Você está na página 1de 10

Nº:

RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15


CLIENTE: REPLAN – Refinaria de Paulínia FOLHA: 1 de 19
PROGRAMA:

ÁREA: Geral
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes NP-1
MI/PM
para Uso em Paradas de Manutenção MI/PM

ÍNDICE DE REVISÕES

REV. DESCRIÇÃO E/OU FOLHAS ATINGIDAS

0 Emissão original.

Elaborado por: Rafael Pavan Bagagli – REPLAN/MI/PM

Participação: Eliel Batista (ELOS), Daniel Zumpano (MI/EE), Rogério Marques


(MI/EE) e Acassio Barbosa (MI/EE)

REV. 0 REV. A REV. B REV. C REV. D REV. E REV. F REV. G REV. H


DATA 12/11/2015
EXECUÇÃO Rafael
VERIFICAÇÃO Rafael
APROVAÇÃO Rafael
ESTE DOCUMENTO ÉDE PROPRIEDADE DA PETROBRAS, SENDO PROIBIDA A UTILIZAÇÃO FORA DA SUA FINALIDADE.
FORMULÁRIO PERTENCENTE A PETROBRAS N-381 REV. L.
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 2 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

1. Objetivo

Qualificar pastas lubrificantes do mercado quanto ao coeficiente de fricção,


capacidade de quebra de torque e preço.
A qualificação serviu para definir as pastas lubrificantes que poderão ser utilizadas
pelas empresas contratadas nas paradas de manutenção da REPLAN, visando
melhorar desempenho nas atividades de aperto de ligações flangeadas com boa
relação custo/benefício.
Os testes foram realizados entre maio de 2014 a outubro de 2015.

2. Metodologia

2.1. Pastas Lubrificantes Testadas

Os testes foram realizados nas seguintes pastas lubrificantes encontradas no


mercado:

Nome da Pasta Principal


Nº Fabricante Embalagem
Lubrificante Lubrificante

1 Molygrafit Molygrafit GC-1 Cobre

Hidróxido de
2 Dow Corning Molykote P-74
Cálcio

Molykote HCS-
3 Dow Corning Cobre
Plus

Alumínio +
4 Loctite/Henkel Loctite 767
Óxido de Cálcio

Loctite LB8090
5 Loctite/Henkel Sais Cálcio
(Heavy Duty)

Sulfeto de
JetLube 550
6 JetLube/Ilex Molibdênio
Extreme
(MoS2)

7 Chesterton Chesterton 783 Sais de Cálcio

2.2. Teste do Coeficiente de Fricção (k)

O objetivo deste teste é definir experimentalmente o coeficiente de fricção “k” da


pasta lubrificante, compará-lo como o especificado e definir qual valor utilizar no cálculo
de torque conforme equação abaixo:
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 3 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

=
1000
Onde:

T – torque aplicado em [N.m]


F – força obtida em [N]
d – diâmetro do parafuso em [mm]
k – coeficiente de atrito

Para realização do teste foi construído um pórtico de vigas conforme abaixo, onde
o parafuso é preso com a porca em uma extremidade apoiada na viga horizontal e a
um dinamômetro na outra (para detalhes ver desenho no anexo 1).

Cabeçote
de Torque

Parafuso

Dinamô
metro

Figura 1 –Dispositivo construído para teste de coeficiente de fricção (k) de pastas


lubrificantes.

Foram utilizados os seguintes materiais e ferramentas para os testes:

• Parafusos de φ1 3/8” e1 1/4”, material SA-193 B7


• Porcas em SA-194 2H
• Arruela em F436
• Dinamômetro Dynafor
• Máquina hidráulica Hytorc com links STEALTH 2 e AVANTI (a depender da
disponibilidade)

O procedimento de teste foi conforme abaixo:

1 – Lubrificação da rosca do parafuso, rosca da porca e arruela com a pasta a ser


testada;
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 4 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

2 – Montagem do parafuso no pórtico com uma extremidade presa pela porca e


outra presa ao dinamômetro. Entre a porca e a superfície da viga foi colocada
uma arruela devido a grande irregularidade na superfície da viga horizontal;
3 – Aplicação de, no mínimo, três valores de torque utilizando máquina hidráulica;
4 – Anotação dos valores de força visualizados através do dinamômetro, para os
três valores de torque.

As fotos abaixo ilustram os testes.

Figura 2 – Lubrificação e montagem do parafuso.

Figura 3 – Aplicação do torque e valor da força mostrada no dinamômetro.

Após os testes foram plotados os valores do parâmetro 1000*(T/F*d) contra a


força F obtida para cada torque aplicado. O coeficiente angular da reta média obtida é
o valor do coeficiente de fricção “k”.

2.3. Teste de Quebra de Torque

Normalmente, para flanges que operam em temperaturas altas, a oxidação do


parafuso e porca, aliados a degradação da pasta lubrificante, fazem com que seja
necessário aplicar torque maior que o inicial para soltar o parafuso.
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 5 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

Por isso, além de ter boas propriedades lubrificantes (baixo coeficiente de fricção), é
necessário que a pasta lubrificante permita desmontagem com baixo incremento de
torque em relação ao torque de montagem.
Para testar essa propriedade foram realizados testes conforme procedimento
abaixo:

1 – Foram montados pares de flanges de DN 3/4” 300#, com os estojos lubrificados


com as pastas testadas;
2 – Aplicado torque de 150 lb.ft em todos os estojos;
3 – Os flanges montados foram colocados em um forno a 400°C por 48 horas;
4 – Utilizando torquímetro com indicação de torque, foi medido o torque para soltar o
primeiro estojo de cada flange após o tempo de 48h.

As fotos abaixo ilustram o teste realizado.

Figura 4 – Flanges sendo colocados no forno e depois de 48h a 400ºC.

Figura 5 – Torquímetro com indicação de torque utilizado nos testes.

Após a realização dos testes, foi calculado o percentual de incremento do torque


inicial para cada pasta lubrificante.

3. Resultados
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 6 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

3.1. Teste de Coeficiente de Fricção (k)

Os coeficientes de fricção obtidos estão mostrados na tabela e no gráfico abaixo,


comparado com os da folha de dados do fabricante e com valor “a seco” também
testado.

Componentes “k” “k”


Pasta Lubrificante
Lubrificantes Experimental Fabricante
Sem lubrificante Sem lubrificante 0,275 -

Molygrafit GC-1 Cobre 0,213 ND

Molykote P-74 Hidróxido de Cálcio 0,152 0,140

Molykote HCS-Plus Cobre 0,156 0,150


Alumínio + Óxido de
Loctite 767 0,126 0,170
Cálcio
Loctite LB8090 (Heavy
Sais Cálcio 0,159 0,160
Duty)
JetLube 550 Extreme MoS2 0,165 0,170

Chesterton 783 Sais Cálcio 0,151 ND

Figura 6 – Coeficientes de fricção (k) obtidos experimentalmente comparados com os


do fabricante.
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 7 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

Os resultados mostraram valores próximos aos valores definidos pelos fabricantes,


a menos da pasta Loctite 767 que apresentou ótimo desempenho, com valor bem
inferior ao especificado.
A pasta Molygrafit GC-1 (a base de cobre) foi bastante usada na manutenção de
rotina pelas empresas contratadas na REPLAN por ser mais barata. No entanto, ela
apresentou o pior resultado.

3.2. Teste de Quebra de Torque

O gráfico abaixo mostra o resultado do teste de quebra de torque.

Figura 7 – Percentual de incremento para quebra do torque inicial para as pastas


testadas.

O resultado mostrou que apesar da maioria das pastas apresentarem resultado


satisfatório no teste de coeficiente de fricção, o mesmo não ocorre para o teste de
quebra de torque.
Considerando arbitrariamente que até 50% de incremento seria um resultado
aceitável na prática, somente quatro pastas das oito testadas atingiram este critério.
Entre as oito pastas testadas as que mais se destacaram foram a Jetlube 550
Extreme, Molykote P-74 e Loctite 767.
As pastas a base de cobre, apesar de serem largamente utilizadas nas refinarias,
apresentaram desempenho ruim (67% e 60%).
A pasta Chesterton 783 apresentou desempenho pior até mesmo que o do teste
sem lubrificante.
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 8 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

3.3. Discussão

O teste do coeficiente de fricção (k) serve para comprovar os dados fornecidos


pelos fabricantes e para definir qual melhor valor a ser utilizado nos cálculos de torque.
No entanto, existe outra propriedade extremamente importante para a prática de
manutenção que é a capacidade de quebra de torque na desmontagem de uma ligação
flangeada sem muito incremento no torque inicial.
Esta propriedade é particularmente importante em dois casos típicos em refinarias:
desmontagem de permutadores de alta pressão tipo “Breech Lock” (roscados) e
desmontagem de Deltavalves do fundo de tambores de coque. Nestes dois casos, o
uso de pasta lubrificante que facilite a desmontagem representa ganhos significativos
nos tempos de paradas de manutenção.
Portanto, para comparar o desempenho combinado de coeficiente de fricção e
capacidade de quebra de torque foi dada uma nota percentual comparativa à pasta de
melhor desempenho em cada tipo de teste. Depois foi tirada média entre as notas dos
dois testes e montado um “ranking” comparativo conforme tabela abaixo. Também foi
colocado na tabela o preço/kg de cada pasta.

Pasta Componentes Nota p/ Preço


Posição Fabricante
Lubrificante Lubrificantes Ranking (R$/kg)*
Alumínio + Óxido
1º Loctite/Henkel Loctite 767 87% 720,00
de Cálcio
Hidróxido de
2º Dow Corning Molykote P-74 81% 500,00
Cálcio
JetLube 550
3º JetLube/Ilex MoS2 78% 150,00
Extreme
Loctite LB8090
4º Loctite/Henkel Sais Cálcio 70% 650,00
(Heavy Duty)
Molykote HCS-
5º Dow Corning Cobre 57% 400,00
Plus

6º Molygrafit Molygrafit GC-1 Cobre 50% 95,00

7º Chesterton Chesterton 783 Sais de Cálcio 42% 970,00


* Preço médio estimado através de cotações e histórico de compra no SAP

Considerando arbitrariamente nota de corte de 70%, as pastas lubrificantes


qualificadas tecnicamente são as coloridas de verde na tabela acima: Loctite 767,
Molykote P-74, JetLube 550 Extreme e Loctite LB8090.
Além do desempenho técnico, o preço das pastas deve ser levado em
consideração. Neste caso, das pastas consideradas qualificadas a de melhor preço é a
JetLube 550 Extreme.
Uma das prováveis causas do menor preço é a embalagem. Enquanto as pastas da
Molykote e Loctite são vendidas em potes de 454 a 500g, a JetLube 550 Extreme
usada na REPLAN foi fornecida em balde de 22kg. Portanto, essa pasta se mostra
como tendo a melhor relação custo/benefício.
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 9 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

4. Conclusão

Foram realizados testes de coeficiente de fricção e capacidade de quebra de torque


para algumas pastas lubrificantes fornecidas pelo mercado, com objetivo de qualificá-
las para uso nas paradas de manutenção da REPLAN.
O desempenho combinado do resultado dos dois testes para as pastas lubrificantes
Loctite 767, Molykote P-74, JetLube 550 Extreme e Loctite LB8090 foram os
melhores e as mesmas foram consideradas qualificadas. No entanto, a pasta
lubrificante que apresentou melhor relação custo/benefício devido ao bom desempenho
técnico aliado ao menor custo foi a JetLube 550 Extreme.
No caso das paradas da REPLAN o fornecimento da pasta lubrificante é de
responsabilidade da empresa contratada, por isso foi colocado nos contratos opção de
uso das quatro qualificadas neste trabalho.
Nº REV.
RELATÓRIO TÉCNICO RT-MI/PM-00001/15 0
FOLHA
REPLAN – Refinaria de Paulínia 10 de 10
TÍTULO:
Qualificações de Pastas Lubrificantes para Uso NP-1
em Paradas de Manutenção MI/PM

Anexo 1 – Desenho do Dispositivo para Teste de “k”

Você também pode gostar