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TERREIRO DE UMBANDA APRENDIZ DE CABOCLO

Módulo 2: Orixás
Aula 5: Orixá Iansã

ORIXÁS

ORIXÁ IANSÃ

Oyá, (Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos), é a divindade


iorubana dos ventos, dos raios, das tempestades, carregadeira de Ebó,
dos mortos e do rio Níger que, em iorubá chama-se Odò Oyá. Foi a
primeira mulher de Xangô e conquistou com valentia, coragem e
dedicação seu caminho para o trono de Oyó. Conhecedora de todos os
meandros da magia encantada, Oyá nunca se deixou abater por
guerras, problemas e disputas. Nobre guerreira, tinha um
temperamento ardente e impetuoso.

Oyá é a menina dos olhos de Oxalá, seu protetor, a única


divindade que entra no Ibalé de egun (mortos), por seu poder e
onisciência.

Iansã, é um orixá feminino muito popular no Brasil, cultuada na


África como Oyá. É um dos Orixás do candomblé que continua sendo cultuada na umbanda. Nas cerimônias do
candomblé, é Oyá o primeiro orixá feminino a surgir no xirê. Ela vem na frente dos demais orixás femininos,
brandindo sua espada, guerreira, agressiva e, ao mesmo tempo feliz. Sua imagem é a da felicidade extrovertida,
da mulher que sabe guerrear e defender o que tem e o que quer, a qualquer preço, mas não sabe amar e
mostrar seu amor e alegria contagiante na mesma medida em que exterioriza sua cólera.

É o orixá de um rio, como a maior parte das figuras mitológicas femininas da África, o rio Níger, ou melhor
o rio Oyá, mas seu domínio não se estende somente às águas, divididas genericamente entre Iemanjá (água
salgada), e Oxum (água doce).

A figura de Iansã mostra sempre uma grande distância das outras figuras femininas centrais do panteão
africano. De certa forma, aproxima-se muito mais do terreno consagrado historicamente ao homem, das
batalhas e da vida fora do lar, Iansã não gosta dos afazeres domésticos, do papel feminino tradicional. Isso

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porém, não a masculiniza. Muito pelo contrário, Iansã é extremamente feminina no seu grande número de
paixões.

CARACTERÍSTICAS DE SEUS FILHOS

Os filhos de Iansã, são atirados, extrovertidos e diretos. É quase impossível para eles esconder a alegria
ou a tristeza. Têm a tendência para uma vida sexual muito irregular, com súbitas paixões, que começam de
repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos ou possessivos, muitas vezes
incapazes de perdoar qualquer traição que não a sua. Iansã tende para o autoritarismo e sua mutabilidade faz
com que o gênio de seus filhos seja muito difícil, mudando a cada momento, sem que os outros estejam
preparados para essas guinadas.

Tudo isso gera uma grande dificuldade de relacionamentos longos com os filhos de Iansã. Se por um
lado, são alegres e expansivos, por outro podem ser muito violentos quando contrariados, se têm a tendência
para a franqueza e para o estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores
provocam reações enormes, e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a
destruir tudo com seu vento forte e arrasador.

Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo. Está sempre chamando a atenção por ser inquieto e
extrovertido. Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser
contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de dialogar. Em estado normal é muito
alegre e decidido. Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e choro. Tem um
prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito. Passa por cima de tudo que está fazendo na vida,
quando fica tentado por uma aventura. Em seus gestos demonstra o momento que está passando, não
conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza. Não tem medo de nada. Enfrenta qualquer situação de peito
aberto. Ciumento demonstra um certo egoísmo porque não se importa com que os outros sofram pelo seu
gênio reconhecidamente mal-humorado. É leal e objetivo. Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito,
a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social. Por ser tão marcante seu gênio, se este fosse
controlado, o que não é difícil, seria pessoa muito mais feliz e querida.

Extremamente ciumenta, vingativa, honesta e dedicada.

Gostam de objetos, de adornos, principalmente as bijuterias e o cobre. Pessoa extrovertida, franca, amante da
natureza. Revela ambição e temperamento forte. São guerreiras e comunicativas. Maníacos por viagens;
honestos com modos seguros, deixando os outros em desvantagem. Em geral, são pessoas alegres, audaciosas,

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intrigantes, autoritárias, sensuais, e desprendidas. Quando negativas, tentem a ter depressão, inquietude e
ciúmes em excesso.

SIGNIFICADO DO NOME

“MÃE DO TROVÃO OCULTO” ou “SENHORA DA TARDE”.

NOME - IANSÃ = ÖYÁ YÁNSÀN

Princesa real da cidade de Irá, em Nupe a quem o rio Níger é dedicado, daí esse rio chamar-se Odô
Oyá, viveu por volta de 1450 a,C, vindo a ser a primeira esposa de Xangô, deusa dos ventos e tempestades,
dos raios e dos mortos, foi a maior guerreira do Império iorubano, é conhecida no Brasil como Iansã (senhora
da tarde).

Iansã, a Senhora dos Ventos e das Tempestades, a Deusa Guerreira.


Informações

Saudações Epa Heyi Oyá (ê parrei)


Adornos Irukerê (cetro de rabo de boi) e Alfanje, ambos de cobre
Animais Borboletas
Bebidas Champanhe
Funções Astrais dá coragem e impulsividade; protege contra desastres e acidentes.
Quizila do Orixá Folhas secas, lagartixa
Filiação Nanã Buruquê com Oxalá
Elemento Fogo e o Ar
Domínio Ventania, temporal
Data Comemorativa 4 de Dezembro (Santa Bárbara)
Dia da Semana Quarta-feira
Cores Laranja, rosa claro, vermelho e branco ou coral
Metais Cobre
Pedras Rubi, coral e granada, jaspe vermelha
Perfumes Verbena, drástico vermelho, violeta
Ervas Catinga de mulata, Cordão de frade, Gerânio cor-de-rosa ou vermelho, Acúcena,
Folhas de Rosa Branca, Espada de Iansã, Bambu, Erva de Santa Bárbara.

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SINCRETISMO RELIGIOSO

IANSÃ = SANTA BÁRBARA


A tragédia de Bárbara começa quando esta se recusa a casar-se com o homem
escolhido por seu pai Dióscoro. Ser esposa de Jesus era sua escolha. Tamanha
insubmissão ao poder patriarcal, por volta do ano 225 a.C., na antiga região da
Nocomédia, também conhecida como Ásia Menor, era considerada uma ofensa sem
par. O pai a prende em uma torre, então ela escapa, ela destrói todos os ídolos que
seu pai adorava. Dióscoro retorna e exige de Bárbara uma explicação. O pai procura
uma espada para mata-la. Ela foge. Mais tarde é entregue às autoridades da religião
oficial local, que a obrigam a abjurar sua nova crença. Caso ela negasse, eles a
torturariam. Seu corpo é quase dilacerado, mas o Senhor a visita durante a noite e,
no dia seguinte, ela se apresenta ilesa diante do juiz Marciano, declarando que Jesus a havia curado. Rasgam
lhe a carne com instrumentos de ferro, queimam-na com tochas acesas, golpeiam sua cabeça com martelos,
cortam lhe os seios... por fim, obrigam-na a desfilar nua pelas ruas. Quase sem forças, Bárbara implora ao
Senhor que a poupe dessa vergonha... E um anjo desce do céu cobrindo-a com uma capa de luz. Mas ela é
condenada a morrer decapitada e o pai se oferece para ser o degolador. No momento em que seu pai e carrasco
ergue a espada, Bárbara pede a Deus que, dali em diante, todo aquele que a invocasse no momento da morte
fosse salvo. Após executar a sentença, tendo já degolado a filha, Dióscoro desce a montanha, sendo fulminado
por um raio. Marciano o juiz que a sentenciara, morre pouco depois da mesma maneira.

Percebe-se o elo de Santa Bárbara com Iansã, tanto por ambos terem conexão com o fogo do céu (raio), como
por representar um arquétipo de mulher insubmissa.

OFERENDAS

LOCAL DE ENTREGA
Em um bambuzal. Ou em pedras nas cachoeiras.

MATERIAIS
Acarajé redondo frito no dendê, rodelas de inhame cozido refogado com dendê e cebola, amalá, feijão
fradinho. acarajé, bobó, xinxim, vatapá, pirão. Manga rosa acarajé, akará, abará, ekuru, feijão fradinho.

Um perfume ou outro objeto de toalete; flores amarelas, suas comidas e bebidas.

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EXEMPLO DE OFERENDA
7 velas brancas e 7 laranjas, água mineral, acarajé ou milho em espiga coberto com mel ou ainda canjica
amarela.

ACARAJÉ

Comida ritual da orixá Iansã. Na África, é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je
possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer
bola de fogo”.

O primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé. Os seguintes são
fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.

De véspera, deixe o feijão de molho em água fria. Retire o olhinho preto e o resto da pele e triture-o.
Tempere com a cebola ralada e o sal. Bata muito bem, com uma colher de pau, até obter um creme de boa
consistência. Misture bem todos os ingredientes do molho e leve ao fogo baixo, deixando por cerca de 10
minutos. Cuidado para não deixar o azeite-de-dendê queimar. Frite a massa às colheradas, no azeite-de-dendê
bem quente, deixando dourar os dois lados. Em seguida, sirva quente, abrindo os acarajés com uma faca e
recheando-os com o molho.

CARURU

É feito com quiabo cortado, cebola ralada, pó de camarão, sal, azeite de dendê ou azeite doce, pode ser
feito de várias maneiras. É oferecido em uma gamela forrada com massa de acaçá. Também chamado pelo povo
de santo nos candomblés jeje-nagôs de caruru.

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