Este documento analisa a relação entre a variação da taxa de câmbio do dólar americano em relação ao real brasileiro e as taxas de desmatamento na Amazônia Legal entre 2000-2019. Os resultados mostram uma tendência de aumento do desmatamento com a valorização do dólar, porém, o desmatamento depende de múltiplos fatores além do câmbio.
Este documento analisa a relação entre a variação da taxa de câmbio do dólar americano em relação ao real brasileiro e as taxas de desmatamento na Amazônia Legal entre 2000-2019. Os resultados mostram uma tendência de aumento do desmatamento com a valorização do dólar, porém, o desmatamento depende de múltiplos fatores além do câmbio.
Este documento analisa a relação entre a variação da taxa de câmbio do dólar americano em relação ao real brasileiro e as taxas de desmatamento na Amazônia Legal entre 2000-2019. Os resultados mostram uma tendência de aumento do desmatamento com a valorização do dólar, porém, o desmatamento depende de múltiplos fatores além do câmbio.
A ALTA DO DÓLAR E O DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA LEGAL
Lauro dos Santos Santarém Júnior
Universidade Federal do Amazonas laurosantosan@gmail.com.br
RESUMO: Este trabalho relaciona a variação do dólar e o desmatamento na
Amazônia Legal. A desvalorização do real frente ao dólar deixa as commodities brasileiras competitivas no mercado internacional e rentável à exportação. Essas commodities, são representadas principalmente pela soja, carne bovina e madeira. Estas são matrizes econômicas na Amazônia Brasileira. Nesse contexto, pode-se pensar no impulso a abertura de novas áreas para a plantação de soja e pasto, visando a obtenção de maior lucratividade. A consequência configura-se no avanço do desmatamento e da fronteira agrícola sobre à floresta Amazônica. Nesse sentido, o estudo procurou responder a seguinte questão: a variação do dólar explica o desmatamento na Amazônia Legal? Partiu-se da presunção que a alta do dólar contribuí para o desmatamento. Desta forma, o principal objetivo desse trabalho, foi analisar a relação entre a variação do dólar comercial frente ao real e o desmatamento na Amazônia Legal. A pesquisa é quantitativa e descritiva, o recorte espacial da pesquisa abrangeu à Amazônia Legal, as variáveis correspondem a cotação do dólar (variável independente) e o desmatamento (variável dependente), o recorte temporal abrange os anos de 2000 a 2019, a coleta de dados ocorreu por meio de dados secundários nos sites do INPE (2020) e BFMBOVESPA (2020) e a análise dos dados ocorreu a partir do tratamento dos dados no Excel (gráfico de dispersão) e Past (Boxplot e histograma). O gráfico boxplot da cotação do dólar, indica uma assimetria positiva, a mediana ($2,3) é mais próxima do primeiro quartil ($1,9) e do menor valor ($ 1,6), apresenta uma baixa amplitude interquartílica ($1,2) e não apresenta outliers. No gráfico boxplot do desmatamento, verifica-se uma assimetria positiva, a mediana (9.000 km²) é mais próxima do primeiro quartil (6.500 km²) e do menor valor (4.500 km²), apresenta uma baixa amplitude interquartílica (11.700 km²) e não apresenta outliers. O histograma, demostra uma maior frequência (9) da cotação do dólar entre $1,6 e $2,2 e uma maior frequência (11) do desmatamento entre 4,5 mil km² e 10,3 mil km² de floresta. O gráfico de dispersão constata, a ocorrência de uma tendência ao aumento do desmatamento com a valorização do dólar frente ao real. Por fim, os dados demonstram a existência de uma relação entre a variação do dólar e do desmatamento, portanto, a cotação do dólar comercial deve ser considerada na análise do desmatamento da Amazônia Legal, entretanto, levando em consideração a complexidade do problema, não deve ser estudada isoladamente, mas em conjunto com a dimensão ambiental, social, cultural e política, ou seja, a análise do desmatamento deve envolver múltiplas variáveis. Somente a variação do dólar (econômica), não responde unilateralmente pelas variações do desmatamento ao longo dos 20 anos. PALAVRAS-CHAVE: Cotação dólar. Desmatamento. Amazônia Legal.