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A ALTA DO DÓLAR E O DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL

Lauro dos Santos Santarém Júnior


Universidade Federal do Amazonas
laurosantosan@gmail.com.br

RESUMO: Este trabalho relaciona a variação do dólar e o desmatamento na


Amazônia Legal. A desvalorização do real frente ao dólar deixa as commodities
brasileiras competitivas no mercado internacional e rentável à exportação. Essas
commodities, são representadas principalmente pela soja, carne bovina e madeira.
Estas são matrizes econômicas na Amazônia Brasileira. Nesse contexto, pode-se
pensar no impulso a abertura de novas áreas para a plantação de soja e pasto,
visando a obtenção de maior lucratividade. A consequência configura-se no avanço
do desmatamento e da fronteira agrícola sobre à floresta Amazônica. Nesse sentido,
o estudo procurou responder a seguinte questão: a variação do dólar explica o
desmatamento na Amazônia Legal? Partiu-se da presunção que a alta do dólar
contribuí para o desmatamento. Desta forma, o principal objetivo desse trabalho, foi
analisar a relação entre a variação do dólar comercial frente ao real e o
desmatamento na Amazônia Legal. A pesquisa é quantitativa e descritiva, o recorte
espacial da pesquisa abrangeu à Amazônia Legal, as variáveis correspondem a
cotação do dólar (variável independente) e o desmatamento (variável dependente), o
recorte temporal abrange os anos de 2000 a 2019, a coleta de dados ocorreu por
meio de dados secundários nos sites do INPE (2020) e BFMBOVESPA (2020) e a
análise dos dados ocorreu a partir do tratamento dos dados no Excel (gráfico de
dispersão) e Past (Boxplot e histograma). O gráfico boxplot da cotação do dólar,
indica uma assimetria positiva, a mediana ($2,3) é mais próxima do primeiro quartil
($1,9) e do menor valor ($ 1,6), apresenta uma baixa amplitude interquartílica ($1,2)
e não apresenta outliers. No gráfico boxplot do desmatamento, verifica-se uma
assimetria positiva, a mediana (9.000 km²) é mais próxima do primeiro quartil (6.500
km²) e do menor valor (4.500 km²), apresenta uma baixa amplitude interquartílica
(11.700 km²) e não apresenta outliers. O histograma, demostra uma maior
frequência (9) da cotação do dólar entre $1,6 e $2,2 e uma maior frequência (11) do
desmatamento entre 4,5 mil km² e 10,3 mil km² de floresta. O gráfico de dispersão
constata, a ocorrência de uma tendência ao aumento do desmatamento com a
valorização do dólar frente ao real. Por fim, os dados demonstram a existência de
uma relação entre a variação do dólar e do desmatamento, portanto, a cotação do
dólar comercial deve ser considerada na análise do desmatamento da Amazônia
Legal, entretanto, levando em consideração a complexidade do problema, não deve
ser estudada isoladamente, mas em conjunto com a dimensão ambiental, social,
cultural e política, ou seja, a análise do desmatamento deve envolver múltiplas
variáveis. Somente a variação do dólar (econômica), não responde unilateralmente
pelas variações do desmatamento ao longo dos 20 anos.
PALAVRAS-CHAVE: Cotação dólar. Desmatamento. Amazônia Legal.

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