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- Senhorita Leceni.
Me virei rapidamente.
- Ah olá Tulio, está tudo bem?
- Sim senhorita, só gostaria de lhe avisar que temos um novo
visitante.
- Visitante? Quem poderia ser?
- Na verdade, ele foi trazido para passar um tempo conosco e
aprimorar o treinamento dele também.
Fiquei intrigada, um novo caçador? Eu precisava ver isso.
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- Acho bom você sair da minha cabeça! - falei alto pra mim
mesma.
No dia em que conheci Lucian, eu fui fazer compras pro meu
pai na feira da cidade, Moud foi comigo e até então eu não sabia que
tinha poderes, muito menos que existia um mundo mágico. Eu era
uma garota comum, vivendo numa vila comum, ajudando meu pai
que era professor de línguas estrangeiras. Uma vida normal e
pacata, até que eu tive uma sensação de ser vigiada naquela manhã,
era como se tivessem olhos em mim o tempo todo. Eu ignorei e
continuei comprando alguns artigos pro meu pai. Quando terminei o
que precisava, entrei num numa rua estreita e escutei passos atrás
de mim com alguns grunhidos e ao me virar vi três criaturas
horrendas, magras, de pele esverdeada, orelhas e nariz compridos,
dentes pontudos e roupas esfarrapadas vindo na minha direção.
Nesse momento, Moud entrou na minha frente e começou a
rosnar para eles, como se fosse fazer alguma diferença um gato
mostrar os dentes para esses bichos. Meu coração acelerou e eu
comecei a notar que tudo estava ligeiramente mais lento que o
normal, eu ouvia meu sangue pulsando dentro dos meus ouvidos e
foi então que escutei um rugido. Quando olhei para o Moud, ele
estava se transformando em uma Pantera enorme, o pelo preto
brilhoso, os olhos âmbar reluzentes de raiva e as presas imensas,
arrancariam a mão de alguém como quem morde uma maçã.
Eu me assustei e caí para trás. As criaturas recuaram por um
instante, mas foi só até criarem coragem de encarar o felino. Eles
avançaram correndo, quase a galope na minha direção, Moud pegou
um deles pelo pescoço e arremessou contra a parede, enquanto
outro pulava nas costas dele e o terceiro me olhava com cara de
satisfação.
Quando ele resolveu avançar na minha direção, uma bola de
fogo roxo acertou a cara dele e um segundo depois um homem
apareceu na minha frente. Era ele. Roupa toda preta, uma capa
cobrindo quase seu corpo todo, botas pretas, cabelos compridos e
pretos, um ar meio sombrio e misterioso.
Em um único golpe ele pegou a criatura pelo pescoço e jogou
ele dentro de uma espécie de portal, que depois eu descobri que era
um vórtex. Escutei algo caindo brutalmente dentro do mar, mas não
deu tempo de ver. Moud conseguiu tirar o que estava em cima dele e
cravou os dentes em sua barriga. O que estava desacordado foi
recobrando a consciência e quando viu o que havia acontecido com
os amigos dele, só fugiu.
O homem se virou para mim, Moud havia matado o último
bicho, e me ofereceu a mão para me levantar.
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Meus pais se amavam, eu sentia na voz e nos olhos do meu
pai quando ele falava da mamãe e eu achei que um dia encontraria
meu amor também, mas infelizmente não foi como eu imaginava.
Depois do evento no mercado, eu não vi mais o Lucian por meses e
até cheguei a acreditar que nunca mais o veria, ele me deixou
intrigada, mas eu precisava focar na minha vida. Um dia acordei no
meio da noite com sede e fui meio sonolenta até a cozinha e tive a
impressão de alguém estar no escuro, esfreguei os olhos e olhei
novamente, não tinha nada. Tomei minha água e voltei a dormir. Na
semana seguinte a mesma coisa e na outra também, até que eu
resolvi não levantar da cama e ficar na espreita olhando por uma
fresta na coberta e foi aí que eu vi, um círculo fracamente claro, de
cor roxa aparecendo rapidamente e depois sumindo, questão de
milissegundos. E lá estava ele, em silêncio, me olhando. Eu saltei da
cama com uma adaga que estava na minha mão e apontei pra ele.
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