Você está na página 1de 9

O Encontro com Malör

Quando Adam saiu da floresta alta e densa ele viu,


agora bem de perto, a Torre Colossal, tão Imponente
e Alta que seus olhos não conseguiam enxergar o
topo, pois as nuvens cobriam misteriosamente
aquela parte da Torre. Disse:” Mas que porra!
Ninguém vai acreditar que estive aqui.” Ele não
acreditava no que estava vendo, era a torre descrita
nas canções e poemas dos Bardos nas ruas de
Catolville, passou toda a infância ouvindo histórias
de uma torre no céu pelo mundo e cantavam as
maravilhas, mas uma coisa era contar com belas
palavras que ele não compreendia e outra coisa era
estar diante dessa paisagem dos dias antigos. Ora, a
Torre Colossal era uma construção dos primeiros
dias, homem algum jamais colocou um tijolo ali, pois
era uma construção dos seres poderosos de outrora,
de um passado há muito esquecido. Não tinha
janelas e aparentava não ter passagens de ar, tinha
uma forma de espiral em seu redor que formava um
caminho subindo a torre, mas por esse caminho
descia águas como um rio que desaguavam próximo
a entrada da torre e formava ali um pequeno lago
que ia dar para a Floresta Densa e continuava
correndo como rio no meio da mata, passando até
chegar nos limites suspensos da Terra Elevada onde
a Água mergulhava no mar muitas vezes formando
nessa decida um maravilhoso arco-íris. As paredes
eram velhas e cheias de mato e capim e a vegetação
tomava conta da torre e logo na entrada nascia as
flores Léanna a Deusa da fertilidade e mãe de todas
mulheres, suas flores vermelhas em formato de
estrela com pontinhos brancos simbolizavam o
nascimento ou o amor. Adam ficou fascinado com a
beleza do lugar, as historias se confirmavam mas a
glória era indescritível. Havia grandes degraus que
desciam e davam para a entrada em forma de um
arco grandioso, ele desceu as escadas e foi para a
entrada que estava fechada. Eram duas portas
gigantescas divididas e havia uma pequena fissura
no topo do portal, como se desse para enxergar
dentro da torre. Ele olhou para cima e viu escrituras
no arco mas não entendia, eram como runas e ele não
conhecia nada parecido. Ele se aproximou do portão
e tocou nele, e para sua surpresa ouviu um estalo
como uma tranca, Adam saltou para trás num reflexo
esperando o pior, mas os portões se abriram
arrastando o chão, caindo um pouco de poeira do
teto e saiu um ar quente, estranho e fedorendo. Ele
ficou impressionado, e fazendo um gesto de nojo
com a face disse:” Merda, que fedor horrível, mas o
destino está do meu lado.” Então ele entrou observando
e viu lá na frente que havia uma luz como a do sol,
que descia do alto da torre. Ele foi entrando pelo
corredor e as paredes eram velhas e o chão úmido,
havia lodo e musgo estendendo-se pra todos os
lados. Ele foi andando curioso e atento, ali deveria
morar alguém ele pensava, até que ele ouviu como
um eco, uma voz que parecia agradável: "Ah! Que
surpresa excelente! Venha. Entre, entre. Significa muito
pra mim, uma visita tão inesperada!" Adam ficou com
medo, mas a voz parecia amigável e aquele poderia
ser o Espírito que o Mago Cascudo mencionou.
Então Adam respondeu mesmo com uma pergunta
desconfiada:” Já estou indo, como você se chama?” “
Venha até aqui embaixo, desça os degraus e te direi quem
sou.”Disse Malör. Adam foi até a área ensolarada, viu
que ele agora estava no centro da torre, que era
muito espaçoso. Dava para descer até o local de onde
vinha a voz ou subir até os confins no alto da torre
de onde vinha a luz, tudo isso através de uma
escadaria em forma de espiral larga que era
encostada nas paredes. Ele foi descendo pelas
escadas e viu uma chama lá embaixo, tinha armas
nas paredes e a medida que foi descendo mais ele
viu Malör saindo de uma abertura imensa, se
voltando para Adam e sorrindo como um louco
numa expressão de nojo no canto de sua boca
imensa, como se houvesse grandes motivos para se
animar, Adam ao ver a forma dos olhos vermelhos
de fogo, seu corpo escuro, nevoento e gigantesco de
Malör, retrocedeu um pouco e hesitou. E Malör
disse: “Não se apavore, você agora é meu hóspede na
minha torre, lhe tratarei dignamente, pois você é o
primeiro homem a pisar na Torre Colossal e merece um
presente digno de um grande viajante." Malör
controlava a voz e falava pausadamente, acalmando
o viajante. Adam disse: “Sim, mas qual é o seu nome
grande ser da Torre?" Então Malör foi voando em suas
sombras clareadas pelos seus olhos: "Eu sou Malör,
Senhor da Torre Colossal, mantenho está forja para que
nunca se apague, sempre haja metal e brasas para criar
artefatos de valor incalculáveis." disse Malör ecoando.
Adam nessa hora olhou nas paredes e no chão e
havia espadas, machados, martelos, armaduras
gigantes e pequenas e metais por todo o lado, uma
forja com brasas azuladas e uma grande bigorna que
brilhava moderadamente. Descendo as escadas
permaneceu diante daquele Ser Grandioso, Malör
por sua vez desceu planando e se encurvou, seu
rosto era assustador e pareceu que ele mudou de
humor e disse: “Ah.” No que ecoou nas alturas da
torre, como um longo chiado:” Que trabalhos tens aqui,
filho de Arden? Por acaso vieste desfazer de mim? Que
vivo atormentado pelo tempo vazio.” disse ele, num tom
melindroso e agonizante que parecia estremecer o
lugar. “Não, eu sou Adam. Vim em busca de dar fim na
peste que assola a minha terra e sarar as chagas do meu
povo. E ainda mais, vim pelos meus” - disse Adam -
numa voz esperançosa, que já parecia exausta de
muitos dias de viagem. “Hum..” Ponderou Malör
num eco novamente: “ Sua causa é nobre e louvável,
Adam, Ó Descendente de Arden. Porém, não tenho o que
buscas, eu não saro. E meu espirito foi molestado pelos
incontáveis segundos de eternidade nesse cativeiro remoto.
Só o que anseio agora é o meu ofício, bater com o meu
martelo na minha bigorna pela imortalidade que me resta:
batendo e batendo, queimando e forjando.” Adam viu o
desprezo daquele ser, mas insistiu: “Há um Mago na
terra baixa, O chamam de Cascudo. Ele mencionou ter um
espírito nesse lugar elevado, com poderes de trazer vida
aos que jazem nas sombras da morte.”” Hum.. A morte?
Só vence a morte aqueles que surgiram antes da
separação.” Disse Malör olhando fixamente para o
Homem que parecia não desistir. Ora, Malör era um
espírito poderoso, ele havia assumido uma forma
onde só se tocava algumas partes dele mesmo, seus
membros, uma forma meia corpórea e meio espírito,
negro e arrodeado de uma nuvem que saía de si
mesmo e se embaraçava ao redor dele, clareado no
tom vermelho dos seus olhos em chamas, e ele se
encurvava ou se agachava para fazer gestos ou falar
diante de Adam. O espírito voou no salão por cima
da forja que estava em brasas acesas com um fogo
azulado, das chamas saía fumaça e o cheiro não era
agradável. Então ele desceu flutuando lentamente,
ele olhou para Adam com suas chamas vermelhas e
mostrou um grande sorriso, exibindo seus dentes e
grandes presas, mas Adam viu que faltava uma
presa, como se fora quebrada. Malör pegou uma faca
de lâmina negra e afiada, que estava escondida no
seu corpo em fumaça e parecia uma grande espada
para o Homem, e ainda sorrindo assustadoramente
para Adam, golpeou sua própria presa que estava
ainda inteira, arrancando uma lasca. Pegou uma
caixa de metal negro e pôs a lasca da sua presa ali e
fechou, e deixou cair nas chamas azuis. O espírito
deu um sopro que as chamas ficaram fortíssimas
fazendo Adam se afastar mesmo já estando uma boa
distância da forja, ele atentamente observava o que
aquele espírito fazia. “Eu não tenho a cura para te dar.”
disse Malör “Mas posso supri-lo na sua busca, com uma
arma poderosa, pois a terra elevada não é lugar para um
Homem, e há muitos perigos. Armas terrenas não
funcionam aqui em cima, nesta terra você tem que golpear
como um Deus.” Houve um silêncio, que só se ouvia
o crepitar das brasas na forja. “O que queres que eu te
faça espírito da torre altíssima? Farei, e tu me dizes onde
existe essa vida de que ouvi” Disse Adam. “Limpe esta
terra.” Disse Malör agora bem sério num tom grave,
levantando os olhos de fogo para o Descendente de
Arden. Ele pegou das sombras de si um pegador
metálico, que usou para agarrar a caixa que já estava
com uma cor brilhosa, mas não era alaranjado ou
vermelho como fogo comum, era branco como a luz.
Abrindo a caixa e deixando cair o metal na sua
grande bigorna, deixou de lado o instrumento e
sacou um Martelo Negro grandioso e começou a
martelar, o que era a sua presa agora parecia um
metal claro e brilhoso como a luz do Sol no ponto
mais alto, e dele saia o que parecia uma aura
dourada. Malör martelava com uma paixão louca –
dizendo:” Limpe esta terra! Dos seres malignos que nela
habita desde eras passadas, limpe esta terra! E só assim
haverá vida.” Enquanto parecia sorrir timidamente e
rapidamente mudar a feição do seu rosto negro para
algo mais sombrio que ele mesmo e nisso oscilava a
cada batida do seu martelo naquela luz, e olhava
fixamente para o metal, mergulhado em
pensamentos de outra era, na qual odiava recordar.
Adam, maravilhado com tudo aquilo jamais tinha
visto algo parecido, sua mente rapidamente saltou
para o passado em quem só apreciava o conforto de
grama em baixo da Árvore do Descanso (era como a
chamavam) , o barulho relaxante das águas do Rio
Bravio caindo da pequena cachoeira, a receita de sua
Mãe, a Senhora Saira, na verdade era uma vida
pobre, mas Adam, Saira e seu Akam eram felizes até
o dia da peste. Nesse ponto da história Adam parou
de relembrar, não gostava de pensar nessa parte da
história, de qualquer forma ,ele agora não estava
como os mortais, lá embaixo na Terra Baixa com suas
preocupações, Anões escondidos nas montanhas
com sua tecnologia avançada e seus feitiços, Elzerus
planejando mais racismo e superioridade com sua
magia superior, Homens sendos cada vez mais
egoistas, e as outras raças menores sendo cada vez
mais extintas e desvalorizadas. Com todos
problemas do mundo ele se sentia alguém maior
agora, apesar de tudo, como Malör havia dito:" O
primeiro homem a pisar na Torre Colossal." isso tinha de
ser alguma coisa, afinal ele atravessou o Reino de
Karkarvus e viajou no navio dos Elzerus das praias
atravessando o Grande Mar das Serpentes, avistou e
seguiu os Fundamentos da Ponte da Divindade
chegando até a Ilha Perdida onde passou por muitos
perigos juntamente com a tripulação, chegando no
Topo da Montanha da Verdade e atravessando a
grande Ponte da Divindade enquanto todos os
outros pereceram e foram levados pela tempestade.
O presente do Mago Cascudo, que era o seu próprio
Casco talvez o tenha salvado naquela tempestade,
pelo menos assim ele imaginava, pois o Escudo
Cascudo pesava como uma pedra Gigantesca esse
era o treinamento do Mago Cascudo, quando
recolhido o escudo o Herói se sentia leve como uma
Águia, e forte e robusto como touro apesar de ser de
pequena estatura, assim Adam estava apto para o
combate bruto com seu Casco suportando ataques
brutos de qualquer natureza ou para ser silencioso e
mortal quando largava o Casco como O Mestre
Cascudo dizia:" Se a lâmina é mortal, você só precisa de
velocidade a ponto de ser invisível."

Você também pode gostar