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Educação

Musical na Escola
Vol. 6
Musicalização de Bebês
“Antes de uma criança começar a falar, ela
canta. Antes de escrever, ela desenha. No
momento que consegue ficar em pé, ela
dança. Arte é fundamental para expressão
humana.”

Phylicia Rashad

Maria Paccelle
Créditos:

Capa e diagramação: Ricardo Wilson


Partituras: Plínio da Silva Alencar

Créditos do CD:

Arranjos: Plínio da Silva Alencar


Gonzaguinha Produções
Gravado em 2019

© Copyright 2019 Centro Cultural Maria Paccelle


Sumário
5 - Dedicatória
7 - Agradecimentos
9 - Apresentação

11 - Capítulo I - Desenvolvimento do bebê

11 - Desenvolvimento intrauterino
13 - Desenvolvimento do 1º ao 3º mês
14 - Desenvolvimento do 4º mês ao 11º
18 - Desenvolvimento do 12º mês ao 24º mês
20 - Estudos sobre o desenvolvimento musical infantil:
23 - A influência da música no cérebro do bebê
26 - Benefícios da música na vida do bebê e das crianças
27 - Uma palavra sobre o efeito Mozart

29 - Capítulo II - Conhecendo melhor uma creche

29 - A creche
29 - O que é uma boa creche
30 - Adaptação
30 - Rotina B1
31 - Rotina B2
32 - Por quê as crianças mordem?
33 - O que é egocentrismo?

3
35 - Capítulo III - Planejamento de Aulas para Edu-
cação Musical no B1 e B2

35 - Planejamento de Educação Musical no B1 e B2


36 - Considerações sobre o planejamento musical
41 - Modelo de planejamento para utilizar
44 - Unidades a serem trabalhadas no B1 e B2
47 - Projetos Especiais

51 - Repertório (Partituras e Cifras dos áudios)

69 - Histórico da autora

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Dedicatória
Esse livro é dedicado a todos aos meus alunos
do primeiro curso presencial de Musicalização de
bebês: Adriana, Bruna, Jessé, Kátia, Larissa, Leandro,
Luciana, Luciano, Marcelly, Maria Martins, Regina,
Renata, Rita, Sarah, Sônia Maria, Vandea, Mariana,
Nívea, Thiago, ministrado no dia 25/05/2019 desejan-
do que cada um deles possa utilizar esse trabalho
com muitos bebês por muitos anos multiplicando e
dividindo o saber.

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Agradecimentos
Agradeço a todas as escolas e creches que já
trabalhei com as classes de B1 e B2 durante a minha
carreira como educadora musical escolar.
Sem a experiência concedida pela oportuni-
dade que cada uma dessas escolas me deu seria
impossível fazer esse trabalho técnico com excelên-
cia e dividir com outros educadores que necessitam
de apoio nessa área.
São elas: Peixinho Sabido, Expressivo Mirim, Ser
Baby, Lindo céu e ABC.
Gratidão!
Autora Maria Paccelle

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Apresentação
Observamos que com o tempo as creches sofre-
ram um “upgrade”.
Antigamente confiávamos as creches o cuidado
com a alimentação, higiene e recreação de nossos
pequenos enquanto ficávamos trabalhando. Hoje
em dia, além das creches ficarem até doze horas
com nossos filhos elas precisaram de uma nova roti-
na.
Nessa nova rotina as creches incluíram ativida-
des esportivas, de dança, educativas, de reforço es-
colar e atividades culturais como a Educação Musi-
cal. Queremos destacar a Educação Musical para
bebês, que chegou com força total, cada vez mais
tem conquistado seu espaço para o B1 (04 meses a
11 meses) e para o B2 (12 meses a 24 meses).
No entanto, apesar dessa oportunidade abrir
muitas portas de trabalho para os educadores mu-
sicais, nem todos estão devidamente preparados
para ela.
A Educação Musical nas classes B1 e B2 não se
resume a músicas folclóricas e ou recreativas. A edu-
cação musical nessa fase de crescimento humano
é uma ferramenta fundamental, maravilhosa para
o desenvolvimento do cérebro do bebe. Devemos
estar prontos para esse desafio da melhor maneira
possível.
Foi pensando nesses educadores musicais de ex-
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Musicalização de Bebês

celência, que a autora e musicóloga Maria Paccel-


le desenvolveu esse projeto:
Um Manual de Musicalização de bebês para ser
utilizado em aulas de Educação Musical em creches
e escolas de educação Infantil que já tem B1 e B2.
O manual, conta com a parte técnica e pedagógi-
ca de planejamento, assim como um repertório vas-
to que atende a todas as necessidades dessa faixa
etária.

Um trabalho lindo, feito com muito carinho, que


o educador vai poder utilizar para um começo do
despertar do seu trabalho de educação Musical
com bebês.

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Capítulo um
Desenvolvimento do bebê
Desenvolvimento intrauterino
As fases do desenvolvimento embrionário:

Fecundação Após a fecundação do óvulo é formado o zigoto


que passará por diversas divisões.
Essas fases são chamadas de: Segmentação,
Gastrulação e Organogênese

Segmentação A segmentação, também chamada de cliva-


gem, é uma etapa do desenvolvimento embrio-
nário caracterizada por uma grande quantida-
de de divisões celulares.

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Musicalização de Bebês

Gastrulação A gastrulação é o processo que origina as cama-


das germinativas. Enquanto este processo acon-
tece, o disco embrionário antes bilaminar, agora
é convertido em um disco embrionário trilaminar,
como na figura abaixo ilustrado. É perceptível
neste esquema essa mudança e outras também,
como o sulco primitivo.

Organogênese A Organogênese é parte do processo de desen-


volvimento embrionário no qual os três folhetos
germinativos (ectoderme, mesoderme e endo-
derme) se diferenciam e dão origem aos órgãos
internos do organismo.

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Maria Paccelle

Desenvolvimento do 1º ao 3º mês
No final da década de 1980, foram analisados mui-
tos bebes em seus primeiros dias de vida. Esses es-
tudos mostraram que os bebes já demostram pre-
ferências sonoras, visuais e olfativas.

Mês Principais curiosidades


1º Com apenas 12 horas de vida, bebês são capazes de imitar al-
guns movimentos..: Nos primeiros dias, o mundo é um grande
borrão para o bebê, que só consegue focalizar objetos que es-
tejam a aproximadamente 30 centímetros da ponta de seu na-
riz, o cordão umbilical, que se resume agora a um secar e cair
entre cinco a 15 dias do nascimento.
Móbiles coloridos são ideais. Pela visão ainda estar em desen-
volvimento, o olhar é atraído por objetos de formas arredonda-
das e cores contrastantes.
O leite materno é a fonte de energia. O choro é a primeira (e
até então, única) maneira que o recém-nascido tem de expres-
sar o que sente, seja fome, frio ou sono.

2º Um dos grandes marcos desse período é o sorriso social. "Indica


que o desenvolvimento psíquico e afetivo da criança está indo
bem", diz a pediatra. É um fenômeno curioso, porque independe
do olhar e da receptividade dos pais. "Crianças cegas e surdas
também têm esse sorriso", diz Rosa. Além do sorriso, o bebê de 2
meses já consegue levantar o queixo, sinalizando que o controle
da musculatura do pescoço está avançando. Tem também o
reflexo de virar o rosto de lado se colocado de bruços quando
acordado.

3º A boca é o principal instrumento do bebê para conhecer o mun-


do. Ela discrimina consistência, volume, texturas dos objetos, das
pessoas e até das partes do corpo do bebê. Ele ainda não leva
o pé à boca, mas as mãos são saboreadas junto com brinque-
dos moles que já consegue pegar. Os movimentos reflexos con-
tinuam a diminuir. Ele começa a virar o corpinho para o lado. Do
terceiro para o quarto mês aparecem os arrulhos ou balbucios.
"Quando os pais conversam com os filhos, eles respondem com
sons e entonação como se estivessem mantendo um diálogo",
diz a pediatra Rosa.

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Musicalização de Bebês

Desenvolvimento do 4º mês ao 11º

Mês Principais curiosidades


4º O bebê de 4 meses está mais interessado nas coisas ao seu
redor.
O apetite dele vai diminuindo, e ficando mais parecido
com o de crianças maiores e adultos. Mesmo assim, ele
continuará engordando e crescendo (embora num ritmo
um pouco menor que o dos meses anteriores).
Nesta fase, ele começa a brincar com as próprias mãos, e
alguns quando colocados de bruços levantam a cabeça e
os ombros. Além disso, começa a demonstrar alguma pre-
ferência por certos tipos de brinquedos, e ri e emite gritinhos
quando é estimulado.

5º O bebê com 5 meses já levanta os braços para ser tira-


do do berço ou para ir para o colo de quem quer, reage
quando alguém quer tirar o seu brinquedo, reconhece as
expressões de medo, desagrado e zanga, e começa a de-
monstrar também os seus sentimentos através das expres-
sões faciais. Além disso, já é capaz de levantar a cabeça
e os ombros quando deitado e de apoiar-se com as mãos,
tentando arrastar, rolar e brincar com os chocalhos ou brin-
quedos que estejam à mão.
Nos progressos físicos, irá notar que ao ficar de barriga para
baixo, o bebé tenta levantar a cabeça e os ombros apoian-
do-se nos antebraços, e quando está de barriga para cima
começa a segurar as pernas até conseguir meter o pé na
boca.

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Maria Paccelle

6º Nesta fase, o bebê gosta de pegar tudo o que está ao seu


alcance e leva tudo à boca, para experimentar texturas,
sabores e consistência. Por isso, durante esta fase os pais
precisam de tomar cuidado, ficando atentos ao que o
bebê põe na boca para evitar que o bebê engula coisas
pequenas.
Nesta fase, os bebês gostam de atenção e muitas vezes se
esforçam para consegui-la. Em breve, você vai começar a
notar ansiedade na presença de estranhos , mas, por en-
quanto, a socialização é mais generalizada: qualquer um
que se aproximar do seu filho com uma expressão facial
engraçada conquistará imediatamente a amizade dele. E
não há motivos para ciúme, já que ele ainda precisa muito
de você.
O bebê também está aprendendo que seu comportamen-
to, tanto o bom como o ruim, atrai sua atenção.

7º O bebê com 7 meses já começa a se interessar por brinca-


deiras de outras crianças e a prestar atenção à duas pes-
soas ao mesmo tempo. Gosta de ficar no colo e a passar
de um colo para o outro, entre pessoas conhecidas porque
nesta fase ele já começa a ficar mais tímido e receoso com
pessoas estranhas. Nessa etapa o bebê muda de humor
com muita facilidade e pode chorar ou rir enquanto brin-
ca com os outros. Se o bebê ainda não sentou é provável
que aprenda a ficar sentado sozinho agora e se ainda não
começou a engatinhar, poderá se arrastar pelo chão para
alcançar o que deseja.

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Musicalização de Bebês

8º O bebê com 8 meses já consegue perceber o que aconte-


ce a sua volta, gostam de atenção, o que normalmente fa-
zem por meio dos gritos, e sua maior diversão é tentar ficar
em pé, o que consegue fazer se apoiando em objetos. O
bebê também já consegue engatinhar muito bem, se des-
locando para todos os lugares da casa com facilidade.
Sua coordenação está cada vez melhor, agora ele já co-
meça a bater palminha. Cantar cantigas infantis com o
bebê, além de estimular a bater palmas, é um ótimo trei-
namento vocal e auditivo. As rimas das músicas deixam a
criança envolvida e em pouco tempo ele reconhecerá as
músicas para cantar com você. O bebê já treina sua vo-
calização, testando vários e diferentes tons que sua boca
pode produzir. Seus barulhinhos ainda não podem ser in-
terpretados como palavras, mas esse treinamento é fun-
damental para que logo menos você comece a ouvir um
delicioso “mamá” e “papá”. Continue estimulando a fala
conversando com o bebê pronunciando bem as palavras.
Ele já consegue ficar mais tempo em pé quando segurado
pelas mãos por um adulto. Festeje suas conquistas!

9º O bebê com 9 meses já deve estar quase andando e co-


meça a perceber muitas das coisas que os pais dizem. A sua
memória está ficando mais desenvolvida e ele já começa
a querer comer sozinho, fazendo muita bagunça, mas que
é essencial para o seu desenvolvimento motor.
Ele já deve segurar dois objetos com as mãos quando per-
cebe que é muito grande para pegar com uma mão só,
sabe segurar firme numa cadeira, usa o dedo indicador
para apontar para o que deseja e também para as pesso-
as e sempre que pode enfia este dedo em pequenos bura-
cos dos brinquedos ou caixas.
Nesta fase ele gosta muito de ser observado, apreciando
ser o centro das atenções e sempre que é aplaudido pelos
pais, repete a mesma gracinha.

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Maria Paccelle

10º O bebê com 10 meses começa a querer comer os alimen-


tos com os dedos e já come alguns alimentos, como biscoi-
tos, sozinho porque consegue segurar bem com dedinhos.
O raciocínio do bebê está mais desenvolvido aos 10 meses,
pois se algum brinquedo for para debaixo de um móvel, o
bebê tenta ir buscá-lo.
Uma vez que consiga se equilibrar por conta própria, o
bebê vai usar outros objetos para se apoiar, vai encontrar
formas de escalar móveis e até de subir escadas. Ele dará
uns passinhos meio incertos quando você o colocar em po-
sição para andar e, muitas vezes, tentará pegar um brin-
quedinho.
Os primeiros passos de fato rumo à independência -- e ao
fim daqueles longos momentos no carrinho ou no carrega-
dor -- vão surpreender você a qualquer minuto, embora
haja crianças que só antem com mais de 1 ano e 3 meses.
Os dedos da mão do bebê estão mais habilidosos. Ele con-
segue pegar um pequeno objeto entre os dedos polegar e
indicador ou médio sem ter que apoiar o punho em uma su-
perfície (e, agora que seu filho já está comendo alimentos
sólidos, prepare-se para muita sujeira no chão). Qualquer
coisa bem pequena é intrigante e vai parar na boca. Não
há nenhum problema com isso, desde que tais “achados”
sejam comestíveis e não tão pequenos que possam fazer a
criança engasgar.

11º O bebê com 11 meses começa a mostrar a sua personali-


dade, gosta de comer sozinho, engatinha para onde quer
ir, já anda com ajuda, fica contente quando tem visitas e
já entende ordens simples como: “Traz aquela bola para
mim” e pode apontar para a mãe quando alguém lhe per-
gunta “Onde está a mamãe?”.
É comum o bebê com 11 meses tentar levantar do chão
sozinho, ficando primeiro de quatro, com as mãos no chão.
Ele pode tentar subir na cadeira ou no carrinho, o que é
muito perigoso e pode causar acidentes, por isso, o bebê
não deve ficar sozinho em nenhum momento.

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Musicalização de Bebês

Desenvolvimento do 12º mês ao 24º mês

Essa é uma fase muito especial. O seu bebé po-


derá começar a desenvolver as suas habilidades
motoras e músculos que lhe permitem caminhar e
ganhar a coordenação necessária para correr e
saltar. O bebé entrará no processo de socialização.
Começa a juntar palavras criando frases simples, uti-
lizando palavras como “eu” quero. Nesta etapa de
crescimento, o seu bebé necessitará de uma vas-
ta gama de nutrientes. Necessário prestar bastante
atenção a alimentação. Necessário ter banhos de
sol regulares.

Mês Principais curiosidades


12º Autonomia e independência
Quer se alimentar sozinho.
Experimenta o som dos objetos.
Agitação.

13º Fase egocêntrica.


Timidez ou mesmo medo perante o desconhecido.
Começam a sonhar.

14º Quer bebe água sozinho.


Testa os adultos e faz birra.
Acha engraçado brincar e se divertir socialmente.

15º A maioria dos bebés de 15 meses já anda. Mostra seu tem-


peramento. Importante diferenciar birras de necessidades
reais.

16º Exploração do espaço.


Sobe nas cadeiras. Muito arteiros.
Aprendem a diferença do certo e errado.
Arrastam objetos e móveis.
Interesse em animais.

18
Maria Paccelle

17º Aprender a falar.


Aumento do vocabulário.
Cada vez mais independente.
Mais simpático com estranhos.

18º Para muitos bebés, esta é a fase de começar a largar a


fralda e a introduzir o penico.

A noção de espacial da criança desenvolve-se e conceitos


como “dentro”, “atrás” ou “de baixo” começam a ser mais
comuns nas brincadeiras que faz.
Crescimento da socialização.

19º Inserção de verbos no meio da frase.


Melhor utilização de brinquedos didáticos.
O bebe tenta correr e fugir… e, claro, as quedas.

20º Introdução de Desenho artes e colagens.


Imitação.
Muitas Birras.
Amabilidade.

21º Agressividade: Bater e morder


Medos e fantasias.
Utilização do copinho sem canudo.

22º Interesse pelo esporte, bola, jogos.


Importante o incentivo para elevar a autoconfiança.

23º Interesse por vestir-se sozinho.


Quebra-cabeças

24º De repente o bebe não se parece mais com um bebe.


Seu emocional fica mexido por querer crescer e ao mesmo
tempo ainda ser bebe.
Começa a perceber seu gênero. E identificar-se mais com
coleguinhas do mesmo gênero.

19
Musicalização de Bebês

Estudos sobre o desenvolvimento musical infantil:

Destacamos alguns dos maiores pesquisadores so-


bre a música na gravidez até os 2 anos do bebe.
São eles: Edwin E. Gordon, Keith Swanwick e Esher
Beyer. Vale a pena conhecer e ser você puder ler
mais sobre eles.

Estudiosos: Principais ideais:


Edwin E. Gordon foi um influente 1-Que os bebes recebam:
investigador, autor, editor e pro- Estímulos musicais em casa pe-
fessor no campo da educação los pais, antes mesmo de irem à
musical. Professor da Universida- escola.
de da Carolina do Sul, Gordon,
através da extensa investiga- 2-Os 18 primeiros meses são os
ção, deu grandes contribuições mais importantes.
para o estudo das aptidões mu- Ele divide em:
sicais, teoria da aprendizagem Balbucio tonal – Tentam cantar
da música, ritmo e movimento com uma voz falada.
e para o desenvolvimento musi- Balbucio rítmico: Emitem sons e
cal em lactentes e crianças mui- se movimentam.
to pequenas.
Deixou várias obras no campo 3- Defende o processo de Au-
da educação musical, incluin- diação que é a capacidade de
do Learning Sequences in Mu- ouvir a música interiormente e
sic, Skill, Content, and Patter- ouvi-la no silêncio.
ns, A Music Learning Theory for
Newborn and Young Children
and Preparatory Audiation, Au-
diation and Music Learning The-
ory.

20
Maria Paccelle

Keith Swanwick é um pesquisa- Os níveis do espiral elaborados


dor e educador musical de na- por Swanwick:
cionalidade britânica que, ins- 1- Sensorial e manipulativo
pirado indiretamente pela obra 2- Pessoal e Vernacular
de Piaget, propôs a teoria sobre 3- Especulativo e idiomático
o desenvolvimento musical de 4- Simbólico e Sistemático
crianças e adolescentes, e in-
vestigou diferentes maneiras de
ensinar e aprender música. Se-
gundo a Teoria Espiral do Desen-
volvimento Musical, proposta
por Swanwick, o homem se de-
senvolve por etapas, como em
uma espiral: Antes da pronún-
cia do vocabulário, sons; antes
da vida adulta, uma vida infantil
e pré-adulta; etc. Praticamente
toda a base teórica da pesqui-
sa de Swanwick, organizando o
desenvolvimento do indivíduo
em etapas, é semelhante à de
Piaget. Não havendo em suas
obras citação clara a Piaget.

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Musicalização de Bebês

Esher Beyer é doutora em Psi- 1- A troca sonora da mãe e o


cologia da Música pela Univer- bebe é de suma importância
sität Hamburg, sob orientação para o bebe falar e cantar.
do professor Vladimir Karbusi- 2- O período sensório motor é
cky. Anos mais tarde, entre 1997 a base para construção de um
e 1998, fez seu pós-doutorado discurso musical futuro.
na Universität Münster (Westl-
fälische Wilhelms), também na
Alemanha. Em 1992 ingressou
no quadro docente da UFRGS,
vinculada ao Departamento de
Música do Instituto de Artes (IA).
Entre 1993 e 1996 foi docente
na Pós-Graduação em Música
do IA/UFRGS e a partir de 1996,
docente e orientadora no Pro-
grama de Pós-Graduação em
Educação, na Faculdade de
Educação da UFRGS. Atuava
na linha “Educação: Arte, lin-
guagem e tecnologia”, com
pesquisas em educação musi-
cal. Após vários anos dedicados
à pesquisa em desenvolvimento
musical, no primeiro semestre
de 1999, Esther criou e passou
a coordenar o Projeto Música
para Bebês, no Instituto de Artes
da UFRGS.

22
Maria Paccelle

A influência da música no cérebro do bebê:

1- Pesquisa recentes sobre a música e o cérebro afir-


mam que a mesma espalhada em todo cérebro.
Observe:

Vibração do som Captada pelo ouvido externo

Vibração penetra no ouvido in- Atinge o tímpano


terno

Vibração chega na cóclea Convertendo em impulsos elétri-


cos

Impulsos elétricos Tronco cerebral

Tálamo Córtex

Interpretação dos estímulos mu- Lobo frontal, temporal, parietal


sicais e occipital

Elementos da música Trabalhados por diversos grupos


de neurônios

Hemisfério esquerdo Ritmo, duração e métrica

Hemisfério direito Melodia, harmonia, timbre e


emoção

2) O cérebro do bebe já está pronto para decodi-


ficar os estímulos musicais e as diversas regiões do
cérebro entram em ação podem ser modificadas
no que diz respeito as conexões sensoriais.
“A estimulação musical nos dois primeiros anos de
vida pode gerar um redimensionamento cerebral.”
Muszkat

23
Musicalização de Bebês

3)Estimulo musical e as áreas motoras, observe:

O cérebro recebe informações Converte em informações mo-


sensoriais toras

Ouvir música Desperta movimentos involun-


tários, estimulando a ação e
por conseguinte ao movimento.

Expressividade Rítmica Coordenação motora

4) Estimulo Musical no desenvolvimento Cognitivo:


Basicamente, é o processo de conhecer. A capaci-
dade de construir e utilizar o conhecimento.

Trocas dinâmicas entre a crian- Interação com o ambiente


ça e o meio

De acordo com Piaget o desen- Sensório motor (nascimento aos


volvimento cognitivo está dividi- dois anos). Observem a impor-
do em quatro estágios: tância enorme da fase B1 e B2,
e quanto a música pode auxiliar
Sensório motor (nascimento aos no desenvolvimento cognitivo
dois anos)

Pré-operacional (2 a 7 anos)

Operacional Concreto (7 aos 12


anos)

Subestágio 1 - 0 a 1 mês Atos reflexos e os 5 sentidos

Subestágio 2 - 1 a 4 meses Reações circulares primárias:


Já consegue coordenar esque-
mas: audição e visão.
Subestágio 3 - 4 a 8 meses Reações circulares secundárias:
Começa a se interessar por ob-
jetos.

24
Maria Paccelle

Subestágio 4 - 8 a 12 meses Consolidação das aquisições


anteriores.

Subestágio 5 - 12 a 18 meses Reações circulares terciárias -


Experimentação.

Subestágio 6 - 18 a 24 meses Início do pensamento represen-


tativo.

5) Considerações sobre a estimulação Sonora e Mu-


sical para o bebê.

Dentro da barriga da mãe Batimentos cardíacos da mãe,


fluxo de sangue nas veias, bor-
bulhas do intestino, expansão
dos pulmões na respiração.
Tudo isso tem sonoridade, E o
bebe estava nesse meio sonoro.
Esses sons são de baixa frequên-
cia: Médios e graves.
Já foi provado que o som do
útero da mãe acalma os bebes.
Existem Cds, áudios no youtube
que nos oferecem esses sons.
Vale a pena conferir:
Womb Sounds for baby - útero
soa para o bebê
A textura e o movimento sono-
ro são as primeiras experiências
musicais do bebê no útero.
Os sons pré-natais formam um
importante componente para o
desenvolvimento do feto.

Fora da barriga da mãe Estimulo sonoro junto com es-


timulo visual e abstrato, para
agregar valor no desenvolvi-
mento cognitivo e sensorial do
bebe.

25
Musicalização de Bebês

Benefícios da música na vida do bebê e das crianças.

O trabalho de musicalização com bebes e na edu-


cação infantil contribui para o desenvolvimento
global, porque a apresentação dos sons musicais, o
ritmo e a harmonia estimulam a audição e a fala e
também o seu desenvolvimento intelectual, senso-
rial e motor.
Além disso os benefícios do estímulo musical para o
desenvolvimento infantil incluem:

Desenvolvimento da memória Maior facilidade para falar as


palavras corretamente;
Maior destreza no aprendizado
das sílabas e do alfabeto;

Fixação de conteúdos Facilita o aprendizado da ma-


temática e de línguas estrangei-
ras;

Aceleração das sinapses cere- Melhora o desenvolvimento afe-


brais tivo e a coordenação motora.

Estimulo dos hemisférios cere- Maior destreza no aprendizado


brais das sílabas e do alfabeto

Socialização Nossa voz e corpo são nossos


primeiros instrumentos musicais

Acalma Vibrações ajudam

Recreação Conhecimento do mundo ao


seu redor

Socialização Trabalha o relaxamento

Melhora a timidez Dá uma sensação de segurança

26
Maria Paccelle

Motricidade fina Contato com matemática

Desenvolvimento de habilida- Expressão corporal


des artísticas

Contato com outras culturas Estimulo para concentração

Coordenação motora Criatividade

Uma palavra sobre o efeito Mozart

Como esse manual trata sobre bebes, resolvi


pontuar sobre o chamado Efeito Mozart.
Mozart foi um músico genial que já aos cinco
anos compunha musicais e tocava violino es instru-
mentos de teclado.
Viveu por apenas trinta e cinco anos, no entan-
to compôs mais de seiscentas obras que continuam
sendo apreciadas hoje em dia.
O efeito Mozart é uma teoria que diz que a músi-
ca de Mozart causa benefícios para os bebês.
Ele não aumenta o Q.I das crianças, nesse ponto
é apenas um mito.
Os estudos científicos atribuem às criações de
dito compositor qualidades além de seu valor musi-
cal, se chegou à conclusão de que as características
da música de Mozart são únicas em quantidade de
pulsações por minuto, alta frequência sendo desta
forma favorável para o desenvolvimento emocio-
nal dos bebês. Não custa nada colocar Mozart para
nossos pequenos.
Então sugiro que nossos bebês ouçam Mozart.
Em especial a (Sonata para Dois Pianos em Ré
Maior) nos primeiros meses de vida.
27
Capítulo dois
Conhecendo melhor uma creche
A creche

O Educador musical, é apto aos saberes musi-


cais, isso não podemos negar, mas quando se trata
de ministrar aulas de música em creches temos que
nos preparar. A creche, as vezes também têm esco-
laridade..., mas o ritmo e a rotina de uma creche é
bem acelerada e não pode mudar para favorecer
algum professor ou atividade. Geralmente a rotina
é cumprida à risca. Nós professores devemos nos
adaptar visando sempre o melhor para os alunos.
Resolvemos abordar um pouco o que é uma cre-
che para que o professor que ainda não teve con-
tato com uma fique preparado.
Vamos apontar a visão dos responsáveis para
escolher uma ótima creche para seus filhos.

O que é uma boa creche?

Ela tem projeto pedagógico? Qual é a equipe?


Funcionários suficientes em cada classe? Os funcio-
nários estão aptos a exercerem as funções designa-
das? Como funciona a adaptação, rotina, horários
e atividades?
Veja como é o pátio e se os ambientes são segu-
ros (tomadas portões, escadas e janelas).
Observe a higiene do local (banheiros e cozinha,
29
Musicalização de Bebês

principalmente) e a luminosidade.
Peça para ver o cardápio e pergunte como é
preparado o alimento.
Confirmar se a creche é associada a Asbrei (As-
sociação Brasileira de Educação Infantil).

Adaptação:

Quando as crianças chegam a creche, elas pas-


sam por um período de adaptação e muitos bebes
choram, não se preocupe. Isso é normal. Como fun-
ciona esse período?
O período de adaptação é um período muito
importante.
geralmente é que no primeiro dia a criança fique
com seu responsável por 1 hora e, a partir deste dia,
aumenta-se gradativamente o horário da criança
com a educadora sem a presença do responsável.

Rotina do B1 (Classe de 04 meses a 11 meses)

A rotina dos bebês menores é dentro do berçário


I, normalmente com um espaço de lazer, solário e
berços.
Eles tomam um solzinho ao ar livre (solário) e con-
tam com várias atividades de estimulação (ativida-
des psicomotoras, músicas, histórias, etc), fazem a
colação, tomam banho (dependendo do horário
na creche), dormem e almoçam/jantam.

30
Maria Paccelle

do B2 (12 meses a 24 meses)

A rotina das crianças a partir de 12 meses reple-


ta de brincadeiras das mais variadas, colação, ati-
vidades pedagógicas que incluem psicomotoras,
música, histórias, artes etc.
O almoço costuma ser seguido de um soninho
e à tarde acontecem rodinhas de conversas, brin-
cadeiras no pátio, lanche, e mais atividades peda-
gógicas lúdicas com música, histórias, atividades
psicomotoras, expressão artística, projetos especiais
etc. Sempre compatível com a faixa etária do gru-
po. Para terminar o dia, banho e jantar.

31
Musicalização de Bebês

Por que as crianças mordem?

Por que as Como evitar a mor- Se acontecer, o que fazer?


crianças mor- dida?
dem?
Não possuem Distraia a criança, Mantenha a calma. Mos-
as habilidades peça que olhe trar a importância de tratar
linguísticas: para outra direção bem o amigo.
Estão oprimi- ou chame-a para Utilize um tom firme para
dos dar passeio pelo dizer “Não”
Fase oral local ou fora dele. Mudar o foco da atenção
Estão experi- Sugira a criança para acolher a criança que
mentando que poderá lidar foi mordida,
com a situação de Ensine a criança a expres-
outra forma, sem sar seus sentimentos. leão”,
a necessidade de ou outras coisas que são
morder. aceitáveis;
Se estiver relacio- Dê a criança um “urso”
nada a fase de para abraçar quando per-
dentição, ofereça ceber que está apresenta-
mordedores apro- do estresse ou agitação a
priados ou alimen- ponto de morder, isso po-
tos que possa mor- derá sentir-se reconfortada;
der. Atenção especial precisa
ser dada, quando as crian-
ças apresentam mordidas
frequentes.

32
Maria Paccelle

O que é egocentrismo?

Em que momento começa a etapa egocêntrica


das crianças? Segundo diversos estudos, a etapa
egocêntrica nas crianças surge a partir dos 2 anos
de idade. Isso porque, pela natureza humana, toda
pessoa tende a ser egocêntrica. Porém, um bom
desenvolvimento através da educação pode fazer
com que isso mude. É uma fase da descoberta e a
criança aprende tudo aquilo que vê ao seu redor.
Por isso, se nota comportamentos individualistas, isso
é o que vai imitar. Assim, é importante ensiná-la a
forma correta de se comportar dando o exemplo.
Também é uma fase de vinculação, quando surge
o apego e a amizade na criança. Segundo o psicó-
logo Paul Osterrieth, as crianças de até 5 anos não
têm necessidade de compartilhar coisas com ou-
tras, devido ao fato de que não entendem que um
brinquedo é para uma finalidade em comum. Mas
a partir dos 6 anos a criança começa a entender o
que significa a cooperação.

33
Capítulo três
Planejamento
Planejamento de Educação Musical no B1 e B2

No primeiro livro dessa série para educadores


musicais (Planejamentos Interdisciplinares vol. 1), en-
sinamos como planejar a aula de educação Musi-
cal para Educação Infantil e séries iniciais. Num mês,
uma aula por semana que é dividida em quatro te-
mas.
Esses temas são explorados em cada semana,
são eles: Interdisciplinar, Bandinha Rítmica, Noções,
Elementares da Música e Calendário de Datas Co-
memorativas.
Mas no caso dos bebes (B1) e (B2), vamos dar ên-
fase ao canto e as coreografias trabalhando mais a
audição, preparação para a fala, motricidade e o
raciocínio lógico.
Temos que ter um olhar diferenciado para essas
classes e levar em consideração que bebes são ex-
tremamente dependentes dos cuidadores e que
tem necessidades a serem atendidas imediatamen-
te e o decorrer da rotina da creche pode acarretar
muitas interrupções na aula. Confira abaixo algumas
considerações antes de fazer seu planejamento.

35
Musicalização de Bebês

Considerações sobre o planejamento musical:

A liberdade para improvisar O bebe deve ter oportunidade


descobrir novos sons, experi-
mentar e criar, inclusive com os
objetos ao seu alcance. É ne-
cessário dar-lhe liberdade, mes-
mo que faça barulho, prestar-
lhe atenção e valorizar as suas
descobertas.

Brincar cantando As músicas para Berçário são


pequenas e repetitivas. Deve-
mos repetir várias vezes e come-
morar ao final com uma salva
de palmas. Aos poucos vamos
ampliando o repertório de can-
ções, combinando-as com ges-
tos e jogos de movimento cor-
poral.

O papel das Auxiliares e cuida- As canções infantis devem ser


doras na aula entoadas junto com a criança.
É muito necessária a participa-
ção das cuidadoras presentes
no local, para estimular a sua
participação, seja cantando,
batendo palmas ou tocando al-
gum instrumento. Isso deve ficar
claro logo no início do trabalho.
O educador musical deve ter o
apoio das colegas cuidadoras.
É importante também que o
trabalho seja respeitado e não
tenham conversas e atividades
paralelas acontecendo na sala,
como perguntas em voz alta,
agendas sendo preenchidas e
celulares sendo visualizados.

36
Maria Paccelle

Cuidado com os objetos utiliza- Os bebes são muito curiosos, e


dos por conta da fase oral querem
levar tudo a boca.
Por isso é importante cuidar para
não trabalhar com objetos pon-
tiagudos e fazer regularmente a
higienização dos instrumentos a
serem utilizados por ele.

Formação da roda As cuidadoras e o educador


musical devem trabalhar em
formato de rodinha. Os bebês
que ainda não se sentam de-
vem ficar na roda dentro do
bebe conforto. Dentro do possí-
vel, cada cuidadora administra
um grupo pequeno de bebes.

Material Lúdico Devemos caprichar na parte


lúdica e visual, isso ajuda muito
no desenvolvimento cognitivo
do bebe. Agregue valor as can-
ções com objetos que tenham
relação com elas.

37
Musicalização de Bebês

Participação do Berçário 1 e 2 O B1 e B2, podem e devem par-


nas festas ticipar das festas escolares nas
apresentações. No entanto eles
tem os seus limites. Muitos quan-
do veem as mães choram, se
desconcentram. Então faço as
seguintes sugestões:
B1 - Seja caracterizado dentro
do possível, e que utilize músi-
cas infantis (de preferência as
do conteúdo da aula) e convi-
dem o responsável para dançar
junto, dependendo do evento
sentem-se em roda com o res-
ponsável e os cuidadores como
se fosse na rodinha da sala.
B2 - Os bebes do B2, já andam
e conseguem fazer alguma
coreografia. Mesmo assim cui-
de para que sejam repetitivas
e bem fáceis. Na segunda vez
convide o responsável para par-
ticipar com eles.

A importância das proteções de Para entrar no berçário é ne-


higiene e contato com as crian- cessário que você higienize suas
ças mãos, deixe o calçado fora da
sala coloque a
touca de cabelo, e o protetor
de pés. Nunca entre no berçário
sem esses cuidados. Mesmo que
os bebes sejam lindos e fofinhos,
evite ficar pegando e beijando
e abraçando cada um deles.
Se possível prenda o cabelo an-
tes de colocar a touca.

38
Maria Paccelle

As intervenções da aula por As aulas no berçário tem muitas


conta da rotina da creche surpresas. Hora do banho, fral-
das sujas de repente, choro do
nada, parada para o suco ou a
água. O ideal é que combine o
melhor horário para que a aula
seja o menos interrompida pos-
sível.

O profissionalismo do educador Chegue uns minutos antes, se


prepare para aula, cumprimen-
te a todos com simpatia, tenha
seu planejamento bem feito e
disponível para qualquer mo-
mento mostrar a sua coordena-
dora. Procure não faltar porque
a rotina dessas classes é muito
diferente e qualquer mudança
afeta o todo.
Se a creche tiver uniforme use-o
sempre limpo e bem passado.
Evite ao máximo pegar telefone
e redes sociais dos responsáveis.
Isso é competência da escola.

O Carógrafo Peça uma foto 3x4 dos seus alu-


nos e faça o carógrafo. Muito
importante para você ter maior
controle do seu trabalho e pos-
sa fazer observações nas reuni-
ões de professores quando ne-
cessário.

A chamada e as ocorrências Anote como foi sua aula, e se


teve surpresas ou acontecimen-
tos inesperados.

39
Musicalização de Bebês

Os pedidos de materiais na Para fazer pedidos de materiais


agenda na agenda, escreva um bilhete
e envie para o e-mail da creche
para aprovação do texto. Peça
autorização com antecedência
para que a creche coloque na
agenda.

Repertório: Uma observação O objetivo principal do reper-


sobre repertório e cantigas de tório musical é desenvolver o
roda. Cantar para bebes e para potencial cognitivo e motor do
crianças não se resume a can- bebê. Por isso músicas para be-
tigas de roda e músicas folclóri- bes, devem ser curtas, repeti-
cas. E nem todas as cantigas de tivas e com muita coreografia
roda são aconselháveis para os fácil de aprender. Esqueça as
pequenos. músicas de adulto nessa fase
porque estão na moda ou por-
que são bonitas. E por favor tire
do seu repertório as músicas de
teor sensual. Deixem as crianças
serem crianças. Nesse livro dividi
as músicas por unidades, para
facilitar o trabalho do educa-
dor.
Temos músicas autorais que
você vai ter acesso por parti-
turas com melodia e cifra para
tocar ao vivo e pelos áudios do
CD. Também sugiro outras músi-
cas de autores variados e canti-
gas de roda que você pode fa-
cilmente encontrar na internet.

Duração da aula 30 minutos

40
Maria Paccelle

PLANEJAMENTO DE
EDUCAÇÃO MUSICAL
LOGO
Instituição: ____________________________________________________________
Direção: _______________________ Coordenação: _______________________
Educador(a) Musical: _____________________ Cuidadoras: _______________
Data: _____/_____/__________ Dia: _______________ Horário: ______________

Classe: B1 ( ) B2 ( )

Formação da Rodinha - Músicas utilizadas


______________________________________________________________
______________________________________________________________

Trabalho Motor - Atividade


______________________________________________________________
______________________________________________________________

Tema Semanal - Unidade Trabalhada


______________________________________________________________
______________________________________________________________

Relaxamento - Música
______________________________________________________________
______________________________________________________________

41
Musicalização de Bebês

Projeto do
Bimestre

______________________________________________________
______________________________________________________
utilizado:
Material

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________

__________________________________________________________
Atividades:

__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________
__________________________________________________________

Ocorrências:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

_____________________________ _____________________________
Educador(a) Musical Educador(a) Musical

42
Maria Paccelle

Carógrafo
Professora títular: __________________ Classe: ______

___________ ___________ ___________ ___________

___________ ___________ ___________ ___________

___________ ___________ ___________ ___________

43
Musicalização de Bebês

UNIDADES DO B1 e B2

Temas Músicas sugeridas


Abertura da aula Rodinha
Cumprimentando

Quem sou eu? Olá


Cadê você
Adivinhe onde estou

Meu corpo Pé e mão


Meu corpinho
O sapo que lava o pé
Meu pintinho amarelinho
Oi bota aqui o meu pezinho
Polegares
Minhoquinha
Fui no mercado
Cabeça, ombro, joelho e pé
Minha boneca de lata
Eu conheço um jacaré

O Espaço Dona Aranha (Sobe e desce)


Den den den (Em cima / embai-
xo)
Minha casa é bonita (Dentro/
fora)
As árvores balançam (Lado di-
reito/ lado esquerdo)
Balanço a cabeça (Frente/
Atrás)

Os sons A porta
Seu Lobato
Havia um pastorzinho

44
Maria Paccelle

Recreação e Socialização: Sons do corpinho


O sapinho
O sapinho salta
Cavalinho
Mamãe passou açúcar em mim
O pintinho piu
Dia de festa
Plantei um pé de alface
Borboletinha
Cai cai balão
Se é feliz
A Pata, Galinha e Peru
Pirulito que bate bate

Relaxamento A cuca
Conteúdo Programático (Su- Boi boi
gestão) Canção de Ninar – Brahms
Jacaré foi par escola
Amarelo
Azul
Vermelho
Meus dentinhos - Edinho r Jan
Outono
Primavera
Dia das mães - Para mamãe -
galinha Pintadinha-
Dia dos pais - Pai, pai, pai - Quelly
Silva
Dia das avós - O relógio da vovó
– Bia Bedran
Dia do índio - Indiozinho
Festa Junina - Olha pro céu meu
amor - Luiz Gonzaga

45
Musicalização de Bebês

Rotina (Sugestão) Para fazer a roda - Rodinha


Para deslocamento em fila - Um
atrás do outro
Para o recreio - Meu lanchinho
Para descer a escada - Segura
no corrimão
Soninho - Durma pequenino -
Leãozinho Voador
Música em BG na hora do so-
ninho. Utilize a play list sugerida
no capítulo Musicoterapia para
colocar na hora do soninho dos
bebes.
Efeito Mozart: Sonata para Dois
Pianos em Ré Maior – músicas
do autor

46
Maria Paccelle

Projetos especiais

Conceito Como fazer?


Passeio na praia: Com uma caixa de pizza, pro-
duza um mar com acabamen-
to em EVA. Dentro dessa caixa
coloque arroz. Quando balan-
çar a caixa teremos o som de
mar. Nesse contexto utilizamos
personagens para cantar músi-
cas que falem de água e mar.
Transformando cada parte da
letra da música numa historinha.

Casinha Pequenina: Com a letra da música da Ca-


sinha pequenina contar a histo-
rinha utilizando os personagens
e instrumentos musicais como
pano de fundo.

Dia de Chuva Com a letra da música (Cai chu-


vinha)
Contar de uma forma simples
sobre a chuva e a sua capaci-
dade de regar as plantas. Fazer
chapéus de flores de EVA para
as meninas e viseira de nuvens
para os meninos. Utilizar o pau
de chuva, o Tunder tube e o
chocalho chapéu de Napoleão
para enriquecer o contexto.

Cai chuvinha
Cai chuvinha, nesse chão. Cai
chuvinha, vai molhando a plan-
tação. (bis)
Uma gotinha, duas gotinhas,
três gotinhas caem chuvinha,
cai chuvinha na plantinha, na
plantinha.

47
Musicalização de Bebês

Caixa Mágica Trata-se de uma caixa enfeita-


da. Dentro dela, temos vários
personagens relativos a músicas
do folclore popular. Cada per-
sonagem que é sorteado indica
que música será cantada.

Cante com a mamãe e o papai Projeto feito com uma luvinha e


uma carinha de Aranha recor-
tada em EVA. Pedimos aos pais
que enviem um par de luvas
brancas. Cola -se a carinha da
Aranha na luvinha. Anexamos
um texto com a letra da música
e a importância de cantar com
os filhos. Enviamos para casa e
incentivamos dessa forma que
os pais passem mais tempo de
qualidade com seus filhos.

Caixa Musical Viajante A caixa musical viajante, con-


tém um caderno lindo e um pen
drive com músicas da rotina
da creche. Toda sexta-feira um
bebe leva para a casa e passa
o fim de semana com a caixa.
Pedimos que os pais coloquem
as músicas para tocar nas ho-
ras que estiverem passando os
mesmos momentos de rotina
em casa. Hora do banho, refei-
ções, soninho, etc. Pedimos que
os pais anotem no caderno as
reações dos bebe e se possí-
vel mandem uma foto impressa
anexada ao texto. No final do
projeto será produzido um livri-
nho e enviado aos pais como
lembrança do semestre.

48
Maria Paccelle

Bandinha Rítmica Os bebês amam os instrumentos


de Bandinha. Sugiro que você
adquira o Volume 2 – Bandinha
Rítmica escolar e se aprofunde
no assunto. Mas basicamente,
nessa fase basta segurar o ins-
trumento e deixá-los à vontade
interagindo com eles. Existem
os instrumentos profissionais e os
instrumentos reciclados. Ambos
farão muito sucesso com os be-
bes. Datas muito legais de tra-
balhar com a Bandinha são o
Carnaval e os dias pátrios.
E no dia a dia, separe uma ou
duas aulas do mês para utili-
za-los nas canções do planeja-
mento.

Bolinha sensorial: Fácil de fazer. Você só precisa


de uma bexiga e maisena. Dê o
nó na bolinha e entregue para
os bebes aperarem enquanto
cantam algo divertido.

Corrida de copos de água e Coloque copos descartáveis


spray num barbante. Empurre-os com
vaporizador de água. Ótima ati-
vidade para motricidade fina e
para o dia da piscininha ou ba-
nho de borracha.

Minhoquinhas de sopro Dobraduras para utilizar quando


cantar a música da minhoqui-
nha. Elas se mexem quando são
sopradas. Otimo para estimula-
ção dos músculos da face.

49
Musicalização de Bebês

Tela de desenho Encha um saco plástico clas-


sificador com gel de cabelo e
tinta guache. Feche, lacre com
fita adesiva na parede e deixe
os bebes desenharem a vonta-
de.

Tapete sensorial Faça um tapete de EVA com


várias texturas e ajude-os a ca-
minhar de mãos dadas com
a professora. A cada passo vá
dizendo o que eles estão sen-
tindo: Macio...áspero...cosqui-
nha...etc.

Garrafa Calmante: Coloque água colorida, obje-


tos pequenos brilhantes e glitter
numa garrafa pet. Dê para o
bebe brincar. Pode por uma to-
alha quente e amornar a água
antes de usar. O toque acalma
e relaxa a criança.

Tampa para canudinhos Fure uma tampa grande de


uma vasilha com furos bem fei-
tos na medida de um orifício de
um canudinho. Dê canudinhos
para os bebes enfiarem nos furi-
nhos. (movimento de pinça).

Caixinha de sons surpresa: Adivinhe o que é? Selecione,


Árvore das tampinhas: vários sons de bichinhos em um
pen drive. Coloque numa caixa
de som e brinque com os bebes
imitando os sons dos animais.
Faça uma árvore em EVA com
recortes do tamanho de tampi-
nhas de PET> Dê para os bebes
tentarem encaixar na árvore,
monitore.

50
Repertório
(Partituras e Cifras)

51
Musicalização de Bebês

Voz

Rodinha
Maria Paccelle

C F G C G C

Eu
5 C F G

vou fe char meus o lhos e quan do eu a brir, eu


7 C G C

que ro_u ma ro di nha bo ni ti nha bem a qui

52
Maria Paccelle

Voz

Cumprimentando
Maria Paccelle

q=120 C F G C G C
4
4
Bom

5 C F G

di a, bom di a, bom di a a mi gui nhos, bom


8 C F

di a. Boa tar de, boa tar de, boa

1. 2.
11 G C C

tar de a mi gui nhos, boa tar de. tar de.

53
Musicalização de Bebês

Voz

Olá

q=80
C F G C G C @C F G
4
4
O lá Bru no, co mo_é bom te ver,
Be la,

1. 2.
7 C G C C G C
Fine

e com a le gri a_es ten do_a mão pa ra vo cê mão pa ra vo cê

10 C F G C G C
D.S. al Fine

54
Maria Paccelle

Voz

Cadê você
Maria Paccelle

q=120
C G C G C
4
4
Ma ri
5 @C G 1. C

a na, ca dê vo cê? Eu vim a qui só pra te ver! Tio Ri


car do,
9 2. C C G C G C Fine

ver! Ti a Pa ty, ca dê vo cê? Eu vim a qui só pra te ver!

14 C G C G C
D.S. al Fine

Ma ri

55
Musicalização de Bebês

Voz

Adivinhe onde estou

q=120
C G C G C
4
4

5 @C G C

A di vi nhe on de_es tou, vo cê tem que me a char.

9 C G C G C

Eu a go ra vou brin car, vo cê tem que me a char.

56
Maria Paccelle

Voz

Pé e mão
Maria Paccelle
q=100
C G C G C G
2
4
Pé pé pé o meu que ri do pé. Pé pé pé o
Mão mão mão a_mi nha que ri da mão. Mão mão mão a_mi

11 C q=140 G
2

meu que ri do pé. Pé pé pé o


nha que ri da mão. Mão mão mão a_mi
17 C G C

meu que ri do pé. Pé pé pé o meu que ri do pé.


nha que ri da mão. Mão mão mão a_mi nha que ri da mão.

57
Musicalização de Bebês

Voz

Meu corpinho

q=120 G C G C
4
4
Mos tra o pé
5 G C

zi nho. A qui! A qui! Mos tra a mão zi nha. A qui! A qui! A cha_o ca be

9 G C

li nho A chei! A chei! a cha_a bo che chi nha.

12 F G C

A per te_o seu na riz. Ah ah a tchim! Faz ca ra de fe liz!

16 C F G C

Não_es que ce o bum bum bum bum bum bum. Faz ba ru lho de pum!

58
Maria Paccelle

Voz
Den, den, den

q=90
C G C C G C
2
4
Den den den, ba lan ça o ne nem.

8 C G C

Pa to, mar re co, pe ru tam bém.

59
Musicalização de Bebês

Voz
Minha casa é bonita
Maria Paccelle
q=80
C G C G
2
4
Mi nha ca sa é bo ni ta o lê lê o lá
1. 2.
7 C G C C

lá. Pra en trar dou um pu li nho o lê lê o lá lá Mi nha lá. Vou gi ran do vou ro
Pra sa ir dou dois pu li nhos
14 G C

dan do vou sem pres sa de che gar. Vou gi ran do vou ro


1. 2.
18 G C C

dan do vou sem pres sa de che gar. Vou gi

60
Maria Paccelle

Voz
Balanço a cabeça
Maria Paccelle
q=120
F C‹ B¨ C‹ B¨
4
4
Ba lan ço a ca

4 F B¨

be ça, pra fren te_e pa ra_a trás.

7 F E¨ F

Se vo cê não sa be, te mos tro co mo


1. 2.
10 B¨ D‹ B¨

faz. As sim, as sim! sim!

61
Musicalização de Bebês

Voz
A porta
Maria Paccelle
q=90
C F G C C G
2
4
Toc toc toc, toc toc toc, na

6 C G F G C

por ta_eu vou ba ter. Ding dong, ding dong, quem vai a pa re cer?

62
Maria Paccelle

Voz
Sons do corpinho
Maria Paccelle
q=90
C F G C C G C
2
4
Pal ma pal ma pal ma mi nhasmãos eu vou ba ter.

8 G

Na bo che chi nha_eu vou fa zer. Clec clec clec, os meus

14 C G C

de dos es ta lar. Um bei ji nho_eu vou te dar.

63
Musicalização de Bebês

Voz
Sapinho

q=90
F B¨ C F C F
2
4
Lá_em ca sa tem um sa pi nho, que pu la_as sim. E le

8 A‹ D‹ E‹ F F

vem to da_a ma nhã pro meu jar dim. E le co me as mos qui nhas, e

14 C F G‹ C F

faz as sim ueb ueb ueb ueb ueb ueb ueb ueb

64
Maria Paccelle

Voz

O sapinho salta

q=100
F B¨ A‹ F
4
4
Sal ta! Sal ta!

6 B¨ F D‹ C

O sa pi nho sal ta! Pu la pu la lá no bre jo

9 F D‹ C F

a té se can sar. Pu la pu la lá no bre jo a té se can sar

65
Musicalização de Bebês

Voz
Cavalinho

q=90
C G C
4
4
An da an da ca va

5 G

li nho de va gar e sem pa rar. An da an da ca va li nho vai pra ca sa me le

q=110
8 C

var. Cor re cor re ca va li nho te nho pres sa de che

q=90
11 G C

gar. Cor re cor re ca va li nho pro meu a mor en con trar.

1. 2.
14 G C G C

66
Maria Paccelle

Voz A Pata, a Galinha e o Peru


Maria Paccelle
q=120
F C F
4
4
Es sa é a_his tó ria de u ma pa

6 C F

ti nha, que pen sa va mes mo que_e ra_u ma ga li nha, e na ho ra de la can

10 C F

tar, e la só sa bi a ca ca re jar. Fa zi a có có có có

14 C F

có, fa zi a có có có có có, fa zi a có có có có

18 C F C

có, e es sa pa ti nha só sa bi a fa zer có.

24 F C

Do na ga li nha en si nou do na pa ti nha, e a go ra e la já sa be can

28 F C F

tar. E la faz quá quá quá quá quá, e la faz quá quá quá quá quá, e la faz

33 C F

quá quá quá quá quá, e do na pa ti nha a pren deu en tão can tar.

67
Musicalização de Bebês

2 Voz

37 C F C

O seu Pe ru, vei o de ban gu, pra co mer an

43 F C

gu, e fa zer glu glu. A go ra_é glu glu glu glu glu, a go ra_é glu glu glu glu

48 F C F

glu, a go ra_é glu glu glu glu glu, e o seu pe ru só sa bi a fa zer glu.

53 C F C

Es sa ban di nha, tão bo ni ti nha, se re u

59 F C

niu pa ra can tar. A go ra_é có quá quá glu glu, a go ra_é có quá quá glu

rall.
64 F C

glu, a go ra_é có quá quá glu glu, e a go ra

67 F

to do mun do sa be_en tão can tar.

68
Maria Paccelle

Histórico da autora
Maria Paccelle, nasceu no
Rio de janeiro, professora, poe-
ta, escritora, musicista e acadê-
mica. Maria Paccelle começou
a ler com apenas três anos de
idade, o que na época assus-
tou a sua família que não sa-
bia muito bem como lidar com
essa situação. Por causa de ler
bem cedo, ingressou na primeira série com apenas
5 anos e formou-se em professora aos 15 pelo Co-
légio Estadual Heitor Lyra no Rio de janeiro. Ingres-
sou automaticamente na faculdade de música e já
era Bacharel em música pela FABAT no Rio de Ja-
neiro aos 19 anos. Depois disso começou a e estu-
dar Pedagogia, Letras- Inglês, Artes Visuais, Línguas,
dança e especialização em Musicalização de be-
bês e Educação Infantil. Maria Paccelle toca diver-
sos instrumentos: Piano, Violão, 5 tipos diferentes de
Flauta-Doce (Sopranino, Soprano, Contralto, Tenor e
Baixo), Violino, Acordeão, Órgão Spinet, Orgão Ha-
mond, Escaleta e Teclado. Interessou-se pela pes-
quisa do PHD em psicologia David Lewis no que se
refere ao funcionamento dos hemisférios cerebrais
e a relação com a aprendizagem musical. Traba-
lhou com esse tema desenvolvendo laboratórios e
seu próprio método de ensino fundando o Centro
69
Musicalização de Bebês

Cultural Maria Paccelle em 1992. Começou a minis-


trar palestras na área para educadores que perce-
beram que estudar música através desse método
estava desenvolvendo a capacidade de aprendi-
zado dos alunos em outras disciplinas como a mate-
mática. Posteriormente começou a ministrar seus la-
boratórios e experiência não só para músicos como
também para pedagogos e afins. Maria Paccelle
transcreveu sua experiência em apostilas que rapi-
damente se transformaram em livros técnicos para
educadores, músicas educativas e posteriormente
literatura infantil, gospel, ficção e sua paixão: A po-
esia. Em 2005, pelo conjunto de sua obra, que cons-
ta de 58 livros e 17 CDS com músicas educativas,
recebeu em 2005 com apenas 35 anos o título da
renomada academia de letras Guanabarina na 39ª
cadeira patronímica de Monteiro Lobato, sendo a
acadêmica mais nova do país até aquele momen-
to.

70
CCMP

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