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Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras

Monografia para obtenção do grau de Licenciatura em Química marinha

ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO POR NITRATO, COLIFORMES E CLORETOS NAS


ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DOS POÇOS RASOS E TUBULARES (TORNEIRAS) DO
BAIRRO CHUABO DEMBE - QUELIMANE

Autor:
João Tivane Ernesto Nguiraze

Quelimane, Abril de 2023


Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras

Monografia para obtenção do grau de Licenciatura em Química marinha

ESTUDO DA CONTAMINAÇÃO POR NITRATO, COLIFORMES E CLORETOS NAS


ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DOS POÇOS RASOS E TUBULARES (TORNEIRAS) DO
BAIRRO CHUABO DEMBE - QUELIMANE

Autor: Supervisora:

João Tivane Ernesto Nguiraze Lic. Paula C.M. Milice

_________________________

Quelimane, Abril de 2023


Dedicatória

Dedico este trabalho:


 À Deus, pois tem sido fonte de vida de todas coisas no planeta terra.
 Aos meus pais: Tivane Ernesto Nguiraze (em memória) e Elisa Aniva Tipa, pois tenho sido
fruto dos seus cuidados;

 Aos meus irmãos: Paulino, Filipa, Lémnica, Henriques, Alberto, George e Victoria;

 Aos meus filhos: Ernesto, Edvan e Gessinta.

“All the river run into the sea, yet the sea is not full.”
- Ecclesiastes, 1.7

I
Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela sabedoria e pelas forças, por me guiar e proteger para que eu
pudesse alcançar o meu objectivo, aos meus pais Tivane Ernesto Nguiraze em memoria e Elisa Aniva
Tipa por acreditar em me sempre e pelo apoio incondicional.

Agradeço a minha supervisora Lic. Paula Catarina Miguel Milice pela supervisão e confiança depositada,
apoio para a realização deste trabalho e que desde sempre mostrou disponibilidade em ajudar e pela
simpatia e paciência que marcou uma grande diferença até que este trabalho se tornasse realmente um
sucesso.

Agradeço ao Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Agua (FIPAG) pela colaboração,


apoio e por permitir a analise das amostras. Ao meu irmão colega parceiro Paulino Tivane Ernesto
Nguiraze pelos conselhos, apoios sempre quando estava a necessitar, a Malieta Carlitos e Ângela Adelino
pela motivação, pela ajuda científica, ao Edigar Martins, Arcenio Jalilo, Miguel Joaquim Miguel pelo
apoio e conselhos, e aos colegas do curso de Química Marinha (2018), o meu muito obrigado pela energia
e cumplicidade durante essa longa jornada. Agradeço a minha família pelo amparo, compreensão e que
sempre estiveram ao meu lado durante esta trajetória, em especial a minha irmã Filipa Tivane Ernesto
Nguiraze.

A todos docentes da ESCMC pelos ensinamentos e conhecimentos transmitidos ao longo dos quatro anos,
meu muito obrigado.

“Meu muito Obrigado a todos vós”

II
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Declaração de Honra

Eu João Tivane Ernesto Nguiraze, declaro por minha honra que este trabalho de revisão de literatura
intitulado estudo da contaminação por nitrato, coliformes e cloretos nas águas subterrâneas dos poços
rasos e tubulares (torneiras) do bairro chuabo dembe - quelimane é da minha autoria, nunca foi
apresentado na sua essência ou parte do mesmo para a obtenção de qualquer grau académico na
Universidade Eduardo Mondlane, Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras – Quelimane. O
conteúdo presente neste trabalho e resultado de leituras feitas em diferentes documentos relacionados
com a contaminação de poços raso e tubulares por coliformes cloretos e nitratos.

O autor:

________________________________________________
(João Tivane Ernesto Nguiraze)

Quelimane, Abril de 2023

III
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Resumo

A utilização da água dos poços Rasos no bairro Chuabo Dembe tem sido frequente, por falta de uma
Rede de abastecimento de água potável que possa suprimir a demanda populacional. No entanto, a água
dos poços não se apresenta em boas condições, facto este que levou ao estudo da contaminação por
nitrato, coliformes e cloretos nas águas subterrâneas no bairro Chuabo Dembe onde as amostras foram
retiradas a partir de sete poços comunitários, sendo 3 poços Tubulares (Torneiras) e 4 poços rasos do
bairro acima citado. Foram analisados parâmetros químicos e biológicos no laboratório do FIPAG da
cidade de Quelimane. Para a realização das análises químicas foram usados métodos de
Espectrofotometria de Absorção Molecular onde, utilizou-se o espetrofotómetro Hach DR 900, 361 N-
Nitrato HR AV para analise de nitratos, titulação com indicador para análise do cloreto, Potenciometria
com base no multiparâmetro HANNA para analise de pH. Para análise biológica foi usado o método
petrifilm, com o uso da membrana filtrante, isto é, placas de 3MTM PetrifilmTM. O presente estudo visa
avaliar o nível de contaminação por Nitratos, Cloretos e Coliformes nas águas subterrâneas do bairro
Chuabo Dembe. Através das análises feitas nos 7 poços foi possível constatar que alguns parâmetros
químicos como os nitratos, pH, Coliformes Fecais e E.coli estão dentro dos limites máximos admissíveis
para águas de fontes destinadas ao consumo público sem tratamento segundo o que vem estabelecido no
anexo I da lei 16/91 do Boletim da Republica (2004) que esta em vigor no país, com excepção dos
Cloretos na amostra do poço Raso 3 que apresentou concentração na ordem de 265,88 mg/l e análises
microbiológicas que demonstraram que todos os poços Tubulares e Rasos do bairro estão contaminados
por bactérias do grupo Coliformes Totais. Contudo, a água dos poços tubulares e rasos do bairro Chuabo
Dembe não estão em conformidade devido a contaminação por bactérias.

Palavras-chaves: Chuabo Dembe, água potável, parâmetros químicos.

IV
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Abstract

The use of water from shallow wells in the Chuabo Dembe neighborhood has been frequent, due to the
lack of a drinking water supply network that can suppress population demand. However, the water in the
wells is not in good condition, which led to the study of contamination by nitrate, coliforms and chlorides
in groundwater in the Chuabo Dembe neighborhood, where samples were taken from seven community
wells, 3 of which were Tubulars (Faucets) and 4 shallow wells in the aforementioned neighborhood.
Chemical and biological parameters were analyzed in the FIPAG laboratory in the city of Quelimane. To
carry out the chemical analysis, Molecular Absorption Spectrophotometry methods were used, where the
Hach DR 900, 361 N-Nitrate HR AV spectrophotometer was used for nitrate analysis, titration with
indicator for chloride analysis, Potentiometry based on the HANNA multiparameter for Ph analysis. for
biological analysis the petrifilm method was used, with the use of the filtering membrane, that is, 3MTM
PetrifilmTM plates. carried out in the 7 wells, it was possible to verify that some chemical parameters
such as nitrates, pH, Fecal Coliforms and E.coli are within the maximum admissible limits for water from
sources intended for public consumption without treatment according to what is established in Annex I
of Law 16 /91 of the Bolentim da Republica (2004) which is in force in the country, with the exception
of Chlorides in the sample from the 3 Shallow well, which showed a concentration of around 265.88
mg/l and microbiological analyzes that showed that all Tubular and Shallow wells in the neighborhood
are contaminated by bacteria of the Total Coliforms group. However, the water from the tubular and
shallow wells of the Chuabo Dembe neighborhood does not comply due to bacterial contamination.

Keywords: Chuabo Dembe, drinking water, chemical parameters.

V
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Lista de Figuras

Figura 1 - Ciclo Hidrológico (adaptado de UNESCO, 1992)…………………………………………10


Figura 2. Mapa de Moçambique (a direita), Província da Zambézia (a esquerda) e o Bairro chuabo
Dembe (por baixo). Fonte: Do autor…………………………………...………..…...…………………30
Figura 3. Garrafas de polietileno contendo água amostrada…………………………………..…. …. 35
Figura 4: a) Poço Raso 1 sem proteção sanitária, b) Poço Raso 3 sem proteção sanitária adequada, c)
Poço Raso 2 sem proteção sanitária adequada e d) Multiparâmetro HACK DR 900………………….50

VI
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Lista de Tabelas
Tabela 1.: Parâmetros microbiológicos e Quimicos ............................................................................... 14

Tabela 2.: Parâmetros microbiológicos e Quimicos ............................................................................... 15

Tabela 3. Localização geográfica dos poços rasos (4) e poços tubulares (3) amostrados para a ........... 19

colecta de água no bairro chuabo dembe. ............................................................................................... 19

Tabela 4. Ficha de cadastro de poços e fossas. ...................................... Error! Bookmark not defined.

Tabela 5. Resultados de Coliformes Totais, Coliformes Fecais e E. coli para amostra dos poços
Tubulares e Rasos do bairro Chuabo Dembe, cidade de Quelimane. ....................................................... 8

Tabela 6: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Tubular 1 ......... 22

Tabela 7: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos(ColiformesTotais, coliformes fecais e E.


coli) para poço Tubular 1 ........................................................................................................................ 23

Tabela 8: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Tubular 2 .......... 24

Tabela 9: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e E.


coli) para poço Tubular 2 ........................................................................................................................ 25

Tabela 10: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Tubular 3 ....... 26

Tabela 11: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Tubular 3 .................................................................................................................... 27

Tabela 12: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 1. .......... 28

Tabela 13: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 1 ........................................................................................................................ 29

Tabela 14: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 2. .......... 30

Tabela 15: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 2. ....................................................................................................................... 31

Tabela 16: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 3. .......... 31

Tabela 17: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 3. ....................................................................................................................... 33

Tabela 18: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 4. .......... 34

VII
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Tabela 19: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 4. ....................................................................................................................... 35

Lista de Abreviaturas

Abreviatura Significado
FIPAG Fundo de Investimento e Património de
Abastecimento de Agua
MISAU Ministério da Saúde
NO3- Nitrato (mg/L)

pH Potencial Hidrogeniónico

mg/L Miligrama por litro

eq. Equação

VMP Valor Máximo Permitido

CF Coliformes Fecais

FUNASA Fundação nacional de saúde

CT Coliformes Totais

OMS Organização Mundial de Saúde


E.coli
Escherichia coli
CETESB
Companhia Estadual de Tecnologia de
Saneamento Básico e controle de poluição das
águas

VIII
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Indice
CAPITULO I: INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS ................................. Error! Bookmark not defined.
1.1 Introdução ................................................................................. Error! Bookmark not defined.
1.2 Problematização........................................................................ Error! Bookmark not defined.
1.3 Hipóteses .................................................................................. Error! Bookmark not defined.
1.4 Justificativa ............................................................................... Error! Bookmark not defined.
1.5 Objetivos ........................................................................................... Error! Bookmark not defined.
1.5.1 Geral: ........................................................................................ Error! Bookmark not defined.
1.5.2 Específicos: ............................................................................... Error! Bookmark not defined.
CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA ................................. Error! Bookmark not defined.
2.1 Águas Subterrâneas .................................................................. Error! Bookmark not defined.
2.2 . Água dos poços e suas características .................................... Error! Bookmark not defined.
2.3 Água subterrânea e ciclo hidrológico ....................................... Error! Bookmark not defined.
2.4 Indicadores de contaminação das águas subterrâneas .............. Error! Bookmark not defined.
2.5 Bactérias do grupo coliforme como indicador de contaminação ............ Error! Bookmark not
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2.6 Sistemas de saneamento in situ ................................................ Error! Bookmark not defined.
2.7 Poluição e Contaminação das Águas Subterrâneas .................. Error! Bookmark not defined.
2.8 Nitrato na água.......................................................................... Error! Bookmark not defined.
2.9 Efeitos no consumo doméstico ................................................. Error! Bookmark not defined.
2.9.1 Parâmetros microbiológicos ..................................................... Error! Bookmark not defined.
2.9.2 Coliformes Totais ....................................................................... Error! Bookmark not defined.
2.9.3 Escherichia coli........................................................................... Error! Bookmark not defined.
2.9.4 Parâmetros químicos organolépticos ........................................ Error! Bookmark not defined.
2.9.5 Potencial de hidrogénio (pH) .................................................... Error! Bookmark not defined.
2.9.6 Cloretos ..................................................................................... Error! Bookmark not defined.
2.9.7 Efeito no uso doméstico ........................................................... Error! Bookmark not defined.
2.9.8 Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e seus riscos para a saúde
publica ................................................................................................. Error! Bookmark not defined.
2.9.9 Métodos alternativos de tratamento de água .............................. Error! Bookmark not defined.
CAPITULO III: METODOLOGIA .................................................... Error! Bookmark not defined.
3.1 Metodologia .............................................................................. Error! Bookmark not defined.
3.2 Caracterização da área de estudo .............................................. Error! Bookmark not defined.

IX
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

3.3 Geologia.................................................................................... Error! Bookmark not defined.


3.4 Pontos de amostragem .............................................................. Error! Bookmark not defined.
3.5 Cadastro de Poços Tubulares, Rasos e fossas na área de amostragem. ... Error! Bookmark not
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CAPITULO IV: MATERIAIS ............................................................. Error! Bookmark not defined.
4.1 Materiais do campo .................................................................. Error! Bookmark not defined.
4.2 Materiais laboratoriais .............................................................. Error! Bookmark not defined.
4.3 Trabalho do campo ................................................................... Error! Bookmark not defined.
4.4 Colecta e amostragem da Água de Abastecimento .................. Error! Bookmark not defined.
4.5 Análise laboratorial................................................................... Error! Bookmark not defined.
4.6 Analise químicas ........................................................................ Error! Bookmark not defined.
4.7 Determinação do pH e das concentrações de nitratos e Cloretos ............. Error! Bookmark not
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4.8 Determinação do pH ................................................................. Error! Bookmark not defined.
4.9 Determinação de Nitratos ......................................................... Error! Bookmark not defined.
4.9.1 Determinação de Cloretos ........................................................ Error! Bookmark not defined.
4.9.2 Análise microbiológica ............................................................. Error! Bookmark not defined.
4.9.3 Processamento dos dados ......................................................... Error! Bookmark not defined.
CAPÍTULO V: RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................. Error! Bookmark not defined.
5.1 Resultados e discussões ............................................................ Error! Bookmark not defined.
CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............. Error! Bookmark not defined.
6.1 Conclusões ................................................................................ Error! Bookmark not defined.
6.2 Recomendações ........................................................................ Error! Bookmark not defined.
CAPÍTULO VII: REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E ANEXOS ........... Error! Bookmark not
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7.1 Referencias bibliográficas ............................................................ Error! Bookmark not defined.
7.2 Anexos ...................................................................................... Error! Bookmark not defined.

X
Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

CAPITULO I: 1. INTRODUÇÃO E OBJECTIVOS

1.1. Introdução

A água pode sofrer variações químicas e biológicas nos sistemas de distribuição, fazendo com que a
qualidade da água da torneira do consumidor seja diferente da qualidade da água que sai da estação de
tratamento. Essas variações químicas e biológicas podem ser causadas pela qualidade química e biológica
da fonte hídrica, pela eficácia do processo de tratamento, pelas características do local de armazenagem
desta água, pela perda de integridade do sistema, e também pela falta de manutenção da rede (Freitas et
al., 2001) citado por (Gomes , 2019).

A água potável pode ser definida como água para consumo humano cujos parâmetros físicos, químicos,
microbiológicos e radioativos atendam ao padrão de potabilidade e não ofereça riscos à saúde, definido
pelos valores máximos permissíveis estabelecidos pela Portaria n° 518 do Ministério da Saúde (Brasil,
2004), garantindo com segurança, o fornecimento de água tratada de boa qualidade com concentrações
mínimas de constituintes, conhecidos por serem perigosos à saúde (D'Aguila et al, 2000).

O acesso à água potável e ao saneamento seguro continua a ser um dos maiores desafios em África e em
Moçambique, em particular, aplicam-se esforços para que mais pessoas tenham acesso á água potável.
Embora seja encorajado, o seu progresso contínuo lento, principalmente nas zonas rurais (Costa, 1987)
citado por (Uamusse, 2015).

Em Moçambique, a falta de controle na utilização da água subterrânea dificulta a obtenção de estimativa


isenta de erros significativos, mesmo assim, os dados disponíveis revelam que grande parte da população
vive na área rural (61%), cuja principal fonte para abastecimento de água nessas zonas são os poços
(Fernando, 2017).

Na zona rural, as principais fontes de água são os poços não protegidos, com 42% e água da superfície,
como por exemplo, rios e lagos. Por províncias, todas a região Sul, incluindo Manica e Sofala,
apresentam percentagens de fontes seguras de água para beber acima de 60%, enquanto as províncias da
região Norte, incluindo Zambézia e Tete, apresentam percentagens de água proveniente de fontes seguras
abaixo de 50% (Rosc, 2014).

João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 1


Estudo da Contaminação por Nitrato, Coliformes e Cloretos nas Águas Subterrâneas no Bairro
Chuabo dembe – Quelimane

Segundo Amaral (1996), os principais indicadores de contaminação fecal são as concentrações de


coliformes totais e fecais, expressas em número de organismos por 100 mL de água. A presença deles na
água não representa por si só um perigo à saúde, mas indica a possível presença de outros organismos
causadores de problemas à saúde. Por exemplo, as bactérias do grupo coliforme, em especial a
Escherichia coli, representa contaminação fecal recente e indica a possível presença de bactérias
patogênicas, vírus entéricos ou parasitas intestinais (Amaral et al., 2005) citado por (Capp et al., 2012).
Na área de estudo as comunidades são abastecidas em 100% por águas subterrâneas, captadas no aquífero
freático por poços rasos e tubulares (torneiras), e sem utilização dos sistemas de saneamento “in situ”
também em 100%.
O objectivo deste trabalho foi de estudar a contaminação das águas subterrâneas dos poços rasos e

tubulares (torneiras) do bairro chuabo dembe - quelimane.

1.2. Problematização
Devido à falta de água potável nas torneiras, nos últimos dias, milhares de habitantes de chuabo dembe
e Quelimane em geral têm andado em viaturas ou a pé, no centro da cidade, com baldes e outros
recipientes, à procura de alternativas. A maioria das pessoas consome água dos poços, que pode estar
contaminada sem ao menos passar por um tratamento.

A cidade de Quelimane apresenta uma rede de abastecimento de água conhecida como FIPAG (Fundo
de Investimento e Património do Abastecimento de Água), que é insuficiente para suprir toda a demanda
populacional existente na cidade (Issufo, 2019).No entanto há zonas onde essa empresa não consegue
abrangir, áreas como algumas localidades e postos administrativos. Dai que a população tem criado
fontes alternativas, como a abertura de furos ou poços para obtenção desse precioso líquido para realizar
as suas actividades no seu dia-a-dia principalmente nas zonas rurais (Fevereiro, 2018).No entanto, os
Poços rasos do bairro chuabo dembe não apresentam proteção sanitária e em outros casos esta proteção
é inadequada , o que pode facilitar a penetração de aguas contaminadas no interior dos Poços através do
pré-filtro.

A utilização da água dos poços no bairro Chuabo Dembe tem sido frequente, por falta de abastecimento
de água potável que possa suportar a demanda populacional.

João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 2


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Chuabo dembe – Quelimane

Entretanto a água dos poços não se apresenta em boas condições, facto este que levou ao estudo da
contaminação por nitrato, coliformes e cloretos nas águas subterrâneas dos poços rasos e tubulares
(torneiras) deste bairro.
A água pode sofrer variações químicas e biológicas nos sistemas de distribuição, alterando a qualidade
da água que chega à torneira do consumidor. Isso gera preocupação em todo o mundo, pois o consumo
de água imprópria afeta diretamente à saúde pública, pois a mesma serve de veículo de agentes
etiológicos de diversas enfermidades. (Gomes, 2019)
No entanto, uma parte da população do bairro chuabo dembe lançam dejetos nos poços e fazem o
fecalismo a seu aberto e o mesmo pode ser arrastado pelas chuvas ou mares para o curso de agua. O
consumo de água contaminada ou fora dos padrões mínimos de qualidade torna-se factor de risco e
agravos à saúde, devido à presença de seres patogénicos e ou elementos e substâncias químicas
prejudiciais (Capucci et al, 2001) citado por (Amaral et al.,2003).
A maior parte da população do bairro Chuabo Dembe, recorre a água dos poços para o consumo e
geralmente usa-se sem passar um processo de tratamento, estando deste modo, sujeitos a diversas
doenças.
Foi escolhido o bairro chuabo dembe da cidade de Quelimane para o estudo, por ser o barro onde a maior
parte das populações adquirem a agua para o consumo através dos poços rasos e tubulares e por sua vez
a mesma água não esta tratada ou sofreu alterações químicas e biológicas fora do padrão antes de chegar
ao consumidor.

1.1 Hipóteses
H0– A água do bairro chuabo dembe que chega às torneiras dos moradores, tratada e distribuída pela
Companhia FIPAG e a agua dos poços rasos não é potável de acordo com os padrões microbiológicos e
químicos exigidos pelo Ministério da Saúde.
H1– A água do bairro chuabo dembe que chega às torneiras dos moradores, tratada e distribuída pela
Companhia FIPAG e a água dos poços rasos é potável de acordo com os padrões microbiológicos e
químicos exigidos pelo Ministério da Saúde.

João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 3


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Chuabo dembe – Quelimane

1.2 Justificativa
As águas subterrâneas constituem importante fonte de abastecimento em recursos hídricos para a
população local de Chuabo Dembe, funcionando como uma única fonte de abastecimento, seja por meio
de poços rasos e/ou tubulares profundos consumindo estas águas nas inúmeras actividades humanas
(comercial e mesmo doméstica).
A população tem consumido essa água geralmente sem nenhum tratamento prévio, logo após a retirada
dos poços ou furos. Essas águas podem estar com concentrações elevadas de microrganismo e matéria
orgânica e inorgânicas com padrões não aceitáveis a qualidade de água para o consumo humano, que
pode causar problemas de saúde como a (diarreia, febre tifoide, alergia, mal de pacsson, cólera e ate
morte) a população (Fevereiro, 2018)

No dia 10 de agosto de 2022, verificou se a saída de águas de cor alaranjada nos poços tubulares
(Torneiras) pertencentes a companhia FIPAG na cidade de Quelimane por um período de
aproximadamente 4 horas depois deste período, a cor da agua começou a reduzir ate estar incolor.
portanto, sugere se que esta agua deve estar a receber algum tipo de contaminação, dai que houve a
necessidade de se fazer este estudo.

A disposição ou lançamento inadequado de resíduos nos corpos de água ou no solo, ou mesmo a falta de
manutenção e melhoria dos sistemas de saneamento podem acarretar a poluição das águas subterrâneas,
alterando sua qualidade e tornando-as inadequadas para determinados usos (Muchimbane, 2010). Citado
por (Fernando, 2017)

Conhecendo os teores de Nitratos, Coliformes totais e fecais e cloretos no chuabo dembe, permite
reflectir sobre os impactos do excesso ou défice fora dos limites estabelecidos e com base nisso decidir-
se ou reflectir melhor sobre o uso das águas para as actividades do consumo e para outros fins.

Os resultados e as conclusões deste trabalho serão úteis, pois servirão como base de dados para futuras
pesquisas e as entidades competentes principalmente na gestão e tomada de decisão sobre o uso
sustentável destas aguas, uma vez ainda, servirão de instrumento para sensibilizar a população local de
modo a praticar suas actividades sem comprometer a qualidade dessas águas.

João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 4


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Chuabo dembe – Quelimane

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral:

 Estudar a contaminação das águas subterrâneas dos poços rasos e tubulares (torneiras) do bairro
chuabo dembe - quelimane

1.3.2 Específicos:

 Determinar as concentrações de Nitratos, Cloretos, coliformes fecais (CF), coliformes Totais


(CT), Ph e sua relação com o saneamento do bairro em estudo;

 Comparar os resultados obtidos com os padrões estabelecidos pelo anexo I da lei 16/91, Boletim
da República (2004):

 Medir a profundidade dos poços e a distancia entre o poço e a fossa séptica ou latrina;

 Propor medidas e Métodos alternativos de tratamento de água de modo a minimizar os riscos de


contaminação extensiva por nitrato e coliformes fecais aos recursos hídricos subterrâneos.

João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 5


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CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Águas Subterrâneas

Água subterrânea é toda água que está armazenada abaixo da superfície da Terra, preenchendo os espaços
vazios intergranulares das rochas sedimentares, ou as fraturas, falhas e fissuras das rochas densas e que,
sendo submetida às forças de adesão e de gravidade, desempenha papel importante na manutenção da
umidade do solo, do fluxo dos rios, lagos e brejos. As águas subterrâneas constituem uma fase do ciclo
hidrológico, uma vez que participam de uma parcela da água precipitada (Brasil, 2019) citado por (Silva,
2019)

Entende - se por águas subterrâneas, as que, encontrando-se debaixo da superfície da terra, são ou podem
ser afloradas por acção do homem. As medidas para a sua proteção, uso e aproveitamento poderão incluir
as partes sólidas e líquidas dos aquíferos e, as zonas de proteção que sejam necessárias (Lei nº 16/91).

2.2 . Água dos poços e suas características

O poço é uma importante fonte de suprimento de água para consumo humano por populações que não
têm acesso à rede pública de abastecimento, (Araújo et al., 2013). As águas dos poços apresentam
características diferentes que variam de zona para zona, dependendo dos materiais geológicos em volta
dos aquíferos (Manassés, 2009) citado por (Issufo, 2019)

No início os poços eram simples escavações manuais de onde a água era retirada por meio de balde ou
similares (provavelmente exista em alguns locais). Na era da modernidade as técnicas e recursos da
engenharia evoluíram, e possível perfurar grandes profundidades e sistema de bombeamento permite a
plena utilização da capacidade dos poços (Baird, 2002)

As águas presentes nos aquíferos nunca são puras, contem substâncias dissolvidas, muito diluídas em
virtude do contacto das águas com os materiais geológicos onde ocorre a desmineralização do mesmo
provocando a saturação das águas (Manassés, 2009)

João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 6


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2.3 Saneamento básico e o tratamento de água

Saneamento básico pode ser definido como “o conjunto de procedimentos adotados numa determinada
região visando proporcionar uma situação higiênica saudável para os habitantes daquela localidade”
(Seckler,2017). Dentre as atividades adotadas para a manutenção do saneamento, podemos citar o
abastecimento das residências com água potável, o manejo de água pluvial, a coleta e tratamento de
esgoto, a limpeza urbana (coleta de resíduos) e o controle de pragas ou qualquer outro tipo de agente
patogênico Figura 1.

Figura1- O ciclo completo do saneamento básico.

Fonte: http: //www.csbhsalgado.com.br/noticias/saneamento-basico/ citado por (Gomes, 2019)

No que se refere ao abastecimento de residências com água potável, ou seja, aquela que consumimos
diariamente, é necessário que a mesmo passe por três estágios antes de chegar à nossa casa, sendo estes:
(1) a captação, (2) o tratamento e (3) a distribuição, passando através de uma rede de tubulações (Figura
2).

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Figura 2. Etapas do tratamento de água, da captação até a distribuição.

Fonte: http://server.pelotas.com.br/sanep/tratamento/ citado por (Gomes, 2019).

Para realização do abastecimento, o primeiro passo é a captação da água “bruta” realizada por intermédio
de adutoras em mananciais superficiais como lagos, rios e nascentes, ou subterrâneos como os poços a
qual segue para uma estação de tratamento de água, onde se inicia a segunda etapa na qual um agente
químico, geralmente sulfato de alumínio ou sulfato férrico, é adicionado à água para aglutinar as
partículas maiores de sujeira (argila, por exemplo) por meio de um processo denominado coagulação. Os
pedaços de madeira e galhos são removidos por telas que impedem a passagem destes (Gomes, 2019).

Prosseguindo, na etapa de floculação, que ocorre em um tanque de concreto com água em movimento,
as partículas se aglutinam em “flocos” maiores. Nos próximos tanques, os de decantação ou
sedimentação, as partículas grandes de sujeira se encaminham para o fundo por ação da gravidade,
formando o “lodo”, que é separado da água (Seckler, 2017) citado por (Gomes, 2019). As sujeiras
menores são retidas posteriormente no processo de filtração, onde a água passa por filtros de carvão,
areia e pedaços de rochas de diferentes tamanhos.

Na etapa de desinfecção, microrganismos são removidos da água por meio da utilização de cloro ou
ozônio. Esta parte é necessária para a redução da carga microbiana na água e consequentemente
prevenção da ocorrência de doenças na população. Por fim, a fluoretação, destinada à prevenção da
incidência de cáries, é realizada, e, ao final do processo, a correção do pH da água com cal hidratada
ajuda a corrigir o pH, reduzindo a corrosividade da água para que tubulações de distribuição não sejam
danificadas (Gomes, 2019).

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Depois deste longo caminho e de sua análise em laboratório para que se atestem os parâmetros que a
classificam como potável, a água é distribuída por uma rede de distribuição. É válido ressaltar que quanto
pior a qualidade da água bruta recolhida na fonte, maior será o esforço para o tratamento da água (Seckler,
2017) citado por (Gomes, 2019).

2.4 Indicadores de contaminação das águas subterrâneas

Existem vários parâmetros para análise da qualidade de água, desde os físicos - cor, turbidez,
condutividade eléctrica, sabores e odores, químicos - pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro e manganês,
nitrogénio, fósforo, fluoretos, oxigénio dissolvido, e biológicos coliformes totais e fecais, vibrio cholerae,
etc. (OMS, 2008).

A urbanização é uma fonte geradora de contaminação, especificamente em áreas onde não há saneamento
ambiental e onde o esgoto é tratado "in situ' por cada morador. Nestes casos, os nutrientes e os organismos
fecais estão entre os principais tipos de contaminantes (Jackson, 1 980).

2.5 Bactérias do grupo coliforme como indicador de contaminação

Segundo Foster et al (1986), as fezes humanas podem conter até quatro tipos de organismos patogênicos:
ovos de helmintos, protozoários, bactérias e vírus. As bactérias e vírus, devido ao seu tamanho, são
facilmente filtrados pelo solo, podendo ser transportados através do efluente que infiltra a partir do
sistema de disposição "in situ" dos esgotos domésticos em direção às águas subterrâneas. O contágio ou
não de um indivíduo, dependerá da concentração e persistência do organismo patogênico no aquífero e
da dose infeciosa necessária para iniciar a doença (Feachem et al., 1983).

Conforme Gerba; Goyal (1985), os tipos mais comuns de bactérias patogénicas associadas às excretas
são: Salmonella, que pode ocasionar doenças como a febre tifoide, a paratifóide e a salmonelose;
Shioella, que pode levar à desinteria bacilar; Vibrio cholerae que ocasiona a cóleÍa e CamÞvlobacter,
reconhecida recentemente devido à gastroenterite aguda com diarréia. Entre os vírus mais de 100 tipos
diferentes podem estar presentes nas excretas, como é o caso do vírus da Hepatite A e o Poliovírus que
transmitem a hepatite infecciosa e a poliomielite, respectivamente.

Segundo Geldreich (1978), as bactérias do grupo coliforme demonstraram ser os organismos indicadores
de poluição mais adequados. Os indicadores mais comumente utilizados são, principalmente, os
coliformes fecais ou termotolerantes. Os coliformes estão presentes nas fezes de animais de sangue

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quente, não sendo, entretanto, patogênicos. Sua presença indica a contaminação das águas por excretas,
que podem conter microrganismos patogénico.

2.6 Poluição e Contaminação das Águas Subterrâneas

A contaminação seria toda a introdução sólida ou líquida, efectivada em um ambiente hidrológico, como
resultado da actividade humana, e a poluição, estaria reservada a situações onde as concentrações de
contaminantes atinjam níveis perigosos.(Rosa Filho et al. 1998) citado por (Fernando, 2017).

De acordo com a CETESB (2019) citado por (Silva, 2019), as principais fontes de contaminação das
águas subterrâneas incluem os lixões, aterros sanitários mal planejados, acidentes com substâncias
tóxicas, atividades inadequadas de armazenamento, manuseio e descarte de matérias primas, efluentes e
resíduos industriais: como indústrias químicas, petroquímicas, metalúrgicas, eletroeletrônicas,
alimentícias, atividades mineradoras que expõem o aquífero; além da irrigação de lavouras — que pode
aumentar a lixiviação de contaminantes para a água subterrânea — e outras fontes dispersas de poluição
como os cemitérios

2.7 Nitrato na água

Os nitratos são muito solúveis em água, sendo a forma mais oxidada e estável do nitrogénio na água. Nos
corpos de água está geralmente presente em concentrações moderadas como metabolito natural do
processo de nitrificação (conversão da amónia ou nitrito para nitrato).

As principais fontes de poluição são os adubos de solo, esgotos sanitários humanos e animais, e ainda a
deposição atmosférica (Nieweglowski, 2006).

2.8 Efeitos no consumo doméstico

O consumo de água com concentrações elevadas de nitrato pode causar meta-hemoglobinemia


(Nieweglowski, 2006). A presença de nutrientes na água faz parte dos ciclos normais da natureza, sendo
que para a maioria dos nutrientes vegetais, não têm sido relatado problemas em relação a níveis
excessivos. O problema de contaminação fica restrito a alguns micronutrientes e, principalmente, aos
macronutrientes como nitrogénio e fósforo.

Das diversas formas de nitrogénio presentes no solo, à amónia (NH3) e em especial o nitrato (NO3),
podem ser causas da perda de qualidade da água. Sendo que, a amónia quando presente na água é

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altamente letal aos peixes, pela toxicidade que representa para este grupo da fauna; quando originada no
solo ou aplicada via fertilizantes essa molécula tende a ser convertida a amónio (NH4+) e este por sua
vez é convertido a nitrato por meio de processos microbianos (Baird, 2002).citado por (Fernando,
2017).Os nitratos resultam da degradação microbiana de substâncias orgânicas nitrogenadas, como
proteínas, a iões amónio (NH4+), os quais são biologicamente oxidados para nitratos através do processo
de nitrificação, que ocorre em duas etapas:

As duas reações são levadas a efeito por diferentes bactérias as nitrossomonas e as nitrobactérias. Ambos
são organismos aeróbios. Algumas plantas e bactérias podem reduzir nitratos a nitritos, mas como o
nitrito é facilmente oxidado para nitrato, a concentração de nitritos em águas superficiais é geralmente
reduzida (geralmente inferior a 0,3 mg de nitrogénio nitrito/mL) (Cavalcanti, 1996).

Observa-se que a (OMS, Diretrizes para a Qualidade da Agua Potavel, 2008) e o (MISAU, Boleim da
Republica, 2004), prevê que a máxima concentração estabelecida de nitrato (NO3-), para consumo
humano, em águas subterrâneas, é de até 50 mg/L (≈11 mg/L de NO3-N).

As águas subterrâneas apresentam geralmente teores de nitrato no intervalo de 0,1 a 10 mg/L, porém em
águas poluídas os teores podem chegar a 1.000 mg/L. Níveis elevados de nitratos indicam ainda
contaminação por disposição inadequada de dejetos humanos, industriais ou de indústrias alimentícias,
além do uso de fertilizantes nitrogenados na agricultura (Baird, 2002) citado por (Fernando, 2017)

2.8.1 Parâmetros microbiológicos

São aqueles que servem como indicadores de contaminação por bactérias ou vírus em águas, podem ser
as bactérias do grupo dos coliformes fecais e coliformes totais. Toda a água destinada ao consumo
humano fornecida por uma rede de distribuição ou por um camião ou navio cisterna e a utilizada numa
empresa de indústria alimentar submetida a um controlo inicial e periódico deve respeitar a análise
microbiológica de: Coliformes totais, coliformes fecais, Vibrio cholerae.

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2.8.2 Coliformes Totais

São grupos de bactérias gram-negativas, que podem ou não necessitar de oxigénio aeróbias ou anaeróbias,
que não formam esporos, e são associadas à decomposição de matéria orgânica em geral, além de serem
encontradas nas fezes de animais de sangue quente. As bactérias do grupo coliformes são utilizadas como
indicadores de contaminação bacteriológica da água (Freitas, 2004). O valor máximo admissível desta
bactéria é de 0/ml de amostra de água o que quer dizer que na água esta bactéria deve estar ausente.

2.8.3 Escherichia coli

A E. coli é uma bactéria do grupo dos coliformes fecais também chamados de coliformes termotolerantes
pois toleram temperaturas acima de 40ºC e reproduzem-se nessa temperatura em menos de 24 horas. É a
principal bactéria do grupo de coliformes fecais, sendo abundantes nas fezes humanas e de animais de
sangue quente. É a única que dá garantia de contaminação exclusivamente fecal (Freitas, 2004) citado
por (Sidumo, 2017) .O valor máximo admissível desta bactéria é de 0/mL de amostra de água o que quer
dizer que na água esta bactéria deve estar ausente.

Para o controlo de rotina deve-se efectuar a análise de coliformes totais. Para a água destinada ao
consumo humano sem tratamento respeitam-se os coliformes totais, fecais e Vibrio cholerae para
qualquer tipo de controlo (inicial, rotina, periódico e excepcional).

2.8.4 Parâmetros químicos organoléticos

Os parâmetros químicos que devem ser objecto de análise no controlo inicial, rotina, periódico e
excepcional da água destinada ao consumo humano fornecida por uma rede de distribuição ou por um
camião ou navio cisterna e a utilizada numa empresa de indústria alimentar submetida ou não a um
tratamento inclui os Cloretos, nitratos, pH e muitos outros parâmetros.

2.8.5 Potencial de hidrogénio (pH)

O pH, ou Potencial de Hidrogênio, representa a concentração de íon Hidrogênio, indicando a condição


de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água. Este processo é medido através do aparelho pHmetro,
que deve ser previamente calibrado (Von Sperling, 2005) citado por (Silva, 2019)

O pH é uma medida que determina se a água é ácida ou alcalina, variando de 0 a 14, a partir dos seus
valores indica quando uma solução aquosa é ácida (pH 7).

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Trata-se de um dos parâmetros mais importantes e frequentemente utilizados na análise da água e deve
ser acompanhado para melhorar os processos de tratamento e preservação das tubulações contra
entupimento. As águas subterrâneas tendem a ser neutro solução tampão, mas, alto pH deve-se ao CO3 e
baixo pH ao SO4 normalmente (Bastos, 2013).

Cloretos

Os cloretos, geralmente, provêm da dissolução de minerais ou da intrusão de águas do mar, e ainda


podem advir dos esgotos domésticos ou industriais. Em altas concentrações, conferem sabor salgado à
água ou propriedades laxativas (FUNASA, 2014).

O cloreto é um dos aniões presentes em grande quantidade na água, e pode dar uma ideia do seu grau de
salinidade. A sua presença na água é devida à contaminação por águas de esgotos, sendo que cada pessoa
expele através da urina cerca 6 g de cloreto por dia (Self, 2010) citado por (Boana, 2011).

O cloreto é um dos aniões mais comuns em águas naturais, nos esgotos domésticos e em despejos. Em
água potável, o sabor produzido pelo ião 𝐶𝑙− varia em função da sua concentração como também da
composição química da água. Não são prejudiciais à saúde do homem, porém conferem sabor salgado à
água. Em altas concentrações podem trazer restrições ao sabor da água, além de interferir negativamente
no equilíbrio hidroeletrolítico dos organismos aquáticos.

Dejetos humanos e de animais possuem teor elevado de cloreto, devido ao cloreto de sódio ser um
ingrediente comum nas dietas e passar inalterado pelo sistema digestivo. Nas estações de abastecimento
de águas, a presença de concentrações anormais de cloreto é um indício desse tipo de poluição. Em águas
para consumo humano, os cloretos alteram sabor são, principalmente, os de sódio, potássio e cálcio, e a
concentração de cloretos está directamente associada à alteração de sabor da água. Beber água com níveis
elevados de cloreto pode causar problemas das artérias. Uma vez que as artérias estão comprometidas, o
colesterol LDL pode unir-se as suas paredes, levando à aterosclerose e doenças cardíacas (OMS, 2011)

2.8.6 Efeito no uso doméstico

O cloreto provoca sabor salgado na água, sendo o cloreto de sódio o mais restritivo por provocar sabor
em concentrações da ordem de 250mg/L, valor este que é tomado como padrão de potabilidade (Costa,
1987).

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2.8.7 Parâmetros de qualidade de água destinada ao consumo humano e seus riscos


para a saúde publica

Parte A - Para a água tratada destinada ao consumo humano fornecida por sistemas de abastecimento
público, redes de distribuição, camiões ou navios cisternas, ou utilizada numa empresa da indústria
alimentar.

Tabela 1.: Parâmetros microbiológicos e Químicos


Fonte: (MISAU, Boleim da Republica, 2004)

Parâmetros Limite máximo Unidades Riscos para a Saúde


admissível Pública
Coliformes totais Ausente NMP* /100 ml N.°de Doenças
colónias/ 100 ml gastrointestinais
Coliformes fecais Ausente NMP*/100 ml N.° de Doenças
colónias/100 ml gastrointestinais
E.coli Ausente 1000 ml Doenças
gastrointestinais
Ph 6,5-8,5 Sabor,corrosão,
irritação da pele
Nitrato 50 mg/l Reduz o O2 no sangu
Cloretos 250 mg/l abor desagradável e
corrosão
(NMP): Número Mais Provável

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Parte B-Para a água destinada ao consumo humano fornecida por fontes de abastecimento público sem
tratamento.

1 - Parâmetros microbiológicos e Químicos

Tabela 2.: Parâmetros microbiológicos e Químicos


Fonte: (MISAU, Boleim da Republica, 2004)

Parâmetro Limite máximo admissive Unidades


Coliformes totais - NMP*/100 ml N.° de
colónias/100 ml
Coliformes fecais 0-10 NMP*/100 ml N.° de colónias /
100 m
E.coli Ausente 1000 ml
PH 6,5-8,5
Cloretos 250 mg/l
Nitrato 50 mg/l

2.8.8 Métodos alternativos de tratamento domiciliar de água

Filtros de areia

É comum a previsão de uma camada de carvão vegetal, na parte inferior do filtro de areia, com o objetivo
de adsorver compostos responsáveis pela presença de sabor ou odor. Nesses, a eficiência da limpeza do
filtro é primordial para seu funcionamento adequado.Além dos filtros mencionados, há atualmente no
mercado uma ampla gama de unidades domiciliares de tratamento de água, que associam filtração e
processos de desinfecção a uma variedade enorme de aparelhos domiciliares de filtração (MISAU, 2006).

Pesquisa recente desenvolvida com o objetivo de avaliar a eficiência microbiológica de dez unidades
domiciliares de tratamento de água, empregando água desclorada contaminada com esgotos sanitários,
apontou algumas conclusões interessantes.

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Entre as unidades domiciliares de tratamento de água avaliadas, apenas dois filtros – um de gravidade e
outro de pressão – e uma unidade com radiação ultravioleta atenderam aos padrões de potabilidade de
água para consumo humano nos quais as análises se basearam, constantes na Portaria no 36/1990 do
Ministério da Saúde (BORGES, 2000) citado por (MISAU, 2006)

Figura 3 – Esquema de um filtro doméstico de areia. Fonte : (MISAU, 2006)

Desinfeção

processo de desinfecção foi iniciado com o cloro com a aplicação do hipoclorito de sódio (NaOCl) na
água, era empregado somente em casos de epidemias e somente a partir de 1902 a cloração foi adotada
de maneira contínua (FUNASA, 2014). O cloro é o biocida mais empregado devido à eficiência, custo,
quantidade necessária do reagente, facilidade da operação, segurança etc. Determinados microrganismos,
como amebas e giárdias, que causam diarreias, resistem ao cloro, sendo, portanto, necessário, filtrar a
água de beber e lavar bem os alimentos que são consumidos crus (Brito et al., 2007) citado por (Gomes,
2019).

Com ausência de um sistema de tratamento de água e onde não há disponibilidade de utilizar cloração
ou filtração, a fervura da água serve como outra medida domiciliar que é eficaz no tratamento da água.

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Este método é bastante antigo, seguro e deve impor na população para ser adotado principalmente em
épocas de surtos epidêmicos ou de emergência (FUNASA, 2006).

Segundo a Funasa (2007), a cloração deve ser feita no local utilizado para o armazenamento (reservatório,
tanque, pote, filtro, jarra etc.) aplicando o hipoclorito de sódio a 2,5% nas seguintes dosagens: (Tabela
3).

Tabela 3. Manual de desinfecção de água para o consumo humano com adição de hipoclorito de sódio
a 2,5%.

Volume de agua Hipoclorito de sodio a 2.5 % Temp de contato

Dosagem Medida pratica

1000 litros 80ml 2 copinhos de


café(Descartaveis )
30 minutos
150 litros 12ml 1 colher de soupa

20 litros 1,6ml 40 gotas

1 litro 0,08 ml 2 gotas

Fonte: (Gomes, 2019)

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CAPITULO III: METODOLOGIA

3.1 Metodologia

As metodologias para análises de água estão descritas no “Standard for the Examination of Water and
Wasterwater”,1985.

3.2 Caracterização da área de estudo

O bairro de Chuabo Dembe localiza-se na cidade de Quelimane. Possui uma superfície total de 72 há que
representa cerca de 11.1% da superfície: norte: Manhaua B, Micajune A e Micajune B, Sul: Inhangome,
Bairro da liberdade e Mirazane, Este; 7 de abril ivagalanesangariveira. A cidade de Quelimane é a capital
da Zambézia e a maior cidade da província, está localizada junto do rio dos Bons Sinais, a cerca de 20
km do Oceano Índico e é limitada a norte, sul, este e oeste pelo distrito de Nicoadala, possuindo uma
superfície de 122 km2 e uma população de aproximadamente 193,343 habitantes. O distrito conta com
um porto fluvial com cais e infraestruturas adaptadas à navegação marítima de grande tonelagem. O
porto é um dos principais impulsionadores de suas atividades económicas, sendo, portanto, um
importante centro de uma indústria pesqueira; posicionando se em quarto lugar a nível do país (INE,
2011 e MuniSAM, 2013) citado por (Alfredo, 2016).

Clima

O clima é do tipo tropical húmido, a temperatura média do distrito é de 25,7ºC, podendo registar
temperaturas máximas de 42,1ºC e mínimas de 10,3ºC. A precipitação média mensal é de 72,1 mm.
Estando na região costeira, nela encontram-se de forma predominante barras costeiras, zonas muito
depressionárias (baixas), mangais e uma extensa planície ao lado do rio Mucelo. Os solos da planície
consistem de argila pesada com propriedades de dilatação e contração, sendo mal drenados e,
consequentemente, durante a estação das chuvas grande parte das planícies ficam alagadas (Scholten,
1987 e INE, 2011) citado por (Alfredo, 2016).

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Figura 4. Mapa de Moçambique (a direita), Província da Zambézia (a esquerda) e o Bairro chuabo


Dembe (por baixo). fonte: do autor.

3.3 Pontos de amostragem

Foram definidos 7 pontos de amostragem, que foram avaliados no mês de agosto de 2022, como ilustra
na figura 4, onde as coordenadas estão patentes na tabela 4.

Tabela 4. Localização geográfica dos poços rasos (4) e poços tubulares (3) amostrados para a
colecta de água no bairro chuabo dembe.

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Georreferenciamento (GPS)

Poços de colecta de Latitude S Longitude E

amostras de agua

Poço raso 1 17º52.566٠ 36º51.522٠

Poço raso 2 17º52.539٠ 36º51.483٠

Poço raso 3 17º52.061٠ 36º51.514٠

Poço raso 4 17º52.232٠ 36º51.653٠

Poço tubular 1 17º51.994٠ 36º51.613٠

Poço tubular 2 17º52.122٠ 36º51.452٠

Poço tubular 3 17º52.294٠ 36º51485٠

Total 7 poços

3.4 Cadastro de Poços Tubulares, Rasos e fossas na área de amostragem.

Foram cadastrados no total 40 poços, dos quais 15 poços tubulares e 25 poços rasos (privados e públicos)
de água existentes na área de estudo, os quais foram georreferenciados usando Ground Position System
– GPS. Além disso, durante o cadastramento foi aplicado um tipo de formulário no campo para se obter
informações básicas de características dos poços.

Durante a realização do cadastro, foi efetuada entrevista a comunidade para a descoberta dos poços em
funcionamento, onde, foi possível notar que 10 poços Rasos e 5 Tubulares não estão em funcionamento.

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CAPITULO IV: MATERIAIS

3.5.Materiais do campo

Tabela 6: representa os materiais usados no campo.

Materiais Funções
GPS IIIPLUS para a localização

Máquina fotográfica para registo de imagem

Colman (caixa térmica com gelo) Para conservar as amostras

Garrafas de polietileno de 500 ml Para coletar as amostras de agua

Balde de polietileno de 5l Para a captação da agua nos Poços

Etiquetas Para a rotulagem das garrafas

Caneta Para as anotações

Fita métrica Para a medição da profundidade e a distancia entre


o poço e fossa

3.6.Reagentes usados

Reagentes Funções

Nitratver reagent Determinação dos Nitratos

acido etilenodiamino tetra-acético (EDTA) Determinação dos Nitratos

Cromato de potássio (K2CrO4); Determinação dos cloretos

Nitrato de prata AgNO3. Determinação dos cloretos

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3.7.Materiais laboratoriais

Materiais Funções

Placas de 3MTM Petrifil MTM Foram usados para a determinação dos coliformes
totais e Escherichia coli
Água destilada
Usou se na lavagem dos materiais

Photometer (HACH DR 900) Para a determinação dos indicadores químicos


nitratos
Papel de alumínio
Foi usado para embrulhar e conservar as amostras
Bico de bunsen
Para determinar os nitratos
Multiparâmetro HANNA
Para a determinação de p H

Pipetas graduadas (1,00 ml, 2,00 ml) Para pipetar a solução

Balões de fundo raso (50 ml, 100 ml,);

Incubadora Para a incubação da membrana filtrante ou placas


de 3mtm petrifil mtm

Cuvetas de 25 e 10 ml Para medir a amostra na determinação dos nitratos

Erlenmeyer Para a determinação dos cloretos

Bureta Foi usado para fazer a titulação

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3.8.Trabalho do campo

O trabalho do campo consistiu no mapeamento do local do estudo, seleção de 4 poços rasos e 3


Tubulares(Torneiras) e a colheita das amostras de água para a determinação dos parâmetros. Fez se o
cadastramento dos poços para conhecer a distribuição de poços, conhecendo também se usa algum
método de tratamento onde foi possível notar que a população local não usa nenhum tratamento. Foram
medidos in situ os parâmetros como a profundidade e a distancia entre o poço e a fossa séptica ou latrina.
Não foi possível a medição de profundidade dos poços Tubulares e a distancia entre o poço e a fossa
séptica. Não foi possível a medição da profundidade dos poços tubulares( torneiras).

Tabela 6. Representa os valores de profundidades dos poços rasos, distancias entre o poço e a
fossa/latrina e as Formas de captação da agua.
Parâmetros Poços rasos
Poço raso 1 poço raso poço raso poço raso 4 Formas de
2 3 captação da agua
Profundidade do 3,4 m 3,7m 2,8m 2,2m
poço Manual com balde
Distancia entre o 8m 20m 7m 11m
poço e fossa

Para a medição das profundidades dos poços rasos, foi fixado uma pedra de aproximadamente 2kg junto
a fita métrica e de seguida, foi introduzido lentamente no poço ate a região profunda do poço e procedeu
se a leitura da profundidade.

4.1 Colecta e amostragem da Água de Abastecimento

Foi feita uma saída do campo no dia 19 de agosto de 2022 tendo realizado a colecta das águas
subterrâneas de poços residenciais rasos e tubulares usando como amostrador um balde de polietileno,
previamente lavado para a colecta da amostra. A captação da água dos poços foi feita com auxílio de um
balde e posteriormente introduzida nas garrafas. A amostragem foi feita obedecendo os critérios descritos
pela (FUNASA, 2004).

Cada amostra foi mantida num recipiente de polietileno de 500 ml, previamente lavados em água da
torneira e uma solução de detergente alcalino de 0,1%, enxaguado com água quente de modo a retirar

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todo detergente e enxaguados no final com água destilada. No campo os frascos foram lavados com a
própria amostra antes da colecta.

Os frascos foram devidamente etiquetados e embrulhadas com papel alumínio para preservação dos
componentes químicos. As amostras foram identificadas de acordo com o tipo de poço, hora da colecta
e foram, conservadas em caixa térmica (isopor) com gelo a 4oC, e encaminhadas ao laboratório da FIPAG
para análise química e biológica.

A B

Figura 5. Representa a medição da profundidade do poço a esquerda (A) e as garrafas de polietileno


contendo água amostral a direita (B).

4.2 Análise laboratorial

Determinação do pH e das concentrações de nitratos e Cloretos Nos 7 poços foram avaliados os


parâmetros relacionados à pH, nitratos, cloretos, coliformes totais e termotolerantes (Escherichia coli).

Os parâmetros para análise foram escolhidos de acordo com a exigência do anexo I da lei 16/91, Boletim
da República (2004) e de acordo com a existência dos aparelhos/materiais no Laboratório de Química e
Microbiologia da FIPAG, bem como pela disponibilidade de reagentes necessários para a realização das
análises no mesmo.

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Após a colecta, as amostras foram levadas para o laboratório, onde foram determinadas as concentrações
de Nitratos, Ph, Cloretos, e Coliformes fecais e totais e, usando o aparelho colorímetro portátil (Hach DR
900) moderno controlado por microprocessadores, pHmetro e titulométricos com indicador
respectivamente onde a análise colorímetro é baseada principalmente na medição da intensidade de cor.
A luz de uma lâmpada fluorescente, que tem como fonte de emissão um díodo emissor de luz (LDE) é
passada através de um tubo de ensaio contendo a amostra, e a luz detectada pela uma fotocélula é exibido
como uma resposta digital.

Para a determinação dos indicadores químicos nitratos usou-se um multi parâmetro de marca HACH. As
análises foram feitas seguindo os procedimentos técnicos descritos no manual de instruções (Photometer
Hach DR 900).

4.3 Determinação do pH

O pH das amostras foi verificado pelo método potenciométrico, utilizando um instrumento chamado pH-
metro, marca HANNA. Antes de se proceder com preparo das amostras para a determinação das
concentrações de nitratos, Cloretos e coliformes, foi necessário separar uma porção de amostras para se
determinar o pH das amostras, O Multiparâmetro usado possui uma precisão de ±0.2 mV, ± 0.01 pH, ±
0.002 pH e resolução de 0.001 pH, 0.01 pH, 0.1 mV. Para proceder com a leitura, o aparelho foi ligado
e após sua estabilização térmica e elétrica, os elétrodos foram lavados com água destilada e secos com
papel absorvente, para que se pudesse fazer a calibração com solução tampão, de pH conhecido. Após
calibração, os elétrodos foram novamente lavados com água destilada, sendo então introduzidos na
amostra, desse modo, possibilitando a verificação da leitura de pH no visor do pH-metro (FUNASA,
2009) citado por ( Marlon et al.,2020).

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Figura 6: Representa o multiparâmetro HANNA que foi usado para a medição do Ph Fonte: (Miguel, 2022).

4.4 Determinação de Nitratos

Para determinar as concentrações de nitrato foi usado o método de Espectrofotometria de Absorção


Molecular onde, utilizou-se o fotómetro Hach DR 900 de feixe simples cujo item para a análise foi o361
N-Nitrato HR AV respectivamente. Numa cuvete de 25 mL foram medidos 10mL da amostra e essa
mesma amostra foi transferida para uma cuvete de 10mL, em seguida colocou-se a cuvete no orifício de
medição do fotómetro, premiu-se o botão ZERO para calibrar o aparelho de medição.

Depois de calibrar o aparelho retirou-se a cuvete do orifício de medição. Numa cuvete de 10mL contendo
amostra adicionou-se o reagente em pó (nitratver reagent e ácido etilenodiamino tetra-acético(EDTA))
directamente na cuvete contendo amostra, fechada bem a cuveta com a tampa misturou-se o conteúdo
agitando para homogeneizar, após a homogeneização, colocou-se o padrão e se zerou o espectro
fotómetro para cada programa correspondente N-Nitrato HR-TNT Em seguida, foi inserida a amostra no
espectro fotómetro e leu-se a concentração do parâmetro. E premiu-se o botão ENTER.A medição
realizou-se automaticamente durante 3 minutos de leitura no máximo, após a leitura o resultado foi
exibido no visor do aparelho em mg/L.

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4.5 Determinação de Cloretos

Para a determinação de cloretos foi usado o método de mohr, utilizando como titulante uma solução
padrão de nitrato de prata (AgNO3), grau de pureza 99,80 %. O procedimento se constituiu em transferir
100 mL da amostra para um Erlenmeyer adicionando em seguida 20 gotas da solução indicadora de
cromato de potássio (K2CrO4), a qual deixou a amostra com uma coloração amarela. Em seguida, se fez
a titulação com o uso de uma bureta, gota a gota, contendo nitrato de prata (AgNO3) a uma concentração
de 0.01 N, até o aparecimento de um precipitado vermelho tijolo. O volume gasto de nitrato de prata a
bureta foi anotado, sendo possível então calcular o teor de cloretos através da equação 4.

V AgN𝑂3 (mL) X N AgN𝑂3 X 35,45 X 50 000


Cloretos(mg. L−1 de Cl ) = (Equação 3)
V amostral (mL)

Onde N é a normalidade do nitrato de prata. (FUNASA, 2009) citado por ( Marlon et al.,2020).

4.6 Análise microbiológica

Os parâmetros biológicos foram analisados a partir do método petrifilm, com o uso da membrana
filtrante. A determinação de indicadores bacteriológicos (coliformes totais e Escherichia coli) foi feita
usando placas de 3MTM PetrifilmTM, que contem nutrientes do meio Vermelho Violeta Bile (VRB),
um agente gelificante solúvel em água fria, um indicador de actividade glicuronidásica e um indicador
que facilita a enumeração da colónia, e o filme superior da placa que retém o gás formado pelos
coliformes e E. coli que são fermentadores de lactose (3Mmicrobiologia, 2013).

A determinação de coliformes totais e E. coli foi feita a partir do método de petrifilm com uso de
membrana filtrante, onde pipetou-se 1 mL da amostra na membrana filtrante, cuidadosamente foi descido
o filme superior de modo a evitar a criação de bolhas de ar, posteriormente encubado a uma temperatura
de 37˚C durante 24h.

Após 24h, foram retiradas as placas da incubadora para a devida contagem das colonias, onde foram
observadas mudanças nas cores do gel das placas, a cor roxo-azulada na colonia indicava a presença de
bactérias E. coli e a cores vermelhas escuras nas placas indicava a presença coliformes totais. No entanto,
não foi observado a cor roxo-azulada na colonia, isto e, não houve presença de presença de bactérias E.
coli.

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4.7 Processamento dos dados

Foi usado o programa Microsoft Excel (2016) para a organização dos dados e as devidas análise
estatística descritiva dos parâmetros analisados, determinação das media e o seu desvio padrão confeções
de gráficos e tabelas para análise dos resultados.

A qualidade da água foi avaliada comparando-se os resultados obtidos nas analise químicos –Biológicos
com os valores máximos permissíveis (VMP) recomendados no anexo 1 da lei 16/91 do Ministério da
saúde, Boletim da República (2004). Em seguida, avaliou-se a associação entre as características dos
poços (profundidade, tipo de captação, presença de rede coletora de esgoto ou poço-fossa) e os
parâmetros de qualidade da agua pesquisados.

CAPÍTULO V: RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Resultados e discussões

A avaliação dos resultados foi feita com base nos padrões de potabilidade estabelecidos no anexo 1
da lei 16/91 do Ministério da saúde, Boletim da República (2004). Dos sete poços estudados 60 %
são do tipo raso com a profundidade mínima de 2,2m e Máxima de 3,7m, tabela 6. A profundidade
dos poços é uma das características que podem estar relacionada à qualidade da água. Entende-se que
a profundidade pode reduzir a possibilidade de contaminação por substâncias que possuem baixa
mobilidade no solo (Capp et al., 2012).

O anexo I da lei 16/91, Boletim da República (2004), estabelece que para a água destinada ao
consumo humano fornecida por fontes de abastecimento público sem tratamento, tolera-se a presença
de coliformes totais, na ausência de coliformes termotolerantes, devendo ser investigadas e tomadas
as providências de caráter corretivo e preventivo. Considerando que as águas desses poços são
consumidas sem nenhum tipo de tratamento prévio, a presença de bactérias em todas as amostras
torna a água imprópria para o consumo humano.

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Tabela 7. Resultados de pH, Cloretos e Nitratos para amostra dos poços Tubulares e Rasos do bairro
Chuabo Dembe, cidade de Quelimane.

Concentrações dos parâmetros Químicos em cada poço


Parâmetros
Poços Tubulares Poços Rasos L.M.A
Químicos
Poço Poço Poço X S Poço Poço Poço Poço X S
1 2 3 1 2 3 4

Ph 8,3 8,3 7,9 8,17 0,23 8,4 8,4 8,1 8,1 8,25 0,17 6,5-
8,5
Cloretos 46,08 42,5 46,08 44,9 2,04 184,34 77,99 265,88 67,35 148,89 94,20 250
mg/l
Nitratos 0,7 3,7 0,5 1,63 1,79 8,0 4,4 2,9 7,7 5,75 2,504 50
mg/l
O X significa as médias dos resultados encontrados a partir das amostragens;
S- Desvio padrão.
L.M.A significa Limites Máximo Admissível.

A tabela 7, ilustra os valores obtidos nas análises químicas dos poços Tubulares e Rasos, onde verifica-
se que em média os valores de pH, cloretos e Nitratos para os poços Tubulares e Rasos variam de 8.17-
8.25, 44.9-148.89 mg/l e 1.63-5.75 mg/l respetivamente.
Segundo anexo I da lei 16/91, Boletim da República (2004), estabelece que o pH da água destinada ao
consumo humano fornecida por fontes de abastecimento público sem tratamento e para a água tratada
destinada ao consumo humano fornecida por sistemas de abastecimento público, redes de distribuição,
camiões ou navios, cisternas, ou utilizada numa empresa da indústria alimentar deve situar-se entre 6.5
e 8.5.Em toda amostragem realizada na área de estudo, o Ph esta em conformidade com os limites
mínimos e máximos admissíveis.

No anexo I da lei 16/91, Boletim da República (2004), é estipulado o valor máximo de Cloretos como
sendo de 250 mg/l para a água destinada ao consumo humano fornecida por fontes de abastecimento
público sem tratamento e para a água tratada destinada ao consumo humano fornecida por sistemas de
abastecimento público, redes de distribuição, camiões ou navios cisternas, ou utilizada numa empresa da
indústria alimentar.

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Cloretos

Os cloretos foram determinados pelo método de Mohr, que usa como titulante a solução de AgNO3. A
figura mostra o comportamento do Cl - e limite máximo recomendado pela norma da OMS (indicado
com traço vermelho). Na área de estudo, a quantidade dos cloretos apresenta um valor que ultrapassa o
limite máximo admissível no poço raso 3 (figura 5).

Segundo (Lima, 2008) a presença dos cloretos nas aguas subterrâneas se deve a agua marinha
armazenada no interior dos sedimentos , da dissolução do sal comum e dos minerais afins que existem
nos evaporitos ,dos cloretos existentes na agua das chuvas ,da mistura com aguas marinhas em regiões
costeiras do mundo e resíduos industriais.

[ ] de Cloretos e o seu limite màximo admissivel


300 300
250 250
200 200
mg/l

150 150
100 100 Cloretos
50 50 LMA

0 0
Poço poço Poço Poco Poco Poco Poco
raso1 raso2 raso3 raso 4 tubular 1 tubular 2 tubular 3
Tipo de poços

Figura 7: Variação da concentração de Cloretos e o seu limite máximo admissível.

Os valores acima observados de acordo com os limites máximos admissíveis desses parâmetros na água
para o consumo humano segundo o anexo I da lei 16/91, Boletim da República (2004), estão dentro dos
padrões estabelecidos exceptuando a amostra do poço raso 3 que apresentou valor de Cloretos igual a
265,88 mg/l, isto é, acima do limite máximo admissível. Portanto, a água desse poço apresenta sabor
salgado e é considerado como sendo imprópria para o consumo humano porque segundo Costa (1987)
afirma que os Cloretos em concentrações da ordem de 250 mg/l provocam sabor salgado na água. Altas
concentrações de cloreto podem significar infiltração de águas residuais e excesso de urina de pessoas e

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animais. Os métodos convencionais de tratamento de água não removem cloretos; a sua remoção é feita
por desmineralização (deionização) ou evaporação (FUNASA, 2006).

Os resultados encontrados nas águas dos poços tubulares não comprometem a sua qualidade, pois os
valores estão abaixo do valor máximo permitido.

Segundo (FUNASA, Fundação Nacional de Saúde, 2014) afirma que os cloretos geralmente, provem da
dissolução de minerais ou da intrusão de aguas do mar, e ainda pode advir dos esgotos domésticos ou
industriais. No entanto, para o caso do bairro chuabo dembe a presença dos cloretos pode estar associado
a intrusão salina de aguas do estuário dos bons sinais visto que este bairro esta localizado próximo ao
estuário.

Nitratos

Os resultados de nitratos estão abaixo do valor recomendado pela OMS (figura 6)

[ ] de Nitratos e o seu limite máximo admissivel


60
50
40
mg/l

30
20 NITRATOS
10 LMA
0
Poço raso Poço raso Poço raso Poço raso Poço raso Poço raso Poço raso
1 2 3 4 5 6 7
Tipos de poços

Figura 8. Representa a variação da concentração de Cloretos e o seu limite máximo admissível.

Tabela 8. Resultados de Coliformes Totais, Coliformes Fecais e E. coli para amostra dos poços
Tubulares e Rasos do bairro Chuabo Dembe, cidade de Quelimane.

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Concentrações dos parâmetros microbiológicos em cada poço


Parâmetros
Poços Tubulares Poços Rasos L.M.A
microbiológicos
Poço Poço Poço M Poço Poço Poço Poço x
1 2 3 1 2 3 4
Coliformes ˃7 8 ˃10 9 7 ˃10 ˃20 11 12,5 Ausenteem
Totais
100ml
Coliformes 0,0 0,0 0,0 0 0,0 0,0 0,0 0,0 0 Ausenteem
Fecais 100ml
E.coli 0,0 0,0 0,0 0 0,0 0,0 0,0 0,0 0 Ausente em
100ml
X: médias dos resultados encontrados,
L.M.A: Limites Máximo Admissível.

A tabela 8, ilustra os valores obtidos nas análises microbiológicas dos poços Tubulares e Rasos, onde
verifica-se que em média os valores de Coliformes totais, Coliformes Fecais e E. coli para os poços
Tubulares e Rasos variam de 9-12.5ml, 0.0-0.0 ml e 0.0-0.0 ml respectivamente.
Os valores do Coliformes Fecais e E. coli nos poços analisados estão em conformidade segundo os limites
máximos admissíveis descritos no anexo I da lei 16/91 para a água destinada ao consumo humano
fornecida por fontes de abastecimento público sem tratamento e para a água tratada destinada ao consumo
humano fornecida por sistemas de abastecimento público, redes de distribuição, camiões ou navios,
cisternas, ou utilizada numa empresa da indústria alimentar.

Coliformes Totais

Os resultados obtidos na análise do parâmetro Coliformes Totais mostram que todas as amostras de águas
do bairro Chuabo Dembe não estão em conformidade com a legislação do anexo I da lei 16/91, Boletim
da República (2004), isto é, estes resultados estão fora dos limites máximos admissíveis para o consumo
humano (figura 7). Contudo a água desses poços é considerada imprópria para o consumo humano.
Segundo (Michelina et al. 2006) citado por (Simone, 2018) ,a presença de coliformes totais ressalta a
importância desse grupo de bactérias como indicador de precárias condições higiênico-sanitárias , alto
risco de contração de doenças de veiculação hídrica.

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[ ] de CT e o seu limite máximo admissivel


25

20
NMP/ 100ml

15

10
CT
5 LMA

0
Poço raso poço raso Poço raso Poço raso Poço Poço Poço
1 2 3 4 tubular 1 tubular 2 tubular 3
Tipo de poços
Figura 9: Variação da concentração de Coliformes totais e o seu limite máximo admissível em todos os
poços.

segundo (Elias, 2014) afirma que quanto mais o poço for profundo menor será as possibilidades de haver
contaminação por bactérias do grupo E.cóli .

Silva e Araujo (2003, p.1024) analisaram 120 amostras de água subterrânea e constataram que o
crescimento de coliformes termotolerantes estava associado a poços rasos com até 10 m de profundidade.
Logo, esperava-se que os valores de coliformes sofressem influência da profundidade dos poços, relação
observada em todos poços do bairro chuabo dembe, todos com menos de 10 m de profundidade e valores
elevados de coliformes totais, tabela 8.

Segundo Silva e Araújo (2003) citado por (Gomes M. A., 2019) afirmam que os coliformes Totais são
bactérias que não necessariamente estão presentes em fezes e logo a presença desses microrganismos
indicam contaminação por outras fontes como o solo. Já a presença de coliformes fecais ou
termotolerantes na agua indica possível contaminação por fezes.

Soto et al., (2006) citado por Joicy et al 2018 afirmam que a presença de coliformes totais na agua dos
poços pode estar associado a falta de manutenção dos poços e a proximidade de fossas sépticas na zona
Urbana.

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Segundo (Issufo, 2019) A presença de coliformes Totais na agua dos poços pode dever se pela existência
de latrinas arredores sem nenhum isolamento, a falta de proteção sanitária Ex: tampas em alguns poços
e outros que tem não são adequados, a ma conservação de utensílio de captação de agua (cabungo), o
fecalismo a céu aberto onde durante as chuvas as águas levam consigo resíduos aos poços sem nenhuma
proteção (sem muro).

PH

O valor registado variou em media entre 8.17-8.25 para os poços rasos e tubulares. A tabela apresenta o
valor do Ph nos pontos de amostragem. Os valores de pH estão dentro do intervalo recomendado pelas
normas da OMS cujo grau de restrição varia de 6.5-8.5 (ver nas tabelas 1 e 6). A recta vermelha indica o
limite máximo admissível de Ph e a recta verde, indica o seu valor mínimo permitido pela OMS.

[ ] de pH , limite máximo admissivel e o valor minimo permitido

9
8
7
6
5
4 PH
3 LMA
2
VMP
1
0
Poço raso 1Poço raso 2Poço raso 3Poço raso 4 Poço Poço Poço
tubular 1 tubular 2 tubular 3
Tipos de poços

Figura 10: Variação da concentração de pH e o seu limite máximo e mínimo admissível em todos os
poços analisados.

As análises de todas amostras dos poços Tubulares (Torneiras) do bairro chuabo dembe, sugerem que
houve algum tipo de contaminação. A possível razão desta contaminação se deve ao fato de que a água
destas torneiras, embora seja procedente da FIPAG, ficam armazenadas em reservatórios de água.

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Muitas vezes os agentes de serviços da FIPAG não realizam a limpeza correta deste reservatório, ou até
mesmo não tampam de forma adequada e a água que seria destinada para o consumo acaba entrando em
contato com partículas do ar, com água da chuva, insetos e até outros animais como pássaros. Nos
reservatórios também pode ocorrer decomposição de matéria orgânica que contamine a água.

Outra razão provável da contaminação desta água seria pela falta de manutenção das redes de tubulação
que abastece essas torneiras.

Estudos apontam que, quando analisados diferentes pontos ao longo da rede de distribuição, os
reservatórios domiciliares apresentam o maior número de amostras fora do padrão de potabilidade, como
mostram pesquisas na Alemanha e Finlândia (Schwartz et al., 2003; Lehtola et al., 2004). Resultados
similares foram observados nesse estudo, onde todas amostras dos poços rasos e tubulares (torneiras)
apresentaram presença de coliformes Totais.

Gomes ( 2019), fez um estudo de analise microbiológica de água de torneiras residenciais no município
de Serra Talhada-PE onde os resultados demonstram que das cinco amostras coletadas direto das
torneiras residenciais, duas apresentam-se impróprias para o consumo humano devido a presenca de
coliformes totais e termotolerantes.

É importante tomar alguns cuidados dentro das residências se essa água for utilizada para beber. Um
simples método que evitaria o risco de contaminação é a limpeza periodicamente do reservatório
combinada com a adição de 2 gotas de hipoclorito de sódio/L, na concentração 2,5% e após 30 minutos
da ação do produto a água pode ser ingerida. (Gomes, 2019).

(OMS, 2011) considera que a falta de higiene durante a captação da água é considerada um outro factor
de contaminação bacteriológica porque as bactérias ocorrem nas fezes de animais de sangue quente,
principalmente nas fezes humanas, e no acto da retirada da água dificilmente existe um controle de
higiene.

Coliformes Fecais e E. coli

A não observância da presença das bactérias. E coli em todos os poços Tubulares e Rasos do bairro
Chuabo Dembe não expressa a não confiabilidade dos resultados. Segundo Gomes (2019) a Escherichia
coli é a principal bactéria que representa o grupo dos coliformes fecais, razão pela qual os resultados de
analise de coliformes fecais e Escherichia coli são semelhantes.

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[ ] de CF, E.coli e o seu limite maximo admissivel


1
0,9
0,8
0,7
0,6
NMP/100 ml

0,5
0,4 CF
0,3 E.COLI
0,2 VMP
0,1
0
Poço raso Poço raso Poço raso Poço raso Poço Poço Poço
1 2 3 4 tubular 1 tubular 2 tubular 3

Tipos de poços

Figura 11: Variação da concentração de Coliformes fecais ou termotolerantes e o Ph.

Os poços analisados foram do tipo escavados e tubulares. Os poços escavados têm forma de construção
mais difundida para captação de água do lençol freático na periferia das cidades e em áreas rurais. São
construídos por meio de uma escavação manual do solo, com um diâmetro de aproximadamente um
metro e recebe a denominação técnica de poço raso ou poço freático. (Capp et al., 2012)

A forma de captação de água dos poços tubulares era 100 % por bombeamento, e para poços rasos era
100 % manual com balde, destacando-se que neste procedimento pode ocorrer contaminação da água
pela inadequação das condições de higiene do coletor, que normalmente é um balde que fica exposto e
não é higienizado antes de ser usado.

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Tabela 9. A tabela ilustra os factores de contaminação química e bacteriológica dos poços de acordo
com o ambiente em que se encontram.

Tipos de poços ( Rasos e Tubulares) Factores de contaminação da água dos poços


Poço raso 1  Falta de higiene durante a captação água
 Protecção inadequada
 Assoreamento
Poço raso 2  Falta de higiene durante a captação água
 Protecção inadequada
 Assoreamento
Poço raso 3  Falta de higiene durante a captação água
 Assoreamento
Poço raso 4  Falta de higiene durante a captação água
 Assoreamento
Poço tubular ( Torneira) 1  Falta de limpeza dos reservatórios
 Falta de manutenção de rede de tubulações
Poço tubular ( Torneira) 2  Falta de limpeza dos reservatórios
 Falta de manutenção de rede de tubulações
Poço tubular ( Torneira) 3  Falta de limpeza dos reservatórios
 Falta de manutenção de rede de tubulações

Em todos os poços rasos, durante o processo de medição da profundidade e a distancia entre o poço e
fossa/latrina, verificou se a diminuição da profundidade dos poços devido ao processo de assoreamento.

Assoreamento - O assoreamento consiste no aporte de material mineral (areia, silte, argila) a um corpo
de água, diminuindo sua profundidade e seu volume útil e assim prejudicando diversos usos da água. A
principal origem do assoreamento está relacionada a movimentos de terra (abertura de loteamentos,
construção de rodovias e exposição do solo, sem proteção, em áreas agrícolas) na bacia de drenagem do
rio ou do lago. Quando ocorrem as chuvas, esse material é então carreado pelas águas do escoamento
superficial até o corpo de água mais próximo (MISAU, 2006).

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CAPÍTULO VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1 Conclusões

Os poços rasos analisados no Bairro Chuabo Dembe não apresentaram adequação dos fatores de proteção
e nem adequação de infraestrutura tornando-os susceptíveis à contaminação externa de suas águas. Com
a exceção dos valores de coliformes toais e alguns valores de cloretos todos parâmetros químicos e
biológicos de aguas estão de acordo com os valores permitidos pelo anexo I da lei 16/91, Boletim da
República (2004).

Todas as amostras estão em desacordo com as recomendações estipuladas pela legislação do anexo I
da lei 16/91, Boletim da República (2004), pois apresentaram coliformes totais, necessitando, portanto,
de melhorias significativas no que se refere a proteção e de tratamento prévio antes de serem fornecidas
para consumo humano.

Diante dos resultados obtidos com as análises Químicas e Biológicos das águas de poços da área de
amostragem (Bairro Chuabo Dembe), confirma-se que, as aguas dos poços não apresentaram
concentrações elevadas de nitratos, E. coli e Coliformes Fecais, encontrando-se dentro dos padrões
exigidos pela anexo I da lei 16/91, Boletim da República (2004).

A potabilidade de todos os poços analisados não está em conformidade em relação aos parâmetros
biológicos, sendo afectada pela presença de coliformes totais em todos poços, e para os coliformes E.
coli não foram encontrados em todos poços analisados, em relação aos cloretos, um poço raso (3) esta
contaminado por cloretos.

Quanto as medidas pertinentes para melhorar a qualidade de água usada pela comunidade, conclui-se que
é necessário a desinfeção dessa água usando o cloro para eliminar os microrganismos encontrados nas
águas desses poços.

Os valores médios de pH encontrados nas aguas subterrâneas do bairro chuabo dembe classificam as
aguas dentro de um pH levemente alcalina.

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Chuabo dembe – Quelimane

No entanto, os poços rasos são os que apresentaram maiores concentrações de Coliformes Totais,
Nitratos, cloretos e pH em relação aos poços Tubulares, o que alerta para a importância e necessidade da
área de protecção em torno dos poços e a orientação na construção dos mesmos, visando a preservação
da qualidade da água.Para casos dos pocos tubulares(torneiras), Se a água for utilizada para ingestão é
necessário que o consumidor realize medidas alternativas de tratamento da água nas residências, para
assegurar que o consumo desta água não comprometa a saúde humana, uma vez que a contaminação
possa vir da tubulação da rede de abastecimento ou do próprio reservatório da FIPAG.

6.2 Recomendações

Para o Município:

 Que crie metodologias de sensibilização e difusão das informações dos riscos ambientais que a
população pode enfrentar através das águas contaminadas e que crie também campanhas de
vacinação contra as doenças causadas pelas aguas contaminadas.

 Recomenda-se também a implantação de mais sistemas de abastecimento de água potável


(poços Tubulares) no bairro Chuabo Dembe.

Para a FIPAG:

 Recomenda se a fazer a correção do Ph para o caso de poços tubulares (Torneiras), desinfetar a


agua antes da sua distribuição e que crie mecanismos para a limpeza dos seus reservatórios e a
manutenção da rede de tubulações ou sistemas de abastecimento de agua.

Para a População:

 Que façam uma limpeza no poço e no utensílio usado para capturar este líquido e que criem
mecanismo de um saneamento básico adequado;

 Que escavem poços respeitando uma distância mínima de 15 metros entre as fossas sanitárias;

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 Devem fazer um tratamento a água antes de ingerir, podem ferver a água ou introduzir certeza
ou também podem introduzir cloro.

Para comunidade científica:

 Que façam estudos relacionados considerando a proximidade das fossas negras em relação aos
poços rasos, bem como a direcção da sua pluma de contaminação, o que não foi realizado nesse
estudo.

 Recomenda-se fazer os mesmos estudos em outras regiões com carência de água potável.

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CAPÍTULO VII: REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS E ANEXOS

7.1 Referencias bibliográficas

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atualização da situação malacológica nos distritos de Quelimane e Gurué, na província da
Zambézia - Moçambique. . Quelimane: Universidade Nova de Lisboa Instituto de Higiene e
Medicina Tropical.

Amaral, L. A., A. N., Junior, O. D., Ferreira, F. L., & Barros, L. S. (2003). Agua de consumo Humano
como fator de risco a Saude em propriedades Rurais. 37(4), 511.

Boana, F. M. (2011). Estudo da Qualidade das Aguas do rio Umbeluzi e Incomati para Fins do consumo
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Brasil. (2007). Manual de Saneamento. (3, Ed.) Brasilia.

Capp, N., Ayach, L. R., dos, T. M., & Lima, S. T. (Setembro/ Dezembro de 2012). Qualidade da água e
fatores de contaminação de poços rasos na área urbana de Anastácio (MS). Meio Ambiente,
Paisagem e Qualidade Ambiental, 16, p. 78.

D'Aguila, P. S., Roque, O. C., Miranda, C. A., & Ferreira, A. P. (2000). Avaliação da qualidade de água
para abastecimento público do Município de Nova Iguaçu (Vol. 16(3)). Rio de Janeiro, Brasil:
Cad. Saúde Pública.

Elias, T. R. (2014). Avaliacao da Contaminacao da Água Subteranea de pocos Escavados em


Residencias no BAairro Lagomar, Municipio de Macae/RJ. MACAÉ/RJ: Bibliotecário Henrique
Barreiros Alves – CRB 7/ 6326.

João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 18


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Chuabo dembe – Quelimane

Fernando, F. F. (2017). Estudo da Contaminacao por Nitratos e Coliformes nas Aguas subteraneas na
Sede de Mucupia Distrito de Inhassunge. Quelimane, Zambezia: Universidade Eduardo
Mondlane: Escola Superior de Ciencias Marinhas e Costeira.

Fevereiro, P. d. (2018). Avaliação da Eficiência de Estrato de Semente de Moringa oleífera no


Tratamento de Agua dos Poços do Bairro Chuabo Dembe,. Quelimane: Univesidade Eduardo
Mondlane: Escola Superior de Ciências Marinhas e Costeiras.

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FUNASA. (2014). Manual de Controle da Qualidade da Água para Técnicos que Trabalham em ETAS.
(C. d. (Coesc/Gab/Presi/Funasa/MS), Ed.) Brasilia: Ministério da Saúde.

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Talhada-PE. SERRA TALHADA-PE: Biblioteca da UAST, Serra Talhada - PE, Brasil.

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João Tivane E. Nguiraze UEM-ESCMC 20


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7.2 Anexos
Tabela 10: Resultados obtidos de concentrações de pH, Nitratos, Cloretos, Coliformes fecais e
Coliformes totais para poços rasos e tubulares.

Tipo de poços Cloretos Nitratos CT CF PH


Poço raso 1 184,3 8 8 0 8,4
Poço raso 2 78,0 4,4 11 0 8,4
Poço raso 3 265,9 2,9 21 0 8,1
Poço raso 4 67,4 7,7 11 0 8,1
Poço tubular 1 46.1 0,7 8 0 8,3
Poço tubular 2 42,5 3,7 8 0 8,3

Poço tubular 3 46,1 4,9 11 0 7,9

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Tabela 11: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Tubular 1

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Tabela 12: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (ColiformesTotais, coliformes fecais e


E. coli) para poço Tubular 1

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Tabela 13: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Tubular 2

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Tabela 14: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Tubular 2

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Tabela 15: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Tubular 3

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Tabela 16: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Tubular 3

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Tabela 17: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 1.

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Tabela 18: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 1

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Tabela 19: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 2.

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Tabela 20: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 2.

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Tabela 21: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 3.

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Tabela 22: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 3.

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Tabela 23: Resultados obtidos de pH e concentrações de Nitrato e Cloretos para poço Raso 4.

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Tabela 24: Resultados obtidos de parâmetros Microbiológicos (Coliformes Totais, coliformes fecais e
E. coli) para poço Raso 4.

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a) b)

c)
d)

Figura 12: a) Poço Raso 1 sem proteção sanitária, b) Poço Raso 3 sem proteção sanitária adequada, c)
Poço Raso 2 sem proteção sanitária adequada e d) Multiparâmetro HACK DR 900.

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