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O PROFETA

E OS DONS ESPIRITUAIS

PROFETA GILBERTO LUIS

OBJETIVO DA OBRA
Fortalecer a própria fé:
Muitos crentes nos dias de hoje sentem sua fé
abalada quando o cristianismo é submetido a ataques.
Muitos carregam desnecessariamente dúvidas e
questionamentos mal resolvidos e inseguranças. Essas
dificuldades podem atrapalhar o seu viver cristão
(louvor, adoração). Quanto mais soubermos quão
inabaláveis são os fundamentos da nossa fé, mais
motivos teremos para louvá-lo! Não é "menos
espiritual" que nos empenhemos em aprofundar nossos
conhecimentos, mesmo que em outras áreas, se isso nos
levar a glorificá-lo...
Certo de que os objetivos abordados em todos os nossos
livros são:
Ajudar a fortalecer a fé dos nossos irmãos em
Cristo, ou seja, como membros do Corpo de Cristo,
temos o dever de fortalecer a fé uns dos outros. A
instrução mútua é imprescindível em uma igreja sadia.
“Cl.3:16; Habite, ricamente, em vós a palavra de
Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em
toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e
hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso
coração”.

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Remover barreiras intelectuais dos descrentes
A nossa ideia é demolir as construções de
mensagens feitas por pessoas que não se preocupam em
estudar e pesquisar acerca dos assuntos que se propõe a
ensinar.
Mesmo sem um embasamento histórico e cultural,
muitos lecionadores ainda ousam passar para frente
informações e convicções equivocadas, causando,
assim, a propagação de uma verdade pela metade acerca
dos diferentes assuntos abordados nas tribunas de nossas
igrejas, bem como nas salas de aulas.
Sendo assim, me proponho a ser um eterno amante
da missão de proclamar verdade, pesquisada e
certificada pelas fontes fidedignas...

A nossa busca incessante sempre será a de


demonstrar que a fé cristã pode ser incorporada por uma
pessoa sem que a mesma cometa um suicídio
intelectual.
As bases do cristianismo sobrevivem
imaculadamente por investigações e análises de
qualquer natureza (porque estamos falando a Verdade).
Nossa fé é racional, e se emprega de argumentos lógicos
para facilitar o acesso pelos descrentes, e em alguns
casos até desacreditar os inimigos da cruz de Cristo que
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influenciam negativamente outros contra a Verdade.
Obviamente, que o conhecimento se torna uma
ferramenta indispensável nas mãos de um pregoeiro do
evangelho.
A nossa motivação cristã – O valor do estudo de cada
uma de nossas obras se manifesta quando um dos nossos
leitores se propõe em:
Amar ao próximo – Rm.13:8 – A ninguém fiqueis
devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos
ameis uns aos outros: pois quem ama o próximo tem
cumprido a lei.

Humildade – a fim de saber que, para ser alguém, é


indispensável servir a outro alguém, pois a seu valor é
acrescido na medida em que você se entrega a serviços
dos outros.
Auto exaltação – Fp.2:3 - Nada façais por partidarismo
ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um
os outros superior a si mesmo.
Depreciação alheia – Devemos ter respeito e amor pelas
pessoas e eventualmente ir contra ideias erradas que
atrapalham o relacionamento delas com Cristo. O
desmoronamento de anos de convicções equivocadas
pode ser doloroso, mas híper necessário.

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Não é saudável “Ganhar argumentos e perder pessoas
contrárias ao chamado cristão”.
Lembre-se de que o chamado envolve em suma um
preparo da palavra de Deus. I Tm.4:12 – seja exemplo
para os que te rodeiam, no trato, no amor, no espírito, na
fé, na pureza. I Pe.3:15 “Antes, santificai a Cristo, como
Senhor; em vosso coração, estando sempre preparados
para responder a todo aquele que vos pedir razão da
esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com
mansidão e temor; com boa constância, de modo que,
naquilo em que falam contra vós outros, fiquem
envergonhados os que difamem o vosso bom
procedimento em Cristo”.
➢ Oremos antes de iniciarmos o curso e a cada aula.

Que o Senhor Deus te dê entendimento, fome e


conhecimento profundo da Palavra e que todo bloqueio
caia por terra.
Pai em nome de Jesus, estamos na primeira aula e
pedimos que o Senhor venha nos revelar a tua palavra
como ela é, nela não há mentira, não há engano,
porque a tua palavra é a verdade que nos santifica.
Jesus disse que nós já estamos limpos pelo poder da tua
palavra, que a fome permanecerá intacta pois
estaremos firmados na tua verdade revelada através do
Espírito Santo.
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DICAS IMPORTANTES

• Nunca se esqueça de que o objetivo central de todo


livro do seguimento evangélico é lhe oferecer o
máximo de informação acerca do Reino de Deus,
então não seja igual a multidão, que só lê o livro, mas
absorva o conteúdo, e não apenas termine a leitura.
• Leia cada trecho do conteúdo com atenção redobrada,
não se deixando dominar pela pressa.
· Explore profundamente as ilustrações explicativas
disponíveis, pois saiba que elas têm uma função bem
mais importante que enfeitar o texto, são também
fundamentais para exemplificar e melhorar o
entendimento sobre o conteúdo.
• Saiba que quanto mais aprofundaste seus
conhecimentos mais se diferenciará dos demais

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leitores. Todos têm acesso aos mesmos livros, mas o
aproveitamento do conteúdo diverge e muito de um
para o outro.
· Em havendo dúvida busque orientação em outras
fontes complementares. Entenda que a aprendizagem
não se faz apenas no momento em que está realizando
a leitura de um livro, mas sim no dia a dia. Fique
atento às coisas que estão a sua volta e permita
encontrar elementos para reforçar o que você leu.
· Sempre que possível critique o conteúdo, verifique
sempre a aplicação no dia a dia, pois este é o cerne da
obra – lhe ajudar ser melhor do que já é – pois a
leitura só tem sentido quando pode efetivamente ser
colocada em prática.

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SUMÁRIO

Prefácio........................................................................................................11
Biografia.......................................................................................................13
Agradecimentos...........................................................................................14
Dedicatória..................................................................................................15

1 - A PROCEDÊNCIA DOS DONS ESPIRITUAIS......27


O Novo Testamento mostra esta procedência de
diversas maneiras:...............................................................27
1.1. Eles são da graça de Deus.....................................27
1.2. Eles são do Espírito de Deus.................................27
1.3. Eles são da soberania de Deus..............................27
2. O ALCANCE DOS DONS ESPIRITUAIS................28
2.1. Distribuição a cada um..........................................28
2.2. Distribuição aos membros do corpo de Cristo......28
3 - AS FINALIDADES DOS DONS ESPIRITUAIS.....29
3.1. Para serem utilizados............................................29
3.2. Para assistir outros................................................29
3.3. Para a edificação da Igreja....................................29
Os 9 Dons Espirituais....................................................................................31

Palavra de Sabedoria.......................................................33
Palavra de Ciência ou Conhecimento..............................33
Fé.....................................................................................34

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Cura.................................................................................34
Operação de Milagres ou Maravilhas..............................35
Discernimento de espíritos..............................................36
Profecia, Diversidade de línguas, Interpretação de línguas
.............................................................................................37
O profeta não deve se vender.....................................................................67

Prefácio

O autor e Pastor Gilberto Luiz, tem mais uma vez


garimpado em uma inesgotável fonte de conhecimentos
chamada bíblia... E através das suas infindáveis
experiências vividas..., ‘para fins de conhecimentos’, ele
nos traz verdades que sem uma ampla dedicação e
comunhão com o Espírito Santo, jamais seriam

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possíveis tê-los. Ele, como em tantas outras vezes, cria
mais um trabalho onde os segredos da linguagem dos
profetas são amplamente desnudados diante dos que
buscam crescer no assunto inerente a vida de um
profeta.
Para mim já é notório que adquirir um trabalho do
Pastor e amigo, Gilberto Luiz, é sinônimo de
crescimento e investimento na vida espiritual e
ministerial.
Tenho a plena certeza de que, assim como eu,
muitos serão enriquecidos a medida em que folhear as
ricas páginas, não somente deste trabalho, mas de todos
os demais elaborados pelo abalizado amigo, pastor e
escritor Gilberto Luiz.

Pr. Cleovanio Lima


Editor Chefe;
Escritor e Conferencista

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Biografia

O PROFETA GILBERTO LUIS é um Homem com


Chamado Profético e uma paixã o pela presença de Deus.
Desde 2014, apó s um acidente de automó vel, no qual
ele entendeu ter sido um tratamento de Deus, devido a
ignorar as profecias recebidas por meio de vários profetas ao
longo de seis anos, Gilberto teve um encontro pessoal com
Deus o qual transformou a sua vida e o seu ministério.
Deus o preparou e o chamou como uma Voz Profética e
a partir de 2015, o Senhor deu instruçõ es diretas para liberar
a unçã o profética sobre esta geraçã o.
Atualmente o ministério profético afeta indivíduos,
comunidades e naçõ es. O profeta Luis tem um chamado
especial aos ministros, pastores e líderes que precisam de

11
treinamento, mentoria e estã o focados em levantar um
movimento genuíno da Gló ria de Deus em sua geraçã o.
As imersõ es e as escolas Impacto Proféticos NEVI’IN
sã o focadas em demonstrar o Reino de Deus com poder e
treinar pessoas emergentes para que esta geraçã o possa
vencer e servir ao povo de Deus com amor , equipando,
treinando, mentorando e ativando líderes da Igreja de
diferentes continentes do mundo.

Agradecimentos

AO DEUS TODO PODEROSO E SEU


FILHO JESUS CRISTO, OS QUAIS AMO
INCONDICIONALMENTE

12
A MINHA ESPOSA, PASTORA
AMANDA E NOSSO FILHO PRECIOSO
ANTHONNY ROMPATO.

GRATIDÃO, ISTO RESUME TUDO EM


MINHA VIDA.

Dedicatória

AO ÚNICO DEUS QUE É DIGNO DE


TODA GLÓRIA, DEDICO ESTE LIVRO.

LOVE YOU GOD!

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CAPÍTULO I
dons espirituais

· Os dons espirituais são concedidos pelo Espírito Santo de


Deus. Ora, em outras palavras, isso significa dizer que o
Espírito é o agente responsável por conceder dons
espirituais a igreja. (I Co 12:1-11.)

Os dons espirituais estão associados, também, aos


frutos do Espírito. Graças a Deus que ainda existe um
povo que ama a Deus e que se preocupa e zela pelos

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frutos produzidos através do Espírito Santo, pois
somente eles testificam que somos realmente salvos:
Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a
concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o
Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se
um ao outro, para que não façais o que quereis. Mas, se
sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.

· Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade,


benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra
estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram
a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos
em Espírito, andemos também em Espírito. (Gálatas 5:16-
25)

Há muitas pessoas que desejam receber dons


espirituais, mas não os conhecem, e tampouco se
preocupam em buscar entendimento que estão
disponíveis a todos que permeiam no caminho do
Senhor.

Por conta da alarmante ausência de interesse por


parte daqueles que almejam os dons espirituais, é que
encontramos muitas pessoas bagunçando aquilo que não
detém o conhecimento, bem como outros que ficaram
frustrados após algum encontro com algum ‘inusitado
profeta’, pois há pessoas que até possuem os dons, mas

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não se preocupam em exercitá-los e por isso não os
usam para os fins devidos.

O motivo das diversas pessoas não depositarem


credibilidade nos profetas enviados por Deus, bem
como nos dons portados por ele, é pelo fato de Deus
mandar falar dez palavras e ele entregar vinte, ou ao
contrário, Deus manda falar dez e ele entrega apenas
oito. Isso bagunça o ministério profético, pois pelo erro
de um, todos são jugados.
Assim como todos que almejam ser elevado em
alguma posição ministerial, seja ela de apóstolo, profeta,
evangelista, pastor ou mestre, certamente terá que se
propor a passar por uma lapidação, bem como por um
aperfeiçoamento, a fim de trabalhar para o crescimento
do Reino. (Efésio 4:11-16)

Crescendo na graça e no conhecimento

Lembrando que, dons espirituais é algo diferente do


ofício profético, pois há pessoas que foram chamadas
para ser profetas, mas não estão qualificadas para
administrar os dons proféticos.

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Certamente que foi pelo motivo de tantas pessoas
ostentarem ser profetas, devidos aos dons que possuíam,
que Pedro teve que ensinar a urgência e a importância,
dos que se propõe a trabalhar na vinha do Senhor, que
eles deveriam crescer na graça e no conhecimento.

· Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso


Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e
para sempre! Amém. (2 Pedro 3:18)

O que é um dom profético, ou, o que é o dom da profecia e o que


é ser um profeta?

Precisamos entender que nem todo aquele que


profetiza ou é habilitado no dom da profecia, pode ser
recebido como profeta.

O que são dons espirituais?

O dom, na verdade, é um presente de Deus dado a


alguém, segundo a soberana vontade d’Ele, ou seja,
quando alguém recebe um dom, na verdade, ele está
recebendo um presente de Deus.

Partindo do princípio de que não se pode tomar os


presentes que já foram entregues, então isso vale
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também para os dons presenteados por Deus para
aqueles que Ele decidiu dar, então não podem ser
revogados ou tomados de volta.

Segundo a carta de Paulo aos Romanos, os dons


são irrevogáveis desde que eles tenham sido entregues a
alguém, pois uma pessoa pode até se desviar do
caminho da fé, mas os dons imputados a esta pessoa
continuam com ela, mesmo que muitas vezes de forma
adormecidos, mas ainda sim continua com ela. Logo,
mesmo vivendo longe da casa do pai, assim como o
filho pródigo fez, os dons permanecem.

Entretanto, acontece e muito, das pessoas se


distanciarem da casa do Pai e não perderem os dons que
receberam da parte do Espírito Santo, e ao regressarem,
certamente são bem recepcionadas por Deus,
automaticamente terão os seus pecados perdoados, bem
como as suas vestes trocadas, são calçados e honrados
com o anel que nunca deveriam ter perdido, e por fim
são coroados com uma festa financiada por Deus e
recebem de volta a herança perdida.

· Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos


comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo,
seu Filho, nos purifica de todo o pecado. (1 João 1:7)

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Após a regeneração concedida por Deus, os dons
que estavam estagnados dentro da pessoa perdoada, são
reativados, ou seja, voltam a funcionar de maneira plena
para os devidos fins que Deus propôs.

· Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por


profecia, com a imposição das mãos do presbitério. (1
Timóteo 4:14)

Lembrando que, na maioria das vezes, a presença


de um profeta que esteja com os dons ativados, será
necessário, para que, através da oração e imposição de
mãos, sejam reativados os dons na pessoa renovada. Em
resumo, é necessário estar debaixo de uma unção que
tenha o chamado e a capacidade, bem como a
maturidade a altura, a fim de destravar tudo quanto está
travando no mundo espiritual.

Uma vez ativado os dons, seja ele de profetizar, de


curar, de revelar, etc., a pessoa passa a ser cobrada por
Deus para atuar na área específica para a qual foi
resgatada do mundo da perdição. Portanto, não se
assuste se você for constantemente atraído a lugares que
estejam carentes daquilo que Deus colocou dentro de
você!

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Como já apresentamos anteriormente, os dons são
presentes concedidos às pessoas, segundo a vontade de
Deus, mas também são ferramentas e habilidades do
corpo... Quando alguém contrai uma indesejável dor de
cabeça ou fratura uma perna, ela não passa pomada nas
áreas afetadas, mas busca um médico especializado que
aplicará a dose certa do antídoto correto para conseguir
a restauração favorável do membro afetado.

· Contudo, buscai com zelo os melhores dons... (I Coríntios


12:31)

Porém, acima de tudo, nunca devemos nos


esquecer, de forma alguma, que os dons espirituais são
concedidos apenas pelo Espírito Santo de Deus a todos
os membros do Corpo de Cristo. O Novo testamento nos
ensina que cada membro do Corpo de Cristo tem pelo
menos um dom (I Co 12:12-31). Aquele que não
conhece os seus dons, não é porque Deus não lhe deu
dons; é simplesmente porque não se preocupou em
descobrir.

Há inúmeros servos de Deus que são movidos em


diferentes áreas, pois há aqueles que são usados no dom
da fé, outros no da profecia, já existem outros que
portam o dom da caridade e o dom da cura e assim
sucessivamente. (I Co 12:4-11)

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Como também existem alguns que compartilham
dos dons que Deus lhe confiou a outros, ou seja, aquele
é portador de algum dom ativado, pode muito bem ser
usado por Deus, por meio de oração, ativar o dom em
outra pessoa que não tem dom nenhum, como também
pode despertar o dom adormecido em outras pessoas
que são chamados para algum desígnio.

· E saiu Moisés, e falou as palavras do Senhor ao povo, e


ajuntou setenta homens dos anciãos do povo e os pôs em
roda da tenda. Então, o Senhor desceu na nuvem e lhe
falou; e, tirando do Espírito que estava sobre ele, o pôs
sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o
Espírito repousou sobre eles e profetizaram... (Números
11:24-25)

Entretanto, apesar das muitas diversidades de dons,


pelos quais os servos e servas de Deus são usados, o
Espírito permanece o mesmo, e compartilha, de forma
particular, segundo a sua soberana vontade, segundo a
inteira necessidade da obra de Deus.

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CAPÍTULO II
A correta utilização dos dons
espirituais

Há indivíduos que se revelam extremamente talentosos em determinadas


áreas, como por exemplo: na música, na oratória, no ensino, nas artes,
nos esportes, etc. Os talentos ou aptidões naturais já nascem com as
pessoas, sendo algo inerente à vida humana. Tanto cristãos quanto não-
cristãos possuem talentos naturais, que são dados para a glória de Deus.

Os dons espirituais são concedidos pelo Espírito Santo aos cristãos para o
serviço e adoração ao Senhor. Na Igreja de Corinto estavam presentes
atitudes errôneas quanto ao uso dos dons espirituais, chegando alguns a
utilizá-los com nível de vaidade espiritual. 

Havia entre os coríntios uma atitude de se cultivar o espetacular e o


fascínio pelo sobrenatural, o que refletia nas práticas pagãs. É preciso
deixar claro que nem todas as manifestações de entusiasmo religioso
provêm de Deus.

Este Livro pretende apresentar alguns princípios para uma correta


utilização dos dons espirituais, e contudo oferecer uma análise
pormenorizada de cada um deles. Eles são encontrados em Romanos
12:3-8; I Coríntios 12; Efésios 4:7-12 e I Pedro 40:11. 

1 - A PROCEDÊNCIA DOS DONS ESPIRITUAIS


Os dons do Espírito são dádivas de Deus, como resultado de Sua graça e
presença ativa na vida de Seu povo.

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O Novo Testamento mostra esta procedência
de diversas maneiras:
1.1. Eles são da graça de Deus.
A própria palavra "dom" indica que é algo dado por Deus, sendo um favor
imerecido de Deus. Esta dádiva é gratuita e espontânea. Isso está
evidente em Romanos 12:6; Efésios 4:7 e I Pedro 4:10.

1.2. Eles são do Espírito de Deus.


Em I Coríntios 12:1 a ideia é de algo espiritual: "A respeito dos dons
espirituais". O verso 11 do mesmo capítulo diz que é o "Espírito" quem
distribui como lhe apraz. É o Espírito Santo quem nos dota de dons
espirituais. Para o escritor John R. W. Stott "O Espírito Santo é o
Executivo da Divindade".

1.3. Eles são da soberania de Deus.


Os dons são presentes graciosos e a distribuição é Soberana. "Mas um só
e o mesmo Espírito realiza todas estas cousas, distribuindo-as como lhe
apraz, a cada um, individualmente" (I Co 12.11).

Assim sendo, mesmo que tenhamos que "procurar os melhores dons" (I


Co 12:31), a partilha não depende da vontade humana, mas da vontade
soberana do próprio Espírito Santo (Hb 2:1-4). 

Daí, não há nenhuma justificativa para inveja, arrogância e nem


frustração. Cada cristão precisa estar contente com o dom que recebeu e
nunca ter inveja dos outros por terem dons que você ainda não recebeu.

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2. O ALCANCE DOS DONS ESPIRITUAIS
Há uma diversidade bem como uma distribuição ampla dos dons. O dom
não é privilégio de um grupo seleto ou de uma determinada comunidade
religiosa.

2.1. Distribuição a cada um.


Em Romanos 12:3,6; I Coríntios 12:11; Efésios 4:7 e I Pedro 4:10 há
referência clara quanto à distribuição dos dons espirituais a "cada um".
Todo cristão tem pelo menos um dom, mesmo que este esteja
adormecido ou inativo. A Bíblia ensina que o cristão não é dotado de
todos os dons.

2.2. Distribuição aos membros do corpo de


Cristo.
O Apóstolo Paulo utiliza a metáfora do corpo para falar sobre a Igreja
como corpo de Cristo. Neste corpo composto de sistemas coordenados,
cada membro tem uma função distinta, ou seja, diferente (Rm. 12:4-6; I
Co. 12:12,14,27).

Assim como é no corpo humano, é no Corpo de Cristo. Cada cristão tem


um dom espiritual e é responsável pela sua funcionalidade. Nenhum
cristão fica esquecido pelo Espírito Santo.

Portanto, o trabalho da Igreja não pode ficar apenas nas mãos de uns
poucos líderes, pois os dons são dados a todos. A desculpa de que não há
na Igreja pessoas capacitadas é anti-bíblica, pois a "cada um" o Espírito
concede dons para o desempenho da obra.

3 - AS FINALIDADES DOS DONS ESPIRITUAIS


É preciso perguntar agora: para que o Espírito distribui dons espirituais?

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3.1. Para serem utilizados.
Os dons são funcionais. A Bíblia diz que somos "despenseiros da
multiforme graça de Deus", e recebemos a ordem para sermos "bons
despenseiros" (I Pe: 4.10). Na Igreja não há lugar para a ociosidade ou
comodismo.

3.2. Para assistir aos outros.


Os dons precisam auxiliar a outras pessoas. Eles são altruístas e não são
doações para ajudar, confortar e enaltecer a nós mesmos. Conforme a
tradução da Bíblia de Jerusalém, "cada um recebe o dom de manifestar o
Espírito para a utilidade de todos" (I Co 12:7). Veja a recomendação do
Apóstolo Pedro em I Pe 4:10.
 

3.3. Para a edificação da Igreja.


"... procurai progredir, para a edificação da Igreja" (I Co 14.12). Os dons
são dados para a edificação pessoal e coletiva. Quanto mais eles edificam,
mais valiosos eles são. A falta de crescimento de muitas congregações
acontece devido a utilização incorreta dos dons (Ef 4: 12-16) para unir a
Igreja.

Está claro que a distribuição dos dons atinge a todos os membros do


Corpo de Cristo. Ninguém fica sem ele. A unidade precisa ser preservada
dentro da diversidade dos dons, pois o Espírito é o mesmo (I Co
12.4,5,11). É lamentável que a interpretação do significado dos dons tem
provocado tantos desentendimentos. A Bíblia recomenda que não haja
divisões na Igreja (I Co 1.10).

É preciso deixar claro, de modo conclusivo, que uma coisa é o Dom do


Espírito, o qual o cristão recebe por ocasião da sua conversão a Cristo, e
outra coisa são os dons do Espírito, que o Espírito Santo faz depois que se
encontra no coração do homem. 
Eles são dados de modo soberano e livre pelo Espírito Santo, a cada um
segundo a Sua vontade e sempre com uma finalidade prática e útil. Cada
cristão deve buscar uma intimidade maior com Deus para compreender

25
qual é o seu dom e aplicá-lo ao serviço do Mestre. 

Procure uma integração mais dinâmica em sua Igreja, se envolvendo


mais em suas atividades e assim o Espírito Santo estará conferindo a você
os Seus dons, qualificando-o para melhor servir ao Senhor. 

Saiba que Deus quer usá-lo e através de sua vida Ele estará realizando os
Seus propósitos e manifestando a Sua graça abundante em Sua Igreja.
Coloque-se integralmente e sem reservas diante daquele que deseja que
você seja "perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (II Tm
3.17).
 

· Os dons espirituais são concedidos pelo Espírito Santo de


Deus. Ora, em outras palavras, isto significa dizer que o
Espírito é o agente responsável por conceder dons
espirituais a igreja. (I Co 12:1-11.)

CAPÍTULO III
Os 9 Dons Espirituais
É importante salientarmos que na nossa convicção, os Dons Espirituais estão
ativos e disponíveis à Igreja do Senhor Jesus Cristo para edificação dos santos,
isto é, vigoram nos dias atuais, isso quer dizer que este expediente da
comunicação sobrenatural de Dons por parte do Espirito Santo de Deus, não
morreu com os Apóstolos, mas nos é dada hoje, segundo a vontade Daquele que
distribui a cada um como quer e a quem quer.
O apóstolo Paulo diz aos Coríntios:
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós
bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
Portanto vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de
Deus, diz: Jesus é anátema! e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo

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Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação
do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um, pelo Espírito, é
dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de
ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os
dons de curar; e a outro a operação de milagres; e a outro a profecia; e a outro
o dom de discernir os espíritos; e a outro a diversidade de línguas; e a outro a
interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas
coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer” (1 Cor. 12:1-11).
Como podeis ver, Paulo desejava que os crentes (não só os de Corinto) não
estivessem na ignorância acerca dos dons espirituais. Ora, de qual ignorância
fala neste caso? Da que ignora a existência dos dons espirituais ou da que ignora
as suas funções no corpo de Cristo e o seu correto uso? Considerando que aos
Coríntios não faltava algum dom, porque isso o diz Paulo no início da sua
epístola, e no meio deles havia quem falava em outra língua e quem profetizava
(porque isso se evidência pelo discurso que Paulo faz a seguir), Paulo não queria
que os Coríntios estivessem na ignorância acerca do uso dos dons.

É claro porém que se crentes ignoram a existência dos dons espirituais (nada de
admirar, se se considerar que ao tempo de Paulo haviam até crentes que por um
certo tempo não sabiam da existência do Espírito Santo) é necessário instruí-los
para que esta ignorância cesse de existir, sendo que os dons são para a Igreja,
para a sua edificação e não para a sua destruição. Paulo o diz claramente: a cada
um é dada a manifestação do Espírito para o que for útil. Notem bem estas
palavras: “para o que for útil”, elas anulam todos aqueles raciocínios que querem
fazer crer que os dons do Espírito Santo hoje não são mais necessários.

De fato se naquele tempo a manifestação do Espírito era útil à Igreja,


consequentemente ela tem de ser útil também agora à distância de mais de mil e
novecentos anos. Se o Espírito edificava a Igreja pelos seus dons, certamente Ele
continuará a edificá-la mediante aqueles mesmos dons ainda hoje. Se o Espírito
naquele tempo desejava edificar a Igreja de Deus por meio dos seus dons, de
certo deseja edificá-la ainda hoje.
Ou porventura alguém pode demonstrar que este não é o sentimento do Espírito?
Não, não há ninguém que possa demonstrar que o sentimento e o operar do
Espírito tenham mudado, e não há ninguém que possa mudar o seu sentimento e
o seu operar.
Ele ainda hoje distribui os seus dons como Ele quer, e não há ninguém que o
possa impedir. Ora, como vimos o Espírito é um, mas os dons são variados. Em
outras palavras o Espírito Santo concede manifestações diversas no seio da
Igreja de Deus. E isto porque as necessidades na Igreja são diversas; um pouco

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em suma como no corpo humano, em que há diversos membros com diversas
funções com base nas necessidades.
Os olhos capacitam a visão, os ouvidos a audição, os pés a caminhada, a boca a
comer e a se comunicar, o estômago e o fígado digerir o alimento, etc.
Assim também no corpo de Cristo, dado que as necessidades são variadas, o
Espírito dá a cada um capacidades diferentes para suprir às diversas
necessidades presentes no seio da irmandade. Ele não dá a todos a mesma
manifestação do Espírito, mas a todos Ele dá uma manifestação de acordo com a
vontade de Deus.
A vontade de Deus, porém não exclui de modo algum o desejar dos crente a
estes dons, de fato Paulo diz várias vezes para ambicionar os dons espirituais:
“Desejai ardentemente os maiores dons” (1 Cor. 12:31), “procurai abundar
neles, para edificação da igreja” (1 Cor. 14:12), diz Paulo.
A coisa é clara, estes dons devem ser objeto de busca por parte de todos nós,
ninguém excluído. Não há uma categoria de crentes que está excluída desta
busca. Todos devem estar envolvidos nela. Quem não os deseja, na realidade,
não quer que a Igreja seja edificada pela manifestação do Espírito.
Ele não quer que a Igreja de hoje seja edificada por meio dos dons, como o era a
igreja antiga. Mas vejamos de perto estes dons de que fala Paulo, a fim de
compreender o porquê deles serem dados para a edificação do corpo, a fim de
compreender a sua utilidade.
Palavra de Sabedoria.
Este dom é a revelação de um fato que deve acontecer. Revelação que pode ser
dada por meio de uma visão, de um sonho, ou por meio de uma voz escutada.
Alguns exemplos da palavra de sabedoria na Escritura são os seguintes. Em
Antioquia um certo profeta de nome Ágabo levantando-se “dava a entender pelo
Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo; e isso aconteceu no
tempo de Cláudio César” (Atos 11:28).
Ainda Ágabo, alguns anos depois, desceu a casa de Filipe “tomou a cinta de
Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo:
Assim ligarão os judeus em Jerusalém o varão de quem é esta cinta, e o
entregarão nas mãos dos gentios” (Actos 21:11). Também neste caso a predição
de Ágabo se cumpriu.
Palavra de Ciência ou Conhecimento.
Este dom é a revelação de um facto que está acontecendo ou que já aconteceu.
Também esta revelação pode ser dada em visão ou em sonho ou mediante uma
voz. Alguns exemplos bíblicos em que encontramos a manifestação deste dom
são os seguintes. Jesus disse à mulher samaritana:

28
“Vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho
marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; porque tiveste cinco
maridos, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. Disse-
lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta” (João 4:16-19).
A mulher compreendeu por esta palavra de ciência que quem lhe falava era um
profeta.
O apóstolo Pedro através de uma palavra de ciência, veio a saber que Ananias e
Safira tinham vendido a propriedade deles por um preço superior ao valor que
Ananias levou aos pés dos apóstolos, e este lhe disse:
“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o
possuías, não era teu? e vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois,
formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”
(Atos 5:3-4).
E por esta sua mentira foi morto por Deus, juntamente com sua mulher que
mentiu depois dele.
Fé.
A fé de que Paulo fala como dom, não é a fé que vem pelo ouvir a Palavra de
Deus e pela qual se é salvo e se recebe o Espírito Santo.
É uma fé especial concedida pelo Espírito Santo a alguns em certas ocasiões
para fazer alguma coisa em particular. Por exemplo: Jesus mediante este dom
matou a fome de milhares de pessoas por duas vezes, com poucos pães e poucos
peixes (Mateus 14:15-21; Mar. 6:30-44; João 6:1-15, e Mat. 15:32-37; Mar. 8:1-
9).
Caminhou sobre as águas do mar da Galileia. (Mat. 14:25; Mar. 6:48), e em um
instante fez secar uma figueira (Mat. 21:18-19).
Cura
Os dons da cura é um dom que capacita pessoas para essa determinada função.
Como no caso de Jesus, o poder do Senhor estava com ele para fazer curas
(Lucas 5:17). Jesus deu o poder de curar os enfermos aos seus doze discípulos
conforme está escrito:
“E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos
imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal”
(Mat. 10:1; Lucas 9:1-2).
E eles curavam os doentes, vivendo Jesus, conforme está escrito:
“E, saindo eles, percorreram todas as aldeias, anunciando o evangelho, e
fazendo curas por toda a parte” (Lucas 9:6).
Também o apóstolo Paulo tinha dons de curar de fato, em Malta está escrito:

29
“Aconteceu estar de cama, enfermo de febre e disenteria, o pai de Públio;
Paulo foi visitá-lo, e havendo orado, impôs-lhe as mãos, e o curou. Feito isto,
vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades, e eram
curados” (Atos 28:8-9).
Cuide-se bem porém, para evitar pensar que quem tem os dons de curar pode
usá-lo indiscriminadamente, porque para que a cura possa acontecer, necessita
de fé por parte do doente (recordai-vos que em Nazaré Jesus não pôde fazer
muitas obras poderosas por causa da incredulidade que havia naquela cidade) e
também é necessária a permissão de Deus, ou seja, que a cura do indivíduo entre
no querer do Senhor para com ele naquele tempo.
A respeito disso façamos presente que Paulo quando escreveu a Timóteo a
primeira epístola ainda não tinha curado Timóteo das suas frequentes
enfermidades (1 Tim. 5:23), e quando lhe escreveu a segunda epístola disse a
Timóteo de ter deixado Trófimo doente em Mileto (2 Tim. 4:20). Isto nos ensina
que quem recebe os dons de curar deve também se submeter à vontade de Deus.
Uma outra coisa a dizer sobre as curas é que quando um crente não tenha os
dons de curar, ele deve orar pelos irmãos doentes para que Deus os cure: Tiago
diz: “Orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tiago 5:16). Note-se que é
uma ordem e não algo de facultativo. A cura acontece pelo poder de Deus,
mediante a fé por parte do doente no nome do Senhor Jesus. Para descrever isto
não há melhores palavras do que aquelas que Pedro dirigiu aos Judeus depois de
ter curado o coxo à porta do templo dita ‘Formosa’:
“E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este homem que vedes e
conheceis; sim, a fé, que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta
perfeita saúde” (Atos 3:16).
Esta palavra pode dizer a todo aquele que recebeu os dons de curar depois de ter
curado um doente. Se desejam ardentemente os dons de curar, e quem os recebe
os ponha ao serviço dos homens sem pedir compensações de nenhum gênero e
mantendo-se humilde e puro. Que o nome do nosso grande Deus seja glorificado
através das curas feitas em nome de Cristo; e as obras do diabo destruídas.
Que se reconheça ainda hoje que no meio da Igreja há um Deus que cura toda a
doença, que pode fazer e faz o que nenhum médico pode fazer. A Ele seja a
glória em Cristo Jesus. Amém.
Operação de Milagres ou Maravilhas.
Como se pode bem ver este dom é distinto dos dons de curar, porque enquanto
os dons de curar dizem respeito a curas de um mal o dom de poder de operar
milagres diz respeito à operação de sinais e prodígios diversos. Aquilo que se
deve ter presente é que este dom é um poder de fazer determinadas coisas por
ordem de Deus. Para explicar este dom com as Escrituras citarei os exemplos de
Moisés e o das duas testemunhas que devem aparecer antes da vinda de Cristo.

30
De Moisés é dito que quando Deus lhe apareceu na chama de uma sarça ardente
lhe ordenou a descer ao Egito para libertar o seu povo da mão de Faraó. Deu-lhe
o poder para fazer sinais e prodígios diante de Faraó, então lhe disse:
“Quando voltares ao Egito, atenta que faças diante de Faraó todas as
maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração,
para que não deixe ir o povo” (Ex. 4:21).
No caso dos dois ungidos que devem aparecer está dito no livro do Apocalipse:
“Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua
profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir
a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (Ap. 11:4-6).
Como se pode bem ver a autoridade recebida por Moisés e a que receberão os
dois ungidos diz respeito a fazer coisas que não estão relacionadas com curas
físicas.
Discernimento de espíritos.
Mediante este dom o Espírito Santo capacita o crente a discernir a presença de
espíritos malignos em pessoas ou próximo de pessoas ou ver os espíritos
enquanto operam malvadamente. Existem espíritos de vários géneros, isto é,
ocupados em fazer várias formas de maldade. Existem espíritos que provocam
mudez e surdez, como o que expulso daquele menino epiléptico por Jesus, de
fato Jesus lhe disse:
“Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele” (Mar.
9:25).
De modo que nestes casos para que a cura se faça é necessário discernir o
espírito ou os espíritos que provocam as doenças para depois expulsá-lo ou
expulsá-los em nome de Cristo Jesus. Existem espíritos enganadores que estão
ocupados em enganar; Paulo diz que em dias vindouros “alguns apostatarão da
fé, dando ouvidos a espíritos enganadores….” (1 Tim. 4:1).
Destes espíritos os há muitos no seio do povo de Deus; mediante eles toda a
sorte de falsa doutrina é feita crer a certos crentes. Existem espíritos que fazem
sinais e prodígios; João viu alguns deles em visão e diz:
“E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi sair
três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios,
que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os
congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso” (Ap. 16:13-
14).
Note que neste caso João diz ao que se assemelhavam a estes espíritos, porque
todos os espíritos têm uma semelhança. Há espíritos que se assemelham a
macacos, outros a rãs, outros a crocodilos, outros a serpentes, outros a cabras, a
porcos, etc.

31
Profecia, Diversidade de línguas, Interpretação de línguas
Examinaremos estes três dons à luz do ensinamento de Paulo na 14 da primeira
epístola aos Coríntios. O apóstolo Paulo diz: qual o dom espiritual os crentes
devem buscar primeiro? a saber, o de profecia, de fato diz desejar
“principalmente o de profetizar” (1 Cor. 14:1). Porque exatamente este e não o
dom da diversidade das línguas (ou seja a capacidade de falar várias línguas
estrangeiras) por exemplo?
Paulo o explica pouco depois.
“Porque o que fala em outra língua não fala aos homens, mas a Deus; pois
ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. Mas o que profetiza fala
aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala em outra
língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. Ora, quero
que todos vós faleis em outras línguas, mas muito mais que profetizeis, porque
quem profetiza é maior do que o que fala em outras línguas, a não ser que
também interprete para que a igreja receba edificação” (1 Cor. 14:2-5).
Está explicado então o motivo que a profecia é preferível às línguas (como dom
naturalmente).
Porque enquanto quem fala em outra língua fala a Deus (obviamente quem
também fala em uma só língua estrangeira, pois não tem o dom da diversidade
das línguas, fala a Deus) pois ninguém o percebe e fala mistérios, e para que a
igreja entenda o que ele disse e receba edificação é necessário alguém que tenha
o dom de interpretação para interpretar o seu falar estrangeiro; quem profetiza
fala aos homens uma linguagem de edificação, consolação e exortação, que
como é falado na língua percebida por todos, assim não tem necessidade de ser
interpretado e edifica a igreja.
Como vimos, Paulo diz que queria que todos falassem em outras línguas, mas
muito mais que todos profetizassem porque quem profetiza é superior a quem
fala em outras línguas (pela razão adotada antes). Mas esta superioridade cessa
de existir se quem fala em outras línguas também interpretar. Paulo diz: “A não
ser que também interprete para que a igreja receba edificação”. No caso de quem
fala em outras línguas interpretar, a igreja também entenderá o que o Espírito diz
em outras línguas através do profeta de Deus, e toda congregação receberá a
edificação.
Façamos um exemplo explicativo, colocaremos o seguinte caso: no meio da
assembleia, um irmão ora em outra língua a Deus, pedindo-lhe para libertar uma
pessoa que está na Costa do Marfim, pois têm homens malvados que se
preparam para matá-lo por causa da sua fé, e que depois de assim terem orado,
interprete a oração dirigida a Deus em outra língua. Que acontecerá na
assembleia? Acontecerá que os crentes poderão dizer ‘Amém’ àquela oração
porque terão percebido no que ela consistia. E naturalmente todos receberão
grande edificação ao saber que o Espírito, pela boca daquele crente, intercedeu

32
por um filho de Deus a eles desconhecido, que se encontra numa nação de um
outro continente.
No caso, o falar em outras línguas antes consistisse num cântico a Deus, então a
igreja perceberá as palavras daquele cântico espiritual. Eis o porquê a igreja
receberá edificação pela interpretação das línguas. Não é como alguns creem,
por falta de conhecimento, que as línguas junto com a interpretação é uma
profecia, ou seja, um falar aos homens, e por isso a igreja receberá edificação.
Porque a edificação não se recebe exclusivamente ouvindo falar uma mensagem
de exortação, consolação e edificação dirigida aos homens, mas também
ouvindo uma oração ou um cântico (neste caso interpretado de uma outra
língua). Isto está fora de dúvida. Ora, Paulo depois de ter dito a não ser que ele
interprete para que a igreja receba edificação diz:
“Se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se
entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar. Há, por
exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significado.
Se, pois, eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o
que fala será bárbaro para mim. Assim também vós, já que estais desejosos de
dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja. Por isso, o
que fala em outra língua, ore para que possa interpretar. Porque se eu orar em
outra língua, bem ora o meu espírito, mas o meu entendimento fica infrutífero.
Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento;
cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” (1 Cor.
14:9-15).
Estas palavras do apóstolo têm o evidente objetivo de fazer perceber aos crentes
que o falar em outra língua no meio da assembleia não será de nenhuma
utilidade aos outros se não for acompanhado pela interpretação. Em outras
palavras, o falar em outra língua privado da interpretação é como uma trombeta
que dá um som desconhecido; é como alguém que fala uma língua bárbara da
qual não se percebe nada. Aproveita sim a quem fala em outra língua porque o
edifica (o edifica não porque percebe aquilo que diz, mas porque fala pelo
Espírito), mas não aproveita à igreja porque ela não entende o que é dito. Eis
porque Paulo diz: “Por isso, o que fala em outra língua, ore para que possa
interpretar” (a fim de poder edificar a igreja, além de a si mesmo). Porque se eu
oro em outra língua ora o meu espírito, mas o meu entendimento fica infrutífero.
Então que devo fazer, eu que oro em outra língua? pergunta Paulo.
Orarei em outra língua (com o espírito) mas também interpretarei (orarei
também com o entendimento); cantarei em outra língua (com o espírito) mas
também interpretarei o meu cantar (cantarei com o entendimento). Isto para que
a igreja receba edificação. E logo depois Paulo diz:
“De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o amém sobre a
tua ação de graças aquele que ocupa o lugar de indouto, visto que não sabe o
que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado.

33
Dou graças a Deus, que falo em outras línguas mais do que vós todos. Todavia
na igreja eu antes quero falar cinco palavras inteligíveis, para que possa
também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida” (1
Cor. 14:16-19).
Paulo em outras palavras diz: em caso contrário se tu não fazes como eu te digo,
isto é, no caso de tu orares ou cantares em outra língua sem dar a interpretação
como poderá o ouvinte dizer ‘amém’ à tua ação de graças? (nota-se que, Paulo
falando assim, confirma que o crente quando fala em outra língua se dirige a
Deus e quando se encontra junto a outros crentes?). Não poderá; sim realmente
tu farás uma bela ação de graças, mas o outro não será edificado. Eu dou graças
a Deus que falo em outras línguas mais que todos vós, isso, não obstante na
igreja prefiro dizer cinco palavras compreensíveis que dez mil em outra língua.
E depois ele diz:
“Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e
adultos no entendimento” (1 Cor. 14:20).
Como dizer, na simplicidade sede como as crianças, mas não sejais crianças
quanto à inteligência, sede antes adultos quanto à inteligência. A este ponto
Paulo cita estas palavras pronunciadas por Deus por meio de Isaías:
“Está escrito na lei: Por gente de outras línguas e por lábios de estrangeiros
falarei a este povo; e nem assim me ouvirão, diz o Senhor” (1 Cor. 14:21).
E depois diz:
“De modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os
incrédulos; a profecia, porém, não é sinal para os incrédulos, mas para os
crentes. Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem em
outras línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que
estais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indouto entrar,
por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração se
tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus,
proclamando que Deus está verdadeiramente entre vós” (1 Cor. 14:22-25).
Aquele “de modo que” depois daquelas palavras de Isaías estão confirmadas
com base no que Deus disse através de Isaías, as línguas são sinais para os
incrédulos e não para os crentes, enquanto a profecia é sinal para os crentes.
Eis o motivo que Paulo diz que se entra algum não crente e ouve todos falar em
línguas dirá que somos loucos, enquanto se todos profetizam o não crente terá os
pensamentos do seu coração manifestos e reconhecerá que Deus está no meio de
nós. Mas então o que se deve fazer?
Paulo responde:
“Quando vos congregais, tendo cada um de vós um salmo, ou um ensinamento,
ou uma revelação, ou um falar em outra língua, ou uma interpretação, faça-se
tudo para edificação. Se há quem fala em outra língua, sejam dois, ou quando

34
muito três a fazê-lo; e cada um por sua vez, e haja alguém que interprete. Mas,
se não houver intérprete, estejam calados na igreja, e falem para si mesmos, e
para Deus. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas se a outro,
que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque
todos, um a um, podereis profetizar; para que todos aprendam e todos sejam
consolados; e os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; porque Deus
não é Deus de confusão, mas de paz” (1 Cor. 14:26-33).
Em relação às línguas dizemos que, se há quem fala em outra língua devem falar
em línguas apenas dois ou no máximo três, e um depois do outro, e alguém deve
interpretar; mas se não há quem interprete, os que falam em outras línguas
devem fazê-lo em voz baixa e não como uma trombeta. Os profetas, os quais
têm o dom de profecia, falem; também aqui, porém dois ou três no máximo, e os
outros examinem as profecias.
No caso, porém, se for dada uma revelação a um profeta que está sentado o
precedente deve-se calar. A conclusão do discurso de Paulo é esta:
“Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos
escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém quer ignorar isto, que
ignore. Portanto, irmãos, desejai profetizar, e não proibais falar em outras
línguas; mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Cor. 14:37-40).
As coisas são claras, as palavras de Paulo são mandamentos do Senhor. Então, o
profetizar deve ser desejado ardentemente, o falar outras línguas não deve ser
impedido, mas tudo deve ser feito decentemente e com ordem.
Que o Senhor possa encontrar corações dispostos em sua Igreja para receber os
Dons Espirituais, que são úteis para o Corpo hoje.

CAPÍTULO V
ENTENDO O OFICIO DE PROFETA

35
Veja bem, quem profetiza, não é necessariamente um
profeta. Existe uma larga diferença entre alguém ser
usado no dom da profecia e alguém que tem o ofício
profético, apesar de ambos serem operações de níveis
extraordinários.
O profeta é uma coisa e o dom da profecia é outra,
ou seja, o profeta é uma pessoa chamada e separada por
Deus para ser a sua própria boca na terra, um profeta é
um emissário de Deus entre às nações, porém, o profeta
não fala o que quer, tampouco o que sabe, mesmo que
lhe custe a própria vida, ele deve falar somente o que
Deus manda.
Um profeta se move através de visões, de
revelações, de sonhos, enfim, da própria voz de Deus
que fala diretamente ao seu coração, lhe dando as
instruções necessárias para que ele norteie uma pessoa,
ou uma equipe ou até mesmo uma nação.
O profeta geralmente trabalha dando orientação,
instrução, correção e até ensinamentos para que a
vontade de Deus seja manifesta nas pessoas a quem o
profeta fora enviado.
Nem todo aquele que atua com os dons da profecia,
da palavra do conhecimento ou revelação, podem ser
considerado um profeta, apesar de atuar com distintos
dons, não podemos qualificar tais servos como profeta.

36
Como saber se eu tenho apenas o dom da profecia
ou se Deus me escolheu para ser um profeta e atuar na
oficina dos profetas?

No ambiente profético, o dom da profecia pode


operar em larga escala, mas somente naquele ambiente.
O dom da profecia é dado por Deus ao corpo de
Cristo com o desígnio de trazer edificação, exortação e
consolação para sua igreja.

Logo, é imprescindível que um profeta deva ser


primeiramente forjado na oficina de Deus, a fim de que
o processo de lapidação lhe conceda um ouvido
espiritual a fim de ouvir a voz de Deus na íntegra, e um
nível de discernimento a altura para o desempenho do
ofício de profeta, bem como avançar ao máximo na
intimidade com Deus... O profeta escolhido por Deus
terá que ser tratado e ensinado diretamente pelo Senhor,
sendo que, tudo isso o difere daquele que só tem o dom
e a autorização para profetizar.
· Entretanto, quem profetiza o faz claramente para
edificação, encorajamento e consolação de todas as
pessoas. (1 Coríntios 14:3)

Aquele que se move no ofício da profecia é um


profeta, carrega sobre si uma responsabilidade maior, e
ele não anda por onde quer, não vive da mesma forma
37
que pessoas comuns, ele é separado para viver em uma
esfera diferenciada, a qual pessoas comuns nunca
experimentarão na vida, ou seja, o profeta depende de
exclusivamente de Deus em tudo... Ele espera em Deus
para que a providência diária chegue até ele. (I Reis
17:1-7)
Quando estamos diante de um profeta e lidamos
com ele em um ambiente no qual ele se move, o povo
logo percebe que a atmosfera é totalmente diferente
daquele que só atua o dom da profecia, pois um exerce
mais autoridade que a outra.

É perceptível quando um homem está sendo


movido com o dom profético, pois a autoridade que está
sobre ele muda, de forma impactante, a atmosfera do
local que é totalmente transformada e o sobrenatural se
torna algo palpável. Sendo que, a profecia tem o
objetivo de ensinar, exortar e consolar a todos aqueles
que estão presentes.

Mesmo Paulo sendo um apóstolo, Deus usou um


profeta, por nome 1‘Ágabo’ para falar-lhe, pois Deus usa

1 Enquanto servia em uma missão na Inglaterra li, certa manhã, Atos 11:28, que
menciona brevemente um profeta chamado Ágabo, que profetizou a respeito de
uma fome que eventualmente aconteceria nos dias de Cláudio César.

38
dos seus profetas, mesmo na era apostólica para lhe
falara acerca de acontecimentos futuros.

O profeta, quando está se movendo pelo dom, tem


autoridade e a capacidade para falar aos líderes, segundo
o que Deus lhe ordenar.

Enfim, note que o dom de profecia é uma


ferramenta concedida pelo Espírito Santo para alguém
que foi escolhido por Deus para ser usado para obras
esporádicas, e com a finalidade de intervir em certas
situações... Vejamos, como exemplo as quatro filhas do
evangelista Felipe, descrito no livro de Atos 11:8-9. No
mesmo livro, encontramos um profeta por nome
“Ágabo, que veio da Judéia. E, vindo ter com o
‘apostolo Paulo’, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se
os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito
Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem
de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos
gentios”. (Atos 21:10-11)
Baseado neste texto, conseguimos entender que o
dom é dado a alguém para atender, de forma esporádica,
as necessidades das igrejas e dos ambientes onde Deus
pretende se manifestar... A pessoa que possui o dom,
não necessariamente deve ficar preocupado em ser
usado diariamente, pois o dom se manifesta em ocasiões

39
diferentes e de formas específicas, segundo a vontade de
Deus. É algo que pode acontecer hoje e só se repetir
dias ou meses ou até anos depois.
Entretanto, o dom como ofício, isto é, o dom
profético, não funciona como um dom, pois o profeta é
o próprio dom de Deus marchando na terra entre os
viventes... O profeta é o próprio dom de Deus dado ao
povo, seja para ensinar, consolar ou edificar.
Partindo do pressuposto de que o dom é um
presente de Deus para alguém, o profeta é um presente
de Deus para o povo, pois ele atuará para manifestação
da gloria do Senhor no arraial.

40
CAPÍTULO V
Testemunho pessoal

Testemunho pessoal

Para chegar onde estou, precisei ser quebrado,


como um vaso na mão do oleiro, assim fui eu... Apesar
das inúmeras evidências ocular, eu não me convencia de
que aquelas manifestações poderiam ser reais, e por
conta da minha incredulidade, eu não queria aquilo para
a minha vida.
A minha vida era pautada no racional e naquilo que
poderia ser visível e tangível, apesar de viver
continuamente orando e frequentando os cultos, a minha

41
ideia era chegar aos cultos, ouvir os hinos e as
pregações e ao final de tudo, pegar as minhas coisas e
voltar para a minha vida pacata... Confesso que, na
minha ignorância, não cria que pudesse existir profetas,
tampouco dons proféticos... Por fim, eu também não
queria saber dessa possibilidade de me tornar alguém
que fizesse uso dos púlpitos das igrejas, até que chegou
o dia em que Deus decidiu me tomar em suas poderosas
mãos e me moldar, assim como o oleiro transforma o
barro em um vaso, para portar o ofício de profeta.
Só após ser quebrado por completo, assim como o
apóstolo Paulo, percebi que era inútil lutar e relutar
contra a vontade soberana de Deus para a minha vida.
(Atos 9:4-5)
Após ser restaurado de todas as complicações
causadas por uma coluna quebrada ao meio, pela qual
fui submetido a um implante de quarenta e dois pinos
nas costas; Deus me levou ao nível da dimensão
profética e começou a me usar em sonhos proféticos,
visões além do alcance, revelações e discernimento de
espíritos,
Apesar de ter recebido o reconhecimento de pastor,
eu me considero um profeta levantado por Deus para
esta geração. Apesar de muitos não concordarem e não
aceitarem o ministério de profeta, por defenderem que o
último profeta foi João Batista, a Bíblia nos ensina que o
42
último profeta, no estilo do velho testamento, realmente
foi João o Batista, pois eles profetizaram a vinda do
Messias, porém a igreja nos confirma que os cinco
ministério dado a igreja, – em Efésios 4:11, consta que
há o ministério de profeta, e esta informação me
qualifica para assumir, de forma tranquila, o ministério
de profeta e desempenhar o oficio que Deus me confiou.
Logo, fia impossibilitado de viver todas as
maravilhas e as bençãos que Deus propõe através do
ministério profético, aqueles que continuam se
arrastando com as correntes das tradições ou presos no
legalismo da Antigo Testamento.
A medida em que foi me concedendo o dom
profético, Deus vai confirmando e os sinais têm me
seguido dia após dia..., pois onde chego Deus tem me
revelado tudo quanto está oculto e escondido, porém
não é só na esfera da revelação que Deus tem me usado,
as vezes eu converso com as pessoas e com apenas uma
conversa, palavras proféticas vão sendo liberadas e, a
medida em que os ouvintes vão crendo nas palavras
expressadas pelo dom profético, elas vão recebendo as
vitórias necessárias, conforme a vontade de Deus.
(Jeremias 1:5)
Lembre-se que, alguém que tem apenas o dom de
profecia não pode profetizar a qualquer momento, para
quem quer que seja, pois, para Deus tomá-la em
43
profecia, ela precisa estar debaixo da unção de alguém
que crie um ambiente propício. Ou seja, ela precisa estar
num ambiente que esteja repleto de adoração, um
tangedor para ela poder profetizar.
Agora o profeta em ofício não precisa do ambiente
contagiado pela glória de Deus, pois ele é o próprio
causador da atmosfera e da manifestação da gloria de
Deus no ambiente, ou seja, ele é o próprio provocador
do sobrenatural nos ambientes.
Um exemplo muito forte, é o caso do general de
guerra do reino da Assíria, que foi diagnosticado com
uma lepra em seu corpo e não sabia o que fazer, até que
uma menina, que apesar de ser cativa tinha o dom
evangelístico, e não deixou de usá-lo, pelo fato de ser
escrava e estar em uma condição de “luta”. Esta menina
evangelizou o seu algoz e lhe informou que na cidade de
Samaria, havia um homem chamado Eliseu que operava
no ofício profético.
Dando ouvido ao conselho evangelístico daquela
menina, o general conhecido por nome Naamã, se
apressou e solicitou autorização ao seu rei para ir ter
com o rei de Samaria e consequentemente chegar até o
profeta. E em ouvido que tinha um general a sua
procura, o profeta Eliseu – com a unção profética –
disse que estaria esperando o tal general. É visível que o
profeta não precisou de alguém para criar uma
44
atmosfera a fim de atrair a presença de Deus para que
um milagre fosse destravado.

· O profeta tem o potencial de criar uma atmosfera para que


os dons espirituais possam ser manifestados, a fim de que
haja um rompimento e que a glória de Deus seja notória
entre os presentes, e para que um milagre seja alcançado.

Quando Eliseu mandou trazer um tangedor, o


ambiente foi tomado, neste exato momento, poderia ter
manifestado qualquer outro dom, mas a necessidade
daquele momento clamou pelo dom, o dom da profecia
e foi exatamente ele que entrou em ação.

Lembre-se de que Deus pode usar o profeta para


impor as mãos sobre alguém – escolhido por Deus –
para transferir sua unção, a fim de que o receptor da
unção possa caminhar na mesma dimensão que o doador
da unção.

Todavia, por mais que o profeta tenha o poder de


fazer cair fogo do céu, não é saudável receber algo que
venha dele, pois é muito nocivo a nossa vida espiritual
receber algo de alguém que não vive debaixo de uma
autoridade, ou seja, não é submisso a ninguém e não

45
responde a nenhuma outra autoridade. 2Eliseu era
profeta, que herdou uma porção dobrada do profeta
Elias, mas ele tinha crescido debaixo de uma autoridade,
outrossim, ninguém pode ter um ministério bem-
sucedido sem antes aprender a servir. (2 Reis 2 ao 13)

Em resumo, o portador do dom do Senhor que não


tem uma paternidade espiritual a quem ele deva prestar
conta, com certeza, geralmente gerará problema por
onde ele passar pela ausência da submissão a um líder,
pois, quem anda perambulando na estrada ministerial,
sem endereço e sem uma liderança, quebra o princípio
da autoridade, e geralmente estes ‘ditos profetas’, não
reconhecem protocolos, não respeitam patentes que
estão sobre outras pessoas e tampouco reconhecem os
seus próprios limites... Deus até concede o dom, mas se
a pessoa se tornar um charlatão, certamente que o
mesmo dom será adormecido e ficará inativo até a
pessoa reconheça que o principal motivo pelo qual o
dom foi entregue, foi o de exortar, edificar e ensinar ao
povo que Deus escolheu.

· Quem não serve para servir não serve para liderar – O líder
que não serve, não serve para ser líder. Não se preocupe

2 Eliseu foi um profeta no reino de Israel durante o reinado de Jorão, Jeú, Joacaz e
Joás. Seu pai se chamava Safate, um rico proprietário da terra de Abel-Meolá. Ele
se tornou o servo e discípulo do profeta Elias. A história de Eliseu está registrada
em 2 Reis 2 ao 13.

46
somente com honra pessoal, mas esteja atento às
necessidades daqueles que estão ao seu redor.

Nunca devemos esquecer que, assim como Eliseu


deitou água durante anos nas mãos de Elias, cabe aquele
que também deseja uma unção de profeta, servir aos
líderes enquanto está aprendendo. Se você deseja
alguma porção da parte de Deus, mas não se habilita em
servir ao portador da unção que você respeita,
certamente você não terá a plenitude dos dons proféticos
que tanto deseja. (2 Reis 3:11)

· Enfim, o profeta cria ambiente para que a profecia seja


revelada.

CAPÍTULO VI
47
Sete sinais que para identificar se tenho ofício
de profeta

Sete sinais que indicam se sou ou não um Profeta de ofício ou somente me movo
no dom da profecia

O dom provindo de Deus é um instrumento dado pelo


Espírito Santo a alguém para se mover em uma
determinada situação, com a finalidade de atender
alguma necessidade daquele ambiente, mas tudo deve
acontecer conforme a vontade Deus e nunca da vontade
de quem possui o dom.
Como já explicamos nos capítulos anteriores, a
pessoa que possui apenas o dom de profecia, por mais
que ela queira, o dom não pode operar sozinho, pois ela
precisa de um profeta que tenha autoridade para criar
uma atmosfera de glória no local, a fim de que o dom
seja ativado em seu portador.
Todavia, o ofício profético não funciona como um
dom, pois a própria profecia é um dom lapidado por
Deus e entregue a serviço do povo. (Jeremias 1:5)
Assim como o profeta Eliseu não precisou estar em
meio a nenhum movimento para poder profetizar sobre
o comandante do exército da Assíria, conhecido como
Naamã, assim também é o profeta da nossa geração, ele
48
não precisa de nenhum movimento para que o dom
profético seja ativado, basta ele atender uma ligação em
um mero telefonema, ou até mesmo numa mensagem de
aplicativo, ou numa conversa formal, para que ele solte
uma palavra encharcada de unção e poder, que, para
muitos pode até ser uma simples palavra, mas para
aquele que não anda segundo os rudimentos do mundo,
mas está ligado com o trono da graça, pode ser um
divisor de águas. Ou seja, as palavras proféticas só
funcionam na vida de quem crer, e ponto final.
· ...Ouvi-me, ó Judá, e vós, moradores de Jerusalém: Crede
no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus
profetas, e prosperareis. (2 Crônicas 20:20)

O Profeta é usado por Deus como um prumo, e


quando ele vai a um local, sempre é para ser usado
como um divisor de águas... Ele sempre vai com uma
palavra de Deus, pois o seu espírito está conectado
diretamente ao mundo espiritual. Jamais alguém irá
surpreender um profeta de Deus andando sem
compromisso.

A proveta anda com o prumo da palavra de Deus...


Ele é o instrumento que Deus usa para ajustar a vida
daqueles que Deus deseja abençoar, exortar ou até
mesmo ensinar algo.

49
Assim como o construtor usa o prumo para garantir
que a estrutura da obra está segura, Deus usa o seu
profeta (junto com a sua palavra) para avaliar a vida
daqueles que se predispõem a viver no Reino.

Nunca se engane pressupondo ou deduzindo que a


vida de um profeta em ofício é fácil, pois não é. O
profeta foi capacitado para ser portador de todos os
dons, mas para isso, ele teve que ser totalmente
lapidado, como já explicado anteriormente.

Ao enxergar as necessidades das pessoas, Deus


escolhe um homem comum do mundo e o trata com o
propósito de forjá-lo e o enviar às nações, por isso você
sempre que encontrar com um profeta, ele sempre estará
de passagem pelos locais, ele pode até ter um endereço
fixo, mas raramente ele será encontrado lá.

Logo, nenhum profeta estar onde ele acha que deve


estar, mas sim, ele estará onde Deus o conduziu. Pois
profeta não anda por conta própria, mas sim, segundo a
soberana vontade de Deus.
Sete sinais que indicam se sou ou não um Profeta de
ofício ou se somente me movo no dom da profecia.

Sete sinais que precisamos entender a fim de


descobrirmos se nos movemos nos ambientes proféticos,
50
isso é, se somos separados como profeta para atuar no
ofício profético, ou se apenas nos movemos nas
ferramentas dos dons proféticos em momentos
esporádicos.

1 – Primeiro sinal de que evidência se eu sou profeta ou


só sou portador do dom profético:

Visões – uma pessoa que terá visões, ela será um


visionário, a capacidade de descortinar aquilo que está
vedado aos olhos comuns de pessoas naturais.
No profeta, a visão é uma abertura constante e não
depende que outras pessoas manifestem alguns dons
para que ele seja ativado naquilo que ele foi separado
para ser e fazer. Pois o profeta não anda de forma
aleatória, ou seja, segundo a sua mera vontade, mas sim,
na inteira direção do Eterno Deus, por conta desta
veracidade, ele só estará onde Deus projetou para que
ele estivesse, baseado nesta linha de raciocínio, tudo que
o profeta revelar, nada será dele mesmo, mas sim,
diretamente do trono de Deus.
Agora, caso você não esteja tendo as visões
necessárias acercas dos acontecimentos que acontece no
seu meio, certamente você está bloqueado ou impedido
de portar e também de atuar com os dons inerentes aos
profetas.

51
No entanto, isso não quer dizer que você não tenha
o dom profético, mas é usado de forma esporádica e nos
momentos em que Deus deseja-lhe usar em momentos
oportunos e específicos.
Nunca tenha ciúmes de um profeta, tampouco o
inveje, pois o profeta, não é o que é, por vontade
própria. O profeta foi escolhido, separado e lapidado por
Deus numa fornalha ou em uma olaria ‘espiritual’ para
ouvir, sem engano, a voz do Altíssimo Deus de forma
constante e contemplar, sempre que necessário, o
mundo espiritual.
Em se tratando do profeta em seu ofício, segundo
Efésios 4:11; o dom que para o qual ele foi separado
para ser portador, não é uma ferramenta que ele carrega,
mas este dom está ligado diretamente no seu espírito,
sendo assim, não tem local, tampouco horário
determinado para que Deus intervenha através dele – a
qualquer momento Deus pode intervir através do
profeta, porém, com a finalidade de: ‘ensinar, para
redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para
que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
instruído para toda a boa obra’. (2 Timóteo 3:16-17)
Também disse Deus ao sacerdote Arão, irmão de
Moisés, que Ele também pode se manifestar aos profetas
através de sonhos e de visões... Então podemos concluir,
através desse ensinamento, que, aqueles que conseguem

52
sonhar de forma profética, os sonhos relativos aos
inúmeros acontecimentos concernentes ao presente ou
até mesmo ao futuro e ao mesmo tempo também
consegue fazer as interpretações dos mesmos, isso
denúncia que esta pessoa é um profeta em ofício.
Devemos entender que, na qualidade de profeta, os
sonhos não são coisas comuns, mas sim revelações de
Deus, pois o Eterno fala ao profeta de várias formas,
inclusive através de sonhos e essa é uma das maneiras
que Deus Se revela aos Seus profetas (Números 12:6).
Enquanto os “sonhos” ocorrem apenas quando o profeta
está dormindo, as “visões” podem ser concedidas
estando ele dormindo ou mesmo envolvido em suas
atividades diárias no ofício profético.

É imprescindível notarmos também que as “visões”


podem ocorrer mesmo durante um “sonho” profético.
Cientes deste fato de que existem muitos sonhos falsos e
visões falsas, como alertamos outrora, devemos buscar
com urgência o dom do discernimento para não sermos
enganados por tais falsificações. (Jr 23:32; Zc 10:2) (Lm
2:14; Ez 13:6-9, Mt 24:24)

No livro de Genesis, na Bíblia sagrada, a partir do


capítulo trinta e sete, conta a história de um dos filhos
de Jacó, chamado de José, – ele é um protótipo de
profeta – que Deus falou-lhe apenas em sonhos tudo

53
quanto iria fazer, tanto com ele, como através dele, para
que tudo que estava escrito no Céu se cumprisse. Pois
após que Deus o separou para uma grande obra, ele
começou a ter sonhos proféticos acerca do seu próprio
futuro, o qual Deus já o havia projetado..., e, anos
depois ele interpretou os sonhos de outros, os quais se
cumpriram vírgula por vírgula.

2 – Segundo sinal para saber se a pessoas é separada para exercer


o dom do ofício profético ou ela é apenas uma portadora do dom
da profecia?

O profeta que foi chamado para o ofício profético,


ele tem uma personalidade forte e teimosa, ele convive
com uma rebeldia que está acima daquilo que ele pode
controlar, pois o zelo pelas coisas santas de Deus o
consome, mesmo que esta teimosia lhe custe a própria
cabeça. (Salmos 69:9)

· O zelo que dedico à tua obra me consome, e sobre mim


recaíram os vitupérios dos que te insultam. (Salmos 69:9)

A rebeldia do profeta o leva a não se alinhar com o


pecado, mesmo que isso lhe custe a solidão, o leve ao
deserto e ele acabe nas cavernas, mas ele não deixará o
nome do Senhor ser blasfemado.

No caso do profeta Jeremias, ele dedicou a vida e


se deixou gastar os seus dias para repreender o povo
54
com a finalidade de que o povo se voltasse para Deus.
Ele tinha dentro de si uma rebelião contra o pecado que
manchava a santidade do povo de Deus.

Já o profeta Elias, ousou desafiar às autoridades


monarcas, pois o seu caráter era tão forte ao ponto de
ele não aceitar o fato da glória de Deus ser dividida com
Baal. O caráter de Elias o levou ao Monte Carmelo a
fim de que ele provasse a todos que só Deus é o Senhor
e Baal é perdição.
Reconhecendo estes fatos narrados na Bíblia,
entendemos que o verdadeiro profeta de Deus, não
negocia o dom que Deus lhe confiou, tampouco se
calará diante do pecado.

O profeta não deve se vender


· “Em uma determinada ocasião, fui convidado a fazer
uma visita na casa de um grande amigo, na região de
Alphaville, e de lá fomos numa outra residência, ao
chegar nesta outra casa, o anfitrião, ao me recepcionar
veio em minha direção com um valor expressivo, e
disse que queria me abençoar antes de qualquer coisa,
no mesmo momento em que ele me entregou o valor
supracitado, o Espirito do Senhor Deus me confirmou
que eu deveria aceitar o dinheiro oferecido, pois era
Ele quem estava abrindo aquela porta para prover a

55
manutenção da minha vida, ‘pois quando agente que
atua no dom profético, Deus cuida em levantar
pessoas para nos abençoar e nos sustentar, ainda que
muitos incrédulos não entendam e não aceitem estes
fatos’; todavia, o que eu não esperava era que aquela
pessoa queria me comprar a fim de ouvir alguma
profecia que massageasse o seu ego carnal, ou seja, ele
queria ouvir alguma coisa que aprovasse os seus atos,
mas o Deus que não se engana, me revelou naquele
momento o nome da amante dele e o motel que ele
costumava frequentar e o endereço do lugar.

· Entretanto, Deus o repreendeu através das palavras


reveladas que o ambiente que ele estaria frequentando
não era do agrado do Espírito Santo e que o valor que
ele ofertou não teria o poder de quebrar as correntes do
pecado que estava aprisionado a alma dele na perdição.
A menos que ele confessasse o pecado de traição, e
tivesse um genuíno arrependimento, e se voltasse para
o caminho que conduz a salvação”.

• Quem esconde os seus pecados não prospera, mas


quem os confessa e os abandona encontra
misericórdia. (Provérbios 28:13)

Este fato narrado é para exemplificar a veracidade


dos acontecimentos, quando alguém se move na
atmosfera do dom profético, não pode, de forma
alguma, ante nenhum pretexto, colocar à venda aquilo
56
que Deus concedeu, mesmo que soframos prejuízos.
(Salmo 15:1-5)
Todos estes fatos expostos anteriormente, declaram
que todo profeta de Deus, tem o caráter avassalador, ele
entrega o que Deus mandar, doa a quem doer, perdendo
ou ganhando, o profeta não muda o recado, ao contrário,
ele entrega de forma milimétrica tudo quanto o Senhor
mandou falar, pois ele sabe que serve a um Deus vivo,
cheio de amor, que também, “o nosso “Deus é fogo
consumidor!” (Hebreus 12:29)

Independentemente de como a pessoa estiver


vivendo, a oferta dada ao Reino de Deus não tem
nenhum poder de abonar os pecados das pessoas, ela
tem o poder apenas de prosperar o ofertante, mas se este
ou aquele ofertante morrer no pecado não confessado, a
perdição será imediata... A única forma de zerar o
pecado da vida é reconhecendo que é pecador,
confessando os pecados cometidos e, – sem olhar para
trás – os abandonar de uma vez por todas. (1 João 1:6-7)

3 – Terceiro sinal para saber se a pessoas é separada para


exercer o dom do ofício profético ou ela é apenas uma
portadora do dom da profecia?

Experiência espirituais desde criança.

57
Olha que coisa interessante, que nos mostra se a
pessoa está se movendo no dom profético ou no ofício
profético:

Todos os personagens que se movia no ofício


profético, no Antigo Testamento, desde a mais tenra
idade, que elas eram diagnosticadas com experiências
espirituais...

Particularmente, quando eu era criança, morando


em um local humilde, pude experimentar diversas
experiências espirituais, tanto negativas, quanto
positivas.

Houve momentos, que, de forma inesperada,


apareciam duendes na porta da minha casa, mas pela
ausência de coragem e de conhecimentos de como lidar
com aquilo, eu me retinha e o desespero tomava conata
da minha mente e me deixava desnorteado.

Apesar de ter certas visões de anjos, como também


de demônios, dificuldade de dormir devido aos muitos
pesadelos... tudo era relevante, pois eu ainda era criança
e os meus passos na igreja ainda estavam sendo
engatinhado...

“Lembrete aos pais: Quando os seus filhos


reclamarem de sonhos, pesadelos e visões, saiba que
58
ele não é uma pessoa comum, mas alguém escolhido
desde o ventre para cumprir um chamado específico
na terra dos viventes”. – Não ignore estes fatos!

· “Antes mesmo de te formar no ventre materno, Eu te


escolhi; antes que viesses ao mundo, Eu te separei e te
designei para a missão de profeta para as nações!”
(Jeremias 1:5)
Enfim, baseado nestes acontecimentos de visões do
mundo espiritual, vendo coisas negativas inerentes ao
mundo espiritual, mas também tendo sonhos, que na
verdade, eram visões proféticas, as quais, muitas delas
se realizaram muito tempo depois.

Sendo assim, buscando confirmação na Bíblia


sagrada e nos seus personagens que atuavam no dom
profético e que também tiveram os seus contatos com o
mundo espiritual desde a infância, concluímos que todos
os profetas que são realmente validados e reconhecido
por Deus, fizeram visitas, desde criança ao reino
espiritual.

De forma resumida, descobrimos que uma pessoa


foi separada para atuar no dom profético, é quando ela
tem sonhos, visões e um certo grau de 3premonições.
3 Premonição é a sensação ou advertência antecipada do que vai
acontecer, é sinônimo de pressentimento. É circunstância ou fato que deve
ser tomado como aviso; presságio. A palavra é muito conhecida devido à
literatura e aos filmes que a têm como tema principal, explorando a
59
Todos aqueles que nasceram para ser um profeta de
Deus, certamente, de forma involuntária, serão
visitados, mesmo que de forma esporádica, por
experiências fora do comum, ou seja, acontecimentos
que são vedados as pessoas comuns.

No entanto, a medida em que esta criança crescer,


no tempo determinado pelo Senhor, o próprio Deus irá
enviar um profeta maduro com a finalidade de
desbloquear ou potencializar o dom profético dentro
desta pessoa.

4 – Quarto sinal para saber se a pessoas é separada para


exercer o dom do ofício profético ou ela é apenas uma
portadora do dom da profecia?

O quarto sinal que denuncia se a pessoas nasceu


para atuar no dom profético ou simplesmente portar o
dom da profecia:

Nível de processo e quebrantamento, ou seja, uma


pessoa que nasceu para se profeta, está sempre passando
por processos que, se pessoas comuns passassem,
certamente seriam sucumbidas no mesmo instante.

capacidade sobrenatural de se prever o futuro.


60
Há processos em que os profetas sobrevivem, mas
se colocar uma pessoa normal, certamente não sairá de
determinada situação com vida.
Exemplos são o que não nos faltam:

· Daniel na cova dos leões... (Daniel 6:16-24)


· Sadraque, Mesaque e Abednego, na fornalha... (Daniel
3:1-30)
· Elias no monte Carmelo... (1 Reis 18:17-39)

Na verdade, estes exemplos supracitados são alguns


dos processos permitidos por Deus para apresentar ao
mundo que Ele ainda tem os seus soldados de guerras
marchando pela terra para serem usados de maneira
sobrenatural por onde quer que eles sejam enviados.

Todavia, há experiências que Deus permite que


tenhamos, unicamente para moldar o caráter do
profeta... E muitas vezes, olhamos para a vida cotidiana
dos outros e nos questionamos diariamente o porquê que
eles não são tão provados quanto nós, mas isso significa,
sem dúvida alguma, que ao findar as provas, iremos nos
tornar portadores de tesouros celestiais aqui na terra, os
quais as milhares de pessoas simples jamais terão o
prazer de tê-los.

61
· Quanto a mim, os meus pés quase que se desviaram; pouco
faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu
tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos
ímpios. (Salmos 73:2-3)

5 – Quinto sinal para saber se a pessoas é separada para


exercer o dom do ofício profético ou ela é apenas uma
portadora do dom da profecia?

É primordial tomar conhecimento destas verdades,


a fim de minimizar a dor da separação, pois todo profeta
é escolhido antes mesmo de ser criado no ventre
materno, isto é, a mulher só cederá o ventre para
procriá-lo e colocá-lo no mundo, ou seja, o profeta não
nasceu para ser propriedade dos pais ou da família, ele
nascerá para ser uma perola nas mãos de Deus e
propriedade peculiar d’Ele. Então, caso seja detectado
um profeta em vosso meio, saiba que ele tem o seu
tempo de validade dentro de sua casa e sob sua
responsabilidade, pois o profeta não tem endereço certo,
– como já afirmado outrora – ele pode até ter endereço,
mas raramente será encontrado no endereço procurado.
Seguindo esta linha de raciocínio, logramos êxito
em perceber que, embora, depois da cruz, a derrota de
satanás tenha sido assegurada para nós, sabemos que ele
não se retirou do mundo, mas tem orquestrado, de forma
sorrateira, as nações...

62
Com a sua ira e seu poder destrutivo, embora
limitados por Deus a um certo grau, ele vem seduzindo
as mulheres e implantado leis que legalize o aborto.

Cristo escolhe os seus profetas e os coloca nos


ventres em diferentes locais espalhados pelo mundo a
fora, inclusive nos lugares mais inóspitos e simples, pois
Deus ama surpreender o mundo com os seus profetas
tirados de locais inimagináveis...

· “E, como sabemos, grande parte deste mundo está sob a


bandeira do lado errado. É de admirar que o mundo esteja
tão degenerado”.

Em resumo, satanás sempre atuará para criar leis,


como a da ‘legalização do aborto’ com o intuito de
investir contra o nascimento destes possíveis profetas.
Satanás não sabe de qual gestação poderá vir um
profeta, então ele está investindo na ideia – meu corpo
minhas leis – e com isto a tendência de aniquilar um
profeta antes mesmo que ele venha nascer é gritante.

Prova disto foi o nascimento de Moisés e de Jesus...


As trevas sabiam que havia nascido em Belém de Judá
um menino e imediatamente o investimento para
aniquilá-lo foi desatador, mas como ele não sabia quem
era – aquele que iria se movimentar nas três dimensões:
Sacerdote, profeta e Juiz. Certamente que foi pela
63
ausência de conhecimento que o príncipe deste mundo
sugeriu a aniquilação de todos, para não cair no erro de
errar o alvo.

Todo profeta, certamente reconhece que foi, em


algum momento da caminhada, emboscado pelo inimigo
ou por pessoas usadas por ele, a fim de tirar-lhe a vida.
Aquele que é separado por Deus para atuar na atmosfera
profética, sabe muito bem, quantas investidas já sofreu
por parte de pessoas usadas por satanás a fim de matá-
lo, não só na área física, mas também no ministério,
moralmente, financeiramente, etc., tudo por conta do
estrago que o profeta faz no reino das trevas, a cada
passo que ele dá, fazendo a vontade de Deus.

6 – Sexto sinal para saber se a pessoas é separada para


exercer o dom do ofício profético ou ela é apenas uma
portadora do dom da profecia?

O sexto sinal de que uma pessoa se move no dom


profético, é: Ela gosta do ministério da revelação, ou
seja, todas pessoas que se movem no dom profético,
elas sentem um imensurável prazer em criar e
conviver na atmosfera da revelação. Por isso que
ninguém irá encontrar um profeta legítimo em rodas
de conversas sem propósitos, pois geralmente quem

64
encontra um profeta, sempre irá notar que ele tem
meia hora de conversa natural e a partir de então, as
portas do sobrenatural são escancaradas para impactar
com revelações e, curas e libertações a todos que estão
presentes.

A unção que você respeita e crer é a que você atrai


para sua vida!

“A unção que você respeita em um profeta, você


atrai ela para si mesmo.” – Quando respeitamos a
unção (capacidade dada por Deus a um profeta para
fazer algo), podemos atrair essa unção sobre as nossas
vidas. O contrário também é verdade: se desprezamos a
unção que está em um profeta, nunca seremos capazes
de entender o chamado para o qual também fomos
chamados.

A transferência de unção
Já sabemos que um ima atrai outro ima, então
quando uma pessoa se sente atraída para os locais
onde estes profetas estão, isso é um forte indício de
que esta pessoa também foi chamada para interagir
no dom profético, mas está com o dom bloqueado e
a sua permanência com o profeta em ação,
65
certamente desbloqueará o seu dom e você será
ativado para atuar também.
Portanto, podemos dizer que a autoridade espiritual
é uma delegação de Deus, ou seja, ninguém é autoridade
espiritual por si mesmo, mas é somente Deus quem
levanta a autoridade espiritual. (Efésios 4.11; I Coríntios
12.18)
Outrossim, ninguém pode se tornar autoridade
espiritual se primeiramente não reconhecer que foi
levantado por Deus, unicamente para servir e não para
ser servido!

7 – Sétimo sinal para saber se a pessoas é separada para


exercer o dom do ofício profético ou ela é apenas uma
portadora do dom da profecia?

O sétimo e último sinal que aprisiona o profeta em


seu ofício profético, é que ele tem o senso de justiça
elevado, ele não pode ver o mal sem se sentir
incomodado, ele é um ‘testa de ferro’ quando se trata
em combater a injustiça social..., (Órfãos e viúva e
todos quantos padecem algum tipo de necessidade),
mesmo que isso lhe custe alguns possíveis benefícios,
ele não mudará o seu papel de defensor da justiça.
Podemos notar os fatos narrados na Bíblia sagrada,
em específico, no livro das Lamentações – do profeta
66
Jeremias, quando o próprio profeta gritava por justiça
aos quatro cantos da cidade de Jerusalém, aos ouvidos
do povo e daqueles que detinham o poder de liderança
da nação.
Se o desconforto pelas injustiças cotidiana no meio
social e em família lhe traz tristeza e um sentimento de
querer fazer algo para colocar trilhos tudo quanto está
andando errado, este sentimento é um forte sinal de que
você nasceu para resolver algo que esta errado no
mundo, porém, se você não conseguir mudar o mundo,
ouse ser uma voz profética na sua própria casa para que
a sua geração consiga fazer a diferença no mudo tão
corrupto.

67

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