Profissionais da Educação apresentam as conclusões da sua deslocação à Comissão
Europeia
Que queixa foi apresentada na Comissão Europeia pelos profissionais da Educação?
Foi avançada uma queixa formal para a Comissão Europeia, ainda em Portugal, elencando as ilegalidades que têm vindo a ser perpetradas pelo Governo português aos profissionais da Educação. A queixa seguiu através de Petições das classes profissionais:
Docentes - vinculação de professores; progressão na carreira (congelamento do tempo
de serviço à data corrente: 6 anos, 6 meses e 23 dias); quotas e transição ao 5º e 7º escalão; reposicionamento na carreira/ultrapassagens e monodocência.
Assistentes Operacionais / Assistentes Técnicos - carreira (questão dos 120 anos para se chegar ao topo da carreira); rácio de assistentes/ número de alunos.
Técnicos Especializados para Formação - precariedade; falta de condições para entrar
na carreira docente; PREVPAP e vinculação na carreira de técnicos superiores; remuneração.
As Petições foram submetidas no dia 15 de março de 2023.
Como foram recebidos os 138 Profissionais Portugueses da Educação, em Bruxelas?
No dia 27 de março de 2023, uma comitiva composta por 138 profissionais portugueses da Educação, oriundos de todos os pontos de Portugal, rumou a Bruxelas, com a cobertura da imprensa escrita e televisiva. Seguiu-se uma vigília noturna, frente ao Parlamento Europeu, com a presença dos Deputados Europeus: Marisa Matias (BE), José Gusmão (BE) e Nuno Melo (CDS). No dia seguinte, 28 de março, o grupo foi recebido pelos Deputados Europeus: Marisa Matias e José Gusmão (BE), Sandra Pereira (PCP), Nuno Melo (CDS), Paulo Rangel, Lídia Pereira, José Manuel Fernandes, Maria da Graça Carvalho e Álvaro Amaro (PSD) e João Albuquerque e Maria Leitão Marques (PS).
O que foi explicado na Comissão Europeia?
Foram explanados, de forma sucinta, os pontos das várias petições e outros. A comitiva de profissionais da escola pública recebida pelos deputados incluía professores, técnicos especializados, técnicos especializados para formação, técnicos superiores, assistentes operacionais e assistentes técnicos. No caso dos docentes, para além dos assuntos mencionados acima, foi também apresentada a questão da Mobilidade por Doença e as novas regras da sua aplicação. Foram apresentados casos de clara desigualdade, descritos nas Petições, nas várias carreiras ligadas à Educação, que partilham irregularidades e incumprimentos por parte do Governo Português, relativamente aos tratados europeus em vigor. Solicitou-se um investimento efetivo na dignificação da Escola Pública. Os Deputados Europeus ficaram sensibilizados com alguns testemunhos presenciais sobre a realidade das escolas e dos profissionais portugueses que podemos partilhar. O facto de deixarmos de “ser números” e passarmos a ser “casos de vida concretos e verídicos”, prejudicados pela ausência de políticas estruturadas e planificadas a médio e longo prazo, em relação à Educação em Portugal, não tem mais como ser desmentido. Os Eurodeputados das diferentes áreas políticas mostraram-se recetivos e anuíram a muitas das nossas reivindicações, frisando que verificam que alguns dos direitos consignados na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, nomeadamente, os direitos relativos ao " princípio da igualdade perante a lei", " não discriminação" e " condições de trabalho justas e equitativas", não estarão a ser respeitados. Igualmente verificam que há clara discrepância legal no que se refere ao tratamento dos professores do território continental e insular. Sabendo que as suas competências, enquanto eurodeputados, são limitadas relativamente à governação do nosso país e à tomada de posição dos nossos governantes, consideraram haver espaço à discussão no sentido do cumprimento dos nossos direitos fundamentais enquanto cidadãos da Europa.
Quais as conclusões da ação “Rumo a Bruxelas” ?
Os objetivos propostos para esta ação foram atingidos, mas não vamos ficar por aqui! Fomos noticiados, em Portugal e na Europa, questão fundamental para que se entendam as nossas reivindicações e o estado muito preocupante do Ensino e dos Profissionais do Ensino em Portugal. Não temos dúvidas que a situação dos Profissionais de Educação e das Escolas em Portugal será alvo de análise nas reuniões nos grupos parlamentares.
Que novas formas de luta serão adotadas?
A luta que não é apenas nossa, mas de toda a sociedade portuguesa em prol das nossas crianças, dos nossos jovens e do nosso país, vai continuar! Não desistimos! Somos cidadãos deste país e queremos Justiça, Verdade e Respeito. Atempadamente serão apresentadas outras formas de Luta.