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Personagens:
Filho pródigo – Saul
Amiga: Vânia
Fiscal da receita:
Oficial de justiça:
Mendigo 1
Mendigo 2
Narrador: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância; E arrazoava ele entre si,
dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as
minhas novidades e os meus bens; E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para
muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
CENA 1
Saul: O que mais posso querer desta vida? Tenho muito dinheiro, influência, bens, muitos bens que
durarão
Por toda a vida.
O celular toca e ele atende.
Amiga: Oi, Saul, tudo bem? Faz tempo que não o vejo, você anda tão sumido, viagens, festas...
Saul: E você acha que com tudo o que eu tenho não estaria curtindo a vida?
Amiga: Não estou te julgando por ter bens e riqueza, só estou falando que tudo isso é terreno e
passageiro. Mas enfim, te liguei para te contar uma notícia maravilhosa. Lembra daquele nosso colega de
faculdade o Ernesto? Aquele que só se metia em confusões e problemas.
Saul: Sei qual é, o que a gente dizia que nem Deus daria jeito.
Amiga: Pois meu amigo, o próprio Deus me mostrou que eu estava totalmente enganada ao falar dessa
maneira quando me converti. Hoje faço trabalho nas ruas e vejo o sofrimento de muitas pessoas que ainda
não tiveram um encontro com Deus.
Saul: Ah, já vem você com essa conversa de novo, continue falando que triste fim nosso colega teve.
Amiga: Triste fim? De jeito nenhum. Nós nos encontramos num evento da Igreja e foi ele quem me
reconheceu e me contou tudo o que Deus fez e tem feito na vida dele. Ele largou tudo que era ruim e
aceitou a Jesus.
Saul: Ah tá bom, você vai me dizer que depois de todo o mal que ele causou aos outros um Deus que
ninguém nunca viu perdoou ele e agora ele é um cara bom, uf olha, eu já sei onde essa conversa vai dar e
vou pedir pra gente parar por aqui, não quero perder minha amizade por causa de religião.
Amiga: Não tem nada a ver com religião, queria apenas que você soubesse que Deus perdoa qualquer
pecado se o coração for mesmo sincero.
Saul: Então, tenho que ir, um outro dia falamos de qualquer coisa, menos esse tipo de perdão miraculoso.
Amiga: Olha meu amigo, por mais que você não goste, mas não posso desistir de falar e orar por você, um
dia, você se lembrará do Senhor e eu espero que não seja tarde. Mesmo que você não me aceite mais
como amiga, nunca, poderei negar que só Jesus dá ao homem o que há de mais precioso, mais que todas
as riquezas desse mundo: a salvação e além do mais... (som de telefone desligado).
CENA 2
Narrador: Passa-se um tempo...
Saul: O que? As ações despencaram? Como isso é possível?? Eu tinha investido nessa empresa (pausa)
isso não pode ser?
Saul desliga o telefone e diz: Eu preciso beber pra me acalmar. Bebe e vai dormir.
(Batidas na porta) Fiscais receita federal: Boa tarde, sou fiscal da receita federal, tenho um mandato para
checar denúncias de irregularidade incluindo: sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, propinas e
falsificação. Precisaremos confiscar alguns itens da sua casa e escritório. Por enquanto suas contas e
bens serão bloqueados até que seja averiguado.
Saul: Isso não é possível, eu vou chamar meus advogados. Vocês não podem fazer isso.
Fiscais receita federal: Senhor, infelizmente tudo foi comprovado e apenas estamos recolhendo as provas.
O senhor terá que desocupar este imóvel e está proibido de sair do país.
Narrador: Passa-se o tempo.
Oficial de Justiça: Sr. Saul! Essa é uma ordem de despejo e uma intimação. O senhor precisará desocupar
o imóvel em 24h, todos os seus bens foram confiscados e somente após o julgamento poderá reavê-los.
Saul: Mas para onde eu vou? Isso não pode estar acontecendo, não comigo, eu não posso passar por
essa humilhação perante meus amigos, o que vão achar de mim. (Sai correndo) Troca de roupa.
CENA 3
Amiga aparece em cena: Mas como não o encontraram? Há dias eu o procuro, ouça eu não vou desistir
dele, é uma alma, que Jesus derramou o Sangue precioso, para Ele todos merecem a chance de se
arrepender. Eu disse a ele que nunca ia desistir, eu não vou. (desliga o telefone) Senhor, eu te peço,
mostre-me onde Saul está, eu creio na missão à qual puseste em minhas mãos, não desistir daqueles que
não conhecem a Ti. Amanhã vou procura-lo novamente.
Ela está com a foto perguntando para as pessoas, Saul entra e ela o vê.
Amiga: Saul, Glória a Deus, eu te procurei o mês inteiro, vamos para minha casa meu amigo.
Saul: Depois de tudo que perdi, só me resta a morte, eu não sei como ainda não acabei com esse
sofrimento.
Amiga: Não diga isso meu amigo, sinto por tudo o que aconteceu, mas não diga que sua vida acabou,
Cristo é a agua da vida, venha comigo.
Saul: Cristo? Deus? Se Deus é tão bom, por que me fez passar por isso, por que deixa a sua criação
sofrer tanto?
Amiga: Nós somos responsáveis pelos nossos atos meu amigo e tudo o que fazemos tem consequência.
Saul: Chega! Eu já perdi tudo, todos me abandonaram, e você fica me perseguindo com essa conversa.
CENA 4
Aparecem 2 mendigos comendo restos, Saul chega perto e fala: Eu posso pegar um pouco? Estou com
muita fome, poderia ficar aqui por causa do fogo? Está muito frio hoje.
Mendigo 1: Sai daqui! Esse pedaço é meu, se quiser comida e se esquentar vai ter que pagar.
(Saul sai e vai vasculhar o lixão, encontra um pedaço de pão, limpa e chora para comer, nesse momento é
recitado o poema de Manuel Bandeira – O Bicho)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.