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EDUCAÇÃO FÍSICA E
CIÊNCIAS DO ESPORTE
uma abordagem interdisciplinar
Volume 2
editora científica
Organizadores
Rogério de Melo Grillo
Márcio Moterani Swerts
EDUCAÇÃO FÍSICA E
CIÊNCIAS DO ESPORTE
uma abordagem interdisciplinar
Volume 2
1ª Edição
2020
editora científica
Copyright© 2020 por Editora Científica Digital
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos
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Prof. Dr. Robson José de Oliveira - Universidade Federal do Piauí
Prof. Me. Ernane Rosa Martins - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
Prof. Me. Reinaldo Eduardo da Silva Sale - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará
Prof. Me. Hudson Wallença Oliveira e Sousa - Instituto Nordeste de Educação Superior e Pós-Graduação
Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista - Universidade do Estado de Mato Grosso Carlos Alberto Reyes Maldonado
Prof. Me. Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva - Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória
Profª. Ma. Juliana Campos Pinheiro - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Profª. Dra. Maria Cristina Zago - Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis de Atibaia
Profª. Dra. Gracielle Teodora da Costa Pinto Coelho - Centro Universitário de Sete Lagoas
Profª. Ma. Glória Maria de França - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Profª. Dra. Carla da Silva Sousa - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano
DOI: 10.37885/201102289
CAPÍTULO 02........................................................................................................................................... 27
Minerva Leopoldina de Castro Amorim; Keegan Bezerra Ponce; Kathya Augusta Thomé Lopes; Romina
Karla da Silva Michiles; Paulo Mota Medeiros Júnior; Yana Barros Hara
DOI: 10.37885/201102315
CAPÍTULO 03........................................................................................................................................... 40
Diogo Santiago Mendes Paula; Jiulliano Carlos Lopes Mendes; Alexandre Alves Caribé da Cunha; Carlos
Antonio Machado Junior; Alex Sander de Freitas
DOI: 10.37885/201102252
CAPÍTULO 04........................................................................................................................................... 53
Larissa Maldaner Amorim; Gilmar Francisco Afonso; Priscila Ellen Pinto Marconcin; Ana Paula
Cabral Bonin Maoski
DOI: 10.37885/201102266
CAPÍTULO 05........................................................................................................................................... 70
DOI: 10.37885/201102273
CAPÍTULO 06........................................................................................................................................... 82
DOI: 10.37885/201202389
SUMÁRIO
CAPÍTULO 07........................................................................................................................................... 94
Adair José Pereira da Rocha; Renato Rodrigues Biscaia; Fabio Ricardo Hilgenber Gomes; Aguinaldo
Souza Santos; Gislaine Cristina Vagetti; Valdomiro de Oliveira
DOI: 10.37885/201102298
CAPÍTULO 08......................................................................................................................................... 106
Sergio de Sousa
DOI: 10.37885/201102269
CAPÍTULO 09..........................................................................................................................................113
Ricelli Endrigo Ruppel da Rocha; Ederlei Aparecida Zago; Luiz Eduardo Bondan; Lindomar Palmera
DOI: 10.37885/201102319
CAPÍTULO 10......................................................................................................................................... 134
Fernanda Bortolo Pesenti-Tofalini; Rubens Alexandre da Silva; Daniel Correa Monteiro; Letícia Alves
da Silva; Christiane de Souza Guerino Macedo
DOI: 10.37885/201102323
CAPÍTULO 11......................................................................................................................................... 148
Patrícia Espíndola Mota Venâncio; Ana Luísa Mesquita; Lucas de Bessa Couto; Cristina Gomes Oliveira
Teixeira; Jairo Teixeira Junior; Viviane Soares
DOI: 10.37885/201102306
CAPÍTULO 12......................................................................................................................................... 158
André Luiz Silva Davim; Laíse Beatriz Trindade da Silva; Beatriz Fraifer Dantas Palhano; Francisco
Antonio Dias Segundo; Leonidas de Oliveira Neto; Tereza Neuma de Castro Dantas
DOI: 10.37885/201102331
SUMÁRIO
CAPÍTULO 13......................................................................................................................................... 168
DOI: 10.37885/201102332
CAPÍTULO 14......................................................................................................................................... 192
Liege Coutinho Goulart Dornellas; Anselmo Nunes do Nascimento; Mauro Lúcio Maciel Júnior; Meirele
Rodrigues Gonçalves; Silvana Lopes Nogueira Lahr
DOI: 10.37885/201102330
CAPÍTULO 15......................................................................................................................................... 207
Márlon Ribeiro Sebage; Rodolfo Novellino Benda; Arthur Andrade Araújo; Larissa Redig de Lima; Matheus
Martino Rocha; Paloma Ortigas Reis; Thábata Viviane Brandão Gomes
DOI: 10.37885/201102304
CAPÍTULO 16......................................................................................................................................... 222
Patrícia Espíndola Mota Venâncio; Luiz Divino da Veiga Amorim; Lucas de Bessa Couto; Ronaldo Matias
Ferreira da Silva; Aurea Marchetti Bandeira; Jairo Teixeira Junior; Cristina Gomes de Oliveira Teixeira
DOI: 10.37885/201102313
CAPÍTULO 17......................................................................................................................................... 232
DOI: 10.37885/201102303
CAPÍTULO 18......................................................................................................................................... 249
Marco Aurélio Gonçalves Nóbrega dos Santos; Alessandra da Silveira Santos; Marcelo Pereira de
Lima; Márcio Pereira
DOI: 10.37885/201102293
SUMÁRIO
CAPÍTULO 19......................................................................................................................................... 259
Débora Ligia Amorim de Souza; Tatiane Castro de Paula; Tânia Cristina Bassani Cecílio; Felipe Lovaglio
Belozo; Thiago Augusto Costa Oliveira
DOI: 10.37885/201202367
CAPÍTULO 20......................................................................................................................................... 267
Anna Gabriela Silva Vilela Ribeiro; Lucas Ricardo Teodoro; Alexandre de Souza e Silva; Ronaldo Júlio
Baganha; José Jonas de Oliveira; Fábio Vieira Lacerda
DOI: 10.37885/201102324
CAPÍTULO 21......................................................................................................................................... 275
DOI: 10.37885/201102305
CAPÍTULO 22......................................................................................................................................... 291
Flávia Heloísa da Silva; Jéssica Suelen Ferreira de Souza; Maria Gorete Terluk; Silvia Adriany Kochan
Marcon; Ricelli Endrigo Ruppel da Rocha
DOI: 10.37885/201102257
CAPÍTULO 23......................................................................................................................................... 309
Tiago Nascimento Silva; Caroline Carneiro Xavier; Marcelen Lopes Ribas; Ana Flavia Lopes Freitas da
Silva; Jaqueline Gazque Faria; Décio Roberto Calegari; Lenamar Fiorese; Andressa Ribeiro Contreira
DOI: 10.37885/201102334
CAPÍTULO 24......................................................................................................................................... 327
Flávio Roberto Pelicer; Maria Cristina de Oliveira Santos Miyazaki; Carlos Eduardo Lopes Verardi;
Kazuo Kawano Nagamine
DOI: 10.37885/201102279
SUMÁRIO
CAPÍTULO 25......................................................................................................................................... 339
DOI: 10.37885/201202407
CAPÍTULO 26......................................................................................................................................... 354
DOI: 10.37885/201102249
CAPÍTULO 27......................................................................................................................................... 367
Monica da Silveira Torres; Marcelo Moreira Antunes; Maria do Socorro Cirilo Sousa; Silvio de
Cássio Costa Telles
DOI: 10.37885/201102314
CAPÍTULO 28......................................................................................................................................... 390
DOI: 10.37885/201102280
CAPÍTULO 29......................................................................................................................................... 404
Edelvan Marques Rosa; Flávio Rocha Juliani; Márcio Moterani Swerts; Rogério de Melo Grillo
DOI: 10.37885/201202509
CAPÍTULO 30......................................................................................................................................... 417
DOI: 10.37885/201202357
SUMÁRIO
CAPÍTULO 31......................................................................................................................................... 425
DOI: 10.37885/201102322
CAPÍTULO 32......................................................................................................................................... 447
DOI: 10.37885/201102287
CAPÍTULO 33......................................................................................................................................... 462
DOI: 10.37885/201102310
10.37885/201102289
RESUMO
A família é o primeiro contato social que se tem ao nascer, com influências desde as
heranças genéticas até as bases sociais. Pois é através da família que se aprende lidar
com as mais diversas formas de relacionamento, regras, deveres, e é uma das principais
referências que se tem na vida.
Ao entrar no âmbito escolar, a criança confronta diretamente com a diversidade de
pensamentos, crenças, outras referências familiares, vivenciam seu primeiro impacto das
diferenças e conceitos que são impostos logo ao nascer.
Assim, conforme Osório (2002, p.15):
Portanto, a escola é o ambiente ideal para que essas diferenças possam ser escla-
recidas e respeitadas. Desde que haja uma relação interpessoal, trocas de conhecimento,
respeito, e inclusão dos alunos com e sem deficiência, pois quando se trata de educação
física inclusiva as limitações são priorizadas na maioria das vezes, esquecendo-se das possi-
bilidades que são individuais. Essa é uma das metas da escola inclusiva, quebrar paradigmas.
OBJETIVO GERAL
Objetivos específicos
METODOLOGIA
RESULTADOS
Gráficos
Gráfico 1
No gráfico percebe-se que a maioria dos entrevistados afirma que os alunos gostam
de frequentar na escola. No entanto, muitos afirmaram que só vão à escola, por morarem
na zona rural e não terem acesso a outros locais com frequência. A escola se torna o maior
meio de interação da grande maioria dos alunos.
Gráfico 2
Gráfico 3
Das propostas recolhidas apenas 24% dos participantes não se sentem contempla-
dos pelas atividades propostas. Não entanto, ninguém respondeu estar totalmente satisfei-
to. Os demais responderam que gostam, mas acham que ainda pode melhorar. Ainda há
outros que acreditam que as atividades estão relacionadas apenas em ler e escrever.
Gráfico 4
O diálogo entre família e escola acontece com maior frequência mensalmente. Dentre
os motivos, à distância em que a maioria das famílias mora da escola, não torna possível
uma interação mais frequente. É comum que os pais aproveitem as apresentações realizadas
nos sábados letivos para terem contato com o ambiente escolar. Os pais que moram mais
próximos da escola disseram conseguir manter contato com mais frequência.
Gráfico 5
Gráfico 6
Gráfico 7
Gráfico 9
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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10.37885/201102315
RESUMO
A lesão medular traumática é uma das deficiências mais comuns, decorrente principal-
mente pelo aumento da violência urbana. A pessoa sofre um grande trauma, impactando
suas atividades sociais, participação na sociedade e principalmente sua estrutura corpo-
ral. A auto imagem corporal é uma representação do indivíduo sobre seu corpo e mente,
uma das formas de avaliar é por meio da Escala de Catexe Corporal. Este estudo tem
por objetivo avaliar a Imagem Corporal de pessoas com lesão medular participantes da
Reabilitação multiprofissional do Programa de Atividades Motoras para Deficientes, desen-
volvido no Hospital Universitário Getúlio Vargas, na cidade de Manaus. Participaram da
pesquisa 16 homens, com idade média de 30 anos (±11 anos), todos com lesão medular
(paraplégicos). A escala de Catexe corporal do grupo revelou estarem satisfeitos com
seus corpos antes da reabilitação, com score médio de 3,4 (±0,8), e após a intervenção,
aumentaram sua satisfação para o grau de muito satisfeito com score médio de 4,1 (±0,4)
revelando diferença estatisticamente significante (p<0,05), através do teste de mostras
pareadas, realizado através do programa SPSS. Conclusão: Os itens mais insatisfeitos
antes da intervenção eram relacionados à qualidade física e atividade sexual, que também
tiveram mudança para melhor pós reabilitação. Desta forma identificamos que pessoas
com deficiência traumática podem ser insatisfeitas com alguns aspectos corporais, mas
através da atividade física podem aumentar a satisfação com seu novo corpo, melhorar
a força muscular e serem mais independentes, evitando assim distúrbios e melhorando
a Imagem Corporal de seus corpos.
A Lei Brasileira de Inclução – LBI (BRASIL, 2015), considera pessoa com deficiência
aquela que tem impedimento de longo prazo que poderá ser entre outras, de natureza física,
o qual, em interação com uma ou mais barreiras, poderá obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. A lesão medular
(LM) é um dos mais graves acometimentos que pode afetar o ser humano e com enorme
repercussão física, psicossocial (BRASIL, 2013).
Com o intuito de apresentar um novo olhar para aquela pessoa com deficiência – um
olhar não da ausência do movimento ou da funcionalidade, mas das suas potencialidades,
daquilo que ela pode fazer - programas de reabilitação buscam auxiliar a pessoa e seus fami-
liares no conhecimento sobre a LM, e na conquista de importantes marcos de independência.
Este acompanhamento longitudinal da pessoa com LM e o apontamento das constantes
mudanças do seu estado funcional pode ser realizado por meio de avaliações que busquem
verificar como a própria pessoa enxerga seu corpo e definir estratégias de atuação que
possam comparar após um período de intervenção.
O entendimento que temos atualmente sobre Imagem corporal (IC), provém da contri-
buição de diversas ciências, como neurologia, psicologia, psicanálise e filosofia (CARRARO;
NART; SCARPA, 2010). Um dos conceitos mais aceitos para este tema é o proposto por
Schilder, que seria “a representação do corpo na nossa mente, ou seja, o modo pelo qual o
nosso corpo se apresenta ” (SCHILDER, 1950, apud PENNA, 1990 p.167). Para Alves et al.
(2009) IC está intrinsecamente associada com o conceito de si próprio e é influenciável pelas
dinâmicas interações entre o ser e o meio em que vive, como sua família, os amigos e até
mesmo a mídia (CLAUMANN, 2019).
Sendo a IC tão importante para aqueles que trabalham com o corpo em qualquer de
suas esferas, é muito importante saber ou avaliar os sentimentos em relação ao corpo,
como que cada indivíduo percebe seu corpo, e para isso podemos usar escalas, imagens,
silhuetas, entre outros instrumentos, porém é complicado quantificar emoções, pois estamos
mensurando ideias, medos ou orgulhos.
De acordo com Barbosa (2008), catexe seria a quantidade de energia psíquica aplica-
da a uma ideia, objeto ou pessoa, quanto maior essa catexia, mais importante é o objeto,
de acordo com a autora, a distribuição desta energia pode acontecer em vários aspectos,
sendo: catexia objetal, catexias do ego, anticatexias e catexias.
Este estudo tem como objetivo avaliar a imagem corporal de pessoas com LM na fase
de reabilitação do Programa de Atividades Motoras para Pessoas com Deficiência (Proamde)
no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), e como questão norteadora, será que a
MÉTODOS
Tipo de Estudo
O presente estudo trata-se de uma pesquisa aplicada, pois visou aplicar a hipótese que
a prática de atividade física influencia na imagem corporal dos praticantes de forma positiva.
Tem caráter descritivo e abordagem quantitativa. O tamanho amostral foi definido, conforme
a disponibilidade dos participantes que frequentavam o PROAMDE/HUGV;
Local da Pesquisa
Participantes do Estudo
RESULTADOS
Quadro 1. Separação de todos os itens do questionário de catexe corporal por itens globais.
Cabeça cabelos, olhos, nariz, orelhas, queixo, forma da cabeça, lábios, dentes, testa, face e nuca
Tronco largura dos ombros, tórax, cintura, costas, pescoço, tronco e quadril
Membros supe-
mãos, braços dedos e pulsos
riores
Membros infe-
tornozelos, pernas, pés e joelhos
riores
Funções corpo- apetite, eliminação/excreção, respiração, compleição corporal, idade, digestão, dormir, voz, saúde, atividade sexual
rais e sexo
Qualidade física Atividade física rotineira
Aparência global compleição facial, distribuição de pelos no corpo, disposição corporal, perfil, altura, textura da pele, postura e peso
FONTE: Adaptado de Barbosa (2003)
Para a atribuição dos conceitos aos scores obtidos pela média total, foi utilizado o
seguinte método: score médio de 1 e menores que 2 como muito insatisfeito, de 2 a menor
que 3 como insatisfeito apenas, de 3 a menor que 4 como satisfeitos, e finalmente scores
acima de 4 até iguais a 5 sendo classificados como muito satisfeito, a representação numé-
rica seria:1≤ X ≤ 2 = Muito insatisfeito; 2≤ X ≤ 3 = Insatisfeito; 3≤ X ≤ 4 = Satisfeito; 4≤ X ≤ 5
= Muito satisfeito. De formal geral a catexe corporal dos indivíduos foi calculada pela média
de todos os itens globais tendo como resultado inicial 3,4 ±0,8 pontos para o grupo, e após
a intervenção um aumento estatisticamente diferente (p<0,05) e com média final 4,1±0,4,
Tabela 1. Resultado da amostra, antes e após intervenção, distribuídos pelo resultado obtido no questionário de catexe
corporal.
Satisfeito Satisfeito
Tronco sem diferença
3,0 ± 0,9 3,8 ± 0,5
Muito
Membros supe- Satisfeito
satisfeito Aumento de 28%
riores
3,2 ± 0,8 4,1 ± 0,3
Satisfeito Satisfeito
Membros inferiores sem diferença
3,7 ± 0,4 3,9 ± 0,7
Muito
Satisfeito
Funções corporais satisfeito Aumento de 31%
3,3 ± 1,2 4,3 ± 0,5
Estes resultados indicam que de uma forma geral os indivíduos estão insatisfeitos com
sua imagem corporal ao ingressarem na reabilitação, tendo em vista que 78% mostraram
resultado negativo, porém após participarem das atividades físicas, todos os participantes
analisaram de forma positiva sua IC . Mas quando analisado cada item global podemos notar
que algumas áreas não sofreram modificações, permanecendo estáveis apesar de terem
diferença brutas em seus scores.
Porém alguns itens melhoraram de acordo com a avaliação dos participantes fazendo
com que a média geral se elevasse, os itens com diferença relevantes estão detalhados na
tabela 2, mostrando cada item que os compõem para que entendamos melhor a relação de
melhora do item global.
De acordo com a tabela acima podemos identificar itens que foram fundamentais no
aumento da catexe corporal do grupo, são eles: mãos e braços; excreção, respiração, com-
pleição corporal e digestão; saúde e atividade sexual; atividade rotineira; disposição corpo-
ral, pele, postura e peso. Salientamos ainda, que muitos itens apresentaram mudanças em
seus valores brutos, mas não o suficiente para elevarem o grau de avaliação em questão.
Ainda relacionado aos itens avaliados pelos participantes do estudo é importante frisar
que ao início da reabilitação existiam itens que foram avaliados como insatisfeito, ou até
mesmo muito insatisfeitos, são estes: tórax, cintura, costas, braços, excreção/eliminação,
atividade sexual, atividade física rotineira, postura e peso. Ao analisarmos a idade e o
resultado da catexe corporal, não foi encontrado correlação significativa, mostrando que
nessa amostra a avaliação que os indivíduos fazem de sua imagem corporal independe da
idade que possuem.
Os indivíduos participaram de 24 sessões de reabilitação, sendo as 2 primeiras e as 2
últimas para avaliação, a intervenção foi composta de exercícios de adaptação neural, ga-
nho de força, resistência muscular, e no final circuitos misturando exercícios de resistência
e atividades aeróbias e anaeróbias.
DISCUSSÃO
Por meio dos resultados encontrados podemos afirmar que a IC de pessoas com LM tem
uma melhora com a prática da atividade física, isso pode ser constatado por meio da Escala
de Catexe Corporal que foi realizado antes e depois do período de intervenção, o comporta-
mento geral da amostra em melhorar a IC, pode ser explicado, pois de acordo com Tucker
e Maxwell (1992), pessoas com maiores problemas externos, como angústias, tendem a
melhorar mais com a intervenção de exercícios físicos.
Como expresso nos resultados, a maioria das pessoas com lesão são insatisfeitos
com seu corpo, o que pode ser explicado por Silva, Junior e Miller (2010) ao afirmar que
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Health Promotion, v. 8, n. 1, p. 34-42, 1993.
10.37885/201102252
RESUMO
O futebol baseia sua estratégia de ensino no domínio das habilidades motoras, ou seja,
correr, saltar, entre outros, e habilidades técnicas, passe, finalização, recepção, entre
outros. As escolinhas de futebol se tornaram muito comuns hoje em dia, em quase todas
as cidades do Brasil existem ao menos uma. O professor deve estar alerta ao desen-
volvimento dos processos cognitivos necessários do entendimento do jogo, associado
diretamente à maturação cognitiva do aluno, e ele deve saber qual a melhor escolha de
metodologia segundo sua realidade (FILGUEIRA; GRECO, 2008). Objetivo: O estudo
buscou identificar, discutir e comparar as metodologias de ensino da tática em escolinhas
de futebol de Montes Claros – MG. Métodos: Utilizando a entrevista como instrumento de
pesquisa, foram entrevistados quatro treinadores de escolinhas de Montes Claros – MG,
com tempo de duração média de 8:25 minutos. Resultados: Onde foi constatado que os
treinadores adotam as metodologias mais citadas atualmente na literatura, também foi
identificado que suas escolhas são semelhantes. Considerações finais: Foi recomendado
que para pesquisas futuras, investigasse como essas metodologias são utilizadas, ou
amentando o número de treinadores analisados e correlacionando o desempenho delas
com o nível de instrução do treinador e metodologias utilizadas.
MÉTODOS
Este estudo de análise de discurso tem caráter descritivo qualitativo, de corte transversal.
Amostra
Instrumentos
O primeiro contato com as escolinhas foi feito via telefone junto aos diretores / super-
visores da mesma. Após a explicação dos objetivos e procedimentos do estudo, foram en-
viadas, via eletrônica, a carta da apresentação ao coordenador da escolinha, a declaração
de ciência e parecer do coordenador da escolinha envolvida no estudo. Após o aceite formal
da escolinha, a visita foi agendada. Todas as coletas foram feitas pelo próprio pesquisador
nas instalações das escolinhas, em local confortável previamente preparado e sem pressão
de tempo. O TCLE foi entregue aos treinadores, antes do início da entrevista, foi feita a
explicação dos objetivos do estudo, reiterou-se a importância da veracidade das respostas,
sempre com linguagem simples e clara. Os treinadores foram ainda alertados que, durante
a entrevista, quaisquer dúvidas poderiam ser sanadas pelo pesquisador, sendo também
avisados que poderia ser acrescentada uma nova questão dependendo do andamento da
entrevista. As entrevistas foram realizadas entre os dias 06 e 25 de Março de 2017, e tiveram
uma média de duração de 8:25 minutos, posteriormente as entrevistas foram transcritas para
o programa Microsoft Word 2010 do Windows 10.
Cuidados éticos
RESULTADOS
P1 (Professor 1) respondeu:: “Cerca de uma hora e meia. [...] nós fazemos inicial-
mente a explicação do objetivo do treino que vai ser dado aquele momento, tem a parte de
aquecimento e além da parte principal, depois de algumas observações e correções que
nós julgamos necessário durante aquele treino.” Já P2 (Professor 2) disse: “Depende da
programação da semana, tem vez que temos palestra com eles uma vez na semana, tem
vez que começa com academia (musculação), tem o treinamento e depois conversa, geral-
mente com conversa pós-treino.”. E P4 (professor 4): “Tem a explicação da primeira parte,
porque nós trabalhamos com alongamento, dependendo do tipo de treino a gente trabalha
com pequenos jogos pra aquecimento, logo que dependendo da idade fazemos jogos lúdi-
cos, porque tem jogos em forma de jogo, ou seja, situacionais, aquilo que vai levar o atleta
a desenvolver dentro do jogo propriamente dito.”. P3 (Professor 3) respondeu: “Média de
1 hora e meia, podendo ser de até 3 horas para treinamento de reforço com atletas mais
qualificados. [...] Nossa escolinha tem dois níveis, para os meninos mais novos a gente ex-
plica o máximo possível como vai ser o trabalho pra eles entenderem, [...]. Os mais velhos
já tem um entendimento (maior) a gente explica rapidinho, vamo trabalhar hoje potencia...
eles já entendem, a explicação não precisa ser detalhada, ou seja, não precisa falar demais,
explicar demais, porque eles já pegam rápido a explicação.”
P1: “De 3 a 6 anos, mesmo tempo em que nosso projeto começou quase 4 anos atrás.”.
P3: “Mais de 9 anos, vai fazer 20 anos agora.”. P2 respondeu: “Mais de 9 anos”. E P4: “Mais
de 9 anos, desde 2002, 15 anos.”
P3 disse: “A grande maioria a gente usa os jogos reduzidos, mas dentro desses jogos
reduzidos a gente cria essas situações e utiliza de ataque/defesa, resolução de situações
problema, série de mini jogos, mas o reduzido é a base até porque grande parte da semana
a gente treina numa quadra de society com espaço menor, onde são seis dias, quatro deles
no society, dois dias no campo oficial, então a grande maioria é no society. [...] reduzido
é grande parte do nosso dia nos obriga a utilizar entendeu, pelo espaço que a gente tem,
como eu gosto muito de trabalhar com a posse de bola, dou muito valor ao passe, e a per-
feição do passe [...] mesmo nos dias que a gente vai para o campo grande, muitas vezes
nós vamos e fazemos um reduzido um pouquinho maior nem sempre usamos o campo todo,
não é sempre que vamos fazer o coletivo, muito reduzido a minha escolinha tem. [...] o meu
time tem esse padrão tem esse perfil há muitos anos, não é de 10 anos não, então são 20
anos usando, mesmo quando não se trabalhava muito com o reduzido [...] porque também
sou um apreciador do futsal, eu sou dessa linha, antes do Barcelona, na Espanha onde os
jogadores, a cultura da Espanha em relação ao futsal se aproxima da brasileira, por isso os
times principalmente o Barcelona acompanham esse trabalho de posse de bola, gosto muito
dos jogadores que vem do futsal, ou seja de muito tempo atrás já gostava de jogadores que
vinham do reduzido.” P1: “Todas, a gente usa uma gama muito grande de acordo com o
problema que a gente identifica durante as competições e os amistosos, não gosto de falar
uma única metodologia de treino tático porque vai variar de acordo com a necessidade da
equipe. [...] a situação que pode ocorrer no jogo. A gente trabalha de uma forma prognostica
e diagnóstica, durante a competição você vai mostrar o que está acontecendo de errado,
visto que a gente também além da parte tática a gente utiliza os scouts pra quantificar essas
situações, vejo que essas situações vão acontecer, até mesmo de uma forma preventiva
a gente faz durantes os amistosos, e até antes dos campeonatos. [...] então a proposta de
trabalho é planificar os treinos e executar da forma mais organizada possível, principalmente
a parte tática, criando um padrão de jogo isso facilita com que os atletas tenham enten-
dimento do que é a tática e o que fazer durante as situações adversas do jogo.”. P4: “Na
verdade eu utilizo praticamente todos, eu não tenho um específico porque isso varia muito,
a gente trabalha por exemplo com pequenos jogos dependendo do sistema que você vai
entrar você tem que trabalhar meio campo, você vai trabalhar um sistema defensivo, meio
campo pra trás, um sistema ofensivo por exemplo trabalhar do meio campo pra frente de-
pende muito então a gente pega todo esse conjunto no qual foi citado (na pergunta) e tenta
P1 diz: “alguns compreendem de uma maneira mais simples, mais rápida, mas outros
requerem um treinamento mais dosado menos complexo, mas no final das contas todos
acabam por entender devido a intensidade do trabalho nosso, a gente cobrar muito, explica
individualmente e coletivamente como a gente quer que cada jogador execute sua função
técnica individual pra chegar ao coletivo, taticamente falando. [...]eu penso que nós damos
espaço pra eles questionarem, pra eles conversarem com a comissão, ver o que que é que
eles tem que fazer, as vezes os jogadores nos abordam pra perguntar qual vai ser a função
dele, o que ele vai ter que fazer, mas todos demonstram certa tranquilidade para estar exer-
cendo suas funções individuais e coletivas ”. P2 fala: “Acho que você deve usar todas as
possibilidades, todos os recursos, pra você passar, parar se você tiver quadros você mostrar,
eu só acho que na nossa realidade aqui em Montes Claros, na escolinha normalmente são
dois dias, então se você pegar um grupo, você tem 20 jogadores, então se você tem 1 hora
e meia para explicar a tática, e se você parar pra ficar ensinando essa tática numa escolinha
onde o nível de conhecimento e habilidade distante um do outro [...]trabalho a gente tenta
se desdobrar pontuando cada jogador, falando no meio do trabalho a gente para e pontua
corrigindo determinados pontos, então tem que ser rapidinho porque se você ficar parando
não tem uma evolução. [...] o menino tem vários fatores que ele fica na escolinha, e ele só
ficaria se gostasse. Então o índice nosso de desistência e de não continuação na escolinha
não chega nem ser 5%, o que a gente pega ele fica muitos e muitos anos, evidente que
vai sair um porque não se identifica [...]”. P4: “O atleta ele não gosta muito desse tipo de
treinamento, na verdade, mas quando a gente dá pra eles essa condição, e passa pra eles
de fato que isso é muito necessário pra um jogo, eles compreendem bem e fazem bem
também, mesmo não gostando.”. P3: “As equipes de competição sim, os da escolinha varia
o treinamento muito com trabalho com bola”.
P4 fala: “Eu não sou da especialização precoce na verdade, mas a prática do jogo você
começa desde o inicio, desde os 6 anos com pequenos jogos a gente já tem que começar
a ensinar pra criança a ocupar os espaços do jogo visto que eu defendo que tática é isso o
espaço que o atleta ocupa dentro do jogo, então desde de criança, é lógico que ele não vai
entender o que é tática naquele momento, mas você vai dando pra ele situações que ele já
vai na verdade englobando dentro daquele processo [...]”. P3: “[...] acho que desde o primeiro
dia o menino tem que aprender, chegou aqui com 8 anos você tem que começar no dia a
dia, é assim que eu trabalho, acho que a curto prazo hoje em dia exige isso, de trabalhar
rápido, resultado rápido, a nossa preocupação aqui na (nome da escola) é, a gente trabalha
com média e longo prazo aqui, e como é a longo prazo ai todo dia é passado uma coisinha,
então se o menino chegou hoje sempre que possível a gente vai dando um toquezinho sem
a obrigação, as vezes a correção de seu posicionamento [...]”.
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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futebol de diferentes locais de prática. Dissertação de Mestreado Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, 2004. (https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/5089/rosangela.
pdf?sequence=1)
5. COSTA, I.; GRECO, P.; GARGANTA, J.; COSTA, V.; MESQUITA, I. Ensino-aprendizagem e
treinamento dos comportamentos tático-técnicos no futebol. Revista Mackenzie de Educação
Física e Esporte, vol. 9, n. 2, pag. 41-61, 2010. (http://www.nucleofutebol.ufv.br/artigos/23-En-
sino-aprendizagem-treinamento.pdf)
7. Da COSTA, I. T.; SAMULSKI, D. M.; Da COSTA, V. T. Análise do perfil de liderança dos trei-
nadores das categorias de base do futebol brasileiro. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São
Paulo, v.23, n.3, p.185-94, jul./set. 2009. (https://www.scielo.br/pdf/rbefe/v23n3/v23n3a01.pdf)
10. GARGANTA, Julio. Competências no ensino e treino de jovens futebolistas. Revista Digital
Buenos Aires, Año 8, n. 45, Fev 2002. (http://arquivo.ufv.br/des/futebol/artigos/Compet%E-
Ancias%20no%20ensino%20e%20treino%20de%20jovens%20futebolistas.pdf)
11. PASQUARELLI, B. N.; SOUZA, V. A. F. A.; STANGARELLI, L. C. R. Os jogos com campo re-
duzido no futebol. Revista Brasileira Futebol, vol. 3, n. 2, pag. 02-27, Jul-Dez 2010. (https://
rbf.ufv.br/index.php/RBFutebol/article/view/71)
10.37885/201102266
RESUMO
A busca pelo corpo perfeito é uma obsessão da sociedade moderna, logo, a busca por
produtos e serviços que prometam ao indivíduo a conquista desse corpo perfeito tem
crescido muito nos últimos anos. Dentro desse contexto, a figura do personal trainer se
tornou diretamente associada a essa busca, justamente porque esse profissional oferece
um serviço personalizado, ou seja, de acordo com as características específicas de cada
indivíduo. Objetivo: Conhecer qual a principal abordagem que o personal trainer utiliza
como forma de marketing pessoal. Métodos: Trata-se de uma pesquisa qualitativa de
caráter exploratório cujos dados foram obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas
e analisados por meio da análise de conteúdo. Resultados: A partir das entrevistas
realizadas com 10 profissionais que trabalham como personal trainer e tem registro no
conselho regional da profissão foi possível verificar que esse profissional utiliza tanto de
sua imagem como de seu conhecimento para realizar seu marketing pessoal. No que
tange as mídias sociais, não há nenhuma estratégia estabelecida e também não há uma
preocupação efetiva neste quesito, além disso, grande parte deles se incomoda com a
exigência simbólica social do “corpo fitness perfeito” e do fato de seus alunos idealizarem
um estereótipo de corpo que não representa o padrão saudável. Conclusão: Através
dos dados obtidos na pesquisa, foi possível identificar que os entrevistados utilizam o
seu conhecimento e sua imagem corporal como abordagem de marketing nas mídias
sociais. Por outro lado, o estudo mostra que a maioria dos entrevistados não se sentem
à vontade com a cobrança da sociedade para que ele tenha um corpo padrão fitness.
Esses profissionais demonstraram ainda pouco interesse em investir em estudos sobre
estratégias de marketing.
O personal atua com programas que buscam desde a melhoria da aptidão física, aper-
feiçoamento da estética e reparação da qualidade de vida, tornando seu trabalho um forte
aliado do combate ao sedentarismo e à obesidade (GOMES; CAMINHA, 2014). O anseio
com os cuidados do corpo, sempre buscando uma melhora na qualidade de vida, propor-
ciona uma fonte de lucros abundante para os profissionais desta área (BAUMAN, 2007), e
de acordo com Rifkin (2001) a atuação deste profissional não se restringe somente com o
treino do seu aluno, mas a totalidade do seu cotidiano, como a gerência da sua rotina diária,
hábitos alimentares e horas de sono, proporcionando assim a totalidade da conquista de
uma vida melhor.
Assim, o tempo e a atenção se tornam valiosos neste mundo consumista (RIFKIN,
2001). Portanto o fato de saber gerenciar seus clientes, escolher as estratégias de marketing
certas e saber competir com a concorrência são da função do personal trainer que já está
inserido neste mercado voltado para o consumo (BOSSLE; FRAGA, 2011). Com o aumento
da potencialidade das tecnologias de informação, o marketing acaba abrangendo a natu-
reza humana, tornando os indivíduos ao mesmo tempo clientes e mercadoria (BAUMAN,
2005). A vida passou a ser vendida como uma simples mercadoria, um produto, uma inven-
ção (BAUMAN, 2007).
Novas tecnologias de informação e de comunicação tem aumentado o desenvolvimento
do marketing, a ponto de estar englobando e tornando todo indivíduo integrante de um mer-
cado comercial (BOSSLE, 2009). O crescimento do uso de dispositivos móveis para aces-
sar a mídia digital gerou um crescimento exponencial no marketing digital (ARREDONDO,
2018). A internet acabou trazendo várias inovações para a sociedade, uma delas é que
qualquer usuário tem o poder de ser o produtor, o intermediário e o usuário do conteúdo
com um alcance universal (MARQUES; VIDIGAL, 2018).
Todo o profissional que utiliza do marketing deve contar uma história, deve mostrar
ao público como consegue ajudar alguém a atingir determinado objetivo. Deve inspirar e
entreter seus seguidores e também fideliza-los, pois a partir do momento que ele recebe o
conteúdo à altura da sua expectativa eles acabam interagindo e até mesmo compartilhando
as ideias propostas (REZ, 2016). Em meio a esse mundo do marketing o personal trainer
além de comercializar o seu produto e a sua profissão (BAUMAN, 2008), tem por objetivo
reinventar e “repaginar” esta modalidade de serviço para que não se caia em desuso no
meio deste atual mercado consumista (BOSSLE; FRAGA, 2011).
A vida passou a ser um produto, uma mercadoria, uma invenção humana (SIBILIA,
2002). Neste sentido, o personal trainer está inserido como um fornecedor de ideias, e acesso
a uma experiência de um treinamento individualizado (BOSSLE, 2009). A figura do personal
OBJETIVO
Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi conhecer qual a principal abordagem que
o personal trainer utiliza como forma de marketing pessoal.
MÉTODOS
O estudo foi baseado em uma pesquisa qualitativa de carácter exploratório. Ele contou
com 10 participantes, todos exercendo a função de personal trainer e utilizando as mídias
sociais como meio de marketing, sendo 5 atuantes entre um e cinco anos, e 5 atuantes a
mais de seis anos.
Cabe salientar que por motivo de manter o anonimato dos participantes, como descrito
no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os nomes dos mesmos foram trocados
por nomes fictícios. Além disso, esta pesquisa passou pelo Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, e foi aprovada sob o parecer número 3.203.939.
O roteiro de perguntas da entrevista semiestruturada foi construído com base no referen-
cial teórico (BAUMAN, 2008; BOSSLE, 2009; RIFKIN, 2001). O questionário teve por objetivo
a coleta de dados pessoais dos personal trainers, quais mídias sociais eles possuem e como
eles utilizam estas a favor do seu trabalho, o que eles entendem por marketing pessoal, se
consideram importante a utilização da sua imagem corporal para realização do marketing,
se existe um tipo de “corpo ideal” para o personal trainer, se os alunos se espelham em seu
corpo e acham o quesito estético mais importante do que o conhecimento e se já sofreram
algum preconceito ou julgamento por conta de sua imagem corporal.
A análise de dados foi realizada através de uma análise de conteúdo, e os resultados
foram divididos em: 1- dados pessoais; 2- mídias sociais e marketing pessoal; 3- corpo.
Ainda neste quesito, quando perguntados quantas vezes por semana eles realizam
publicações nas mídias sociais, alguns entrevistados dizem que não definem isto muito
bem no seu dia a dia, como relata Rafaela: “O meu pessoal do marketing pede três vezes,
eu faço uma vez por mês, uma vez a cada dois meses. Não tem uma média não, eu sou
péssima nisso”. Luiza ainda complementa esta ideia falando que “Aí varia muita da semana
sabe? Não tem aquela questão assim, ‘ah, todo dia eu posto, todo dia eu estou marcando
um aluno’. Não! Depende muito sabe? Porque as vezes é muito corrido e não tem tempo de
ficar gravando, colocando uma postagem ou alguma coisa minha mesmo”. Em contrapar-
tida, outros entrevistados apresentam uma disciplina em realizar publicações, como relata
Gustavo: “Umas cinco vezes na semana, pelo menos no stories do Instagram eu posto algo
todos os dias, de segunda a sexta”.
“Não sou muito de ficar publicando coisas sobre atividade física porque na
verdade, todo mundo já publica sobre isso. Então uma pessoa a mais fazendo
isso é só uma pessoa mais. Eu acredito que as pessoas de hoje em dia têm
preguiça de ficar lendo o que elas colocam, ainda mais quando tem muito termo
científico. Então eu uso mais meu Instagram voltado para o meu marketing
pessoal, mais o que eu faço, os meus alunos que eu estou atendendo. Não
costumo passar é... nada relativo a artigo científico, essas coisas”.
A fala do entrevistado Júlio vai, de certo modo, ao encontro da ideia apresentada por
João à medida que esse revela não ser a favor da exposição dos alunos. Segundo ele:
“Pois é isso é uma coisa que me chateia um pouco [...] está difícil de conseguir
novos alunos sabe? E por enquanto pessoas já vieram me procurar, mas puxa,
deu para contar nos dedos, não chegou a 10 pessoas entendeu? E... vieram
me procurar, mas só ficou nisso, só ficou na pesquisa entendeu? Vieram
investigar preço, investigaram forma de trabalho, vieram dar uma sondada
entendeu? Falei para me conhecer, para eu dar uma aula experimental, mas
não ‘vingou’, não tive retorno ainda. Mas assim... para falar quantas pessoas
já me procuraram? De 5 a 10 pessoas”.
Em contrapartida, os outros entrevistados relatam que grande parte dos seus alunos
fizeram um primeiro contato através das mídias sociais, como diz Maria:
Rafaela concorda e diz “A maioria é por mídia social, uns 70%. E mídia social eu incluo
o whats né? Um que pegou o contato com o outro, que indicou, que tem uma recomendação
e tal, então a maioria mesmo é por mídia social”.
A maioria dos entrevistados relataram que não utilizam nenhuma ferramenta de men-
suração para ver quantas pessoas suas publicações atingem nas mídias sociais, alguns
relatam que isto não interessa muito, como disse José: “ Não. Nunca me interessei por isso,
quem quiser ver vai ver, quem tiver que ver vai ver”. Por outro lado, alguns entrevistados
disseram que não, mas acabam utilizando os dados que as mídias sociais fornecem, como
relata Gabriel: “ [...] a ferramenta que eu uso é a própria do Instagram, quando eu troquei
ele para o modo comercial ele me dá tudo, quantas pessoas eu atinjo, etc.”.
Marketing Pessoal
Quando questionados sobre como os entrevistados utilizavam das mídias sociais para
realizar seu marketing pessoal, cada profissional respondeu de uma forma bem diferente do
outro. Gustavo relata que “É como eu já te disse né, eu não tenho curso nem nada, então
eu só público. Eu coloco ali um pouco de cada coisa assim eu acho que consigo chamar
mais atenção”. Por outro lado, José relata que usa as mídias sociais para a motivação das
pessoas e para promoção do seu trabalho”. Já Júlio revela que procura atingir as pessoas
de forma básica, ou seja, através do conhecimento nas mídias sociais. Mariana, contudo,
diz que se mostrar [nas mídias sociais] é essencial. Segundo ela:
“Eu na verdade tento publicar todo dia, e eu tento me mostrar. Teve um amigo
meu que me falou “o seu melhor marketing é você, você tem que aparecer, você
tem que mostrar seu corpo, você tem que estar sendo vista, para o pessoal.
Quem não é visto não é lembrado”. Então independente do que eu publicar,
mesmo que seja uma besteira eu estou sendo vista, eu vou estar aparecendo.
Então elas vão lembrar que eu sou personal e querer me contratar, entendeu?
Lembrar de mim. Então ele disse que eu tenho que ser vista, eu tenho que
aparecer, eu tenho que me mostrar. O interessante também é querer mostrar
aluno, querer mostrar resultado. Mas minhas alunas assim, elas são mais de
idade, elas não gostam muito de ficar se exibindo, não gostam muito de apa-
recer. Então assim é difícil mostrar resultado. Então o melhor é eu me usar
mesmo, eu me mostrar”.
Quando perguntados sobre o que é marketing pessoal a maioria dos entrevistados falou
sobre promoção e estratégias relacionadas à profissão, conforme aponta Júlio: “Marketing
Corpo
“Manter um corpo que você vê que é ativo né? Pessoas obesas por exemplo,
não tenho nada contra com personal trainers acima do peso, eu sei que não
tem nada a ver uma coisa com a outra, mas na visão do aluno, do cliente não
é assim. De acordo com o aluno ele julga a pessoa pelo corpo. ”
Rafaela ainda complementa esta ideia dizendo “As pessoas vêm muito para o estú-
dio baseadas em mim. Chegam aqui querendo ficar com o corpo igual o meu, ou que tem
objetivos de chegar a tal, assim, mas a minha imagem é a referência do meu trabalho.
” Em contrapartida Maria apresenta um outro ponto de vista:
“Eu acredito que o profissional ele tem que experimentar e ser aquilo que ele
prescreve e o que ele acredita. Então hoje eu não acredito que o professor de
educação física (no caso que é a minha profissão), ele tem que ser um treinador
de maratonista ele tem que correr a maratona, mas ele tem que saber correr,
entendeu? Então assim, eu acredito que a imagem de saúde (e hoje uma ima-
gem de saúde não se resume a uma boa estética, se resume a uma imagem
de peso de estética) é em relação a fala, em relação a vestimenta do que de
onde tu estás inserido [...]. Então você pode sim comprar uma roupa mais em
conta que não seja de marca, mas que tem que estar apresentável, tem que
estar limpa, tem que estar na tendência, tem que estar na cor adequada, tem
que estar visualmente adequado para tu estar inserido naquele local [...]. Eu
preciso vender saúde e disposição, logo eu tenho de estar com a minha saúde
e com a minha disposição adequada. O profissional que diz que tu tens que
Quando questionados se existe um “tipo de corpo ideal” para quem trabalha como
personal trainer, o entrevistado “Gabriel” acha que não existe um tipo de corpo ideal e que
vale aquilo que você passa para o aluno. Já Felipe complementa esta ideia relatando:
“Não existe um corpo ideal, e sim existe uma forma de conduzir seu traba-
lho embasado dentro da ciência, dentro da aplicação prática. Eu acho que a
imagem corporal que é passada hoje nas redes, é uma imagem muito vazia.
As pessoas mostram corpos saudáveis com mentes vazias, mentes pouco
produtivas, mentes pouco atraentes. Pessoas que buscam algo vazio. Não
algo que venha para somar e quebrar certos paradigmas como julgamentos
pré-estabelecidos dos corpos, por exemplo, ser muito gordo ou muito magro,
certo? ”
Contudo, embora alguns acreditem que não existe, cabe evidenciar que muitas vezes
a sociedade exige isso, como disse Júlio:
“Eu acho que não, mas a sociedade acha que sim. Para a sociedade quem
trabalha com Educação Física tem que ter um corpo fitness, um corpo sarado.
E não é bem assim. Cada um tem as suas particularidades, afinal se fosse
assim não poderiam existir médicos homens ginecologistas [rs]. No meu ver
não existe um corpo ideal, mas uma maneira ideal de ser portar, e acho que
isso é para a sociedade né? A pessoa tem que se vestir bem, tem que ter o
mínimo de higiene, essas coisas, sabe? Se a pessoa trabalha em um escritório
ou em uma academia, ela tem que se portar bem. Outra coisa é que o profis-
sional de educação física precisa saber fazer aquilo que ele ensina. Você não
pode ser professor de natação se você não sabe nadar, mas se você sabe
nadar, tem conhecimento, estudou, não é o seu corpo que vai te impedir de
seguir na profissão”.
Já Rafaela diz que existe sim um corpo ideal, e este corpo muda de acordo com a
região que você se localiza, como relatado a seguir:
Mariana concorda com esta ideia e ainda descreve como seria este corpo ideal:
“ [...] O corpo da mulher é aquele corpo ‘mignon’, aquele corpo tudo em cima,
perna e bunda com mais volume, sequinha assim, o braço, tudo magrinha. Eu
acho que esse é o corpo ideal né, estar tudo certinha, magrinha. Se tiver um
silicone melhor, ajuda. Barriga chapada, perna e bunda. Tipo gostosa. Para o
homem é um corpo ético, um corpo malhado, musculosinho, de preferência
num padrão Mens Phisic, ou que participe de competição que seja bombadão
também vai bem [rs]. Mas um padrão certinho, sem barriga, musculosinho está
ótimo, né? O padrão para homem esse seria o ideal. Um corpo bem cuidado,
mas ninguém gosta de magricelo nem gordinho. A não ser que seja já conhe-
cido de alguém, amigo e tal. Até que acontece até, eu já vi vários personal
trainers que não tem padrão, terem alunos, mas alguém indicou, é amigo de
alguém. Mas se não as pessoas analisam o corpo com certeza, pois elas estão
buscando um corpo ideal para elas, então no mínimo elas querem alguém que
saiba, que tem esse corpo para poder... elas acreditam que alguém que tenha
esse corpo vai conseguir cuidar do corpo delas também né? [...]”
Ainda no complemento desta ideia, Gustavo relata que é necessário sim ser praticante
de alguma atividade física, tem que conseguir realizar todos os exercícios que se passa para
o aluno, mas tem que tomar cuidado por muito personal conquista um corpo bonito através
se cirurgias e outros meios.
No que se refere aos alunos e alunas se espelharem no corpo dos personal trai-
ners como parâmetro de saúde e beleza, a maioria dos entrevistados disse que depende,
como cita Gabriel:
“Alguns sim, alguns não. Nem todos têm vontade de ser uma pessoa 100%
fitness e tal, muitas pessoas fazem porque precisam recuperar algum tipo de
lesão, outras por saúde, outras pessoas por mais estética. Então a galera que
procura por mais estética sim acaba tendo em mim como espelho, mas não
todo mundo, não, não 100%”.
Gustavo ainda complementa “ [...] a maioria dos alunos hoje em dia procura qualidade
de vida, e daí eu não entendo porque gostaria de ficar com um corpo igual o meu, isso daqui
não é qualidade de vida”. Em contrapartida, o entrevistado Felipe, relatou que nenhum aluno
nunca comentou nada sobre esse assunto.
1 Batel é o nome de um dos bairros nobres da cidade de Curitiba/PR.
“A maioria depois que me conhece pára de ter essa referência do meu corpo
como base, eles me entendem como uma pessoa normal. Uma pessoa comum
que come besteira, que treina, mas eles ainda têm uma referência grande por
mim assim. Se eu consigo fazer uma prova, eles conseguem fazer uma prova,
se eu consigo fazer um exercício, eles conseguem fazer um exercício. Então
eu ainda sou uma referência forte para eles nesse sentido”.
Quando perguntados se seus alunos acham mais importante o personal trainer utilizar
da sua própria imagem corporal para incentivar os alunos, ou demonstrar conhecimento sobre
os assuntos vinculados a sua profissão, a maioria acha que depende do aluno. João diz:
“Depende do perfil do aluno, o perfil do cliente. Tem cliente que vai te procu-
rar pelo corpo que você tem e vai querer ficar igual. Então depende muito do
segmento que você deseja atender né? Meu público é de 30 anos para cima,
então eles estão mais preocupados com a questão da saúde. Logico que es-
tética também, mas querem fazer o exercício certinho... enfim, não buscam
muitos resultados estéticos, não é a prioridade deles”.
Luiza complementa:
Para os alunos, depende muito do aluno, porque tem aluno que leva muito em
consideração a imagem corporal, como os outro vão ver ele, quem está ao lado
dele então tem muito alunos que acham a imagem corporal super importante.
Mas alunos que estão buscando qualidade de vida ou aqueles que já praticam
atividade física a algum tempo, eles levam muito mais em consideração o
conhecimento do professor, que vai contar como tal exercício funciona, para
que ele serve, porque a gente está treinando daquele jeito, sabe, então de-
pende muito do aluno essa questão, sabe? Mas a maioria releva muito mais a
imagem do professor, como é o corpo dele, como estão sendo os resultados
dos alunos dele para demonstrar o interesse.
José, em contrapartida, relata que: “Eu acho que o principal para os meus alunos é eu
demonstrar conhecimento e que eles consigam obter resultados”. Júlio complementa com
uma crítica quando diz que:
“Eu acho que demonstrar conhecimento para o aluno. Mas assim, o cara pode
entender muito da teoria, mas se ele não sabe da prática, não adianta nada
na teoria. A pessoa não precisa competir e nem ser campeão em nada, mas
ele precisa saber executar aquilo que passa, afinal educação física também
é prática né? ”
“A tempo atrás já recebi sim, porque já fui bem obeso, hoje em dia não sou,
hoje em dia eu tenho um padrão de corpo até bom [rs] mas já sofri sim. E hoje
em dia tem gente acaba falando que é até demais o que eu faço e sempre vão
julgar, então não adianta se você for gordo vão julgar, se você for magro vão
julgar. Eu acho que você tem que ir à procura do que você quer, a procura do
que você se sente bem. É assim que foi comigo e acho que assim sempre
que vai ser com todo mundo”.
“Sim, acho que todo mundo. Se eu tenho um aluno que é maior que eu, ele
não vai me levar a sério porque eu não sou maior que ele, entendeu? Ele vai
querer um treino de um cara que é maior que ele, isso não quer dizer que o
treino desse vai ser melhor que o meu, mas a imagem dele passa isso enten-
deu? É muito difícil você ver uma personal mulher dando aula para um homem
que tem como objetivo hipertrofia ou competição. Porque eles não vão confiar
em uma mulher que é menor que eles. Igual mulher, eu não consigo muitas
vezes ter alunas mulheres porque elas querem ganhar glúteo e coxas, e elas
acham que eu não vou conseguir cumprir esse objetivo delas”.
A outra metade dos entrevistados relataram que nunca sofreram algum tipo de pre-
conceito, mas alguns relatam alguns casos, mesmo negando. Como é o caso da Mariana:
“Não, não sofri assim, porque eu acho que eu estou dentro do padrão. Mas
assim, eu vejo que quando eu estou melhor as pessoas me valorizam mais.
Quando eu tive mais gordinha eu não era tão endeusada assim. Agora que eu
estou mais magra fazendo dieta e tal, as pessoas me elogiam, elas acham que
você é melhor entendeu? Quando você está com um corpo mais padrão você
está melhor. Elas ficam mais interessadas em mim quando eu estou com um
corpo melhor. Por isso que eu acho que a imagem conta muito. O que eu fico
muito frustrada é que meu Instagram parece um Tinder, para mim vem muito
homem atrás com segundas intenções. Quando eu promovi as fotos do meu
Instagram eu vi que mais da metade eram homens, e não é o meu público
foco. Mas como eles me acham bonita, me acham gostosa acaba vindo muito
homem. Eu já sofri muito assédio, então isso eu acho muito ruim, e nossa
profissão acaba misturando as coisas”.
CONCLUSÃO
Através de dados obtidos nesta pesquisa, foi possível identificar que os entrevistados
utilizam tanto o seu conhecimento, quanto a sua imagem corporal como abordagem de
marketing em suas mídias sociais. Os estereótipos citados sobre o corpo do personal trainer
demonstram ainda o “culto ao corpo perfeito” imposto pela sociedade, ou seja, um corpo
magro, musculoso, que treina e que tem saúde, contudo, a maioria dos entrevistados não se
sente à vontade com esta cobrança existente pelo melhor corpo, que seria o ‘padrão fitness’.
Verificamos também o pouco interesse destes profissionais com o estudo de melhores formas
da utilização de suas mídias sociais, pois a maioria não tem uma estratégia de marketing.
Podemos citar como limitação do estudo o número reduzido de entrevistas concebi-
das. Foi observado também o escasso número de estudos e artigos relacionando o corpo
com o marketing, o estereótipo do personal trainer, as estratégias de marketing do personal
trainer, e estudos sobre as mídias sociais, já que quase todos os estudos existentes focam
nos blogs, que são pouco utilizados pelos profissionais de Educação Física. Cabe evidenciar
que esta pesquisa possibilita que estudos futuros possam incluir mais participantes e que
seja feita uma diferenciação entre homens e mulheres, em diversas áreas da Educação
Física. Ou seja, faz-se necessária uma maior quantidade de estudos que tenham como
temática o corpo deste profissional, pois este é um assunto muito comentado pelos clientes
e até mesmo entre os acadêmicos e profissionais da área.
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10.37885/201102273
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi analisar a decisão dos indivíduos entre diferentes si-
tuações de jogo ocorrente no futsal, observar o comportamento dos envolvidos referente
à sua capacidade de reflexão, leitura de jogo, onde posteriormente tomará a melhor
decisão frente à situação-problema emergida. Para tal, foi classificada e interpretada a
escolha da ação em que os jogadores foram situados. Compuseram a amostra quinze
(n=15) participantes da equipe Sub-13 de futsal. Para a realização da coleta de dados
utilizou-se formulário específico. Concluiu-se que para o surgimento de um jogador inte-
ligente e criativo, é preciso propor atividades com exigências técnico-táticas associadas
à dinâmica do jogo, estimulando o envolvido a perceber o jogo de uma visão mais ampla,
fazendo com que ele possa escolher entre várias decisões possíveis, a mais adequada
para a situação.
Entendemos por jogador inteligente no futsal, o sujeito que compreende o jogo de modo
pleno, que se adapta a diferentes exigências do jogo. Aquele que sabe não só passar a bola,
mas como e quando passar. Aquele que sabe não só chutar, mas como e quando chutar
a gol. O jogador inteligente deve saber defender e atacar no momento certo e da maneira
mais correta possível, ter ‘versatilidade’ e criatividade. Ter noções como: criar linhas de
passe, fazer quebras de direção, pisada, tabelar, driblar, executar bolas de espaço, saber
jogar com e sem bola entre outros.
Garganta (1995) ressalta que a atuação do jogador nos jogos desportivos coletivos
precisa estar ligada a dois traços fundamentais: A cooperação e a inteligência.
O futsal trata-se de um jogo coletivo de cooperação-oposição, portanto o jogador inteli-
gente deverá saber como ajudar a equipe, ter espírito de grupo, saber cooperar e comunicar
com os companheiros, ou seja, a inteligência de cada um deve estar também, direcionada
a inteligência coletiva, por que no jogo as inteligências necessitam interagir (Scaglia, 2011).
Na perspectiva de uma lógica interna do jogo de futsal, cabe nos dizer que este não se
restringe somente a domínio técnico ou superioridade física (energético-funcional), ele exige
também o desenvolvimento tático, o bem-estar psicológico, o saber jogar junto, o conheci-
mento estratégico, a leitura de jogo, as tomadas de decisão, a criatividade, a percepção em
relação às regras, espaço de jogo, tempo, enfim, exige um jogador inteligente.
Por isso não seguimos a linha daqueles que apoiam metodologias de treinamento com
predominância técnica para o ensino do futsal. Tal método tende a deixar o jogador dependen-
te, limitado e com pouco poder de decisão em relação à complexidade do jogo. Isso porque
nesse princípio, ‘exercita- se muito e joga-se pouco’, enfatiza-se a técnica em detrimento da
tática. Assim não se garante a inteligência necessária para se jogar coletivamente, pois, no
exercício se faz repetições e no jogo é preciso fazer escolhas (Santana, 2004).
Se o jogo de futsal realiza-se em um contexto de imprevisibilidades, logo não há sen-
tido em se treinar de maneira “robotizada” com soluções pré-estabelecidas. Seria ilógico
ensinar o “modo de fazer” (técnica) dissociado do “o que fazer” (tática), uma vez que há a
necessidade de interligação desses fatores. Para se jogar bem, os jogadores precisam saber
responder tanto tecnicamente quanto taticamente de modo conjunto.
Na mesma linha de raciocínio, Santana (2004) alerta que não se deve separar a técnica
e a tática na aprendizagem do futsal. Pois assim, tanto a afetividade como a formação do
jogador inteligente, será facilitado.
Logo, por meio de atividades que compõe em suas estruturas as exigências técnico-tá-
ticas do jogo formal, o jogador adquire o pensamento tático (o que fazer) agregado ao gesto
motor (como fazer), e num processo de reflexão e ação (teórico e prático), terá melhores
Caracterização da amostra
A amostra do presente estudo foi composta por quinze jogadores (n=15) de futsal
masculino, da categoria Sub-13 (média de idade: 12,4 anos); participantes do programa de
treinamento desportivo da Secretaria Municipal de Esportes, da cidade de Capitólio - MG.
Coletaram-se dados dos 15 jogadores de linha.
Apresentou-se para os participantes, um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
conforme preconiza a resolução n° 196 do Conselho Nacional de Saúde de 10 de
outubro de 1996.
Procedimentos
Caso 2 – Neste, a situação colocada foi de três atacantes versus dois defensores mais
o goleiro, sendo anotado um ponto se qualquer um dos três atacantes conseguirem finalizar
a gol, e zero se o ataque não obtiver a finalização.
Caso 3 – Agora, foi posto ao envolvido na posição de atacante, a alternativa de escolha,
se é a de atacar na situação do primeiro ou segundo caso.
Os componentes de defesa e de apoio no ataque foram substituídos aleatoriamen-
te. Essa troca justifica-se para variar os comportamentos individuais tanto dos defensores
quanto dos atacantes que realizarão a ajuda, permitindo uma aproximação fidedigna ao
objetivo do estudo.
Para a coleta de dados foi utilizado anotações em formulário específico, o qual buscou
recolher as seguintes informações:
1° - Se obteve a finalização a gol, dividido em duas situações diferentes quanto à so-
lução da tarefa: caso (1), situação de ataque 1x1+G; e caso (2), situação de ataque 3x2+G.
2° - Qual opção de escolha do jogador entre os dois casos anteriores.
Diante dos dados coletados foi analisado o êxito de finalizações dos casos (1) e (2), e
a decisão de escolha no caso (3), utilizou-se a estatística descritiva percentual.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
Gráfico 1. Resultado de escolha no caso (3) para ocorrência de finalização positiva no caso (1), e finalização negativa no
caso (2)
Gráfico 4. Resultado de escolha no caso (3) para ocorrência de finalização positiva nos casos (1) e (2)
Como atesta o Quadro 4, a maior parte dos indivíduos que tiveram sucessos nas fina-
lizações do caso-1 e caso-2 apresentaram, no caso-3, ser favoráveis também a situação do
caso-2, atacar em superioridade numérica.
Parece-nos que esta decisão, sustenta-se no sentido de superar a defesa buscando
correr menos riscos de perder a posse de bola.
Segundo Teodorescu citado por Santana (2008), o jogador de ataque ou de defesa
visa causar desequilíbrio no adversário, tirando proveitos que projetem um resultado positi-
vo. Neste caso, o desequilíbrio de ordem numérica, apresenta-se como vantagem para se
chegar à finalização.
Nota-se que de modo geral, os indivíduos tiveram a decisão de atacar em vantagem
numérica. Considerando que as capacidades de jogo (ataque-defesa) dos envolvidos estão
em níveis aproximados, essa nos parece ser a ação mais recomendada. Por outro lado,
tomar a decisão correta não garante o sucesso da finalização.
Os resultados apontam que os jogadores tiveram alto poder de leitura de jogo através
de suas experiências práticas, ou seja, baseados no experimento que tiveram de situações
bem sucedidas ou não, julgaram coerentemente qual a melhor ação frente à situação nova-
mente emergida. Isso nos leva a crer que, sua capacidade de aprendizagem tática no jogo é
possivelmente treinável, uma vez que o indivíduo é um ‘ser pensante’, capaz de decodificar
informações que o levam a se comportar corretamente no meio.
Diante disso, apoia-se a ideia de que valorizando a criatividade e a liberdade das ações
do jogador, estimulando sua reflexão, seja através das metodologias dos jogos adaptados,
reduzidos, pré-desportivos, situacionais, condicionados entre outros, ou por meio da com-
binação dessas, o treinador participa para a construção do jogador inteligente.
Acreditamos que fazendo modificações na estrutura do jogo, propondo atividades
que se aproximam de sua realidade, como por exemplo, jogos em situações de igualdade,
superioridade e inferioridade numérica, e de transições ataque- defesa, o jogador é esti-
mulado a perceber de maneira mais ampla suas ações em relação aos companheiros e
adversários. Podendo assim, contribuir de maneira vantajosa para que sua equipe alcance
o objetivo almejado no jogo.
Em síntese, recomenda-se futuros estudos práticos analisando as exigências tático-
-cognitivas no jogo de futsal, considerando uma infinidade de situações/problemas e com
diferentes indivíduos.
REFERÊNCIAS
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10.37885/201202389
RESUMO
OBJETIVO
MÉTODOS
Medidas Antropométricas
A massa corporal dos participantes foi medida com balança digital portátil com
capacidade de 150 kg (EKS®). A estatura foi medida utilizando-se estadiômetro portátil
(Sanny®). O índice de massa corporal (IMC) foi calculado dividindo-se a massa corporal pela
estatura ao quadrado (kg/m2). A circunferência da cintura foi avaliada ao nível do umbigo e
Análise estatística
Os dados foram descritos e analisados por meio de distribuição das frequências relativas
e absolutas, mediana e intervalos interquartil, média e desvio padrão, e intervalos de confian-
ça. A distribuição dos dados foi verificada por meio do teste de Kolmogorov ‐ Smirnov. As va-
riáveis que apresentaram distribuição gaussiana foram comparadas (entre grupos) por meio
do teste t independente, enquanto as variáveis que apresentaram distribuição não gaussiana
foram comparadas por teste equivalente não-paramétrico (U de Mann-Whitney). Associações
univariadas foram verificadas por meio do teste de Qui-Quadrado de Pearson, apresentadas
com a razão de chances (Odds Ratio) e intervalo de confiança de 95%. Adotou-se P < 0,05
como significância. Todas as análises foram realizadas utilizando o Pacote Estatístico para
Ciências Sociais (IBM SPSS, IBM Corporation, Armonk, NY, EUA, 25.0).
RESULTADOS
Tabela 2. Análise descritiva das características demográficas, clínicas e hábitos de vida (N=628).
n % IC 95,0% para %
Feminino 411 65,45% (61,66 – 69,09)
Sexo
Masculino 217 34,55% (30,91 – 38,34)
20 a 29 anos 90 14,33% (11,76 – 17,23)
30 a 39 anos 134 21,34% (18,27 – 24,67)
Faixa Etária 40 a 49 anos 163 25,96% (22,64 – 29,49)
50 a 59 anos 131 20,86% (17,82 – 24,17)
> 60 anos 110 17,52% (14,70 – 20,63)
Sim 383 60,99% (57,13 – 64,74)
Atividade Física
Não 245 39,01% (35,26 – 42,87)
Sim 43 6,85% (5,07 – 9,02)
Tabagismo
Não 585 93,15% (90,98 – 94,93)
Sim 180 28,66% (25,23 – 32,29)
Consumo de álcool
Não 448 71,34% (67,71 – 74,77)
Sim 50 7,96% (6,04 – 10,27)
Diabetes mellitus
Não 578 92,04% (89,73 – 93,96)
Nota: os valores são apresentados em frequências absolutas e relativas. Abreviações: IC = intervalo de confiança de 95%.
Tabela 4. Prevalência de diabetes de acordo com as variáveis demográficas e hábitos de vida. (N=628).
Diabetes
Sim (n=50) Não (n=578)
n % n % P OR IC (OR) 95%
Feminino 35 8,52% 376 91,48% 0,480 1,254 (0,669 – 2,350)
Sexo
Masculino 15 6,91% 202 93,09%
20 a 59 23 4,53% 485 95,47% <0,001* 0,163 (0,090 – 0,297)
Faixa etária (anos)
> 60 27 22,50% 93 77,50%
Não 11 4,49% 234 95,51% 0,010* 2,412 (1,210 – 4,806)
Atividade Física
Sim 39 10,18% 344 89,82%
Não 45 7,69% 540 92,31% 0,357 1,579 (0,592 – 4,210)
Tabagismo
Sim 5 11,63% 38 88,37%
Não 39 8,71% 409 91,29% 0,277 0,683 (0,341 – 1,365)
Consumo de álcool
Sim 11 6,11% 169 93,89%
Nota: os valores são apresentados em frequências absolutas e relativas. * P <0,05. Teste de Qui-Quadrado. Abreviações: OR = odds ratio
bruto. IC = intervalo de confiança de 95%.
Tabela 5. Comparação da idade e características antropométricas entre obesos sarcopênicos e não obesos sarcopênicos
(N=153).
Obesidade Sarcopênica
Sim (n=66) Não (n=87) P
Idade (anos) 49 (38 – 62) 41 (36 – 56) 0,078a
Estatura (m) 1,59 ± 0,09 1,58 ± 0,08 0,635b
Massa corporal (Kg) 75,25(66,30 – 84,30) 62,20 (56,60 – 70,30) <0,001*a
% Gordura Corporal 44,50 (41,10 – 47,10) 34,20 (27,80 – 37,80) <0,001*a
% Massa Magra 23,15 (22,20 – 24,40) 28,10 (25,90 – 32,00) <0,001*a
Perímetro da Cintura (cm) 97,0 (89 – 102) 84,0 (78 – 92) <0,001*a
b
Test t independente. Abreviações: IMC = índice de massa corporal. IAC = índice de adiposidade corporal. RCQ = razão cintura quadril.
Tabela 6. Prevalência de obesidade sarcopênica de acordo com as variáveis demográficas, clínicas e hábitos de vida (N=153).
Obesidade Sarcopênica
Sim (n=66) Não (n=87)
n % n % P OR IC (OR) 95%
Feminino 51 43,22% 67 56,78% 0,970 1,015 (0,474 – 2,175)
Sexo
Masculino 15 42,86% 20 57,14%
20 a 59 46 40,00% 69 60,00% 0,173 0,600 (0,287 – 1,255)
Faixa Etária (anos)
> 60 20 52,63% 18 47,37%
Sim 32 39,51% 49 60,49% 0,336 0,730 (0,384 – 1,387)
Atividade Física
Não 34 47,22% 38 52,78%
Sim 3 50,00% 3 50,00% 0,729 1,333 (0,260 – 6,828)
Tabagismo
Não 63 42,86% 84 57,14%
Sim 24 51,06% 23 48,94% 0,187 1,590 (0,796 – 3,176)
Consumo de álcool
Não 42 39,62% 64 60,38%
Sim 7 70,00% 3 30,00% 0,076 3,322 (0,825 – 13,376)
Diabetes mellitus
Não 59 41,26% 84 58,74%
Nota: os valores são apresentados em frequências absolutas e relativas. * P-valor. Teste de Qui-Quadrado. Abreviações: OR = odds ratio
bruto. IC = intervalo de confiança de 95%.
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
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10.37885/201102298
RESUMO
Uma vez que o adolescente inicia no esporte ele estará sujeito a receber distintas for-
mas de influência no seu desenvolvimento psicológico, emocional e físico, como também
nos aspectos da autoestima, autoafirmação, autoconceito e melhora do estado físico, o qual
pode ser impactado pelo treino e pelo ambiente de treinamento, o qual pode influenciar em
casa e em sua vida social (ARAUJO; ARAUJO, 2000; GALATTI, 2006; DANTE, 2009).
Dentre os diversos esportes, o basquetebol é uma modalidade esportiva que facilita
que seus praticantes façam novas amizades, produzam em seu rico ambiente excitações
motoras, físicas e emocionais, que são atividades que promovem estímulos na coordena-
ção motora, lateralidade, raciocínio e o espírito de trabalho em equipe, além de retomar os
conceitos de valores do esporte (DAMÁSIO, 2013; OLIVEIRA; PAES, 2012; ROCHA, 2020).
A cidade de Curitiba pode ser considerada uma referência no treinamento do basque-
tebol, pois existem locais onde a prática é oportunizada, como escolas particulares, escolas
públicas, clubes e praças públicas onde acontecem os minijogos todos os finais de semana,
além de treinos arquitetados, planejados para serem executados em competições federativas
e escolares (OLIVEIRA; PAES 2012; ICI, 2019; ROCHA, 2020).
O basquetebol quando praticado rotineiramente é considerado um aliado contra doen-
ças causadas pelo sedentarismo, patologias do coração e obesidade, e sua prática pode
ser uma ferramenta de desenvolvimento físico e psicológico do adolescente. Isso ocorre nos
diferentes ambientes onde é ofertada a modalidade, em centros esportivos formais, informais
e não formais (MATSUDO, 2000; ALVES; LIMA, 2008; SZEREMETA, 2018; GOMES, 2018).
Entre os aspectos psicológicos, o autoconceito é a percepção que o indivíduo tem de si
mesmo. Nesse sentido, há um consenso de que tem início na infância, a partir das influên-
cias de outros indivíduos e das explanações que a criança faz do seu ambiente, inclusive
o esportivo (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2002; SISTO; DE CÁSSIA MARTINELLI, 2004;
SERASSUELO JÚNIOR et al., 2012).
Destaca-se a importância e a missão do esporte na educação, pontuando que sua meta
é de caráter formativo, colaborando com a criação de uma cultura esportiva, priorizando além
do conhecimento dos esportes a aprendizagem física corporal, que, segundo estudos, se for
considarada suficiente poderá causar um impacto positivo na qualidade de vida dos alunos
(TUBINO, 1999; AKIRA; REIS; AÑEZ, 2007).
O basquetebol mostra-se como um importante fator para a percepção positiva de
autoconceito em várias dimensões, pois as modalidades esportivas, por exemplo o futsal,
podem promover novas amizades, melhoria das condições físicas e se conectar a outras
dimensões psicológicas, como o físico, emocional e acadêmico (OLIVEIRA; PAES, 2012;
SECCO; OLIVEIRA, 2017; BISCAIA, 2020).
OBJETIVO
Participantes
Instrumentos
Procedimentos
Os dados foram tabulados e analisados via pacote estatístico SPSS 24.0. Foram rea-
lizadas análises descritivas das variáveis do estudo. Na análise inferencial, foi realizado o
Teste T- para amostra independente, tendo como variável dependente o sexo e como va-
riável independente o Autoconceito e seus domínios. A significância adotada foi de p≤ 0,05.
Aspectos Éticos
RESULTADOS
Variável N % %A
Nível Escolar
Sexo
1 90 31,36 32,36
2 62 21,57 53,93
3 40 13,88 67,81
4 73 25,32 93,13
5 13 4,34 97,47
6 8 2,53 100,0
Total 286 100,0 -
Tabela 2. Teste T referente ao sexo da variável autoconceito e seus domínios da amostra de atletas de Basquetebol de
Curitiba e região metropolitana, Paraná-Brasil.
IC 95%
Variáveis Sexo Média ± dp P
Inferior Superior
M 71,00±17,23
A. Acadêmico -10,69 1,30 0,008
F 76,99±15,23
M 64,85±11,53
A. Social -3,35 2,59 0,801
F 65,23±10,30
M 42,37±17,51
A. Emocional -18,26 6,86 0,000
F 54,94±20,94
M 63,62±11,59
A. Familiar -5,34 1,25 0,224
F 65,66±12,56
M 73,05±16,33
A. Físico -1,65 8,02 0,196
F 69,86±20,47
DISCUSSÃO
Nos resultados observa-se que a faixa etária dos alunos está relacionada aos alunos/
atletas de escolas públicas e particulares da cidade de Curitiba, Paraná, praticantes de bas-
quetebol com idades de 12 a 17 anos, porém em sua maioria os adolescentes têm entre 15
e 17 anos e a maior parcela é de meninos, corroborando os estudos de Rocha (2020) que
sugere que a cidade de Curitiba tem uma certa evasão de meninas praticantes de basque-
tebol do sexo feminino dos 12 aos 17 anos, que aparecem em menor número se comparado
aos meninos quando observadas as súmulas dos jogos escolares de Curitiba (EDUCAÇÃO;
ESPORTE, 2020; ROCHA, 2020).
Na inferência estatística, o Test-T apontou que as atletas do sexo feminino têm melhor
média do que os do sexo masculino nos domínios acadêmico e emocional do autoconceito,
não sendo encontradas diferenças significativas nos demais domínios. Podemos ressaltar
que as meninas obtiveram escores maiores em quatro domínios, o que pode ser importante
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Sergio de Sousa
UEM/EUEL
10.37885/201102269
RESUMO
O salto vertical (SV) é apontado como uma habilidade motora de suma importância para
as ações motoras realizadas no cotidiano, bem como sua relevância pode ser observada em
esportes em que há corridas com paradas bruscas e mudança de direção (ARAÚJO et al.,
2013). Dentro dos aspectos descritos anteriormente, o futebol está entre as modalidades
esportivas, nas quais o SV é muito utilizado em jogos e treinamentos (GIL et al., 2007).
Para jovens o SV demonstra importância no processo de seleção, posto que os jogado-
res selecionados apontam melhor desempenho nos saltos verticais (GIL et al., 2007). Já para
adultos este gesto motor tem sido utilizado também como parâmetro de força e potência
(SPORIS et al., 2009). Oliveira et al. (2000) contabilizaram o número de saltos durante uma
partida de futebol e encontraram diferenças, haja vista que os atacantes realizam maior
número de saltos, seguidos dos defensores e por último os meio campistas.
Com estudos em análise no laboratório diferenças foram encontradas entre as diferentes
posições em pesquisas com jogadores europeus jovens e adultos (GIL et al., 2007; SPORIS
et al., 2009). No entanto ainda há necessidade de informações sobre esta diferença com
jogadores brasileiros, pois esses dados podem servir como parâmetros para as equipes do
futebol brasileiro de elite e amador.
Como método de avaliação laboratorial dois modelos de análise vêm recebendo desta-
que pela comunidade científica, sendo estes o salto sem contramovimento e com contramo-
vimento (MORENO; IWAMOTO; ARRUDA, 2009; SOUSA; RODRIGUES; CINTRA-FILHO,
2013). Tendo como base a carência de informações sobre o desempenho posicional nos
saltos verticais em jogadores brasileiros, torna-se essencial buscar novas informações, as
quais poderão servir como base para os profissionais de Educação física o objetivo do pre-
sente estudo é verificar as diferenças de desempenho entre as diferentes posições no futebol.
OBJETIVO
MÉTODOS
RESULTADOS
A tabela 1 faz menção descritiva do desempenho nos saltos verticais (SVSC e SVCM)
dos 3 grupos (G1 atacantes, G2 zagueiros e G3 goleiros), com valores médios e de desvio
padrão em centímetros.
DISCUSSÃO
Os achados do estudo apontam que não houve diferença de desempenho nos saltos
verticais sem (SVSC) e com contramovimento (SVCM) entre os grupos (G1, G2 e G3). Como
explicação para os resultados obtidos podemos referir que os aspectos de coordenação para
execução do salto podem ter influenciado. Neste tema, Rodrigues e Marins (2011) delimita
erros como flexão dos joelhos durante o voo, tronco e cabeça inclinados a frente, além do
movimento dos braços.
A livre movimentação dos braços é um aspecto importante que pode ter contribuído
para os resultados do presente estudo, haja vista que no procedimento da pesquisa os
atletas foram orientados a permanecerem com as mãos na cintura. Lee et al. (2004) apon-
taram diferenças na altura dos saltos quando os avaliados realizaram o procedimento com
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos achados da pesquisa, concluímos que não existem diferenças de de-
sempenho nos saltos verticais entre defensores, atacantes e goleiros. As diferenças não
encontradas podem estar relacionadas aos aspectos coordenativos dos saltos, posto que
jogadores de futebol dificilmente treinem saltos com observação aos aspectos de coordena-
ção. Por fim, salientamos que os saltos verticais são gestos motores de muita importância
para o futebol, entretanto, diferenças de desempenho entre as posições são difíceis de ser
encontradas também em razão do número de participantes da pesquisa.
REFERÊNCIAS
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sci_arttext&tlng=pt
10.37885/201102319
RESUMO
Objetivo: El objetivo del estúdio fue evaluar los efectos de una periodización del en-
trenamiento basada en el modelo con cargas selectivas sobre el desempeño físico en
atletas de Futsal femenino durante una temporada competitiva. Métodos: La muestra
estuvo compuesta por 12 mujeres atletas profesionales no seleccionadas aleatoriamen-
te del equipo de Futsal femenino del Kinderman/Uniarp Cazador, categoría adulta, que
participaron de las principales competiciones durante la temporada competitiva de 2011
en Brasil. La periodización estuvo compuesta de uno macrociclo, dividido en cuatro pe-
ríodos (preparatorio, competitivo, competitivo final y transición) y de 10 mesociclos. Cada
mesociclo consistió en 4 microciclos de siete días. Las capacidades físicas cambiaron
en cada mesociclo de entrenamiento. Se evaluaron la capacidad aeróbica, potencia
muscular, agilidad, fuerza máxima estática de miembros inferiores, resistencia muscular
localizada y flexibilidad), previo al inicio del período preparatorio (PP) y durante el período
competitivo (PC) y competitivo final (PCF). Resultados: En el PC todas las variables del
desempeño físico aumentaron (p<0,01) y se mantuvieron en el PCF con la periodización
del entrenamiento. Conclusão: La periodización con cargas selectivas es adecuada y
atiende las exigencias del deporte durante toda la etapa competitiva de las jugadoras
de Futsal femenino.
El Futsal es jugado por más de 1,1 millones de personas en todo el mundo (FIFA,
2007). En Brasil, el Futsal es considerado la modalidad deportiva con mayor número de
practicantes, con aproximadamente 12 millones de adeptos (SALLES; MOURA, 2013).
Una posible explicación de la popularidad del Futsal en Brasil son los frecuentes resultados
favorables alcanzados por la selección brasileña masculina y femenina en las más diversas
competiciones disputadas (AVELAR et al., 2008).
Con el número creciente de mujeres que están practicando el Futsal y con la evolución
de las reglas y de los esquemas tácticos, aumenta la calificación y el nivel de rendimiento
a partir de la profesionalización de innumerables atletas (RAMOS-CAMPO et al., 2016).
Adicionalmente, las reformulaciones periódicas en los reglamentos de la modalidad han hecho
al Futsal cada vez más dinámico y atractivo. Esos aspectos se han reflejado positivamente
en la organización de este deporte que pasó a recibir mayor apoyo financiero de los medios
de comunicación, clubes, asociaciones y empresas entre otros (AVELAR et al., 2008).
Con el ascenso del Futsal femenino de Brasil a lo largo de la última década, algunos
grupos han investigado aspectos específicos de este deporte. En ese sentido, en la literatura
se hallan disponibles pocos informes sobre las características de las atletas de Futsal y los
efectos de los procesos de entrenamientos.
Se han descripto diferentes métodos de preparación o planeamiento del entrena-
miento. El modelo Tradicional o Clásico de periodización del entrenamiento propuesto por
Matveyev en 1960, se caracteriza por tres períodos bien definidos (período preparatorio,
período competitivo y período de transición) y es el más utilizado por los entrenadores
(ISSURIN, 2008; MOREIRA, 2010). Este modelo de periodización ha sufrido fuertes críticas
principalmente en su utilización para los deportes de equipos que tienen un período prepara-
torio corto y un período competitivo muy largo. De acuerdo a Issurin (2010), la periodización
tradicional ha mostrado limitaciones en atletas de alto nivel, especialmente en modalidades
deportivas colectivas. La razón de esto es el aumento de la frecuencia de competiciones, la
globalización, la lucha contra el consumo de drogas ilegales y los avances en la tecnología
de los deportes (ISSURIN, 2010).
Debido a los cambios en el calendario y competiciones actuales en el deporte moderno,
es necesario el uso de modelos de periodización alternativos, llamados modelos contempo-
ráneos. Los principales modelos contemporáneos de periodización del entrenamiento son
la Periodización en Bloque y Periodización con Cargas Selectivas.
El Futsal brasileño presenta un calendario anual compuesto de un largo período com-
petitivo y un período preparatorio relativamente corto (THIENGO et al., 2013). Durante
la temporada competitiva las jugadoras de Futsal femenino de élite participan en varias
Evaluar en las atletas de Futsal femenino durante una temporada competitiva, las modifi-
caciones en el desempeño físico, utilizando el modelo de periodización con cargas selectivas.
MÉTODOS
Población y Muestra
Criterios de inclusión
La periodización del entrenamiento tuvo una estructura de uno macrociclo anual y fue
basada en el modelo de Periodización con Cargas Selectivas propuesto por Gomes (2002).
Todo el planeamiento del entrenamiento para la temporada competitiva de 2011 de las atle-
tas de Futsal femenino fue elaborado y adaptado de acuerdo con los siguientes criterios:
Para la evaluación del desempeño físico (VO2máx., potencia muscular, agilidad, fuerza
máxima estática, resistencia muscular localizada, flexibilidad), se llevaron a cabo pruebas
indirectas de campo (Shuttle Run Test de Etapas Múltiples, Impulso Horizontal, “Agility
Análisis Estadístico
Los valores de las variables se expresan como el promedio ± desvío estándar (DS) y
se aplicó el test de Shapiro-Wilk para la verificación de la normalidad de la muestra. Para
analizar los efectos de la periodización del entrenamiento en diferentes momentos de la
temporada competitiva se aplicó el análisis de variancia con medidas repetidas (ANOVA) y
el test Post Hoc de Tukey para comparaciones múltiples para hallar las diferencias. El nivel
de significancia de p<0,05 fue adoptado. Todos los datos fueran analizados utilizando el
paquete estadístico Graph Pad Prisma (Versión 6.0).
RESULTADOS
Variables DS
PP PC PCF
Masa corporal total (kg) 59,8 ± 3,6 59,0 ± 3,3 58,7 ± 3,0
La Tabla 3 presenta los efectos de la periodización con cargas selectivas sobre las
características fisiológicas y neuromotoras de las atletas durante el comienzo del período
preparatorio (PP), período competitivo (PC) y período competitivo final (PCF) del macrociclo
de entrenamiento. La periodización del entrenamiento en el período competitivo (PC) aumen-
tó la capacidad aerobia (VO2máx.) en 14% (p<0,01). La fuerza maxima isometrica de los
musculos de los miembros inferiores y de las espaldas aumentaron 17% (p<0,01), potencia
de miembros inferiores en 12% (p<0,001), flexibilidad en 8% (p<0,001), la resistencia mus-
cular de los abdominales y flexión de los brazos en 17% y 40% (p<0,001) respectivamente.
Además la periodización aumentó la agilidad de las atletas disminuyendo el tiempo en 7%
comparado con el PP (p<0,05).
En el período competitivo final (PCF) la periodización con cargas selectivas mantuvo la
capacidad aeróbica (VO2máx.), la potencia muscular de los miembros inferiores y agilidad
respecto al PC (p<0,05). Sin embargo, hubo una reducción significativa de la fuerza maxima
isomentrica de los musculos de los miembros inferiores y de las espaldas de 11% (p<0,01),
así como reducción de la resistencia muscular de los abdominales y flexión de brazos en 7%
y 18% (p<0,001) respectivamente, respecto al PC. A pesar de que algunas variables neuro-
motoras de desempeño físico disminuyeron en el PCF en comparación al PC, la periodización
PP PC PCF
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
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10.37885/201102323
RESUMO
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da imersão em água fria
sobre a dor muscular de início tardio, recrutamento muscular e controle postural em joga-
dores de futebol. Métodos: Inicialmente foi determinada a carga máxima da força muscu-
lar do quadríceps. Após três dias, foi utilizada a escala de dor EVA para avaliação da dor
no membro não dominante (membro que foi testado), o recrutamento muscular foi testado
a partir de eletromiografia e o controle postural na plataforma de forças, ambos durante
o momento do chute. Em seguida foi induzida a fadiga do quadríceps na cadeira exten-
sora com duas séries de repetições máximas com 60% da carga máxima. Participantes:
28 atletas de futebol foram aleatorizados em quatro grupos de intervenção: imersão em
água fria (GIAF, n = 7), imersão em água termoneutra (GIAT, n = 7), recuperação ativa
(GRA, n = 7) e repouso (GC, n = 7), realizada por dez minutos. As reavaliações ocorre-
ram após 24, 48 e 72 horas do protocolo de fadiga. Resultados: A intensidade da dor no
GIAF retornou à linha de base após 72 horas, enquanto GIAT, GRA e GC continuaram
a sentir dor. Conclusão: Com relação ao recrutamento muscular e controle postural no
momento do chute, não foram encontradas diferenças significativas para os períodos de
tempo ou intervenções estabelecidas. Considerações finais: O uso da imersão em água
fria é um recurso válido para a redução da dor muscular tardia, considerando o custo, a
fácil aplicação e os resultados do estudo.
OBJETIVO
MÉTODOS
Questionários e equipamentos
Procedimentos
Primeiro dia/momento
Segundo dia/momento
Após três dias o atleta retornou ao local das coletas para realização dos testes e res-
pondeu novamente à escala numérica de dor (END).
Em seguida foram acoplados os eletrodos nos músculos Vasto Medial Obliquo (VMO),
Vasto Lateral (VL) e Reto Femoral (RF), como proposto pelo Guia Surface EMG for Non-
Invasive Assessment of Muscles.
O atleta foi posicionado sentado no aparelho de extensão da perna, com o joelho
flexionado a 90º, os membros superiores ao lado do corpo e as mãos segurando a barra
lateral isolada com borracha para evitar interferências e ruídos durante a gravação de sinais
EMG. Após o exercício de flexão do joelho, os indivíduos foram solicitados a realizar três
contrações voluntárias isométricas máximas (CIVM) sustentadas de extensão do joelho por
oito segundos, com um intervalo de descanso de um minuto.
Análise estatística
RESULTADOS
Entre os quatro grupos não foi observada qualquer diferença para idade, peso, altura,
tempo de prática do futebol, dias de treinos e jogos (tabela 1).
Os resultados mostraram que a DMT dos jogadores de futebol atingiu o pico de in-
tensidade em diferentes períodos (entre 24 e 48 horas). Assim, foi necessária uma nova
abordagem da intensidade da dor e, portanto, foram estabelecidos três períodos distintos:
dor basal (pré-fadiga), pico da dor (maior valor para dor entre 24 e 48 horas) e dor final (após
72 horas). Os valores obtidos via ANOVA mostraram que não houve diferenças significati-
vas entre os quatro grupos nos três períodos (pré, pico da dor e após 72 horas) (p = 0,06),
portanto, não houve diferença na DMT entre os grupos no momento basal (p = 0,330).
No entanto, a comparação entre a intensidade inicial e final da dor, usando o teste t de
Student, mostrou que apenas o GIAF retornou à dor inicial, sem diferença significativa entre
esses períodos (p = 0,39). Por outro lado, o GIAT (p = 0,01), o GRA (p = 0,02) e o GC (p =
0,02) não retornaram à intensidade inicial da dor inicial e apresentaram diferenças signifi-
cativas (Figura 2).
DISCUSSÃO
O presente estudo comparou as intervenções mais citadas pela literatura para a re-
cuperação da dor muscular tardia em atletas: imersão em água fria, imersão em água ter-
mo neutra, recuperação ativa e repouso (15, 16).
Nossos resultados mostraram que não houve diferenças significativas no controle pos-
tural ou no recrutamento muscular no momento do chute após as intervenções. Por outro
lado, a intensidade da DMT aumentou significativamente após o protocolo de fadiga e apenas
o GIAF retornou aos valores iniciais pré-intervenção (sem queixas de dor).
Acredita-se que a aplicação de imersão em água fria a 10 ° C produz resultados po-
sitivos na redução da DMT. Isso pode ser explicado pelos efeitos fisiológicos alcançados
(16, 17). Por outro lado, uma revisão sistemática e meta-análise recentemente publicadas
de Machado et al. (8) mostraram que a IAF com temperatura da água entre 11 e 15 ° C e
tempo de imersão de 11 a 15 minutos pode fornecer os melhores resultados. Esses aspec-
tos podem ser testados e comparados em estudos futuros, considerando que temperaturas
mais altas podem ser mais agradáveis para os atletas. O nível da água foi ajustado para a
crista ilíaca porque a dor era induzida apenas nos membros inferiores; portanto, não houve
necessidade de imersão no corpo inteiro (18).
A imersão em água termoneutra foi usada para determinar como a pressão hidrostá-
tica afeta a recuperação e não a temperatura da água, conforme relatado nos estudos de
Broatch et al. (19), ou mesmo o efeito placebo da imersão. A recuperação ativa foi incluída no
O uso da imersão em água fria é um recurso válido para a redução da dor muscular
tardia, considerando o custo, a fácil aplicação e os resultados do estudo.
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RESUMO
MÉTODOS
RESULTADOS
Tabela 1.Classificação Geral psicomotora pré e pós entre grupos e intra grupos.
Tabela 2.Classificação da Coordenação motora pré e pós entre grupos e intra grupos.
Hidroginástica Musculação Sedentários
Classificação
n (%) n (%) n (%)
Pré Pós Pré Pós Pré Pós
Muito Inferior 6(60) 4(40) 3(20) 3(20) 5(33,3) 5(33,3)
Inferior 3(30) 4(40) 1(6,7) 1(6,7) 3(20) 3(20)
Normal Baixo 1(10) 1(6,7) -- 2(13,3) 4(26,7)
Normal Médio -- 2(20) 7(46,7) 7(46,7) ** 5(33,3) 3(20)
Normal Alto -- -- -- - -- --
Superior -- -- 1(6,7) 2(13,3) -- --
Muito Superior -- -- 2(13,3) 2(13,3) -- --
** entre grupos pós intervenção
Tabela 4.Classificação do Esquema Corporal pré e pós entre grupos e intra grupos.
Muito Inferior -- -- -- -- -- --
Inferior -- -- -- -- -- 1(6,7)
Normal Baixo 2(20%) 1(10%) -- -- 2(13,3%) 1(6,7)
Normal Médio 2(20%) 1(10%) 5(33,3%) 4(26,7%) 7(46,7%) 7(46,7)
Normal Alto -- -- -- -- -- --
Superior 1(10%) 3(30%) 3(20%) 3(20%) 3(20%) 4(26,7)
Muito Superior 5(50%) 5(50%) 7(4,7%) 8(53,3%)* 3(20%) 2(13,3%)
* entre grupos pós intervenção, o grupo musculação se sobressaiu aos demais grupos
Na tabela 6 mostra os resultados para a organização temporal em que foi possível ve-
rificar que não houve diferença significativa intra grupos, porém, os idosos do grupo controle
houve um aumento na classificação muito inferior. E quando comparados os grupos, houve
diferença significativa pré-intervenção (p<0,000) e pós-intervenção (p<0,000), observou-se
que nas intervenções os praticantes de musculação se encontravam em uma melhor clas-
sificação comparados as outras modalidades,
Tabela 6.Classificação da Organização Temporal pré e pós entre grupos e intra grupos.
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
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RESUMO
O óleo de rã-touro é rico em ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs), que são estuda-
dos por seus potenciais efeitos nas respostas imunológicas e inflamatórias. O consumo
excessivo de ácidos graxos poliinsaturados e a redução da combustão energética são
eventos críticos que podem levar à hepatotoxicidade, predispondo à esteatose hepática,
que pode evoluir para esteatohepatite. A atividade física moderada atua no metabolismo
e mobilização dos ácidos graxos, aumentando a capacidade de transporte mitocondrial
dos ácidos graxos nos hepatócitos, favorecendo a mobilização e o uso da gordura como
substrato energético. Assim, o exercício físico moderado pode ser considerado uma
importante estratégia não farmacológica na prevenção e redução da hepatotoxicidade
pelo acúmulo de gordura no fígado. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar
a eficácia do exercício moderado na redução da hepatotoxicidade associada à dieta
rica em ácidos graxos poliinsaturados (PUFA). Métodos: Camundongos da espécie
Mus Musculus foram divididos em dois grupos, óleo de rã-touro associado a exercícios
físicos e óleo de rã-touro para animais sedentários. Um volume de 100 μl / dia do óleo
foi administrado aos grupos pela técnica de gavagem por 15 dias consecutivos. Ao final
do 15º dia de experimento, uma amostra do tecido hepático foi retirada para análise
histológica. Resultados: O grupo que ingeriu óleo de rã-touro e não praticou exercícios
diários apresentou múltiplos focos de necrose hepatocítica acompanhados de infiltrados
polimorfonucleares, hepatócitos com esteatose microvascular e edema, caracterizando
esteatohepatite. No grupo em que o óleo de rã-touro foi associado ao exercício físico, não
foram observados sinais de infiltrado celular (inflamação), nem colestase. Conclusão:
Portanto, o exercício moderado teve um efeito potencial na redução da toxicidade hepática
associada a uma dieta rica em ácidos graxos poliinsaturados (PUFA).
O óleo de rã-touro tem sido objeto de pesquisas científicas por suas possíveis proprie-
dades biológicas e terapêuticas devido à presença de ácidos graxos, entre os quais ácido
linolênico (ômega 3), ácido linoléico (ômega 6), ácido oleico (ômega 9), além de esteárico,
ácidos palmítico e mirístico, entre outros [1]. Os ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) pre-
sentes no óleo de rã-touro têm alguns efeitos no metabolismo, na resposta imune, bem como
um potencial efeito modulador na resposta inflamatória [2,3,4]. Devido aos potenciais efeitos
na resposta inflamatória e imune, o consumo de óleo de rã-touro por indivíduos no tratamento
de diversos processos alérgicos, doenças inflamatórias (bronquite, asma, líquen escleroso),
furunculose, cisto sebáceo e para cicatrização de pele e mucosas é aumentando [1,4]. Além
disso, suas atividades antioxidantes e anti-nematóides também foram estudadas [5,1,4].
Entretanto, o consumo excessivo de ácidos graxos poliinsaturados pode causar sérios
danos ao fígado, órgão responsável por seu metabolismo [6]. O uso indiscriminado desses
ácidos graxos, assim como a redução da combustão de energia, são eventos críticos que
resultam no armazenamento de gordura no fígado e podem levar à doença hepática gor-
durosa não alcoólica - DHGNA [7]. O espectro desta doença inclui esteatose hepática e
esteatohepatite, que pode progredir para cirrose e carcinoma hepatocelular [8]. O acúmulo
de gordura no fígado costuma causar alterações em todas as fases do metabolismo, resul-
tando em absorção excessiva de ácidos graxos livres, acúmulo de triglicerídeos, aumento
da lipogênese hepática, redução da β-oxidação, secreção de VLDL e aumento do estresse
oxidativo. Este último, causa a liberação de várias citocinas como TNF-α, fator de crescimento
β e interleucinas pelas células de Kupffer, além de causar alterações nas enzimas hepáticas
(Aspartato Transaminase - AST, ALT) e nos níveis séricos de triglicerídeos e colesterol [6, 9].
Para reduzir a sobrecarga hepática devido ao uso contínuo e indiscriminado do óleo de
rã-touro no combate às doenças inflamatórias, diversas alternativas farmacológicas e não
farmacológicas têm sido estudadas [10,11].
Uma das alternativas não farmacológicas que tem mostrado eficácia e resultados signi-
ficativos em relação à diminuição do risco de lesão hepática pelo acúmulo de ácidos graxos é
o exercício físico diário moderado [12]. Estudos mostram a importância do exercício aeróbio
moderado como agente na prevenção e diminuição do acúmulo de gordura no fígado, em
função da sua capacidade de aumentar o transporte mitocondrial de ácidos graxos nos he-
patócitos e favorecer a mobilização e utilização da gordura como substrato energético, [13].
MÉTODOS
Doze camundongos machos da linhagem Swiss, espécie Mus Musculus, foram utili-
zados como modelos experimentais, com 30 ± 5 dias de vida, pesando 25 ± 5 g, do labora-
tório do Centro Universitário do Rio Grande do Norte - UNI-RN, Natal -RN, Brasil. Todos os
procedimentos foram realizados de acordo com as diretrizes do Guia para o Cuidado e Uso
de Animais de Laboratório (EUA, National Research Council). O estudo foi aprovado pelo
comitê de ética da instituição (UNI-RN) sob o protocolo nº 002/2015.
Os animais foram divididos aleatoriamente em dois grupos, sendo um óleo de rã-tou-
ro administrado a animais sedentários e outro óleo de rã-touro administrado associado a
exercícios físicos moderados. Um volume de 100 μl de óleo de rã-touro foi administrado aos
grupos pela técnica de gavagem por um período de 15 dias consecutivos.
Após 4 horas da administração do óleo, os animais do grupo associado ao exercício
físico realizaram, durante 3 minutos, atividade física moderada em uma roda de atividades
acionada eletronicamente com velocidade controlada de 7,8 cm / s. Todos os animais foram
mantidos em condições ideais de temperatura, umidade e luminosidade (ciclos claro / escuro
de 12 horas), alimentados (Labina, Purina®) e com água ad libitum.
Amostras de tecido hepático dos animais foram retiradas para análise histopatológica
para investigação de sinais de hepatotoxicidade. As amostras foram fixadas em solução de
formaldeído a 10% para posterior análise, pela técnica da hematoxilina-eosina (HE).
RESULTADOS
No grupo ao qual foi administrado óleo de rã-bull associado a exercícios físicos mo-
derados diários, a arquitetura hepática estava preservada, sem sinais de infiltração celular
(inflamação), necrose e fibrose tecidual. Essa tabela mostra que, mesmo havendo ingestão
de óleo de rã-touro, o grupo submetido a exercícios moderados diários não apresentou sinais
de hepatotoxicidade (fig. 3 e fig. 4).
Figura 3: Corte histológico de tecido animal hepático Figura 4: Corte histológico de tecido animal hepático
do grupo de óleo de rã-touro puro associado ao do grupo de óleo de rã-touro puro associado ao
exercício físico (aumento de 100x). exercício físico (aumento de 400x).
DISCUSSÃO
De maneira geral, foi possível observar que o grupo ao qual o óleo de rã-touro foi admi-
nistrado associado ao exercício físico moderado diário não apresentou sinais de hepatotoxi-
cidade, enquanto o grupo em que o óleo de rã-touro foi administrado a animais sedentários
apresentou quadro caracterizado por esteatose microvascular, que caracteriza um quadro
de esteatohepatite, uma vez que os hepatócitos são ocupados por numerosas pequenas
gotículas de gordura que não movem o núcleo para a periferia. Assim, a esteatose microvas-
cular tende a ser mais grave e progressiva quando comparada à esteatose macrovascular,
O presente estudo permite concluir que o exercício físico moderado diário pode ser con-
siderado uma estratégia não farmacológica relevante na prevenção, combate e redução do
acúmulo de gordura hepática, uma vez que tem efeito positivo na redução da hepatotoxicida-
de, devido à dieta rica em ácidos graxos poliinsaturados, conferindo maior proteção ao órgão.
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10.37885/201102332
RESUMO
No começo dos anos 2000 o Brasil foi tomado por uma onda de otimismo e com refle-
xos na melhoria da economia com ascensão social de grande parte da população, aporte
de capital estrangeiro em investimento nos mais variados setores, valorização da moeda
nacional, construção de unidades habitacionais e investimento em infraestrutura.
Aliado a estes fatores o país foi o escolhido para sediar os maiores eventos mundiais
em um curto período de tempo. A cidade do Rio de Janeiro sediou no ano de 2007 os Jogos
Pan-Americanos e em 2013 a Jornada Mundial da Juventude seguido dos Jogos Olímpicos
em 2016, com partidas de futebol em distribuídas em várias outras cidades do país.
Talvez o evento que mais animou os brasileiros, pois foi realizado em doze cidades
diferentes, Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre,
Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, distribuídas em todas as regiões do país, foi a
Copa do Mundo FIFA em 2014.
No ano anterior o Brasil também sediou a Copa das Confederações FIFA 2013, que é
um evento teste para a Copa do Mundo no ano seguinte. Este torneio contou com a partici-
pação de oito seleções e foi disputada em seis cidades: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza,
Recife, Rio de Janeiro e Salvador.
Por ser considerado o País do Futebol, e este ser o esporte mais praticado e de maior
audiência e publicidade no Brasil, a euforia em sediar, 64 anos depois, uma edição da Copa
do Mundo foi imediata, com grande parcela da população inicialmente se programando para
assistir os jogos nos estádios de um grande evento que só era possível pela televisão ou
desembolsando grandes somas quando da realização das edições anteriores, que foram em
outros países, além da oportunidade de gritar “Hexacampeão” dentro de casa. Quer aconte-
cimento melhor para uma nação, sediar o maior evento de futebol do mundo e ser campeão?
Aliada a esta euforia em poder receber e assistir no seu próprio país as 32 melhores
seleções de futebol do mundo daquela época, as oportunidades vislumbradas por vários
setores econômicos, deste obras de infraestrutura como aeroportos, portos, rodovias e mo-
bilidade urbana, aumento do número de leitos de hotéis, reconhecimento do Brasil como um
país propício para investimentos, passou a figurar quase que diariamente nas manchetes
dos jornais e revistas.
Além das oportunidades geradas com a construção dos estádios e de todas as suas
obras de acesso e hospitalidade, chamadas de legados da Copa do Mundo, pressupunha-se
que as oportunidades aumentariam e muito com a situação de pós-ocupação dos estádios e
de manutenção de todas estas obras e o número de empregos prospectados seria enorme.
Destacava-se também como legado a multifuncionalidade das arenas, não servindo apenas
Para receber a Copa do Mundo da FIFA 2014 o Brasil teve que assumir inúmeros
compromissos com a FIFA, desde fornecimento de estrutura para hospedagem das equipes,
estádios modernos e confortáveis, até renúncia fiscal, que deixou de arrecadar perto de R$ 1
bilhão aos cofres públicos, sendo que R$ 329 milhões foram apenas para as construtoras
dos estádios. (GOULART; SCOFIELD, 2014)
Esta renúncia fiscal não ficou restrita a FIFA ela foi estendida para suas subsidiárias,
empresas estrangeiras que lhe prestam serviços, times, jogadores e treinadores, que fica-
ram isentos do pagamento de impostos dos serviços realizados no Brasil. (PAULA, 2014)
Como propostas para a realização do mundial e a justificativa para tamanha injeção
de recursos públicos a Copa 2014 iria contribuir com o Brasil como um todo no tocante do
fortalecimento institucional do planejamento e da gestão urbana; fomento à economia local
e regional; melhoria da qualidade de vida da população, e; promoção da participação cida-
dã. (CAMPOS, 2013)
Entretanto, não foi isso o observado, pois várias ações que poderiam melhorar o bem-
-estar das populações de baixa renda não foram realizadas. O que ocorreu foi a ampliação
da segregação urbana e da desigualdade socioespacial, pois grande parte dos investimentos
ocorreram nas áreas mais ricas e centrais das cidades-sede.
No campo da habitação social, que poderia ter se desenvolvido como contrapartida
para a construção das arenas pesquisas anteriores concluíram que grande parte dos investi-
mentos previstos na Matriz de Responsabilidades priorizaram áreas específicas das cidades
com a valorização imobiliária dos espaços nas cidades de maiores investimentos e com os
processos de remoção e desapropriação ocorrendo junto a população de renda mais baixa,
Tabela 6. Custos iniciais e finais dos estádios da Copa do Mundo da FIFA 2014.
Custo Final Provisão de
Estádio Tipo de Obra Custo Inicial (2010) Variação
(2014) Recursos
Arena da Amazônia Reforma R$ 515 mi R$ 660,5 mi 28 % Público
Arena da Baixada Reforma R$ 184,5 mi R$ 391,5 mi 112 % Privado
Arena Corinthians Construção Nova R$ 240 mi R$ 1,08 bi 242 % Privado
Arena das Dunas Reforma R$ 350 mi R$ 400 mi 14 % PPP
Arena Fonte Nova Reforma R$ 591,7 mi R$ 689,4 mi 17 % PPP
Arena Pantanal Reforma R$ 454,2 mi R$ 596,4 mi 26 % Público
Arena Pernambuco Construção Nova R$ 529,5 mi R$ 532,6 mi 1% PPP
Beira Rio Reforma R$ 130 mi R$ 366,3 mi 154 % Privado
Castelão Reforma R$ 623 mi R$ 518,6 mi 17 % PPP
Maracanã Reforma R$ 600 mi R$ 1,05 bi 75 % Público/PPP
Mineirão Reforma R$ 426,1 mi R$ 695 mi 63 % PPP
Nacional de Brasília Reforma R$ 745,3 mi R$ 1,4 bi 88 % Público
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analisando a taxa de ocupação das arenas da Copa do Mundo FIFA no semestre sub-
sequente a sua realização no maior campeonato do futebol brasileiro pode-se afirmar que a
situação é preocupante, pois a taxa média de ocupação, dada pela relação entre a capaci-
dade máxima do estádio e a quantidade de ingressos vendidos constante nos borderôs de
cada jogo, indica uma ocupação média de 47,14%, ou seja: um pouco menos que a metade
da capacidade máxima; com média de 24.196 torcedores pagantes por jogo.
Um agravante é que dois estádios, Arenas das Dunas em Natal e Castelão em Fortaleza
não receberam nenhuma partida do Brasileirão Série A no segundo semestre de 2014. Apesar
de neste ano nenhuma destas cidades ter um time participante na Série A ocorreu de alguns
clubes venderem seu mando de campo para outras cidades. Com isso a Arena Amazônia
em Manaus e a Arena Pantanal em Cuiabá receberam três jogos cada. No estádio Nacional
de Brasília foram realizadas quatro partidas. Ao analisar cada estádio em separado tem-se:
Destaca-se que os dois maiores estádios da Copa do Mundo FIFA 2014, Maracanã e
Nacional de Brasília apresentaram uma pequena taxa de ocupação, de 32,36% e 23,08%,
respectivamente. Brasília, apesar de ser a capital do Brasil não tem clubes de tradição no
futebol, porém, ao receber partidas de grandes clubes esperava-se que seus moradores
prestigiassem os jogos, fato que não ocorreu. Problema maior foi observado na cidade do Rio
do Rio de Janeiro, onde nem o templo maior do futebol mundial, com todas as instalações
Padrão FIFA, conseguiu empolgar os torcedores a comparecerem aos jogos.
Em Barros (2016) esta baixa taxa de ocupação destes dois estádios, Maracanã e
Nacional de Brasília, aliado ao seu elevado custo de reforma já classifica o empreendimento
como inviável economicamente. Outros estádios como a Arena Amazônia, Arena das Dunas,
Arena Pantanal, também foram classificados por este estudo como inviáveis economicamen-
te, pois a baixa rentabilidade com bilheteria não suporta as despesas com a manutenção
tão pouco quitam seu valor investido.
Por esta análise da taxa de ocupação das arenas da Copa 2014 pode-se afirmar que
houve falha no planejamento de todo o evento, desde a escolha das cidades-sedes, pas-
sando pelo tipo de financiamento das obras e chegando a capacidade de cada estádio, pois
quanto maior o empreendimento maior será seu custo de manutenção.
Nestas condições, se um estádio não atinge uma taxa de ocupação média próxima a
100% de sua capacidade, poderá ocorrer prejuízo ao clube mandante que não conseguirá
tão pouco arcar com as despesas de uma partida quanto mais realizar toda a manutenção
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos dados constantes nos borderôs dos clubes e disponibilizados no site
da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para as partidas do Campeonato Brasileiro de
Futebol – Série A ou “Brasileirão” – realizadas após a Copa do Mundo FIFA 2014 observou-se
que dez dos doze estádios utilizados no mundial receberam jogos deste campeonato. Dois
estádios não receberam nenhuma partida do Brasileirão Série A após a Copa 2014, sendo
a Arena das Dunas em Natal [RN] e o Castelão em Fortaleza [CE]. Porém, com o acesso
dos dois principais clubes cearenses à Série A – Ceará em 2017 e Fortaleza em 2018 – o
Castelão passou a ser utilizado.
Cinco dos estádios utilizados na Copa 2014, Arena da Baixada em Curitiba [PR], Arena
Fonte Nova na cidade de Salvador [BA], Beira Rio em Porto Alegre [RS], Maracanã no Rio
de Janeiro [RJ] e Nacional de Brasília [DF] receberem um total de 75 partidas, porém a taxa
média de ocupação de todas estas arenas foi inferior a 50%. Tal situação não sofreu grandes
alterações nos anos seguintes (2017 a 2019).
Outros cinco estádios apresentaram uma taxa de ocupação superior a 50%, mas que
não chegaram a 65%, sendo que a taxa média de ocupação da Arena Corinthians, São Paulo
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10.37885/201102330
RESUMO
OBJETIVOS
Geral:
1 Governador Valadares é um município do leste mineiro, com população estimada em 281.046 habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2020). “A capital Mundial do vôo livre”, como também é conhecida, possui tradição em esportes
de aventura como paraglider e vôos de asa-delta a partir do Pico da Ibituruna, além de se destacar como um pólo educacional e de
saúde da região do leste mineiro (PREFEITURA MUNICIPAL DE GOVERNADOR VALADARES, 2020).
MÉTODOS
O presente estudo foi orientado a partir de uma abordagem do tipo quanti/qualitativa, com
enfoque descritivo de uma pesquisa de levantamento (SEVERINO, 2007). Buscou-se iden-
tificar e descrever equipamentos de lazer esportivo do município de Governador Valadares/
MG, além de compreender suas possibilidades de inclusão para pessoas com deficiência.
Os procedimentos metodológicos adotados no estudo foram assim elencados: 1)
Pesquisa bibliográfica, 2) Pesquisa documental: coleta de dados por meio de análise de
documentos/relatórios da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo de
Governador Valadares; 3) Pesquisa de campo: com visita à Praça de Esportes Arnóbio
Pitanga e 4) Análise dos dados.
A coleta de dados iniciou pelo estudo do relatório elaborado pela Prefeitura Municipal
de Governador Valadares (PMGV), intitulado “Mapeamento dos Espaços Públicos Municipais
de Esporte e Lazer de Governador Valadares/MG” (2020). Trata-se de um relatório com 197
páginas, contendo registro fotográfico dos espaços e equipamentos de esporte e lazer da
cidade referenciada, com caracterização do espaço e o equipamento de lazer. E foi a partir do
referido documento que se percebeu a importância de conhecer de forma mais aprofundada
a realidade da política pública relacionada ao esporte e lazer. De acordo com o relatório,
existem 22 equipamentos de lazer esportivo na cidade, sob a responsabilidade da PMGV.
Como critério de inclusão para a análise específica dos equipamentos com relação
à adequação para a inclusão de pessoas com deficiência, foram adotados os seguintes
critérios: equipamentos que ofereçam modalidades esportivas gratuitas, diversidade de
espaços para a prática de diferentes modalidades esportivas e presença de equipe técnica
esportiva. Assim, dos 22 equipamentos de lazer esportivo identificados, apenas 01 (um) se
enquadrou nos critérios de inclusão. Os outros 21 espaços não atenderam aos três crité-
rios conjuntamente. Desta forma, elencou-se o equipamento específico de lazer esportivo
intitulado “Praça de Esportes Arnóbio Pitanga”, que se mostrou como o equipamento com
a melhor estrutura física, programática e profissional da cidade.
RESULTADOS
01 campo de futebol,
Área de Lazer (Antiga Feira da
01 pista de Skate e Centro
Paz)
01 pista de BMX
01 quadra poliesportiva,
CEU das Artes 01 pista de skate e São Efigênia
01 teatro (80 pessoas)
01 quadra poliesportiva,
Complexo Esportivo do Bairro Ipê 01 pista de skate e Ipê e Vila União
01 quadra de bocha.
Concha Acústica
01 praça Centro
-Praça dos Pioneiros
01 campo de futebol,
01 pista de atletismo,
Estação Olímpica Park Fraternidade
01 piscina adulta e
01 piscina infantil
01 quadra poliesportiva,
Horto Municipal Figueira do Rio
01 quadra de voleibol, pista de skate e Centro
Doce
01 anfiteatro.
01 ginásio poliesportivo,
01 quadra coberta poliesportiva,
01 quadra coberta de voleibol,
Praça de Esportes Arnóbio Pitanga 01 quadra descoberta poliesportiva, Centro
01 quadra descoberta de basquetebol,
01 quadra de areia, 01 piscina adulta
e 01 piscina infantil e 01 ATI
01 quadra poliesportiva e
Praça Elton Moreno Altinópolis
01 ATI
02 quadras poliesportivas e
Praça Getúlio Vargas Lourdes
01 ATI
01 quadra poliesportiva e
Praça Itatiaia Ilha dos Araújos
01 pista de skate
01 quadra poliesportiva e
Praça Jother Peres São Pedro
01 ATI
01 quadra poliesportiva e
Praça Padre Paulo Santos Dumont II
01 ATI
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O equipamento urbano avaliado neste trabalho atende mensalmente uma média 2.132
pessoas, sendo 101 delas com algum tipo de deficiência. Isso corresponde a cerca de 4,74%
das pessoas que se beneficiam das atividades oferecidas no local. Apenas para se ter um
parâmetro de comparação, de acordo com o último censo (BRASIL, 2010), Governador
Valadares possui 22,3% de sua população com algum tipo de deficiência (dados autodecla-
rados). Ou seja, há muito o que se fazer ainda e estudos como o presente podem se tornar
instrumentos para a avaliação e formulação de políticas públicas.
Para isso, a acessibilidade arquitetônica se constitui como o primeiro passo para que
muitos desses indivíduos, especialmente aqueles com deficiência físico-motora e visual,
possam transitar de maneira segura e autônoma por esses espaços. Embora existam al-
guns melhoramentos a serem feitos nesse quesito para atender às normas vigentes, o local
possibilita, em grande parte, o acesso a diversos tipos de pessoas.
Podemos inferir que muito embora houvesse um interesse manifestado por meio de
políticas públicas de democratizar tais espaços para a população, ações de incentivo à
utilização dos espaços urbanos devem ser pensadas com a finalidade de se construir uma
cultura de utilização destes no município, considerando assim, ações inclusivas.
Pensamos que esse trabalho poderá servir de apoio ao planejamento e mesmo à implan-
tação de políticas públicas de esporte e lazer para o município de Governador Valadares-MG,
bem como contribuir para o processo de inclusão da pessoa com deficiência em espaços
de vivência, seja no espaço abordado neste estudo, seja em outros espaços públicos ou
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10.37885/201102304
RESUMO
OBJETIVO
MÉTODO
Participantes
Tarefa e instrumento
FIGURA 2. Esquematização da área do alvo e zonas utilizadas para fornecimento de feedback – Adaptado de Chiviacowsky
et al. (2008).
Análise de dados
Escore
GRÁFICO 1. Média do escore no pré-teste (PRÉ), fase de aquisição, pós-teste (PÓS) e teste de retenção (TR) em blocos
de 10 tentativas.
Questionário
QUADRO 2. Respostas dos grupos G10% e G30% “em relação as tentativas realizadas nesta fase, você seguiu a meta
estabelecida?” ao final da fase de aquisição.
Respostas
Grupos
Sim Não
G10% 10 0
G30% 10 0
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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RESUMO
MÉTODOS
RESULTADOS
A tabela 01 mostra resultados relativos ao peso, cintura, IMC e RCQ pré e pós-inter-
venção do grupo de musculação o peso corporal foi 87,62 para 81,87, cintura 121,20 para
115, IMC 32,92 para 30,52 é RCQ 1,02 para 1, 04. O grupo que realizou caminhada obteve
resultados semelhantes quanto ao peso, IMC é RCQ, pré e pós-intervenção peso 84,90 para
Musculação Caminhada
DISCUSSÃO
Sabia, et al. (2004) utilizaram três formas de intervenção de exercícios, sendo cami-
nhadas, corrida e exercício resistido, em um grupo de jovens obesos e avaliaram o IMC,
dobras cutâneas e massa corporal por bioimpedância elétrica antes e após a intervenção
com exercício físico. Como resultado, encontraram que as três formas de intervenção pro-
moveram melhoras no IMC, dobras cutâneas e massa corporal por bioimpedância elétrica,
A prática de treinamento resistido por mulheres obesas com idade entre 20 a 40 anos
favoreceu a diminuição da massa corporal, diminuição na circunferência da cintura e do
quadril, no índice de massa corporal.
Os achados no presente estudo parecem indicar uma melhora no perfil lipídico de
mulheres obesas, no entanto, mais estudos são necessários, de modo a elucidar quais os
benefícios do treinamento de força na composição corporal da população.
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RESUMEN
Palavra s- chave: Espor te Esc olar, Familia, Futebol, E xpec tativas Educacionais,
Disciplina Esportiva.
INTRODUCCIÓN
En la realidad social del fútbol prebenjamín, se parte desde el axioma de que los diferen-
tes agentes implicados poseen un interés común sobre la formación integral del protagonista
del escenario, el niño. Numerosas son las virtudes y valores descritos que se atribuyen a la
práctica deportiva: el valor de la amistad, el autoconcepto, autoestima, civismo, competiti-
vidad, autosuperación personal, autodisciplina, responsabilidad, honestidad, cooperación,
deportividad, (Ruiz & Cabrera, 2004; Valdemoros, 2010; Ruíz, 2014; Monjes, Ponce & Gea,
2015). Asimismo, se ha comprobado cómo la educación deportiva tiene impacto positivo
sobre el desarrollo de la educación emocional; especialmente, asertividad. Si bien, se llama
la atención sobre la importancia que posee el adulto para poner en juego las estrategias
pedagógicas pertinentes para aprovechar las oportunidades formativas que ofrece el deporte
(García-López & Gutiérrez, 2015). En el caso del fútbol prebenjamín, se ha comprobado la
incidencia positiva sobre la autonomía responsable, el respeto, la prosocialidad y el nivel de
satisfacción-diversión (Veroz, Yagüe & Tabernero, 2015).
Sin embargo, autores como Torres y Torres (2008) indican que valores como salud,
recreación o fomento de la autonomía en el deporte escolar son meramente una utopía de-
seable. Monjas, Ponce y Gea (2015) consideran que la mera práctica deportiva, de ningún
modo, favorece el desarrollo de valores, sino que se deber trabajar de forma intencionada
en esa dirección, por lo que se deben repensar ciertas modalidades deportivas hacia el de-
sarrollo de competiciones formativas. Más allá, Calzada (2004) señala que los intentos por
tratar de educar a través del deporte se ven limitados por intereses y estructuras deportivas
y políticas, por lo que las intenciones educativas se ven frustradas en la práctica.
En esta controversia sobre los valores que el deporte ofrece y el verdadero aprendizaje
que obtiene el que lo practica, Ruz y Cabrera (2004: 16) concluyen que “no sólo la prácti-
ca lo garantiza; debe existir una intencionalidad y organización a tal efecto”, por lo que la
sensibilidad educativa del entorno adulto que envuelve el fútbol prebenjamín se erige como
aspecto capital a la hora de optimizar el potencial formativo que el deporte ofrece. El depor-
te por sí mismo no garantiza la emergencia de los valores apriorísticos que se le atribuyen
(Montero, 2013).
Existen estudios que constatan cómo el esfuerzo por el desarrollo de estrategias que
promocionan los valores que facilita el deporte en edad escolar, mediante programas de
intervención, desembocan en una inherente capitalización por parte de quien los practica
(García-Calvo, Sánchez-Oliva, Sánchez-Miguel, Leo & Amado, 2012; Fuller, Percy, Bruening
& Cotrufo, 2013; Jiménez, López-Pastor & Manrique, 2014; Ruiz, Ponce de Leon, Sanz &
Valdemoros, 2015; Veroz, Yagüe & Tabernero, 2015). Estas investigaciones subrayan el im-
portante papel que desempeñan los adultos que socioconstruyen el escenario socioeducativo
OBJETIVO
Contrastar las expectativas atribuidas al fútbol prebenjamín por los familiares con las
actitudes evidenciadas durante los momentos en los que la competición aflora en el deporte
escolar, indagando sobre la presencia familiar en los partidos, el significado que se le atribuye
y el sentido que se le da a la disciplina deportiva.
MÉTODOS
Diseño
Se lleva a cabo un estudio de caso descriptivo (Sabirón, 2006), que utiliza la observa-
ción participante como estrategia metodológica que orienta el trabajo de campo (Lapassade,
2001) combinado con el uso del dato cualitativo en la imagen (Banks, 2010), con expresa
autorización para su difusión y el cuestionario ad hoc, que estimula la expresión de la pers-
pectiva del nativo en sus propios términos y con apertura a la explicitación de sus propias
estimaciones (Estebaranz, 1991). Se tienen presentes las consideraciones éticas mediante el
anonimato en el trabajo de campo y el consentimiento informado de los adultos y los Juegos
Deportivos de La Rioja, España, quien organiza la competición, así como las consideraciones
éticas en la investigación con personas.
a. Un diario de campo en el que iba recogiendo manualmente cada una de los diálo-
gos intencionados y las triangulaciones con los nativos. Una ágil libreta de 10 x 15
cm. y unas 100 páginas.
b. Una cámara fotográfica Olympus FE-300 con la que se realizaron fotografías de
algunos de algunos de los fenómenos relevantes acontecidos en el escenario.
c. Un cuestionario ad hoc que se construye desde el análisis concurrente de resulta-
dos emergentes del trabajo de campo. Una parte del cuestionario es de respuesta
múltiple (hasta 3 opciones) y la posibilidad de añadir narrativamente una repuesta
más elaborada y otra parte a modo de escala Likert, de 1 a 5 en orden ascendente
de conformidad con las expectativas sobre el fútbol prebenjamín.
Procedimiento
El estudio toma como referencia el Método Comparativo Constante (Glaser & Strauss,
1967), que implican procesos cíclicos de recogida y análisis de datos (registro – análisis –
reorientación del registro – reestructuración del análisis). Por lo tanto, el análisis de datos
sigue un proceso no lineal donde prima la reflexividad, el contraste y la reorientación (Sabirón,
2006). Para llevar a cabo el análisis de los datos cualitativos, registro narrativo de la obser-
vación participante y el dato en la imagen, se utilizó el software específico de investigación
cualitativa NVivo 11, que permite la categorización de los datos y la creación de una relación
de dependencia entre las mismas (Guba & Lincoln, 1994).
Por su parte, para el análisis que se desprenden del cuestionario, el estudio se vale del
software de análisis de datos cuantitativos Excel 2013 para el estudio descriptivo y SPSS
15 para un análisis de correlaciones variadas.
RESULTADOS
Los resultados del estudio se abordan desde tres perspectivas deliberadas a fin de in-
dagar sobre las expectativas y actitudes familiares en partidos de fútbol prebenjamín de sus
nuños. En primer lugar, se analiza la presencia familiar en los partidos en comparativa con
la presencia en el colegio; en segundo, se abordan las expectativas atribuidas al escenario
y, por último, el sentido que se le da familiarmente a la disciplina deportiva. Las actitudes
sirven de contraste cualitativo a los datos descriptivos.
Presencia
Tabla 1. Porcentajes sobre la presencia de los miembros de la familia en la recogida de los niños en el colegio, asistencia
a las reuniones con los tutores y la presencia en los partidos.
Colegio Reuniones Partidos
Padre 2 3.39% 0 0.00% 8 13.56%
Madre 20 33.90% 35 59.32% 3 5.08%
Ambos 30 50.85% 24 40.68% 11 18.64%
Otros 1 1.69% 0 0.00% 0 0.00%
Hermano 1 1.69% 0 0.00% 0 0.00%
Abuelos 2 3.39% 0 0.00% 0 0.00%
Ambos y más 3 5.08% 0 0.00% 37 62.71%
Las familias han de organizar sus tiempos y las dinámicas familiares para acudir a los
partidos de fútbol del niño, que se desarrollan en días no laborables. La inversión de esfuer-
zos e ilusiones de las familias es alta.
Una madre me explica las virguerías que tiene que hacer para acudir al fútbol
de sus dos hijos, con la niña pequeña “a cuestas”. Indica que es una actividad
que entretiene a sus hijos. (Diario de Campo).
Un padre bromea con el observador que “podría escribir una tesis con las
hermanas de los jugadores”.
Tabla 2. Análisis descriptivos y coeficientes de correlación bivariada en las expectativas sobre el fútbol prebenjamín y el sexo.
M DT 1 2 3 4 5 6 7
1.Sexo .213* -.108 .118 .111 .044 -.059
2.Circunstancias 3.66 1.450 .091 -.109 -.172 -.098 -.221*
3.Amigos 4.72 .657 .064 .012 .067 -.017
4.Progresión 3.11 1.266 .638** .062 .280**
5.Competición 3.39 1.439 .014 .207*
6.Estudios 4.08 1.157 -.023
7.No abandono 3.62 1.272
*p<.05;**p<.01
Como se observa en la figura 2, cuando la competición del niño puede generar que
las emociones afloren, que invaden el escenario y los familiares. Los momentos de celebra-
ción se acompañan de optimismo y las dificultades en la competición con cierta descarga
emocional. En el collage, se contrasta imágenes de celebración grupal derivadas del buen
quehacer del equipo, con momentos de tensión derivado de un mal resultado.
Una madre me comenta en tono jocoso: “no apuntes todo esto, ¡eh Psico!” a
sabiendas de que a falta de poco tiempo para el final y con el resultado muy
ajustado comentan cosas a sus hijos que en otro momento han desaprobado
para otros padres, como: “Le voy a descocotar”. (Diario de Campo).
Más allá, existen situaciones, en las que el comportamiento de los familiares y aficiona-
dos deriva en fuertes discusiones que provienen de situaciones estrictamente competitivas,
cuando dos equipos de fútbol disputan por la victoria en un torneo. Las discusiones son
asimiladas por algún niño, que replica el comportamiento adulto.
Un familiar grita violentamente desde la grada dirigido a los niños cuando hacen una falta:
Disciplina
Tabla 3. Porcentajes sobre la definición, virtuosidad y sentido que los familiares le dan a la disciplina deportiva.
Disciplina Porcentaje (%)
Saber ganar y perder 79.85%
Respetar a una autoridad 26.12%
Socialización en ambiente ordenado 30.60%
Comportamiento adecuado para la vida 27.61%
Acatar órdenes 7.46%
Ajustarse a normas de comportamiento 47.76%
Aprender práctica del fútbol 23.88%
Superar adversidades 25.37%
Una madre replica: “Tiene que ser su hija porque no se le puede tocar a la
niña…” (Diario de Campo).
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35. RUIZ, J. V.; PONCE DE LEÓN, A.; SANZ, E.; VALDEMOROS, M. A. La educación en valores
desde el deporte: investigación sobre la aplicación de un programa integral en deportes de
equipo. Retos: nuevas tendencias en educación física, deporte y recreación. Murcia. Vol. 28,
p.270-276. 2015.
36. SABIRÓN, F. Métodos de investigación etnográfica en Ciencias Sociales. Zaragoza: Mira, 2006.
37. SÁENZ, A. Deportividad y violencia en el fútbol base. Tesis doctoral. Zaragoza: Universidad
de Zaragoza, 2010.
38. SANS, A.; FRATTAROLA, C. Manual para la organización y el entrenamiento en las escuelas
de fútbol. Barcelona: Paidotribo, 1999.
39. TORAL, G.; VICENTE, A.; GARCÍA, I. Dejad que los niños y las niñas jueguen (Entrenamiento
integral y comunicación positiva). Bilbao: Diputación Foral de Bizkaia, 2004.
42. VEROZ, R.; YAGÜE, J.M.; TABERNERO, B. Incidencia de dos modelos de competición de
fútbol sobre los valores socio-educativos en prebenjamines. Retos: nuevas tendencias en
educación física, deporte y recreación. Murcia. Vol. 28, p.84-89. 2015.
Márcio Pereira
10.37885/201102293
RESUMO
A motivação pode ser descrita como a força que direciona ou não um indivíduo a
fazer uma ação ou a praticar determinado esporte. Para alguns psicólogos do espor-
te ela pode ser vista de diferentes ângulos, na forma de estresse competitivo ou realiza-
ção e motivação intrínseca e extrínseca, todas formando a definição geral de motivação
(WEIMBERG; GOULD, 2001).
Motivação é quando um indivíduo inicia uma ação, esta pode estar relacionada a fa-
tores pessoais (intrínsecos) como emagrecer, estabelecer um tempo na corrida, correr de-
terminados metros, ou ela pode ser ambiental (extrínsecos) como conseguir dinheiro, fama,
troféus, etc, são construções que se aprendem ao longo do desenvolvimento do ser humano
e explicam os comportamentos dos indivíduos (SAMULSKI, 2002; WINTERSTEIN, 1992).
A motivação se dá em função de características individuais, que seria a personalidade,
as necessidades e seus objetivos, pois muitos indivíduos já são mais motivados devidos a
certos atributos pessoais e certas pessoas precisam de objetos e desejos. Cada pessoa é
motivada por um fator diferente formado muitas vezes vendo fonte de motivação própria e
analisando a fonte de motivação de terceiros, também a visão centrada na situação sustenta
que ela determina a motivação, pois se a situação for negativa ou positiva o nível da moti-
vação do indivíduo pode alterar. Já a visão interacional é a mais aceita pelos especialistas
já que esses afirmam que a motivação não se dá somente pelos fatores individuais e nem
só pelos fatores situacionais eles se interagem (WEIMBERG, GOULD, 2001).
Em ambientes das atividades esportivas e práticas corporais, indivíduos que aprendem
mais e são mais competitivos mostram maior níveis de motivação enquanto que indivíduos
escolhem com tarefas com dificuldades, apresentam alta ansiedade, baixos níveis de auto
eficácia, pouco envolvimento e interesse e experiências descomprometidas.
Crianças e adolescentes se envolvem, buscam a prática esportiva por inúmeros motivos
como o desenvolvimento de habilidades, diversão, sucesso, status, estética, condição física,
competição, influencias de pais, amigos, professores. Há de se ressaltar que tais fatores
precisam de cuidados, uma vez se tais fatores motivacionais forem mal explorados poderão
desencadear e gerar consequências graves (DE ROSE, JR, 2009).
Também outros aspectos a se considerar que nessa fase, são os problemas relacio-
nados ao aspecto corporal, desempenho esportivo, transtornos alimentares, como anorexia
e bulimia, obesidade, comportamentos estes que geralmente acabam desencadeando a
depressão, levando este adolescente ao isolamento (SILVA, 2006).
Weinberg e Gould (2001) tipificaram que motivação é uma intensidade de um esfor-
ço. A teoria das metas de realização sustenta que para determinar a motivação de um ado-
lescente é necessário haver uma interação entre as metas de realização, a percepção da
MÉTODOS
Tabela 1. Frequência do grau de motivação dos alunos na prática esportiva na categoria competência desportiva.
Grau de importância
Nada importa
nte Pouco importante Muito importante
Para vencer 05 16 19
Para ser melhor no esporte 10 18 12
Para competir 07 19 14
Para ser um atleta 14 12 14
Para desenvolver habilidades 00 17 23
Para aprender novos esportes 03 13 24
Para ser jogador quando crescer 20 12 08
Tabela 2. Frequência do grau de motivação dos alunos na prática esportiva na categoria saúde
Grau de importância
Nada importante Pouco importante Muito importante
Para exercitar-se 01 08 31
Para manter a saúde 02 04 34
Para desenvolver a musculatura 07 14 19
Para manter bom aspecto 05 19 16
Para manter o corpo em forma 02 13 25
Para emagrecer 15 05 20
Tabela 3. Frequência do grau de motivação dos alunos na prática esportiva na categoria amizade/lazer
Grau de importância
Nada importante Pouco importante Muito importante
Para brincar 10 13 17
Porque gosto 01 13 26
Para encontrar os amigos 03 15 22
Para me divertir 00 12 28
Para fazer novos amigos 06 14 20
Para não ficar em casa 18 08 14
Figura 1. Fatores motivacionais considerados muito importante para a prática esportiva em adolescentes do 3º ano do
ensino médio.
Já o estudo de Paim (2004) e Balbinotti (2011), que pesquisou estudantes com so-
brepeso, obesos e eutróficos quanto à motivação à prática regular de atividades físicas e
esportivas, a dimensão saúde foi a primeira a se destacar, coincidentemente com a figura
1, mostra que dão maior relevância a categoria saúde e sucessivamente vem à categoria
amizade/lazer e a última em relevância competência desportiva.
Outra investigação sobre fatores motivacionais de atletas para a prática esportiva de
Interdonato e colaboradores (2008) se assemelham somente na primeira em relevância, pois
as pesquisas revelam que 67,7% dos investigados consideram a categoria saúde como a
mais importante, ainda 61% dos investigados considera a categoria competência desportiva
e por fim 48,9% consideram amizade/lazer como de maior relevância.
Acredita-se que os motivos encontrados sejam pessoais (intrínsecos), um desejo interno
pela realização de uma tarefa e a aprender novos esportes e movimentos são os fatores
mais motivantes.
Ouve dificuldade em conseguir encontrar todos os adolescentes em um mesmo espaço,
para a aplicação do questionário. Uma boa opção seria pedir a ajuda de um professor local
para a realização do mesmo.
REFERÊNCIAS
1. BALBINOTTI, M. A. A.; e colaboradores. Motivação à prática regular de atividades físicas e
esportivas: um estudo comparativo entre estudantes com sobrepeso, obesos e eutróficos.
Motriz, Vol. 17. Núm. 3. p.384-394. 2011.
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2010.
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Núm. 43. 2001.
14. PAIM, M. C. C. Voleibol, que fatores motivacionais levam a sua prática? Revista Digital. Año
9. Núm. 61. 2003.
15. PAIM, M. C. C.; PEREIRA, E. F. Fatores motivacionais dos adolescentes para a prática de
capoeira na escola. Motriz, Vol. 10. Núm.3. p.159-166. 2004.
17. SANTOS, C. A.; SILVA, R. R.; PRADA, F. J. A. Análise perceptiva dos fatores motivacionais
de escolares para a prática da natação. Brasília. Universidade Católica de Brasília. 2011.
18. SCALON, R. M.; BECKER JUNIOR, B.; BRAUNER, M. R. G. Fatores motivacionais que influem
na aderência dos programas de iniciação desportiva pela criança. Perfil. Porto Alegre, Ano 3.
Núm. 3. p.51-61. 1999.
24. ZAGURY, T. O adolescente por ele mesmo. São Paulo. Editora Record. 1997.
10.37885/201202367
RESUMO
MATERIAIS E MÉTODOS
O método utilizado para coletar informações foi uma pesquisa de campo, através de
entrevista semiestruturada com abordagem qualitativa. Para realizar a entrevista foi utilizado
um gravador e posteriormente transcritas garantindo a privacidade dos entrevistados. A coleta
de dados ocorreu no período de agosto a dezembro de 2017. O propósito não é contabilizar
quantidades como resultado, mas, compreender o comportamento de determinado grupo-
-alvo, ou seja, 42 professores de escolas públicas e particulares dos municípios de Nova
Odessa e Sumaré/SP.
RESULTADOS
As entrevistas foram compostas por perguntas abertas como para que pudessem re-
latar as dificuldades.
“Você considera importante as aulas de Educação Física para as alunas grávi-
das?” Em geral, todos os professores disseram o importante praticar atividade física sim,
desde que seja numa academia não na escola, pois, os professores de Educação física da
escola têm inúmeros alunos para dar aulas e não dá para supervisionar a grávida.
Figura 1. A=quantidade de professores que relatam a falta das alunas gestantes nos dias de suas aulas; B=quantidade de
professores que preferem dispensar as alunas gestantes de suas aulas; C=quantidade de professores que nunca tiveram
casos como este, mas se ocorrer, preferem dispensar a aluna gestante de suas aulas.
DISCUSSÕES
REFERÊNCIAS
1. BARRETO, T. A.; et al.; Educação e saúde: problematizando gênero e sexualidade em uma
escola municipal de Juazeiro-BA; REV ASF Vol.; 1p.50-57; Nº 1 de Junho de 2010.
2. DARIDO, S. C.; et al.; A educação Física, a formação do cidadão e os PCNs.; Rev. Paul. Educ.
Fís., São Paulo, v.15, p.17-32, Jan/Jun.2001.
3. DARIDO, S.C.; Educação Física e temas transversais na escola. Campinas -SP.; Ed Papirus;
2012
4. FREITAS, J. C. R.; Jovens Grávidas na Educação Física Escolar: A Quem Compete Ensinar?.;
Disponível em http://www.fundaj.gov.br/images/storiesepepe EPEPE Pernambuco, 2013.
6. RODRIGUES, V. D.; et al.; Prática de Exercício Físico na Gestação.; Disponível em: ht-
tp:www.efdeportes.com/Revista Digital, Buenos Aires, Ano 13, Nº126. Novembro de 2008.
7. ROHR, D. R.; SCHWENGBER, M.S.V.; A escola e “As Barrigas” Relações Possíveis? p.183-
206, ed. Unijuí, Ano 28, Nº90, Maio/Agosto 2013.
9. SURITA FG, NASCIMENTO SL, SILVA JLP. Exercício físico e gestação. Rev Bras Ginecol
Obstet. 2014;36(12):531-4.
10. ZANCHA, D.; et al; Conhecimento dos professores de Educação Física Escolar sobre aborda-
gem Saúde Renovada e a temática Saúde. Conexões, Campinas SP; v. 11; nº 1; p. 204-217
jan./mar de 2013.
10.37885/201102324
RESUMO
MÉTODOS
RESULTADOS
Tabela 2. Incidência de gols nos 48 jogos a fase de grupos dos jogos da Copa do Mundo de 2014. Valores apresentados
em média e desvio padrão.
Períodos da partida Média ± DP p≤0,05
0 a 15 minutos 0,29±0,5
Primeiro tempo 16 a 30 minutos 0,41±0,6
31 até o final do 1º tempo 0,37±0,5
0,06
46 a 60 minutos 0,47±0,6
Segundo tempo 61 a 75 minutos 0,60±0,8
76 até o final do 2º tempo 0,66±0,7
DP = Desvio Padrão
Tabela 3. Incidência de gols nos 16 jogos da fase eliminatória dos jogos da Copa do Mundo de 2014. Valores apresentados
em média e desvio padrão.
0 a 15 minutos 0,37±0,6
DP = Desvio Padrão
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ALGHANNAM, A.F. Metabolic limitations of performance and fatigue in football. Asian Journal
of Sports Medicine. v. 3. n. 2. 2012. p.65-73.
2. ALMEIDA, C.H.; FERREIRA, A.P.; VOLOSSOVITCH, A. Effects of match location, match status
and quality of opposition on regaining possession in UEFA Champions League. Journal of
Human Kinetics. v.41. 2014. p.203-214.
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between successful and unsuccessful soccer teams. Journal of Human Kinetics. v. 31. 2012.
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8. MARQUES JÚNIOR, N. K. Evidências científicas sobre o gol do futebol: uma revisão sistemá-
tica. Revista Brasileira de Futsal e Futebol. v. 7, n. 25. 2015. p.297-311.
10. LAMES, M. Modelling the Interaction in Game Sports - Relative Phase and Moving Correlations.
Journal Sports Medicine Science. v.5. n. 4. 2006. p.556-560.
11. MARCELINO, R., SAMPAIO, J. Investigação em Ciências do Desporto: dos testes de hipó-
tese nula à necessidade de interpretações com significância prática e/ou clínica. Sociedade
Portuguesa de Estatística, Boletim SPE. 2015. p.28-35.
12. MARCELINO, R.; SAMPAIO, J.; MESQUITA, I. Investigação centrada na análise do jogo: Da
modelação estática à modelação dinâmica. Revista Portuguesa de Ciência do Desporto.
n. 1. 2011.
13. MORAES, J. C.; CARDOSO, M. F. S.; VIEIRA, R.; OLIVEIRA, L. Perfil caracterizador dos gols
em equipes de futebol de elevado rendimento. Revista Brasileira de Futsal e Futebol. v. 4.
n.12. 2012. p.140-150.
14. RIBEIRO, A.G.S.V.; TEODORO, L.R.; SILVA, A.S.; BAGANHA, R.J.; LACERDA, F.V. A inci-
dência de gols na copa do mundo de 2014, no Brasil. Revista Científica da FEPI. v. 6. n.1.
2015. p.1-4.
15. SANTOS, T. C. B. A incidência de gols na fase classificatória para a copa do mundo de 2010
na África do Sul. Revista Brasileira de Futsal e Futebol. v. 7. n. 23. 2015. p.67-71.
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referees during oficial matches in relation to the type of fluid. Brazilian Journal of Medical
and Biological Research. v. 44. n.8. 2011. p.801-809.
18. VESTBERG, T.; GUSTAFSON, R.; MAUREX, L.; INGVAR, M.; PETROVIC, P. Executive func-
tions predict the success of top-soccer players. Plos One. v. 7. n.4. 2012.
10.37885/201102305
RESUMO
O professor deve ser capaz de ensinar seus alunos da maneira mais adequada, fazendo
com que este aluno seja capaz de obter qualidade nos gestos técnicos e ter um entendimento
adequado da dinâmica do jogo, sendo capaz de resolver problemas e evoluir nesta prática.
Para se praticar um esporte coletivo é necessário saber jogar com ou sem a posse de
bola. Sem a bola, o jogador precisa se movimentar para buscar espaços para ele e para
seus companheiros, principalmente aquele com a posse de bola, com o intuito de ser opção
de passe ou buscando situações de finalização.
O ensino tradicional dos esportes coletivos é desenvolvido, em sua maioria, ma-
neira tecnicista, consistindo na divisão da modalidade esportiva em técnicas e movimen-
tos padronizados, sendo estes ensinados separadamente, de maneira linear e sequen-
cial, cabendo ao aluno a junção destes elementos para o desenvolvimento do jogo final
(DAOLIO; MARQUES, 2003).
Este tipo de metodologia preconiza o ensino da técnica separado do ensino da tática,
ou seja, o “como fazer” desvinculado das “razões do fazer” (GARGANTA, 1998). Assim, os
alunos apenas reproduziam movimentos previamente estabelecidos e padronizados, mas
não conseguiam compreender o jogo.
Uma consequência disso era a especialização precoce do praticante, antes que ele
entendesse o jogo e suas características. As modalidades coletivas têm como caracterís-
tica marcante a imprevisibilidade. Em virtude desta característica, o processo de ensino-
-aprendizagem ganha uma importância muito grande na busca por um aprendizado ideal
e por resultados.
No processo de ensino-aprendizagem de qualquer modalidade esportiva, um grande
dilema encontrado pelos profissionais da área é a definição do modelo pedagógico 9 a ser
seguido. A partir da definição desta, o profissional orienta seu trabalho em busca dos objetivos
inicialmente traçados. As duas grandes linhas de ensino mais conhecidas e mais seguidas
por profissionais são o método tradicional e o método sistêmico.
O modelo sistêmico está centrado no próprio jogo e no caráter dinâmico das situações-
-problema que o caracterizam, tendo como princípio básico que o jogador aprende a jogar
jogando. Independentemente do nível de domínio dos fundamentos técnicos, cada jogador
aceita o desafio de utilizar todas as suas habilidades para jogar o melhor possível, resolven-
do os problemas apresentados pelo jogo. A divisão do jogo em unidades funcionais auxilia
no ensino-aprendizagem, criando situações no treinamento onde o aluno é estimulado a
resolver problemas semelhantes aos ocorridos no jogo propriamente dito.
O modelo tradicional está baseado no desenvolvimento de habilidades técnicas. Um mo-
delo ideal de execução do gesto técnico é formado a partir da análise do movimento de
Os Jogos Desportivos Coletivos (JDC), designação que engloba, entre outras, modali-
dades como o basquetebol, o handebol, o futebol e o voleibol, ocupam um lugar importante
na cultura desportiva contemporânea. Devido à riqueza de situações que proporcionam,
os JDC constituem um meio formativo por excelência (Mesquita,1997), na medida em que
a sua prática, quando corretamente orientada, induz o desenvolvimento de competências
em vários planos, de entre os quais nos permitimos salientar o tático-cognitivo, o técnico e
o sócio afetivo.
Nesta perspectiva, os JDC contribuem de forma privilegiada para a concretização dos
objetivos definidos pelas atividades de Educação Física (EF) e Desporto. Para os atingir,
torna-se imprescindível um ensino adequado, não obstante as dificuldades apresentadas
pelas múltiplas componentes do jogo e as escassas certezas existentes acerca do desen-
volvimento metodológico da respectiva formação técnica e tática (Konzag,1983).
MÉTODO ANALÍTICA
Durante muito tempo, a execução do gesto técnico foi considerada o elemento principal
e básico para um bom desempenho na prática de uma atividade esportiva (HERNANDEZ-
MORENO, 1994). Em virtude disso, passou-se a utilizar metodologias de ensino-aprendiza-
gem centradas na técnica individual, partindo do princípio de que a soma das partes resultaria
no todo, ou seja, no desempenho ótimo na modalidade.
Esta estratégia de ensino parte do pressuposto que a execução de uma determinada
técnica de forma analítica possibilitaria uma transferência eficaz para as situações de jogo
(GARGANTA, 1998). Desde os anos 60, o ensino dos JDC se caracteriza por utilizar uma
didática centrada na análise formal e mecanicista de soluções para situações do jogo de
maneira pré-estabelecida.
Gréhaigne e Guillon (1992) apontam para o fato de que o ensino destas modalidades
esportivas consiste em fazer os praticantes adquirirem gestos técnicos, utilizando-se de
muito tempo para ensinar o gesto técnico e pouco tempo no ensino do jogo propriamente
dito. Hernandez-Moreno (1994) utiliza-se de uma comparação com o funcionamento das
máquinas para explicar a relação existente entre a análise do movimento e sua reprodução.
O que é sistema “A equipe é um sistema, uma vez que as ações dos jogadores são inte-
gradas numa determinada estrutura, segundo um determinado modelo, de acordo com certos
MATERIAIS E MÉTODOS
Aspectos éticos
RESULTADOS
Analise: O gráfico 01 representa a variável, sua metodologia de sessão de treinamento é focada na técnica.
Analise: Através do gráfico 03, se observa a variável, no início do treino você realiza alongamento.
No gráfico 04 pode observar, a variável em seu método de treino você desenvolve as capacidades cognitivas.
Analise: O gráfico 06 mostra a variável da metodologia de treinamento é feita pela repetição do gesto motor.
Analise: No gráfico 07 representa a variável, nas sessões de treinamento você muda as regras do jogo formal.
Analise: O gráfico 09, representa a variável você utiliza outra pedagogia de um outro esporte para seus treinos.
Analise: O gráfico 10, observa a variável dentro da sua metodologia de treinamento você utiliza ludicidade em seus treinos
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. BAYER, C. O Ensino dos Desportos Colectivos. Lisboa, Dinalivros, 1994.
2. BOMPA, T.O. Treinamento Total para Jovens Campeões, São Paulo, Manole, 2002.
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5. DAOLIO, J. Jogos Desportivos Coletivos: Dos Princípios Operacionais aos Gestos Téc-
nicos - modelo pendular a partir das idéias de Claude Bayer. Revista Brasileira de Ciência e
Movimento, v.10, n.4, p. 99-104, 2002
9. _____. Para uma teoria dos jogos desportivos coletivos. In: A. Graça & J. Oliveira (Eds.). O
Ensino dos Jogos desportivos Coletivos. 3 ed. Porto, Universidade do Porto, 1995.
12. GRAÇA , A.; OLIVEIRA, J. (Eds). O Ensino dos Jogos Desportivos. 3ed. Porto, Universidade
do Porto, 1998.
13. GRAÇA, A.; MESQUITA, I. A Investigação Sobre os Modelos de Ensino dos Jogos Des-
portivos. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, v.7, n.3, p.401-421, 2007.
14. GRÉHAIGNE, J. F.; GUILLON, R. L´utilisation des Jeux d´opposition a l´ecole. Revue de
l´education Physique, v. 32, n.2, p 51-67, 1992.
15. GREHAIGNE, J., BOUTHIER, D., & DAVID, B. (1997). Dynamic- system Analysis of Oppo-
nent Relationships in Collective Actions in Soccer. Journal of Sports Sciences, 15 (2),
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19. KONZAG, I. (1983). A Formação Técnico-Táctica nos Jogos Desportivos Coletivos. Treino
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22. MESQ SAMPEDRO, J. (1993). Iniciacion al Futbol sala. Madrid: Ed Gymnos Editorial. uita,
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Livros Horizonte.
24. SCAGLIA, A. J. Escolinha de futebol: Uma Questão Pedagógica. Motriz, v.2, n.1,
25. 1996.
26. OLIVEIRA, I.S; NOGUEIRA, D.M.; GONZÁLES, R.H. Abordagens metodológicas parcial,
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28. TIEGEL, G.; GRECO, P.J. Teoria da Ação e Futebol. Revista Mineira de Educação Física,
v.6, n.1, p.65-80, 1998.
10.37885/201102257
RESUMO
As lutas são manifestações da cultura corporal e têm sido praticado a milhares de anos
com suas origens no Oriente (WOODWARD, 2009). Ao longo dos anos, as lutas que eram
tipicamente a arte do combate, sofreram modificações e atualmente podem ter objetivos
competitivos, para a autodefesa, recreacional, desenvolvimento motor e melhorar a aptidão
física de seus praticantes (FRANCHINI; DEL VECCHIO, 2011; DEMOREST; KOUTURES,
2016; RODRIGUES et al., 2017).
Neste contexto, a quantidade de pessoas que está praticando as modalidades de lu-
tas têm aumentado em todo o mundo. Em um estudo realizado nos Estados Unidos entre
2000 a 2004, mostrou que o número de crianças e jovens que iniciaram a prática de alguma
modalidade de luta aumentou em 28% entre os períodos, totalizando mais de 6,5 milhões
de praticantes (YARD et al., 2007). No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios de 2015, 3,1% das pessoas com 15 anos ou mais praticaram lutas ou artes
marciais, colocando-a na 9º posição entre os esportes mais praticados (IBGE, 2015).
Estudos prévios mostram que as lutas podem ser ferramentas efetivas para aumentar
a força muscular, equilíbrio, flexibilidade, desenvolver a função cognitiva, a autoestima, o
respeito próprio e a auto consciência (CONANT et al., 2008; VANDO et al., 2013; ALESI et al.,
2014; PADULO et al., 2014). Apesar das contribuições das modalidades de lutas aos seus
praticantes, os professores que trabalham no ambiente escolar, principalmente com aulas de
educação física, apresentam dificuldades em trabalhar os conteúdos das lutas nas suas aulas.
As principais dificuldades encontradas pelos professores estão a falta de domínio dos
conteúdos, a baixa experiência prática com as modalidades de lutas, o preconceito em re-
lação as práticas e a escassez de materiais didáticos que possam subsidiar as ações peda-
gógicas para o ensino e a aprendizagem dos alunos (RUFINO; DARIDO, 2015). Além disso,
durante o processo de formação dos professores em Educação Física nas instituições de
ensino superior, o currículo não atende as necessidades para efetivamente serem capazes
de ensinar as lutas aos estudantes (AVELAR-ROSA; FIGUEIREDO, 2015).
Percebe-se que os conteúdos das lutas em contextos não formais como academias e
clubes ainda são desenvolvidos através de práticas pedagógicas tradicionais, com ênfase
nas técnicas, onde o professor é o centro, numa relação verticalizada entre professor e alu-
no, descontextualizada da realidade (RUFINO; DARIDO, 2015). Sendo que os professores
deveriam utilizar práticas pedagógicas que valorizassem as experiências e vivências culturais
dos alunos, considerando os aspectos históricos, filosóficos e corporais das lutas, com olhar
crítico e reflexivo sobre a sua importância social.
Para isso, as metodologias de ensino das lutas devem possibilitar com que os alunos
explorem diferentes contextos, garantindo o ecletismo e o desenvolvimento multilateral,
OBJETIVO
MÉTODOS
Figura 1. Identificação e seleção dos artigos para a revisão da literatura sobre as metodologias de ensino e os benefícios das lutas.
RESULTADOS
Os resultados da Tabela 1 mostraram que a maioria dos estudos foram realizados nos
últimos 5 anos e predominou a abordagem qualitativa. Com relação as características das
Referente aos materiais didáticos, somente 4 estudos (20%) abordaram sobre a utili-
zação de materiais didáticos durante as aulas de lutas e esportes de combate. Os materiais
abordados foram: livro didático, boneco de pano, materiais de fácil acesso e diversos como,
jornal, cola, tecidos e gravetos.
Com relação aos benefícios das lutas e dos esportes de combate, somente 10 estu-
dos (50%) abordaram sobre alguns dos aspectos emocionais, físicos, cognitivos e sociais
(Tabela 2). Os principais benefícios emocionais encontrados foram que as lutas desenvolvem
a emancipação, autonomia e o desenvolvimento emocional integral. Nos benefícios físicos
as lutas desenvolvem o conhecimento e compreensão da cultura corporal, o equilíbrio e a
coordenação motora. Em relação aos benefícios cognitivos, os pensamentos criativos e
críticos, melhora do raciocínio, memória, construir regras e criar estratégias são os mais
citados. Os benefícios sociais decorrentes das lutas são a formação ampla do cidadão, desen-
volvimento de valores éticos, cidadania, respeito, disciplina e cultura para uma não violência.
DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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10.37885/201102334
RESUMO
No Brasil, as estimativas apontam cerca de 23,9% de pessoas com algum tipo de de-
ficiência em sua população total, considerando as deficiências motora, visual, intelectual e
auditiva (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISTICA [IBGE], 2010). Diante
desse quadro, os órgãos governamentais e iniciativa privada têm se voltado aos investimen-
tos para a inclusão destas pessoas na sociedade, sendo o esporte considerado uma das
estratégias efetivas. No entanto, a inclusão por meio do esporte e atividades físicas é um
fato recente, uma vez que nem todos os indivíduos que praticam esporte para reabilitação
dão continuidade a estas práticas de forma regular (COSTA et al., 2014).
Apesar do caráter terapêutico atribuído ao esporte, a literatura tem apontado que os
atletas envolvidos em modalidades paradesportivas também têm buscado o alto desempenho
dentro de suas modalidades, visando o alcance de níveis máximos de condicionamento físico
e tático (GREGUOL et al., 2011). Para tanto, a preparação psicológica vem se tornando um
grande diferencial para o desenvolvimento dos atletas de alta performance no contexto do
esporte paralímpico (HIROTA et al., 2016), auxiliando na escolha das melhores estratégias a
serem adotadas pelos treinadores e contribuindo para a motivação dos atletas na obtenção
de resultados expressivos (GREGUOL et al., 2011).
Nessa perspectiva, uma das variáveis psicológicas mais investigadas no contexto do
esporte paralímpico ou paralímpico é a motivação, sendo associada a variáveis como a satis-
fação das necessidades psicológicas básicas (CONTREIRA et al., 2015), orientação esportiva
(GREGUOL et al., 2011) e contribuição do esporte para os demais aspectos psicológicos
(VILLAS BOAS; BIM; BARIAN, 2003; STORCH et al., 2011). A motivação pode ser definida
como as forças internas e/ou externas que levam o indivíduo a iniciar e permanecer em uma
atividade, além de definir a intensidade e direção do comportamento (DECI; RYAN, 1985).
Para a compreensão desses aspectos individuais na motivação das pessoas, os autores
(DECI; RYAN, 1985) propuseram a Teoria da Autodeterminação (TAD), categorizando-a num
contínuo que vai da Desmotivação (ausência total de motivação) à Regulação Intrínseca,
que corresponde à razão para ação da prática encontrada na satisfação e prazer da pró-
pria ação, sendo considerada a forma mais autodeterminada de motivação (DECI; RYAN,
2011). Os demais estilos regulatórios compreendidos no contínuo referem-se à Regulação
Externa (razões controladas externamente, como punições ou recompensas pela ação);
Regulação Introjetada (corresponde a ações evitando os sentimentos de pena, culpa, ver-
gonha); Regulação Identificada caracterizada como a ação acaba tendo uma importância
pessoal e o resultado é relativamente bom e Regulação Integrada, que ocorre quando os
valores são assimilados (DECI; RYAN, 2011).
Para tanto, este estudo teve como principal objetivo investigar a motivação e esperança
dos atletas paranaenses de atletismo paralímpico, buscando especificamente: 1) comparar
a motivação e esperança em função do sexo, forma de manifestação da deficiência e re-
muneração; 2) correlacionar as variáveis motivação e esperança e 3) identificar os motivos
que levaram os sujeitos a praticar o atletismo paralímpico.
MÉTODOS
Este projeto faz parte do projeto institucional “Processo de desenvolvimento das va-
riáveis psicológicas positivas no contexto esportivo”, aprovado pelo Comitê Permanente de
Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Maringá sob parecer nº 1324411-2015.
Primeiramente foi realizado contato com a Federação Paranaense de Atletismo para
autorização da realização da pesquisa na competição. Posteriormente, foi realizada uma
reunião com os treinadores e com os atletas para informações sobre a pesquisa e entrega do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta de dados foi realizada no 5°
Campeonato Paranaense de Paralímpico realizado no primeiro semestre de 2017. Os ques-
tionários foram aplicados no local de competição de forma coletiva e com preenchimento
individual, por acadêmicos do curso de educação física. O tempo de preenchimento dos
questionários pelos atletas foi de, aproximadamente, 15 minutos.
As análises dos dados foram realizadas no pacote estatístico SPSS 20.0. A distribuição
dos dados foi analisada por meio do teste Shapiro-Wilk (n<50), identificando-se distribuição
não normal. Os resultados da estatística descritiva foram apresentados pela mediana e
intervalo interquartílico, frequência e percentual.
Os testes não paramétricos utilizados para estatística inferencial foram o teste de
Friedman, para comparação entre as dimensões da motivação e esperança. As comparações
em função do sexo, tipo de deficiência e remuneração foram realizadas pelo teste U de Mann
RESULTADOS
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Este estudo teve como principal objetivo analisar a motivação e esperança nos atletas
paranaenses de atletismo. No geral os resultados revelaram que os atletas possuem elevada
motivação intrínseca, destacando-se também resultados elevados nos estilos regulatórios
da motivação integrada e identificada. Além disso, os atletas do atletismo paralímpico do
estado do Paraná apresentaram valores elevados em relação à esperança, tanto na dimen-
são pensamento de caminho, como no pensamento de agência.
Não foram observadas diferenças significativas nas dimensões de motivação e esperan-
ça em função do sexo, forma de manifestação da deficiência e remuneração. Já a correlação
entre as variáveis apontou que o pensamento de agência esteve relacionado positivamente
com as regulações externa e integrada, enquanto que o pensamento de caminho esteve
relacionado positivamente com a regulação identificada.
Como implicações práticas considera-se que estas variáveis psicológicas são impor-
tantes para as práticas dos atletas de atletismo paralímpico, objetivando identificar aspec-
tos que potencializam ou limitam sua performance, mas que também contribuam para seu
bem-estar. Para futuras pesquisas sugere-se que a investigação da motivação e esperança
sejam associadas a outras variáveis psicológicas como resiliência, paixão, relacionamento
treinador-atleta, além de investigar como estas variáveis se comportam em atletas que pra-
ticam esporte por lazer ou alto rendimento.
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30. VILLAS BOAS, M. S., BIM, R. H., & BARIAN, S. H. Aspectos motivacionais e benefícios da
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Disponível em: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/view/3464.
Acesso em: 20 de setembro de 2017.
10.37885/201102279
RESUMO
OBJETIVOS
Os objetivos deste estudo são avaliar o nível de aptidão física relacionada à saúde e
ao desenvolvimento motor de alunos frequentadores de escola pública localizada na zona
rural, além de identificar o perfil motivacional para a prática de atividades física e esportiva
e o nível de resiliência psicológica. Por fim, comparar os resultados apresentados entre os
meninos e meninas e observar quanto os fatores ambientais e individuais possam influenciar
na saúde física e psíquica desses jovens.
MÉTODOS
Para a análise dos dados foram efetuados os cálculos de estatística descritiva: mediana
(Md), quartis (Q1-Q3) intervalo de confiança de 95% (IC95%). Para verificar a normalidade
dos dados, foi realizada análise exploratória por meio do Teste de Kolmogorov-Smirnov, com
significância estatística definida em p < 0,05. Como os dados não atenderam às proposi-
ções de normalidade (p<0,05), foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney para
a comparação entre os sexos feminino e masculino. Os dados foram analisados através do
Software IBM® SPSS® Statistics Version 25 e em todos os testes estatísticos foi adotado
um nível de significância de p<0,05.
RESULTADOS
Pode-se observar também que, durante o tempo livre, 51,22% dos meninos e apenas
22,58% das meninas participam de alguma atividade esportiva ao menos 2 vezes por semana.
Tabela 2. Distribuição absoluta e relativa de dados referentes ao tipo de atividade realizada no tempo livre.
M F
Sim Não Sim Não
n % n % n % n %
Participa de atividade esportiva ao menos
21 51,22 20 48,78 7 22,58 24 77,45
2 vezes na semana
Auxilia nas atividades de casa 26 63,41 15 36,59 28 90,32 3 9,68
O que faz durante o
Estuda 33 80,49 8 19,54 21 67,74 10 32,26
tempo livre?
Faz algum tipo de curso (idiomas, informá-
5 12,20 36 87,80 9 29,03 22 70,97
tica etc.)
Outros 3 7,32 38 92,68 8 25,81 23 74,19
Legenda: M: masculino; F: feminino
Tabela 3. Análise descritiva e comparação das variáveis antropométricas, aptidão física relacionada à saúde e ao
desempenho motor de estudantes moradores da zona rural.
M F
Mediana IC (Q1-Q3) Mediana IC (Q1-Q3) p
(46,55- (46,80-
Peso (Kg) 53,50 (50,68-58,61) 53,30 (49,43-58,44) 0,869
60,90) 60,00)
Estatura (m) 1,63 (1,59-1,65) (1,55-1,68) 1,59 (1,56-1,63) (1,55-1,65) 0,234
(18,53- (18,89-
IMC (p/a2) 20,20 (19,53-22,05) 20,41 (19,82-22,22) 0,456
22,57) 22,74)
(845,66- (764,00- (676,45- (660,00-
Corrida 9 min. (m) 881,00 707,00 0,000
947,12) 982,80) 762,46) 783,00)
(23,00- (26,00-
Flexibilidade (cm) 31,00 (27,42-34,39) 30,00 (28,83-35,75) 0,724
38,00) 38,00)
(22,50- (12,00-
Abdominal 27,00 (23,43-28,87) 18,00 (13,94-19,93) 0,000
30,50) 23,00)
(364,58- (342,50- (292,08- (274,00-
Força Memb. Sup. (cm) 378,00 310,00 0,000
411,07) 451,00) 339,79) 350,00)
(147,05- (137,50- (113,82- (108,00-
Força Memb. Inf. (cm) 151,00 114,00 0,000
163,53) 151,00) 128,44) 130,00)
Agilidade (seg) 6,75 (6,58-6,92) (6,30-7,10) 7,51 (7,27-7,79) (7,22-7,92) 0,000
Velocidade (seg) 3,97 (3,91-4,26) (3,60-4,50) 4,69 (4,54-4,91) (4,34-5,19) 0,000
p≤0,05. Legenda: M: masculino; F: feminino
Tabela 4. Análise descritiva e comparação da variável psicológica resiliência e das dimensões motivacionais apresentadas
pelos alunos.
M F
Mediana IC (Q1-Q3) Mediana IC (Q1-Q3) P
(131,24- (129,00- (119,66- (110,00-
Resiliência 141,00 126,00 0,005
141,11) 146,50) 132,02) 142,00)
(22,46- (18,00- (14,68- (10,00-
Contr. de Estresse 26,00 17,00 0,001
28,08) 32,00) 20,74) 24,00)
(32,71- (33,50- (25,12- (20,00-
Saúde 38,00 33,00 0,008
37,19) 40,00) 32,88) 38,00)
(27,94- (22,50- (19,07- (12,00-
Sociabilidade 31,00 22,00 0,008
33,23) 38,00) 27,45) 34,00)
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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31. SOUZA, T. C.; SANTOS, J. D. A.; SOUSA, P. G. B. Estudo Comparativo do Nível de Veloci-
dade de Jovens de Escolas Públicas de Barbalha e de Juazeiro do Norte – Ceará.. Revista
Psicologia e Saúde, v. 11, n. 34, 2017.
10.37885/201202407
RESUMO
Análise histórica de obras que narram o futebol Brasileiro ao longo dos anos, e que meti-
culosamente relegam a participação das mulheres, dentro e fora de campo. O artigo tem
por iniciativa promover a discussão acerca da forma e de como as mulheres são narradas
nos vários escritos do futebol. Atualmente, e quase que unanimemente, as obras que
falam e conceituam o Brasileiro através do futebol, além de apresentarem praticamente
sempre a mesma história (Charles Miller e sua volta ao Brasil vindo da Inglaterra, refor-
çando a ideia que o futebol tem dono e esse dono é o homem), normalmente retratam
um ambiente cercado de preconceito e exclusão social, que com o passar dos anos tor-
nou-se um portal de explicação até do “caráter” do Brasileiro. Nesse mesmo caminho de
explicação em queo futebol “explica tudo,” percebe-seuma quase exclusãodas mulheres,
quando o assunto é analisar a prática do futebol no Brasil pela perspectiva de gênero.
Por meio dessa percepção devemos questionar, analisar e procurar respostas a algumas
demandas históricas, e dentre essas reivindicações questionamos, por exemplo, como
entender Democracia, Inclusão, Integração e o comportamento do Brasileiro(povo), ex-
cluindo as mulheres, praticamente, de todo esse processo histórico?
O futebol hoje cantado em versos de samba e rock “em rou”, considerado um esporte
do “povão” no qual uma bola de meia e alguns tijolos (para as metas) podem significar sua
prática, não obstante estabelece distâncias monumentais quando o assunto é a possibilidade
da equidade de gênero no futebol brasileiro.
As discussões em torno da participação das mulheres, em variados locais onde há
algum meio de produção cultural da sociedade brasileira, quase sempre concluem que elas
são vilipendiadas dos mesmos direitos que possuem os homens. Fruto de uma sociedade
que naturaliza a exclusão, habitus, (BOURDIEAU: 2012) é notória a pouca participação
efetiva das mulheres em decisões políticas, sociais e culturais.
Para Scott as diferenças nas hierarquias de poder entre homens e mulheres (que perpassam
também, o mundo do futebol), podem ser analisadas a partir da categoria gênero que “É um
elemento constitutivo de relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos,
e o gênero é um primeiro modo de dar significado às relações de poder”.(SCOTT:1990, p.52)
A historiadora Joana Maria Pedro ao comentar essa citação de Scott (1990) salienta que:
A disciplina História não era apenas o registro, e sim a forma como os sexos
se organizavam e dividiam tarefas e funções através do tempo. A história era,
ela mesma, responsável pela “produção da diferença sexual”, pois uma nar-
rativa histórica nunca é neutra e, quando apenas relata fatos em que homens
estiveram envolvidos, constrói, no presente, o gênero. A história, nesse caso,
é uma narrativa sobre o sexo masculino e constitui o gênero ao definir que
somente, ou principalmente, os homens fazem história. Além disso, falar de
gênero significava deixar de focalizar a “mulher” ou as “mulheres”; tratava-se
de relações entre homens e mulheres, mas também entre mulheres e entre
homens. Nessas relações, o gênero se constituiria. (PEDRO: 2011, p. 273)
Por essa perspectiva de gênero, segundo Scott (1990) o preconceito racial, a exclusão
e o apagamento dos protagonismos das mulheres são historicamente construídos e podem
também ser explicado por meio da identificação do processo de formação da sociedade
Brasileira, processo em que homens, brancos, detentores do poder e assegurados pela
religião, incrustaram na sociedade a ideia de que as mulheres deveriam ocupar somente os
espaços estabelecidos por eles.
Podemos certificar essa afirmação através de vários exemplos vividos no nosso coti-
diano, exemplos nos quais, diversas mulheres1 são violentadas fisicamente, moralmente
1 Só em 2013, último ano com dados disponíveis, foram vitimadas 4.762 mulheres. Para se ter uma ideia do que esse volume significa,
nesse mesmo ano, 2.451 municípios do Brasil (44% do total de municípios do País) contavam com um número menor de meninas e
mulheres em sua população. Os municípios de menor população feminina do País: Borá, em São Paulo, ou Serra da Saudade, em
Minas Gerais, não chegam a ter 400 habitantes do sexo feminino. É como se, em 2013, tivessem sido exterminadas todas as mulhe-
res em 12 municípios do porte de Borá ou de Serra da Saudade. Geraria uma comoção, uma repulsa, de alcance planetário. Mas,
como essas mulheres foram vitimadas de forma dispersa ao longo do território nacional, reina a indiferença, como se não existisse
um problema. (Mapa da violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil/ 2015)
Esses exemplos de história, em que o fato atribuído é condicionado pela ação dos ho-
mens, representam muitas vezes, uma possível explicação dos motivos pelos quais a posse
de determinados acontecimentos tenham sido vivido, somente pelos homens, é como se o
sexo feminino, não fizesse parte do processo. A figura masculina dentro do futebol chega
às margens de um endeusamento. O craque recebe as glórias e muitas vezes,é nomeado
como REI e DEUS dos campos. Uma espécie de Salvador da pátria e, ou “imortal” como
diria Nelson Rodrigues.
As alegrias e as tristezas dos torcedores (as) estão correlacionadas com o desempenho
dos craques, que com suas fraquezas, seus problemas e frustrações resolvem tudo com a
bola na rede. Do outro lado, estão às mulheres e sua pouca representabilidade no “jogo”
controlado por cartolas do futebol. Eventualmente, se houver uma mulher que se desta-
que no futebol feminino, será renomeada usando o codinome masculino, Marta, a Pelé de
saias, por exemplo.
A própria construção dos estádios, é uma prova dessa posse autoritária e unilate-
ral. Os homens acabam sendo uma espécie de donos da bola, e a partir dessa lógica de
dominação, percebemos a exclusão das mulheres na prática e na vivência esportiva futebolís-
tica. Seja dentro ou fora de campo, o futebol exclusivamente pertence ao gênero masculino.
Frente ao estudo da historiografia do futebol brasileiro, verificamos que em sua maio-
ria, as obras acentuam a ideia de que as mulheres não faziam “parte do plano,” quando o
assunto é o futebol. Em 2013, foi lançada a obra, O Futebol brasileiro, 1894 a 2013: Uma
bibliografia2 . Nela podemos encontrar análises específicas de alguns trabalhos predomi-
nantemente masculinos.
2 A parceria entre a Fundação Joaquim Nabuco e o Ministério da Educação catalogou as principais obras que tratam da história do
futebol brasileiro. O autor convidado para essa catalogação foi o pesquisador Túlio Velho Barreto da Fundação Joaquim Nabuco em
que trabalha desde 1984.
CRÔNICA FUTEBOLÍSTICA
A base de sustentação e pesquisa utilizada para essa primeira parte é a obra de Fátima
Antunes “Com brasileiro, não há quem possa” (2004). A autora destaca o que escrevia Mario
filho, Nelson Rodrigues e José Lins do Rego, principais cronistas de futebol nos anos qua-
renta. Cabe ressaltar que a autora faz sua apresentação descrevendo suas motivações para
a análise futebolística e suas paixões pelo tema. Reforçando o “coro” dos que comungam
a ideia de que o futebol explica de certa maneira o povo brasileiro, apesar de reconhecer
que o futebol é um espaço masculino. Para a autora o futebol promovia;
O desenvolvimento técnico dos jogadores de futebol foi uma das matérias primas para
os cronistas brasileiros, consequentemente desenvolveram uma espécie de sentimento em
que a linha que separava o futebol da vida social estava agora apagada, não havia mais
separação. Através das crônicas, José Lins do Rego fez uma integração entre os que não
eram enxergados na sociedade e a classe opressora, dessa forma executou uma possível
aproximação entre esses elos conflitantes da sociedade.
Devemos ressaltar que essa ideia de integração é restrita ao gênero masculino, dessa
forma, as mulheres são “dispensadas” das alegrias e das emoções que o futebol proporcio-
nava. Nas narrativas do autor não há referências ou citação do gênero feminino.
Outro autor de destaque nessa fase de análise dos cronistas é o escritor Mário Rodrigues
Filho (1908-1966), que nasceu na capital pernambucana, Recife, e em 19153 desembarcou
no Rio de Janeiro com os pais e irmãos.
Mario filho atribuía às vitórias da nossa seleção um impulso à “criação” de nossa
própria identidade. É claro que não devemos observar a obra do autor de forma isenta de
questionamentos e de uma análise mais acentuada da utilização de alguns conceitos por
ele empregados. O que se observa nos escritos de Mário Rodrigues filho, um lendário tor-
cedor do Fluminense, é que não há de forma explícita qualquer tipo de referência ao gênero
feminino. O autor de uma forma geral engloba homem e mulher em um mesmo espaço no
qual apenas os homens recebem os louros da glória “eterna”. Acreditamos que conceituar
uma nação através do futebol e interpretar uma identidade nacional sem uma análise que
considere a participação das mulheres nesse processo é demasiado incompleto.
Na mesma linhagem estética e artística, o irmão mais novo de Mario Filho, Nelson
Falcão Rodrigues, destacou-se no teatro, no romance e na crônica esportiva.
Os registros históricos destacam que o futebol já era praticado em campos verdes
e amarelos do Brasil, quando o Nelson Rodrigues chega ao Rio de Janeiro em 1915, e
que já existiam clubes tradicionais como o Vasco da Gama, o Fluminense, o Flamengo, o
Botafogo e outros clubes de outras regiões do país. As narrativas, crônicas, publicadas nos
jornais O Globo e Jornal dos Esportes, entre as décadas de 1950 a 1970, formaram o livro
intitulado “Pátria de chuteiras”, lançado em 2012, ano do centenário de nascimento do autor.
É uma obra divertidíssima em que o autor, especificamente, tenta recuperar a autoesti-
ma do brasileiro, jogador ou não, após a derrota pelo Uruguai em pleno estádio do Maracanã
em 1950. Ao invés de acentuar a derrota, Nélson Rodrigues inverte o discurso dos demais
cronistas e torcedores, e demonstra que o brasileiro seria capaz, através de seu talento,
superar qualquer adversário e que aquela derrota, não iria decretar o fim do futebol brasileiro.
O escritor entendia que o futebol seria uma espécie de representação da nação, diante
disso, aceitar que nossa seleção, nossos jogadores fossem uns derrotados antes de entrarem
em campo não ajudaria em nada no desenvolvimento do país.
3 Não há uma unanimidade quanto à definição da supramencionada data, pois em algumas fontes a data correta é 1916, enquanto que
em outras, a data mencionada é 1917.
Percebemos nas crônicas de Nelson Rodrigues a inexistência das mulheres nas histó-
rias narradas, de forma complementar ao texto, muitas vezes são usadas de forma pejorativas
e caricatas. Acentuando em muitos casos, a visão machista e preconceituosa, sobretudo a
questão emocional do sexo feminino, muitas vezes vistas como “desequilibradas” e “loucas”,
a exemplo disso, podemos citar;
Ainda,
Pois bem: — um dia, casou-se. Para usar uma velha imagem minha, direi que
entrou por um cano deslumbrante. Já os conhecidos diziam-lhe: “Cuidado, que
um dia tua mulher te dá bola de cachorro.” E, certa vez, na presença de visitas,
ela o destratou de alto a baixo: — “Eu queria um marido, não um santo.” E
ainda completou: — “Tenho nojo de tua bondade.” (RODRIGUES: 2013, p.70)
A terceira parte dessa abordagem de produção histórica do futebol brasileiro tem com
foco principal a narração de alguns trabalhos acadêmicos relacionados ao tema. Mesmo
sendo um esporte com relativo clamor popular, o futebol não foi um assunto muito prestigia-
do pela academia. Durante muito tempo, as fontes mais usadas para um saber histórico do
esporte estavam quase sempre dependentes das matérias jornalísticas e das publicações
em revistas. Nelson Rodrigues em uma crônica publicada na década de cinquenta escreveu
5 Dados de 2017.
6 http://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/2017-09-19_anais_tcc_1o_semestre2017.pdf http://gecef.blogspot.com.br/
7 Importante notar que a partida de 1913, apontada por Witter como pioneira, também não escapa à polêmica: recente matéria da
Folha de S. Paulo apresenta várias versões para o episódio. Segundo a reportagem, alguns periódicos de época afirmavam que as
jogadoras seriam homens travestidos de mulher, enquanto outros diziam que o confronto se deu entre um time de mulheres e outro de
homens; além disso, há ainda, de acordo com a mesma matéria, divergências entre os historiadores tanto no que diz respeito à data
de realização da partida (que teria ocorrido em 1921, e não em 1913) quanto em relação ao seu pioneirismo (pois teria havido outros
jogos entre equipes femininas antes de 1913). Cf. ASSUMPÇÃO, J. C. "Homens podem ter disputado o 1º jogo feminino". Folha de
S. Paulo, 25.05.2003, p.D5.
8 Emily Lima comandou o Brasil em 13 jogos, conquistando sete vitórias, um empate e cinco derrotas. Em 10 meses de trabalho à
frente da equipe, teve um aproveitamento de 56,4%. Entrou em 2016 saiu 2017 Fontes; https://istoe.com.br/apos-demissao-da-tecni-
ca-emily-lima-rebeliao-atinge-selecao-feminina-de-futebol/Acesso dia21/01/18
9 HOBSBAWM, Eric. (1984).“Introdução” In: HOBSBAWM, Eric. RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, p. 9-23.
Dona Maria Leite Segurado. Esse símbolo do Goiás, que nasceu na cidade
de Goiás no dia 1 de agosto de 1892, foi convidado pelo então presidente
esmeraldino, coronel Medeiros, para se engajar no processo de reconstrução
do clube. A sua contribuição inicial foi com a lavagem dos uniformes, para o
uso dos jogadores, lembrando que seus serviços de lavadeira foram de forma
gratuita. (LEAL: 2014,p.41).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
10 Em referência as partes do campo de futebol oficial. Pequena e grande área, meia lua e círculo central.
11 Campeonato disputado desde 1991.
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Rodrigo Ferrari
UFRGS
10.37885/201102249
RESUMO
OBJETIVO
MÉTODOS
Amostra
Desenho Experimental
Os testes que avaliaram a aptidão física dos jogadores foram realizados no meio da
pré-temporada do campeonato gaúcho de 2016 e 2017. Os atletas foram avaliados em
dois dias distintos, com um intervalo mínimo de 24h entre as avaliações. Esse intervalo foi
adotado para reduzir a fadiga oriunda dos testes do primeiro dia. No primeiro dia de ava-
liação, foi avaliada a composição corporal e capacidade aeróbica. No segundo dia foram
avaliadas a potência muscular de membros inferiores e potência anaeróbia. Os jogadores
avaliados foram orientados a não ingerir cafeína e bebidas energéticas durante os dias de
avaliações. Todas as avaliações foram realizadas pelo mesmo avaliador, com experiência
nos testes utilizados.
A massa corporal e a estatura foram avaliadas por meio de uma balança digital (Omron
Hn-289) e um estadiômetro (Estadiômetro de bolso CESCORF), respectivamente. Os per-
centuais de gordura e de massa magra foram obtidos por meio da avaliação das dobras
cutâneas, utilizando um plicômetro científico (Plicômetro Científico Tradicional CESCORF).
Foram avaliadas as dobras cutâneas do peito, abdômen, coxa, tríceps, subescapular, supra
ilíaca e axilar, sendo a estimativa do percentual de gordura corporal realizada por meio do
protocolo de Jackson e Pollock (Jackson e Pollock, 1978).
A capacidade aeróbica foi avaliada por meio do teste Yo-Yo de Recuperação Intermitente
Nível 2, o teste foi escolhido por apresentar características muito próximas ao tipo de esforço
aos quais os atletas são submetidos na prática. O teste consiste na realização de corridas
de ida-e-volta de 20 metros, totalizando uma distância de 40 metros, os comandos para
aumento de progressão e intensidade, através de sinal sonoro, foram ditados por meio de
uma gravação de áudio padronizada. O teste foi realizado em campo de futebol com su-
perfície coberta por grama natural, previamente demarcado por cones com uma distância
de 20 metros entre si. Posicionados no primeiro cone, a partir do primeiro sinal sonoro, os
participantes iniciaram uma corrida instruído pelo sinal sonoro, até o segundo cone, com o
atleta girando e retornando ao ponto de partida quando sinalizado pelo sinal sonoro grava-
do. Havendo uma recuperação ativa de 5 segundos entre cada 20 metros (ida e volta) de
Análise estatística
RESULTADOS
Tabela 1. Caracterização da amostra, de acordo com a posição de atuação em campo (Valores apresentados em média
+ desvio padrão).
Go La Za Vo Me At
(n=9) (n=12) (n=12) (n=16) (n=13) (n=16)
Tabela 2. Características das aptidões físicas dos jogadores de acordo com a posição de atuação em campo.
Go La Za Vo Me At
(n=9) (n=12) (n=12) (n=16) (n=13) (n=16)
VO2máx(ml/kg/min) 46,7±5,0†† 57,4±5,1 54,7±5,2 54,5±3,3 54,1±4,8 53,1±6,5
Pmáx (w/kg) 10,6±0,6 12,8±2,5 12,0±1,0 11,4±2,2 11,9±1,9 13,6±3,3†
Índice de Fadiga(w/seg) 10,5±2,2 11,2±6,3 12,6±2,0 11,8±5,6 7,8±1,* 14,6±8,4
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
De acordo com os achados desse estudo, conclui-se que os Go possuem menor ca-
pacidade aeróbia quando comparados com as demais posições. Além disso, At possuem
maior potência anaeróbia em relação aos Go. Por fim, Me apresentaram menores níveis de
potência muscular quando comparados aos Go, Za, Vo e At.
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10.37885/201102314
RESUMO
MÉTODOS
Participantes
Instrumentos e Procedimentos
Análise estatística
Componente disciplinar
Encontros periódicos
Carga horária
No campo
Registro
Documentação Acompanhamento
Encerramento
Professor do Campo
Acompanhamento
Professor da IES e Professor do campo integrados
Preceptor de estágio
Avaliação do campo
Tabela 1. Distribuição da carga horária (CH), em horas, campo de atuação ou segmento escolar
PERÍODO LETIVO
UP CURSO CH total
5º 6º 7º 8º 9º
100h 100h 100h 100h
A Licenciatura - 400h
EI EF EM/EJA Não escolar
300h
O1 Bacharelado - 300h
Não há distribuição definida
200h 200h
O2 Licenciatura - - 400h
Não há distribuição definida
EI = Educação Infantil; EF = Ensino Fundamental; EM = Ensino Médio; EJA = Educação de Jovens Adultos. * As horas do
estágio obrigatório são computadas junto com as da prática pedagógica.
Na UP A, apesar do curso habilitar o aluno para a Licenciatura, 100 das horas previstas
para o ECO são dedicadas à área não escolar (academias, clubes, unidades de saúde entre
outras). Este curso é denominado por seu coordenador como:
Um curso de licenciatura diferenciado [...] ele [o aluno] sai muito forte licen-
ciado, mas também sai com características para trabalhar em não formais [...]
tem um [...] estágio desses que ele é para [...] atividades não formais (CO A).
Nesta IES embora o estágio exija a matrícula do aluno em disciplinas (4 ao todo) não
ocorre um real acompanhamento semanal, tampouco comparecimento do aluno no horário
estipulado. O registro em uma turma é feito apenas para que haja o cumprimento da exi-
gência curricular. Não existe previsão para encontros periódicos entre alunos e professores
orientadores, eles são marcados de acordo com a vontade de cada professor e pelos meios
que julga mais adequado.
Na Licenciatura da IES E o estágio é um componente disciplinar e funciona junto com
a prática pedagógica. O aluno é matriculado em quatro disciplinas onde há momentos cum-
pridos na IES e no campo. A grande carga horária (1088 horas) inclui o estágio e a prática
pedagógica como componente curricular. De acordo com o coordenador esse é o grande
diferencial do curso.
O ECO na IES I está incluído, como disciplina, tanto no Bacharelado quanto na
Licenciatura. Existem encontros previstos na IES. No Bacharelado a UP oferece alguns
projetos onde é possível o cumprimento do estágio e, na Licenciatura, parte do estágio
ocorre, obrigatoriamente no Colégio de Aplicação (CAP) da Instituição. No CAP o professor
do colégio (campo do estágio) é também o orientador do estágio. No Bacharelado não há
Apólice de seguro contra acidentes pessoais sim não não não sim
Relatório de avaliação do estagiário pela cedente sim não não sim sim
Relatório de avaliação do estágio pelo estagiário sim não não sim sim
UP FORMATO OFERTADO
O acompanhamento do estágio inclui três atores. São eles: o professor orientador da IES
(PO); o professor regente do campo do estágio (PR); e o preceptor de estágio (PE). O pre-
ceptor é um profissional da área do estágio, contratado pela IES, que acompanha, através
de visitas no campo, o estagiário. Nenhum dos coordenadores entrevistados cita o preceptor
de estágio, figura inexistente nos PPCs dos cursos.
O formato de estágio praticado pelos cursos de licenciatura das UPs E e I, estágio total-
mente supervisionado (ETS), recebeu a classificação máxima – excelente dos seus coorde-
nadores. A UP E disponibiliza um PO que acompanha pequenos grupos de alunos (máximo
10) à uma das escolas conveniadas, onde o PR recebe o grupo em suas aulas de educação
física escolar. Na licenciatura da UP I uma parte das horas totais do ECO (210 horas) é cum-
prida no colégio de aplicação da IES, onde os estagiários são acompanhados pelo professor
do campo (PR) que é também o PO. Nessas duas UPs o PO possui encontros presenciais
Nós dependemos muito do docente que está lá na instituição [no campo] [...]
ele pode deixar o nosso aluno simplesmente observando as atividades, e não
realizar nenhum tipo de ligação com ele. Não conversar sobre os objetivos da
aula, não conversar sobre as atividades [...] sobre a metodologia de trabalho,
sobre as atividades que foram selecionadas [...] não apresenta o planejamento
para o aluno saber o encadeamento das atividades, a aula não é um fim em
si mesma, ela é parte de um todo (CO I).
Na UP A não existe a figura do PO. Uma comissão de estágio formada por professores
do curso atende ao aluno em caso de necessidades individuais. Este grupo organiza, na
finalização do estágio, uma apresentação onde ocorre a verificação das atividades realiza-
das pelos estagiários.
Somente o coordenador da UP O1 declara sua insatisfação com o formato, sem super-
visão, que oferta em seu bacharelado. Não existem encontros de planejamento na IES, nem
integração com o local do estágio. O estágio não é um componente disciplinar, é denominado
requisito curricular complementar (RCC), e é obrigatório. O coordenador do curso assina os
documentos de registro do estágio e recolhe os que caracterizam o cumprimento das horas
de ECO necessárias à integralização do currículo. O PR é o único responsável pelo acom-
panhamento das atividades de estágio. Não ultrapassando a carga horária máxima semanal
prevista na lei o aluno pode distribuir a horas do estágio, a partir do 5º período, como desejar.
Em todos esses cursos é exigida a presença do PR junto ao estagiário no campo. A in-
tegração entre PO e PR ocorre através de relatórios ocasionais (relatório de avaliação do
Esse gestor considera como um ponto forte do seu formato de ECO ETS:
Tem todo um tramite muito burocrático [...] um ponto forte é respeitar a lei,
respeitar as obrigatoriedades [...] O que eu tenho de reclamação do estágio
aqui é só, pelo contrário, o excesso de cobrança (CO A).
Eu vejo muita reclamação dos alunos com relação à apresentação final [...] eu
preciso [...] ver o que está acontecendo e o que é que possa melhorar (CO A).
Um ponto fraco que eu vejo [...] aqui tem o curso para atividades não formais
[...] com o tempo eu passei a entender e respeitar a luta [...] então dessa forma
eu enquanto coordenador aceitei essa proposta do estágio (CO A).
A palavra luta reflete uma postura política que ocorre neste curso (UP A). Um grupo
majoritário de docentes defende a não separação entre o Bacharelado e a Licenciatura
oferecendo, na Licenciatura ofertada não só 100 horas do seu ECO em atividades deno-
minadas ‘não formais’, mas também disciplinas como musculação, por exemplo. Isso cria
dificuldades para administrar o curso. Esse discurso encontra eco na coordenação da UP O2
quando esta declara:
Nós estamos em uma instituição pública né? Nem tudo aqui funciona às mil
maravilhas, nós temos muitas dificuldades [...] não tem gente disponível para
tantas funções [...] eu acho que fica inviável acontecer ao pé da letra, como
manda, aquela legislação lá do estágio de 2008? [...] ali fala que tem que ter
supervisão, do coordenador de estágio em todos os locais, isso na prática
acontece realmente? [...] não tem gente disponível [referindo-se a supervi-
são do PO no campo] para tantas funções na prática nem tudo daquilo dali
é possível botar para funcionar ... entendeu? [...] dizer que nós saímos daqui
e vamos a todos os lugares daquela lista de um quilometro [...] não vou ...
entendeu? (CO O2).
Na verdade, a gente só faz vai meu filho, vai lá e compra e traz pra mim a
notinha, na verdade é isso o que a gente faz, entendeu, então é uma coisa
que a gente tem que informar de certa forma lamentando, mas que a gente
tem uma consciência crítica de que não é o ideal (CO O1).
Ciente dos problemas existentes este gestor, que declara suas percepções negativas,
credita, como ponto positivo do estágio ofertado, a inserção, possibilitada pelo ECO, do alu-
no no mercado de trabalho (CO O1). Em relação a percepção dos coordenadores sobre a
possibilidade de o formato de ECO ofertado contribuir para a inserção do aluno no mercado
de trabalho, e, para atender à formação plena, alcançando o perfil do egresso desejado pelo
curso, as respostas obtidas não confirmam o conhecimento dos gestores sobre o perfil do
egresso desejado. Ao ser inquirido sobre o perfil do egresso do seu curso de Licenciatura o
coordenador da UP O2 pegou o PPC e sugeriu à entrevistadora, fazer uma foto desta des-
crição. No curso de Bacharelado da UP O1 o coordenador (O1) resumiu suas percepções
sobre o egresso desejável afirmando:
Tem o aluno que faz o curso por que ele tem interesse em trabalhar na área da
educação física como personal, como professor de academia [...] é um leque
muito amplo [...] é para a área de fitness, para a área desportiva [...] atender
pessoas com deficiência essas seriam as intenções do currículo para qualificar
as pessoas para o exercício profissional (CO O2).
Na UP A o coordenador declara:
DISCUSSÃO
Arruda (2014, p. 46) observa que o fato do PO possuir diversas atribuições relaciona-
das ao estágio, além das dificuldades envolvidas na logística de acompanhar estagiários
em escolas distintas e distantes, pode acabar por “culminar em uma prática de estágio de
baixa qualidade”. Os dados permitem afirmar que o afastamento do PO do local do estágio
é proporcional ao grau de insatisfação do gestor com o seu formato de ECO ofertado.
Ao observar o discurso do CO I questiona-se o porquê o formato de ECO ETS ofertado
em parte das horas do curso de Licenciatura, não ser oferecido também no Bacharelado
desta IES. Se existe o conhecimento sobre as vantagens do ECO ETS e sobre as dificulda-
des do ECO EPS, o funcionamento de formatos diferentes não apresenta coerência. A boa
classificação do formato de estágio ofertado está diretamente ligada ao formato de ECO
praticado. É possível afirmar que há grande valorização do acompanhamento do estágio
pela IES e pelo campo do estágio, simultaneamente.
Considera-se, no presente trabalho, que o PR é um dos três importantes atores consti-
tuintes de um tripé que apoia o ECO. O PR, junto com o PO e o aluno, participa diretamente
do funcionamento deste componente curricular na formação do profissional de Educação
Física. O planejamento elaborado por este profissional norteia as ações seguidas pelo aluno
e acompanhadas pelo PO. As vivências permitidas ao estagiário dependem do comprome-
timento que o PR tem com a formação profissional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996;
revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o
parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida
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Tatiane Mazzardo
UFMG
10.37885/201102280
RESUMO
OBJETIVO
Caracterização do estudo
Após a verificação da normalidade dos dados pelo teste Shapiro-Wilk os mesmos foram
analisados e representados por estatística descritiva (mediana e intervalo interquartílico e
por frequências absolutas e relativas) e inferencial (teste de Wilcoxon, para comparação
dentro do grupo e Mann-Witney, para comparações entre os grupos experimentais). A cor-
relação de Spearman verificou a relação existente entre a variável psicológica e as variáveis
motoras. Para avaliar a consistência interna dos dados do questionário de percepção de
competência utilizou-se o teste Alpha de Cronbach, que alcançaram dados satisfatórios (73%
a 94%). Os dados foram organizados na planilha de cálculo do programa Microsoft Excel
2010 for Windows®, tratados via o pacote estatístico SPSS® (StatisticalPackage for Social
Science) for Windows®, versão 21e adotado nível de significância de p≤0,05.
De acordo com os objetivos propostos, a análise dos dados apresentou que a percepção
de competência quando comparada intragrupo, considerando o efeito tempo, apresentou dife-
rença significativa apenas para o G2 na subescala de competência comportamental (p=0,050)
(tabela 1). Ao considerar o sexo não se encontrou valor significativo para ambos os grupos.
MASCULINO
Salto Monopedal 0,017 0,413 0,344 -0,130 0,422 0,349
Salto Lateral 0,256 0,348 0,230 0,315 0,113 0,093
Transposição Lateral 0,469 0,027 -0,265 -0,023 0,183 -0,009
Quociente Motor 0,311 0,275 0,165 0,006 0,272 0,245
G1 - TGfU
Trave de Equilíbrio 0,024 0,454 0,072 0,683 0,169 0,169
Salto Monopedal -0,248 -0,086 0,273 -0,503 -0,036 -0,036
FEMININO
MASCULINO
Salto Monopedal 0,094 0,059 0,492 0,248 0,136 0,355
Salto Lateral -0,078 -0,348 0,030 -0,353 -0,065 -0,377
Transposição Lateral 0,085 -0,115 -0,578* -0,453 -0,160 -0,429
Quociente Motor -0,020 0,034 -0,104 -0,564 *
-0,378 -0,354
G1 - TGfU
Trave de Equilíbrio 0,337 -0,098 -0,096 -0,072 0,383 0,313
Salto Monopedal 0,165 0,261 0,630 -0,267 0,091 -0,104
FEMININO
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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2950/43521032014
10.37885/201202509
RESUMO
No final do século XIX e início do XX, houve o advento do Xadrez por meio dos cam-
peonatos mundiais de 1886 a 1926. Em paralelo, começaram as pesquisas na área da
Psicologia com o Xadrez, especialmente os estudos de Binet (1894) e Cleveland (1907).
Em 1924 com a institucionalização do Xadrez, por meio da criação da FIDE (Federação
Internacional de Xadrez), surgiram um dos primeiros teóricos a criar uma metodologia para
o treinamento desportivo do xadrez, Nimzowitsch. Desde então, o xadrez começou a se
popularizar com os diversos campeonatos e com a organização das Olimpíadas de Xadrez.
Nesta mesma época de consolidação da FIDE, as pesquisas concernentes ao xa-
drez e sua relação com a inteligência humana começaram a se intensificar, por exemplo,
a pesquisa de Diakov, Pietrovski e Rudik em 1926. Alguns desses estudos colocaram em
xeque as formas que se pensavam estrategicamente um grande mestre, quais habilidades/
competências seriam necessárias para se jogar e, por fim, quais capacidades deveriam ser
treinadas para se tornar um grande jogador.
Após a década de 1950, inicia-se a época da Guerra Fria e o surgimento de grandes
mestres soviéticos como Tal, Smyslov, Petrosian e Spassky que, por sua vez, reinaram
no cenário mundial até o início da década de 1970. Esse fator corroborou ainda mais para
a acirrada disputa entre os Estados Unidos da América (EUA) e a extinta União Soviética
(URSS), disputa essa, explícita também nos Jogos Olímpicos. Pari passu, intensificaram os
estudos no campo da Psicologia usando o Xadrez como objeto de estudo. Nesse período,
surge o método de Kotov que perdura como o melhor método até a consolidação da meto-
dologia de Dvoretsky na década de 1990.
Em vista disto, o objetivo do presente artigo é “realizar um estudo comparativo, anali-
sando as pesquisas concretizadas com o xadrez no âmbito da Psicologia e uma proximidade
com metodologias de treinamento enxadrístico”.
Para tal, realizou-se uma pesquisa bibliográfica como metodologia. É fulcral dizer que a
pesquisa bibliográfica (fontes secundárias), trata-se de um levantamento bibliográfico já pu-
blicado, em forma de: livros, periódicos (online), publicações avulsas, teses, imprensa escrita
(revistas ou anais de eventos). Destarte, são arquivos que permitem colocar o pesquisador
em contato direto com o que foi produzido sobre uma determinada temática, consentindo,
assim, a manipulação de informações e a comparação entre dados coletados na pesquisa
de campo e o que já foi produzido (MARCONI; LAKATOS, 2012).
Vale ressaltar que este estudo não é fruto de uma simples descrição no campo da
pesquisa bibliográfica. Pelo contrário, fez-se um estudo comparativo levantando pesquisas
sobre o Xadrez no contexto da Psicologia e analisando as ressonâncias destas na consoli-
dação de três métodos clássicos de treinamento enxadrístico. Com isso, fizemos um recorte
A primeira investigação científica atinente ao Xadrez e que teve grande repercussão foi
a do psicólogo francês Alfred Binet, conhecido pelos seus testes de inteligência com Simon.
Realizada em 1894, a sua pesquisa, intitulada de “Psychologie des Grands Calculateurs et
Joueurs d’Echecs”, tinha como escopo observar enxadristas jogando às cegas, visando ana-
lisar à memória lógica, à espacialidade e à tomada de decisões, sendo essa uma parte de
seus estudos relativos à inteligência humana. Para a realização dessa pesquisa, o psicólogo
utilizou como sujeitos, grandes mestres do Xadrez como: Stanislaus Sittenfeld, Alphonse
Goetz, Siegbert Tarrasch e Samuel Rosenthal. Em seu laboratório, Binet inquiriu-os acerca
das minúcias referentes ao que “observavam” durante uma partida às cegas.
Para Binet (1894), os enxadristas partiam de uma prestigiosa memória visual, na qual
fundamentava em uma espécie de recordação fotográfica. Ademais, para ele o enxadrista, no
Xadrez às Cegas, somente era bem-sucedido em função de a cooptação da memória visual
quanto a outros fatores como: resistência física, concentração, escolaridade e imaginação.
A seguir, um dos dados da sua pesquisa, representada pela figura 1, em que é demons-
trada uma posição de jogo, relativo à uma partida do mestre Stanislaus Sittenfeld e ao lado
(direito), seu registro escrito representando a posição que ele “observava” em sua mente.
De acordo com Puchkin (1976), a tese de A. Binet é muito válida por consistir em
estabelecer correlações entre a memória e o raciocínio lógico, na atividade criadora. Ora,
“não é possível, nem mesmo aproximadamente, comparar o grau de talento mental de dois
grandes escritores ou cientistas, ao passo que, no xadrez essa comparação é viável através
do jogo” (PUCHKIN, 1976, p. 51).
Binet (1894) conclui em seus estudos que quanto mais jogos o enxadrista estiver en-
volvido, maior será sua capacidade de representação abstrata do jogo. Sua pesquisa propõe
que a memória verbal, visual e espacial são partes integrantes dos jogos às cegas, dessa
maneira, há a necessidade de estabelecer um plano real de jogo para cada partida.
Finalizando, Binet (1894) conclui que o jogo de xadrez com olhos vendados contém
tudo: poder de concentração, nível de instrução, memória visual, para não mencionar também
a competência estratégica, a paciência, a coragem, a tomada de decisões, dentre outras
faculdades intelectuais. Por esta razão, oferece uma base de treinamento para o xadrez
convencional, por tratar justamente desse conjunto de habilidades e competências.
Ulteriormente à pesquisa de Binet, surgiu um artigo contendo um pouco mais que 30
páginas, publicado em 1907, na The American Journal of Psychology. Este trabalho de au-
toria de Alfred Cleveland, sob o título de “The psychology of chess and of learning to play it”,
tem como objetivo analisar o jogo de Xadrez e suas formas de aprendizagem. Seu estudo
buscou identificar a importância de unidades complexas em um jogo de alto nível. Por sua
vez, os resultados deste estudo contribuíram para se analisar quais habilidades intelectuais
estavam ligadas às habilidades do Xadrez.
Buscando estruturar o desenvolvimento de habilidades no Xadrez, Cleveland (1907)
definem cinco estágios relativos à essa ideia:
No referido estudo, Cleveland (1907) demonstra que os dois últimos estágios repre-
sentam a fase de treinamento específico, ou seja, do jogar com competência, dado que
envolve situações de planejamento, desenvolvimento do jogo, domínio espacial e anteci-
pação de jogadas.
Seu estudo conclui que:
Our conclusions from the study of this case must be, it seems to me, that chess
skill is not an index of general intelligence, that the reasoning involved in chess
playing is reasoning within very narrow limits, and that a considerable degree
of chess skill is possible to one who is mentally deficient in almost every other
line (CLEVELAND, 1907, p. 308).
De Groot (1978), em sua tese a respeito de o xadrez, analisa que estes três psicólogos
russos chegaram à conclusão de que um mestre de xadrez deve reunir um conjunto variado e
amplamente desenvolvido qualidades, sendo algumas inatas, contudo, outras desenvolvidas,
sobretudo, com a experiência adquirida em partidas e torneios, além de muito treinamento.
Puchkin (1976) faz menção a uma pesquisa realizada por Benjamin M. Blumenfeld, um
mestre enxadrista russo e assistente de ciências pedagógicas de Psicologia na Universidade
de Moscou. Seu trabalho de caráter monográfico, intitulado de “A característica do Raciocínio
Prático-Real” em 1934, teve por finalidade analisar a percepção de enxadristas russo acerca
da elaboração das estratégias de jogo, durante uma partida de alto nível. Sua pesquisa foi
considerada relevante na visão de Puchkin (1976) e de Groot (1978), visto que propiciou
duas discussões substanciais a propósito de formas de treinamento. A primeira versa sobre
as ideias práticas existentes nas mentes dos enxadristas. A segunda propende à discussão
respeitante ao cálculo dos lances e à visão de jogo.
Em 1946, o psicólogo, matemático e enxadrista holandês, Adriaan De Groot, realizou
uma pesquisa (doutoramento na Universidade de Haia), que levou o título de “Thought and
Choice in Chess”. O objetivo desse trabalho era investigar a habilidade, a velocidade, a
estilística e a articulação entre quatro distintos níveis de jogadores (de grandes mestres a
iniciantes). Em uma de suas análises, o psicólogo holandês analisou que os grandes mestres
e mestres conseguiam de recordar 93% das peças em situações de jogo (lances). Já os
jogadores candidatos a mestres conseguiam lembrar de aproximadamente 70% dos lances,
enfim, os jogadores iniciantes (ou amadores) somente de 51%.
Em linhas gerais, esta pesquisa chocou o mundo da ciência cognitiva, ao observar que
a quantidade e a velocidade dos cálculos de grandes jogadores (mestres), não são muito
CONSIDERAÇÕES FINAIS
'NOTAS
1. Alfred Binet (1857-1911) foi um importante psicólogo francês. Contribuiu para a psicometria,
sendo o inventor do primeiro teste de inteligência. Pesquisou também, a hipnose e seus efeitos.
E orientou outros estudos na área do xadrez além do referido.
2. Xadrez às cegas: significa jogar xadrez de olhos vendados, recebendo como referência, a
recitação da última jogada feita pelo seu adversário. Os enxadristas do final do século XIX,
como Samuel Rosenthal, Nelson Pillsbury, Sigbert Tarrasch, são alguns dos grandes nomes
do mundo do Xadrez que se aventuram em espetáculos com o Xadrez às Cegas.
3. Tradução para a língua portuguesa pelos três pesquisadores. Nossas conclusões a partir deste
estudo de caso deve ser, ou ao menos parece para mim, que a habilidade enxadrítica não é
um índice de inteligência geral, que o raciocínio envolvido no jogo de xadrez é um raciocínio
muito limitado, e que um considerável grau de habilidade de xadrez é possível para quem é
deficiente em todos as outras linhas (CLEVELAND, 1907, p. 308)
5. Um dos grandes exemplos reais, desses estudos aplicados ao contexto do treinamento enxa-
drístico de Dvoretsky são as irmãs Polgar, em Budapeste, Hungria. Elas estudavam, durante
a infância e adolescência, o jogo de Xadrez em média de oito a dez horas por dia, tornando-se
futuramente mestres enxadristas. Outro caso interessante é do jogador estadunidense Bobby
Fischer, campeão mundial de Xadrez (1972 a 1975), que dedicava mais de oitos horas por
dia, estudando as linhas teóricas do Xadrez.
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em Educação) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2010.
Aline Barro
UNIPAR
10.37885/201202357
RESUMO
Introdução: A pressão Arterial (PA) elevada tem aumentado substancialmente entre ado-
lescentes e juntamente com a obesidade são indicados como importantes fatores de risco
para doenças cardiovasculares. Objetivo: Verificar a Pressão Arterial Sistólica (PAS) e
Diástolica (PAD) em adolescentes de acordo com estado nutricional. Métodos: A amostra
foi composta por 332 meninos e 394 meninas com idades entre 11-17 anos estudantes
de escolas públicas do município de Francisco Beltrão-PR. Para verificar o estado nu-
tricional utilizou-se o Índice de Massa Corporal (IMC). Para aferição da PA utilizou-se
método automático. Para classificação dos adolescentes em normotensos (NT), pressão
arterial elevada (PAE), empregou-se as tabelas normativas (SBP, 2019). Para análises
dos dados utilizou-se a estatística descritiva, tabelas de frequências com dados percen-
tuais da PAS, PAD e IMC, o teste de qui-quadrado para associações entre PA e IMC, o
teste de Mann-Whitney para diferenças entre gêneros, a significância adotada foi p˂0,05.
Resultados: Foram encontradas diferenças para a PAS entre meninos (118 ± 20 mmHg)
e meninas (112 ± 12) (p˂0,05), contudo sem diferenças para a PAD. A prevalência de PAS
elevada foi de 22,6% nos meninos e 9,4% para meninas, para a PAD as prevalências
foram de 9% para meninos e 6,1% para as meninas. A prevalência de adolescentes com
sobrepeso ou obesidade foi de 24,7% e 21,1% para meninos e meninas respetivamente.
Foram identificadas associações significativas entre o excesso de peso e PAS (p<0,05).
Conclusão: O presente estudo demonstrou prevalência preocupante de PA elevada nos
escolares, principalmente em meninos e o estado de sobrepeso ou obesidade foi asso-
ciado a tal problema. Assim, estratégias de diagnóstico e intervenção precoce de pressão
arterial elevada e sobrepeso em adolescentes se tornam necessárias, pois isoladamente
ou associadas são fatores de risco para doenças cardiovascular.
MÉTODOS
A amostra foi composta por 332 meninos e 394 meninas com idades entre 11-17 anos
estudantes de escolas públicas do município de Francisco Beltrão no estado do Paraná.
Para seleção dos participantes utilizou-se um processo de amostragem em dois estágios.
Inicialmente, todas as escolas do município foram listadas e agrupadas de acordo com sua
localização geográfica (Norte, Oeste, Centro, Sudoeste, Nordeste e Sudeste) e seis escolas
foram selecionadas aleatoriamente. Dentro destas escolas, todas as turmas do período da
manhã e que abrangerem a variação de idade proposta foram elencadas e algumas foram
selecionadas aleatoriamente para participar do estudo. Nas turmas selecionadas, todos os
alunos matriculados foram convidados a participar. Foram adotados os seguintes critérios
iniciais de inclusão: (1) declarar bom estado de saúde (não fazer o uso frequente de medi-
camentos, ou estar em tratamento de alguma doença); (2) apresentar idade entre 11 e 17
anos de idade; (3) estar regularmente matriculado nas escolas selecionadas para o estudo;
(4) retornar com o termo de consentimento livre e esclarecido devidamente assinado por
seus pais ou responsáveis. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Paranaense - UNIPAR, de acordo com as normas da Resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos.
Para verificar o estado nutricional utilizou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) de
acordo com procedimentos descritos por Conde e Monteiro (2006), o qual classificou-se
os adolescentes em eutróficos (peso adequado) ou excesso de peso (sobrepesados ou
obesos). Para aferição da PA utilizou-se aparelho digital (OMRON-HEM-742). A média de
duas aferições (com intervalo de dois minutos) foram obtidas no braço direito, na posição
sentada após repouso mínimo de cinco minutos. Para classificação dos adolescentes em
normotensos (NT) e pressão arterial elevada (PAE), empregou-se as tabelas normativas da
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP, 2019), que considera valores de PA de acordo com o
percentil da idade e estatura por sexo. Para análises dos dados utilizou-se a estatística des-
critiva para caraterização da amostra em valores de mediana e amplitude interquartil (AIQ).
Tabelas de frequências com dados absolutos e relativos foram empregados para classificação
dos dados categórico da PAS, PAD e IMC de acordo com sexo, o teste de qui-quadrado foi
empregado para associações entre PA e IMC e o teste de Mann-Whitney para diferenças
entre os sexos nas variáveis continuas, a significância adotada foi p˂0,05. As análises foram
RESULTADOS
Na análise dos dados foram encontradas diferenças entre os gêneros para PAS
(p<0,05), contudo sem diferenças para a PAD (p=0,278). As diferenças observadas entre os
sexos para peso e estatura, são consideradas esperadas para a faixa de idade pesquisada,
contudo, não houve diferenças significantes para o IMC (p=0,444) (Tabela1). A prevalên-
cia de PAS elevada foi de 22,6% (n=75) nos meninos e 9,4% (n=37) para meninas. Para a
PAD elevada as prevalências foram de 9% (n=30) para meninos e 6,1% 9% (n=24) para as
meninas. A prevalência de adolescentes com sobrepeso ou obesidade foi de 24,7% (n=82)
para meninos e 21,1% (n=83) para meninas. Foram identificadas associações significantes
entre sexo e PAS (p=0,000), bem como para o excesso de peso e PAS (p=0,002) (Tabela 2).
Tabela 2. Associação entre pressão arterial, sexo e Índice de Massa Corporal (IMC) dos adolescentes (n= 726).
Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Distólica
Normotenso Elevada Normotenso Elevada
P P
n (%) n (%) n (%) n (%)
Sexo
Menino 257 (74,4) 75 (22,6) 0,000 302 (91,0) 30 (9,0) 0,132
Menina 357 (90,6) 37 (9,4) 370 (93,9) 24 (6,1)
IMC
Eutrófico 487 (86,8) 74 (13,2) 0,002 302 (91,0) 30 (9,0) 0,132
Excesso de peso 127 (77,0) 38 (23,0) 370 (93,9) 24 (6,1)
DISCUSSÃO
O principal achado deste estudo, foi a significante associação entre a PAS e o excesso
de peso corporal em adolescentes de 11 a 17 anos, estudantes da rede pública de ensino de
um município do Paraná. Em relação aos dados de PA elevada, este estudo foi semelhante
CONCLUSÃO
Os dados deste estudo demonstraram que a prevalência de PAS elevada nos escola-
res foi associada ao estado de sobrepeso ou obesidade, adicionalmente verificou-se que os
meninos têm significativamente maiores valores de PAS que as meninas. Assim, estratégias
preventivas para pressão arterial elevada e sobrepeso em adolescentes se tornam neces-
sárias, pois isoladamente são fatores de risco para doenças cardiovascular.
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RESUMO
O contato com pessoas com deficiência é algo que ainda é considerado extravagante
por muitos. E a possibilidade de uma pessoa com deficiência realizar algumas práticas é
incrível para outras. Mas o profissional de educação física, pelo fato de ter escolhido uma
profissão que trabalha com corpo e movimento, deve(ria) estar preparado para trabalhar
com a diversidade humana. Objetivo: Compreender sobre a influência da atuação em
um projeto de extensão inclusivo na vida e nas escolhas profissionais de graduandos
da UNESP Bauru. Métodos: Esta investigação faz uso de técnicas antropológicas e
ferramentas das tecnologias da informação e da comunicação para coletar e analisar
os dados. Usando a pesquisa-ação para construir uma história do processo analítico
participativo de desenvolvimento e aplicação de um programa inclusivo de atividades
rítmico- expressivas. Resultados: O programa de atividades foi usado de forma que
seus participantes (alunos e monitores) pudessem colaborar ativamente nas tomadas
de decisão e direcionamento da proposta para obtenção do sucesso inclusivo e da ca-
pacitação profissional dos monitores. Fator que pode ser observado nos relatos e nas
respostas do questionário. Conclusão: A utilização de um trabalho coletivo-participativo,
a exploração dos laços sociais, e o uso da relação de afinidades pessoais dos monitores
para com o programa do projeto de extensão, proporcionou a imersão dos graduandos
na Educação Física Adaptada. Consideramos que a pesquisa alcançou seus objetivos,
tendo influenciado nas escolhas profissionais e capacitado os graduandos.
P a l a v r a s - c h a ve: At u a ç ã o Pr o f i s s i o n a l , I n c l u s ã o, Ed u c a ç ã o F ís i c a A d a p t a d a ,
Extensão Universitária.
INTRODUÇÃO
A palavra extravagante tem como significados: “que se destaca por ser estranho;
incomum; quem está fora do considerado habitual”; e a palavra incrível traz como sentido:
“não crível; aquele que não pode ser acreditado”, (AURÉLIO, 2002). Essas palavras fizeram
parte de vários comentários e elogios que o projeto de extensão universitária “Dançando
no Escuro” (proposta de atividades rítmicas e expressivas inclusivas) recebeu durante seus
anos de existência (de 2016 a 2019). Vindo a se tornar uma brincadeira entre seus partici-
pantes. Esses comentários e elogios, que deveriam servir de impulso para algumas pessoas,
trouxeram dúvidas e debates a mente da pesquisadora e de colaboradores desse trabalho.
Por que não naturalizamos a inclusão? Por que não permitimos que diferentes pessoas,
com diferentes corpos, habilidades, hábitos, culturas, pensamentos etc. simplesmente vivam
as suas vidas? Qual a dificuldade de aceitar essas situações e relações sociais como comuns?
Com base em debates internos ao projeto de extensão, análises de reuniões de grupos
de estudo e eventos na área da Atividade Motora Adaptada, foi possível notar que as ativi-
dades adaptadas e inclusivas surgem como um bicho de 7 cabeças para algumas pessoas.
O contato com pessoas com deficiência é algo que ainda é considerado extravagante
por muitos. E a possibilidade de realizar algumas práticas, sendo uma pessoa com deficiência
a realizar, é incrível para outras. Mas o profissional/professor de educação física, pelo fato
de ter escolhido uma profissão que trabalha com o corpo humano e o movimento, deve(ria)
estar preparado para trabalhar com os diferentes corpos presentes na diversidade humana.
Será que é possível, por meio da monitoria em um projeto de extensão universitária
inclusivo, proporcionar autoconfiança, além de experiência, aos discentes futuros profissio-
nais da educação física, e influenciá-los em suas escolhas profissionais?
A vivência em um projeto de extensão universitária pode proporcionar uma sensação
de unidade entre monitores e participantes (LINK et al., 2017). Essa sensação de unidade
do grupo pode levar ao entrosamento do discente com a área de atuação vivenciada na
graduação (JESUS et al., 2014). Proporcionando o bem-estar do “encontrar-se”, reconhe-
cendo-se como um profissional, e talvez até descobrindo sua paixão pela profissão e/ou
área de atuação.
O entrosamento proporcionado pela prática ativa no campo visado, e as experiências
proporcionadas por essa vivência na desejada área de atuação, leva o discente a realizar as
suas escolhas profissionais pelas possibilidades a ele oferecidas, em especial essas realiza-
das durante a sua graduação (JESUS et al., 2014; LINK et al., 2017; OLIVEIRA et al., 2009).
Podemos apontar como exemplo as duas principais monitoras do projeto de extensão
universitária (Suelen Cristina Cordeiro [M1] e a autora desta pesquisa [P]), atuantes desde seu
início em 2016. As dúvidas, respostas, sucessos e fracassos fizeram parte das vivências de
OBJETIVO
MÉTODOS
RESULTADOS
Cerca de 1 mês antes do início das aulas do projeto de extensão foi divulgado para os
discentes da UNESP Bauru um convite para a atuação como monitores no “Dançando no
Escuro”. As pessoas que responderam a esse convite foram orientadas a participar grupo
de estudo, do workshop de atividades rítmicas e expressivas inclusivas, além de receberem
material de leitura e links de vídeos sobre a proposta.
A pesquisadora se disponibilizou para conversar sobre o tema, dialogando sobre as
possibilidades, e sanando dúvidas com relação a atuação dos monitores, finalidades da
pesquisa e do projeto de extensão. Dos mais de 20 discentes que entraram em contato e
se mostraram interessados no projeto, apenas 10 realmente participaram do workshop ou
visitaram as aulas. E desses 10, apenas 6 pessoas deram continuidade de forma provei-
tosa no projeto de extensão; sendo considerado para tal, a presença em 75% das ativida-
des do projeto - mesma porcentagem de presença aceita para aprovação nas disciplinas
da universidade.
Para as primeiras aulas a pesquisadora elaborou os planos de aula e os monitores
apresentaram suas opiniões, tanto antes da aplicação do plano, quanto após a aula durante
as reuniões pós aula. Nessas reuniões os monitores relataram as reações dos alunos ante
as atividades propostas, respostas motoras e sociais, as habilidades e dificuldades obser-
vadas por eles. Trazendo assim importantes contribuições para todo o grupo de monitoria
sobre como deveriam ser planejadas as próximas aulas. Afinal de contas, 1 professor pode
TABELA 1. Disposição dos planos de aula aplicados no projeto de extensão “Dançando no Escuro” (2018/2019), divididos
por monitor responsável pela elaboração e aplicação.
Planos de aula aplicados
Monitor responsável
Em Nº Em %
P 27 48%
M1 6 11%
M2 4 7%
QUESTÃO 3 - Percepção pessoal de felicidade na atuação: os 6 monitores afirmaram que a atuação no projeto de extensão os deixava felizes.
QUESTÃO 4 - Orientação prévia para atuação no projeto de extensão: 5 monitores relataram ter recebido orientação, e 1 monitor não recebeu
orientação pois se sentia seguro.
QUESTÃO 7 - Contato prévio com pessoas com deficiência: 3 monitores já haviam tido contato com pessoas com deficiência antes de participar do
projeto de extensão, e para os outros 3 foi o 1º contato direto.
QUESTÃO 11 - Percepção pessoal de capacitação em Educação Física Adaptada: No período da aplicação do questionário, 4 monitores se sentiam
capacitados, e 2 responderam que talvez estivessem capacitados.
QUESTÃO 12 - Contribuição da graduação na atuação: 5 monitores afirmaram que a graduação contribuiu para sua atuação no projeto de extensão,
e 1 negou essa contribuição.
FIGURA 2. QUESTÃO 6- Percepção pessoal do 1º contato com o projeto de extensão “Dançando no Escuro”.
DISCUSSÃO
• P: Ginga - Iza;
• M6: Dormi Na Praça - Bruno & Marrone;
• M3: Xote da Alegria - Falamansa;
• M4: Só Quer Vrau - Mc MM & Dj RD;
• M5: Let Me Sing - Raul Seixas;
As reuniões das 2 últimas aulas, foram palco de discussões das perspectivas dos alu-
nos sobre a participação deles no projeto de extensão, e como isso teve influência neles.
Para isso, as conversas foram direcionadas para alunos, e para as profissionais da APAE
que os acompanham. Os monitores mediaram o diálogo, trazendo os relatos de conversas
entre eles e os alunos, assuntos advindos das aulas do decorrer do projeto.
O principal ponto discutido foram as melhorias nos aspectos sociais dos participantes,
informação corroborada pelas profissionais da APAE. Trazendo nesse aspecto, como as
relações entre os alunos e os monitores do projeto de extensão estimulavam o interesse
dos alunos em permanecer nas aulas do projeto, e também eram assunto de interações
com outras pessoas fora da aula. As profissionais da APAE relataram, que os diálogos,
situações, e atividades discutidas em aula, eram repassados a outras pessoas do círculo
social dos alunos.
Os alunos, relataram a experiência de participar do projeto com expressões, frases e
ações, apontando e abraçando aquelas pessoas que fizeram a diferença em suas vidas, os
monitores do projeto de extensão.
A última aula com a participação da pesquisadora (40ª aula), não foi uma despedida, ou
um encerramento da proposta. Foi apenas o encerramento desta pesquisa. Os participantes
(alunos e monitores), estavam cientes da pesquisa, seu fim, e sabiam que a M2 assumiria
a coordenação. Como M2 já era uma pessoa conhecida no projeto de extensão, por seu
estágio durante a graduação, e pela coordenação compartilhada das aulas de 2019, ela foi
bem recebida pelos participantes e monitores. Após as 39 intervenções desta pesquisa, o
projeto de extensão “Dançando no Escuro” foi passado definitivamente para coordenação
de M2. Que seguiu com o programa de atividades rítmicas
e expressivas até o seu encerramento 3 meses depois, em julho de 2019.
Destaca-se que todos os monitores que participaram desta pesquisa partiram para es-
tudos relacionados a Educação Física Adaptada, agora voltadas as suas afinidades. Sendo
possível afirmar que as atividades rítmicas e expressivas são ferramentas de entrosamento,
podendo ser usadas como proposta para melhorar as relações sociais de seus alunos.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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dicionário Aurélio. 7ª impressão – Rio de Janeiro, 2002.
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MD1_SA5_ID 544_EXT_21042017235757.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2018.
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11. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
10.37885/201102287
RESUMO
Este estudo tem por objetivo investigar se existem e quais são as lutas e as artes marciais
praticadas ao som de músicas, e apontar as semelhanças no campo das gestualidades
entre estas práticas e a capoeira. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e análises de
imagens e vídeos, foram levantados elementos afins que apontam para a existência de
traços semelhantes entre algumas manifestações combativas, especialmente as geradas
na diáspora africana durante a escravidão, e a capoeira.
Para responder aos objetivos propostos e incrementar as análises, além do uso de fon-
tes bibliográficas convencionais fundamentadas na pesquisa bibliográfica e documental com
abordagem qualitativa, por meio de fontes primárias e secundárias, recorreu-se à utilização
de documentos em hipermídia, sintonizando a pesquisa acadêmica com as transformações
contemporâneas do campo científico.
As constantes evoluções na tecnologia da comunicação determinam a necessidade
de criar novos mecanismos de tratamento da informação (LADNER, 1996), aonde a internet
vem tornando-se gradativamente a mais importante ferramenta de pesquisa nas diversas
áreas de conhecimento (CLAUSEN, 1997).
Dentre outros materiais, foram obtidos vídeos na internet, por meio da busca em ende-
reços eletrônicos como o youtube, sobre diversas lutas, bem como documentários, trechos
de reportagens televisivas e outras referências significativas, apesar de serem “construções
realizadas sob a influência da sociedade em que se vive (e) se constituem em símbolos que
expressam a cultura e a consciência histórica dessa mesma sociedade” (CUNHA, 2002,
p. 68). Com esse material disponível, foi possível analisar os traços gestuais, simbólicos e
ritualísticos de práticas inseridas na diáspora africana.
Cabe salientar que é imprescindível selecionar, criticamente, o que estes mediadores
transmitem para a sociedade como real, pois são representações simbólicas sobre o mundo
construídas pelo homem contemporâneo que “dizem mais do que aquilo que mostram ou
enunciam, carregam sentidos ocultos, que, construídos social ou historicamente, se inter-
nalizam no inconsciente coletivo” (PESAVENTO, 2005, p. 41).
Por meio de tais produções, foi possível obter virtualmente registros fílmicos fidedig-
nos de manifestações de culturas distantes que há pouco tempo só eram vistas ou conhe-
cidas através de uma pesquisa de campo in locus. Ademais, a maioria dos programas de
De um modo geral, assim como a capoeira, as artes marciais surgiram como ferra-
menta para as lutas sociais. Seus praticantes precisavam desenvolver estratégias coletivas
de resistência cultural e de luta social em favor de seus interesses. As lutas expressavam,
portanto, o modus operandi do contexto onde foram criadas, e funcionavam como uma espé-
cie de “espelho” dos movimentos sociais, em que cada grupo transmitia às novas gerações,
filosofias próprias.
A música, incorporada às lutas, também servia como veículo para a transmissão destas
visões de mundo. Isso ocorre no Penjack Silat indonésio, no Kali filipino, no Muay Thai da
Tailândia, para citar apenas as lutas mais conhecidas. No entanto, existem muitas outras
lutas onde a música tem um papel fundamental.
Podemos ver a seguir algumas artes guerreiras de origem africana em que a luta,
a dança e a música se misturam em rituais temperados de componentes lúdicos, mági-
cos e religiosos.
Entre as lutas africanas de corpo a corpo (wrestling)1, talvez a mais popular seja a
Laamb, palavra do wolof que se traduz por “luta” (DESCH OBI, 2008, p. 82). Pode ser en-
contrada em países como Benin, Nigéria, Costa de Marfim, Togo, Gana, Burkina e Mali.
Cada luta dura apenas alguns minutos, mas é precedida por horas de preparação
física e espiritual, fanfarra e música. Há duas formas de Laamb: uma permite aos lutado-
res golpear um ao outro com as mãos nuas; a outra é mais acrobática, e não é permitido
bater. Em ambos os estilos, o vencedor tem que conseguir fazer com que o oponente caia
com os joelhos, ombros, ou as costas no chão.
Os praticantes têm seus treinadores, são organizados em equipes (muito semelhante
ao Sumô do Japão), e viajam pelas aldeias para desafiar novos lutadores. Normalmente são
da etnia Wolof e Mandinga, povo de religião predominantemente maometana, que vive na
parte norte da África ocidental, nos vales dos rios Senegal e Níger.
Cada lutador de Laamb tem seu próprio grupo de tocadores de tambor e fala freqüente-
mente com eles. Na noite anterior às competições, os bateristas constroem tambores novos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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10.37885/201102310
RESUMO
O estudo teve como objetivo realizar uma pesquisa do tipo estado do conhecimento em
dois periódicos científicos da área de futebol. Para tanto, as fontes selecionadas foram
artigos publicados em dois periódicos específicos da área do futebol, “Revista Brasileira
de Futebol” e “Revista Brasileira de Futsal e Futebol”, com intuito de investigar como a
questão da tática no futebol é discutida na área acadêmica. A partir dos Palavras-chave
optados na busca das respectivas revistas: “tática” e “tático”, foram elencados 30 artigos
científicos ligados à tática no futebol entre os anos de 2008 a 2015. O levantamento tam-
bém identificou 30 instituições envolvidas com a produção destes artigos. Dentre eles,
a análise tática, a inteligência tática e a valorização do treinamento técnico-tático foram
os aspectos mais abordados pelos autores. Já em relação aos pesquisadores consul-
tados nos artigos, os professores Greco, Garganta, Mesquita, Paoli e Costa constaram
como as fontes mais citadas que mais selecionadas para estudos sobre o aspecto tático
no futebol. Apesar disso, a tática enquanto objeto de estudo no campo acadêmico, nas
fontes selecionadas, apresenta uma condição incipiente quando se compara com ou-
tras estruturas componentes do futebol, tais como técnica, preparação física e iniciação
esportiva. A partir deste panorama, a aplicação de testes de avaliação da inteligência
tática no futebol brasileiro pode oferecer elementos fundamentais na busca de respostas
para corrigir deficiências no padrão de jogo dos atletas desde a base e contribuir para a
melhoria de desempenho do futebol brasileiro.
MATERIAIS E MÉTODOS
1 A Revista Brasileira de Futebol (The Brazilian Journal of Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu do Departamento de Educação
Física da Universidade Federal de Viçosa (UFV), cuja missão é divulgar informações científicas para a comunidade acadêmica na-
cional e mundial, bem como para profissionais e/ou estudantes que pretendam aprimorar o conhecimento técnico-científico nesta
modalidade. 2 Revista Brasileira de Futsal e Futeb
2 Revista Brasileira de Futsal e Futebol (RBFF) é uma publicação do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exer-
cício (IBPEFEX), é de periodicidade quadrimestral, com publicação de artigos científicos, fruto de pesquisas e estudos de cientistas,
professores, estudantes e profissionais que lidam com o Futsal, o Futebol e a Pedagogia do Esporte no sentido da aprendizagem, da
iniciação e do alto rendimento no âmbito do esporte, da educação e da sociedade.
O ano de 2013 foi o de maior produção científica, com 8 publicações. Dentre uma das
possíveis explicações podemos inferir que este ano, por ser anterior à Copa do Mundo,
estimulou o interesse de pesquisadores da área em escrever artigos específicos para o
universo do futebol.
Outro resultado que pode ser ressaltado é a constância do número de publicações,
sobre tática nos anos de 2010 a 2012, com o total de 4 artigos, assim como 2014, revelando
que o tema mantém seu espaço nas discussões científicas acerca do futebol.
Contudo deve se salientar que quando se compara a temática em questão com outros
temas abordados nas revistas nota se que tática não tem se configurado como um dos
principais interesses dos pesquisadores da área, pois temáticas como técnica, iniciação e
preparação física têm maior recorrência de publicação.
Este levantamento identificou 30 instituições envolvidas com a produção de artigos,
sendo elas universidades (23 no total, com uma estrangeira, a FADEUP, de Portugal), clubes
(3), uma Instituição e uma Secretaria Estadual. Também foi encontrada uma publicação com
o autor sem vínculo com uma instituição específica.
Quanto ao número de autores que publicaram artigos pelas instituições, observa- se
quantidade significativa na Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, com 15 pesquisa-
dores escrevendo por suas universidades, assim como na Universidade Federal de Viçosa,
de Minas Gerais, onde 12 pesquisadores estiveram envolvidos com artigos no universo da
tática no futebol.
Um ponto de interrogação em relação a este levantamento é o fechamento da
Universidade Gama Filho, de onde 15 autores estavam vinculados. Fato que gera certa
preocupação na quantidade de futuras pesquisas não apenas na parte tática do futebol,
como também no universo deste esporte como um todo.
Legenda: * OC = Ocorrências.
Dentre os autores mais citados nos artigos destaca-se Pablo Juan Greco, com 66
ocorrências, sendo 15 do livro Iniciação Esportiva Universal, com seus diferentes volumes
e títulos, em que o pesquisador aborda a importância da formação esportiva desde a esco-
la, desenvolvendo a criança no seu aspecto motor através da escolha mais adequada do
método de ensino que mais facilite a aprendizagem técnica e tática.
Dentro destes volumes, a obra mais citada pelos pesquisadores, com 8 ocorrências,
foi “Iniciação esportiva universal: metodologia da iniciação esportiva na escola e no clube”.
Neste estudo, Greco propõe um modelo de treinamento técnico-tático em diversas
modalidades esportivas, dentre elas o futebol, no intuito de ofertar aos jogadores um co-
nhecimento mais abrangente que apenas a execução do gesto técnico empregado em uma
situação, explicando o que fazer e como fazer, desenvolvendo sua capacidade de jogo.
O outro título, “Iniciação esportiva universal: da aprendizagem motora ao treinamento
técnico” também foi bem mencionado, com 5 citações ao todo.
Nessa obra, Greco enfatiza os diferentes princípios que norteiam a ação pedagógica
no processo de ensino- aprendizagem-treinamento no intuito de desenvolver as capacidades
psíquicas, técnica, socioambiental, biotipológica, tática e física do indivíduo, cuidando para
que seja respeitada nesse processo tanto a individualidade biológica quanto os conteúdos
psicossociais da criança.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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D F
Dança: 14, 352, 445 Familia: 233
G O
Gestação na Adolescência: 260 Obesidade: 83, 84, 88, 89, 92, 166, 230, 231,
424
Gestão de Empreendimentos: 169
P
Gordura: 88, 159
Percepção: 11, 25, 51, 105, 112, 129, 206, 364,
Gravidez na Escola: 260 365, 368, 390, 391, 400, 403, 433, 434, 435
Imagem Corporal: 28, 29, 39 Psicologia: 39, 68, 80, 104, 105, 209, 258, 306,
325, 337, 338, 400, 405, 406, 409, 410, 411,
Inclusão: 26, 38, 193, 197, 205, 260, 298, 340, 412, 413, 414, 415, 466
426
S
Inclusão de Mulheres: 260
Sexo: 87, 88, 89, 95, 99, 100, 241, 397, 398,
Inflamação: 159, 166 421, 430
Intervenção: 391 T
J Tática: 41, 42, 289, 412, 463, 470, 471
Jovens: 95, 265, 288, 330, 338, 373 Temporal: 151, 154, 268
M
Marketing: 54, 59, 68