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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância

Impacto das Correntes geográficas para a sociedade.

Pedro Barros Victor

Código do estudante: 708231402

Licenciatura em Ensino de Geografia

Cadeira: Evolução do Pensamento Geográfico

Turma: B

Ano de frequência: 1º Ano

Docente: Carlos Pires

Beira, Junho de 2023


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 Índice 0.5

Aspectos  Introdução 0.5


Estrutura
organizacionais 0.5
 Discussão
 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)

Introdução  Descrição dos 1.0


objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico 2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos 2.0
dados

Conclusão  Contributos teóricos 2.0


práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
Referências edição em  Rigor e coerência das
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ................................................................................................................................ 5

1.2. Objectivos ............................................................................................................................ 6

1.2.1. Objectivo geral. ................................................................................................................ 6

1.2.1.1. Objectivos específicos. ................................................................................................. 6

1.3. Metodologia de pesquisa...................................................................................................... 6

1.3.1. Pesquisa bibliográfica ...................................................................................................... 6

2. Impacto das Correntes geográficas para a sociedade .............................................................. 7

2.1. Surgimento das correntes geográficas ................................................................................. 7

2.2. As Grandes Correntes Geográficas ...................................................................................... 9

a) Corrente Determinista ....................................................................................................... 9

Os métodos do determinismo ................................................................................................ 10

b) Corrente Possibilista ........................................................................................................ 11

c) Corrente Corológica ........................................................................................................ 13

2.3. Contributo da geografia no desenvolvimento da sociedade .............................................. 15

3. Conclusão .............................................................................................................................. 17

4. Referencias Bibliográficas ..................................................................................................... 18

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1. Introdução

O presente trabalho aborda sobre ``Impacto das Correntes geográficas para a sociedade``. Com
este tema pretende-se debruçar do surgimento das correntes geográficas, as grandes correntes
geográficas e contributo da geografia no desenvolvimento da sociedade.

O século XIX foi particularmente rico em transformações políticas e sociais que tiveram impacto
no domínio do pensamento em geral e da Geografia em particular.

O desenvolvimento da ciência geográfica passou por diferentes momentos, gerando reflexões


distintas acerca dos objetos e métodos do fazer geográfico.
Com as grandes mudanças da sociedade e o novo momento pedagógico, que se revelam, têm
determinado a necessidade de rever a concepção da Geografia como ciência e de repensar seu
objeto de estudo e seus processos investigativos.
Pode-se dizer que aqueles que “fazem geografia” têm uma missão a realizar.
Não somente buscar compreender o mundo, mas, também, buscar soluções para os diversos
problemas, seja eles sociais e ambientais. É necessário o compromisso do profissional de
geografia que abraça esse campo do conhecimento.

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1.2.Objectivos
LIBANEO (2002:104) afirma que “objectivo, é um fim a ser alcançado, alvo a ser alcançado”.
Por conseguinte, de acordo com a citação que apresentamos acima, o nosso trabalho apresenta
dois objectivos, sendo um geral e outros de caracteres específicos.

1.2.1. Objectivo geral.


Fazer um estudo exploratório sobre Impacto das Correntes geográficas para a sociedade.

1.2.1.1.Objectivos específicos.
 Descrever o surgimento das correntes geográficas;
 Descrever as grandes correntes geográficas; e
 Explicar o contributo da geografia no desenvolvimento da sociedade.

1.3.Metodologia de pesquisa
Para a efectivação deste trabalho usou-se o método Analítico que consistiu no uso de técnica de
pesquisa bibliográfica.

1.3.1. Pesquisa bibliográfica


Segundo (LAKATOS 1991:98) abrange toda literatura já tornada publica em relação ao tema em
estudo.

A pesquisa bibliográfica consistiu basicamente na recolha de informações em manuais, livros e


artigos publicados que abordam sobre os conteudos pesquisados.

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2. Impacto das Correntes geográficas para a sociedade

2.1. Surgimento das correntes geográficas

Na metade do séc. XX, a Geografia Tradicional entra em declínio devido às transformações que
vinha passando o mundo. Segundo Moraes (1987, p. 93), esse declínio começa a se apresentar
em meados da década de cinquenta e, na década de setenta, a Geografia Tradicional encontra-se
quase que praticamente extinta. Dessa última década em diante o que irá sobreviver dessa
Geografia serão resquícios de um passado já superado.
Andrade (1987, p. 96), enfatiza que os geógrafos, diante do esgotamento da geografia
tradicional, passaram a procurar novos caminhos, ora por meio da actualização dos princípios
gerais da geografia tradicional, ora por meio do rompimento definitivo com ela, criando uma
“nova” geografia. Os geógrafos foram chamados a dar uma contribuição à reconstrução do pós-
guerra e compreenderam que esta contribuição não poderia ser a partir dos métodos e das
técnicas utilizadas pela Geografia Tradicional, que se limitava a observar, a descrever e a
explicar paisagem, utilizando o “olho clínico”, não usando de técnicas que levassem a ultrapassar
a aparência da paisagem, os elementos “invisíveis” na elaboração da paisagem.
A visão, na Geografia Tradicional, de um mundo onde os fatos aconteciam naturalmente,
desprovidos de ideologias e de interesses políticos, da neutralidade científica marcada pelo
positivismo, passou a ser questionada. A Geografia Tradicional, com seus métodos e técnicas,
não davam mais conta da descrição, representação e explicação dos fenômenos da superfície
terrestre.
A partir da metade do séc. XX surgem movimentos de renovações da Geografia.
Esses movimentos ou correntes não possuem uma unidade, apresentam propostas de renovação
da geografia, muitas vezes, opostas, de uma corrente para outra. Tal fato decorre da diversidade
de métodos de interpretação, que são utilizados para a explicação da realidade e de
posicionamentos (políticos, ideológicos, filosóficos etc.) dos autores que compõe as correntes.
O final do século XIX e o início do XX assistem a uma crise do possibilismo, com uma crítica ao
modelo naturalista e a afirmação das espeficidades das ciências humanas, via o neokantismo.
Grosso modo, isso significou a valorização do desenvolvimento histórico das sociedades
humanas e, por conseqüência, o destaque dessa dimensão na explicação da realidade. Na
Geografia, o debate natureza/espírito ou ciências naturais/ciências humanas materializou-se na

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valorização do caráter idiográfico dessa ciência e, por conseguinte, na busca da localização
singular dos fatos na superfície terrestre (CAPEL, 1981). É nesse contexto que se podem
compreender as propostas da chamada “Escola Regional”.
A institucionalização da Geografia no século XIX é contemporânea da explosão das filosofias
evolucionistas e do prodigioso crescimento das ciências naturais (CLAVAL, 1974).
A força da Origem das espécies, de Charles Darwin, influenciou de forma decisiva a Geografia
no seu nascedouro com as visões evolucionistas e deterministas que, transpostas para a análise
geográfica, acabaram por colocar o homem como um componente passivo da natureza,
especialmente do clima. A força do quadro físico então se impõe sobre a sociedade, como bem
atesta a afirmação de Hitter (apud CLAVAL, 1974, p. 50) quando se propõe a estudar “todas as
relações essenciais dentro das quais os povos estão situados sobre o globo terrestre” para assim
“estabelecer todas as direções nas quais caminham até seu desenvolvimento sobre a fatal
influência da natureza”.
O século XIX foi particularmente rico em transformações políticas e sociais que tiveram impacto
no domínio do pensamento em geral e da Geografia em particular. Entre esses factores, há a
destacar o ambiente económico da época em especial a, Revolução Industrial na Europa, cujo
impacto pode ser resumido no seguinte:

 Considerável evolução da sociedade e da curiosidade científica e intelectual, que


estimularam o debate sobre a diferenciação do espaço e o estudo da relação Homem-
Meio.
 Aumento do interesse económico das classes dominantes, particularmente da burguesia,
em conhecer profundamente as colónias.
 Desenvolvimento científico e técnico nos séculos XVIII e XIX.
 Difusão das informações científicas e filosóficas e particularmente os trabalhos de A. V.
Humboldt e C. Ritter.

Todas essas premissas criaram condições para uma nova abordagem da Geografia apoiada por
ciências naturais e sociais, incidindo na perspectiva ecológica e corológica da Geografia.

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2.2. As Grandes Correntes Geográficas

As principais correntes são:

 Corrente determinista geográfico


 Corrente possibilista geográfico
 Corrente corológica.

a) Corrente Determinista

A corrente determinista também conhecida por determinismo geográfico, foi fundada por
Frederich Ratzel (1844-1904) pertencente à escola alemã. Os trabalhos de F. Ratzel marcaram o
início de um debate de ideias sobre a Geografia, mais tarde seguidas pela escola francesa,
americana, Círculo de Viena e um pouco por todo lado. De acordo com esta teoria, o objecto de
estudo é o Homem-Meio, numa relação unívoca, por isso acredita-se na submissão do Homem às
leis da Natureza.

As condições naturais, em especial as condições climáticas é que determinaram a evolução do


Homem, e consequentemente da sociedade.

A corrente determinista, preocupada na relação Homem-Meio foi fundada por F. Ratzel. Mais
tarde Ellen Semple e William Davis também defenderam esta corrente.

Bases da corrente determinista

F. Ratzel apoiou-se na teoria da selecção natural de Charles Darwin em que os conceitos de


organismo, de metabolismo, de luta, de selecção natural passam também para análise de
fenómenos socioeconómicos. Darwin chegou a uma conclusão que revolucionou o pensamento
clássico: «A luta pela Vida não é mais do que uma forma de selecção natural, na qual certas
espécies privilegiadas possuem todas as condições para sobreviver, enquanto que as
desfavorecidas ou fracas estão condenadas extinção».

Partindo desta ideia defendeu que os povos ou os estados fortes devem dominar os fracos.

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A corrente determinista apoia-se também no positivismo de August Comte que defende que o
pensamento evoluiu em forma de progressão a três níveis:

 Estado teológico onde a explicação é com base nas forças sobrenaturais.


 Estado metafisico (simples modificação geral do primeiro) onde os agentes
sobrenaturais são substituídos por formas abstractas, verdadeiras entidades.
 Estado positivo, no qual a explicação dos fenómenos é feita com base na observação e
na razão, considerando as relações causa-efeito entre os fenómenos.

Os Princípios do Determinismo

O determinismo de Ratzel sustentou-se em dois princípios

1. «Todo o facto geográfico é explicável através das suas causas».

2. «Quando as causas estão reunidas, o facto produz-se.»

Partindo destes postulados positivistas darwinistas, Ratzel estabeleceu leis gerais, em que o
primado é o meio físico sobre o Homem e concluiu que para meios físicos iguais, corresponderá
uma organização social idêntica, defendendo a passividade do Homem perante as leis da
Natureza.

Os métodos do determinismo

A corrente determinista foi muito marcada pelos métodos comparativos, apoiando-se nos
princípios da casualidade e de extensão, recorrendo explicação dedutiva-comparativa, para a
formulação de leis e verificação das relações causa-efeito.

Contribuição e aplicação do determinismo As ideias de Friedrich Ratzel tiveram eco nos círculos
científicos e políticos da Europa e da América do Norte, particularmente os políticos, que
encontraram na base teórica a justificação do expansionismo colonial, ao defender que os estados
fortes deviam aumentar os seus espaços à custa dos estados fracos; as raças fortes deviam

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dominar as fracas e submeter povos tropicais à dominação colonial, expandindo assim a
civilização europeia de orientação cristã.

Embora possamos fazer várias críticas ao determinismo geográfico, é lícito que se destaque
algum mérito para esta teoria na medida em que permitiu:

 Manter a unidade entre a Geografia Física e Humana.


 Sistematizar a Geografia e criar um objecto Único da Geografia.
 Garantir o cientismo e unidade da Geografia.
 Estabelecer que as relações Homem-Meio são básicas para a análise geográfica e
formulação de leis gerais para a Geografia.

Continuadores de Ratzel

O determinismo geográfico teve muito impacto no pensamento geográfico, atraindo muitos


seguidores. Na América do Norte, por exemplo Ellen Semple (Determinismo ambiental) e
William Morris Davis (Determinismo climático) foram os seguidores.

Ellen Semple defendia que os climas são determinantes para a saúde mental e física do Homem.
O estudo dos indivíduos deve ter em conta sempre o seu habitat.

Por sua vez, William M. Davis prestou mais atenção Geografia Física: defendia que a sociedade
humana devia ser encarada como um organismo e que só podia sobreviver com base nos
ajustamentos ao meio físico. Considerava a superfície terrestre, o objecto de estudo da Geografia.

O surgimento de várias correntes contestadoras do Determinismo Geográfico não eliminou


totalmente esta visão. A prova mais evidente é a teoria do espaço vital que no século XX foi
suporte do expansionismo e nacionalismos radicais na Europa que levaram o mundo à II Guerra
Mundial.

b) Corrente Possibilista

Esta corrente surgiu nos finais do século XIX e marcou o pensamento Geográfico até 1950.

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A corrente possibilista resulta da evolução científica e de todo o debate científico e filosófico de
então.

Tinha como objectivo opor-se ao determinismo geográfico, sobretudo na questão de submissão


do Homem ao meio ambiente e no objectos além disso o possibilismo queria combater os
excessos da escola alemã no que se refere a passividade do Homem perante ao meio.

Portanto para a corrente possibilista, não há uma submissão fatal do Homem ao Meio, mas sim
várias possibilidades que a sua disposição pode ou não valorizar.

Objecto de estudo

De acordo com esta corrente, a Geografia possui dois objectos de estudo: o Homem para a
Geografia Humana e a Terra para a Geografia Física. Ou seja, estabelecem-se relações
biunívocas; Homem-Meio que definem a reciprocidade e não a dependência como acontece no
Determinismo.

O Possibilismo defende que o Homem pode optar perante as várias possibilidades que o Meio
oferece para desenvolver um género de Vida próprio.

O Possibilismo apoia-se na corrente filosófica neo-idealista e neo-kantiana que divide a matéria e


o espírito do pensamento e no historicismo para explicação da realidade social.

Método de estudo do Possibilismo

O Possibilismo deu muita importância ao método historicista e indutivo analítico. Por isso, Vidal
De La Blache estruturou o seu estudo na análise do meio físico, seguido pelo estudo das formas
de ocupação e finalmente o impacto da integração do Homem no seu habitat.

Para Vidal de La Blache a observação, localização, descrição e interpretação de cada paisagem


com ajuda do método indutivo e historicista e o seu resultado conduzem ä elaboração de
monografias que retratam as regiões vidalianas.

A análise regional e morfo-funcional não deve chegar à formulação de leis gerais nos fen6menos
humanos.

Vidal De La Blache (1845-1918) o pai da Geografia regional pertence à escola francesa. Foi
professor universitário em Paris com muitos trabalhos publicados sendo responsável pela revista

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Annales de Geographie. Estudou muitas zonas rurais, defendia que a Natureza põe e o Homem
dispõe. Valorizava a acção humana e, além disso, dizia que os fenómenos deviam ser estudados
na sua região tendo como base as análises regionais e passando para uma análise morfo-
funcional.

Críticas ao Possibilismo Geográfico

Vários círculos científicos opuseram-se ao possibilismo geográfico, particularmente na questão


de criar dois objectos de estudo para a Geografia e por negar a formulação de leis gerais mesmo
para os fenómenos físicos.

Por outro lado, critica-se no Possibilismo o facto de prestar mais atenção à análise das zonas
rurais em detrimento das cidades numa altura em que a cidade já era o Pólo de desenvolvimento
da humanidade.

Finalmente, consideram os críticos do Possibilismo que os seus estudos e posição ideográfica


ameaçaram a unidade da Geografia.

c) Corrente Corológica

As origens desta corrente remontam antiguidade, mas foram revigoradas por Kant no século
XVIII, ao acentuar o carácter regional, descritivo e ideográfico da Geografia e tem Alfred
Hettner seu fundador.

A corrente corológica analisa a região em termos de estrutura e funções, pretendendo criar uma
ciência unificada, através de uma análise lógica, baseada em novos conceitos de Física e com
uma linguagem comum a todas as ciências.

Em termos metodológicos, a corrente corológica usa um método dedutivo, ao considerar que


todo o trabalho científico consiste em propor teorias e avaliá-las. Os neopositivistas apoiaram-se
nas teorias de jogos e teorias de sistemas para resolver os problemas globais e erguer um futuro
seguro.

Ambiente do seu surgimento

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Como as demais correntes de pensamento e em particular geográficas, o surgimento da corrente
corológica esteve ligado ao contexto do século XX que se caracterizava por:

 Crises sociais e económicas dos anos 30/40 do século.


 Europa abalada pela 2a Guerra Mundial.
 Falsa urbanização.
 Excessos populacionais.
 Desemprego e conflitos sociais.
 Racismo nas cidades.

Diante desta realidade, muitos países europeus colocaram o Estado na direcção das economias,
impondo o que se chamou capitalismo monopolista do Estado. O desenvolvimento implicaria
uma nova divisão do trabalho, tornando-se imprescindível uma planificação regional e urbana.
Havendo situações de crise na Europa e na América era preciso encontrar soluções vindas das
ciências sociais e em particular da Geografia.

Entre os principais suportes filosóficos da corrente corológica podem-se apontar o


Neopositivismo ou Positivismo Lógico do Círculo de Viena, o Existencialismo e a
Fenomenologia.

Com base nas ideias das referidas ciências, a Geografia passou a ser uma ciência unificada,
recorrendo às ciências exactas e à Lógica. Mais ainda, procura uma linguagem comum, um
raciocínio lógico, nega a divisão das ciências geográficas, dá muita importância à probabilidade
e procura formas de expressão com outras ciências, particularmente o uso da linguagem
Matemática e Estatística, servindo-se da Informática e da Cibernética.

Ainda segundo a Corrente Corológica, a Geografia devia trazer soluções dos seguintes
problemas:

 Como construir uma fábrica?


 Onde?
 Que vias de comunicações a construir?
 Como construir uma fábrica, como organizar uma cidade?
 Resolver problemas ambientais, urbanos e económicos.

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Principais variantes da Corrente Corológica

 Escola de Chicago;
 Nova Geografia;
 Geografia Radical.

2.3.Contributo da geografia no desenvolvimento da sociedade

A Geografia, enquanto ciência despida de preconceitos, e disciplina que estuda as interacções da


sociedade e natureza, as relações sócio-espaciais, têm um importante papel na compreensão das
transformações sociais, na explicação da organização dos homens na sociedade, afectando a
produção do espaço de forma desigual.
A Geografia contribui para o processo de transformação da sociedade, pois como ciência e como
disciplina estabelece fundamentos para o discurso do comprometimento social em busca de uma
sociedade melhor e adaptada a necessidade real do aluno e de toda a comunidade escolar. A
Geografia contribui também no sentido de que o educando se perceba e se reconheça como
participante do espaço em que vive, ou seja, como ser social e histórico inserido no processo de
construção de sua própria realidade.
O conhecimento geográfico é construído através de uma união de saberes sociais e técnicas que
promovem a união do lugar ao mundo. A geográfica como ciência estuda o lugar, o espaço, e as
transformações que ai ocorrem a partir da ação e do trabalho do homem e de sua evolução que
[...]marca as etapas do processo de trabalho e das relações sociais, marca também, mas
mudanças verificadas no espaço geográfico, tanto morfologicamente, quanto do ponto de
vista das funções e dos processos. (SANTOS, 1997, p.77)
O contributo da Geografia está relacionada à necessidade de se conhecer o espaço geográfico.
Este pode ser entendido como o espaço produzido pelo homem e que está em constante
transformação ao longo do tempo. Podemos dizer, então, que o espaço geográfico possui um
caráter histórico e, por isso, é capaz de contar a história e as características da ação humana sobre
o meio em que vive. Além do mais, também é campo de estudo da Geografia toda a dinâmica
superficial da Terra.

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O contributo da Geografia, entretanto, não está somente nos conhecimentos sobre os nomes de
países, suas capitais, dados populacionais, moeda, religião etc., mas também em explicar a
dinâmica das ações no espaço, que não desvinculam do tempo. Por exemplo: a dinâmica da
transformação dos espaços na cidade, a lógica da produção agrária, a distribuição dos
movimentos sociais, a estrutura geomorfológica superficial da Terra, entre outros.

Geografia que apenas descreva a paisagem, mas sim de uma Geografia que esclareça os fatores
que contribuíram para a construção e formação dessa paisagem.
O espaço vivido deve ser compreendido como um espaço de vida, cuja constituição e
representação se dá pelos sujeitos e atores sociais que circulam por este espaço. O espaço não é
uma ideia abstrata, ou um conjunto complexo de ideias, mas sim um lugar estruturado, é
resultado concreto de um processo histórico possuindo uma dimensão real e física. A geografia
toma o espaço como uma dimensão da experiência humana dos lugares. A ciência geográfica ao
explicar a concepção de espaço construído enquanto resultado da ação antrópica, é abordada por
KAERCHER et al (2000, p.85):
A geografia ao falar das coisas do mundo da vida, fala dos espaços construídos pelos homens,
que em sua trajetória marcaram os lugares com os resultados da luta pela sobrevivência. A tarefa
da geografia na análise da sociedade é exatamente debruçar-se sobre a realidade com o olhar
espacial.
O ensino da Geografia bem como a sociedade é dinâmico, esta em constante transformação e
adaptação, por isso é de fundamental importância que o aluno consiga compreender que existem
diferentes lugares, culturas, saberes, e relações sociais. É necessário que ao abordar a Geografia
em uma escola do campo, seja proposta uma sistematização das experiências do cotidiano dos
educandos, de modo que a escola e o professor possa contribuir para a elucidação das questões
inerentes a construção e produção do conhecimento e do saber geográfico.

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3. Conclusão
Feito o trabalho, conclui-se que a Geografia, nos dias atuais, é considerada uma ciência que
estuda o espaço social.
Dentro do espaço geográfico são trabalhadas categorias, como: paisagem, lugar, região,
território, fundamentais para a análise geográfica. Todavia, o espaço é a categoria mais
abrangente da Geografia. Esse espaço é estudado no contexto da relação sociedade-natureza. A
Geografia contribui para o processo de transformação da sociedade, pois como ciência e como
disciplina estabelece fundamentos para o discurso do comprometimento social em busca de uma
sociedade melhor e adaptada a necessidade real do aluno e de toda a comunidade escolar. A
Geografia contribui também no sentido de que o educando se perceba e se reconheça como
participante do espaço em que vive, ou seja, como ser social e histórico inserido no processo de
construção de sua própria realidade.

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4. Referencias Bibliográficas
 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessário para à pratica educativa.
12.ed. São Paulo. Paz e Terra. 1999.
 KAERCHER, Nestor André. Ler e Escrever a Geografia para dizer a sua palavra e
construir seu espaço. In: SCHAFFER, Neiva Otero et al (org.). Ensinar e Aprender
Geografia. Porto Alegre: Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Porto Alegre,
1998, p.11-21.
 MORAES, A. C. R. A gênese da geografia moderna. São Paulo: Hucitec, 1989.
 SANTOS, Milton. A natureza do Espaço. São Paulo: EDUSP, 2004.
 WILSON, Felisberto. G11 - Geografia 11ª Classe. 2ª Edição. Texto Editores, Maputo,
2017.

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