Riscos Ocupacionais | Por Luciana Sampaio Moreira

QUEM
CONHECE O
PERIGO SE
PREVINE
MAIS
Trabalhar em espaços confinados não
apresenta número de ocorrências de
acidentes tão alto em comparação com
outras áreas, mas a gravidade e o nível
de letalidade dos casos são bem maiores
que a média geral. Saber o que fazer e
como fazer exerce toda a diferença para
proteger quem atua nesses locais
Foto: Shutterstock

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 E
mbora não fosse uma
modalidade de trabalho
nova em 2006, quando
a Norma Regulamenta-
dora nº33 (Segurança e Saúde nos
Trabalhos em Espaços Confinados)
foi publicada, os riscos e perigos
da atividade ainda eram pouco
conhecidos no país. De acordo
com a NR-33, espaço confinado
é qualquer área ou ambiente não
projetado para ocupação humana
contínua, que possui meios
limitados de entrada e saída, e que
pode apresentar riscos à saúde e
segurança dos trabalhadores que
neles adentram. Treinamento
adequado, identificação e avaliação
dos riscos, preparação do local,
utilização de equipamentos de
proteção individuais e coletivos,
monitoramento contínuo da
atmosfera do local, entre outras
medidas de segurança estão na
ordem do dia de quem trabalha
nesses ambientes. Portanto, a
informação sobre os fatores de
risco envolvidos na atividade é
fundamental para uma cultura de
prevenção e proteção de acidentes.
Assim, mais que um conjunto
de direcionamentos e recomen-
dações técnicas do que fazer para
garantir a saúde e a segurança
dos trabalhadores que atuam em
espaços confinados, o dispositivo
socializou a informação sobre
riscos, perigos, bem como das
medidas de controle e segurança
que, uma vez implementadas e
cumpridas, garantem condições
para que o empregado possa
entrar e permanecer em um espaço
confinado durante a execução de
um serviço e sair ileso.
Com duas revisões pontuais em
2012 e 2019 e novo texto a partir de
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junho de 2022, a NR-33 ganha ainda
mais importância, tendo em vista
que, apesar do “combo” de fatores
de risco envolvidos (físicos, químicos
e biológicos), essa atividade tende a
continuar crescendo.
Acidentes em números
Entre 2011 e 2020, foram
registradas 280 ocorrências do
gênero. Entre elas, 244 envolveram
asfixia, estrangulamento ou
afogamento, o que corresponde a
87% do total. Os 13% restantes
são relacionados a confinamento/
aprisionamento em ambiente
pobre de oxigênio.
Do total, cerca de 65%
aconteceram nas regiões sul e
sudeste do país, com predomi-
nância na região sudeste, com
105 casos, com o maior número
de casos em São Paulo com 60
acidentes, seguido de Paraná com
36 e Minas Gerais com 26. No
intervalo entre 2017 e 2021, os
órgãos de fiscalização analisaram
72 acidentes em espaços
confinados envolvendo 99 traba-
lhadores. Desse montante, em 61,
ou 85% deles houve óbito.
Embora o número de ocorrências
não seja tão alto se comparado
com outras atividades laborais, a
gravidade dos casos é bem maior
que a média geral, bem como o
nível de letalidade. Os dados são
Relatório de Analise Regulatória da
NR-33, publicação do Ministério
do Trabalho e Previdência da
Secretaria de Trabalho e Subsecre-
taria de Inspeção do Trabalho (SIT),
apresentada em 2021.
No espaço confinado
De forma geral, o trabalho
em espaços confinados inclui
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serviços de operação, inspeção,
re co nh e cim e nto, avalia ç ã o,
limpeza, purga e manutenção.
Nas redes subterrâneas, atende
a necessidade de setores como
energia elétrica, telecomunica-
ções, fornecimento de gás, de
águas e escoamento do esgoto. As
indústrias siderúrgica, metalúrgica,
de construção pesada e civil,
naval, automotiva, alimentícia,
agroindústria, petroleira, química,
entre outras, também usam essa
modalidade.
Da mesma forma, a gestão
de edifícios e centros comerciais
e de unidades hospitalares.
As instalações, entre as quais
destacam-se caldeiras, fornos,
silos, reservatórios e outras devem
atender simultaneamente a três
requisitos: não ser projetada para
a ocupação humana contínua,
possuir meios limitados de entrada
e saída e a possibilidade de ter ou
vir a ter uma atmosfera perigosa.
Na prática, o trabalho em
espaço confinado pode se tornar
um risco quando ocorre deficiência
ou enriquecimento de oxigênio,
presença de contaminantes com
potencial de causar danos à
saúde ou atmosfera com possi-
bilidade de explosão. Segundo o
engenheiro, tecnologista sênior
aposentado da Fundacentro,
Francisco Kulcsar Neto, o tema
ainda guarda controvérsias, já que
um ambiente pode ser confinado
e não possuir uma atmosfera de
risco, sendo inicialmente um local
seguro. “Porém quando ocorre
no seu interior uma operação de
manutenção tipo solda ou pintura
pode ser introduzida, gerada e
liberada uma atmosfera tóxica por
fumos metálicos, gases inertes
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Francisco Kulcsar Neto, engenheiro da Fundacentro
como o argônio que desloca o
oxigênio do espaço confinado,
pigmentos de tintas e solventes
tóxicos. Esses são os perigos
invisíveis ou escondidos”, esclarece.
Energias perigosas
Para o especialista, que é
professor universitário em cursos
de Engenharia de Segurança do
Trabalho, Higiene Ocupacional
e Medicina do Trabalho em uni-
versidades brasileiras, e membro
da comissão que elaborou a
NR-33 e a N BR16.566:2017
(Espaço Confinado – Prevenção
de acidentes, procedimentos e
medidas de prevenção), embora
se tenha melhorado a percepção
sobre a maioria dos riscos, ainda
há pouco conhecimento sobre as
energias perigosas envolvidas nos
trabalhos em espaços confinados
e os devidos controles necessários.
“Um perigo e um risco não
reconhecidos, não serão avaliados
e nem controlados. Um exemplo
são as energias perigosas e as
técnicas de BLOQUE - Controle de
Foto: Divulgação
Energias Perigosas pelo Bloqueio e
Etiquetagem”, informa.
Essa metodologia bastante
usada em serviços que envolvem
energia elétrica pode ser uma
segurança a mais para o trabalhador
em espaços confinados, já que
evita, por exemplo, que um
equipamento seja ligado com
uma pessoa lá dentro fazendo a
manutenção.
Da parte dos trabalhadores,
a informação sobre os fatores de
risco envolvidos na atividade é
fundamental para uma cultura de
prevenção e proteção de acidentes.
Em outra frente, não é toda pessoa
que pode atuar no setor. Tudo
vai depender dos resultados dos
exames médicos de admissão e,
durante a carreira, da capacitação
e treinamento contínuos em
Medidas de Controle de Engenharia
(Ventilação e Medidores de Múltiplos
Gases) Administrativas (APR - Análise
Preliminar de Riscos, BLOQUE -
Controle de Energias Perigosas
pelo Bloqueio e Etiquetagem, PET
- Permissão de Entrada e Trabalho)
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 e Pessoais (EPI - Equipamentos
de Proteção Individual e ER -
Equipamentos de Resgate) e, ainda,
Emergência e Resgate.
A Norma
A NR-33 foi um marco entre
as normas regulamentadoras,
visto que o seu texto orienta a
gestão de SST do trabalho em
espaços confinados sobre o que
fazer, mas não define o como
fazer. Entre os estágios previstos
no dispositivo está a Antecipação
aos Perigos e Riscos que pode
priorizar as mudanças através de
projeto de controle por meio de
ações que facilitem e tornem mais
seguros a construção, instalação,
operação e manutenção de
espaços confinados. Na etapa da
“Gestão de Mudanças” ou MOC’s
(Management of Changes) podem
ser detectados novos perigos
e riscos, a partir da instalação
Foto: Divulgação
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de mecanismos que permitam
identificar, avaliar a eficácia,
implantar e concluir as alterações
propostas de forma a eliminar,
mitigar ou controlar os problemas.
Já a Análise Preliminar de
Risco (APR) é uma etapa das mais
importantes do trabalho, pois faz
o levantamento das condições
do local antes da entrada do
empregado. Com base nesse
resultado é expedida a Permissão
de Entrada e Trabalho (PET) e só
então o trabalhador pode acessar
o espaço confinado. “Eu sugiro
que o Bloque – Controle de
Energias Perigosas pelo Bloqueio
e Etiquetagem – seja feito entre as
fases APR e PET”, sugere Francisco
Kulcsar Neto.
Ele recomenda, ainda, a
elaboração de um plano principal
de trabalho em Espaços Confinados
e um plano de contingência no
caso de emergências, salvamentos,
não conformidades ou acidentes,
equipes e equipamentos de resgate,
com os telefones de emergência
à mão e uso de sirenes, buzinas,
sinalização sonora/luminosa e
comunicação por rádio para alertar
sobre alguma ocorrência e fazer
pedidos de socorro.
Riscos químicos e biológicos
A qualidade do ar, em espaços
confinados, é um dos pontos mais
importantes para evitar acidentes
e mortes. O especialista comenta
que há pequenos medidores para
determinar o nível dos gases. No
Paula Scardino, coordenadora
nacional das NBR 14.787:2001,
NBR 16.577:2017 da ABNT;
e membro dos Grupos de
Trabalhos da Nova NR-33
caso do oxigênio (O2), quando
está em 19,5%, não está suficiente
para a permanência de uma pessoa
porque algo está consumindo o gás.
Em casos de operações de solda
ou pintura, a liberação do argônio
(Ar) causa o deslocamento do O2,
compromete a qualidade do ar e
pode causar asfixia. Outro risco
que deve ser avaliado previamente
se chama gás sulfídrico (H2S), um
assassino silencioso que, em baixas
concentrações, tem cheiro de ovo
podre e é perceptível, mas essa
característica não se verifica em
altas concentrações, o que aumenta
o risco de uma asfixia química.
Esse gás está presente quando há
decomposição de animais mortos
e também no petróleo.
Há, ainda, o monóxido de
carbono (CO), outro conhecido
asfixiante químico que também
pode matar. Resultado da queima,
forma o dióxido de carbono (CO2),
que também desloca o oxigênio
puro (O2). O gás metano também
está na lista de riscos. Relacionado
à decomposição de animais
mortos, folhas e demais produtos
em decomposição orgânica, ele
desloca o O2 e é inflamável. Tanto
pode pegar fogo e explodir como
matar uma pessoa asfixiada.
E como se não bastassem
esses riscos químicos, há os
biológicos como presença de
animais peçonhentos (escorpião,
cobra, aranha), bem como de
bactérias, fungos e ratos que
podem comprometer a saúde do
empregado. “Por isso é que sem
a avaliação prévia o superinten-
dente responsável pela equipe
não se pode autorizar a entrada
de ninguém no espaço confinado”,
ressalta Kulcsar.
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 Riscos Ocupacionais

Equipamentos de proteção
A coordenadora nacional das
NBR 14.787:2001 e 16.577:2017
(ABNT), membro do GT Tripartite
NR-33 (bancada patronal) e da
Nova NR-33 (bancada trabalha-
dores) e consultora no setor, Paula
Scardino, recomenda prudência
pra a observação de locais que não
necessariamente possuam riscos
atmosféricos e possam aprisionar
um trabalhador.
Ela enfatiza que a NR não é
suficiente para normatizar o trabalho
em espaços confinados porque
não é um dispositivo de ensino. “A
NR-33 determina as ações”, aponta.
Como o Brasil já tem uma Norma
Técnica da ABNT nº16.566, de
2017, que é uma atualização da NBR
Foto: Shutterstock

14.787 de 2001, a integração dos

textos disponíveis pode assegurar o
controle de operações nesses locais.
“Todos os setores possuem
espaços confinados, sendo os
mesmos com o risco mortal Quanto aos EPCs, o uso fundamental no acompanha-
dessas operações se forem feitas de ventiladores, detectores de mento dos empregados que atuam
sem conhecimento, infraes- gás, estações de diphoterine em espaços confinados. Segundo
trutura e todos os cuidados – caso necessário reversão de a especialista em Medicina do
necessários. Os riscos recorrentes queimadoras químicas, por ex, Trabalho pela Associação Nacional
são os atmosféricos, que podem exposição e manuseio de soda de Medicina do Trabalho (ANAMT),
ser controlados com ventilação, cáustica em vários processos são Carla Torres, até que se prove o
detecção de gases perigosos e necessários para proteger a saúde contrário, todo espaço confinado
proteção respiratório, de forma do trabalhador. é perigoso.
integrada”, adverte. “Os profissionais de SST que “Os possíveis riscos de se
Para tanto, o uso de atuam em setores que utilizam o trabalhar em espaços confinados
e quipam ento s d e prote ç ã o trabalho em espaços confinados são muitos, como intoxicação
individual e coletivos não podem devem estar preparados para por inalação de ar contaminado,
ser esquecidos. A lista de EPIs estudar muito para fazer o controle temperatura extremas, ruído, baixa
inclui máscaras cuidadosamente dos riscos”, recomenda. visibilidade, pressões atmosféricas
selecionadas para os agentes de anormais, estresse psicológico
risco, lanternas, rádios e luminárias Perigo latente e físico, posturas inadequadas,
específicas para uso em atmosferas Os riscos físicos e de vibrações, eletricidade, agentes
potencialmente explosivas (se adoecimentos também devem biológicos (vírus, bac térias,
necessário), vestimentas especiais ser avaliados para serviços em fungos), acidentes diversos - como
para agentes químicos e cintos para espaços confinados. A Medicina quedas, tropeços, aprisionamento,
trabalho em altura. do Trabalho tem uma atuação incêndio, explosões. E tudo isso em

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 um local onde o resgate, além de
difícil, também representa riscos
adicionais para quem se aventura.
De fato, estimam-se que 60% dos
óbitos em espaços confinados
seriam as pessoas que vieram
ajudar no resgate”, alerta.
Além dos riscos decorrentes da
exposição a atmosferas perigosas,
a médica, profissional com mais
de 15 anos de experiência na
área em multinacionais dos ramos
off-shore, elétrico e de construção
civil, lembra dos traumas físicos,
que são outra grande preocupação.
“Na lista estão quedas, tropeços
e escorregões. Há casos em que,
além do espaço confinado, há
também o trabalho em altura que
por si só, já demanda uma série de
cuidados e, como se não bastasse,
a proximidade com equipamentos
elétricos pode resultar choques. Já o
contato com estruturas mecânicas,
como turbinas, por exemplo, pode
causar graves lacerações e aprisio-
namento”, explica.
Mas além dos acidentes, o
trabalho em espaço confinado
também causa adoecimentos.
“Uma condição de adoecimento
agudo fica bem evidente quando
a gente fala sobre estar exposto
a uma atmosfera tóxica em um
espaço confinado ou ter sido
soterrado por um inesperado
desmoronamento. Mas riscos de
adoecimento crônico também
podem estar associados a esse
tipo de ambiente. Por exemplo,
a exposição a uma atmosfera rica
em partículas minerais pode levar
a doenças crônicas muito graves,
como a silicose e o mesotelioma
de pleura. Do mesmo modo, a
presença de agentes biológicos
co m o fung o s , co muns e m
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ambientes úmidos, pode levar a
um estado de hipersensibilização
pulmonar, causando dificuldade
respiratória crônica”, destaca.
A lista também inclui os
danos causados por condições
ergonômicas desfavoráveis, que
certamente terão impacto no
sistema musculoesquelético. A
exposição crônica a ruído ou a
exposição única a um ruído de
impacto podem lesionar de forma
permanente a audição do indivíduo,
de acordo com o grau de exposição
e a suscetibilidade do indivíduo.
A m é dic a d efend e qu e
planejamento é a palavra de
ordem, porque vai envolver desde
a adequada aptidão de saúde
física e mental para desempenhar
a atividade até os adequados reco-
nhecimentos de riscos e treinamentos
(tanto em como realizar as tarefas de
forma segura quanto como proceder
em caso de emergência).
Para Carla Torres, quando
se fala de aptidão para a tarefa,
isso vai muito além das condições
médicas do Atestado de Saúde
Ocupacional (ASO). “O trabalhador
pode não ter inaptidões médicas
para a tarefa e mesmo assim ter
alguma condição de saúde que vai
colocar a segurança da operação (e
evidentemente o trabalhador e a
equipe) em risco. Por exemplo: um
trabalhador pode não ter nenhuma
doença, mas por ter passado a noite
acordado se sente exausto e sem
atenção a detalhes, o que pode
resultar em acidentes. Ou pode
Carla Torres, especialista
da Associação Nacional de
Medicina do Trabalho (Anamt)
ainda não ter qualquer condição de
saúde que dificulte o trabalho, mas
lhe falta o conhecimento técnico
para desempenhar a tarefa em
segurança”, argumenta.
Ela recomenda, ainda, que
todos os envolvidos na atividade
mantenham sempre um estado de
alerta na percepção dos riscos, visto
que, em muitas vezes, a repetitivi-
dade da exposição faz com que o
trabalhador passe a subestimar os
perigos. “Sempre importante ter em
mente que espaço confinado é um
ambiente que não foi projetado para
a ocupação humana e que, portanto,
estar ali deve ser sempre visto como
um estado de exceção em que todos
os cuidados precisam ser tomados
para evitar desfechos ruins. Devemos
sempre combater a prática das “PT
(Permissões de Trabalho) Ctrl C+ Ctrl
V”, em que as análises preliminares
de riscos são consideradas como
imutáveis e são consistentemente
repetidas nos procedimentos sem a
devida análise crítica. Cada situação
é única e deve ser considerada
conforme as especificidades de seus
riscos, até porque isso pode fazer a
diferença em algo muito específico e
único de cada trabalhador: a vida”,
conclui Carla Torres.
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