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ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO BELARMINO GOMES

EF09ER03X – Atividades Avaliativas


Componente: ENSINO Professora: Flávia Rios
Turma: 9° Ano
RELIGIOSO Almeida

A morte como proporcionadora da vida


Diz Ifá que Olodumare, o Ser Supremo, um dia deu a Obatalá a tarefa da criação dos homens e
mulhe- res, para que eles povoassem o Ayê. Obatalá moldou os seres a partir de um barro
primordial; para isso pediu autorização de Nanã, a venerável senhora que tomava conta daquele
barro. Os humanos, depois de moldados, recebiam o emi – sopro da vida – e vinham para a terra.
Aqui viviam, amavam, plantavam, colhiam, se divertiam e cultuavam as divindades.
Aconteceu, porém, que o barro do qual Obatalá moldava as pessoas foi acabando. Em breve não
haveria a matéria primordial para que novos seres humanos fossem feitos.
Ciente do dilema da criação, Olodumare convocou os orixás para que eles apresentassem uma
alternativa para o caso. Como ninguém apresentou uma solução, e diante do risco da
interrupção do processo de criação, Olodumare determinou que se estabelecesse um ciclo.
Depois de certo tempo vivendo no Ayê, as mulheres e homens deveriam ser desfeitos,
retornando à matéria original, para que novos seres pudessem, com parte da matéria restituída,
existir.
Resolvido o dilema, restava saber de quem seria a função de tirar dos seres o sopro da vida e
condu- zi-los de volta ao Todo primordial – tarefa necessária para que outras mulheres e
homens viessem ao mundo. Foi então que Iku ofereceu-se para cumprir o desígnio do Deus
maior.
Desde então Iku vem todos os dias ao Ayê para escolher os homens e mulheres que devem ser
recondu- zidos ao Orum. Seus corpos devem ser desfeitos e o sopro vital retirado, para que,
com aquela matéria, outras pessoas possam ser feitas – condição imposta para a renovação da
existência.

Esse mito iorubá, é poderosa síntese da ideia da morte como condição necessária para que
exista a vida, comporta uma fabulosa variante de leituras e mostra como os saberes africanos
normalmente se referem a uma ideia de tradição que não é estática.
FONTE: Adaptado de LOPES, Nei; SIMAS, Luiz Antonio. Filosofias Africanas: uma introdução. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2020. p. 73-74).

ATIVIDADE

1. O texto apresenta o mito iorubá do ciclo da vida e da morte. Responda:

a) Qual a razão das diversas concepções religiosas utilizarem narrativas míticas?

b) A partir do texto explique como os iorubás observam o ciclo da vida.

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2. O sociólogo Reginaldo Prandi, no livro Segredo Guardados: Orixás na alma brasileira,
descreve:

Ao morrer, todos os homens, mulheres e crianças vão para um mesmo lugar, não existindo a
‘ideia’ de punição ou prêmio após a morte e, por conseguinte, inexistindo as noções de céu,
inferno e purgatório nos moldes da tradição ocidental-cristã. Não há julgamento após a morte e os
espíritos retornam à vida no Aiê tão logo possam, pois o ideal é o mundo dos vivos, o bom é viver.
(PRANDI, Reginaldo. Segredos guardados: Orixás na alma brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. p. 54).

A partir deste texto e do mito descrito acima, como o povo iorubá explica a razão da morte? Em
sua opinião qual é o sentido do viver e do morrer?

3. Encontre o nome de alguns povos que vieram para o Brasil e contribuíram para formar a
cultura afro-brasileira: Grunci, Jeje, Tapa, Hauçá, Angola, Congo, Benguela, Nagô e Mina.

J E J E I N D E A S M O R

A A C T R A L I A B D E R

P N C R E M Ç A A Z A I E

U C W A M I I V I N T D N

R B E N A N G O L A R A Á

I E C S I A D I S M O U S

F N D O U Á Q Y H Ç Q I C

I G L I N E R T A Ç Ã O I

N U Z M A G L L D A V M M

A E U R G E O C A Ç Ã O Á

Ç L B A Ô J N P N Z F Y Ç

à A R Ç Y H T O S S V X U

O X G R U N C I E T A P A

H D U O Y I M X Z T P V H

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