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Tecnologia aplicada
© SENAI-SP, 2010
Material didático organizado pelo núcleo de Meios Educacionais da Gerência de Educação, em parceria
com Escolas SENAI-SP, para o curso de Qualificação Ajustador Mecâncico da Formação Inicial e
Continuada da área de Metalmecânica, a partir de conteúdos extraídos da intranet.
Equipe responsável
Antonio Varlese
Escola SENAI "Humberto Reis Costa"
Rinaldo Afanasiev
Escola SENAI "Hermenegildo Campos de Almeida"
Celso De Hypólito
Escola SENAI "Roberto Mange"
E-mail senai@sp.senai.br
Home page http://www.sp.senai.br
Sumário
11 Introdução
13 Morsas
13 • Morsa de bancada
14 • Morsa de bancada de base fixa
15 • Morsa de bancada de base giratória
17 Limas
19 • Classificação
23 • Limas especiais
25 • Utilização das limas metálicas
26 • Defeitos na limagem
27 Régua de verificação
31 Instrumentos de traçagem
31 • Instrumentos e materiais
33 • Desempeno
35 • Régua, riscador, esquadro
35 • Riscador e compasso
37 • Martelo e punção
40 • Soluções corantes
41 Serra manual
41 • Arco de serra
43 • Lâmina de serra
46 • Seleção da lâmina de serra
49 Esquadros
51 • Esquadro cilíndrico padrão
53 Ferramentas de corte
53 • Materiais das ferramentas
54 • Metal duro
65 • Cerâmica
55 • Ângulos da ferramenta de corte
58 • Ângulo de cunha β
Este material didático foi produzido especialmente para conter os conteúdos técnicos
necessários e úteis para o acompanhamento deste curso.
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SENAI-SP – INTRANET - AA321-10
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Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Morsas
Morsa de bancada
A mandíbula móvel desloca-se por meio de um parafuso com manípulo e de uma luva
roscada, presa à base da mandíbula fixa.
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Em peças cujas faces não podem ser danificadas, é necessário recobrir os mordentes
fixos com mordentes de proteção, feitos de material menos duro que o material da
peça a proteger.
Os mordentes de proteção mais usados são feitos de cobre, alumínio, latão, couro e
madeira.
A morsa de bancada de base fixa tem uma só base que é presa à bancada por meio
de parafusos.
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Morsa de bancada de base giratória
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Uso e conservação
• A morsa deve estar sempre presa à bancada e na altura do cotovelo do operador;
• Ao final do trabalho, a morsa deve ser limpa e suas partes não pintadas devem ser
recobertas com uma fina camada de óleo para evitar oxidação;
• De tempos em tempos, o parafuso que movimenta a mandíbula móvel da morsa
deve ser lubrificado com graxa, para permitir melhor deslocamento.
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Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Limas
Limas abrasivas
As limas abrasivas são construídas com grãos abrasivos naturais como o óxido de
alumínio, ou artificiais, como o carbeto de silício.
Esse tipo de lima pode trabalhar materiais metálicos como o ferro, o bronze, o alumínio, o
latão, etc., e materiais não-metálicos como o mármore, o vidro, a borracha.
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Comercialmente, as limas abrasivas são encontradas nos seguintes formatos:
Limas diamantadas
Para trabalhar com materiais de alta dureza como: metal duro, pedra, vidro e materiais
cerâmicos, materiais temperados e, em ferramentaria, para a fabricação de
ferramentas, moldes e matrizes em geral, são usadas as limas diamantadas, ou seja,
aquelas que apresentam o corpo recoberto com diamante sintético, um material
duríssimo, que é fixado por meio de aglutinantes.
Limas metálicas
As limas metálicas são as limas mais comuns. São utilizadas em larga escala na
mecânica geral. São geralmente fabricadas com aço-carbono temperado e suas faces
apresentam dentes cortantes chamados de picado.
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Quando usadas manualmente apresentam um cabo que pode ser de madeira ou outro
material. Uma lima e o nome das partes que a constituem é mostrada na ilustração a
seguir.
Classificação
Quanto ao picado, que uma lima pode apresentar, ele será simples ou cruzado.
As limas de picado cruzado são usadas para materiais duros como o aço, o aço
fundido e os aços-liga.
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Esses diferentes tipos de picados determinam a rugosidade final da superfície da peça
que foi usinada.
A lima bastarda, por apresentar a menor quantidade de dentes por centímetro, é usada
para desbastes grossos. A lima bastardinha é empregada para desbastes médios. A
lima murça é usada em operações de acabamento.
Exemplos dessas limas com picados simples e cruzados são mostrados na ilustração a
seguir:
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Quanto ao formato, as limas mais comuns podem ser: chatas paralelas, chatas,
triangulares, quadradas, meia-cana, redonda e tipo faca.
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Cada formato é indicado para um determinado tipo de trabalho. O quadro a seguir
demonstra essa correlação:
Chata
Quadrada
Redonda
Superfícies côncavas e,
excepcionalmente, superfícies planas
Meia-cana
Triangular
Faca
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Para a usinagem manual com lima, o comprimento deve ser maior do que o
comprimento da superfície a ser usinada.
Limas especiais
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Essas limas são acopladas a um eixo flexível e acionadas por meio de um pequeno
motor. Apresentam formatos variados como mostra a ilustração a seguir:
Veja nas ilustrações a seguir, outras limas que são usadas em máquinas:
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Utilização das limas metálicas
O uso correto das limas metálicas está relacionado com três fatores:
• Formato da lima;
• Picado;
• O tamanho dos dentes.
Além disso, para que as limas tenham uma durabilidade maior, é necessário ter alguns
cuidados:
1. Usar as limas novas para limar metais mais macios como latão e bronze. Quando
ela perder a eficiência para o corte desses materiais, usá-la para trabalhar ferro
fundido que é mais duro;
2. Usar primeiramente um dos lados. Passar para o segundo lado somente quando o
primeiro já estiver gasto;
3. Não limar peças mais duras do que o material com o qual a lima foi fabricada;
4. Usar lima de tamanho compatível com o da peça a ser limada;
5. Quanto mais nova for a lima, menor deverá ser a pressão sobre ela durante o
trabalho;
6. Evitar choques e contato entre as limas, para que seu picado não se estrague;
7. Guardar as limas em suportes de madeira em locais protegidos contra a umidade.
Antes de usar uma lima, deve-se verificar se o cabo está bem preso e se o picado está
limpo e em bom estado.
Para limpar o picado da lima, usa-se uma vareta de ponta achatada ou uma barra,
ambas de metal macio como cobre e latão.
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A escolha da lima, por sua vez, é feita em função dos seguintes parâmetros:
• Material a ser limado;
• Grau de acabamento desejado;
• Tipo e dimensões da superfície a ser limada.
Defeitos na limagem
Todo o profissional que executa qualquer tipo de trabalho, deve ser capaz de avaliar
seu próprio trabalho, perceber os defeitos e corrigi-los.
O quadro a seguir mostra alguns defeitos de limagem, suas causas e as correções que
devem ser feitas.
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Adaptado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010
Régua de verificação
De acordo com o material com o qual é fabricada, a régua de verificação pode ser de
três tipos:
• Régua de aço;
• Régua de granito;
• Régua de ferro fundido.
A régua de aço, também chamada de régua com fio, é fabricada com aço carbono
temperado e retificado. O fio, ou seja, a face de contato é lapidado para garantir sua
retitude.
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A régua com fio biselada tem o formato de faca. As faces são retificadas e o fio
ligeiramente abaulado e lapidado.
Essa régua é fabricada em granito e tem as superfícies de uso lapidadas para manter
a planeza. Apresenta manípulos acoplados que facilitam o manuseio. É usada
principalmente para verificar a planeza de superfícies em guias de máquinas e
equipamentos.
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Fabricada com ferro fundido submetido a um tratamento especial. Suas faces são
rasqueteadas para garantir a estabilidade dimensional e planeza. É usada na
verificação de planeza de barramentos e guias de máquinas.
O comprimento das réguas de aço com fio deve ser sempre maior que o da superfície
a ser verificada. As dimensões são encontradas em catálogos de fabricantes.
Após o uso, as réguas de aço e de ferro fundido devem ser limpas, lubrificadas e
guardadas em local apropriado.
Para que o fio ou a faca não sejam danificados, deve-se evitar o contato da régua com
outras ferramentas.
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Créditos Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010
Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Antonio Varlese José Serafim Guarnieri
Selma Ziedas Celso de Hypólito Manoel Tolentino Rodrigues Filho
Conteudistas: Abilio José Weber Eduardo Francisco Ferreira Rinaldo Afanasiev
Adriano Ruiz Secco Eugenício Severino da Silva Roberto Aparecido Moreno
Ilustradores: José Joaquim Pecegueiro Humberto Aparecido Marim
José Luciano de Souza Filho José Carlos de Oliveira
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. São Paulo, 1997. 456 p.
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Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2008
Instrumentos de traçagem
Antes que seja iniciada a usinagem de peças em bruto produzidas por forjamento ou por
fundição, ou de peças pré-usinadas, realiza-se uma operação que indica o local e a
quantidade de material a ser retirado. Essa operação se chama traçagem.
Instrumentos e materiais
31
Para medir, usa-se a escala e o goniômetro ou calibrador traçador. Para traçar,
usa-se o riscador, o compasso e o calibrador traçador.
32
Para auxiliar na traçagem, usa-se régua, esquadros com base, esquadro de
centrar, suta, tampões, gabaritos.
Desempeno
33
O desempeno é um bloco robusto, retangular ou quadrado, construído de ferro fundido
ou granito. Sua face superior é rigorosamente plana.
O plano de referência serve para traçado com calibrador traçador ou para a verificação
de superfícies planas.
Dimensões (mm)
400 x 250 1.000 x 1.000
400 x 400 1.600 x 1.000
630 x 400 2.000 x 1.000
630 x 630 3.000 x 1.000
1.000 x 630
34
É aconselhável alternar a superfície de uso do desempeno para que o desgaste seja
regular em todo o seu plano. Ele deve ser mantido limpo, untado com óleo anti-
corrosivo e protegido com um tampo de madeira.
Riscador e compasso
35
Geralmente o riscador tem o corpo recartilhado para facilitar a empunhadura ao riscar.
Seu comprimento varia de 120 a 150mm.
Riscador Compasso
Para melhor conservação, após o uso, todos esses instrumentos devem ser limpos,
lubrificados e guardados em local apropriado livre de umidade e de contato com outras
ferramentas.
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Martelo e punção
O martelo é uma ferramenta manual que serve para produzir choques. O martelo pode
ser de dois tipos: de pena e de bola.
A cabeça e a bola (ou a pena) são tratadas termicamente, para terem a dureza
aumentada e para resistirem aos choques.
37
A madeira do cabo deve ser flexível, sem defeitos e de boa qualidade. Sua seção é
oval para possibilitar maior firmeza na empunhadura. O comprimento vai de 30 a
35cm.
38
Essa ferramenta é usada para marcar pontos de referência no traçado e centros para
furação de peças. A marcação é feita por meio de pancadas dadas com martelo na
cabeça do punção.
Os punções de 30º e 60º são usados quando se deseja marcar os centros e os pontos
de referência com mais intensidade. Os punções de 90º e 120º são usados para fazer
marcações leves e guias para pontas de brocas.
Tipos Usos
Para marcar, o punção deve ser apoiado sobre o ponto desejado e inclinado para a
frente, a fim de facilitar a visão do operador.
39
Em seguida, o punção é colocado na posição perpendicular à peça para receber o
golpe do martelo. Esse golpe deve ser único e sua intensidade deve ser compatível
com a marcação desejada e com a espessura do material puncionado.
Soluções corantes
Para que o traçado seja mais nítido, as superfícies das peças devem ser pintadas com
soluções corantes. O tipo de solução depende da superfície do material e do controle
do traçado.
40
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Serra manual
Serra manual é uma ferramenta de corte. É provida de uma lâmina com dentes,
utilizada para separar ou seccionar um material. A serra manual é constituída de duas
partes: o arco de serra e a lâmina de serra.
Arco de serra
O arco de serra é uma armação feita de aço carbono, que pode ser inteiriça ou
apresentar um mecanismo ajustável ou regulável.
41
O cabo do arco de serra é feito de madeira, de plástico rígido ou de alumínio, com
empunhadura adequada.
O arco de serra apresenta dois suportes de fixação: um fixo e outro móvel, sendo que
o móvel pode se localizar próximo ao cabo ou na outra extremidade, dependendo do
modelo do arco de serra. O suporte móvel é constituído por um pino, um esticador e
uma porca borboleta esticadora.
42
Quando acionada manualmente, a porca borboleta esticadora permite tensionar, isto é,
esticar a lâmina de serra para execução do trabalho.
Lâmina de serra
A lâmina de serra para arcos é uma peça estreita e fina, com dentes em uma das
bordas, e feita de aço rápido ou aço carbono temperado. Quando a têmpera abrange
toda a lâmina, esta recebe o nome de lâmina de serra rígida e deve ser usada com
cuidado, pois quebra-se facilmente ao sofrer esforços de dobramento ou torção.
Quando apenas a parte dentada é temperada, a lâmina recebe o nome de lâmina de
serra flexível ou semiflexível.
43
Algumas lâminas de serra encontradas no comércio apresentam uma numeração em
uma das faces que as caracteriza em função do comprimento e do número de dentes.
A forma ideal dos dentes de uma lâmina de serra é aquela que apresenta o ângulo de
cunha β igual a 65º; o ângulo de saída γ igual a 5º e o ângulo de folga α igual a 20º.
44
Para trabalhar metais leves e macios como alumínio e cobre, recomendam-se lâminas
de serra com dentes bem distanciados e grande ângulo de saída, a fim de permitir bom
desprendimento dos cavacos.
Os dentes das serras têm travas, que são deslocamentos laterais em forma alternada,
dados aos dentes.
As travas permitem um corte mais largo, de modo que a espessura do corte se torna
maior que a espessura da lâmina; isso facilita muito a operação de serrar, pois os
cavacos saem livremente e a lâmina não se prende no material.
45
O espaçamento ou passo entre os dentes tem uma influência importante no
desempenho da lâmina de serra. Com um número menor de dentes por polegada são
adequados para superfícies largas pois permitem corte rápido com espaço para
cavaco.
Por outro lado, um número maior de dentes por polegada são recomendados para
superfícies estreitas, pois pelo menos dois dentes estarão em contato com as paredes
do material, evitando que os dentes da lâmina se quebrem ou travem.
A lâmina de serra deve ser escolhida de acordo com a espessura e o tipo de material a
ser trabalhado. Para auxiliar a seleção, observe-se o quadro a seguir.
Metais muito macios como chumbo, estanho e zinco não devem ser serrados com
lâminas de serra indicadas para aço porque acontece o encrustamento do material
entre os dentes, dificultando o corte; recomenda-se o uso de lâminas de serra com 10
a 14 dentes por polegada.
46
Cuidados a observar
Alguns cuidados devem ser tomados com a lâmina de serra para garantir sua
conservação:
• Ao tensionar a lâmina de serra no arco, usar apenas as mãos e não empregar
ferramentas;
• Evitar utilizar lâmina de serra com dentes quebrados.
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Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudistas: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustradores: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. São Paulo, 1997. 456 p.
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Adaptado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010
Esquadros
Esse tipo de instrumento é composto por uma lâmina de aço em forma de “L”. É usado
para traçar retas perpendiculares ou verificar ângulos de 90º.
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2. Esquadro com placa de apoio (tipo B). É usado para traçar retas perpendiculares a
um plano e também para verificar ângulos retos de peças que exigem pouca
exatidão;
3. Esquadro com base (tipo C). Tem a mesma aplicação do esquadro do tipo B;
50
Devido ao pequeno contato proporcionado pelo raio lapidado de 0,2mm, o esquadro
com fio é empregado na verificação de peças que exigem exatidão.
O angulo de 90º dos esquadros deve, de tempos em tempos, ser comparado com o
ângulo de 90º de um esquadro cilíndrico para ter sua exatidão verificada.
51
O esquadro cilíndrico padrão tem suas duas bases rigorosamente perpendiculares a
qualquer geratriz da sua superfície cilíndrica. A verificação é realizada de forma
indireta, por meio de escolha e introdução de pinos calibrados ou lâmina de folga entre
a peça e a geratriz do cilindro determinando o valor do desvio linear proposto pela
tolerância de perpendicularidade.
Uso e conservação
Durante o uso, todos os instrumentos de traçagem, de verificação e de medição devem
ser colocados sobre um pano macio assentado sobre a bancada.
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Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Ferramentas de corte
Existem dois fatores de influência nas ferramentas de corte: a dureza dos materiais de
que são feitas e o ângulo da geometria de corte da ferramenta.
Normalmente os materiais das ferramentas de corte são aço carbono, aço rápido,
metal duro e cerâmica.
Aço carbono
O aço carbono utilizado para ferramentas de corte com teores de carbono que variam
entre 0,7 e 1,5%; é utilizado em ferramentas para usinagem manual ou em máquinas-
ferramenta como, por exemplo, limas, talhadeiras, raspadores e serras. As ferramentas
de aço carbono são utilizadas para pequenas quantidades de peças e não se prestam
a altas produções; são pouco resistentes a temperaturas de corte superiores a 250ºC,
daí a desvantagem de usar baixas velocidades de corte.
53
Aço rápido
As ferramentas de aço rápido possuem, além do carbono, vários elementos de liga,
tais como tungstênio (W), cobalto (Co), cromo (Cr), vanádio (Va), molibdênio (Mo) e
boro (B), que são responsáveis pelas propriedades de resistência ao desgaste e
aumentam a resistência de corte a quente até 550ºC, possibilitando maior velocidade
de corte em relação às ferramentas de aço carbono.
Outra vantagem das ferramentas de aço rápido é que são reafiáveis, além de que um
grande número de arestas de corte pode ser produzido numa mesma ferramenta. As
ferramentas de aço rápido são comercializadas em forma de bastões de perfis
quadrados, redondos ou lâminas, conhecidos como bites.
Metal duro
O metal duro difere totalmente dos materiais fundidos, como o aço; apresenta-se em
forma de pó metálico de tungstênio (W), tântalo (Ta), cobalto (Co) e titânio (Ti),
misturados e compactados na forma desejada, recebendo o nome de briquete. O
último estágio de fabricação do metal duro é a sinterização, em que os briquetes se
tornam uma peça acabada de metal duro em forma de pastilha, sob uma temperatura
entre 1.300 e 1.600ºC.
Todo esse processo garante ao metal duro grande resistência ao desgaste, com as
vantagens de alta resistência ao corte a quente, pois até uma temperatura de 800ºC a
dureza mantém-se inalterada; possibilidade de velocidades de corte de 50 a 500m/min,
até cinquenta vezes superior à velocidade do aço rápido.
54
Devido à alta dureza, os carbetos possuem pouca tenacidade e necessitam de suportes
robustos para evitar vibrações. As pastilhas de metal duro podem ser fixadas por
soldagem, sendo afiáveis, ou mecanicamente, por meio de suportes especiais que
permitem intercâmbio entre elas e neste caso não são reafiáveis; são apresentadas em
diversas formas e classes, adequadas a cada operação; a escolha das pastilhas é feita
por meio de consulta a tabelas específicas dos catálogos de fabricantes.
Cerâmica
55
A denominação das superfícies da ferramenta, dos ângulos e das arestas é
normalizada pela norma brasileira NBR 6163/90.
56
• Plano de corte - PC - é o plano que passa pela aresta de corte e é perpendicular
ao plano de referência.
57
Ângulo de cunha β
Ângulo de folga α
58
Quer com ferramentas manuais (talhadeira, serra, lima, etc.) quer com ferramentas
acionadas mecânicamente, (ferramenta de torno, fresa, rebolo, etc), o corte dos
materiais é executado por uma ou mais pontas em forma de cunha.
Talhadeira Serra
Qualquer material oferece certa resistência ao corte. Essa resistência será tanto maior
quanto maiores forem a dureza e a tenacidade do material a cortar.
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Exemplos
• A cunha de um formão pode ser bastante aguda porque a madeira oferece pouca
resistência ao corte.
• A cunha de uma talhadeira é mais aberta para poder penetrar no metal sem
quebrar ou desgastar rapidamente.
Portanto a cunha deve ter um ângulo capaz de vencer a resistência do material a cortar
sem que seja prejudicada a resistência da aresta cortante da ferramenta.
60
Exemplos
• A ferramenta de plaina da figura 10, possui uma cunha adequada a cortar
determinado material. Nota-se porém que há grande atrito entre o topo da
ferramenta e a superfície da peça.
Ângulo de saída γ
61
Para tornear materiais moles, γ = 15 a 40º; materiais tenazes, γ = 14º; materiais duros,
γ = 0 a 8º. Geralmente, nas ferramentas de aço rápido, γ está entre 8 e 18º; nas
ferramentas de metal duro, entre - 2 e 8º.
62
O ângulo de saída pode ser positivo, nulo ou negativo.
Para materiais macios que oferecem pouca resistência, adota-se ângulo de cunha
mais agudo e um ângulo de saída maior.
Materiais mais duros exigem cunha mais aberta e um ângulo de saída menor.
63
Para alguns tipos de plásticos e materiais metálicos com irregularidades na superfície,
adota-se ângulo de saída negativo.
Ângulo da ponta ε
É formado pela projeção das arestas lateral e principal de corte sobre o plano de
referência e medido no plano de referência; é determinado conforme o avanço. O
campo de variação situa-se entre 55 e 120º e o valor usual é 90º.
Formado pela projeção da aresta principal de corte sobre o plano de referência e pela
direção do avanço medido no plano de referência. Direciona a saída do cavaco e
64
influencia na força de corte. A função do ângulo χ é controlar o choque de entrada da
ferramenta. O campo de variação deste ângulo está entre 30 e 90º; o valor usual é 75º.
65
A soma dos ângulos χ, ε e χs, medidos no plano de referência, é igual a 180º.
χ + ε +χs = 180º.
É o ângulo formado entre a aresta principal de corte e sua projeção sobre o plano de
referência medido no plano de corte.
66
Ângulo λ negativo - é usado nos trabalhos de desbaste e em cortes interrompidos de
peças quadradas, com rasgos ou com ressaltos, em materiais duros, quando a ponta
da ferramenta for a parte mais baixa em relação à aresta de corte. Nesta situação, o
cavaco se apresenta sob forma helicoidal a contínua.
Ângulo λ neutro - diz-se que λ é neutro quando a ponta da ferramenta está na mesma
altura da aresta de corte; é usado na usinagem de materiais duros e exige menor
potência do que λ positivo ou negativo. O cavaco se apresenta espiralado e contínuo,
situação em que um grande volume pode ocasionar acidentes.
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Ângulos em função do material
Ângulos
Material
α β γ
Aço 1020 até 450N/mm2 8 55 27
Aço 1045 420 a 700N/mm2 8 62 20
Aço 1060 acima de 700N/mm2 8 68 14
Aço ferramenta 0,9%C 6a 8 72 a 78 14 a 18
Aço hinos 8 a 10 62 a 68 14 a 18
FoFo brinell até 250HB 8 76 a 82 0a6
FoFo maleável ferrítico brinell até 150HB 8 64 a 68 14 a 18
FoFo maleável perflítico brinell de 160HB a 240HB 8 72 10
Cobre, latão, bronze (macio) 8 55 27
Latão e bronze (quebradiço) 8 79 a 82 0a3
Bronze para bucha 8 75 7
Alumínio 10 a 12 30 a 35 45 a 48
Duralumínio 8 a 10 35 a 45 37 a 45
Duroplástico
Celeron, baquelite 10 80 a 90 5
Ebonite 15 75 0
Fibra 10 55 25
Termoplástico
PVC 10 75 5
Acrílico 10 80 a 90 0
Teflon 8 82 0
Nylon 12 75 3
p onde
aço rápido: rε = 4x s; ou rε ≥ ;
4 rε ⇒ raio da ponta da ferramenta
metal duro: s < 1,0mm/r ⇒ rε = 1mm s ⇒ avanço
s ≥ 1,0mm/r ⇒ rε = s p ⇒ profundidade
mm/r ⇒ unidade de avanço
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A posição da aresta principal de corte indica a direção do avanço; segundo a norma
ISO 1832/85, a ferramenta pode ser direita, representada pela letra R (do inglês
“right”), esquerda, representada pela letra L (do inglês “left”), ou neutra, representada
pela letra N.
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Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudistas: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustradores: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. São Paulo, 1997. 456 p.
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Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Furadeiras
Tipos de furadeiras
A escolha da furadeira está relacionada ao tipo de trabalho que será realizado. Assim,
temos:
• Furadeira portátil;
• Furadeira sensitiva;
• Furadeira de bases magnética;
• Furadeira de coluna;
• Furadeira radial;
• Furadeira múltipla;
• Furadeira de fusos múltiplos.
71
A furadeira portátil é usada em montagens, na execução de furos de fixação de
pinos, cavilhas e parafusos em peças muito grandes como turbinas e carrocerias,
quando há necessidade de trabalhar no próprio local devido ao difícil acesso de uma
furadeira maior.
Tem o nome de sensitiva porque o avanço é feito manualmente pelo operador, o qual
regula a penetração da ferramenta em função da resistência que o material oferece.
72
A furadeira de coluna tem esse nome porque seu suporte principal é uma coluna na
qual estão montados o sistema de transmissão de movimento, a mesa e a base. A
coluna permite deslocar e girar o sistema de transmissão e a mesa, segundo o
tamanho das peças. A furadeira de coluna pode ser:
73
b. de piso - geralmente usada para a furação de peças grandes com diâmetros
maiores do que os das furadeiras de bancada. Possui uma mesa giratória que
permite maior aproveitamento em peças com formatos irregulares. Apresenta,
também, mecanismo para avanço automático do eixo árvore. Normalmente a
transmissão de movimento é feita por engrenagens.
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A furadeira múltipla possui vários fusos alinhados para executar operações
sucessivas ou simultâneas em uma única peça ou em diversas peças ao mesmo
tempo. É usada em operações seriadas nas quais é preciso fazer furos de diversas
medidas.
75
Partes da furadeira de coluna
As principais partes de uma furadeira de coluna são: motor, cabeçote motriz, coluna,
árvore ou eixo principal, mesa porta-peças e base.
A árvore (ou eixo principal), montada na cabeça motriz, é o elemento responsável pela
fixação da ferramenta diretamente em seu eixo ou por meio de um acessório chamado
de mandril. É essa árvore que transmite o movimento transformado pelo sistema de
engrenagens ou polias à ferramenta e permite que esta execute a operação desejada.
76
A mesa porta-peça é a parte da máquina onde a peça é fixada. Ela pode ter
movimentos verticais, giratórios e de inclinação.
A base é o plano de apoio da máquina para a fixação no piso ou na bancada. Pode ser
utilizada como mesa porta-peça quando a peça é de grandes dimensões.
As furadeiras com avanço manual são as mais comuns. Nessas furadeiras, o avanço é
controlado pelo operador, quando se executa trabalhos que não exigem grande
precisão.
Manuseio da furadeira
Para obter um bom resultado nas operações com a furadeira, a ferramenta deve estar
firmemente presa à máquina a fim de que gire perfeitamente centralizada. A peça, por
sua vez, deve estar igualmente presa com firmeza à mesa da máquina.
Se o furo a ser executado for muito grande, deve-se fazer uma pré furação com
brocas menores.
Uma broca de haste cônica não deve jamais ser presa a um mandril que é indicado
para ferramentas de haste cilíndrica paralela.
77
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaborador: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudista: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. 5. ed. São Paulo, 2010. 456 p.
78
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Mandril
Quando a bainha gira, também gira o anel roscado que abre e fecha as três pinças ou
castanhas que prendem as ferramentas.
79
Buchas cônicas
Buchas são acessórios que servem para fixar mandril, broca ou alargador diretamente
no eixo da máquina. Suas dimensões estão normalizadas pelos diferentes sistemas de
medidas, tanto para os cones externos (machos) como para os cones internos
(fêmeas). Quando o cone interno da máquina for maior que o cone externo da
ferramenta, utilizam-se buchas cônicas de redução.
Por exemplo, um cone de redução 4-3 significa que a parte externa é um cone-macho
número 4 e a interna é um cone-fêmea de número 3.
80
Extrator de mandril e buchas cônicas
81
Mandril cone ISO
Nas árvores das máquinas operatrizes adaptam-se cones fixos do tipo ISO com
conicidade de 1:3,429, padronizada pela norma DIN 2080, que significa que no
comprimento de 3,429mm, o diâmetro do cone diminui em 1mm. O cone ISO é
identificado pela classificação 50, 40, 30, em função da potência da máquina.
Para um ajuste correto e para garantir a concentricidade dos mandris, é preciso manter
os cones limpos, sem rebarbas e lubrificá-los após o uso.
82
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Morsa de máquina
Morsa de máquina
Existem três tipos de morsa: de base fixa, de base giratória e de base universal.
83
Dentro de cada um desses tipos existem ainda as morsas hidráulicas, pneumáticas, de
aperto rápido, de precisão, etc e morsas de construção mais simples como as usadas
em furadeiras por exemplo.
Características da morsa
As inclináveis são identificadas por sua altura, pela largura do mordente, pela
capacidade máxima, pela inclinação em graus e pelas bases graduadas em graus.
84
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Broca de centrar
A broca de forma A é uma broca de centrar simples, com um perfil sem chanfro de
proteção, que gera um furo cilíndrico seguido de um escareado a 60º.
85
A broca de centro de forma R, que é a broca de centro com raio, é utilizada para
diminuir o atrito entre a contraponta e o furo de centro, no caso de desalinhamento da
contraponta no torneamento cônico de pequena conicidade.
A escolha da broca é feita em função dos diâmetros da ponta do eixo, segundo uma
tabela da norma ISO/R 866.
Diâmetro da ponta do
d d1 L1 d d1 d2 L2
eixo D
de 0 a 8 1 2,12 3 1 2,12 3,15 3,5
3 12 1,6 3,35 5 1,6 3,35 5 5,5
12 18 2 4,25 6 2 4,25 6,3 6,6
18 25 2,5 5,3 7 2,5 5,3 8 8,3
25 40 3,15 6,7 9 3,15 6,7 10 10
40 80 4 8,5 11 4 8,5 12,5 12,7
80 180 6,3 13,2 18 6,3 13,2 18 20
acima de 180 10 21,2 28 10 21,2 28 31
86
Centros para trabalhos entre pontas (ISO/R 866)
Forma R - com perfil curvo
Diâmetro da ponta do
d d1 L3
eixo D
De 0 a 6 1 2,12 3
6 10 1,6 3,35 5
10 16 2 4,25 6
16 25 2,5 5,3 7
25 40 3,15 6,7 9
40 63 4 8,5 11
63 80 6,3 13,2 18
acima de 180 10 21,2 28
Observação: L1, L2 e L3 representam o comprimento de corte quando o furo de centro deve desaparecer.
87
Para interpretar a designação da broca de centro é necessário observar a forma, o
diâmetro da ponta cilíndrica e o diâmetro maior do cone.
88
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Brocas
A broca é uma ferramenta de corte geralmente de forma cilíndrica, fabricada com aço
rápido, aço carbono, ou com aço carbono com ponta de metal duro soldada ou fixada
mecanicamente, destinada à execução de furos cilíndricos.
Essa ferramenta pode ser fixada em máquinas como torno, fresadora, furadeira,
mandriladora.
A broca do tipo helicoidal de aço rápido é a mais usada em mecânica. Por isso, é
preciso conhecer suas características de construção e nomenclatura.
89
Broca helicoidal com haste cilíndrica
A broca de haste cilíndrica é colocada no mandril, que por sua vez está encaixado no
eixo principal da furadeira. Esse tipo de broca é usado para furos de pequeno diâmetro
que demandam pequeno esforço de corte.
A broca de haste cônica é usada para fazer furos que demandam grande esforço de
corte. Essa broca é encaixada diretamente no eixo principal da furadeira, sob pressão:
desse modo, suporta grandes esforços.
90
Vejamos a seguir, a nomenclatura das partes que compõem uma broca helicoidal,
conforme NBR 6176:
Nomenclatura Nomenclatura
Termos usuais Termos usuais
NBR 6176 NBR 6176
1. comprimento da ponta --- 12. superfície de saída ---
13. largura da
largura do
2. comprimento utilizável comprimento de corte superfície lateral de
rebaixo
folga
14. comprimento da
3. comprimento do canal --- superfície lateral de
folga
diâmetro do
4. comprimento da haste --- 15. guia
rebaixo
5. comprimento do
comprimento do pescoço 16. aresta transversal
rebaixo
6. comprimento total --- 17. diâmetro da broca filete cilíndrico
7. superfície principal de
superfície detalonada 18. quina centro morto
folga
8. ponta de corte --- 19. canal ---
20. espessura k do
9. largura da guia largura do filete cilíndrico ---
núcleo
21. superfície lateral
10. aresta lateral --- ---
de folga
11. aresta principal de
--- alma na porta
corte
91
Para fins de fixação e afiação, a broca é dividida em três partes: haste, corpo e ponta.
A haste é a parte que fica presa à máquina. Ela pode ser cilíndrica ou cônica,
dependendo de seu diâmetro, conforme ilustrado anteriormente.
A ponta é a extremidade cortante que recebe a afiação. Forma um ângulo de ponta (σ)
que varia de acordo com o material a ser furado.
A broca corta com as suas duas arestas cortantes como um sistema de duas
ferramentas. Isso permite formar dois cavacos simétricos.
As guias que limitam os canais helicoidais guiam a broca no furo. Elas são cilíndricas e
suficientemente finas para reduzir o atrito nas paredes do orifício. As bordas das guias
constituem as arestas laterais da broca.
92
Características das brocas
A broca é caracterizada pelas dimensões, pelo material com o qual é fabricada e pelos
seguintes ângulos:
93
Classificação quanto ao Ângulo da
Ângulo da broca Aplicação
ângulo de hélice ponta (σ)
Materiais prensados,
80º ebonite, náilon, PVC,
mármore, granito.
Tipo H - para materiais Ferro fundido duro,
duros, tenazes e/ou que 118º latão, bronze, celeron,
produzem cavaco curto baquelite.
(descontínuo).
2. Ângulo lateral de folga (representado pela letra grega α, lê-se alfa) - tem a função
de reduzir o atrito entre a broca e a peça. Isso facilita a penetração da broca no
material. Sua medida varia entre 6 e 27º, de acordo com o diâmetro da broca. Ele
também deve ser determinado de acordo com o material a ser furado: quanto mais
duro é o material, menor é o ângulo de folga.
94
3. Ângulo de ponta (representado pela letra grega σ, lê-se sigma) - corresponde ao
ângulo formado pelas arestas cortantes da broca. Também é determinado pela
resistência do material a ser furado.
95
Modificações para aplicações específicas
Pode-se, por exemplo, modificar o ângulo da ponta, tornando-o mais obtuso. Isso
proporciona bons resultados na furação de materiais duros, como aços de alto
carbono.
Para a usinagem de chapas finas são freqüentes duas dificuldades: a primeira é que
os furos obtidos não são redondos, às vezes adquirindo a forma triangular; a segunda
é que a parte final do furo na chapa apresenta-se com muitas rebarbas.
A forma de evitar esses problemas é afiar a broca de modo que o ângulo de ponta
fique mais obtuso e reduzir a aresta transversal de corte.
96
Para a usinagem de cobre e suas ligas, como o latão, o ângulo lateral de saída (ângulo
de hélice) da broca deve ser ligeiramente alterado para se obter um ângulo de corte de
5 a 10º, que ajuda a quebrar o cavaco. Essa alteração deve ser feita nas arestas
principais de corte em aproximadamente 70% de seu comprimento.
A tabela a seguir mostra algumas afiações especiais, conforme norma NBR 6176.
Formato A
Para aços até 900N/mm2
Redução da aresta transversal
Formato C
Aço com mais de 900N/mm2
Afiação em cruz
Formato D
Ferro fundido
Afiação com cone duplo
Brocas especiais
Além da broca helicoidal existem outros tipos de brocas para usinagens especiais.
Além das brocas helicoidais comuns com haste cilíndrica ou cônica, há, no comércio,
outros tipos de brocas para serviços especiais. Tais brocas também apresentam haste
cilíndrica ou cônica e alguns tipos são descritos a seguir.
97
Brocas com pastilha de metal duro para concreto
Estas brocas são indicadas para a usinagem eficiente de ligas de alumínio, cobre e
outros metais não-ferrosos, porém são indicadas somente nos casos em que as peças
encontram-se fixas enquanto as brocas giram.
A hélice rápida, por ter maior ângulo de corte nas arestas principais, melhora tanto o
rendimento como a rápida saída dos cavacos, o que evita a obstrução dos canais.
Os canais são mais largos que o normal, exatamente para evitar a obstrução, e as
guias da broca são mais estreitas a fim de reduzir o atrito e minimizar o incrustamento
de material.
98
Brocas de hélice lenta
São projetadas para usinar latão, bronze fosforoso, etc. A hélice lenta, por ter menor
ângulo de corte nas arestas principais, produz o cavaco desejado para essa classe de
materiais.
Como nas brocas com hélice rápida, as guias são mais estreitas e os canais mais
largos que os das brocas normais.
Estas brocas possuem as mesmas características que as brocas de hélice lenta para
latão, exceção feita ao ângulo da ponta que, geralmente, é de 60º. São recomendadas
para furar baquelite, ebonite, vulcanite e outros tipos de plásticos termoestáveis, isto é,
plásticos que resistem às deformações causadas pelo aquecimento.
São indicadas para usinar aços inoxidáveis muito duros e outros aços de difícil
usinagem. Por terem o núcleo reforçado em relação às brocas normais, podem
suportar maiores esforços de corte.
A geometria dos canais assegura uma adequada saída dos cavacos, inclusive nos
casos em que se usinam furos com profundidades superiores a três vezes o diâmetro.
99
Brocas extracurtas
São brocas com corte à direita ou à esquerda cujo comprimento do canal é igual à
metade do comprimento do canal das séries curtas. Isso as torna mais robustas e
especialmente indicadas para uso em furadeiras manuais em que se requer uma maior
rigidez. Devido ao seu comprimento reduzido, estas brocas são preferencialmente
utilizadas em tornos revólver e tornos automáticos, em que o espaço é muito restrito.
Estas brocas são utilizadas para usinar aços-manganês (12% a 14% de manganês), os
quais não podem ser usinados satisfatoriamente com brocas normais devido às
características de extrema dureza destes materiais. As brocas são fabricadas em aço-
rápido com teor de cobalto, haste cônica maior que o normal, comprimento de canal
curto, núcleo normal, hélice lenta e ângulo da ponta obtuso.
Este tipo de broca também pode ser utilizado para usinar chapa blindada e aços com
alta resistência à tração, sendo essencial à rigidez tanto da máquina como da fixação
da peça a ser usinada.
100
Ela permite a execução de furos de centro nas peças que vão ser torneadas, fresadas
ou retificadas. Esses furos permitem que a peça seja fixada por dispositivos entre
pontas e tenha movimento giratório.
3. Broca canhão - tem uma única aresta cortante. É indicada para trabalhos
especiais como furos profundos, garantindo sua retitude, onde não há possibilidade
de usar brocas helicoidais.
101
4. Broca com furo para fluido de corte - é usada em produção contínua e em alta
velocidade, principalmente em furos profundos. O fluido de corte é injetado sob alta
pressão. No caso de ferro fundido, a refrigeração é feita por meio de injeção de ar
comprimido que também ajuda a expelir os cavacos.
5. Broca com pastilha de metal duro para metais - é utilizada na furação de aços
com resistência à tração de 750 a 1.400N/mm2 e aços fundidos com resistência de
700N/mm2. è empregada também na furação de peças fundidas de ferro, alumínio,
latão.
6. Broca com pastilha de metal duro para concreto - tem canais projetados para
facilitar o transporte do pó, evitando o risco de obstrução ou aquecimento da broca.
Diferencia-se da broca com pastilha de metal duro para metais pela posição e
afiação da pastilha, e pelo corpo que não apresenta guias cilíndricas.
102
7. Broca para furação curta - é utilizada em máquinas-ferramenta CNC, na furação
curta de profundidade de até 4 vezes o diâmetro da broca. É provida de pastilhas
intercambiáveis de metal duro. Possui, em seu corpo, furos para a lubrificação
forçada. Com ela, é possível obter furos de até 58mm sem necessidade de pré-
furação.
8. Broca trepanadora - é uma broca de tubo aberto com pastilhas de metal duro
intercambiáveis. É utilizada na execução de furos passantes de grande diâmetro. O
uso dessa broca diminui a produção do cavaco porque boa parte do núcleo do furo
é aproveitada para a confecção de outras peças.
Existe uma variedade muito grande de brocas que se diferenciam pelo formato e
aplicação. Os catálogos de fabricantes são fontes ideais de informações detalhadas e
atualizadas sobre as brocas, ou quaisquer outras ferramentas.
103
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaborador: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudista: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. 5. ed. São Paulo, 2010. 456 p.
104
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2008
Reafiação de brocas
Uma broca bem afiada apresenta o comprimento igual nas arestas e os ângulos de
posição e de ponta também iguais. Em operação, essa broca produz um furo exato e
cavacos que saem por igual.
105
2. Ângulo da aresta transversal (ψ) correto;
As brocas comuns devem ser afiadas com um ângulo da ponta de 118º, pois já foi
comprovado que este é o mais adequado para a realização de trabalhos normais.
106
As duas arestas principais de corte deverão ter o mesmo comprimento e seus ângulos
em relação ao eixo da broca devem ser iguais.
Geralmente as brocas são projetadas de tal forma que o diâmetro do núcleo aumenta
gradualmente desde a ponta até o final dos canais. Como resultado, obtém-se maior
rigidez da ferramenta.
Por causa disso, o comprimento da aresta transversal torna-se maior à medida que se
vai afiando a ferramenta. Por causa disso, quando aproximadamente 1/3 do
comprimento do canal é eliminado nas reafiações, torna-se necessária a redução da
aresta transversal.
Se isso não for feito, o esforço axial consideravelmente aumentado impedirá a broca
de autocentrar-se corretamente. Como resultado, os furos deixam de ser redondos e
apresentam medidas maiores do que as desejadas.
A operação de redução da aresta transversal pode ser feita com um rebolo dressado
na espessura da metade da largura do canal, ou na quina do rebolo normal.
107
Como regra geral, na furação de aço, ferro fundido e materiais semelhantes, a redução
da aresta transversal é feita de tal forma que a espessura do núcleo (k) fica em torno
de 0,1 do diâmetro da broca.
Na furação de alumínio, latão e outras ligas mais macias, esse valor é da ordem de
0,07 do diâmetro da ferramenta. Ou seja, para furar aço com uma broca de 10mm, a
espessura do núcleo é igual a 1mm. A forma correta de reduzir a aresta transversal é
mostrada ao lado.
2. Ângulo de corte muito obtuso: Quando a broca é afiada com um ângulo que
excede visivelmente o ângulo original (118º), as arestas principais de corte se
tornam côncavas, o que enfraquece a ponta de corte;
108
3. Ângulo da ponta desigual em relação ao eixo da broca: um dos ângulos
complementares é diferente do outro, embora a aresta transversal esteja sobre o
eixo da broca. Com isso, a aresta principal de corte com comprimento menor e
ângulo maior faz a maior parte do trabalho, forçando a broca para o lado oposto da
furação. Como resultado, há aumento do desgaste da guia oposta, furos com
diâmetro maior do que o desejado, quebra da broca;
109
6. Ângulo de folga insuficiente na aresta transversal: quando o ângulo é
consideravelmente menor do que 130º. A broca escorrega ao invés de cortar,
dificultando a penetração e diminuindo o poder de corte da ferramenta;
A reafiação deve ser feita quando a broca apresenta o desgaste mostrado na figura a
seguir:
110
Veja a seguir os ângulos de uma broca para concreto:
Para materiais que produzem cavacos em fita, como aço, alumínio, madeira o formato
de corte da pastilha é o mostrado a seguir.
111
Para materiais duros, como concreto e mármore, e materiais quebradiços como latão e
bronze mole, a aresta de corte é chanfrada.
Precauções na reafiação
112
Adaptado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010
Verificadores e calibradores
Verificador
Verificador de raio
O verificador de raio serve para verificar raios internos e externos. Em cada lâmina é
estampada uma medida de raio; suas dimensões variam, geralmente de 1 a 15mm ou
1" 1"
de a .
32 2
113
Verificador de rosca
Usa-se para verificar roscas em todos os sistemas. Em suas lâminas está gravado o
número de fios por polegada ou o passo da rosca em milímetros.
Verificador de folga
O verificador de folga é utilizado para medir folga nos mecanismos ou conjuntos; é
confeccionado de lâminas de aço temperado, rigorosamente calibradas em diversas
espessuras. As lâminas são móveis e podem ser trocadas.
Verificador de ângulo
Verificador de ângulo é uma lâmina de aço temperado com ranhuras ou recortes em
ângulo, rigorosamente talhados nas bordas. É utilizado colocando-o em contato com a
ferramenta à qual se quer dar o ângulo desejado.
A verificação deve ser feita com rigor; se há contato entre o fio da lâmina e a face
inteira da ferramenta, o ângulo que se verifica está correto.
114
A ilustração mostra a verificação do ângulo de uma talhadeira.
115
A ilustração mostra o uso de uma das lâminas para verificar o ângulo de folga nas
ferramentas de corte de torno e plaina.
116
Escantilhão
É um tipo de verificador de ângulo utilizado para verificar e posicionar ferramentas de
roscar em torno mecânico.
Fieira
Fieira é um tipo de verificador utilizado para conferir espessura e diâmetro de chapas e
de fios. É de aço temperado e retificado e caracteriza-se por uma série de entalhes;
cada entalhe corresponde, rigorosamente, a uma medida de diâmetro de fio ou
espessura de chapa, conforme a fieira adotada.
117
Calibrador
O calibrador pode ser classificado em três tipos básicos: tampão, de boca e de rosca.
Calibrador tampão
Existem quatro tipos de calibrador tampão: calibrador tampão, calibrador chato, que
são utilizados para furos cilíndricos; calibrador tampão - anel cônico e calibrador
tampão - anel cônico morse, para furos e eixos cônicos.
O funcionamento do calibrador tampão é simples: o furo que será medido deve permitir
a entrada da extremidade mais longa do tampão (lado passa), mas não da outra
extremidade (lado não-passa); para facilitar a identificação, este lado tem uma marca
vermelha. Este tipo de calibrador é normalmente utilizado em furos e ranhuras de até
100mm.
118
Calibrador chato, ou calibrador de contato parcial - É usado para dimensões
internas, na faixa de 80 a 260mm, tendo em vista a redução de peso. Para dimensões
internas entre 100 e 260mm, usa-se o calibrador escalonado.
Calibrador tampão e anel cônico - Estes dois instrumentos formam um par, utilizado
para medição de duas peças de um conjunto cônico. Para a verificação simples do
cone, tenta-se uma movimentação transversal do padrão.
119
Quando o cone é exato, o movimento é nulo; em seguida, procede-se à verificação por
atrito, depois de ter estendido sobre a superfície do cone padrão uma camada muito
fina de tinta de contraste, que deixará traços nas partes em contato. Por fim, verifica-se
o diâmetro pela posição de penetração do calibrador. Esse método é muito sensível na
calibração de pequenas inclinações.
Calibrador de boca
O calibrador de boca pode ser de boca separada, de boca escalonada e de boca
ajustável. É utilizado geralmente 78% para eixos cilíndricos.
Este calibrador tem duas bocas para controle: uma passa, com a medida máxima, e a
outra não-passa, com a medida mínima.
120
O lado não-passa tem chanfros e uma marca vermelha; é normalmente utilizado para
eixos e materiais planos de até 100mm. O calibrador deve entrar no furo ou passar
sobre o eixo por seu próprio peso, sem pressão.
121
Calibrador de boca ajustável - Tem dois ou quatro parafusos de fixação e pinos de
aço temperado e retificado. É feito de ferro fundido, em forma de ferradura. A dimensão
máxima pode ser ajustada entre os dois pinos anteriores, enquanto a dimensão
mínima é ajustada entre os dois pinos posteriores. Este calibrador normalmente é
ajustado com auxílio de blocos-padrão.
Calibrador de rosca
Um processo usual e rápido de verificar roscas consiste no uso do calibrador de rosca.
É uma peça de aço temperado e retificado, obedecendo a dimensões e condições de
execução para cada tipo de rosca. Pode ser fixo e regulável.
Calibrador fixo de rosca - um tipo de calibrador fixo de rosca é o composto por dois
anéis, sendo que um lado passa e o outro não passa, para verificação de rosca
externa.
Outro tipo de calibrador fixo é o modelo comum do tampão de rosca, servindo para
verificação de rosca interna.
A extremidade de rosca mais longa do calibrador tampão verifica o limite mínimo: ela
deve penetrar suavemente, sem ser forçada, na rosca interna da peça que está sendo
verificada; este é o lado passa. A extremidade de rosca mais curta, que é o lado não-
passa, verifica o limite máximo.
122
Calibrador regulável de rosca - é geralmente de boca escalonada, o que torna a
operação muito rápida, não só porque é desnecessário virar o calibrador, mas também
porque o calibrador não á aparafusado à peça.
123
Conservação dos calibradores
124
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Esmerilhadora
Esmerilhadora de pedestal
• Pedestal
Estrutura de ferro fundido cinzento que serve de apoio para o motor elétrico.
• Motor elétrico
Faz girar os dois rebolos, que são montados um de cada lado de seu eixo
passante.
• Caixa de proteção do rebolo
Recolhe as fagulhas ou, na quebra do rebolo, evita que os pedaços causem
acidentes.
• Apoio da ferramenta
SENAI-SP – INTRANET – AA321-10
125
Pequena mesa que serve de apoio para o material que será esmerilhado. O apoio
tem um movimento linear e pode ter um movimento angular, regulável conforme a
necessidade do trabalho; o importante é manter, à medida que o diâmetro do
rebolo diminui, uma folga de 1 a 2mm, para evitar a introdução de peças pequenas
entre o rebolo e o apoio.
• Protetor visual
Anteparo de vidro com a função de proteger o rosto do operador contra as
fagulhas.
• Recipiente de esfriamento
Serve para esfriar o material que está sendo esmerilhado. Deve-se evitar o
aquecimento excessivo da ferramenta porque minúsculas trincas são produzidas
pelas tensões impostas pelo aquecimento e resfriamento repentinos.
Esmerilhadora de bancada
126
A esmerilhadora de bancada é fixada na bancada e seu motor elétrico tem a potência
de 183,87W ou 1/4cv até 367,75W ou 1/2cv com 1.450 a 2.800rpm. É utilizada para
dar acabamento e reafiar os gumes das ferramentas.
Condições de uso
• Ao montar o rebolo no eixo do motor, certificar-se de que as rotações indicadas no
rebolo são maiores do que as do motor;
• O furo do rebolo deve ser justo e deslizante com relação ao eixo do motor. Caso
isto não aconteça, montar buchas que proporcionem esse ajuste;
• O diâmetro externo do rebolo deve estar posicionado concentricamente ao eixo do
motor; caso contrário, ao ser ligado, o motor produzirá vibrações prejudiciais à
esmerilhadora e causará ondulações no material esmerilhado;
• O apoio deve ser reajustado sempre que a folga representar perigo para o
operador.
Dressagem do rebolo
127
Para dressar os rebolos, utilizam-se dressadores especiais de vários tipos:
dressadores com cortadores de aço temperado, em forma de discos ou de caneluras,
estrelados ou ondulado, dressador de bastão abrasivo e dressador de rebolos com
ponta de diamante.
Para uniformizar a superfície do rebolo, o dressador deve ser seguro com as duas
mãos e realizar movimentos na face de trabalho do rebolo.
128
do diamante deve ser sempre maior que o grão do abrasivo do rebolo, para evitar que
seja arrancado do suporte. Normalmente o diamante é utilizado na dressagem de
rebolos de granulação fina.
129
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudistas: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustradores: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. São Paulo, 1997. 456 p.
130
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Escareador
Para rebaixos cônicos, que alojam cabeças de parafusos e rebites, emprega-se uma
ferramenta chamada de escareador.
131
Existem vários tipos de escareadores que apresentam diâmetros, ângulos de ponta e
número de arestas cortantes diferentes.
B 600 16 A 80mm 6 a 18
0
D 60 16 a 80mm 3
0
A 90 8 a 20mm 5a7
0
B 90 16 a 80mm 6 a 18
0
C 90 4,3 a 10,4mm 3
0
D 90 15 a 28mm 3
B 1200 25 a 40mm 7 a 12
Os escareadores com mais arestas (entre seis e dezoito, por exemplo) são usados em
escareados de aços especiais. Já os escareadores com menos arestas cortantes (três,
por exemplo) são usados para cortar materiais macios como o alumínio, para evitar
que os cavacos possam aderir às arestas cortantes.
132
O ângulo de ponta do escareador e seu diâmetro nominal devem ser compatíveis com
o formato e dimensões da cabeça do parafuso ou do rebite para permitir um perfeito
alojamento desses elementos de fixação.
133
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudistas: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustradores: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. São Paulo, 1997. 456 p.
134
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Rebaixador
Os rebaixadores são normalizados pela norma DIN 373 e 375, conforme quadro a se-
guir.
135
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaborador: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudista: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. 5. ed. São Paulo, 2010. 456 p.
136
Adaptado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010
Rebites
Os rebites são elementos de fixação utilizados para unir duas ou mais superfícies
metálicas como chapas e perfis. São construídos em aço, cobre, alumínio ou latão e
podem ser identificados e classificados pelo formato da cabeça.
137
Dimensões padronizadas para os rebites
cabeça cilíndrica
Significa que o diâmetro da cabeça desse rebite é duas vezes o diâmetro do seu
corpo. Se o rebite tiver um corpo com diâmetro de 5mm, o diâmetro de sua cabeça
será igual a 10mm, pois 2 x 5mm = 10mm.
138
Avaliado pelo Comitê Técnico GED/FIC Metalmecânica/2010
Estampo
É uma ferramenta usada para dar forma a uma peça; pode ser considerado como um
modelo ou matriz que dará origem a peças iguais a esse modelo ou matriz.
Na ponta existe um rebaixo, utilizado para dar formato final à segunda cabeça do
rebite.
139
Contra-estampo
140
Repuxador
O repuxador é uma ferramenta usada para comprimir chapas para rebitagem. Também
é feito de aço temperado e apresenta três partes: cabeça, corpo a face. Na face,
encontra-se um furo onde se aloja a extremidade livre do rebite.
Saca-pino
O saca-pino é uma ferramenta usada para extrair pinos e rebites. Ele se apresenta em
dois modelos: cônico e paralelo.
141
Alargador
Espina
É uma ferramenta que, como o alargador, serve para alinhar furos que tenham sofrido
desvio. A diferença entre um e outro é que o alargador é usado para alargar furos
acima de 6,4mm, enquanto o espina é usado para furos abaixo dessa medida.
142
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2008
Roscas
Perfil do filete
143
O perfil trapezoidal é empregado nos órgãos de comando das máquinas operatrizes,
para obter uma transmissão de movimento suave e uniforme, e também nos fusos e
nas prensas de estampar.
144
A rosca direita é aquela em que o filete, visto de frente, é ascendente da direita para a
esquerda.
Nomenclatura da rosca
Independente de seu uso, as roscas têm os mesmos elementos. O que varia são os
formatos e as dimensões.
145
Tipos de roscas triangulares
Esses são os tipos mais empregados na indústria, embora haja outros. Apresentamos,
a seguir, cada tipo e suas características principais.
Rosca métrica
Ângulo do perfil do filete: 60o
Passo: dado em milímetros
Perfil: triângulo eqüilátero, com vértice achatado e arredondado no fundo da rosca
Séries: rosca métrica normal e rosca métrica fina
146
Rosca métrica de perfil triangular ISSO
(Normalizada pela ABNT - NB 97)
147
Tabela 1: Rosca métrica de perfil triangular ISO - Série normal (ABNT - NB 97)
Externa Interna Externa e Interna
(parafuso) (porca) (parafuso e porca)
maior Menor altura do raio da raiz da maior menor raio da raíz da passo efetivo
(nominal) filete rosca externa rosca interna
d (mm) d1 (mm) he (mm) rre (mm) D (mm) D1 (mm) rri (mm) P (mm) d2D2 (mm)
*1 0,693 0,153 0,036 1,011 0,729 0,018 0,25 0,837
* 1,2 0,893 0,153 0,036 1,211 0,929 0,018 0,25 1,038
* 1,4 1,032 0,184 0,043 1,413 1,075 0,022 0,3 1,205
1,6 1,171 0,215 0,051 1,616 1,221 0,022 0,35 1,373
Observação
Os diâmetros assinalados com asterisco (*) não constam da NB 97 - ABNT, mas
constam da recomendação ISO - TCI de 1970, publicada posteriormente à Norma
Brasileira.
148
Tabela 2: Rosca métrica de perfil triangular ISO - Série fina (ABNT - NB 97)
Externa Interna Externa e Interna
(parafuso) (porca) (parafuso e porca)
Maior menor altura do raio da raiz da maior menor raio da raiz da passo efetivo
(nominal) filete rosca externa rosca interna
d (mm) d1 (mm) he (mm) rre (mm) D1 (mm) D1 (mm) rri (mm) P (mm) d2D2
(mm)
1,6 1,354 0,123 0,029 1,609 1,384 0,013 0,2 1,470
1,8 1,554 0,123 0,029 1,809 1,584 0,013 0,2 1,670
2 1,693 0,153 0,036 2,021 1,730 0,157 0,25 1,837
2,2 1,893 0,153 0,036 2,212 1,930 0,157 0,25 2,038
149
Roscas whitworth
Fórmulas:
α = 55o
1"
P =
n° de filetes
150
hi = he = 0,640 3 . P
rri = rre = 0,137 3 . P
d=D
d1 = d - 2he
D2 = d2 = d - he
151
Rosca whitworth - Série fina (B.S.F.)
Fórmulas:
α = 55o
1"
P =
n° de filetes
hi = he = 0,640 3 . P
rri = rre = 0,137 3 . P
d=D
d1 = d - 2he
D2 = d2 = d - he
152
Rosca americana
NC - Série grossa
D = d + 0,222 2he
D1 = d - 1,764 7
d1 = d - 2he
d 2 = d - he
e1 = p/8
e2 = p/24
H = 0,866P
h = 0,613 4P
he = 0,649 5P
hi = 0,541 25P
P = 1”: no de filetes/pol
153
Tabela 5: NC - Rosca americana - Série grossa
Diâm. maior Diâm. menor Diâm. efetivo Passo Rosca externa Rosca interna
Diâm. maior Diâm. menor
Desig.
mm mm mm mm mm mm mm
d d1 P p he D D1
N°1 1,854 1,338 1,598 0,396 7 0,257 8 1,911 28 1,424 59
N°2 2,184 1,595 1,889 0,453 6 0,294 6 2,249 46 1,693 00
N°3 2,515 1,826 2,172 0,529 1 0,343 7 2,591 37 1,942 28
N°4 2,845 2,019 2,433 0,635 0 0,412 5 2,936 65 2,157 65
N°5 3,175 2,349 2,764 0,635 0 0,412 5 3,266 65 2,487 65
N°6 3,505 2,474 2,989 0,793 7 0,515 6 3,619 56 2,645 85
N°8 4,166 3,134 3,649 0,793 7 0,515 6 4,280 56 3,306 85
N°10 4,826 3,452 4,138 1,058 4 0,687 3 4,978 71 3,680 32
N°12 5,486 4,112 4,798 1,058 4 0,687 3 5,638 71 4,340 32
1/4 6,350 4,699 5,524 1,270 0 0,825 0 6,533 31 4,975 28
5/16 7,938 6,104 7,020 1,411 2 0,916 4 8,141 62 6,410 42
3/8 9,525 7,462 8,494 1,587 5 1,031 0 9,754 08 7,806 58
7/16 11,113 8,755 9,934 1,814 3 1,178 3 11,374 81 9,149 08
1/2 12,700 10,102 11,430 1,953 8 1,268 9 12,981 94 10,585 07
9/16 14,288 11,537 12,913 2,116 6 1,374 9 14,593 50 11,996 85
5/8 15,875 12,875 14,376 2,309 1 1,499 9 16,208 27 13,375 47
3/4 19,050 15,750 17,399 3,540 0 1,649 7 19,416 56 16,300 54
7/8 22,225 18,560 20,391 2,822 2 1,833 1 22,632 31 19,170 07
1 25,400 21,275 23,337 3,175 0 2,062 2 25,848 22 21,963 67
1 1/8 28,575 23,861 26,218 3,628 6 2,356 9 29,098 70 24,647 16
1 1/4 31,750 27,036 29,393 3,628 6 2,356 9 32,273 70 27,822 16
1 3/8 34,925 29,426 32,174 4,233 4 2,749 5 35,535 93 30,342 49
1 1/2 38,100 32,601 35,349 4,233 4 2,749 5 38,710 93 33,517 49
1 3/4 44,450 37,851 41,151 5,080 0 3,299 5 45,183 14 38,951 07
2 50,800 43,467 47,135 5,644 4 3,666 2 51,614 62 44,690 13
2 1/4 57,150 49,817 53,485 5,644 4 3,666 2 57,964 62 51,040 13
2 1/2 63,500 55,250 59,375 6,350 0 4,124 4 64,416 44 56,626 33
2 1/4 69,850 61,600 65,725 6,350 0 4,124 4 70,766 44 62,976 33
3 76,200 67,950 72,075 6,350 0 4,124 4 77,116 44 69,326 33
3 1/4 82,550 73,300 78,425 6,350 0 4,124 4 83,466 44 75,676 33
3 1/2 88,900 80,650 84,775 6,350 0 4,124 4 89,816 44 82,026 33
3 3/4 95,250 87,000 91,125 6,350 0 4,124 4 96,166 44 88,376 33
4 101,600 93,475 97,475 6,350 0 4,124 4 102,516 44 94,726 33
NF - Série fina
154
D = d + 0,222 2he
D2 = d - 1,764 7
d1 = d - 2he
d 2 = d - he
e1 = p/8
e2 = p/24
H = 0,866P
h = 0,613 4P
he = 0,649 5P
hi = 0,541 25P
P = 1” : no de filetes/pol
(1) Estas roscas pertencem às normas A.S.A. (American Standard Association) desde
10/02/1943.
(2) A série de roscas finas (1/4” a 1 1/2”, inclusive) são originárias da A.D.A.M. e, mais
tarde, da S.A.E. (Society of Automotive Engineers).
155
Medição de roscas pelo processo dos três arames
Esse processo de medição de rosca permite obter o valor M, utilizando arames calibrados.
P
β =
d2 . π
Como mostra as figuras seguintes, esses arames podem ser utilizados livres ou
adaptados a suportes especiais.
156
Nas medições com micrômetro, normalmente empregamos os arames adaptados a
suportes. Os arames “livres” são usados em máquinas de medir.
157
Existem contatos intercambiáveis para vários tipos de roscas, de forma que um único
micrômetro, dentro de sua capacidade de medição, possa executar o controle.
158
Determinamos os valores de M e DM (D2) através das fórmulas:
a. Rosca métrica internacional (American International Standard)
M = d - 1,515 5P + 3a
D2 = d - 0,649 51P
a (bom) = 0,577 35P
a (máx.) = 1,010 36P
a (mín.) = 0,505 118P
A tolerância das roscas é determinada pelo acabamento que recebem. Assim, temos:
Acabamento fino (rosca retificada).
2
T = 0,1 P .
3
T = 0,1 P
159
Acabamento grosso (rosca feita com macho ou cossinete).
5
T = 0,1 P .
3
160
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Machos
Machos são ferramentas que têm a função de gerar roscas internas em furos para o
rosqueamento de parafusos, fusos ou prisioneiros. Essas ferramentas são fabricadas
de aço-rápido temperado e retificado que apresenta em seu corpo filetes de rosca
padronizados com canais longitudinais ou helicoidais, cuja função é alojar os cavacos
originados pelo processo.
A norma NBR 7260 define a terminologia empregada nos machos para roscar. Ela é
apresentada a seguir.
161
Tipos de canais
z Número de canais
4 Canais retos
5 Canais helicoidais à direita
6 Canais helicoidais à esquerda
γx Ângulo lateral de saída
Tipos de centros
7 Pontas de centro
8 Furo de centro
Aplicações
162
Segundo a norma NBR 8191, baseada na norma DIN 2197, no conjunto de machos de
uso manual, o primeiro macho é denominado de macho de pré-corte, identificado com
um anel ou pela letra “V” escrita na haste.
Este, por sua vez, apresenta um ângulo de entrada de 10º e comprimento de entrada
maior do que o do terceiro macho, cujo ângulo de entrada é de 20º.
Os machos de perfil seriado seguem a norma DIN e são fabricados em jogos cujos
diâmetros externos da rosca são diferentes entre si. Isso possibilita a divisão do
esforço de corte entre um macho e outro.
163
O macho de semi-acabamento retira 30% e o macho de acabamento retira os 15%
restantes para a confecção da rosca.
164
Os machos construídos segundo a norma ISO são de perfil completo, apresentando
diferenças no diâmetro do pescoço e no diâmetro da haste. Isso possibilita a confecção
de roscas com profundidade maior.
As roscas podem ser classificadas pelo tipo de canal, ou ranhuras dos machos:
Canais retos.
165
Tipo de canal Aplicação
Utilização do macho
Diâmetro nominal da
Passo em mm ∅ Broca em mm
rosca
1 0,25 0,75
5 0,8 4,2
6 1 5 Í
7 1 6
166
Portanto, para a rosca M 6 x 1, o furo deve ser feito com a broca de ∅ 5mm.
Tabelas com esses dados podem ser consultadas em catálogos de fabricantes de
machos e em livros técnicos.
Ação cortante
O desandador deve ter um quadrado interno de lado a conforme a norma DIN 10 ou ter
castanhas reguláveis para possibilitar o encaixe do arraste quadrado do macho. O
comprimento do desandador deve ser compatível com o diâmetro da haste do macho
conforme norma específica NBR 6427.
167
O movimento circular do macho proporciona o avanço da ferramenta, gerando
resistência devido à formação do cavaco no pequeno alojamento do canal. Quando
isso acontecer, deve-se girar o macho em sentido contrário a fim de quebrar esses
cavacos.
Recomendações de uso
Todos os furos para roscas devem ser escareados com 90º para evitar que as entradas
de rosca formem rebarbas.
Para roscas com furos cegos, ou seja, não-vazados, a extremidade do macho jamais
deve bater contra o fundo do furo. Assim, sempre que possível, deve-se furar mais
profundo que o necessário para fazer a rosca a fim de que se obtenha um espaço para
reter os cavacos. Quando não for possível obter furos mais profundos, recomenda-se
remover com freqüência os cavacos que se alojam no fundo do furo.
168
Normalmente, para que a execução da rosca seja econômica, 1 x D é suficiente. Por
esse motivo, a profundidade de uma rosca interna não deve ter suas dimensões
maiores que 1,5 x D, lembrando que D é o diâmetro externo da rosca.
Entre dois metais diferentes, deve-se abrir o furo com o diâmetro previsto para roscar o
metal mais duro, caso contrário, o macho tenderá a se desviar para o metal mais
macio.
Para furos em metais leves como alumínio e suas ligas, ligas de magnésio, a
passagem de um único macho é suficiente. A gripagem é evitada, lubrificando-se
cuidadosamente o macho, para prevenir o arrancamento dos filetes.
Os machos devem estar bem afiados e com todos os filetes em perfeito estado.
Após o uso, é preciso limpar os machos com um pincel e guardá-los separadamente
em seus respectivos estojos.
169
Tabelas
Broca ∅ Broca ∅
D mm P mm D mm P mm Broca ∅mm D mm P mm
mm mm
M1 0,2 0,8 M 25 1 24 M 20 2 18
M 1,1 0,2 0,9 M 27 1 26 M 22 2 20
M 1,2 0,2 1 M 28 1 27 M 24 2 22
M 1,4 0,2 1,2 M 30 1 29 M 25 2 23
M 1,6 0,2 1,4 M 10 1,25 8,8 M 27 2 25
M 1,8 0,2 1,6 M 12 1,25 10,8 M 28 2 26
M2 0,25 1,75 M 14 1,25 12,8 M 30 2 28
M 2,2 0,25 1,95 M 12 1,5 10,5 M 32 2 30
M 2,5 0,35 2,15 M 14 1,5 12,5 M 33 2 31
M3 0,35 2,65 M 15 1,5 13,5 M 36 2 34
M 3,5 0,35 3,15 M 16 1,5 14,5 M 39 2 37
M4 0,5 3,5 M 17 1,5 15,5 M 40 2 38
M 4,5 0,5 4 M 18 1,5 16,5 M 42 2 40
M5 0,5 4,5 M 20 1,5 18,5 M 45 2 43
M 5,5 0,5 5 M 22 1,5 20,5 M 48 2 46
M6 0,75 5,2 M 24 1,5 22,5 M 50 2 48
M7 0,75 6,5 M 25 1,5 23,5 M 52 2 50
M8 0,75 7,2 M 26 1,5 24,5 M 30 3 27
M9 0,75 8,2 M 27 1,5 25,5 M 33 3 30
M 10 0,75 9,2 M 28 1,5 26,5 M 36 3 33
M 11 0,75 10 M 30 1,5 28,5 M 39 3 36
M8 1 7 M 32 1,5 30,5 M 40 3 37
M9 1 8 M 33 1,5 31,5 M 42 3 39
M 10 1 9 M 35 1,5 33,5 M 45 3 42
M 11 1 10 M 36 1,5 34,5 M 48 3 45
M 12 1 11 M 38 1,5 36,5 M 50 3 47
M 14 1 13 M 39 1,5 37,5 M 52 30 49
M 15 1 14 M 40 1,5 38,5 M 42 4 38
M 16 1 15 M 42 1,5 40,5 M 45 4 41
M 17 1 16 M 45 1,5 43,5 M 48 4 44
M 18 1 17 M 48 1,5 46,5 M 52 4 48
M 20 1 19 M 50 1,5 48,5
M 22 1 21 M 52 1,5 50,5
M 24 1 23 M 18 2 16
170
Rosca Métrica Grossa: ISO
Broca ∅
D mm P mm Broca ∅ mm D mm P mm
mm
1 0,25 0,75 12 1,75 10,2
1,1 0,23 0,85 14 2 12
1,2 0,25 0,95 16 2 14
1,4 0,2 1,10 18 2,5 15,5
1,6 0,35 1,25 20 2,5 17,5
1,8 0,3 1,45 22 2,5 19,5
2 0,4 1,6 24 3 21
2,2 0,45 1,75 27 3 24
2,5 0,45 2,05 30 3,5 26,5
3 0,5 2,5 33 3,5 29,5
3,5 0,6 2,9 36 4 32
4 0,7 3,3 39 4 35
4,5 0,75 3,7 42 4,5 37,5
5 0,8 4,2 45 4,5 40,5
6 1 5 48 5 43
7 1 6 52 5 47
8 1,25 6,8 56 5,5 50,5
9 1,25 7,8 60 5,5 54,5
10 1,5 8,5 64 6 58
11 1,5 9,5 68 6 62
M Perfil DIN
D mm P mm Broca ∅ mm
M 17 0,35 1,3
2,3 0,4 1,9
2,6 0,45 2,1
171
UNC Rosca Unificada Grossa
Broca ∅
D” in N/1” Broca ∅ mm D” in N/1”
mm
N.° 1 64 1,5 3/4 10 16,5
N.° 2 56 1,8 7/8 9 19,5
N.° 3 48 2,1 1 8 22,3
N.° 4 40 2,3 1 1/8 7 25
N.° 5 40 2,6 1 1/4 7 28,3
N.° 6 32 2,85 1 1/8 6 30,8
N.° 8 32 3,5 1 1/2 6 34
N.° 10 24 3,95 1 3/4 5 39,5
N.° 12 24 4,5 2 4 1/2 45
1/4 20 5,2 2 1/4 4 1/2 51,5
5/16 18 6,6 2 1/2 4 57,3
3/8 16 8 2 3/4 4 63,5
7/16 14 9,4 3 4 70
1/2 13 10,8 2 3/4 4 63,5
9/16 12 12,2 3 4 70
5/8 11 13,5
172
BSP Rosca Whitworth para Tubo
D” in N/1” Broca ∅ mm
G 1/8 28 8,8
G 1/4 19 11,8
G 3/8 19 15,3
G 1/2 14 19
G 5/8 14 21
G 3/4 14 24,5
G 7/8 14 28,3
G1 11 30,8
G1 1/8 11 35,3
G1 1/4 11 39,3
G1 3/8 11 41,7
G1 1/2 11 45,2
G1 3/4 11 51,1
G2 11 57
G2 1/4 11 63,1
G2 1/2 11 72,6
G2 3/4 11 78,9
G3 11 85,3
G3 1/4 11 91,6
G3 1/2 11 97,7
G3 3/4 11 104
G4 11 110,4
173
Rosca Standard Americana Cônica para Tubo e Paralela
NPS NPSF
Broca ∅
D” in N/1” D” in N/1” Broca ∅ mm
mm
1/16 27 6,3 1/16 27 6,3
1/8 27 8,7 1/8 27 8,7
1/4 18 11,2 1/4 18 11,2
3/8 18 14,7 3/8 18 14,7
1/2 14 18,3 1/2 14 18,3
3/4 14 23,5 3/4 14 24,3
1 11 1/2 29,5 1 11 1/2 29,5
1 1/4 11 1/2 38,1
1 1/2 11 1/2 44
2 11 1/2 56,3
2 1/2 11 1/2 67
174
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Desandadores
Esse porta-ferramenta é formado por um corpo central que apresenta um orifício com
formato quadrado ou circular.
175
Aqueles que apresentam o orifício com o formato quadrado são apropriados para
movimentar machos e alargadores, devido ao arraste quadrado próprio dessas
ferramentas.
Os desandadores que apresentam orifício com formato circular servem para fixar
cossinetes, que são ferramentas para abrir roscas externas.
176
Os desandadores com um braço fixo e outro móvel apresentam duas castanhas, cuja
função é fixar os machos e alargadores. Uma das castanhas é fixa, outra é móvel.
No ponto de encontro das duas castanhas, forma-se uma abertura quadrada onde são
alojados e fixados por aperto os machos e alargadores.
177
Esses desandadores, formando conjuntos, possuem os braços e as aberturas com
dimensões adequadas aos diâmetros nominais dos machos e alargadores com os
quais trabalham.
1,62 1,68
2,02 2,08
12 5 6 110
2,52 2,58
3,18 3,25
4,03 4,1
18 7 8 190
5,03 5,01
10,04 10,13
140 15 17 460
12,55 12,66
16,05 16,16
60 22 24 660
20,06 20,19
25,06 25,19
80 30 34 1.000
31,58 31,74
178
Os desandadores com formato em “T” possuem castanhas reguláveis que podem
acoplar machos e alargadores de até 5/16”.
179
Porta-cossinete
180
O tamanho desse tipo de desandador normalizado pela NBR 6421 que padroniza as
dimensões (*) indicadas pela tabela a seguir.
d1H11 d2 d3 d4 d5 l1 l2 l3 L
16 25 12 M3 8 9 4,8 2,5 200
M3 `8 9 4,8 2,5 200
20 30 16
M5 10 12 6,5 3,2 250
25 36 20 M6 10 12 8,5 4,3 320
30 45 25 M6 12 14 10 4,8 400
38 55 32 M8 14 16 13 6,3 500
14 16 13 6,3 500
45 63 38 M8
16 20 17 8,3 630
55 75 48 M10 20 25 20 9,4 750
65 85 58 M10 20 28 23 11 800
75 100 68 M12 25 32 27 12,5 900
90 115 80 M14 25 38 33 15,5 1.000
105 130 95 M14 25 38 33 15,5 1.000
120 145 110 M14 25 38 33 15,5 1.000
181
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaborador: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudista: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. 5. ed. São Paulo, 2010. 456 p.
182
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Cossinete
Tipos de cossinete
183
Cossinete redondo aberto
Este cossinete apresenta uma fenda radial chanfrada no sentido longitudinal da
espessura do cossinete. Nesta fenda é introduzido um parafuso com ponta cônica, com
a função de abrir o diâmetro do cossinete, facilitando o início da rosca em parafusos ou
eixos com diâmetros não calibrados.
O cossinete com entrada helicoidal é ideal para roscar aço carbono, pois o cavaco
originado no processo geralmente é longo; assim, o cossinete desloca o cavaco da
região de corte, evitando o engripamento por acúmulo de material nos canais
periféricos.
184
O cossinete sem entrada helicoidal é usado para roscar materiais que originam
cavacos curtos e quebradiços, a exemplo do latão.
A execução de rosca externa com cossinete redondo, seja aberto ou fechado, pode ser
realizada por meio de desandador próprio, normalizado pela NBR 6421, manualmente
ou com auxílio de torno mecânico.
Em caso específico, o cossinete pode ser fixado diretamente na placa universal de três
castanhas do torno mecânico.
Cossinete bipartido
O cossinete bipartido é constituído de duas placas de aço temperado, com formato
retangular, tendo apenas duas arestas cortantes.
Esse cossinete também possui canais de saída por onde são eliminados os cavacos
produzidos durante a confecção da rosca.
185
O cossinete bipartido é montado em um porta-cossinete especial com regulagem de
um parafuso de ajuste, o qual fecha o cossinete nas sucessivas passadas, até a
formação do perfil da rosca desejada.
Cossinete de pente
Outro tipo de cossinete é o de pente, usado no roscamento com tornos revólver e
roscadeiras automáticas.
186
As tabelas a seguir indicam os valores máximos e mínimos de diâmetros de eixos e
parafusos para roscamento com cossinete.
187
MF - Rosca Métrica Fina
188
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
A máquina de serra de fita horizontal serve apenas para cortar materiais destinados a
produção seriada, com a vantagem de proporcionar um corte contínuo, econômico e
rápido, uma vez que não trabalha com movimento de vai-vem.
189
Máquina de serra de fita vertical
O movimento da fita é conseguido por meio de dois volantes que contêm na periferia
uma cinta de borracha, cuja finalidade é evitar o deslizamento da fita. A regulagem de
tensão da fita é conseguida com o deslocamento do volante conduzido na direção da
posição da fita, por meio de um mecanismo apropriado.
190
A inclinação da mesa é feita por um mecanismo, localizado na sua parte inferior, que
permite inclinar a mesa em dois sentidos: à direita e à esquerda do operador.
As guias da fita são os órgãos responsáveis pela posição correta da fita durante o
corte. As guias são duas: superior e inferior. A guia superior, por ser móvel, permite o
ajuste da altura livre da fita acima da mesa, além de dar estabilidade à fita.
A velocidade de corte deve ser diferente para cada material das peças por cortar.
Para variar a velocidade de corte ou mudá-la, são usados dois mecanismos: um, com
polias em “V”, escalonadas, e outro com variadores de velocidade Entre os dois
mecanismos, o de variadores de velocidade é mais vantajoso, pois permite a
regulagem da mudança da velocidade com a máquina ligada, desde a mais baixa até a
mais alta. O outro não permite tal regulagem, pois seus valores são fixos.
191
Máquina de serra alternativa
A potência do motor deve ser suficiente para movimentá-la quando o corte exige
maiores esforços.
192
O mecanismo de avanço mecânico segue o princípio do braço de alavanca: usa-se o
próprio peso do arco para conseguir a pressão de avanço constante e pode-se regular
a pressão por contrapeso.
O mecanismo de avanço hidráulico usa uma bomba hidráulica com uma válvula que
permite a regulagem de pressão de avanço progressivo e uniforme da lâmina; no
retorno do golpe, a lâmina se afasta; ao terminar o corte, a serra é desligada
automaticamente.
O movimento alternado pelo qual a serra executa o trabalho é conseguido por meio de
um dispositivo denominado biela. Com esse dispositivo, faz-se a conversão do
movimento rotativo do motor em movimento retilíneo alternativo do arco de serra da
máquina.
193
Máquina de serra circular
A máquina de serrar de disco com avanço manual, também conhecida como serra
policorte, é constituída de um motor que aciona a serra circular por meio de correia. É
empregada geralmente em serviços de serralharia para cortes de perfis de alumínio e
de materiais como latão, cobre, madeira. Em casos especiais, pode-se substituir a
serra circular por um disco abrasivo e realizar cortes em materiais como aço e ferro
fundido.
A máquina de serrar de disco com avanço manual tem seu avanço acionado por meio
de uma alavanca, na qual o operador aplica a força que determina o avanço de corte. a
capacidade de corte desta máquina é limitada ao raio da serra circular, descontando a
medida do raio do flange onde está montada.
Devido à execução de cortes em materiais com maior resistência à tração, como o aço,
tanto o número de rotações como o avanço são menores; nesse caso, durante a
execução do corte é necessário o emprego do fluido de corte. Esta máquina
194
geralmente é utilizada em almoxarifados e empregada na preparação de materiais
para usinagem de produção.
Serras
As máquinas de serrar, segundo o tipo, utilizam lâmina, fita e disco como elementos de
corte.
Lâmina
Lâmina é uma ferramenta dentada para corte, com dentes inclinados lateralmente. É
feita de aço carbono ou de aço rápido e destinada a produzir rasgos, de modo a
possibilitar o corte do material metálico. A lâmina é utilizada em máquinas de serra
alternativas; quando se trata de serra alternativa horizontal, em que o corte se dá no
retorno da lâmina, esta é colocada com os dentes voltados para trás.
195
Cuidados no uso da lâmina
• Selecionar a lâmina para a serra alternativa de acordo com a espessura e a
natureza do material a ser cortado;
• Fixar a lâmina de serra no arco de serra da máquina, verificando seu
tensionamento.
Fita
As serras de fita estão disponíveis no mercado com vários tipos de dentes e travas. Os
tipos de dentes são três: dente regular, dente com garganta e dente em gancho. As
travas também são de três tipos: regular, ondulada e alternada.
As serras de fita com dentes regulares são recomendadas para cortar todos os
materiais ferrosos, ao passo que as de dentes com garganta são recomendadas para
materiais metálicos macios não-ferrosos devido ao formato dos dentes que impedem o
acúmulo de cavacos.
196
As serras de fita com dentes em gancho assemelham-se às serras de fita com dentes
com garganta. O espaçamento é idêntico entre ambos os tipos de dentes, com uma
diferença especial na face inferior do dente em gancho, que além de cortar mais
eficazmente, auxilia o cavaco a se enrolar.
As serras de fita com trava regular proporcionam uma boa folga entre os cavacos e por
essa razão, são recomendadas para cortes longos em materiais com espessura acima
de 6mm. O travamento regular apresenta um dente travado à direita e outro à
esquerda, enquanto o do meio é mantido sem travamento.
197
Cuidados no uso da fita
• Pelo menos dois dentes deverão estar em contato com o material durante o corte;
• As secções pequenas ou pouco espessas requerem fitas com número maior de
dentes para reduzir o perigo de quebra desses dentes;
• Materiais macios e facilmente trabalháveis exigem serras de fita com poucos
dentes por polegada para garantir intervalos adequados na remoção dos cavacos;
• Materiais duros são melhor cortados por serras de fita com número maior de
dentes.
Disco
Existem discos inteiriços, cujos dentes fazem parte da própria massa do disco, assim
como há discos com dentes incrustados na massa; esses dentes são fabricados de
metal duro.
Quando se trabalha com serra de disco, há dois fatores importantes que devem ser
considerados: o passo do disco em função dos material a ser trabalhado e em função
da secção de corte; e os ângulos de corte e de saída do disco, pois estes dois
parâmetros são essenciais para a reafiação.
198
• Selecionar corretamente o fluido de corte e aplicá-lo copiosamente, na forma de
jatos, na região do material que está sendo cortado;
• Fixar bem o material a ser cortado;
• Manter um avanço regular durante o corte e iniciá-lo com a máquina operando em
baixa rotação, com avanço reduzido;
• Evitar entrada violenta no início do corte e brusco aumento de avanço no final da
operação;
• Proceder imediatamente a uma reafiação do disco ao primeiro sinal de aumento de
esforço do corte;
• No caso de bloqueio da serra, parar o motor, desligar a máquina e rodar a serra
manualmente uns poucos milímetros para permitir o içamento do cabeçote porta-
serra e evitar golpes de baixo para cima que possam causar a quebra da serra.
199
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Elaboradores: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas José Roberto da Silva
Conteudistas: Abilio José Weber Rogério Augusto Spatti
Adriano Ruiz Secco
Ilustradores: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. São Paulo, 1997. 456 p.
200
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2008
Fresadoras
Fresadora
201
A fresadora permite realizar operações de fresagem de superfícies planas, côncavas,
convexas e combinadas.
A fresadora é constituída das seguintes partes principais: corpo, eixo principal, mesa,
carro transversal, suporte da mesa, caixa de velocidade do eixo principal, caixa de
velocidade de avanço, torpedo.
A mesa serve de apoio para as peças que vão ser usinadas e que podem ser
montadas diretamente sobre elas, ou por meio de acessórios de fixação. Assim, a
mesa é dotada de ranhuras que permitem alojar os elementos de fixação.
202
Na base inferior, o carro transversal está acoplado ao suporte da mesa por meio de
guias. Com o auxílio de porca e fuso, ele desliza sobre o suporte e esse movimento
pode ser realizado manual ou automaticamente por meio da caixa de avanços. Ele
pode ser imobilizado por meio de um dispositivo adequado.
Características da fresadora
Para a usinagem de materiais na fresadora, utiliza-se a fresa, uma ferramenta de corte
de múltiplas arestas que é montada no eixo porta-fresas.
Isso permite que a fresadora realize uma grande variedade de trabalhos em superfícies
situadas em planos paralelos, perpendiculares ou formando ângulos diversos.
203
Funcionamento
Na fresadora, distinguem-se dois movimentos essenciais.
1. O movimento de corte (da ferramenta de rotação contínua);
2. O movimento de avanço da peça, que é fixada a uma mesa que se movimenta
segundo três eixos ortogonais, ou é dotada de movimento giratório por meio de
fixação em placas giratórias da mesa divisora e divisores.
Condições de uso
Para que o rendimento do trabalho seja o melhor possível, a fresadora deve ser
mantida em bom estado de conservação.
204
Tipos de fresadoras
205
A Fresadora copiadora trabalha com uma mesa e dois cabeçotes: o cabeçote
apalpador e o de usinagem. Essa fresadora realiza o trabalho de usinagem a partir da
cópia de um modelo dado.
206
Esse tipo de fresadora pode ser de dois tipos: bidimensional e tridimensional.
Fresadora Universal
Além das características comuns a todas as fresadoras, a fresadora universal
apresenta dois eixos-árvore: um horizontal e outro vertical.
207
Desse modo, a fresa pode ocupar qualquer posição no espaço e trabalhar em qualquer
ângulo, produzindo peças de perfis e formatos variados, mediante o emprego da fresa
adequada.
A mesa da fresadora universal é montada sobre uma base que permite girá-la no plano
horizontal até um ângulo de inclinação de 45º nos dois sentidos.
A essa mesa pode ser adaptado um aparelho divisor universal que permite a
fresagem de engrenagens cilíndricas ou cônicas de dentes retos ou helicoidais.
208
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Constituição e terminologia
As fresas, em geral, estão constituídas por um corpo de rotação na periferia, na qual
se acham os dentes talhados no próprio material ou postiço.
209
O corpo pode ser cilíndricos, cônicos, esféricos ou de combinações de formas.
Constroem-se de aço rápido e excepcionalmente de aço ao carbono.
Para cortar o material, os dentes da fresa têm forma de cunha que apresentam os
seguintes ângulos:
• Ângulo de saída ⇒ γ;
• Ângulo de cunha ⇒ β;
• Ângulo de folga ⇒ α.
210
A escolha do ângulo adequado está relacionada com o material e o tipo de peça a ser
usinada. Assim, para materiais não-ferrosos de baixa dureza, como o alumínio, o
bronze, o plástico, etc., as fresas do tipo W são empregadas por terem um ângulo de
cunha menor (β = 57º).
Para a fresagem de materiais de dureza média, como aço até 700 N/mm2, empregam-
se as fresas do tipo N, que têm um ângulo de cunha de valor médio (β = 73º).
Finalmente, para fresar materiais duros e quebradiços e aços com mais de 700 N/mm2,
emprega-se a fresa do tipo H, que têm um ângulo β = 81º.
Quanto à disposição dos dentes na ferramenta, estes podem estar paralelos ao eixo da
fresa ou possuir formato helicoidal.
211
As fresas de dentes retos apresentam um rendimento de corte reduzido devido à
dificuldade de liberação do cavaco.
Tipos de fresas
Existem muitos tipos de fresas classificadas de acordo com critérios como operações
que realizam, formato e disposição dos dentes. Assim, temos:
• Fresas planas: são fresas usadas na usinagem de superfícies planas, na abertura
de rasgos e canais. As ilustrações a seguir mostram fresas planas.
Fresa cilíndrica tangencial. Fresa de topo para mandril com chaveta transversal
e longitudinal.
212
Fresa circular de corte de Fresa circular de corte de três
três lados e dentes retos lados e dentes alternados
213
• Fresas angulares: são fresas usadas na usinagem de perfis em ângulo, como
encaixes do tipo rabo-de-andorinha.
• Fresas de perfil constante: são fresas usadas para abrir canais, superfícies
côncavas e convexas e gerar dentes de engrenagens.
Fresa de perfil constante para rasgos e canais.
214
Fresa módulo Fresa caracol
• Fresas de dentes postiços (ou cabeçote para fresar): possuem dentes postiços
de metal duro.
Os cabeçotes para fresar são dotados de dispositivos para a fixação rápida da pastilha
que pode ser por molas, grampos, parafusos e pinos ou garras.
Na primeira montagem das pastilhas, estas devem ser calibradas para que um bom
acabamento seja obtido.
215
Trem de fresagem
Para a execução de fresagem de peças com perfis diferentes, pode-se montar um trem
de fresagem, se uma máquina com potência suficiente está disponível.
As fresas que compõem um trem de fresagem devem ser afiadas em conjunto a fim de
manter as relações das dimensões entre os perfis.
Fixação da fresa
Quando isso não acontece, as navalhas ou dentes mais salientes da fresa sofrem um
desgaste prematuro e um esforço demasiado que ocasiona ondulações na superfície
da peça e, conseqüentemente, diminuição da produtividade.
216
A fixação da fresa é feita por meio de mandris e porta-fresas adequadas.
Os modos de fixação das fresas também determina suas variadas denominações, ou
seja:
Fresa de topo com haste cônica; fixada diretamente no eixo árvore com auxílio de
mandril cônico com tirante.
Fresa de topo tipo Chipmaster, com haste cilíndrica e rosca externa fixado por mandril
Clarkson.
217
Condições de uso e conservação
As fresas são ferramentas de um custo elevado e delicadas, por esse motivo deve-se
tomar precauções para sua conservação. Alguns aspectos que se devem considerar
para terem melhores condições de uso e conservação são os seguintes:
a) Escolha a fresa de acordo com o trabalho a executar;
b) Trabalhe nas condições adequadas (velocidade de corte, profundidade de corte,
refrigeração);
c) Uma vez terminado o trabalho, verifique o estado das arestas cortantes e se
necessário, providencie o seu reafiamento;
d) Limpe-a e proteja-a com uma película de óleo ou graxa;
e) Guarde-a em lugar próprio evitando que as arestas de corte não recebam golpes.
218
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Eixos porta-fresa
Tipos de eixos
Os eixos porta-fresa são selecionados segundo o tipo de fresa a ser montado e o tipo
de trabalho a realizar. Eles classificam-se em:
• Eixos porta-fresa longos;
• Eixos porta-fresa curtos.
O furo roscado no corpo cônico permite fixar, por meio do tirante, uma extremidade
do eixo porta-fresa. O corpo cônico garante a concentricidade entre o eixo principal e a
fresa.
219
As ranhuras do flange encaixam-se nas chavetas de arraste do eixo principal, evitando
que o eixo porta-fresa deslize ao transmitir o movimento que recebe da caixa de
velocidades através do eixo principal.
A fresa é colocada e fixada por meio da chaveta longitudinal ao longo de todo o corpo
cilíndrico. Isso permite que a ferramenta utilize a rotação e potência do eixo principal
sem deslizar ao entrar em contato com o material, quando é dada a profundidade de
corte.
A espiga roscada, na extremidade do eixo cilíndrico, recebe uma porca que aperta e
fixa a fresa em sua posição definitiva, através dos anéis separadores, impedindo que a
ferramenta se desloque axialmente no eixo.
• Anéis separadores: são aros com rasgo de chaveta ajustados ao corpo cilíndrico.
Apresentam comprimentos variados a fim de permitir diversos posicionamentos da
fresa. Suas faces laterais são planas, paralelas e retificadas.
220
• Anéis-suporte: servem para apoiar o eixo porta-fresa e ajudam a evitar a flexão
excessiva decorrente dos esforços do trabalho de corte.
O mandril porta-fresa curto para fresas com furo pode ser de dois tipos:
1. Mandril porta-fresa com furo liso: com esse mandril a fixação da fresa é feita por
meio de parafuso ou porca conforme o mandril seja para fresas com rasgo de
chaveta transversal ou para fresas com rasgo de chaveta longitudinal.
221
2. Mandril porta-fresa com furo roscado: tem a espiga roscada. Isso permite alojar e
fixar as fresas que têm furo roscado.
O mandril porta-fresa curto para fresas com haste pode ser de dois tipos:
1. Mandril porta-fresa curto com haste cônica: usado como bucha de redução entre a
haste da fresa e o eixo principal, quando as fresas de haste cônica não podem ser
fixadas diretamente ao eixo principal por diferenças de diâmetro ou de conicidade.
Para atender a tais necessidades, esse tipo de mandril é fabricado com diversas
conicidades. Assim, por exemplo, é possível usar um mandril que apresente ao
mesmo tempo conicidade interna Morse e externa cone ISO.
2. Mandril porta-fresa para fresa com haste cilíndrica pode ser de dois tipos:
a. mandril com furo cilíndrico: a haste da fresa é ajustada no furo cilíndrico e
fixada por meio de um parafuso “allen” apertado contra uma face plana
existente na haste da fresa.
222
b. mandril porta-pinça para fresa com a haste cilíndrica lisa: é um corpo cuja parte
externa cônica é fixada no eixo principal da fresadora.
O furo cilíndrico das pinças é usinado com formatos e dimensões exatos. Por isso,
deve-se selecionar a pinça para prender de forma adequada a respectiva ferramenta.
Assim, se a haste de uma ferramenta tem 10mm, a pinça deve ter 10mm. Se a haste
da ferramenta não tiver a mesma dimensão nominal da pinça, a tolerância de diâmetro
da haste deve ser de, no máximo, (-0,5mm).
223
Desse modo, não há perda da tolerância de forma e de força de fixação. A escolha
inadequada da pinça pode danificá-la, além de não fornecer um bom aperto da
ferramenta.
Pinça com diâmetro interno maior que o Pinça com diâmetro interno menor que o
diâmetro da ferramenta diâmetro da ferramenta
224
Na montagem de fresas com mancal, normalmente as fresas cilíndricas de disco e de
perfil são fixadas em porta-fresas longos.
A fresa deve ser centrada após a montagem para verificação, não podendo ter um
batimento superior a 0,04mm.
A fresa deve estar localizada perto do corpo da máquina e do mancal. Nas fresas
helicoidais, o esforço é direcionado para o corpo da máquina.
Nas fresas pequenas de haste cônica, emprega-se a redução para que seja possível
fixá-la na árvore, prendendo-a com o auxílio do tirante.
As fresas cilíndricas frontais são montadas com mandris que podem possuir cone
Morse de fixação. O movimento é transmitido à fresa por intermédio da chaveta
longitudinal.
225
Em função da dimensão da fresa e do esforço solicitado, o mandril possui chavetas
transversais bem mais robustas.
Cuidados no uso
O cuidado e a limpeza dos acessórios são essenciais para seu uso e conservação. Após
o uso os porta-fresa devem ser protegidos com uma camada de vaselina ou óleo
guardados em lugar próprio.
226
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2008
Retificadoras
A retificadora permite dar às superfícies das peças uma usinagem com baixa
rugosidade e com dimensões mais rigorosas em relação a outras máquinas, como
plaina, limadora, torno, fresadora; isso ocorre devido às múltiplas arestas de corte de
que é composto o rebolo; além disso, é possível montar rebolos de distintos tipos e
formas no eixo correspondente.
Partes da retificadora
Base
227
Mesa de trabalho ou porta-peça
Serve de apoio a peças a serem trabalhadas, diretamente montadas sobre ela ou por
meio de acessórios de fixação. É construída de ferro fundido e possui uma superfície
plana finamente acabada com ranhuras para a colocação dos parafusos de fixação.
Em sua parte inferior estão fixados uma cremalheira para receber o movimento manual
e os suportes para fixação do sistema de movimento automático. Na frente apresenta
uma ranhura longitudinal onde se alojam os topes móveis para limitar o curso da mesa.
Cabeçote porta-rebolo
É uma das partes mais importantes da máquina, pois serve de suporte do eixo porta-
rebolo, o qual é movimentado pelo motor. É fabricado de ferro fundido. O eixo pode ser
assentado sobre buchas de bronze ou sobre rolamentos e possui um sistema de
lubrificação que pode ser forçado ou de banho de óleo. Na parte onde estão as guias
de deslizamento também se encontram a porca para o sistema de movimento manual
e os suportes para fixação do sistema de movimento automático.
Sistema de movimento
Características da retificadora
228
• Potência do motor;
• Dimensão e peso da máquina.
Acessórios da retificadora
Em razão de ser uma máquina idealizada para realizar trabalhos que exigem exatidão,
a fabricação da retificadora é feita com muito cuidado, fato que motiva um custo
elevado; portanto, se deduz a necessidade de conservá-la em ótimas condições de
uso.
229
A retificadora pode ser classificada segundo o sistema de movimento e segundo a
operação que realiza. Com respeito ao sistema de movimento, pode ser classificada
em retificadora com movimento manual, com movimento semi-automático e com
movimento automático.
Quanto às operações que realiza, pode ser plana, cilíndrica e sem centro ou
”centerless”.
Retificadora plana
230
Na retificadora plana vertical, o eixo porta-rebolo se encontra perpendicular à
superfície da mesa; o rebolo utilizado é do tipo copo ou de segmentos, cuja superfície
de corte é a parte plana, em forma de coroa circular.
231
A mesa longitudinal é uma parte apresentada pela maioria das máquinas, e que
permite o deslocamento longitudinal. É de ferro fundido e na sua parte superior possui
guias para o deslocamento da mesa de trabalho e em sua parte inferior tem guias
perfeitamente ajustadas para permitir seu deslizamento.
232
Todas as retificadoras planas possuem uma bomba para o fluido de corte, movida por
um motor independente dos demais; a passagem do fluido é regulada por meio de um
registro que se encontra em lugar acessível ao operador.
Retificadora cilíndrica
233
Partes da retificadora cilíndrica
234
A base é de ferro fundido e serve para fixar o cabeçote à mesa de trabalho; é giratória
e apresenta uma escala em graus, que permite a inclinação do cabeçote porta-peça
para retificação cônica.
O corpo é de ferro fundido e tem no seu interior o eixo principal e a caixa de mudança
de rotações.
A caixa de mudança de rotações é uma caixa de ferro fundido, dentro da qual estão
montadas polias e correias que modificam a rotação recebida do motor e a transmitem
ao eixo principal.
O motor é trifásico e tem a função de gerar movimento de rotação para o eixo principal.
A base é de ferro fundido e sua parte superior é plana para a fixação do motor; a parte
inferior possui um sistema de guias para posicioná-lo sobre o cabeçote porta-rebolo e a
parte frontal aloja o eixo de retificação interna.
SENAI-SP – INTRANET – AA321-10
235
O corpo é de ferro fundido e em sua parte inferior se encontra alojado o eixo principal;
o outro extremo se articula com o alojamento da base.
236
Características da retificadora cilíndrica
237
No cabeçote porta-peça, um motor gera o movimento de rotação; esse movimento é
transmitido ao eixo principal por meio de polias e correia, de modo que a peça montada
no eixo também recebe o movimento de rotação.
O cabeçote para retificação interna possui um motor que gera o movimento de rotação,
transmitido ao eixo principal por meio de uma correia plana. A bomba para o fluido de
corte é acionada por um motor independente dos demais, regulando-se a saída do
fluido por meio de um registro colocado em lugar acessível ao operador.
O rebolo de arraste gira devagar e serve para imprimir movimento à peça e para
produzir o avanço longitudinal; por essa razão, o rebolo de arraste possui uma
inclinação de 3 a 5 graus, responsável pelo avanço da peça.
238
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2009
Rebolo
Distingue-se das demais ferramentas de corte por ser auto-afiável. É utilizado nos
trabalhos de cortar, desbastar, retificar e afiar. O rebolo é constituído por abrasivo e
aglutinante.
Classificação do rebolo
Natureza do abrasivo
Abrasivo sintético
O abrasivo sintético é formado por componentes químicos com distintas
características. Os mais utilizados são os de óxido de alumínio (Al2O3) e os de
carboneto de silício (SiC).
O óxido de alumínio apresenta coloração que varia do rosa escuro ao branco e tem
vários graus de refinação, classificados segundo a pureza, cor e mistura do abrasivo; é
denominado pelas letras A, AA, DA e GA.
239
A - óxido de alumínio comum; de cor cinza ou marrom, é o menos refinado: 96% de
pureza.
AA - óxido de alumínio de cor branca ou rosa; é o mais refinado: 99% de pureza.
DA - óxido de alumínio combinado; de cor variada, porém geralmente rosa escuro;
mistura de A e AA.
GA - óxido de alumínio intermediário; marrom claro a cinza claro, com
aproximadamente 97% de pureza.
C - carboneto de silício cinza; coloração que varia do cinza escuro ou cinza claro; é o
menos refinado.
GC - carboneto de silício verde; de cor verde escura a verde clara, mais refinado,
sendo um dos abrasivos sintéticos mais duros que se conhecem.
RC - carboneto de silício combinado; de cor cinza esverdeada, é uma mistura de C e
GC.
Abrasivo natural
O abrasivo natural é extraído de minerais e pode ser classificado em esmeril, coríndon
e diamante.
Natureza do aglutinante
240
Aglutinante natural
O aglutinante natural pode ser orgânico ou mineral. É simbolizado pelas letras V, S, R,
E e M.
V - ou vitrificado, é mineral, rígido e quebradiço.
S - ou silicato, é mineral, rígido e quebradiço.
E - tem como base a goma laca.
R - ou borracha, é orgânico, elástico e flexível.
M - ou metálico, é mineral, rígido e resistente.
Aglutinante sintético
O aglutinante sintético é mais elástico e resistente que o vitrificado. Apresenta dois
tipos, representados pelas letras B e O.
B - resinóide - tem como base a resina sintética.
O - tem como base o oxicloreto.
Granulometria
241
O quadro a seguir mostra a classificação dos grãos em grosso, médio, fino e extrafino.
Dureza
Porosidade
242
Dimensão e formato do rebolo
RT - rebolo reto;
AN – anel;
UL - rebaixado de um lado;
DL - rebaixado dos dois lados;
CR - copo reto;
CC - copo cônico;
PR – prato;
PI – pires;
FA – faca;
OG – ogival;
DC - com depressão central.
243
Os perfis dos rebolos são indicados pelas letras A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, N, O,
Y, Z.
Especificação do rebolo
244
Para exemplificar a identificação de um rebolo segundo a norma, cita-se:
A - 54 - L - 7 - V, em que:
A - é o abrasivo (óxido de alumínio);
54 - é o tamanho do grão;
L - é a dureza do grão;
7 - é a porosidade entre os grãos;
V - é o aglutinante (para rebolo muito duro).
Cuidados a observar
As normas ABNT NB 33 e NBR 6166 detalham toda a matéria em relação a
dimensões, características e conceitos sobre marcação, tipos e segurança no uso de
rebolos. Essas normas estão baseadas nas normas da FEPA (Fédération Europeénne
des Fabricants de Produits Abrasifs - Federação Européia de Produtos Abrasivos) e do
GWI (Grinding Wheel Institute - Intituto [norte-americano] de Rebolos).
245
Na recepção e manuseio do rebolo, o usuário deve:
• Examinar o material recebido para verificar possíveis danos durante o transporte;
• Manter rígida disciplina no manuseio e estocagem dos rebolos, seguindo as
normas do fabricante;
• Efetuar constante controle do estado das máquinas;
• Operar as máquinas sempre com segurança.
Armazenagem
246
Proteção pessoal
O operador deve trabalhar óculos de segurança para proteger os olhos das fagulhas
que se desprendem durante o processo de usinagem.
Nas máquinas retificadoras deverá ser usado fluido de corte, sempre que possível com
sistema de filtragem.
247
Créditos Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2009
Elaborador: Regina Célia Roland Novaes Carlos Eduardo Binati
Selma Ziedas Eduardo Gavira Bonani
Conteudista: Abilio José Weber José Roberto da Silva
Adriano Ruiz Secco Rogério Augusto Spatti
Ilustrador: José Joaquim Pecegueiro
José Luciano de Souza Filho
Leury Giacomeli
Referência
SENAI.SP. Tecnologia Aplicada I - Caminhão Betoneira Cara Chata. 5. ed. São Paulo, 2010. 456 p.
248
Avaliado pelo Comitê Técnico de Processos de Usinagem/2007
Alargadores
O furo executado pela broca, geralmente não é exato a ponto de permitir o ajuste entre
peças. Isso acontece porque:
• A superfície do furo possui rugosidade elevada;
• O furo não é perfeitamente cilíndrico porque o eixo da máquina tem jogo (folga);
• O diâmetro não tem medidas exatas; é quase sempre maior que o diâmetro da
broca pela afiação imperfeita ou por deficiência da máquina, geralmente classe de
tolerância H12;
• O eixo geométrico do furo sofre, às vezes, ligeira inclinação.
249
Os alargadores manuais apresentam navalhas cortantes mais compridas do que os
alargadores para máquinas. Sua haste é paralela com um arraste quadrado conforme
norma DIN 10.
250
Modo de ação
As arestas de corte, endurecidas por meio de têmpera, trabalham por pressão, durante
o giro do alargador dentro do furo. Nesse processo, cortam minúsculos cavacos do
material, fazendo como que uma raspagem da parede interna do furo.
Na seção da navalha existem dois ângulos:
• O ângulo de folga (α), que deve ter aproximadamente entre 8º e 10º ;
• O ângulo de saída (γ) que deve ter aproximadamente de 0 a 15º conforme o tipo de
ferramenta.
251
Nomenclatura
A ponta do alargador que primeiro entra em contato com o furo chama-se entrada. A
entrada permite a introdução do alargador no furo e seu comprimento varia de acordo
com o trabalho a ser realizado. Assim, por exemplo, um alargador para máquina usado
para calibrar furos passantes ou furos em materiais mais macios, deve ter uma entrada
mais curta que a de um alargador que calibrará um furo em um material mais duro.
252
As ilustrações a seguir mostram diferentes formatos e ângulos da entrada.
253
Alargadores manuais
Os alargadores manuais são construídos com aço rápido e podem ser de três tipos:
• Alargadores manuais para pinos cônicos.
Alargadores de expansão
Esse tipo de alargador é fabricado com aço-carbono. Suas navalhas podem ser retas
ou helicoidais. Ele pode ser de dois tipos:
254
• Alargador expansível que permite uma pequeníssima variação de diâmetro: cerca
de 1/100 do diâmetro nominal da ferramenta. Seu funcionamento se baseia na
elasticidade (flexibilidade) do aço. O corpo desse tipo de alargador é oco e
apresenta várias fendas longitudinais.
Como as lâminas desse alargador são removíveis, estas podem ser facilmente
afiadas ou substituídas em caso de desgaste ou quebra. A calibração dessa
ferramenta atinge 0,01mm e a variação de seu diâmetro pode ser de alguns
milímetros.
255
Alargadores para máquinas
256
de canais retos em aço rápido (Forma C).
Tabelas
Para obter furos com diâmetros dentro dos limites desejados, formato cilíndrico,
perfeito acabamento e boa conservação do alargador, é necessário, antes de executar
a operação, observar os seguintes aspectos:
• Determinar corretamente a quantidade de material a ser removido, em função do
material a ser usinado e do diâmetro do furo;
• Observar rigorosamente a velocidade de corte em m/min, avanço em mm e o fluido
de corte adequado para cada tipo de material.
Para auxiliar o operador a atender a essas exigências, tabelas específicas devem ser
consultadas. Assim, as duas tabelas a seguir ajudam a encontrar os dados
necessários em função dos parâmetros já citados.
257
Quantidade de sobremetal em mm no diâmetro
Diâmetro do furo
Material a ser usinado
até 2mm 2 - 5mm 5 - 10mm 10 - 20mm acima 20mm
2
Aços até 700N/mm até 0,1 0,1 - 0,2 0,2 0,2 - 0,3 0,3 - 0,4
Aço acima de 700N/mm2
Aço inoxidável até 0,1 0,1 - 0,2 0,2 0,2 0,3
Material sintético mole
Latão, Bronze até 0,1 0,1 - 0,2 0,2 0,2 - 0,3 0,3
Ferro fundido até 0,1 0,1 - 0,2 0,2 0,2 - 0,3 0,3 - 0,5
Alumínio, Cobre eletrolítico até 0,1 0,1 - 0,2 0,2 - 0,3 0,3 - 0,4 0,4 - 0,5
Material sintético rígido até 0,1 0,1 - 0,2 0,2 0,4 0,5
Material
Estrias retas 5-8 até 0,4 até 0,5 0,6 A seco
sintético mole
258
Recomendações de uso
259
Além dessas considerações, deve-se observar que, quando o alargamento é feito em
máquina, deve-se usar um cabeçote flutuante a fim de evitar que o diâmetro do furo
fique maior devido a um possível desalinhamento entre alargador e peça.
Portanto, como com brocas helicoidais, é possível obter uma qualidade 12, deve-se
incluir entre as operações de furar e alargar, uma etapa realizada com brocas
calibradoras, que são mais estáveis que as brocas normais e têm melhor guia no furo
devido ao número maior de arestas de corte.
No caso de furos até 8mm de diâmetro, a operação de calibrar pode ser dispensada, já
que a dimensão e a rugosidade do furo obtido com a broca são suficientes para o
alargamento.
260
Referências
261
SENAI-SP – INTRANET – AA321-10
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