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Teogonia de Xangô

Xangô é talvez um dos Orixás mais temidos e ao mesmo tempo um dos mais cultuados.
Conhecido como o Orixá da Justiça, aquele que reina sobre todos os outros, trazendo o
equilíbrio necessário diante dos desequilíbrios que compõem as diversas realidades.

E para entender sobre Xangô, iremos falar um pouco sobre outros Orixás. Contam as
diversas lendas, que o Orixá Orungã, visitou a matriz geradora da esterilidade, e dela
herdou esse fator. Mas quando estava em sua presença, se encantou com seus atributos e
por este motivo, ao herdar seu fator, passou a ser um Orixá estéril.

Orungã, passou a representar a esterilidade de tudo o que perdeu o sentido de ser gerado.
Mas nunca aceitou a condição de ele mesmo ser estéril. Orientado por Orunmilá, foi até a
realidade de Iemanjá para tentar receber dela, a sua fertilidade.

Porém, Orungã invadiu a realidade de Iemanjá, para que seu problema fosse resolvido, ela
ficou tão furiosa que nunca fora vista uma inundação tão intensa como desta vez. Suas
águas invadiram todas as outras realidades.

Orungã se sentiu culpado e se recolheu no firmamento e por lá ficou muito tempo. Até que
passou a ser o guardião do firmamento e recebeu de Exu e Ogum a virilidade necessária
para tal função.

Assim, Orungã, sentiu-se corajoso e novamente foi à procura de Iemanjá, e mais uma vez,
invadiu seus domínios. Desta vez Iemanjá estava desnuda, porque havia ido até os limites
de seus mares. Orungã ao vê-la assim, ficou envergonhado, e Iemanjá por sua vez sai
correndo para o bosque.

Orungã perseguiu Iemanjá para tentar explicar duas intenções, mas Iemanja logo se dilui
em muita água. Pombagira viu toda a cena, e pensou que Orungã estava tentando violentar
Iemanjá, foi então que reuniu todos os Orixás para a resolução do problema.
Pombagira contou que viu Iemanjá fugindo de Orungã e que algo precisava ser feito. Todos
os Orixás chegaram a conclusão de que Xangô deveria ajudá-la e assim foi feito.

Ao chegar no local onde estavam Orungã e Iemanjá, Xangô viu Iemanjá nos braços de
Orungã que estava em desespero tentando evitar que ela se tornasse apenas água e
corresse para o mar. O perigo maior é que Iemanjá poderia se diluir no mar e virar o mar em
si mesma.

De pronto, Xangô pensou e criou uma cadeia de montanhas para represar as águas de
Iemanjá para evitar que chegassem ao mar. Orungã se desesperava cada vez mais, e pedia
para Xangô puní-lo imediatamente, embora não fosse culpado das acusações, se sentia o
responsável pelo acontecimento.

A cadeia de montanhas foi criada e as águas represadas, mas essa medida não foi
suficiente, e Iemanjá se diluiu no mar. Ao mesmo tempo que Orungã, ao ver Iemanjá se
diluindo no mar, entrou em profundo desespero e também se diluiu no firmamento.

Xangô, se entristeceu por ter perdido dois irmãos sem que ele tivesse equilibrado a
situação. Voltou então, para a reunião com os outros Orixá para relatar o ocorrido e buscar
uma solução.

Oxalá com sua sabedoria, pediu para Logunã reverter o tempo e verificar se tudo não havia
sido um grande mal entendido. Logunã mesmo relutante fez o que lhe fora pedido e a
verdade veio à tona.yh Orungã queria apenas sua fertilidade de volta para povoar sua
realidade e mais nada, nunca quis abusar de Iemanjá. Tentou inclusive ajudá-la a não correr
para o mar, mas por seu desespero não conseguiu.

Oxalá utilizando-se de um mistério só seu, foi até Iemanjá para que ela voltasse para sua
realidade, explicando que sem ela todos os outros Orixás ficariam sem mãe e iriam se diluir
em suas próprias realidades. Já com Orungã, Oxalá não teve o mesmo êxito, por seu
remorso ficou diluído para sempre no firmamento. Mas finalmente, Iemanjá concedeu a ele
sua fertilidade, permitindo-o assim criar estrelas e mais estrelas.

Características e culto a Xangô

Xangô está assentado no Trono da Justiça juntamente com Oroiná. Assim teremos
as seguintes características:
TRONO DA LEI
Irradiação da Justiça.

Irradiação do Trono da Justiça é bipolar.


+ Xangô ____________________________________ Oroiná -
Polo Positivo: Passivo e irradiador / Polo Negativo: Ativo e absorvedor.

Estrutura do pensamento: Ígnea.


Saudação: Kaô Kabecilê.
Elemento: Fogo.
Chacra: Cardíaco.

Estrutura Militar:
Fator Equilibrador (Xangô: Equilibrador e Oroiná: Purificadora)

Atributos:
Sabedoria e prudência, equidade, ponderação e honestidade, entendimento do
encadeamento de nossas ações reações as quais estabelecem uma relação de
causa e consequência no sentido de ascensão espiritual (equilíbrio cármico).

Tipos psicológicos dos filhos de Xangô:


Costumam avaliar os fatos como muito critério, não tomam decisões rápidas sem
pensar o suficiente sobre todos os ângulos das questões a serem resolvidas. São
capazes de grandes sacrifícios mas podem se aborrecer se algo não sair conforme
planejaram, são metódicos, honestos e precisos em suas decisões. Às vezes rígidos
em suas opiniões, quando diretamente contrariados em seus pontos de vista, são
duros na defesa de suas opiniões, sobretudo se tiverem razão. Todavia com a
maturidade tornam-se muito sábios, mansos e de grande compostura moral, como o
velho pastor da montanha que tem a firmeza da rocha e a mansuetude da ovelha.
São robustos e teimosos, possibilidade de ficarem orgulhosos, prepotentes e
teimosos. Mas são bons líderes, e podem se tornar atrevidos, valentes, agressivos e
até cruéis. Excelentes advogados, políticos, juristas, comunicadores, intelectuais e
filósofos.

Oferendas:
Velas brancas, vermelhas e marrom, cerveja escura, vinho tinto doce e licor de
ambrosia, flores diversas e amalá (servido em gamela).

Ervas:
Angico, aroeira, arruda, urucum, jurema preta, garra do diabo, folha do fogo, cipó
cravo, cipó São João, manjericão roxo, ipê roxo, quebra pedra e tanchagem.
Pedras:
Olho de tigre, jaspe marrom, jaspe vermelho, jaspe madeira, pedra do sol, ágata de
fogo e granito.

Portais de cura:
Pedras de rio, pedreiras, brita, pedaços de cobre e latão, velas marrons e
vermelhas.

Xangô é a qualidade Divina Equilibradora em si mesmo. Xangô é harmonia e equilíbrio para


tudo e todos. Equilibrando e purificando nossos sentimentos com sua irradiação
incandescente, abrasadora e consumidora das emotividades.

Xangô é quem mantém a coesão e equilíbrio da estrutura atômica, assim como de todo o
Universo. Quem absorve suas irradiações torna-se racional, ajuizado e equilibrado. Por isso
quando evocamos a sua presença, só o fazemos se for para devolver o equilíbrio e a razão
aos seres, ou para clamar pela justiça divina que atuará em nossa vida, anulando
demandas cármicas, magias negras e etc… Devolvendo-nos a paz, a harmonia e o
equilíbrio mental, emocional, racional e até nossa saúde. Pois para estarmos saudáveis
devemos estar em equilíbrio vibratório também no corpo físico.

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