1 João 4:3. Omitiram criminosamente a expressão "que Jesus Cristo veio em carne"
 Apoc. 1:11. Suprimiram "Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro... "
 
Esta é apenas uma pequena amostra de uma  lista maior das centenas de perversões da BLH e NTLH.

Conclusão
A NTLH, de modo semelhante à sua irmã mais velha BLH, nasceu no coração de homens ecumênicos, está saturada de
expressões da Nova Era, linguagem macia (politicamente correta) para não ofender as pessoas e indução a doutrinas
falsas. De tão desfigurada, transformou-se numa monstruosa colcha de retalhos de apostasia. Sob a desculpa medíocre
de popularizar o texto, são severamente atacadas doutrinas fundamentais da fé cristã como a realidade do Inferno,
infalibilidade e inspiração verbal da Bíblia, Perfeição de Deus, divindade de Cristo, Trindade, morte vicária de Cristo, etc...
As omissões contam-se às centenas, as adições danificam criminosamente o sentido do texto sagrado manipulando-o
conforme o arbítrio herege dos seus idealizadores.
Pela sua inclinação ecumênica esta obra significa mais um passo na direção da apostasia dos "KAKANGÉLICOS"(do grego
Kakós = mau) em direção aos braços da religião Católica Romana. A NTLH não é a Palavra de Deus e os crentes sérios que
zelam pela verdade devem rejeitar essas heresias e "batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (Judas 3). O
prezado leitor poderá confiar no único texto fiel da palavra de Deus em português que é distribuído pela SOCIEDADE
BÍBLICA TRINITARIANA DO BRASIL que é também distribuído pelos GIDEÕES INTERNACIONAIS! Tais traduções são
baseadas nos Textos INFALÍVEIS e preservados por Deus, quais sejam:
 Hebraico: Texto Massorético de 1524. 
Grego:  Texto Recebido de 1598 usado na Bíblia King James, o monumento da reforma protestante!
 
Ainda bem que não precisamos comprar uma nova 
"tradução bíblica" moderna todo ano, porque a verdadeira 
 
"...palavra do Senhor permanece para sempre." 
(1Pe. 1:25 ACF)
 
 

"Porque nós não somos como muitos, falsificadores da palavra de Deus..." 2Cor. 2:17

"E se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte
do livro da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro". Apoc. 22:19

 
BIBLIOGRAFIA
Bíblia Sagrada - Edição Almeida Corrigida e Fiel (ACF), Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995.
A Most Frightful Deception, The Good News Bible and Translator Robert Bratcher, David Cloud, 1986
Nova Tradução na Linguagem de Hoje da SBB, 2000
A BÍBLIA TRAÍDA, Pr. Aníbal Pereira Reis, 1976
EXPONDO OS ERROS DA NVI, folheto, 1999
BÍBLIAS FALSIFICADAS, ARTIGO DO JORNAL DESAFIO DAS SEITAS, Mary Schultze, Maio 2000.
MODERN BIBLE VERSIONS, David Cloud, 1994
THE LIVING BIBLE, BLESSING OR CURSE, David Cloud,1991
UNHOLY HANDS ON GOD'S HOLY BOOK: A REPORT ON THE UNITED BIBLE SOCIETIES, David Cloud, 1985
 
 
 
1ª edição Ago 2001
 
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A Teoria de Westcott e Hort e o 


Texto Grego do Novo Testamento: 
Um Ensaio em Manuscritologia Bíblica*
 
 
por Paulo R. B. Anglada**
 
Duas edições do texto grego do Novo Testamento estão sendo utilizadas por tradutores, comentaristas e pastores
protestantes em geral em nossos dias: o Novum Testamentum Graece, conhecido como o texto de Nestle-Aland (seus
editores), publicado pelo Deutsche Bibelstiftung, já na 27ª edição; e o The Greek New Testament, editado por uma
comissão composta por renomados eruditos da área (Barbara Aland, Kurt Aland, Johannes Karavidopoulos, Carlo M.
Martini, e Bruce M. Metzger), publicado pela United Bible Societies (Sociedades Bíblicas Unidas), já na sua 4ª edição.(1)
Estes textos, praticamente idênticos, são o produto de uma teoria textual desenvolvida no século passado e consolidada
especialmente por dois eruditos ingleses, de Cambridge: Brooke Foss Westcott e Fenton John Anthony Hort (Westcott-
Hort). Em 1881 eles publicaram o The New Testament in the Original Greek, em dois volumes, contendo o texto grego do
Novo Testamento e a teoria e métodos empregados na preparação do texto.(2)
Esse texto grego, bem como os demais que nele se basearam a partir de então, passaram a rejeitar a grande maioria dos
manuscritos gregos (3) — nos quais até então se baseavam as edições impressas do Novo Testamento — e a adotar
alguns poucos manuscritos mais antigos, descobertos nestes últimos séculos (4), e a afastar-se cada vez mais do texto
anterior.
Essa teoria revolucionou a crítica textual do Novo Testamento de tal maneira que os livros textos sobre o assunto
passaram a ensiná-la, não como teoria, mas como fato consumado; e assim tem sido ensinada em seminários e
conseqüentemente empregada nas novas traduções para o português, comentários, obras teológicas e pregações.
Tamanha é a influência dessa teoria sobre a matéria, e tão estabelecido o seu domínio neste século, que poucos têm
ousado questioná-la. Assim, quase nada se tem escrito sobre o assunto de outro ponto de vista. No Brasil, até onde este
autor tem conhecimento, nenhum livro foi escrito do ponto de vista contrário à teoria de Westcott-Hort e dos textos
ecléticos que produziu.(5)
O propósito deste artigo é apresentar de forma breve uma resumo da história do texto grego impresso do Novo
Testamento, expor a teoria de Westcott-Hort, e oferecer algumas críticas.(6) Estas críticas serão oferecidas a partir do que
outros estudiosos têm dito sobre o assunto. Meu propósito não é tanto oferecer críticas originais, mas demonstrar que a
supremacia do texto de Westcott e Hort tem sido questionada por peritos de renome no campo da crítica textual. Meu
desejo é que a constatação deste fato leve o leitor a ter uma atitude mais cautelosa e analítica diante da aparentemente
indisputável supremacia dos textos ecléticos.
Principais Períodos Históricos
do Texto Grego Impresso do Novo Testamento
A história do texto grego impresso do Novo Testamento pode ser dividida em três períodos. O primeiro período, o
período não-crítico, caracteriza-se pelo estabelecimento e padronização do texto encontrado na grande maioria dos
manuscritos usados pela Igreja Antiga e Medieval. Este texto é conhecido pelos nomes de bizantino, sírio, tradicional,
eclesiástico, ou majoritário. Começando com a impressão feita por Ximenes em 1514, e estendendo-se até as edições
publicadas pelos irmãos Elzevir em 1678 — conhecidas pela expressão Textus Receptus — este estágio da história textual
do Novo Testamento é marcado pela aceitação incondicional do texto até então usado amplamente pela Igreja, havendo
pouquíssima diferença entre as diversas edições publicadas.
O segundo período, conhecido como pré-crítico, cujo início pode ser marcado com a edição de John Fell, em 1675,
estende-se até antes de 1831 — quando Lachmann publica um texto que se afasta bastante do Textus Receptus. Este
período caracteriza-se pelo acúmulo de evidências textuais por parte dos críticos, bem como pela elaboração de teorias
que viriam a ser aceitas e desenvolvidas no período posterior, repudiando completamente o texto grego majoritário do
Novo Testamento, no geral expresso nas edições do período anterior. Entretanto, o texto francamente aceito pela Igreja,
nesta fase, continuou sendo oTextus Receptus, pois as evidências textuais acumuladas contrárias a ele, não chegaram a
ser aplicadas ao texto (7). Nas raras ocasiões em que o foram, mesmo que em parte, tais textos foram firmemente
rejeitados pelo consenso da Igreja.
O terceiro e último período, o período crítico, começando com Lachmann (1831) e se estendendo até os nossos dias,
caracteriza-se por um afastamento generalizado do Texto Majoritário, e pelo aparecimento de um texto eclético, baseado
em um número bastante reduzido de manuscritos, os quais, embora antigos, discordam bastante entre si, bem como da
grande massa de manuscritos que apresentam o texto "bizantino". Esse tipo de texto eclético, que começou com
Lachmann, e teve em Westcott e Hort os seus maiores defensores, atualmente tem se espalhado pelo mundo através,
principalmente, das edições de Nestle-Aland e da United Bible Societies (UBS). Estas são, praticamente, as únicas edições
do Novo Testamento grego conhecidas acessíveis, e portanto usadas, pela grande maioria dos estudantes, teólogos,
exegetas e tradutores, tanto protestantes como católicos nos últimos anos. Entretanto, sempre tem havido eruditos
como Burgon, Scrivener e, mais recentemente, J. Van Bruggen e W. Pickering, que continuaram a defender o Texto
Majoritário, como o melhor texto original.
O Surgimento da Teoria de Westcott e Hort
O texto grego de Westcott-Hort veio a tornar-se a obra que mais tem influenciado a crítica textual moderna do Novo
Testamento. Alexander Souter a considera "a maior edição já publicada".(8) Bruce Metzger, chama-a de "a mais notável
edição crítica do Testamento grego já produzida pela erudição britânica".(9) Kirsopp Lake diz que "este trabalho é o
fundamento de quase toda a crítica moderna’’(10) Kenyon afirma ser esta uma obra "que tem feito época, no sentido
literal da palavra, na história do Criticismo do Novo Testamento, ... tem colorido tudo o que tem sido escrito sobre o
assunto ... e suprido a base de todo o trabalho feito hoje neste campo".(11) Com o que concorda Greenlee, afirmando
que com o trabalho desses autores nós chegamos ao "clímax deste terceiro período", e que "a influência de Westcott-
Hort sobre todo o trabalho subseqüente na história do texto nunca foi igualada".(12)
Esta obra afamada foi preparada durante 28 anos. O primeiro volume contém o texto grego do Novo Testamento (sem
aparato crítico, mas indicando algumas leituras variantes); o segundo, contém a Introdução, explicando os princípios
textuais usados pelos editores, bem como um apêndice, com notas sobre algumas leituras selecionadas.
Contrariamente aos editores anteriores, Westcott e Hort não fizeram novas pesquisas nos manuscritos disponíveis nem
prepararam um novo aparatus criticus. A fama de sua obra, portanto, não provém de suas pesquisas em testemunhas
textuais, mas da teoria textual que desenvolveram, a partir do que, nestes campos, haviam elaborado eruditos
conhecidos, como Bengel, Griesbach, Lachmann, Tischendorf, Tregelles e outros que os precederam.
A teoria desenvolvida por Westcott e Hort consolidou a tendência da crítica textual da época de afastar-se do Textus
Receptus e, conseqüentemente, do Texto Majoritário, em direção a textos ecléticos baseados em uma minoria de
manuscritos, os quais, apesar de diferirem grandemente entre si, passaram a ser considerados superiores, pela maioria
dos críticos modernos.
Exposição da Teoria de Wescott-Hort
No que se segue, oferecemos uma exposição resumida dos principais pontos da teoria de Westcott-Hort, que levou ao
aparecimento do novo texto grego do Novo Testamento.
Pressuposição Fundamental
Westcott-Hort partem da pressuposição fundamental de que o texto do Novo Testamento deve ser tratado como um
texto ordinário, como qualquer outro livro. Nas palavras deles, os princípios de criticismo explicados nas seções seguintes
são bons para todos os textos antigos preservados em uma pluralidade de documentos. No tratamento do Novo
Testamento, nenhum novo princípio é necessário ou legítimo.(13)
Esta pressuposição, por sua vez, fundamenta-se em outra: de que não houve falsificação maliciosa no texto do Novo
Testamento durante sua transmissão. Quando afirmam que o texto do Novo Testamento é ordinário, querem dizer, com
isso, que não há evidências históricas de interpolações ou omissões deliberadas nos seus manuscritos, o que valida o
emprego dos métodos críticos ordinários aplicados aos textos clássicos antigos. Eis o que afirmam:
Mesmo entre as inquestionavelmente numerosas leituras espúrias do Novo Testamento não há sinal de falsificação
deliberada do texto com propósitos dogmáticos.(14)
Cremos que a ausência [no texto moderno] de fraudes perceptíveis, que deram origem a qualquer das várias leituras
agora existentes, também se aplica para o texto que antecedeu mesmo as mais antigas variantes existentes...(15)
O Método das Evidências Internas
Partindo dessas pressuposições básicas, Westcott-Hort prepararam o Texto Eclético, considerando as seguintes evidências
internas: a probabilidade intrínseca e a probabilidade de transcrição. Por probabilidade intrínseca, eles procuraram
descobrir "o que um autor parece ter escrito".(16) O método, para se descobrir qual a variante correta (ou provável), por
este princípio, é resumido por eles como segue:
O primeiro impulso ao tratar com uma variante é usualmente seguir a probabilidade intrínseca, isto é, considerar qual das
duas leituras faz o melhor sentido e, de acordo com isso, decidir entre elas. A decisão pode ser feita tanto por um
julgamento imediato, e portanto, intuitivo, ou pesando cautelosamente vários elementos que irão definir o que é
chamado de sentido, de conformidade com a gramática e congruência com o estilo usual do autor e com o assunto em
outras passagens.(17)
Por probabilidade de transcrição, eles procuram descobrir "o que os copistas parecem ter feito o autor parecer escrever".
(18) No que consiste tal probabilidade?
Eles respondem:
Se uma variante aparenta dar-nos um sentido muito melhor ou sobrepujar a outra variante, essa aparente superioridade
deve ter sido a causa da introdução da referida variante no texto. Disparates [textos difíceis] à parte, nenhum motivo
pode ser pensado que viesse a levar um escriba a introduzir conscientemente uma leitura pior no lugar de uma leitura
melhor.(19)
Regras Básicas
Com base nestes princípios, duas regras básicas foram usadas por Westcott-Hort para o estabelecimento do texto deles.
Primeira: brevior lectio potior (a menor leitura deve ser preferida), assumindo que os escribas tinham mais tendência para
incluir do que omitir. Segunda: proclivi lectioni praestat ardua (a leitura mais difícil deve ser preferida), assumindo que os
escribas eram propensos a simplificar o texto quando confrontados com algum "disparate".
O Argumento da Conflação
Um argumento considerado importante na teoria de Westcott-Hort foi a afirmativa de que conflação é característica de
mistura, e que só o texto "sírio" as apresenta, sendo portanto um texto secundário.(20) Oito exemplos de conflação do
texto "sírio" (d), a partir dos textos "ocidental" (b) e "neutro" (a) são mencionados por eles.(21) Segundo eles,
As relações traçadas nunca são invertidas. Nós não conhecemos nenhum lugar onde o grupo "a" de documentos (neutro)
comprove leituras aparentemente conflacionadas de leituras dos grupos "b" (ocidental) de "d" (sírio) respectivamente, ou
onde o grupo "b" (ocidental) de documentos comprove leituras aparentemente conflacionadas de leituras dos grupos "a"
e "d" respectivamente.(22)
O Argumento da Genealogia
Outro argumento considerado chave da teoria de Westcott-Hort para derrubar a superioridade numérica do Texto
Majoritário, é baseado no conceito de genealogia dos documentos. Por meio deste argumento, eles reduziram a grande
massa de manuscritos "bizantinos’’ a uma família derivada de outros manuscritos, enfraquecendo assim o peso do seu
testemunho.
Os tipos ou famílias textuais concebidos por eles podem ser ilustrados pelo diagrama da página seguinte:
(DIAGRAMA EM CONSTRUÇÃO – AGUARDE)
  
Inexistência de Variantes Sírias anteriores a Crisóstomo
Outra proposição de Westcott-Hort aceita por muitos foi a suposta não existência de variantes Sírias anteriores a
Crisóstomo (que morreu em 407).(23) A importância atribuída a esta tese fica evidente nas seguintes palavras de Kenyon:
A proposição de Hort que foi a pedra fundamental da sua teoria, foi que leituras características do Texto Recebido nunca
são encontradas em citações de escritores cristãos anteriores a cerca de 350. Antes desta data nós achamos leituras
caracteristicamente neutras ou ocidentais, mas nunca sírias. Este argumento é de fato decisivo.(24)
Visto que em 1881 ainda não haviam sido descobertos os papiros,(25) Hort refere-se, é claro, apenas às citações dos Pais
da Igreja anteriores a Crisóstomo.
A Recensão de Luciano
Mas como explicar a superioridade numérica e a surpreendente harmonia dos manuscritos bizantinos? Hort explicou o
fato através de uma recensão, que teria sido levada a efeito por Luciano (morto em 311). As suas palavras são as
seguintes:
O texto sírio deve ser de fato o resultado de uma recensão no sentido próprio da palavra, um trabalho esforçado de
criticismo, executado deliberadamente por editores e não meramente por escribas.(26)
Hort sugeriu, em outras palavras, que a harmonia dos manuscritos bizantinos se devia a uma revisão e editoração críticas
feita no século III dos textos disponíveis. Esta revisão, que teve o propósito de produzir um texto oficial do Novo
Testamento para as Igrejas gregas, teria começado em Antioquia por volta de 250 A.D. e foi concluída por volta de 350
A.D. O principal responsável pela forma final deste texto revisado e editado teria sido, segundo Hort sugeriu, Luciano de
Antioquia, um estudioso (possivelmente de convicções arianas) que morreu martirizado durante as perseguições aos
cristãos movidas pelo Império Romano. Por este motivo, o Texto Majoritário é às vezes chamado de texto antioquiano,
ou texto sírio (Antioquia era a capital da Síria). O texto produzido por Luciano, diz Hort, se tornou a versão oficial das
Igrejas Gregas, e a base do Textus Receptus.
Opositores à Teoria de Westcott-Hort
Embora a teoria desenvolvida por Westcott e Hort tenha, como dissemos anteriormente, dominado a moderna crítica
textual do Novo Testamento, nem todos a aceitaram. John W. Burgon, Edward Miller, Frederick Scrivener e George
Salmon foram alguns dos importantes estudiosos do Novo Testamento, contemporâneos de Westcott e Hort, que
combateram tenazmente tanto a teoria como o texto grego desses autores.
John William Burgon (1813-1888), Deão de Chichester, conhecido por sua ortodoxia e erudição inquestionáveis, foi um
dos maiores defensores do que ele chamou de texto tradicional(27), em oposição ao Texto Eclético de Westcott e
Hort(28). A defesa que Burgon fez do texto tradicional(29) baseava-se nos seguintes argumentos: (1) Este é o texto
apoiado pela grande maioria dos manuscritos, de qualquer tipo, em qualquer época, e nas principais regiões (Ásia Menor
e Grécia); (2) Este é também o texto que apresenta melhor qualidade intrínseca (harmonia, gramática, estilo, etc.); (3)
Este é o texto que tem sido universalmente aceito pela Igreja.
Dentre as contribuições de Burgon para a Crítica Textual do Novo Testamento, podemos citar as pesquisas de diversos
manuscritos cursivos;(30) a preparação de uma excelente coleção de citações patrísticas do Novo Testamento, nos Pais da
Igreja, o Index Patristicus, com 86.489 citações, em dezesseis volumes manuscritos;(31) uma defesa erudita, muito bem
elaborada, dos últimos doze versos do Evangelho de Marcos;(32) e uma crítica penetrante à Revised Version (Versão
Revisada da Bíblia Inglesa), baseada no texto de Westcott e Hort.
Edward Miller ficou conhecido como colaborador e editor póstumo das obras de John Burgon. Ele organizou, completou e
publicou a obra de Burgon The Traditional Text of the Holy Gospels Vindicated and Established ("O Texto Tradicional dos
Santos Evangelhos Defendido e Estabelecido"),(33) e escreveu A Guide to the Textual Criticism of the New
Testament ("Um Guia à Crítica Textual do Novo Testamento").(34)
Frederick Henry Ambrose Scrivener foi outro perito em crítica textual que combateu a teoria de Westcott e Hort.
Professor em Cornwall, Scrivener é um nome importante na história do texto do Novo Testamento. Como defensor do
Texto Majoritário publicou, a partir de 1859, diversas edições do Textus Receptus, de Stephanus, com leituras de Elzevir,
Lachmann, Tischendorf e Tregelles. Em 1881, publicou o texto grego usado pelos revisores ingleses de 1611. Entre 1861 e
1894, publicou em quatro volumes o manual mais usado pelos críticos textuais ingleses, intitulado A Plain Introduction to
the Criticism of the New Testament ("Uma Introdução Clara à Crítica do Novo Testamento"). Além disso, Scrivener
publicou diversos códices, tais como o Augiensis (1859), Bezae (1864) e Sinaítico (1864). Entretanto, foi através das
pesquisas que fez em manuscritos que deu a sua maior contribuição, pois analisou mais de setenta manuscritos do Novo
Testamento.(35) Isto mostra que tanto Burgon quanto Scrivener eram eruditos dos mais capazes na pesquisa do texto do
Novo Testamento, e, pelo menos por isto, suas críticas deveriam ser recebidas com mais atenção pelos críticos textuais
modernos.
G. Salmon também se opôs firmemente à teoria de Westcott-Hort. Em uma obra não publicada, escrita em 1897,
intitulada Some Thoughts on the Textual Criticism of the New Testament ("Reflexões sobre a Crítica do Novo
Testamento") ele alerta quanto ao servilismo com o qual a teoria de Hort estava sendo aceita, e sua nomenclatura
adotada, "...como se a última palavra tivesse sido dada quanto ao assunto do criticismo do Novo Testamento..."(36)
 Avaliação da Teoria de Westcott-Hort
Os estudiosos mencionados acima certamente já ofereceram argumentos de peso contra alguns pontos questionáveis da
teoria de Westcott-Hort. No que se segue, tentaremos resumir os que nos parecem mais importantes, usando como base
a avaliação de W. Pickering.(37)
Pressuposição Fundamental
A pressuposição básica da teoria de Westcott-Hort de que o texto do Novo Testamento deve ser tratado como um texto
ordinário, por não haver falsificação deliberada com propósitos dogmáticos, não corresponde às evidências históricas.
Longe de se tratar de um texto ordinário, o texto bíblico é especial, no sentido em que tanto Deus como Satanás têm um
especial interesse por ele - Deus em preservá-lo e Satanás em destruí-lo. Não são poucos os críticos textuais modernos
que reconhecem a improcedência desta pressuposição fundamental da teoria de Westcott-Hort. H. H. Oliver, por
exemplo, afirma o seguinte:
O fato de existirem alterações deliberadas e aparentemente numerosas ocorridas durante os primeiros anos da história
textual é uma considerável inconveniência para a teoria de Hort por duas razões: isto introduz uma variável imprevisível
que os cânones de evidência interna não podem manusear, e coloca o restabelecimento do original além da capacidade
do método genealógico.(38)
As próprias evidências históricas contrariam esta pressuposição de Westcott-Hort. Os Pais da Igreja revelam, em seus
escritos, a tendência, por parte dos hereges (e não somente deles), de falsificação doutrinária maliciosa do texto do Novo
Testamento. O próprio Metzger reconhece que:
Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Eusébio e muitos outros pais da Igreja acusaram os heréticos de corromper as
Escrituras a fim de ter suporte para seus pontos de vista especiais. Na metade do século II Marcião expurgou de suas
cópias dos Evangelhos de Lucas todas as referências ao background judaico de Jesus. A Harmonia dos Evangelhos
preparada por Taciano contém várias alterações que forneceram apoio a pontos de vista ascéticos.(39)
Burgon menciona que "Gaio, um Pai ortodoxo que escreveu entre 175 e 200 AD, cita Asclepíades, Theodotus,
Hermophilus e Apolinides como heréticos que prepararam cópias corrompidas das Escrituras e que tinham discípulos que
multiplicaram cópias de fabricação própria."(40) Uma das evidências históricas mais claras e conhecidas quanto à questão
é a seguinte citação de Orígenes:
Nos dias de hoje, como é evidente, há uma grande diversidade entre os vários manuscritos, tanto devido à negligência de
certos copistas, como devido à perversa audácia mostrada por alguns que corrigem o texto, como ainda devido à falta
daqueles que, dizendo-se corretores, o alongaram ou diminuíram conforme lhes agradava.(41)
O Método das Evidências Internas
Quanto ao método das evidências internas empregado por Hort, é de se notar que as duas hipóteses de probabilidade
(intrínseca e de transcrição) são conflitantes. Seguindo a probabilidade intrínseca, devemos escolher a leitura que mais se
adapte às características do autor; enquanto que seguindo a probabilidade de transcrição, deve ser escolhida a leitura
que menos se adapte ao autor, pois a leitura que mais se adapta deve ter sido a leitura secundária (introduzida pelo
copista). Adotando tal método conflitante, a crítica textual deixa de ser ciência - por isso, alguns a consideram arte. Não
estaríamos longe da verdade se afirmássemos que a adoção de um método contraditório deste tipo pode expor a crítica
textual ao risco de tornar-se um exercício de adivinhação.
E mesmo Westcott-Hort admitem a contradição:
Onde uma leitura (a) parece intrinsecamente preferível, e sua excelência é de uma qualidade que nós podemos esperar
ser reconhecida pelos escribas, enquanto que sua rival (b) não mostra característica provável para ser atrativa para eles,
as probabilidades intrínseca e de transcrição estão praticamente em conflito.(42)
Autores posteriores a Westcott-Hort reconhecem a natureza conflitante do método deles. Colwell, por exemplo, conclui:
Infelizmente estes dois critérios freqüentemente entram em colisão frontal, porque escribas antigos assim como editores
modernos freqüentemente preferem a leitura que melhor cabe no contexto.(43)
Se nós escolhermos a leitura que melhor explica a origem de uma outra leitura, nós estamos geralmente escolhendo a
leitura que não cabe no contexto. Os dois critérios cancelam-se mutuamente.(44)
Regras Básicas
Brevior lectio potior
É conhecidíssima e amplamente aceita a regra segundo a qual a menor variante é a melhor, devido à suposta maior
tendência dos escribas à inclusão do que à exclusão. Entretanto, existem alguns fatos que vêm questionar a aceitação
incondicional desta regra. Primeiramente, existem estudos recentes dos escritos clássicos greco-latinos que parecem
provar exatamente o contrário: que os escribas eram mais tendentes a omissões acidentais do que a interpolações
intencionais.(45)
Não seria impossível admitir que o mesmo ocorre com relação aos manuscritos do Novo Testamento. Colwell, ao estudar
os hábitos dos escribas dos papiros p45, p66 e p75, demonstrou que cada um deles apresenta características próprias de
erros: letras (p75), sílabas (p66) ou palavras e frases (p75).(46) Mas os três são unanimemente inclinados a omitir (três
vezes mais, em geral) do que a incluir.
Proclivi lectioni praestat ardua
De acordo com a outra regra básica usada por Westcott-Hort para o estabelecimento do texto do Novo Testamento, a
leitura mais difícil deve ser preferida. Segundo eles, os escribas eram propensos a simplificar o texto quando confrontados
com algum "disparate". Entretanto, parece-nos perfeitamente plausível inferir o oposto, ou seja: que os erros dos
escribas é que, na maioria das vezes, acabavam produzindo "disparates" (variantes mais difíceis).
Já mencionamos que, segundo nos parece, pode haver alterações intencionais em manuscritos do Novo Testamento.
Contudo, é difícil negar que as modificações introduzidas no texto provêm mais de lapsos não intencionais. Ora, é natural
esperar que lapsos não intencionais produzam leituras difíceis e não fáceis.
Na verdade, há evidências históricas indicando que variantes mais difíceis foram produzidas até mesmo como resultado
de alterações intencionais. Jerônimo, por exemplo, denuncia esta prática, dizendo que copistas "escrevem não o que
encontram mas o que pensam ser o significado. E, ao tentar retificar o erro de outros, eles meramente expõem os seus
próprios."(47)
O Argumento da Conflação
O argumento de que o texto "sírio" era um texto conflacionado e, portanto, secundário já foi reconhecido por alguns
estudiosos como "o calcanhar de Aquiles de Hort". Razão: é uma generalização fundamentada em apenas oito exemplos.
Alguns estudos têm demonstrado que esta generalização não tem fundamento sólido. E. A. Hutton, após verificar as 821
variantes onde as assim chamadas famílias "alexandrinas", "ocidentais" e "bizantinas", discrepam umas das outras no
Novo Testamento, apresenta apenas umas poucas passagens onde o texto "sírio" poderia ter sido conflacionado,(48)
afora os oito exemplos citados por Hort. Ora, mesmo admitindo que todos os exemplos mencionados sejam de fato
conflações (o que é discutível), ainda assim, a proporção seria de aproximadamente 100 para 1. Pouquíssimo para
permitir uma generalização plausível.
E apesar de Westcott-Hort afirmarem não ocorrer o inverso, ou seja, não haver exemplos de conflação do texto
"alexandrino" a partir do texto "sírio" com "ocidental" ou do texto "ocidental" a partir do "sírio" com o "alexandrino",
existem diversos exemplos possíveis desse tipo de conflação no Novo Testamento. Pickering menciona cinco exemplos na
página 60 do seu livro The Identity of the New Testament Text (p. 171-200) e apresenta uma lista com cerca de cem
outras no apêndice.
Esses exemplos testificam contrariamente do argumento da conflação como evidência de texto secundário. Além do que,
poder-se-ia ainda indagar: se possíveis exemplos de conflação indicam "família textual" secundária, quais seriam as
famílias textuais primárias?
O Argumento da Genealogia
Não há nada de errado com o argumento da genealogia, desde que ele fosse de fato aplicado. Ou seja, se de fato fosse
possível descobrir a árvore genealógica dos manuscritos do Novo Testamento, o propósito da manuscritologia bíblica
estaria próximo do fim. Se realmente fosse possível determinar com precisão o parentesco dos mais de cinco mil
manuscritos do Novo Testamento, seria fácil determinar o texto original.
Contudo, creio que nem Westcott-Hort, nem outros peritos em crítica textual, até o momento conseguiram levar a cabo
tal empreendimento.(49) Sintomático disto é o fato que, sempre que o assunto é tratado, manuscritos imaginários (x, y, z,
por exemplo) são empregados para ilustrar o argumento, pois ninguém realmente sabe o parentesco que os manuscritos
apresentam entre si. Com exceção de uns poucos casos, que não ajudam praticamente em nada diante do volume dos
manuscritos existentes, não tem sentido falar-se de genealogia, enquanto ela não for de fato identificada.
Além disso, a mistura das árvores genealógicas constitui-se uma barreira quase que intransponível para o argumento.
Como determinar o parentesco de mais de cinco mil manuscritos que misturam suas genealogias?
Westcott-Hort não conseguiram (obviamente) aplicar o argumento da genealogia. Portanto, a determinação das assim
chamadas famílias ou tipos textuais carece de um fundamento menos tênue que esse trabalho não realizado até o
momento. Fica difícil falar em famílias "alexandrina", "ocidental", "neutra" e "síria". A advertência de M. M. Parvis ilustra
perfeitamente a atitude da crítica textual do Novo Testamento com relação ao assunto:
Nós temos reconstruído tipos textuais e famílias e sub-famílias e, assim fazendo, temos criado coisas que nunca antes
existiram na terra ou no céu. Temos assumido que manuscritos reproduzem-se de acordo com a lei de Mendel. Mas
quando descobrimos que um manuscrito em particular não se encaixa em nenhum dos nossos esquemas habilmente
construídos, levantamos nossas mãos e dizemos que contém um texto misto.(50)
Parvis não está, de modo algum, sozinho na sua conclusão. Klijn, por sua vez, afirma:
Ainda se costuma dividir manuscritos em quatro bem conhecidas famílias: a alexandrina, a cesareense, a ocidental e a
bizantina. Esta divisão clássica não pode mais ser mantida (...) Se há de acontecer qualquer progresso no criticismo textual
temos que nos desvencilhar da divisão em textos locais. Novos manuscritos não devem ser atribuídos a um área
geográfica limitada, mas ao seu lugar na história do texto.(51)
Não seria difícil multiplicar citações de eruditos demonstrando que as assim chamadas famílias ou tipos textuais são
arranjos artificiais que não expressam a verdade dos fatos. Kenyon, Zuntz, Colwell, Von Soden, Lake, Nestle, Metzger,
Clark e outros questionam ou até mesmo negam claramente a validade de algumas famílias específicas, ou mesmo da
classificação em geral. Apenas um exemplo específico para ilustrar o que temos afirmado: os códices ) e B, considerados
como os principais representantes do texto "alexandrino" ("neutro" de Westcott-Hort), diferem mais de três mil vezes
entre si somente nos evangelhos, sem contar erros menores de ortografia.
Inexistência de Variantes Sírias Anteriores a Crisóstomo
A tese da inexistência de variantes "sírias" anteriores a Crisóstomo, mantida por Westcott-Hort, depara-se com algumas
dificuldades trazidas por certas evidências históricas.
A maior delas diz respeito à versão siríaca Peshita. Até então, a Peshita era considerada a mais velha das versões siríacas,
e anterior a Crisóstomo. Ela constituía-se assim em uma forte testemunha do Texto Majoritário, visto que nela
encontramos leituras características do Texto Majoritário. O embaraço que a Peshita representava para a tese da
inexistência de variantes "sírias" anteriores a Crisóstomo foi contornada da seguinte maneira: ela passou a ser
considerada uma revisão da Velha Siríaca, feita por Rábula, Bispo de Edessa, em cerca de 425, conforme tese de Burkitt.
(52) Esta tese foi imediatamente aceita e amplamente propagada.
Entretanto, nem todos os peritos da área se deixaram convencer tão facilmente. Burgon observa que não há evidência
histórica para tal afirmativa.(53) É interessante observar que o próprio Westcott, em seu livro On the Canon of the New
Testament, parece se contradizer quanto ao assunto, ao afirmar que não via
...razão para abandonar a opinião que tem obtido sanção dos mais competentes eruditos, de que a formação da Peshita
Siríaca deveria ser fixada dentro da primeira metade do segundo século. A própria obscuridade que paira sobre sua
origem é prova da sua venerável idade, porque mostra que cresceu espontaneamente entre as congregações cristãs ...
Fosse ela uma obra de data posterior, do terceiro ou quarto século, dificilmente seria possível que sua história fosse tão
incerta quanto é.(54)
E o que dizer dos pais da igreja? Estudos posteriores sobre este período têm sugerido que a tese de Westcott-Hort quanto
às variantes "sírias" carece de uma melhor fundamentação nas evidências. Os estudos publicados por Edward Miller,
editor póstumo de John Burgon, revelam que o assim chamado texto "sírio" é tão ou até mesmo mais atestado pelos pais
da igreja desse período do que os assim chamados textos "ocidental" e "neutro".
Segundo estes estudos, Orígenes apoia o texto "sírio" 460 vezes, e o texto "ocidental" ou "neutro" 491. Irineu apoia o
texto "sírio" 41 vezes, e o texto "ocidental" ou "neutro" 63 vezes. Já Justino apoia os dois textos praticamente o mesmo
número de vezes. Enquanto que Hippolytus e Methodius apoiam mais o texto "sírio" do que os texto "ocidental" e
"neutro".(55)
Em resumo, após consultar todos os pais da igreja mortos até o ano 400, Miller verificou que o texto tradicional é apoiado
em uma proporção de 3 para 2 em relação aos textos "ocidental" ou "neutro".(56) Ou seja, 2.630 a favor de variantes do
texto tradicional contra 1.753 a favor de outras variantes. Considerando apenas os pais da igreja mais antigos (de
Clemente de Roma a Irineu e Hippolytus), a proporção a favor do texto tradicional é ainda maior: 151 contra 84 (isto é,
1,8 para 1).(57)
Ainda que estes números não estejam corretos ou que algumas ou até muitas das variantes consideradas por Miller como
tradicionais não sejam leituras "sírias" puras, como Kenyon alega (58); ainda assim, o que sobrar — não pouco — será
suficiente para tornar praticamente improvável a proposição de Westcott-Hort de que não existem variantes "sírias"
anteriores a Crisóstomo.
A Recensão de Luciano
A explicação fornecida pela teoria de Westcott-Hort para a surpreendente superioridade numérica e harmonia dos
manuscritos "sírios", é o que tem sido chamado de "a recensão de Luciano". É no mínimo intrigante que um
acontecimento tão importante quanto esta hipotética recensão não tenha sido registrada, mencionada ou aludida em
nenhum dos documentos históricos de que dispomos. A História não registra absolutamente nada sobre ela.
Por isso mesmo, boa parte dos eruditos — mesmo entre os que defendem o Texto Eclético, tais como Colwell, F. C. Grant,
e Jacob Geerlings — já não apoiam essa teoria, mas consideram que a história do texto "sírio’’, assim como a dos demais,
remonta ao segundo século ou mesmo aos autógrafos.(59)
CONCLUSÃO
Esta exposição e avaliação da teoria de Westcott-Hort é resumida, mas cremos ser suficiente para dar uma idéia dos seus
pontos vulneráveis. O fato é que quase todos os pontos em que ela se baseia podem ser, e têm sido, questionados com
argumentos e evidências bastante plausíveis por eruditos de renome na área. Evidentemente existem também eruditos
de renome que defendem os textos ecléticos. Não se trata de combater idéias com base na autoridade de celebridades. O
que espero ter ficado claro é que os textos ecléticos não têm aceitação universal da parte dos estudiosos. E que mesmo
sendo em número inferior, os que questionam a sua superioridade em nada são inferiores em preparo e erudição. E seus
argumentos nos parecem, na maior parte das vezes, bastante plausíveis.
 English Abstract
This article on New Testament textual criticism seeks to expose what several scholars believe are the main weak points of
the Westcott-Hort theory. It is written by a New Testament scholar who is convinced that the Majority Text is the best
Greek text available. He gives a sketch of the main periods of the history of textual criticism, traces the appearance of the
Westcott-Hort theory, and offers a critique of what he considers the main flaws of their theory. The author’s views do not
necessarily reflect the views of the JMC Seminary on this issue.
__________________________
* Publicado anteriormente na revista Fides Reformata 1:2 (1996).
** O autor é ministro presbiteriano, professor de Grego e Hermenêutica no Seminário Teológico Batista Equatorial e
presidente da Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém. É mestre em Teologia pela Potchefstroom
University for Christian Higher Education (África do Sul) e doutorando em Ministério no Westminster Theological
Seminary, na Califórnia. 
1 Este é o texto grego utilizado por versões em português, como a popular Almeida Revista e Atualizada (já na 2a. edição)
e a Nova Versão Internacional. Todas as paráfrases (como a Bíblia na Linguagem de Hoje) também usam este texto.
2 B. F. Westcott & F. J. A. Hort, The New Testament in the Original Greek. Introduction and Appendix (New York: Harper &
Brothers, 1882).
3 Cerca de 90% dos manuscritos - representado nas edições críticas modernas pelos símbolos "M" (gótico) = majoritário
(Nestle-Aland) ou Byz = bizantino (UBS). Embora os manuscritos mais antigos que contêm o Texto Majoritário não
antecedam o século IV (a maioria é dos séculos VI a IX) o texto que refletem era considerado como bem mais antigo,
datando mesmo dos primeiros séculos da era cristã.
4 Especialmente os maiúsculos ) (códice Sinaítico) e B (códice Vaticano).
5 O termo "eclético" refere-se ao fato de que o texto de Westcott-Hort é o resultado de várias escolhas feitas entre
variantes disponíveis, seguindo critérios de evidências internas (como a leitura que melhor se encaixa no contexto, e a
leitura que melhor explica o surgimento de outras variantes), sem maiores considerações para com evidências externas,
tais como a história da transmissão do texto.
6 Uma exposição e avaliação bem mais elaborada pode ser encontrada em Wilbur Pickering, The Identity of the New
Testament Text (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1980), no qual a presente exposição e avaliação em grande parte se
baseiam.
7 F. G. Kenyon, Handbook to the Textual Criticism of the New Testament, 2ª ed. (Grand Rapids: William B. Eerdmans,
1951) 273.
8 Alexander Souter, The Text and Canon of the New Testament (London: Duckworth, 1913) 103.
9 Bruce Metzger, The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration (New York e Oxford:
Oxford University Press, 1968) 129.
10 Kirsopp Lake, The Text of the New Testament. 6ª ed. rev. (Londres: Revington, 1928) 61.
11 Kenyon, Handbook to the Textual Criticism, 294.
12 J. H. Greenlee,  Introduction to New Testament Textual Criticism (Grand Rapids: Eerdmans, 1964) 77.
13 Westcott & Hort, The New Testament in the Original Greek, 73.
14 Ibid., 282.
15 Ibid., 283.
16 Ibid., 20.
17 Ibid.
18 Ibid.
19 Ibid., 22.
20 Ibid., 49,106. Por conflação entende-se a combinação ou mistura proposital de duas variantes divergentes produzindo
uma terceira leitura onde as divergências são suavizadas.
21 Mc 6.33; 8.26; 9.38; 9.49; Lc 9.10; 11.54: 12.18 e 24.53 (Ibid., 95-104).
22 Ibid., 106
23 Ibid., 91.
24 Em Recent Developments in the Textual Criticism of the Greek Bible (citado por Pickering, The Identity of the New
Testament Text, 36).
25 Refiro-me principalmente aos papiros Chester Beatty (p45, p46 e p47), e ao papiro Bodmer (p66), descobertos no
início da década de 1930, contendo variantes sírias.
26 Westcott-Hort, The New Testament in the Original Greek, 133.
27 Burgon chama de texto tradicional o que estamos chamando de Texto Majoritário: o texto evidenciado na grande
maioria dos manuscritos.
28 O texto de Westcott e Hort era baseado principalmente nos códices ), B e D. Burgon considera estes manuscritos como
"três das cópias mais escandalosamente corrompidas existentes (...) exibindo os textos mais vergonhosamente mutilados
que podem ser encontrados (...) depositário do maior número de leituras fabricadas, erros antigos e perversões
intencionais da Verdade’’ (The Revision Revised, 16).
29 Burgon preparou um texto revisado, onde exibiu a forma quase final do texto tradicional, corrigindo os defeitos
encontrados no Textus Receptus de Stephanus e dos irmãos Elzevir (Kenyon, Handbook to the Textual Criticism, 307).
30 G. R. Gregory, Canon and Text of the New Testament (Edinburgh: T & T Clark, 1907) 462.
31 Esta coleção encontra-se no Museu Britânico (Souter, The Text and Canon of the New Testament, 102).
32 O título dessa obra, primeiramente publicada em 1871, foi The Last Twelve Verses of the Gospel according to St. Mark
Vindicated Against Recent Objectors and Established  ("Os Doze Últimos Versos do Evangelho segundo Marcos,
Defendidos contra Objeções Recentes, e Estabelecidos").
33 Publicada em 1896, em Londres, por George Bell and Sons.
34 Publicado em 1886 pela mesma editora.
35 Gregory, Canon and Text of the New Testament, 462.
36 George Salmon, Some Thoughts on the Textual Criticism of the New Testament; obra não publicada (Londres, 1897) 33.
37The Identity of the New Testament Text, 41-97. É principalmente no capítulo 4 desta obra que baseamos essa avaliação.
38 H. H. Oliver, Present Trends in the Textual Criticism of the New Testament, in Journal of Bible and Religion, 30 (1962)
311-312.
39 Metzger, The Text of the New Testament, 201.
40 Citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 42.
41 Em Matth. tom. XV, 14; Patrística Grega, XIII, 1293. K. Clark cita exemplos específicos de alterações deliberadas no
texto com propósitos doutrinários por parte de Marcião (em Lc 10.21; 18.19; Gl 1.1 Rm 1.16), Orígenes (Jo 2.15), Taciano
(Mc 1.41; Mt 17.26), e pelo autor do Evangelho de Tomé (Lc 14.26; Mt 13.44). Cf. K. W. Clark "The Theological Relevance
of Textual Variation in Current Criticism of the Greek New Testament’’ em Journal of Biblical Literature, 85 (1966) 1-16.
42 Westcott-Hort, The New Testament in the Original Greek, 29.
43 Em The Greek New Testament  (citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 78).
44 Em External Evidence (citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 79).
45 Esta é a conclusão de C. Clark, professor de latim na Universidade de Oxford, em The Descent of Manuscripts.
46 Em Scribal Habits, 376-387
47 Metzger, The Text of the New Testament, 195.
48 Tais como Mt 27.41, Jo 18.40, At 20.28 e Rm 6.12. Cf. sua obra An Atlas of Textual Criticism, citado por Pickering, The
Identity of the New Testament Text, 59.
49 Eis apenas alguns nomes de eruditos da área os quais confirmam que Hort nunca aplicou a genealogia, ou que o
método é impossível de ser aplicado diante das dificuldades: Parvis, Colwell, Zuntz, Vaganay, Aland.
50 M. M. Parvis, "New Testament Text" em The Interpreter’s Dictionary of the Bible, vol. 4 (Nashville: Abington Press,
1952) 594-614.
51 A. F. J. Klijn, "The Value of the Versions for the Textual Criticism of the New Testament" em The Bible Translator 8
(1957) 127-130.
52 H. C. Thiessen, Introduction to the New Testament (Grand Rapids. Michigan: Eerdmans, 1955) 54-55.
53 Em The Revision Revised (citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 96).
54 Citado por W. MacLean, The Providential Preservation of the Greek of the New Testament (Westminster Standard,
1977) 20.
55 Cf. Pickering, The Identity of the New Testament Text, 64-65.
56 Burgon, The Traditional Text, ix,x.
57 Kenyon, Handbook to the Textual Criticism, 322-323.
58 Ibid., 323.
59 Pickering, The Identity of the New Testament Text, 94.

Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no
máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas
herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente
preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).

(Copie e distribua ampla mas gratuitamente, mantendo o nome do autor e pondo link para esta página
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(retorne a http://solascriptura-tt.org/ Bibliologia-PreservacaoTT/ 
retorne a http:// solascriptu
A DUPLA DINÂMICA:
QUEM ERAM OS PAIS DAS VERSÕES BÍBLICAS MODERNAS?

José Pedro Monteiro de Almeida 

Brasília, Jan 2000 


 
1.Introdução

Em 1881, dois incrédulos heréticos publicaram um texto pretendendo "revisar" uma das maiores obras da literatura
mundial, a Bíblia KJV, usada no mundo de fala inglesa e fora dele. Eram eles Brook Foss WESTCOTT (1825-1903) e Fenton
John Anthony HORT (1828-1892). Quem eram esses homens? O que pretendiam? Quais as suas crenças? Quais as suas
motivações? 

2. Os pais das Bíblias em versões modernas eram INCRÉDULOS !

Apesar de ser não crentes, esses dois eram ministros Anglicanos e professores da Cambridge University. Totalmente
atolados na filosofia Alexandriana que defende "não haver nenhuma Bíblia perfeita", eles nutriam um recalque repulsivo
e doentio à Bíblia King James e o seu texto base, o "Textus Receptus" (no qual que também se baseou João Ferreira de
Almeida). Por que eles eram descrentes? Porque, além de outras coisas, não acreditavam no céu! Ambos diziam que o
céu existia apenas na cabeça do homem!1 HORT declarou sobre a Bíblia: "Nenhuma consideração especial deve ser feita
concernente às suas declarações de inspiração e preservação"2(!). WESTCOTT acreditava e tentou viver um espécie de
comunismo cujo objetivo final era a vida em comum no campus da universidade que era chamado de "coenobium". O
TEXTUS RECEPTUS (T.R.), usado como base do Novo Testamento Grego da Bíblia King James desde 1611, não tinha
nenhum contestador até 1881, quando esses dois heréticos liberais entraram em cena com esforço concentrado3. Eles
eram teólogos da igreja Anglicana e professores de Cambridge, como já mencionado, que passando-se por
"conservadores", editaram o texto Westcott-Hort (WH), que difere em 9.970 palavras (7%) do T.R. que tem sido usado
pela cristandade de 19 séculos! Para se ter uma idéia da incomparável superioridade do T.R, dos 5.255 manuscritos
gregos do Novo Testamento, que foram preservados e disponíveis para nós hoje, 5.210 (99%)concordam com o T.R. e
apenas 45 com o WH ! O texto falso, foi desenterrado das profundezas do esquecimento e desprezo, justamente por não
ter credibilidade e publicado apenas em 1881. Além do mais, o texto WH se baseou no Codex B e Sinaiticus que diferem
entre si em 3.000 vezes só nos Evangelhos! Com toda honestidade, qual o texto grego que Deus preservou? A Bíblia diz:
em Sal. 12:6-7: "As palavras do Senhor são palavras puras... " O Textus Receptus (T.R.) e Massorético, que são usados
também na Bíblia publicada atualmente pela Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (Corrigida e Fiel), é muito superior ao
texto Westcott e Hort (WH), que dentre outras omissões e heresias, é ecumênico e por isso mesmo, enfraquece várias
doutrinas da fé cristã. 

3. Os pais das versões Bíblicas modernas eram DESONESTOS!

É óbvio para o mais superficial analista, que a comissão de revisão ia trilhar o caminho sinuoso da perversão! O resultado
óbvio foi que nome de Revisada (Revised Version) foi totalmente desonesto, uma vez que a Bíblia King James (Authorized
Version) não foi revisada coisa nenhuma, sendo produzida uma outra Bíblia completamente diferente usando-se o texto
Alexandriano (Alexandrian) ao invés de se revisar (desnecessariamente) a King James como foi propalado. Eles estavam
de olho no mercado, aproveitando o prestígio da Bíblia King James que com toda a razão foi considerada a maior obra da
literatura mundial por H.L. Menken4!. É que nem os "espertos" do trânsito das cidades que se aproveitam da ambulância
que avança no engarrafamento para furar a fila desonesta fraudulentamente, andando na faixa que não é a sua. 

4. Os pais das versões Bíblicas modernas eram EVOLUCIONISTAS!

Hort era um admirador10 e proponente de Darwin6 e sua teoria da evolução1 que foi intensamente alardeada pelo livro
Origens das Espécies apenas 22 anos antes do lançamento da edição revisada (RV)! 

5. Os pais das versões Bíblicas modernas eram RACISTAS!

Como resultado natural de ser evolucionista, HORT era também racista como Darwin e Huxley. Veja o absurdo que ele
escreveu sobre os negros. "Eles tem demonstrado ser uma raça imensuravelmente inferior, só humanos e nada mais, sua
religião, primitiva e sensual, suas mais altas virtudes são as mesmas de um bom cão."9 

6. Os pais das versões Bíblicas modernas eram IDÓLATRAS!

Tanto Westcott como Hort eram admiradores de Maria (mariólatras). WESTCOTT ia a tal ponto, que chamava a sua
esposa Sarah de "Mary"1. Criam também no purgatório e outras invencionices romanas... Veja o que Hort escreveu para
Westcott em 17/10/1865, apenas 5 anos antes do início dos trabalhos para publicação do texto da Versão Revisada: "Eu
tenho me persuadido que o culto à Maria e o culto a Jesus tem muitíssimo em comum nas suas causas e em seus
resultados..."18 Talvez esta atração pela idolatria seja a razão pela qual esses dois devotaram tanta simpatia pelos
manuscritos Sinaiticus (achado pelo evolucionista Friedrich Tischendorf dentro de uma lixeira num monastério no Egito)7
e Vaticanus. Veja como Alexandria (Egito) está sempre associada na Bíblia a fatos contra Deus! 

7. Os pais das versões Bíblicas modernas CULTUAVAM AOS DEMÔNIOS!

Tanto WESTCOTT como HORT não só aceitavam como também promoviam orações pelos mortos!1 Acreditavam na
comunicação com os mortos e buscaram várias tentativas de fazê-lo através de uma sociedade que organizaram chamada
"The Ghostly Guild" (Grêmio ou associação fantasmagórica!)5. Em outras palavras um centro espírita para invocar os
mortos! 

8.Conclusão

Os pais das versões modernas eram esses homens perdidos mencionados. Agora vai a pergunta que o nobre leitor
responderá para si próprio. Será que o Deus Puro, Santo e Zeloso, confiaria a Sua Palavra nas mãos ímpias de homens
servos do Diabo que abertamente professavam doutrinas de demônios? Não! (2 Tim 3:8) Rejeitemos as versões
modernas11 que se baseiam no texto corrupto de Westcott e Hort e valorizemos o Textus Receptus, que serviu de base
para a Bíblia King James e ,em português, a Corrigida e Fiel de João Ferreira de Almeida publicada pela Sociedade Bíblica
Trinitariana do Brasil. 

"E se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa,
que estão escritas neste livro." (Apoc. 22:19) 

BIBLIOGRAFIA

1- The Answer Book - Dr. Samuel Gipp 

2- Modern Bibles- The Dark Secrets, Jack Moorman. 

3- The Four-fold Superiority of KJV - Dr. D.A. Waite 

4- The Men Behind the KJV - Gustavus S. Paine 

5- The Society for Psychical Research 

6- A Creationist's Defense of the KJB, Dr. Henry Morris 


7- An Understandable History of the Bible, Dr. Samuel Gipp 

8- A BÍBLIA NA LINGUAGEM DE HOJE, artigo, (Nome de autor omitido a seu pedido), 1999. 

9- Life & Letters, FJA Hort, Vol. 1 pág 458 

10- The Theories,Thinking and Theology of Drs. Westcott and Hort 

11-RV, NVI, NAS, NKJV, Revista e Atualizada, Revisada, etc... 

12-A BÍBLIA SAGRADA - Edição Almeida Corrigida e Fiel Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1995. 

13-MODERN BIBLE VERSIONS, Dr. David Cloud, 1994. 

14-THE LIVING BIBLE, BLESSING OR CURSE, Dr. David Cloud, 1991. 

15-COUNTERFEIT OR GENUINE?, Dr. David Otis Fuller, 1975. 

16-EXPONDO OS ERROS DA NVI, folheto, 1999. 

17-UNHOLY HANDS ON God's HOLY BOOK, Dr. David Cloud, 1999. 

18-LIFE OF WESTCOTT, VOL II, Westcott, pg 51,52,86. 


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A Teoria de Westcott e Hort e o Texto Grego do Novo Testamento: Um Ensaio em Manuscritologia Bíblica*
Duas edições do texto grego do Novo Testamento estão sendo utilizadas por tradutores, comentaristas e pastores
protestantes em geral em nossos dias: o Novum Testamentum Graece, conhecido como o texto de Nestle-Aland (seus
editores), publicado pelo Deutsche Bibelstiftung, já na 27ª edição; e o The Greek New Testament, editado por uma
comissão composta por renomados eruditos da área (Barbara Aland, Kurt Aland, Johannes Karavidopoulos, Carlo M.
Martini, e Bruce M. Metzger), publicado pela United Bible Societies (Sociedades Bíblicas Unidas), já na sua 4ª edição.(1)
Estes textos, praticamente idênticos, são o produto de uma teoria textual desenvolvida no século passado e consolidada
especialmente por dois eruditos ingleses, de Cambridge: Brooke Foss Westcott e Fenton John Anthony Hort (Westcott-
Hort). Em 1881 eles publicaram o The New Testament in the Original Greek, em dois volumes, contendo o texto grego do
Novo Testamento e a teoria e métodos empregados na preparação do texto.(2)
Esse texto grego, bem como os demais que nele se basearam a partir de então, passaram a rejeitar a grande maioria dos
manuscritos gregos (3) — nos quais até então se baseavam as edições impressas do Novo Testamento — e a adotar
alguns poucos manuscritos mais antigos, descobertos nestes últimos séculos (4), e a afastar-se cada vez mais do texto
anterior.
Essa teoria revolucionou a crítica textual do Novo Testamento de tal maneira que os livros textos sobre o assunto
passaram a ensiná-la, não como teoria, mas como fato consumado; e assim tem sido ensinada em seminários e
conseqüentemente empregada nas novas traduções para o português, comentários, obras teológicas e pregações.
Tamanha é a influência dessa teoria sobre a matéria, e tão estabelecido o seu domínio neste século, que poucos têm
ousado questioná-la. Assim, quase nada se tem escrito sobre o assunto de outro ponto de vista. No Brasil, até onde este
autor tem conhecimento, nenhum livro foi escrito do ponto de vista contrário à teoria de Westcott-Hort e dos textos
ecléticos que produziu.(5)
O propósito deste artigo é apresentar de forma breve uma resumo da história do texto grego impresso do Novo
Testamento, expor a teoria de Westcott-Hort, e oferecer algumas críticas.(6) Estas críticas serão oferecidas a partir do que
outros estudiosos têm dito sobre o assunto. Meu propósito não é tanto oferecer críticas originais, mas demonstrar que a
supremacia do texto de Westcott e Hort tem sido questionada por peritos de renome no campo da crítica textual. Meu
desejo é que a constatação deste fato leve o leitor a ter uma atitude mais cautelosa e analítica diante da aparentemente
indisputável supremacia dos textos ecléticos.
Principais Períodos Históricos
do Texto Grego Impresso do Novo Testamento
A história do texto grego impresso do Novo Testamento pode ser dividida em três períodos. O primeiro período, o
período não-crítico, caracteriza-se pelo estabelecimento e padronização do texto encontrado na grande maioria dos
manuscritos usados pela Igreja Antiga e Medieval. Este texto é conhecido pelos nomes de bizantino, sírio, tradicional,
eclesiástico, ou majoritário. Começando com a impressão feita por Ximenes em 1514, e estendendo-se até as edições
publicadas pelos irmãos Elzevir em 1678 — conhecidas pela expressão Textus Receptus — este estágio da história textual
do Novo Testamento é marcado pela aceitação incondicional do texto até então usado amplamente pela Igreja, havendo
pouquíssima diferença entre as diversas edições publicadas.
O segundo período, conhecido como pré-crítico, cujo início pode ser marcado com a edição de John Fell, em 1675,
estende-se até antes de 1831 — quando Lachmann publica um texto que se afasta bastante do Textus Receptus. Este
período caracteriza-se pelo acúmulo de evidências textuais por parte dos críticos, bem como pela elaboração de teorias
que viriam a ser aceitas e desenvolvidas no período posterior, repudiando completamente o texto grego majoritário do
Novo Testamento, no geral expresso nas edições do período anterior. Entretanto, o texto francamente aceito pela Igreja,
nesta fase, continuou sendo o Textus Receptus, pois as evidências textuais acumuladas contrárias a ele, não chegaram a
ser aplicadas ao texto (7). Nas raras ocasiões em que o foram, mesmo que em parte, tais textos foram firmemente
rejeitados pelo consenso da Igreja.
O terceiro e último período, o período crítico, começando com Lachmann (1831) e se estendendo até os nossos dias,
caracteriza-se por um afastamento generalizado do Texto Majoritário, e pelo aparecimento de um texto eclético, baseado
em um número bastante reduzido de manuscritos, os quais, embora antigos, discordam bastante entre si, bem como da
grande massa de manuscritos que apresentam o texto “bizantino”. Esse tipo de texto eclético, que começou com
Lachmann, e teve em Westcott e Hort os seus maiores defensores, atualmente tem se espalhado pelo mundo através,
principalmente, das edições de Nestle-Aland e da United Bible Societies (UBS). Estas são, praticamente, as únicas edições
do Novo Testamento grego conhecidas acessíveis, e portanto usadas, pela grande maioria dos estudantes, teólogos,
exegetas e tradutores, tanto protestantes como católicos nos últimos anos. Entretanto, sempre tem havido eruditos
como Burgon, Scrivener e, mais recentemente, J. Van Bruggen e W. Pickering, que continuaram a defender o Texto
Majoritário, como o melhor texto original.
O Surgimento da Teoria de Westcott e Hort
O texto grego de Westcott-Hort veio a tornar-se a obra que mais tem influenciado a crítica textual moderna do Novo
Testamento. Alexander Souter a considera “a maior edição já publicada”.(8) Bruce Metzger, chama-a de “a mais notável
edição crítica do Testamento grego já produzida pela erudição britânica”.(9) Kirsopp Lake diz que “este trabalho é o
fundamento de quase toda a crítica moderna’’(10) Kenyon afirma ser esta uma obra “que tem feito época, no sentido
literal da palavra, na história do Criticismo do Novo Testamento, … tem colorido tudo o que tem sido escrito sobre o
assunto … e suprido a base de todo o trabalho feito hoje neste campo”.(11) Com o que concorda Greenlee, afirmando
que com o trabalho desses autores nós chegamos ao “clímax deste terceiro período”, e que “a influência de Westcott-
Hort sobre todo o trabalho subseqüente na história do texto nunca foi igualada”.(12)
Esta obra afamada foi preparada durante 28 anos. O primeiro volume contém o texto grego do Novo Testamento (sem
aparato crítico, mas indicando algumas leituras variantes); o segundo, contém a Introdução, explicando os princípios
textuais usados pelos editores, bem como um apêndice, com notas sobre algumas leituras selecionadas.
Contrariamente aos editores anteriores, Westcott e Hort não fizeram novas pesquisas nos manuscritos disponíveis nem
prepararam um novo aparatus criticus. A fama de sua obra, portanto, não provém de suas pesquisas em testemunhas
textuais, mas da teoria textual que desenvolveram, a partir do que, nestes campos, haviam elaborado eruditos
conhecidos, como Bengel, Griesbach, Lachmann, Tischendorf, Tregelles e outros que os precederam.
A teoria desenvolvida por Westcott e Hort consolidou a tendência da crítica textual da época de afastar-se do Textus
Receptus e, conseqüentemente, do Texto Majoritário, em direção a textos ecléticos baseados em uma minoria de
manuscritos, os quais, apesar de diferirem grandemente entre si, passaram a ser considerados superiores, pela maioria
dos críticos modernos.
Exposição da Teoria de Wescott-Hort
No que se segue, oferecemos uma exposição resumida dos principais pontos da teoria de Westcott-Hort, que levou ao
aparecimento do novo texto grego do Novo Testamento.
Pressuposição Fundamental
Westcott-Hort partem da pressuposição fundamental de que o texto do Novo Testamento deve ser tratado como um
texto ordinário, como qualquer outro livro. Nas palavras deles, os princípios de criticismo explicados nas seções seguintes
são bons para todos os textos antigos preservados em uma pluralidade de documentos. No tratamento do Novo
Testamento, nenhum novo princípio é necessário ou legítimo.(13)
Esta pressuposição, por sua vez, fundamenta-se em outra: de que não houve falsificação maliciosa no texto do Novo
Testamento durante sua transmissão. Quando afirmam que o texto do Novo Testamento é ordinário, querem dizer, com
isso, que não há evidências históricas de interpolações ou omissões deliberadas nos seus manuscritos, o que valida o
emprego dos métodos críticos ordinários aplicados aos textos clássicos antigos. Eis o que afirmam:
Mesmo entre as inquestionavelmente numerosas leituras espúrias do Novo Testamento não há sinal de falsificação
deliberada do texto com propósitos dogmáticos.(14)
Cremos que a ausência [no texto moderno] de fraudes perceptíveis, que deram origem a qualquer das várias leituras
agora existentes, também se aplica para o texto que antecedeu mesmo as mais antigas variantes existentes…(15)
O Método das Evidências Internas
Partindo dessas pressuposições básicas, Westcott-Hort prepararam o Texto Eclético, considerando as seguintes evidências
internas: a probabilidade intrínseca e a probabilidade de transcrição. Por probabilidade intrínseca, eles procuraram
descobrir “o que um autor parece ter escrito”.(16) O método, para se descobrir qual a variante correta (ou provável), por
este princípio, é resumido por eles como segue:
O primeiro impulso ao tratar com uma variante é usualmente seguir a probabilidade intrínseca, isto é, considerar qual das
duas leituras faz o melhor sentido e, de acordo com isso, decidir entre elas. A decisão pode ser feita tanto por um
julgamento imediato, e portanto, intuitivo, ou pesando cautelosamente vários elementos que irão definir o que é
chamado de sentido, de conformidade com a gramática e congruência com o estilo usual do autor e com o assunto em
outras passagens.(17)
Por probabilidade de transcrição, eles procuram descobrir “o que os copistas parecem ter feito o autor parecer escrever”.
(18) No que consiste tal probabilidade?
Eles respondem:
Se uma variante aparenta dar-nos um sentido muito melhor ou sobrepujar a outra variante, essa aparente superioridade
deve ter sido a causa da introdução da referida variante no texto. Disparates [textos difíceis] à parte, nenhum motivo
pode ser pensado que viesse a levar um escriba a introduzir conscientemente uma leitura pior no lugar de uma leitura
melhor.(19)
Regras Básicas
Com base nestes princípios, duas regras básicas foram usadas por Westcott-Hort para o estabelecimento do texto deles.
Primeira: brevior lectio potior (a menor leitura deve ser preferida), assumindo que os escribas tinham mais tendência
para incluir do que omitir. Segunda: proclivi lectioni praestat ardua (a leitura mais difícil deve ser preferida), assumindo
que os escribas eram propensos a simplificar o texto quando confrontados com algum “disparate”.
O Argumento da Conflação
Um argumento considerado importante na teoria de Westcott-Hort foi a afirmativa de que conflação é característica de
mistura, e que só o texto “sírio” as apresenta, sendo portanto um texto secundário.(20) Oito exemplos de conflação do
texto “sírio” (d), a partir dos textos “ocidental” (b) e “neutro” (a) são mencionados por eles.(21) Segundo eles,
As relações traçadas nunca são invertidas. Nós não conhecemos nenhum lugar onde o grupo “a” de documentos (neutro)
comprove leituras aparentemente conflacionadas de leituras dos grupos “b” (ocidental) de “d” (sírio) respectivamente, ou
onde o grupo “b” (ocidental) de documentos comprove leituras aparentemente conflacionadas de leituras dos grupos “a”
e “d” respectivamente.(22)
O Argumento da Genealogia
Outro argumento considerado chave da teoria de Westcott-Hort para derrubar a superioridade numérica do Texto
Majoritário, é baseado no conceito de genealogia dos documentos. Por meio deste argumento, eles reduziram a grande
massa de manuscritos “bizantinos’’ a uma família derivada de outros manuscritos, enfraquecendo assim o peso do seu
testemunho.
Os tipos ou famílias textuais concebidos por eles podem ser ilustrados pelo diagrama da página seguinte:
(DIAGRAMA EM CONSTRUÇÃO – AGUARDE)
Inexistência de Variantes Sírias anteriores a Crisóstomo
Outra proposição de Westcott-Hort aceita por muitos foi a suposta não existência de variantes Sírias anteriores a
Crisóstomo (que morreu em 407).(23) A importância atribuída a esta tese fica evidente nas seguintes palavras de Kenyon:
A proposição de Hort que foi a pedra fundamental da sua teoria, foi que leituras características do Texto Recebido nunca
são encontradas em citações de escritores cristãos anteriores a cerca de 350. Antes desta data nós achamos leituras
caracteristicamente neutras ou ocidentais, mas nunca sírias. Este argumento é de fato decisivo.(24)
Visto que em 1881 ainda não haviam sido descobertos os papiros,(25) Hort refere-se, é claro, apenas às citações dos Pais
da Igreja anteriores a Crisóstomo.
A Recensão de Luciano
Mas como explicar a superioridade numérica e a surpreendente harmonia dos manuscritos bizantinos? Hort explicou o
fato através de uma recensão, que teria sido levada a efeito por Luciano (morto em 311). As suas palavras são as
seguintes:
O texto sírio deve ser de fato o resultado de uma recensão no sentido próprio da palavra, um trabalho esforçado de
criticismo, executado deliberadamente por editores e não meramente por escribas.(26)
Hort sugeriu, em outras palavras, que a harmonia dos manuscritos bizantinos se devia a uma revisão e editoração críticas
feita no século III dos textos disponíveis. Esta revisão, que teve o propósito de produzir um texto oficial do Novo
Testamento para as Igrejas gregas, teria começado em Antioquia por volta de 250 A.D. e foi concluída por volta de 350
A.D. O principal responsável pela forma final deste texto revisado e editado teria sido, segundo Hort sugeriu, Luciano de
Antioquia, um estudioso (possivelmente de convicções arianas) que morreu martirizado durante as perseguições aos
cristãos movidas pelo Império Romano. Por este motivo, o Texto Majoritário é às vezes chamado de texto antioquiano, ou
texto sírio (Antioquia era a capital da Síria). O texto produzido por Luciano, diz Hort, se tornou a versão oficial das Igrejas
Gregas, e a base do Textus Receptus.
Opositores à Teoria de Westcott-Hort
Embora a teoria desenvolvida por Westcott e Hort tenha, como dissemos anteriormente, dominado a moderna crítica
textual do Novo Testamento, nem todos a aceitaram. John W. Burgon, Edward Miller, Frederick Scrivener e George
Salmon foram alguns dos importantes estudiosos do Novo Testamento, contemporâneos de Westcott e Hort, que
combateram tenazmente tanto a teoria como o texto grego desses autores.
John William Burgon (1813-1888), Deão de Chichester, conhecido por sua ortodoxia e erudição inquestionáveis, foi um
dos maiores defensores do que ele chamou de texto tradicional(27), em oposição ao Texto Eclético de Westcott e
Hort(28). A defesa que Burgon fez do texto tradicional(29) baseava-se nos seguintes argumentos: (1) Este é o texto
apoiado pela grande maioria dos manuscritos, de qualquer tipo, em qualquer época, e nas principais regiões (Ásia Menor
e Grécia); (2) Este é também o texto que apresenta melhor qualidade intrínseca (harmonia, gramática, estilo, etc.); (3)
Este é o texto que tem sido universalmente aceito pela Igreja.
Dentre as contribuições de Burgon para a Crítica Textual do Novo Testamento, podemos citar as pesquisas de diversos
manuscritos cursivos;(30) a preparação de uma excelente coleção de citações patrísticas do Novo Testamento, nos Pais da
Igreja, o Index Patristicus, com 86.489 citações, em dezesseis volumes manuscritos;(31) uma defesa erudita, muito bem
elaborada, dos últimos doze versos do Evangelho de Marcos;(32) e uma crítica penetrante à Revised Version (Versão
Revisada da Bíblia Inglesa), baseada no texto de Westcott e Hort.
Edward Miller ficou conhecido como colaborador e editor póstumo das obras de John Burgon. Ele organizou, completou e
publicou a obra de Burgon The Traditional Text of the Holy Gospels Vindicated and Established (“O Texto Tradicional dos
Santos Evangelhos Defendido e Estabelecido”),(33) e escreveu A Guide to the Textual Criticism of the New Testament
(“Um Guia à Crítica Textual do Novo Testamento”).(34)
Frederick Henry Ambrose Scrivener foi outro perito em crítica textual que combateu a teoria de Westcott e Hort.
Professor em Cornwall, Scrivener é um nome importante na história do texto do Novo Testamento. Como defensor do
Texto Majoritário publicou, a partir de 1859, diversas edições do Textus Receptus, de Stephanus, com leituras de Elzevir,
Lachmann, Tischendorf e Tregelles. Em 1881, publicou o texto grego usado pelos revisores ingleses de 1611. Entre 1861 e
1894, publicou em quatro volumes o manual mais usado pelos críticos textuais ingleses, intitulado A Plain Introduction to
the Criticism of the New Testament (“Uma Introdução Clara à Crítica do Novo Testamento”). Além disso, Scrivener
publicou diversos códices, tais como o Augiensis (1859), Bezae (1864) e Sinaítico (1864). Entretanto, foi através das
pesquisas que fez em manuscritos que deu a sua maior contribuição, pois analisou mais de setenta manuscritos do Novo
Testamento.(35) Isto mostra que tanto Burgon quanto Scrivener eram eruditos dos mais capazes na pesquisa do texto do
Novo Testamento, e, pelo menos por isto, suas críticas deveriam ser recebidas com mais atenção pelos críticos textuais
modernos.
G. Salmon também se opôs firmemente à teoria de Westcott-Hort. Em uma obra não publicada, escrita em 1897,
intitulada Some Thoughts on the Textual Criticism of the New Testament (“Reflexões sobre a Crítica do Novo
Testamento”) ele alerta quanto ao servilismo com o qual a teoria de Hort estava sendo aceita, e sua nomenclatura
adotada, “…como se a última palavra tivesse sido dada quanto ao assunto do criticismo do Novo Testamento…”(36)
Avaliação da Teoria de Westcott-Hort
Os estudiosos mencionados acima certamente já ofereceram argumentos de peso contra alguns pontos questionáveis da
teoria de Westcott-Hort. No que se segue, tentaremos resumir os que nos parecem mais importantes, usando como base
a avaliação de W. Pickering.(37)
Pressuposição Fundamental
A pressuposição básica da teoria de Westcott-Hort de que o texto do Novo Testamento deve ser tratado como um texto
ordinário, por não haver falsificação deliberada com propósitos dogmáticos, não corresponde às evidências históricas.
Longe de se tratar de um texto ordinário, o texto bíblico é especial, no sentido em que tanto Deus como Satanás têm um
especial interesse por ele – Deus em preservá-lo e Satanás em destruí-lo. Não são poucos os críticos textuais modernos
que reconhecem a improcedência desta pressuposição fundamental da teoria de Westcott-Hort. H. H. Oliver, por
exemplo, afirma o seguinte:
O fato de existirem alterações deliberadas e aparentemente numerosas ocorridas durante os primeiros anos da história
textual é uma considerável inconveniência para a teoria de Hort por duas razões: isto introduz uma variável imprevisível
que os cânones de evidência interna não podem manusear, e coloca o restabelecimento do original além da capacidade
do método genealógico.(38)
As próprias evidências históricas contrariam esta pressuposição de Westcott-Hort. Os Pais da Igreja revelam, em seus
escritos, a tendência, por parte dos hereges (e não somente deles), de falsificação doutrinária maliciosa do texto do Novo
Testamento. O próprio Metzger reconhece que:
Irineu, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Eusébio e muitos outros pais da Igreja acusaram os heréticos de corromper as
Escrituras a fim de ter suporte para seus pontos de vista especiais. Na metade do século II Marcião expurgou de suas
cópias dos Evangelhos de Lucas todas as referências ao background judaico de Jesus. A Harmonia dos Evangelhos
preparada por Taciano contém várias alterações que forneceram apoio a pontos de vista ascéticos.(39)
Burgon menciona que “Gaio, um Pai ortodoxo que escreveu entre 175 e 200 AD, cita Asclepíades, Theodotus,
Hermophilus e Apolinides como heréticos que prepararam cópias corrompidas das Escrituras e que tinham discípulos que
multiplicaram cópias de fabricação própria.”(40) Uma das evidências históricas mais claras e conhecidas quanto à questão
é a seguinte citação de Orígenes:
Nos dias de hoje, como é evidente, há uma grande diversidade entre os vários manuscritos, tanto devido à negligência de
certos copistas, como devido à perversa audácia mostrada por alguns que corrigem o texto, como ainda devido à falta
daqueles que, dizendo-se corretores, o alongaram ou diminuíram conforme lhes agradava.(41)
O Método das Evidências Internas
Quanto ao método das evidências internas empregado por Hort, é de se notar que as duas hipóteses de probabilidade
(intrínseca e de transcrição) são conflitantes. Seguindo a probabilidade intrínseca, devemos escolher a leitura que mais se
adapte às características do autor; enquanto que seguindo a probabilidade de transcrição, deve ser escolhida a leitura
que menos se adapte ao autor, pois a leitura que mais se adapta deve ter sido a leitura secundária (introduzida pelo
copista). Adotando tal método conflitante, a crítica textual deixa de ser ciência – por isso, alguns a consideram arte. Não
estaríamos longe da verdade se afirmássemos que a adoção de um método contraditório deste tipo pode expor a crítica
textual ao risco de tornar-se um exercício de adivinhação.
E mesmo Westcott-Hort admitem a contradição:
Onde uma leitura (a) parece intrinsecamente preferível, e sua excelência é de uma qualidade que nós podemos esperar
ser reconhecida pelos escribas, enquanto que sua rival (b) não mostra característica provável para ser atrativa para eles,
as probabilidades intrínseca e de transcrição estão praticamente em conflito.(42)
Autores posteriores a Westcott-Hort reconhecem a natureza conflitante do método deles. Colwell, por exemplo, conclui:
Infelizmente estes dois critérios freqüentemente entram em colisão frontal, porque escribas antigos assim como editores
modernos freqüentemente preferem a leitura que melhor cabe no contexto.(43)
Se nós escolhermos a leitura que melhor explica a origem de uma outra leitura, nós estamos geralmente escolhendo a
leitura que não cabe no contexto. Os dois critérios cancelam-se mutuamente.(44)
Regras Básicas – Brevior lectio potior
É conhecidíssima e amplamente aceita a regra segundo a qual a menor variante é a melhor, devido à suposta maior
tendência dos escribas à inclusão do que à exclusão. Entretanto, existem alguns fatos que vêm questionar a aceitação
incondicional desta regra. Primeiramente, existem estudos recentes dos escritos clássicos greco-latinos que parecem
provar exatamente o contrário: que os escribas eram mais tendentes a omissões acidentais do que a interpolações
intencionais.(45)
Não seria impossível admitir que o mesmo ocorre com relação aos manuscritos do Novo Testamento. Colwell, ao estudar
os hábitos dos escribas dos papiros p45, p66 e p75, demonstrou que cada um deles apresenta características próprias de
erros: letras (p75), sílabas (p66) ou palavras e frases (p75).(46) Mas os três são unanimemente inclinados a omitir (três
vezes mais, em geral) do que a incluir.
Proclivi lectioni praestat ardua
De acordo com a outra regra básica usada por Westcott-Hort para o estabelecimento do texto do Novo Testamento, a
leitura mais difícil deve ser preferida. Segundo eles, os escribas eram propensos a simplificar o texto quando confrontados
com algum “disparate”. Entretanto, parece-nos perfeitamente plausível inferir o oposto, ou seja: que os erros dos
escribas é que, na maioria das vezes, acabavam produzindo “disparates” (variantes mais difíceis).
Já mencionamos que, segundo nos parece, pode haver alterações intencionais em manuscritos do Novo Testamento.
Contudo, é difícil negar que as modificações introduzidas no texto provêm mais de lapsos não intencionais. Ora, é natural
esperar que lapsos não intencionais produzam leituras difíceis e não fáceis.
Na verdade, há evidências históricas indicando que variantes mais difíceis foram produzidas até mesmo como resultado
de alterações intencionais. Jerônimo, por exemplo, denuncia esta prática, dizendo que copistas “escrevem não o que
encontram mas o que pensam ser o significado. E, ao tentar retificar o erro de outros, eles meramente expõem os seus
próprios.”(47)
O Argumento da Conflação
O argumento de que o texto “sírio” era um texto conflacionado e, portanto, secundário já foi reconhecido por alguns
estudiosos como “o calcanhar de Aquiles de Hort”. Razão: é uma generalização fundamentada em apenas oito exemplos.
Alguns estudos têm demonstrado que esta generalização não tem fundamento sólido. E. A. Hutton, após verificar as 821
variantes onde as assim chamadas famílias “alexandrinas”, “ocidentais” e “bizantinas”, discrepam umas das outras no
Novo Testamento, apresenta apenas umas poucas passagens onde o texto “sírio” poderia ter sido conflacionado,(48)
afora os oito exemplos citados por Hort. Ora, mesmo admitindo que todos os exemplos mencionados sejam de fato
conflações (o que é discutível), ainda assim, a proporção seria de aproximadamente 100 para 1. Pouquíssimo para
permitir uma generalização plausível.
E apesar de Westcott-Hort afirmarem não ocorrer o inverso, ou seja, não haver exemplos de conflação do texto
“alexandrino” a partir do texto “sírio” com “ocidental” ou do texto “ocidental” a partir do “sírio” com o “alexandrino”,
existem diversos exemplos possíveis desse tipo de conflação no Novo Testamento. Pickering menciona cinco exemplos na
página 60 do seu livro The Identity of the New Testament Text (p. 171-200) e apresenta uma lista com cerca de cem
outras no apêndice.
Esses exemplos testificam contrariamente do argumento da conflação como evidência de texto secundário. Além do que,
poder-se-ia ainda indagar: se possíveis exemplos de conflação indicam “família textual” secundária, quais seriam as
famílias textuais primárias?
O Argumento da Genealogia
Não há nada de errado com o argumento da genealogia, desde que ele fosse de fato aplicado. Ou seja, se de fato fosse
possível descobrir a árvore genealógica dos manuscritos do Novo Testamento, o propósito da manuscritologia bíblica
estaria próximo do fim. Se realmente fosse possível determinar com precisão o parentesco dos mais de cinco mil
manuscritos do Novo Testamento, seria fácil determinar o texto original.
Contudo, creio que nem Westcott-Hort, nem outros peritos em crítica textual, até o momento conseguiram levar a cabo
tal empreendimento.(49) Sintomático disto é o fato que, sempre que o assunto é tratado, manuscritos imaginários (x, y, z,
por exemplo) são empregados para ilustrar o argumento, pois ninguém realmente sabe o parentesco que os manuscritos
apresentam entre si. Com exceção de uns poucos casos, que não ajudam praticamente em nada diante do volume dos
manuscritos existentes, não tem sentido falar-se de genealogia, enquanto ela não for de fato identificada.
Além disso, a mistura das árvores genealógicas constitui-se uma barreira quase que intransponível para o argumento.
Como determinar o parentesco de mais de cinco mil manuscritos que misturam suas genealogias?
Westcott-Hort não conseguiram (obviamente) aplicar o argumento da genealogia. Portanto, a determinação das assim
chamadas famílias ou tipos textuais carece de um fundamento menos tênue que esse trabalho não realizado até o
momento. Fica difícil falar em famílias “alexandrina”, “ocidental”, “neutra” e “síria”. A advertência de M. M. Parvis ilustra
perfeitamente a atitude da crítica textual do Novo Testamento com relação ao assunto:
Nós temos reconstruído tipos textuais e famílias e sub-famílias e, assim fazendo, temos criado coisas que nunca antes
existiram na terra ou no céu. Temos assumido que manuscritos reproduzem-se de acordo com a lei de Mendel. Mas
quando descobrimos que um manuscrito em particular não se encaixa em nenhum dos nossos esquemas habilmente
construídos, levantamos nossas mãos e dizemos que contém um texto misto.(50)
Parvis não está, de modo algum, sozinho na sua conclusão. Klijn, por sua vez, afirma:
Ainda se costuma dividir manuscritos em quatro bem conhecidas famílias: a alexandrina, a cesareense, a ocidental e a
bizantina. Esta divisão clássica não pode mais ser mantida (…) Se há de acontecer qualquer progresso no criticismo textual
temos que nos desvencilhar da divisão em textos locais. Novos manuscritos não devem ser atribuídos a um área
geográfica limitada, mas ao seu lugar na história do texto.(51)
Não seria difícil multiplicar citações de eruditos demonstrando que as assim chamadas famílias ou tipos textuais são
arranjos artificiais que não expressam a verdade dos fatos. Kenyon, Zuntz, Colwell, Von Soden, Lake, Nestle, Metzger,
Clark e outros questionam ou até mesmo negam claramente a validade de algumas famílias específicas, ou mesmo da
classificação em geral. Apenas um exemplo específico para ilustrar o que temos afirmado: os códices ) e B, considerados
como os principais representantes do texto “alexandrino” (“neutro” de Westcott-Hort), diferem mais de três mil vezes
entre si somente nos evangelhos, sem contar erros menores de ortografia.
Inexistência de Variantes Sírias Anteriores a Crisóstomo
A tese da inexistência de variantes “sírias” anteriores a Crisóstomo, mantida por Westcott-Hort, depara-se com algumas
dificuldades trazidas por certas evidências históricas.
A maior delas diz respeito à versão siríaca Peshita. Até então, a Peshita era considerada a mais velha das versões siríacas,
e anterior a Crisóstomo. Ela constituía-se assim em uma forte testemunha do Texto Majoritário, visto que nela
encontramos leituras características do Texto Majoritário. O embaraço que a Peshita representava para a tese da
inexistência de variantes “sírias” anteriores a Crisóstomo foi contornada da seguinte maneira: ela passou a ser
considerada uma revisão da Velha Siríaca, feita por Rábula, Bispo de Edessa, em cerca de 425, conforme tese de Burkitt.
(52) Esta tese foi imediatamente aceita e amplamente propagada.
Entretanto, nem todos os peritos da área se deixaram convencer tão facilmente. Burgon observa que não há evidência
histórica para tal afirmativa.(53) É interessante observar que o próprio Westcott, em seu livro On the Canon of the New
Testament, parece se contradizer quanto ao assunto, ao afirmar que não via
…razão para abandonar a opinião que tem obtido sanção dos mais competentes eruditos, de que a formação da Peshita
Siríaca deveria ser fixada dentro da primeira metade do segundo século. A própria obscuridade que paira sobre sua
origem é prova da sua venerável idade, porque mostra que cresceu espontaneamente entre as congregações cristãs …
Fosse ela uma obra de data posterior, do terceiro ou quarto século, dificilmente seria possível que sua história fosse tão
incerta quanto é.(54)
E o que dizer dos pais da igreja? Estudos posteriores sobre este período têm sugerido que a tese de Westcott-Hort quanto
às variantes “sírias” carece de uma melhor fundamentação nas evidências. Os estudos publicados por Edward Miller,
editor póstumo de John Burgon, revelam que o assim chamado texto “sírio” é tão ou até mesmo mais atestado pelos pais
da igreja desse período do que os assim chamados textos “ocidental” e “neutro”.
Segundo estes estudos, Orígenes apoia o texto “sírio” 460 vezes, e o texto “ocidental” ou “neutro” 491. Irineu apoia o
texto “sírio” 41 vezes, e o texto “ocidental” ou “neutro” 63 vezes. Já Justino apoia os dois textos praticamente o mesmo
número de vezes. Enquanto que Hippolytus e Methodius apoiam mais o texto “sírio” do que os texto “ocidental” e
“neutro”.(55)
Em resumo, após consultar todos os pais da igreja mortos até o ano 400, Miller verificou que o texto tradicional é apoiado
em uma proporção de 3 para 2 em relação aos textos “ocidental” ou “neutro”.(56) Ou seja, 2.630 a favor de variantes do
texto tradicional contra 1.753 a favor de outras variantes. Considerando apenas os pais da igreja mais antigos (de
Clemente de Roma a Irineu e Hippolytus), a proporção a favor do texto tradicional é ainda maior: 151 contra 84 (isto é,
1,8 para 1).(57)
Ainda que estes números não estejam corretos ou que algumas ou até muitas das variantes consideradas por Miller como
tradicionais não sejam leituras “sírias” puras, como Kenyon alega (58); ainda assim, o que sobrar — não pouco — será
suficiente para tornar praticamente improvável a proposição de Westcott-Hort de que não existem variantes “sírias”
anteriores a Crisóstomo.
A Recensão de Luciano
A explicação fornecida pela teoria de Westcott-Hort para a surpreendente superioridade numérica e harmonia dos
manuscritos “sírios”, é o que tem sido chamado de “a recensão de Luciano”. É no mínimo intrigante que um
acontecimento tão importante quanto esta hipotética recensão não tenha sido registrada, mencionada ou aludida em
nenhum dos documentos históricos de que dispomos. A História não registra absolutamente nada sobre ela.
Por isso mesmo, boa parte dos eruditos — mesmo entre os que defendem o Texto Eclético, tais como Colwell, F. C. Grant,
e Jacob Geerlings — já não apoiam essa teoria, mas consideram que a história do texto “sírio’’, assim como a dos demais,
remonta ao segundo século ou mesmo aos autógrafos.(59)
CONCLUSÃO
Esta exposição e avaliação da teoria de Westcott-Hort é resumida, mas cremos ser suficiente para dar uma idéia dos seus
pontos vulneráveis. O fato é que quase todos os pontos em que ela se baseia podem ser, e têm sido, questionados com
argumentos e evidências bastante plausíveis por eruditos de renome na área. Evidentemente existem também eruditos
de renome que defendem os textos ecléticos. Não se trata de combater idéias com base na autoridade de celebridades. O
que espero ter ficado claro é que os textos ecléticos não têm aceitação universal da parte dos estudiosos. E que mesmo
sendo em número inferior, os que questionam a sua superioridade em nada são inferiores em preparo e erudição. E seus
argumentos nos parecem, na maior parte das vezes, bastante plausíveis.
English Abstract
This article on New Testament textual criticism seeks to expose what several scholars believe are the main weak points of
the Westcott-Hort theory. It is written by a New Testament scholar who is convinced that the Majority Text is the best
Greek text available. He gives a sketch of the main periods of the history of textual criticism, traces the appearance of the
Westcott-Hort theory, and offers a critique of what he considers the main flaws of their theory. The author’s views do not
necessarily reflect the views of the JMC Seminary on this issue.
__________________________
* Publicado anteriormente na revista Fides Reformata 1:2 (1996).
** O autor é ministro presbiteriano, professor de Grego e Hermenêutica no Seminário Teológico Batista Equatorial e
presidente da Associação Reformada Palavra da Verdade, na cidade de Belém. É mestre em Teologia pela Potchefstroom
University for Christian Higher Education (África do Sul) e doutorando em Ministério no Westminster Theological
Seminary, na Califórnia.
1 Este é o texto grego utilizado por versões em português, como a popular Almeida Revista e Atualizada (já na 2a. edição)
e a Nova Versão Internacional. Todas as paráfrases (como a Bíblia na Linguagem de Hoje) também usam este texto.
2 B. F. Westcott & F. J. A. Hort, The New Testament in the Original Greek. Introduction and Appendix (New York: Harper &
Brothers, 1882).
3 Cerca de 90% dos manuscritos – representado nas edições críticas modernas pelos símbolos “M” (gótico) = majoritário
(Nestle-Aland) ou Byz = bizantino (UBS). Embora os manuscritos mais antigos que contêm o Texto Majoritário não
antecedam o século IV (a maioria é dos séculos VI a IX) o texto que refletem era considerado como bem mais antigo,
datando mesmo dos primeiros séculos da era cristã.
4 Especialmente os maiúsculos ) (códice Sinaítico) e B (códice Vaticano).
5 O termo “eclético” refere-se ao fato de que o texto de Westcott-Hort é o resultado de várias escolhas feitas entre
variantes disponíveis, seguindo critérios de evidências internas (como a leitura que melhor se encaixa no contexto, e a
leitura que melhor explica o surgimento de outras variantes), sem maiores considerações para com evidências externas,
tais como a história da transmissão do texto.
6 Uma exposição e avaliação bem mais elaborada pode ser encontrada em Wilbur Pickering, The Identity of the New
Testament Text (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1980), no qual a presente exposição e avaliação em grande parte
se baseiam.
7 F. G. Kenyon, Handbook to the Textual Criticism of the New Testament, 2ª ed. (Grand Rapids: William B. Eerdmans,
1951) 273.
8 Alexander Souter, The Text and Canon of the New Testament (London: Duckworth, 1913) 103.
9 Bruce Metzger, The Text of the New Testament: Its Transmission, Corruption, and Restoration (New York e Oxford:
Oxford University Press, 1968) 129.
10 Kirsopp Lake, The Text of the New Testament. 6ª ed. rev. (Londres: Revington, 1928) 61.
11 Kenyon, Handbook to the Textual Criticism, 294.
12 J. H. Greenlee, Introduction to New Testament Textual Criticism (Grand Rapids: Eerdmans, 1964) 77.
13 Westcott & Hort, The New Testament in the Original Greek, 73.
14 Ibid., 282.
15 Ibid., 283.
16 Ibid., 20.
17 Ibid.
18 Ibid.
19 Ibid., 22.
20 Ibid., 49,106. Por conflação entende-se a combinação ou mistura proposital de duas variantes divergentes produzindo
uma terceira leitura onde as divergências são suavizadas.
21 Mc 6.33; 8.26; 9.38; 9.49; Lc 9.10; 11.54: 12.18 e 24.53 (Ibid., 95-104).
22 Ibid., 106
23 Ibid., 91.
24 Em Recent Developments in the Textual Criticism of the Greek Bible (citado por Pickering, The Identity of the New
Testament Text, 36).
25 Refiro-me principalmente aos papiros Chester Beatty (p45, p46 e p47), e ao papiro Bodmer (p66), descobertos no
início da década de 1930, contendo variantes sírias.
26 Westcott-Hort, The New Testament in the Original Greek, 133.
27 Burgon chama de texto tradicional o que estamos chamando de Texto Majoritário: o texto evidenciado na grande
maioria dos manuscritos.
28 O texto de Westcott e Hort era baseado principalmente nos códices ), B e D. Burgon considera estes manuscritos como
“três das cópias mais escandalosamente corrompidas existentes (…) exibindo os textos mais vergonhosamente mutilados
que podem ser encontrados (…) depositário do maior número de leituras fabricadas, erros antigos e perversões
intencionais da Verdade’’ (The Revision Revised, 16).
29 Burgon preparou um texto revisado, onde exibiu a forma quase final do texto tradicional, corrigindo os defeitos
encontrados no Textus Receptus de Stephanus e dos irmãos Elzevir (Kenyon, Handbook to the Textual Criticism, 307).
30 G. R. Gregory, Canon and Text of the New Testament (Edinburgh: T & T Clark, 1907) 462.
31 Esta coleção encontra-se no Museu Britânico (Souter, The Text and Canon of the New Testament, 102).
32 O título dessa obra, primeiramente publicada em 1871, foi The Last Twelve Verses of the Gospel according to St. Mark
Vindicated Against Recent Objectors and Established (“Os Doze Últimos Versos do Evangelho segundo Marcos,
Defendidos contra Objeções Recentes, e Estabelecidos”).
33 Publicada em 1896, em Londres, por George Bell and Sons.
34 Publicado em 1886 pela mesma editora.
35 Gregory, Canon and Text of the New Testament, 462.
36 George Salmon, Some Thoughts on the Textual Criticism of the New Testament; obra não publicada (Londres, 1897)
33.
37The Identity of the New Testament Text, 41-97. É principalmente no capítulo 4 desta obra que baseamos essa
avaliação.
38 H. H. Oliver, Present Trends in the Textual Criticism of the New Testament, in Journal of Bible and Religion, 30 (1962)
311-312.
39 Metzger, The Text of the New Testament, 201.
40 Citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 42.
41 Em Matth. tom. XV, 14; Patrística Grega, XIII, 1293. K. Clark cita exemplos específicos de alterações deliberadas no
texto com propósitos doutrinários por parte de Marcião (em Lc 10.21; 18.19; Gl 1.1 Rm 1.16), Orígenes (Jo 2.15), Taciano
(Mc 1.41; Mt 17.26), e pelo autor do Evangelho de Tomé (Lc 14.26; Mt 13.44). Cf. K. W. Clark “The Theological Relevance
of Textual Variation in Current Criticism of the Greek New Testament’’ em Journal of Biblical Literature, 85 (1966) 1-16.
42 Westcott-Hort, The New Testament in the Original Greek, 29.
43 Em The Greek New Testament (citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 78).
44 Em External Evidence (citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 79).
45 Esta é a conclusão de C. Clark, professor de latim na Universidade de Oxford, em The Descent of Manuscripts.
46 Em Scribal Habits, 376-387
47 Metzger, The Text of the New Testament, 195.
48 Tais como Mt 27.41, Jo 18.40, At 20.28 e Rm 6.12. Cf. sua obra An Atlas of Textual Criticism, citado por Pickering, The
Identity of the New Testament Text, 59.
49 Eis apenas alguns nomes de eruditos da área os quais confirmam que Hort nunca aplicou a genealogia, ou que o
método é impossível de ser aplicado diante das dificuldades: Parvis, Colwell, Zuntz, Vaganay, Aland.
50 M. M. Parvis, “New Testament Text” em The Interpreter’s Dictionary of the Bible, vol. 4 (Nashville: Abington Press,
1952) 594-614.
51 A. F. J. Klijn, “The Value of the Versions for the Textual Criticism of the New Testament” em The Bible Translator 8
(1957) 127-130.
52 H. C. Thiessen, Introduction to the New Testament (Grand Rapids. Michigan: Eerdmans, 1955) 54-55.
53 Em The Revision Revised (citado por Pickering, The Identity of the New Testament Text, 96).
54 Citado por W. MacLean, The Providential Preservation of the Greek of the New Testament (Westminster Standard,
1977) 20.
55 Cf. Pickering, The Identity of the New Testament Text, 64-65.
56 Burgon, The Traditional Text, ix,x.
57 Kenyon, Handbook to the Textual Criticism, 322-323.
58 Ibid., 323.
59 Pickering, The Identity of the New Testament Text, 94.

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