Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Caldeireiro
Base com nervuras
© SENAI-SP, 2006
SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
E-mail senai@sp.senai.br
Home page http://www.sp.senai.br
SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Sumário
Tecnologia
Introdução 9
Chapas de aço 11
• Chapas grossas 12
• Chapas finas 13
• Fieiras para chapas finas de aço e fios 16
• Tabela de conversão de unidades de comprimento 19
• Barras de aço 20
• Barras quadradas 22
• Barras redondas 23
• Barras sextavadas 24
• Barra chata 25
• Cantoneiras 25
• Barra em “T” com canto arredondado 28
• Barra em “I” 29
• Barra em “U” 30
Laminação 39
• Uma grande ajuda: as propriedades dos materiais 39
• Conformação por laminação 41
• A máquina de laminar chama-se... 42
• Laminando um produto plano 46
• Características e defeitos dos produtos laminados 47
SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Dobramento e curvamento 49
• Deformação por flexão 49
• Dobramento 50
• Curvamento 55
• Elementos da calandra 56
• Tipos de calandra 57
Corte plasma 67
• Plasma 67
• O surgimento do processo de corte a arco plasma 68
• Características do arco plasma 69
• O corte plasma convencional 69
• Corte plasma com ar comprimido 70
• Segurança no processo 71
SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Tesoura guilhotina 93
• Guilhotinas 93
• Tesouras portáteis 94
• Apreciação do trabalho 94
• Normas de segurança 96
Operações
Cortar na tesoura guilhotina 97
Cortar na máquina de corte abrasivo 99
Tarefa 103
Referências 105
SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Introdução
Essas operações são executadas em trabalhos que requerem ajustes precisos como
confecção de matrizes, montagem de peças e outros.
SENAI-SP - INTRANET 9
Base com nervuras
10 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Chapas de aço
SENAI-SP - INTRANET 11
Base com nervuras
Chapas grossas
As chapas grossas de aço são obtidas por meio da laminagem a quente e apresentam
espessura superior a 5mm.
1000 2000
6,3
1100 3000
8,0
e e
9,5
1200 6000
12,5
16,0
19,0
1000 6000
22,4
25,0
e e
31,5
37,5
1200 12000
50,0
63,0
75,0
12 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
As chapas grossas podem ser fornecidas com bordas naturais ou aparadas. Quando
fornecidas em bobinas, as bordas devem ser naturais enquanto a espessura pode ir
até 12,7mm.
A CSN fabrica chapas de piso com espessura de 5,1 a 9,5mm. Os relevos variam de
fabricante para fabricante.
Chapas finas
As chapas finas apresentam a espessura compreendida entre 0,3 e 5mm e são obtidas
por laminagem a quente ou frio.
SENAI-SP - INTRANET 13
Base com nervuras
Abaixo, são dadas as dimensões-padrão das chapas finas a quente fornecidas pela
CSN.
1,90
2,00
1000 1120 1070
2,25
2,65
2000
3,00 600
3000
3,35 em todos
1000 e
3,75 os casos
1100 6000
4,25 1220 1170
e
4,50
1200
4,75
5,00
As chapas finas a quente podem ser fornecidas em bobinas com bordas naturais ou
aparadas. Além disso, cortadas ou em bobinas, podem se fornecidas decapadas ou
oleadas. Nesse caso, torna-se necessário um entendimento prévio entre o usuário e o
fabricante.
As chapas finas a quente também podem ser fornecidas com relevos na superfície.
Nesse caso, são chamadas de chapas de piso ou chapas xadrez. As fabricadas pela
CSN apresentam uma espessura compreendida entre 3,15 e 5mm e uma largura de
600 a 1 220mm.
14 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
As chapas finas a frio são laminadas a frio. Na CSN, essas chapas são produzidas
com espessura variando de 0,3 a 1,90mm; largura de 600 a 1 220mm e comprimento
de 901 a 4 600mm. São fornecidas em chapas ou em bobinas. A CSN fornece as
chapas finas a frio conforme dimensões-padrão da tabela a seguir.
As chapas finas a frio têm duas bordas aparadas, antes da redução a frio, na saída da
decapagem contínua . Elas são, pois, fornecidas com bordas naturais da laminação a
frio.
As chapas finas a frio podem ser aplainadas por estiramento. O processo consiste em
dar uma deformação permanente com tracionamento longitudinal em que é
ultrapassado o limite de escoamento do aço, com a finalidade de aprimorar o
aplainamento do material. Esse acabamento não pode ser aplicado a bobinas.
As chapas finas a frio, tanto em bobinas como em chapas, podem ser fornecidas
oleadas.
SENAI-SP - INTRANET 15
Base com nervuras
Quanto ao acabamento, as chapas finas a frio poder ser fornecidas segundo os dados
da tabela a seguir. Os valores da rugosidade indicados podem variar. O acabamento
de superfície brilhante só se aplica à superfície A ou à superfície B.
16 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
A ilustração mostra um tipo de fieira americana que utiliza a norma AWG (American
Wire Gauge = medida de fios americana). Cada ranhura da fieira apresenta um número
que vai de 0 a 36. Cada número corresponde a uma dada espessura e a um dado
diâmetro
Os diâmetros dos fios e das chapas finas de aço são verificados ou medidos quando
introduzidos entre as faces paralelas dos rasgos da ranhuras.
SENAI-SP - INTRANET 17
Base com nervuras
Interpretação da tabela
Uma chapa de aço no 16 numa fieira W&M terá uma espessura de 1,588mm. Numa
fieira B&S, a espessura da chapa corresponderá a 1,290mm. Se a fieira utilizada for
MSG, a espessura valerá 1,52mm e assim por diante.
18 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Cuidados
As fieiras não devem sofrer choques ou quedas e devem ser limpas com uma flanela
após o uso. Devem ser guardadas em locais apropriados e recobertas com uma fina
camada de óleo para não sofrerem oxidação.
O manuseio exige cuidados redobrados para não ocorrer danos ranhuras, o que
inutilizaria o calibre.
Por exemplo, se tivermos uma medida cujo valor seja 3/4” e desejarmos saber quanto
essa medida vale decimais de polegada ou milímetros, bastará verificarmos na tabela
conde encontra-se 3/4”. A seguir, bastará buscar a equivalência em decimais de
polegadas e em milímetros. Encontraremos os seguintes valores: 0,75” e 19,050mm.
Com treino e uso você acabará decorando muitos valores da tabela.
SENAI-SP - INTRANET 19
Base com nervuras
Barras de aço
20 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
De acordo com essa definição, as barras de aço são identificadas pelos perfis que elas
apresentam.
Abaixo, são ilustradas as barras mais utilizadas. Observe que o perfil dá nome a cada
tipo de barra.
As barras são obtidas a partir dos lingotes de aço que passam por uma série de
operações de laminagem, segundo o perfil que se deseja obter. Os laminadores, no
caso, apresentam canaletas e perfis apropriados que conformarão os materiais
adequadamente. Todas as operações são efetuadas a quente.
Abaixo, é mostrado, esquematicamente, como se obtém uma barra com perfil em “U”,
partindo de um lingote de aço quadrado. No caso, conforme ilustração, foram
necessárias onze operações de laminagem.
SENAI-SP - INTRANET 21
Base com nervuras
Segundo as dimensões da secção tara transversal que as barras apresentam, elas são
classificadas em três grupos: as de perfil leve, as de perfil médio, as de perfil pesado.
Barras quadradas
Esquematicamente, temos:
22 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Segundo a NBR-11294 (barras de aço), o modo de designar uma barra quadrada com
40mm de lado, por exemplo, feita com aço 1020, é o seguinte: quadrado 40 NBR 5014
ABNT 1020.
Interpretação:
Exemplo
Barra quadrada com 1” de lado
As barras quadradas são utilizadas para construir, por exemplo, pequenas estruturas
metálicas.
Barras redondas
SENAI-SP - INTRANET 23
Base com nervuras
Esquematicamente:
As barras redondas, de perfil leve, são utilizadas para construir gradis, portões, eixos,
etc.
Barras sextavadas
Esquematicamente:
Segundo a NBR-11294, o modo de designar uma barra sextavada, por exemplo, com
70mm de distância entre as faces paralelas, de aço ABNT 1040, é o seguinte:
sextavado 70 NBR 5013 ABNT 1040.
24 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Barra chata
Esquematicamente:
Exemplos
• Barra chata NBR-6006 - 1020 - 12 x 8 NBR 5907
• 50 t barra chata - NBR-6006 - 1020 - 13 x 8 - NBR 5907
Nota: t = tonelada
Cantoneiras
São barras laminadas cuja secção transversal reta do perfil assemelha-se à letra “L”.
SENAI-SP - INTRANET 25
Base com nervuras
Esquematicamente:
26 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Exemplo de identificação:
Exemplo:
4” x 4” 1/2”
Esquematicamente:
Exemplo de identificação:
SENAI-SP - INTRANET 27
Base com nervuras
Exemplo:
L 6” x 4” x 1/2”
É uma barra cuja secção transversal se assemelha à letra “T” com as faces da alma e
as faces das abas ligeiramente inclinadas e cantos arredondados.
Esquematicamente:
28 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Exemplo de identificação:
T-20 x 3 - NBR-7822-ABNT 1030
Exemplo:
T 2” x 2” x 3/16”
Barra em “I”
Nas barras em “I”, as faces paralelas das abas apresentam dimensões menores que a
altura do perfil. O perfil dessas barras assemelha-se à letra I.
Esquematicamente:
Exemplo de identificação
SENAI-SP - INTRANET 29
Base com nervuras
Barra em “U”
Esquematicamente:
Dimensões-padrão
Altura nominal - de 75mm a 40mm
Largura das abas - de 40mm a 105mm
Espessura da alma - de 4,5mm a 20,7mm
Espessura média das abas - de 8,71mm a 16,51mm
Exemplo de identificação:
U 254 x 22,7 - NBR-6351 - ABNT 1030
Observe que a espessura da alma e das abas são omitidas, pois são determinadas em
função da altura nominal e da largura das abas do perfil.
As barras “U” são utilizadas nos projetos de escadas, plataformas, terças, longarinas,
colunas, etc.
Referência
SENAI-SP. Pá de lixo. Por Selma Ziedas et alii. São Paulo, 1993. 122p. (Caldeireiro I, 6).
30 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Para calcular a dimensão de uma chapa que será transformada em cilindro ou em anel
é necessário considerar três dados: o diâmetro interno, o diâmetro externo e a linha
neutra da curva a ser feita.
Quando se curvam chapas com até 12mm de espessura, nota-se que o raio de
curvatura é muito extenso em relação à espessura; por essa razão, considera-se que a
linha neutra passa pela metade da espessura da chapa.
A linha neutra, chamada diâmetro médio, é a medida obtida pela soma do diâmetro
interno e a espessura do material, isto é:
Dm = Di + E
SENAI-SP - INTRANET 31
Base com nervuras
Observe:
Dm = De - E
C = Dm . π
Vejamos um exemplo:
C = Dm . π
C = (420 + 3) . π
C = 423 . π
C = 1328mm
Outro exemplo:
L = 2000mm
Di = 900mm
E = 16m
C = Dm . π
C = (900 + 16) . π
C = 916 . 3,14
C = 2876mm
32 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Dm . π
C=
2
Observe o exemplo:
L= 3000mm
Di = 1500mm
E = 20mm
Dm . π
C=
2
(1500 + 20) . π
C=
2
1520 . 3,14
C=
2
4772
C=
2
C = 2386,4mm
SENAI-SP - INTRANET 33
Base com nervuras
C = Dm . π
Dm . π
C=
2
Referência
SENAI-SP. Parafuso com olhal. Por Selma Ziedas et aliii. São Paulo, 1993. 58p. (Caldeireiro I,
12).
Dobramento em ângulo
O cálculo de dobramento em ângulo, assim como o cálculo de dobramento em cilindro
ou em anel, também envolve, como primeiro passo, o cálculo da linha neutra.
34 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Claro está que as medidas de até 12mm ou acima de 12mm não são rígidas. O
deslocamento da linha neutra se processa de modo gradativo; acontece que em
chapas com até 12mm de espessura esse deslocamento não é considerado no cálculo
da dobra porque se torna insignificante. Porém, a partir de 13mm já se percebe uma
mudança que vai influir decisivamente nos cálculos.
Consideremos então uma chapa de aço com 6mm de espessura na qual deverá ser
feita uma dobra com ângulo de 90o.
O diâmetro interno é conhecido por meio da tabela que fornece o raio mínimo
multiplicando o coeficiente utilizado para o material, que neste caso é o aço, pela
espessura da chapa.
Rm = coef. . e
onde:
Rm → raio mínimo
coef. → coeficiente
e → espessura
Como o raio é metade de uma circunferência, temos que o diâmetro interno será o raio
mínimo multiplicado por 2. Ou:
Di = Rm . 2
SENAI-SP - INTRANET 35
Base com nervuras
Dm = Di + e
Para o cálculo do diâmetro médio ou linha neutra, é necessário lembrar que quando a
linha neutra está na metade da espessura deve-se somar meia espessura de um lado
e meia do outro, o que dá uma espessura. Portanto, temos:
Dm = Di + e
No caso de a linha neutra estar a 1/3, somam-se 1/3 de cada lado, o que dá 2/3.
Portanto:
Dm = Di + 2/3 . e
36 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Calculados esses dados, imaginemos agora uma circunferência na qual estaria inscrito
o ângulo de dobramento.
O diâmetro médio refere-se à circunferência inteira, isto é, a 360º. Como a parte que
nos interessa é apenas o ângulo de 90º, ou 1/4 da circunferência, constrói-se uma
regra de três, onde 360º está para Dm assim como o ângulo de dobra está para x.
Veja:
360º → Dm
α → x
Portanto,
α . Dm
x =
360 o
α . Dm . π
C =
360 o
SENAI-SP - INTRANET 37
Base com nervuras
Referência
SENAI-SP. Caixa lateral de redutor. Por Selma Ziedas et alii. São Paulo, 1993. 40p.
(Caldeireiro I, 13).
38 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Laminação
Por mais simples que a peça seja, é sempre necessário usar máquinas e realizar mais
de uma operação para produzi-la. Começando pela fundição, seguindo pelos
processos de conformação mecânica como a laminação e a trefilação, passando pelo
torneamento, pela usinagem, as peças vão sendo fabricadas e reunidas para formar os
conjuntos mecânicos sem os quais a vida moderna seria impensável.
E pensando na fundição como início dessa cadeia, a etapa seguinte é, na maioria dos
casos, a laminação, um processo de conformação mecânica.
Embora sem saber, você já deve ter conformado um metal em algum momento da sua
vida. Aí vem a pergunta: “Mas, como?!”
SENAI-SP - INTRANET 39
Base com nervuras
A segunda pergunta que você certamente fará é: “Mas, como é possível que materiais
tão rígidos como o aço, ou o ferro, possam ser comprimidos, puxados e dobrados para
adquirirem os formatos que o produto necessita?”
Eles também são ajudados pelo reticulado cristalino dos metais, que está associado ao
modo como os átomos dos metais estão agrupados.
Materiais que têm estrutura CFC, ou seja, cúbica de face centrada, têm uma forma de
agrupamento atômico que permite o deslocamento de camadas de átomos sobre
outras camadas. Por isso, eles se deformam mais facilmente do que os que
apresentam os outros tipos de arranjos. Isso acontece porque, nessa estrutura, os
planos de escorregamento permitem que camadas de átomos “escorreguem” umas
sobre as outras com mais facilidade.
Como exemplo de metais que apresentam esse tipo de estrutura após a solidificação,
temos o cobre e o alumínio. Por isso, esses metais são mais fáceis de serem
trabalhados por conformação mecânica. A prova disso é que o alumínio pode ser
laminado até a espessura de uma folha de papel. Esse é o caso daqueles rolos de
folhas de papel-alumínio que você compra no supermercado.
40 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Ao passar entre os cilindros, o material sofre deformação plástica. Por causa disso, ele
tem uma redução da espessura e um aumento na largura e no comprimento. Como a
largura é limitada pelo tamanho dos cilindros, o aumento do comprimento é sempre
maior do que o da largura.
Se você quer saber como isso funciona, pare numa pastelaria e veja como o pasteleiro
estica a massa. Observe como, a cada passada, ele reajusta a distância entre os
cilindros. Veja que a massa fica cada vez mais comprida e mais fina. Aproveite e coma
um pastel e tome um caldo de cana geladinho. Não existe nada mais gostoso...
A laminação pode ser feita a quente ou a frio. Ela é feita a quente quando o material a
ser conformado é difícil de laminar a frio ou quando necessita de grandes reduções de
espessura. Assim, o aço, quando necessita de grandes reduções, é sempre laminado a
quente porque, quando aquecido, sua estrutura cristalina apresenta a configuração
CFC que, como já vimos, se presta melhor à laminação. Além disso, nesse tipo de
estrutura, as forças de coesão são menores, o que também facilita a deformação.
SENAI-SP - INTRANET 41
Base com nervuras
A laminação a frio também pode ser feita mesmo em metais cuja resistência à
deformação é maior. São passes rápidos e brandos cuja finalidade é obter maior
precisão nas dimensões das chapas. Em alguns casos, a dureza e a resistência do
material melhoram já que, nesse caso, ele fica “encruado”. Quando se necessita de
precisão dimensional e ductilidade, a chapa laminada a frio passa por um tratamento
térmico chamado recozimento.
Sendo a quente ou a frio, a laminação parte dos lingotes que, passando pelos
laminadores, pode se transformar em produtos de uso imediato como trilhos, vigas e
perfis. Pode se transformar também em produtos intermediários que serão usados em
outros processos de conformação mecânica.
É o caso de tarugos que passarão por forjamento, extrusão e trefilação e das chapas
que serão estampadas para a fabricação de automóveis, ônibus, fogões, geladeiras...
42 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
É composto de:
• Cadeira: é o laminador propriamente dito e que contém a gaiola, os cilindros e os
acessórios.
• Gaiola: estrutura que sustenta os cilindros.
Os cilindros são as peças-chave dos laminadores, porque são eles que aplicam os
esforços para deformar o metal. Eles podem ser fundidos ou forjados; são fabricados
em ferro fundido ou aço especial, dependendo das condições de trabalho a que eles
são submetidos. Podem ser lisos, para a produção de placas e chapas, ou com canais,
para a produção de perfis.
SENAI-SP - INTRANET 43
Base com nervuras
• Trio: três cilindros dispostos uns sobre os outros. Quando o material passa pela
primeira vez, ele passa entre o cilindro inferior e médio. Quando ele retorna, passa
pelo cilindro médio e superior.
44 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
• Quádruo: apresenta quatro cilindros: dois internos (de trabalho) e dois externos
(de apoio).
• Sendzimir: apresenta seis cilindros dos quais dois são de trabalho e quatro são de
apoio.
SENAI-SP - INTRANET 45
Base com nervuras
A laminação nunca é feita de uma só vez. Assim como o pasteleiro passa a massa pela
máquina várias vezes até que ela tenha a espessura desejada, o metal também é
passado diversas vezes pelo laminador a fim de que o perfil ou a chapa adquiram ou o
formato, ou a espessura adequada para o próximo uso.
Como já dissemos, para obter um produto laminado, ele tem que passar diversas
vezes pelos laminadores. Na verdade, esse processo tem várias etapas, porque além
da passagem pelos cilindros, algumas coisas vão acontecendo à medida que o produto
vai sendo laminado. Essas etapas são, em geral, as seguintes:
46 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Além da grande variedade de produtos de aço que se pode fabricar por laminação,
esse processo de conformação mecânica também é aplicável ao cobre e suas ligas, ao
alumínio e sua ligas, à borracha e ao papel.
Cada produto industrial tem características que o diferenciam dos outros. Não é
diferente com relação aos produtos laminados.
Por exemplo, as formas desses produtos são muito simples: barras, perfis, chapas.
Seu comprimento é sempre muito maior que sua largura e, na maioria dos casos, as
espessuras também são reduzidas.
SENAI-SP - INTRANET 47
Base com nervuras
Referência
SENAI-SP. Processos de fabricação 1. Módulos especiais mecânica. TC2000.263p.
48 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Dobramento e curvamento
Nesta unidade você vai conhecer um pouco do processo pelo qual são produzidos
objetos dobrados de aspecto cilíndrico, cônico ou em forma prismática a partir de
chapas de metal. Vamos estudar as máquinas de dobrar e curvar, os cuidados a serem
tomados durante essas operações e como se efetuam essas operações em grande
escala.
SENAI-SP - INTRANET 49
Base com nervuras
Dobramento
A operação de dobramento é feita, na maior parte das vezes, a frio. Pode ainda ser
feita a quente, em casos especiais.
50 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Dobramento manual
No dobramento manual, o esforço de flexão é exercido manualmente, com o auxílio
de ferramentas e dispositivos como: martelo, morsa, cantoneira e calços protetores,
como mostra a figura a seguir.
Numa operação desse tipo, a escolha da ferramenta de impacto, como o martelo, tem
que ser adequada à espessura do material a ser dobrado. Além disso, para evitar
deformações, devem ser usados calços protetores para a peça a ser dobrada.
Dobradeiras manuais
As dobradeiras manuais ou viradeiras são máquinas acionadas manualmente e de
grande uso nas indústrias que produzem gabaritos, perfis, gabinetes de máquinas,
armários etc. Estas máquinas se movimentam pela aplicação da força de um ou mais
operadores.
SENAI-SP - INTRANET 51
Base com nervuras
Dobramento à máquina
O dobramento à máquina costuma ser executado numa prensa dobradeira. É uma
máquina que executa operações de dobramento em chapas de diversas dimensões e
espessuras, com medidas predeterminadas. É, geralmente, uma máquina de grandes
dimensões, formada por uma barra de pressão à qual é acoplado o estampo com
movimento vertical, e uma matriz localizada na mesa inferior da máquina. Grande
número de prensas dobradeiras apresenta a mesa inferior fixa e a barra de pressão
móvel. Entretanto, podem-se encontrar modelos que têm a barra fixa e a mesa inferior
móvel. Muitas dobradeiras chegam a atingir mais de 6 m de comprimento.
52 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
SENAI-SP - INTRANET 53
Base com nervuras
Dobramento a quente
O dobramento a quente é sempre feito manualmente, quando a espessura do material
a ser dobrado é grande, acima de 5 mm. Quando se dobra à maquina, o processo é
sempre a frio, independentemente da espessura do material.
Quando se dobra o material com aplicação do calor, acontece o mesmo fenômeno que
ocorre quando se dobra a frio. As estruturas das fibras do lado externo da dobra são
esticadas e as fibras do lado interno da dobra, comprimidas. As fontes de calor usadas
para o aquecimento da peça são: a forja, o forno elétrico a gás ou a óleo e o maçarico.
Para um bom resultado, é preciso observar tudo aquilo que o trabalho envolve, como:
o metal de que a chapa é feita, a espessura da chapa, a quantidade de calor
necessária, a pressão que vai ser dada na dobra, os dispositivos adequados etc.
54 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Curvamento
Curvamento manual
O esforço de flexão para a operação de curvamento é feito à mão, com o auxílio de
martelo, grifa e gabaritos, sempre de acordo com o raio de curvatura desejado. Esta
operação permite fazer cilindros de pequenas dimensões, suportes, flanges para
tubulações etc. Na figura seguinte vemos o curvamento de uma barra com auxílio da
grifa fixa, presa à morsa, onde são aplicados esforços gradativos para se conseguir a
curvatura planejada, com ajuda da grifa móvel.
Curvamento a quente
O trabalho de curvar barras torna-se mais fácil quando o material recebe aquecimento.
Peças como anéis, flanges, elos etc. são executados com êxito a quente quando
observados cuidadosamente os componentes do processo como: calor aplicado no
local correto por meio de maçarico ou forja adequados à espessura da peça, pressão
exercida durante o curvamento e dispositivos adequados a cada tipo de trabalho.
Curvamento à máquina
A máquina usada para curvar chapas chama-se calandra. Na calandra são curvados
chapas, perfis e tubos. As peças podem ser curvadas de acordo com o raio desejado.
Nesse tipo de máquina é que se fabricam corpos ou costados de tanques, caldeiras,
trocadores de calor, colunas de destilação etc.
SENAI-SP - INTRANET 55
Base com nervuras
Elementos da calandra
56 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Nas calandras podem ser curvadas chapas de acordo com o raio desejado. Quando se
quer produzir um cone, cujos raios de curvatura são diferentes, recorre-se a um tipo
especial de calandra. Ela possui rolos inferiores que se deslocam inclinados entre si,
no sentido vertical.
Tipos de calandra
SENAI-SP - INTRANET 57
Base com nervuras
58 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Referência
SENAI-SP. Processos de fabricação 4. Módulos especiais mecânica. TC2000. 234p.
SENAI-SP - INTRANET 59
Base com nervuras
60 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
A máquina de corte com disco abrasivo é utilizada para cortar aços, num curto espaço
de tempo. Observe a seguir as partes componentes de um modelo de máquina de
corte com disco abrasivo.
1. motor
2. alavanca
3. chave de comando
4. disco de corte
5. suporte do motor e do disco abrasivo
6. mesa
7. disco de regulagem angular
8. parafuso de fixação do disco de
regulagem angular
9. morsa
10. mordentes fixos
11. mordente móvel
12. haste roscada
13. manípulo
14. suporte da haste roscada
15. parafuso de fixação do suporte da
haste roscada
16. sulco de deslocamento do suporte da
haste roscada
17. guia do tubo
18. base ou suporte da máquina
SENAI-SP - INTRANET 61
Base com nervuras
Os grãos abrasivos mais usuais na fabricação dos discos de corte são o carbeto de
silício e o óxido de alumínio.
Discos de corte à base de carbeto de silício são recomendados para o corte de ferro
fundido cinzento e outros materiais não-metálicos e não-ferrosos, ao passo que os
discos à base de óxido de alumínio são adequados para o corte de aços em geral,
ferro fundido nodular e ferro fundido maleável.
Os discos à base de aglomerante resinóide são reforçados com uma ou várias telas de
fibra de vidro, em função dos esforços laterais e das diferentes velocidades de corte a
que são submetidos. As telas são colocadas internamente para que o calor provocado
pelo atrito não venham a prejudicar a qualidade das superfícies a serem trabalhadas.
62 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Defeituoso
A seleção dos discos de corte depende dos fatores dados no quadro abaixo.
→ E = área de contato
SENAI-SP - INTRANET 63
Base com nervuras
A especificação escrita que aparece nas etiquetas dos discos de corte encontrados no
mercado varia de fabricante para fabricante. Contudo, há fabricantes que utilizam as
mesmas especificações utilizadas para os rebolos. Por exemplo, consideremos o disco
corte A - 36 – Q – B - 5. A identifica que o abrasivo é um óxido de alumínio; 36 indica
uma granulação média; Q indica que o abrasivo é duro; B indica que o aglomerante é
do tipo resinóide e 5 indica a fórmula de liga utilizada pelo fabricante.
Diante disso recomenda-se consultar os catálogos dos fabricantes sempre que houver
necessidade de obter outros dados a respeito dos discos de corte a serem utilizados
na execução dos trabalhos. A mesma recomendação é válida quando se utilizam
discos de corte em lixadeira portáteis.
64 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
A rotação do disco, de acordo com o modelo da máquina, pode variar entre 1.750 e
5.300rpm. A dimensão do disco também varia segundo o modelo e o fabricante da
máquina; existem discos com diâmetro entre 250 e 350mm.
Esta máquina também conhecida como serra circular, apresenta um disco de corte
feito de aço rápido temperado e é especial para cortes rápidos em alumínio, embora
também possa ser usada para cortar materiais ferrosos.
SENAI-SP - INTRANET 65
Base com nervuras
A serra circular permite cortes em perfis de formas diversas, com ângulos de 450 a 900.
Durante o uso, o disco de corte deve ser lubrificado e refrigerado com lubrificante
adequado. Após o uso, deve-se limpar e lubrificar a máquina.
Tanto a máquina com disco abrasivo quanto a máquina com disco de aço têm
capacidade de corte que varia de acordo com o fabricante.
Referência
SENAI-SP. Tubo curvado com flange. Por Selma Ziedas et alii. São Paulo, 1995. 66p.
(Caldeireiro II, 15).
66 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Corte plasma
Plasma
Sabemos que a matéria pode se apresentar nos estados sólido, líquido e gasoso.
Entretanto, há um estado chamado plasma, conhecido também como o quarto estado
da matéria.
Para uma visão geral de como se produz o plasma, pode-se tomar como exemplo a
água.
SENAI-SP - INTRANET 67
Base com nervuras
O plasma é um condutor elétrico, e quanto menor for o local em que ele se encontrar,
tanto maior será sua temperatura. Para entendermos melhor como isso ocorre,
podemos tomar como exemplo uma corrente elétrica passando por um fio. Se
estreitarmos o fio por onde passa a corrente elétrica, a resistência à passagem da
corrente aumenta, aumentando também a tensão entre os elétrons e,
conseqüentemente, a temperatura do fio.
Nessa figura, os dois arcos estão operando com uma corrente elétrica de 200
ampères. O bocal de jato plasma está apertado e por isso opera com o dobro da
tensão. Produz um plasma muito mais quente que o bocal do arco TIG. Se a mesma
corrente (200 ampères) é forçada a passar pelo bocal do plasma, a tensão e a
temperatura aumentam e uma energia cinética do gás sai pelo bocal, provocando o
corte do metal.
68 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Esses elementos precisam ser controlados e usados segundo princípios técnicos para
se obter bom rendimento do trabalho.
Desse modo, se é usada uma baixa vazão de gás, o jato de plasma apresenta alta
temperatura e concentra grande quantidade de calor na superfície. Esta é a situação
ideal para soldagem.
SENAI-SP - INTRANET 69
Base com nervuras
Uma tocha mecanizada com capacidade para 1.000 ampères pode cortar até 250 mm
de aço inoxidável ou alumínio. Entretanto, habitualmente, na indústria, a espessura de
corte não ultrapassa 50 mm.
Essa técnica de corte foi introduzida na indústria em 1957 e, inicialmente, era usada
para cortar qualquer metal a altas velocidades de corte. As chapas a serem cortadas
variavam de 0,5 mm até 250 mm.
Esse tipo de corte incorpora em seu processo o ar comprimido como um elemento que
substitui gases industriais de alto custo, como hidrogênio e hélio e proporciona um
corte mais econômico. O oxigênio presente no ar fornece uma energia adicional que
aumenta a velocidade de corte em 25%. Esse processo pode ser usado para corte de
aço inoxidável e alumínio. Entretanto, a superfície desses materiais tende a ficar
fortemente oxidada, o que não é adequado para certas aplicações.
70 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Segurança no processo
Referência
SENAI-SP. Processos de fabricação 4. Módulos especiais mecânica. TC2000. 234p.
SENAI-SP - INTRANET 71
Base com nervuras
72 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Até bem pouco tempo atrás, quando se ouvia a expressão “raio laser” (lê-se lêiser), as
imagens que vinham à nossa cabeça estavam associadas aos filmes de ficção
científica: criaturas de outros planetas usando armas poderosas, que emitiam raios
mortais, dispostas a tudo para conquistar a Terra.
Mas você já deve estar se perguntando o que tudo isso tem a ver com processos de
fabricação.
Essa última aplicação é a que vai nos interessar nesta unidade. Você vai ficar sabendo
como o laser é utilizado para cortar diversos tipos de aço, alumínio e suas ligas e
outros materiais metálicos e não-metálicos.
E, para que você não confunda laser com lazer, vamos começar explicando o que é o
laser, afinal.
SENAI-SP - INTRANET
73
Base com nervuras
Laser é luz
O nome Laser é uma sigla formada pelas letras iniciais das palavras “Light
amplification by stimulated emission of radiation”, que em português quer dizer:
amplificação da luz por emissão estimulada da radiação.
O uso do laser pode ser entendido mais facilmente se você imaginar o que acontece
quando focalizamos raios de sol através de uma lente, para produzir uma fonte
concentrada de energia, na forma de calor, sobre uma folha de papel.
Embora desse método resultem apenas uns poucos buracos queimados no papel, ele
nos mostra que a luz é realmente uma fonte de energia, com potencial e condições de
ser processada e explorada do ponto de vista industrial.
Laser é um sistema que produz um feixe de luz concentrado, obtido por excitação dos
elétrons de determinados átomos, utilizando um veículo ativo que pode ser um sólido
(por exemplo, o rubi) ou um líquido (por exemplo, o dióxido de carbono). Este feixe de
luz produz intensa energia, na forma de calor.
SENAI-SP - INTRANET
74
Base com nervuras
Atualmente, o tipo mais comum de laser usado na indústria utiliza o dióxido de carbono
(CO2) como veículo ativo. Outros gases, como o nitrogênio (N2) e o hélio (H), são
misturados ao dióxido de carbono, para aumentar a potência do laser.
Um dispositivo chamado soprador faz circular CO2 dentro de uma câmara, como
mostra a figura.
SENAI-SP - INTRANET
75
Base com nervuras
Essa câmara tem dois eletrodos ligados a uma fonte de alta-tensão. Esses eletrodos
criam um campo elétrico que aumenta a energia do gás dentro da câmara.
Em razão desse acréscimo de energia, os elétrons dos átomos que formam o CO2 se
excitam e mudam de orbital, passando a girar em órbitas mais externas.
Após algum tempo, os elétrons voltam ao seu nível energético original. Nessa volta,
eles têm de eliminar a energia extra adquirida.
SENAI-SP - INTRANET
76
Base com nervuras
Na emissão espontânea, ocorre uma liberação de energia na forma de luz. Esta luz
emitida estimula a emissão contínua, de modo que a luz seja amplificada.
Essa luz é guiada e novamente amplificada por meio de espelhos, até que, no
cabeçote da máquina, é concentrada, através de lentes, num único ponto: o foco. O
direcionamento permite a concentração de energia em um ponto inferior a 0,25 mm de
diâmetro.
O sistema de corte a laser combina o calor do raio focado com a mistura de gases
(dióxido de carbono, nitrogênio e hélio) para produzir uma potência que chega a cerca
de 3000 watts por centímetro quadrado, capaz de vaporizar a maioria dos metais. O
hélio auxilia ainda na dissipação do calor gerado pelo campo elétrico.
Os sistemas de corte a laser não podem ser operados manualmente, pois o processo
envolve alta concentração de energia, uma vez que o feixe deve ser muito concentrado
e preciso e o corte ocorre a velocidades muito altas.
SENAI-SP - INTRANET
77
Base com nervuras
Nas máquinas de corte a laser, como a que é mostrada a seguir, o material a ser
cortado normalmente encontra-se em forma de chapas, embora existam máquinas que
se destinam ao corte de tubos.
Observe, que a chapa é colocada sobre uma espécie de “cama de pregos”, apoiando-
se em vários pontos.
SENAI-SP - INTRANET
78
Base com nervuras
Pelo cabeçote laser flui um gás, chamado gás de assistência, que tem por função,
entre outras, remover o material fundido e óxidos da região de corte. O gás
normalmente usado para esta finalidade é o oxigênio, porque ele favorece uma reação
exotérmica, isto é, libera calor, aumentando ainda mais a temperatura do processo e,
por conseqüência, a velocidade de corte.
Entretanto, o nitrogênio pode ser preferido como gás de assistência, quando forem
necessárias superfícies livres de óxidos, como no corte de aços inoxidáveis.
Os gases para corte a laser são, normalmente, fornecidos em cilindros de gases puros,
mas também podem ser entregues pré-misturados. As impurezas na mistura de gases
podem baixar o desempenho do laser de CO2, diminuindo a potência de saída,
tornando a descarga elétrica instável ou aumentando o consumo dos gases.
SENAI-SP - INTRANET
79
Base com nervuras
O gás de assistência deve ter vazão suficiente para remover o material fundido,
proveniente do corte. Materiais como plásticos, madeiras ou borrachas permitem
utilizar vazões mais elevadas.
O fato de os lasers de CO2 gerarem uma imensa intensidade de calor não significa que
eles possam vaporizar e cortar todos os metais conhecidos, pois cada material reage
de forma diferente a esse tipo de energia.
Aços inoxidáveis
Chapas finas podem ser cortadas com excelente resultado. Não é possível cortar
chapas tão espessas como as de aços não ligados.
Aços-ferramenta
São difíceis de cortar por outros métodos convencionais, por causa do alto teor de
carbono, mas apresentam boa qualidade de superfície, quando cortados a laser.
SENAI-SP - INTRANET
80
Base com nervuras
Outros materiais
O laser corta ainda vários outros materiais não-metálicos como: polímeros, têxteis,
couro, cerâmica, rochas etc.
Por ser uma forma de energia concentrada em pequena área, o corte a laser
proporciona cortes retos, pequena largura de corte, zona mínima afetada pelo calor,
mínima distorção e arestas de excelente qualidade.
Por ser uma luz, não entra em contato direto com a peça, não causando distorções e
não se desgastando.
SENAI-SP - INTRANET
81
Base com nervuras
madeira, couro etc.; a formação de produtos tóxicos (ácido clorídrico), no caso de corte
de PVC.
O laser representa uma tecnologia nova e pouco familiar para uma boa parte das
empresas metalúrgicas, acostumadas aos sistemas convencionais de corte. Mas a
superação das limitações atuais e a construção de sistemas mais adequados às
necessidades e disponibilidades financeiras das pequenas e médias empresas são
perspectivas que tornam o laser uma tecnologia de grande potencial para o futuro
próximo.
Referência
SENAI-SP. Processos de fabricação 4. Módulos especiais mecânica. TC2000. 234p.
SENAI-SP - INTRANET
82
Base com nervuras
Você certamente já ouviu o ditado “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”.
Então, furar pedra usando água você já sabe que dá, não é mesmo? Basta um pouco
de persistência.
Embora seja ainda um processo bastante raro na indústria, já existem máquinas que
cortam todos os materiais citados, e muitos outros mais, usando jato de água a
pressões elevadíssimas.
De lá para cá, muita água já correu. Mesmo assim, no dizer dos especialistas, estamos
apenas começando a formar uma idéia do potencial do corte com jato de água.
SENAI-SP - INTRANET
83
Base com nervuras
Primeiras aplicações
Em 1970, o corte por jato de água sob pressão foi desenvolvido para cortar materiais
metálicos e não-metálicos. A água tinha de ser levada a uma pressão variando de
30.000 a 50.000 psi.
Psi: forma abreviada de pound square inch, que quer dizer libra por polegada
quadrada.
O primeiro equipamento comercial de corte por jato de água foi vendido em 1971, para
cortar peças de móveis de madeira laminada, material difícil de ser processado pelas
serras.
Em 1983, o processo para cortar metais foi modificado, com a adição de abrasivos,
entre os quais se destacam as partículas de sílica e de granada.
Desde a sua comercialização, no início dos anos 80, o jato de água com abrasivos
vem sendo aceito como ferramenta de corte por um número cada vez maior de
indústrias, incluindo as aeroespaciais, nucleares, fundições, automobilísticas, de
pedras ornamentais, de vidros e de construção.
SENAI-SP - INTRANET
84
Base com nervuras
Tratamento da água
A água precisa ser filtrada, para ficar livre de impurezas que poderiam ocasionar
entupimento dos bicos de corte. A impureza da água afeta o desempenho e a
manutenção do sistema de alta pressão.
Corte do material
O jato com alta pressão é expelido em direção ao material a ser cortado, pelo bocal. O
corte ocorre quando a força do jato supera a resistência à compressão do material.
Dependendo das características do material a ser cortado, o corte pode resultar de
erosão, cisalhamento ou tensão localizada. Um sistema de movimentação permite
manipular o jato em torno da peça. Esses movimentos são realizados por motores
elétricos controlados por computador.
SENAI-SP - INTRANET
85
Base com nervuras
Quando se utiliza a tecnologia do jato de água com abrasivo para cortar metais e
outros materiais duros, 90% do corte, na realidade, é feito pelo abrasivo e não pela
água. O abrasivo produz uma ação de cisalhamento que permite cortar materiais de
grande dureza até a espessura de 152,4 mm. Esse tipo de corte é eficaz tanto para
materiais duros como para peças que passaram por endurecimento superficial.
SENAI-SP - INTRANET
86
Base com nervuras
O sistema de corte com jato de água e abrasivo produz um jato cortante mais potente.
Esse jato deixa o cabeçote de corte através de um tubo de misturação, feito de
material cerâmico, como a safira.
SENAI-SP - INTRANET
87
Base com nervuras
Os sistemas de corte com jato de água e abrasivo podem ser instalados em diferentes
tipos de sistemas de movimentação e controle.
Os sistemas de corte por água e abrasivo podem ser instalados, também, em robôs tipo
pórtico de 5 ou 6 eixos, utilizados para fazer perfis complexos, peças aeroespaciais e
componentes automotivos.
SENAI-SP - INTRANET
88
Base com nervuras
Outro equipamento disponível são as mesas X-Y, controladas por CNC, em várias
configurações.
Nesse sistema, a peça é normalmente colocada sobre um tanque, que receberá o jato
de água após o corte, e todos os movimentos são realizados pelo cabeçote, que se
desloca sobre o pórtico e pela mesa.
A maior parte dos sistemas de corte utiliza tanques cheios de água e algumas vezes
outros meios para absorver a energia do jato depois do corte do material. Para cortes
feitos no sentido vertical, ou próximo do vertical, são usados tanques com fundo
coberto por pedras britadas.
Mesa X-Y
Vários fatores influenciam o corte por jato de água e abrasivo. Para usinagem com jato
de água, os principais parâmetros são:
Pressão
A pressão determina o nível de energia das moléculas de água. Quanto maior a
pressão, mais fácil fica vencer a coesão das moléculas do material que se pretende
cortar.
SENAI-SP - INTRANET
89
Base com nervuras
Fluxo
O fluxo de água determina o índice de remoção do material. Há dois modos de
aumentar o fluxo de água: aumentando a pressão da água ou aumentando o diâmetro
do orifício da safira.
Diâmetro do jato
O diâmetro do bico de corte para sistemas de corte por água pura varia de 0,5 mm a
2,5 mm. Jatos de diâmetros menores também podem ser produzidos, para aplicações
específicas. Para o corte de papel, por exemplo, o diâmetro do jato é de 0,07 mm.
Quando se trata do corte por jato de água e abrasivo, os menores diâmetros situam-se
em torno de 0,5 mm.
Abrasivo
A velocidade de corte do sistema é aumentada quando se aumenta o tamanho da
granulação do abrasivo. Em compensação, abrasivos com menores tamanhos de
grãos produzem uma superfície cortada com melhor qualidade. Porém partículas muito
finas de abrasivo são praticamente ineficientes.
Carbeto de boro: substância negra, cristalina, muito dura, de ponto de fusão 2.450° C.
Quanto mais duro for o abrasivo, mais rapidamente se desgasta o bico de corte. Fluxos
elevados de abrasivos também aceleram o desgaste do bico de corte.
SENAI-SP - INTRANET
90
Base com nervuras
Você já conheceu alguns tipos de cortes nos livros anteriores deste módulo. E ainda
conhecerá outros, nas próximas aulas. Todos eles apresentam vantagens e limitações.
Como nada neste mundo é perfeito, no caso do corte por jato de água e por jato de
água e abrasivo não é diferente. Ao lado de muitas vantagens, o sistema também
apresenta algumas limitações, que tornam seu uso seletivo.
Um dos principais atrativos desse corte é que ele não produz problemas de efeito
térmico, isto é, decorrentes da geração de calor, como ocorre em muitos outros
processos de corte.
Além disso, é uma tecnologia “limpa”, que não polui o meio ambiente e é aplicável a
uma vasta gama de materiais, permitindo fazer o corte em qualquer direção, nas mais
variadas formas.
É a tecnologia ideal para cortar certos materiais duros como placas blindadas ou
alguns materiais cerâmicos, que normalmente levam a grande desgaste de
ferramentas nos sistemas de corte tradicionais.
O abrasivo escolhido deve ser mais duro que o material que irá cortar.
SENAI-SP - INTRANET
91
Base com nervuras
Materiais cerâmicos têm sua resistência diminuída após o corte com jato de água e
abrasivo.
Vidros temperados, projetados para quebrar a baixas pressões, também não podem
ser cortados por esse sistema.
Segurança do operador
Se você já tomou uma ducha com esguicho, é bem capaz de avaliar o impacto da água
sobre o corpo humano. Imagine, então, o que aconteceria aos ossos e órgãos se
fossem atingidos por um jato de água ou um jato de água com abrasivo, capaz de
cortar chapas de metal de mais de 200 mm de espessura!
Por isso, nos equipamentos em que se faz manualmente o corte, é indispensável que o
operador trabalhe protegido, usando luvas, óculos e protetores auriculares.
Referência
SENAI-SP. Processos de fabricação 4. Módulos especiais mecânica. TC2000. 234p.
SENAI-SP - INTRANET
92
Base com nervuras
Tesoura guilhotina
Guilhotinas
Ao operar com guilhotinas, devem-se tomar todos os cuidados para evitar acidentes
com as mãos. As modernas guilhotinas apresentam dispositivos que protegem as
mãos dos operadores contra o decepamento.
SENAI-SP - INTRANET 93
Base com nervuras
Tesouras portáteis
Apreciação do trabalho
94 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Há pouca ou nenhuma
rebarba; porém, a borda
Não se utilizou o fixador ou, se
cortada está fora de Colocar o fixador na altura
foi utilizado, ele foi instalado
esquadro. adequada.
muito alto.
A superfície de corte
apresenta a zona de As lâminas não estão afiadas;
Afiar as lâminas.
ruptura demasiadamente o corte foi insuficiente.
extensa.
Uma das lâminas (ou ambas)
apresenta deformação
As bordas do material
localizada causada pelo corte
cortado apresentam
de material redondo ou de Afiar as lâminas.
deformações localizadas.
material muito duro em
relação à dureza do material
que constitui as lâminas.
SENAI-SP - INTRANET 95
Base com nervuras
Normas de segurança
Referência
SENAI-SP. Pá de lixo. Por Selma Ziedas et alii. São Paulo, 1993. 122p. (Caldeireiro I, 6).
96 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Processo de execução
Observação
• Nas guilhotinas modernas existe também um dispositivo para regulagem de acordo
com o tipo de material a ser cortado.
SENAI-SP - INTRANET 97
Base com nervuras
Observação
• Antes de ligar, verifique se o pedal de acionamento está livre.
• Se o número de chapas a ser cortado for grande e o formato regular, regule o
limitador.
Observações
• Se a chapa for traçada, faça coincidir o traçado com o fio da lâmina inferior.
• Se for usado o limitador, faça com que a chapa encoste em toda a extensão do
limitador.
Precauções
• Ao introduzir a chapa, conserve as mãos fora do alcance das lâminas.
• Use luvas de raspa de couro.
• Ao acionar o pedal, afaste as mãos da chapa.
• Certifique-se de que não haja ninguém atrás da tesoura guilhotina.
Referência
SENAI-SP. Caixa lateral de redutor. Por Selma Ziedas et alii. São Paulo, 1993. 40p.
(Caldeireiro I, 13).
98 SENAI-SP - INTRANET
Base com nervuras
Cortar peça na máquina de disco abrasivo é uma operação que consiste em cortar
perfis de diversos formatos e tamanhos, de acordo com a capacidade da máquina.
Esta máquina é muito utilizada em trabalhos gerais de oficinas pois possibilita alta
produção.
Processo de execução
Observação
• A marcação na peça deve ficar bem visível.
Precaução
• Verifique se a máquina está em condições de uso.
SENAI-SP - INTRANET 99
Base com nervuras
Observação
Se a peça for de grande dimensão, use um suporte de apoio para facilitar a operação.
Precaução
• Coloque avental de raspa de couro, luvas e protetor facial.
5. Puxe a alavanca com uma das mãos até que o disco abrasivo se aproxime da
peça.
6. Desloque a peça com a outra mão até que a marcação feita para o corte fique sob
o disco.
Observações
• Encoste o disco levemente sobre a peça, observando se a linha de corte coincide
com o disco.
• Quando se tratar de cortes em série, deve-se adaptar uma régua de apoio à
máquina e fixar um dispositivo para obter a medida desejada.
Observações
• A alavanca deve ser puxada gradativamente, com pressão moderada.
• O disco deve iniciar o corte suavemente.
• Ao se aproximar o fim do corte, deve-se diminuir a pressão dada à alavanca.
Referência
SENAI-SP. Tubo curvado com flange. Por Selma Ziedas et alii. São Paulo, 1995. 66p.
(Caldeireiro II, 15).
Referências
Aluno: Turma:
Seqüência