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Trabalho de Evolucao Do Pensamento Geografico - Pedro
Trabalho de Evolucao Do Pensamento Geografico - Pedro
Turma: B
Índice 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 5
3. Conclusão .............................................................................................................................. 17
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1. Introdução
O presente trabalho aborda sobre ``Impacto das Correntes geográficas para a sociedade``. Com
este tema pretende-se debruçar do surgimento das correntes geográficas, as grandes correntes
geográficas e contributo da geografia no desenvolvimento da sociedade.
O século XIX foi particularmente rico em transformações políticas e sociais que tiveram impacto
no domínio do pensamento em geral e da Geografia em particular.
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1.2.Objectivos
LIBANEO (2002:104) afirma que “objectivo, é um fim a ser alcançado, alvo a ser alcançado”.
Por conseguinte, de acordo com a citação que apresentamos acima, o nosso trabalho apresenta
dois objectivos, sendo um geral e outros de caracteres específicos.
1.2.1.1.Objectivos específicos.
Descrever o surgimento das correntes geográficas;
Descrever as grandes correntes geográficas; e
Explicar o contributo da geografia no desenvolvimento da sociedade.
1.3.Metodologia de pesquisa
Para a efectivação deste trabalho usou-se o método Analítico que consistiu no uso de técnica de
pesquisa bibliográfica.
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2. Impacto das Correntes geográficas para a sociedade
Na metade do séc. XX, a Geografia Tradicional entra em declínio devido às transformações que
vinha passando o mundo. Segundo Moraes (1987, p. 93), esse declínio começa a se apresentar
em meados da década de cinquenta e, na década de setenta, a Geografia Tradicional encontra-se
quase que praticamente extinta. Dessa última década em diante o que irá sobreviver dessa
Geografia serão resquícios de um passado já superado.
Andrade (1987, p. 96), enfatiza que os geógrafos, diante do esgotamento da geografia
tradicional, passaram a procurar novos caminhos, ora por meio da actualização dos princípios
gerais da geografia tradicional, ora por meio do rompimento definitivo com ela, criando uma
“nova” geografia. Os geógrafos foram chamados a dar uma contribuição à reconstrução do pós-
guerra e compreenderam que esta contribuição não poderia ser a partir dos métodos e das
técnicas utilizadas pela Geografia Tradicional, que se limitava a observar, a descrever e a
explicar paisagem, utilizando o “olho clínico”, não usando de técnicas que levassem a ultrapassar
a aparência da paisagem, os elementos “invisíveis” na elaboração da paisagem.
A visão, na Geografia Tradicional, de um mundo onde os fatos aconteciam naturalmente,
desprovidos de ideologias e de interesses políticos, da neutralidade científica marcada pelo
positivismo, passou a ser questionada. A Geografia Tradicional, com seus métodos e técnicas,
não davam mais conta da descrição, representação e explicação dos fenômenos da superfície
terrestre.
A partir da metade do séc. XX surgem movimentos de renovações da Geografia.
Esses movimentos ou correntes não possuem uma unidade, apresentam propostas de renovação
da geografia, muitas vezes, opostas, de uma corrente para outra. Tal fato decorre da diversidade
de métodos de interpretação, que são utilizados para a explicação da realidade e de
posicionamentos (políticos, ideológicos, filosóficos etc.) dos autores que compõe as correntes.
O final do século XIX e o início do XX assistem a uma crise do possibilismo, com uma crítica ao
modelo naturalista e a afirmação das espeficidades das ciências humanas, via o neokantismo.
Grosso modo, isso significou a valorização do desenvolvimento histórico das sociedades
humanas e, por conseqüência, o destaque dessa dimensão na explicação da realidade. Na
Geografia, o debate natureza/espírito ou ciências naturais/ciências humanas materializou-se na
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valorização do caráter idiográfico dessa ciência e, por conseguinte, na busca da localização
singular dos fatos na superfície terrestre (CAPEL, 1981). É nesse contexto que se podem
compreender as propostas da chamada “Escola Regional”.
A institucionalização da Geografia no século XIX é contemporânea da explosão das filosofias
evolucionistas e do prodigioso crescimento das ciências naturais (CLAVAL, 1974).
A força da Origem das espécies, de Charles Darwin, influenciou de forma decisiva a Geografia
no seu nascedouro com as visões evolucionistas e deterministas que, transpostas para a análise
geográfica, acabaram por colocar o homem como um componente passivo da natureza,
especialmente do clima. A força do quadro físico então se impõe sobre a sociedade, como bem
atesta a afirmação de Hitter (apud CLAVAL, 1974, p. 50) quando se propõe a estudar “todas as
relações essenciais dentro das quais os povos estão situados sobre o globo terrestre” para assim
“estabelecer todas as direções nas quais caminham até seu desenvolvimento sobre a fatal
influência da natureza”.
O século XIX foi particularmente rico em transformações políticas e sociais que tiveram impacto
no domínio do pensamento em geral e da Geografia em particular. Entre esses factores, há a
destacar o ambiente económico da época em especial a, Revolução Industrial na Europa, cujo
impacto pode ser resumido no seguinte:
Todas essas premissas criaram condições para uma nova abordagem da Geografia apoiada por
ciências naturais e sociais, incidindo na perspectiva ecológica e corológica da Geografia.
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2.2. As Grandes Correntes Geográficas
a) Corrente Determinista
A corrente determinista também conhecida por determinismo geográfico, foi fundada por
Frederich Ratzel (1844-1904) pertencente à escola alemã. Os trabalhos de F. Ratzel marcaram o
início de um debate de ideias sobre a Geografia, mais tarde seguidas pela escola francesa,
americana, Círculo de Viena e um pouco por todo lado. De acordo com esta teoria, o objecto de
estudo é o Homem-Meio, numa relação unívoca, por isso acredita-se na submissão do Homem às
leis da Natureza.
A corrente determinista, preocupada na relação Homem-Meio foi fundada por F. Ratzel. Mais
tarde Ellen Semple e William Davis também defenderam esta corrente.
Partindo desta ideia defendeu que os povos ou os estados fortes devem dominar os fracos.
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A corrente determinista apoia-se também no positivismo de August Comte que defende que o
pensamento evoluiu em forma de progressão a três níveis:
Os Princípios do Determinismo
Partindo destes postulados positivistas darwinistas, Ratzel estabeleceu leis gerais, em que o
primado é o meio físico sobre o Homem e concluiu que para meios físicos iguais, corresponderá
uma organização social idêntica, defendendo a passividade do Homem perante as leis da
Natureza.
Os métodos do determinismo
A corrente determinista foi muito marcada pelos métodos comparativos, apoiando-se nos
princípios da casualidade e de extensão, recorrendo explicação dedutiva-comparativa, para a
formulação de leis e verificação das relações causa-efeito.
Contribuição e aplicação do determinismo As ideias de Friedrich Ratzel tiveram eco nos círculos
científicos e políticos da Europa e da América do Norte, particularmente os políticos, que
encontraram na base teórica a justificação do expansionismo colonial, ao defender que os estados
fortes deviam aumentar os seus espaços à custa dos estados fracos; as raças fortes deviam
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dominar as fracas e submeter povos tropicais à dominação colonial, expandindo assim a
civilização europeia de orientação cristã.
Embora possamos fazer várias críticas ao determinismo geográfico, é lícito que se destaque
algum mérito para esta teoria na medida em que permitiu:
Continuadores de Ratzel
Ellen Semple defendia que os climas são determinantes para a saúde mental e física do Homem.
O estudo dos indivíduos deve ter em conta sempre o seu habitat.
Por sua vez, William M. Davis prestou mais atenção Geografia Física: defendia que a sociedade
humana devia ser encarada como um organismo e que só podia sobreviver com base nos
ajustamentos ao meio físico. Considerava a superfície terrestre, o objecto de estudo da Geografia.
b) Corrente Possibilista
Esta corrente surgiu nos finais do século XIX e marcou o pensamento Geográfico até 1950.
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A corrente possibilista resulta da evolução científica e de todo o debate científico e filosófico de
então.
Portanto para a corrente possibilista, não há uma submissão fatal do Homem ao Meio, mas sim
várias possibilidades que a sua disposição pode ou não valorizar.
Objecto de estudo
De acordo com esta corrente, a Geografia possui dois objectos de estudo: o Homem para a
Geografia Humana e a Terra para a Geografia Física. Ou seja, estabelecem-se relações
biunívocas; Homem-Meio que definem a reciprocidade e não a dependência como acontece no
Determinismo.
O Possibilismo defende que o Homem pode optar perante as várias possibilidades que o Meio
oferece para desenvolver um género de Vida próprio.
O Possibilismo deu muita importância ao método historicista e indutivo analítico. Por isso, Vidal
De La Blache estruturou o seu estudo na análise do meio físico, seguido pelo estudo das formas
de ocupação e finalmente o impacto da integração do Homem no seu habitat.
A análise regional e morfo-funcional não deve chegar à formulação de leis gerais nos fen6menos
humanos.
Vidal De La Blache (1845-1918) o pai da Geografia regional pertence à escola francesa. Foi
professor universitário em Paris com muitos trabalhos publicados sendo responsável pela revista
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Annales de Geographie. Estudou muitas zonas rurais, defendia que a Natureza põe e o Homem
dispõe. Valorizava a acção humana e, além disso, dizia que os fenómenos deviam ser estudados
na sua região tendo como base as análises regionais e passando para uma análise morfo-
funcional.
Por outro lado, critica-se no Possibilismo o facto de prestar mais atenção à análise das zonas
rurais em detrimento das cidades numa altura em que a cidade já era o Pólo de desenvolvimento
da humanidade.
c) Corrente Corológica
As origens desta corrente remontam antiguidade, mas foram revigoradas por Kant no século
XVIII, ao acentuar o carácter regional, descritivo e ideográfico da Geografia e tem Alfred
Hettner seu fundador.
A corrente corológica analisa a região em termos de estrutura e funções, pretendendo criar uma
ciência unificada, através de uma análise lógica, baseada em novos conceitos de Física e com
uma linguagem comum a todas as ciências.
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Como as demais correntes de pensamento e em particular geográficas, o surgimento da corrente
corológica esteve ligado ao contexto do século XX que se caracterizava por:
Diante desta realidade, muitos países europeus colocaram o Estado na direcção das economias,
impondo o que se chamou capitalismo monopolista do Estado. O desenvolvimento implicaria
uma nova divisão do trabalho, tornando-se imprescindível uma planificação regional e urbana.
Havendo situações de crise na Europa e na América era preciso encontrar soluções vindas das
ciências sociais e em particular da Geografia.
Com base nas ideias das referidas ciências, a Geografia passou a ser uma ciência unificada,
recorrendo às ciências exactas e à Lógica. Mais ainda, procura uma linguagem comum, um
raciocínio lógico, nega a divisão das ciências geográficas, dá muita importância à probabilidade
e procura formas de expressão com outras ciências, particularmente o uso da linguagem
Matemática e Estatística, servindo-se da Informática e da Cibernética.
Ainda segundo a Corrente Corológica, a Geografia devia trazer soluções dos seguintes
problemas:
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Principais variantes da Corrente Corológica
Escola de Chicago;
Nova Geografia;
Geografia Radical.
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O contributo da Geografia, entretanto, não está somente nos conhecimentos sobre os nomes de
países, suas capitais, dados populacionais, moeda, religião etc., mas também em explicar a
dinâmica das ações no espaço, que não desvinculam do tempo. Por exemplo: a dinâmica da
transformação dos espaços na cidade, a lógica da produção agrária, a distribuição dos
movimentos sociais, a estrutura geomorfológica superficial da Terra, entre outros.
Geografia que apenas descreva a paisagem, mas sim de uma Geografia que esclareça os fatores
que contribuíram para a construção e formação dessa paisagem.
O espaço vivido deve ser compreendido como um espaço de vida, cuja constituição e
representação se dá pelos sujeitos e atores sociais que circulam por este espaço. O espaço não é
uma ideia abstrata, ou um conjunto complexo de ideias, mas sim um lugar estruturado, é
resultado concreto de um processo histórico possuindo uma dimensão real e física. A geografia
toma o espaço como uma dimensão da experiência humana dos lugares. A ciência geográfica ao
explicar a concepção de espaço construído enquanto resultado da ação antrópica, é abordada por
KAERCHER et al (2000, p.85):
A geografia ao falar das coisas do mundo da vida, fala dos espaços construídos pelos homens,
que em sua trajetória marcaram os lugares com os resultados da luta pela sobrevivência. A tarefa
da geografia na análise da sociedade é exatamente debruçar-se sobre a realidade com o olhar
espacial.
O ensino da Geografia bem como a sociedade é dinâmico, esta em constante transformação e
adaptação, por isso é de fundamental importância que o aluno consiga compreender que existem
diferentes lugares, culturas, saberes, e relações sociais. É necessário que ao abordar a Geografia
em uma escola do campo, seja proposta uma sistematização das experiências do cotidiano dos
educandos, de modo que a escola e o professor possa contribuir para a elucidação das questões
inerentes a construção e produção do conhecimento e do saber geográfico.
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3. Conclusão
Feito o trabalho, conclui-se que a Geografia, nos dias atuais, é considerada uma ciência que
estuda o espaço social.
Dentro do espaço geográfico são trabalhadas categorias, como: paisagem, lugar, região,
território, fundamentais para a análise geográfica. Todavia, o espaço é a categoria mais
abrangente da Geografia. Esse espaço é estudado no contexto da relação sociedade-natureza. A
Geografia contribui para o processo de transformação da sociedade, pois como ciência e como
disciplina estabelece fundamentos para o discurso do comprometimento social em busca de uma
sociedade melhor e adaptada a necessidade real do aluno e de toda a comunidade escolar. A
Geografia contribui também no sentido de que o educando se perceba e se reconheça como
participante do espaço em que vive, ou seja, como ser social e histórico inserido no processo de
construção de sua própria realidade.
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4. Referencias Bibliográficas
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessário para à pratica educativa.
12.ed. São Paulo. Paz e Terra. 1999.
KAERCHER, Nestor André. Ler e Escrever a Geografia para dizer a sua palavra e
construir seu espaço. In: SCHAFFER, Neiva Otero et al (org.). Ensinar e Aprender
Geografia. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Porto Alegre,
1998, p.11-21.
MORAES, A. C. R. A gênese da geografia moderna. São Paulo: Hucitec, 1989.
SANTOS, Milton. A natureza do Espaço. São Paulo: EDUSP, 2004.
WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo,
2017.
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