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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL


CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MARIA MÔNICA MARTINS DA SILVA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE SENADOR


POMPEU NO PERÍODO DE 2010 A 2020

QUIXADÁ- CEARÁ
2023
MARIA MÔNICA MARTINS DA SILVA

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA DENGUE NO MUNICÍPIO DE SENADOR POMPEU


NO PERÍODO DE 2010 A 2020

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Graduação em Ciências
Biológicas da Faculdade de Educação,
Ciências e Educação do Sertão Central
Aplicados da Universidade Estadual do Ceará,
como requisito parcial à obtenção do grau de
licenciatura em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Nathiel de Sousa Silva

QUIXADÁ-CEARÁ
2023
Este trabalho é todo dedicado aos meus pais,
minha base.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por estar acima de tudo.


Aos meus pais Dalvacy Alves Martins e Antônio Severino da Silva, por terem me
incentivado a ir sempre no caminho do bem, buscando me tornar um ser humano de luz.
Aos meus avós maternos, especialmente a minha avó Maria De Lourdes, um exemplo
de mãe e avó, e que hoje está ao lado do Pai Celestial.
A todos os meus primos maternos, aos quais sempre tive um carinho enorme.
As minhas amigas Paloma Oliveira e Izadora Rodrigues que estão comigo desde
sempre, me apoiando, aconselhando e acompanhando toda minha evolução como ser
humano.
Aos meus amigos Diogo Luigi e André Coelho que se tornaram meus grandes amigos,
e que eu tenho um grande carinho.
As minhas amigas Maria Vanessa e Lyandra Maria, as quais conheci no começo do
curso de Ciências Biológicas, e desde então sempre me apoiaram e me ajudaram.
Ao meu companheiro e amigo Warley Araújo, exemplo de homem. Sempre me
incentivou e me fez acreditar que sou capaz.
As famílias das minhas amigas Vanessa e Lyandra, por terem me abraçado como
filha.
Agradeço ao meu orientador, o Professor Nathiel de Sousa Silva por ter aceitado me
acompanhar neste projeto. O seu empenho foi essencial para a minha motivação à medida
que as dificuldades iam surgindo ao longo do percurso. Me fez enxergar que tudo é possível,
basta querer.
A todo corpo docente e discente da Universidade Estadual do Ceará que foram
essenciais na minha formação.
A todos, meu muito obrigada!
(Epígrafe)
RESUMO
Palavras-chave:
ABSTRACT
Keywords:
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A. aegypti Aedes aegypti


BDMEP Banco de Dados Meteorológicos
CE Ceará
DC Febre da Dengue
d.C depois de Cristo
DENV Dengue vírus
EUA Estados Unidos da América
FHD Febre Hemorrágica da Dengue
FUNCEME Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
IEC Ações de educação, comunicação e informação
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará
KM Quilômetro
KM² Quilômetro quadrado
MM³ Milímetro cúbico
NS proteínas não-estruturais
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan-Americana da Saúde
prM proteína precursora da membrana
Proteína C proteína do capsídeo
Proteína E proteína do envelope
Proteína M proteína da membrana
RNA Ácido Ribonucléico
SCD Síndrome do Choque da Dengue
SESA Secretaria da Saúde do Estado do Ceará
SINAM Sistema de Informação Agravos e Notificações
SNVE Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica
UVB Ultra Baixo Volume
WMO Organização Meteorológica Mundial
XLS Linguagem de Estilo Extensível
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO

1.1 Dengue

1.1.1 O vírus

A dengue é uma doença infecciosa viral aguda de transmissão vetorial. Cerca de 2,5
bilhões de pessoas vivem em áreas onde a dengue é endêmica. Além disso, estima-se que
20.000 mortes sejam causadas pela dengue a cada ano. No Brasil, a doença constitui-se um
grande problema de saúde pública, sendo o estado do Ceará uma das áreas mais importantes
em termos de números de casos notificados da doença (CAVALCANTI et al., 2010; CUNHA
et al., 1998; FIGUEIREDO, 2008; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2002;
SOUZA E DIAS et al., 2010).
O vírus da dengue (DENV) pertence à família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus,
sendo considerado um arbovírus: agente viral transmitido por insetos, principalmente por
mosquitos (FIGUEIREDO, 2008). Existem quatro sorotipos distintos desse vírus (DEN-1,
DEN-2, DEN-3 e DEN-4), sendo o sorotipo DEN-2 o mais prevalente no Brasil (AMARAL,
DANSA-PETRETSKI, 2012; MENEZES et al., 2021). Todavia, alguns estudos indicam a
existência de um quinto sorotipo (DEN-5) do vírus da dengue (OURIQUE, 2018).
Em adição, Lettry et al. (2021) afirmam que dentro de cada sorotipo DENV existe
algum grau de variação, e pelo menos 19 genótipos de DENV já foram descritos. Ademais,
algumas variantes genéticas em cada sorotipo parecem ser mais virulentas ou ter maior
potencial epidêmico (JESUS et al., 2020).
O DENV é um vírus icosaedro de aproximadamente 50 nm, constituído por uma
membrana lipídica (obtida das células hospedeiras), na qual estão inseridas as proteínas da
membrana e do envelope. O interior do vírus contém o complexo riboprotéico formado pela
proteína do capsídeo e o genoma viral, que consiste em uma única fita de RNA de sentido
positivo. Um único polipeptídeo é codificado, contendo tanto proteínas estruturais, Capsídeo
(C), pré-membrana (prM) e envelope (E), que farão parte das partículas virais, como as
proteínas não estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5), as quais intervêm
durante os processos de montagem e replicação do RNA genômico, entre outros (ASSIS,
2009; VELANDIA E CASTELLANOS, 2011). As figuras 1 e 2 apresentam a organização
estrutural e genômica do vírus DENV respectivamente.
A proteína C interage com o RNA genômico do vírus para formar o nucleocapsídeo.
A proteína prM e a proteína M participam fundamentalmente do processo de maturação da
partícula viral. Já a proteína E é a principal proteína do envelope protéico e é a maior proteína
estrutural exposta na superfície do envelope do vírion maduro (NEMÉSIO et al., 2012;
AMARAL; DANSA-PETRETSKI, 2012; PUIG-BASAGOITI et al., 2006).
Já as proteínas não estruturais são responsáveis pela replicação do RNA viral e
também auxiliam na montagem viral e na evasão da resposta imune do hospedeiro. A NS1 é
uma glicoproteína necessária no processo de replicação do RNA viral. A NS2A e NS2B são
dois polipeptídeos hidrofóbicos, clivados por proteases virais. A NS3 é uma proteína
multifuncional com atividades de uma serino-protease que tem NS2B como um co-fator. O
domínio intermediário da NS3 é uma nuclease necessária para a replicação do RNA e o
domínio C-terminal tem atividade RNA trifosfatase. NS4A e NS4B são polipeptídeos
hidrofóbicos cruciais no complexo de replicação associado à membrana do retículo
endoplasmático (RE). NS5 tem a função de uma RNA polimerase RNA-dependente (COLS,
2006; NEMÉSIO; COLS, 2012; AMARAL; DANSA-PETRETSKI, 2012; PUIG-
BASAGOITI; ZOU et al., 2015).

Figura 1 - Organização estrutural do vírus DENV

Fonte: FIGUEIREDO (2013).


Figura 2 - Organização genômica do vírus DENV

Fonte: BARROS (2007).

1.1.2 Os vetores da Dengue

Há duas espécies principais de mosquitos do gênero Aedes capazes de transmitir a


Dengue, além de outras arboviroses como Chikungunya, Zika e Febre Amarela: o Aedes
aegypti e Aedes albopictus. Nas Américas, o principal vetor da dengue é o mosquito A.
aegypti. Este vetor é um artrópode holometábolo, pertencente à Classe Insecta, ordem
Diptera, família Culicidae, gênero Aedes e subgênero Stegomyia (ZARA et al., 2016;
BARBOSA, 2022). A figura 3 apresenta a árvore filogenética mostrando espécies
intimamente relacionadas com A.aegypti e sua relação com outros organismos da ordem
Diptera.

Figura 3: Classificação taxonômica do mosquito A.aegypti e outras espécies.


Fonte: University of Wisconsin-La Crosse (2007).

Esse mosquito tem hábitos diurnos e apresenta uma coloração preta com listras e
manchas brancas. Suas asas são translúcidas e o som que emitem é quase inaudível ao ser
humano (NATAL, 2002; SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESPÍRITO
SANTO, 2022).
Bem adaptado ao clima tropical e subtropical, o A. aegypti se distribui entre os
paralelos de 35° de latitude norte e 35° de latitude sul, o que corresponde à isoterma de
inverno de 10°C. Ainda que esse vetor seja encontrado até 45° de latitude norte, essas
infestações, que ocorrem durante a estação quente, não sobrevivem ao inverno nessas zonas.
Para mais, a distribuição do A. aegypti também é restrita pela altitude, não sendo usualmente
encontrada, com infestações significativas, em zonas acima dos mil metros de altitude.
(NELSON, 1986; OPAS, 1995; SOUZA, 2008).
Conforme Beserra et al. (2009), esse culicídeo desenvolveu um comportamento
estritamente sinantrópico e antropogênico, sendo considerado o mosquito mais dependente de
área urbana. Pimentel (2020) define sinantropia como a capacidade que os animais silvestres
autóctones ou exóticos possuem de utilizarem os recursos das áreas urbanas, transitoriamente
(via de passagem) ou permanentemente (local em que vivem).
Para Gomes (2002), inúmeros processos sociais, como a urbanização, interferiram
intensamente na natureza, beneficiando o processo de sinantropia do mosquito A. aegypti,
que aponta a sua capacidade de conviver com o homem de forma indesejada, tornando-se
hostis e gerando incômodos e agravos à saúde. Segundo Dantas (2011), as características
biológicas e comportamentais desse vetor, como a sua adaptação às áreas urbanas,
domiciliares e peridomiciliares, favorecem o seu estreito e frequente contato com o homem e,
por conseguinte, torna-o mais eficiente na veiculação de doenças.
Para Christophers (1960), a adaptação aos criadouros artificiais teria sido um grande
passo em direção ao comportamento sinantrópico. A preferência por depósitos artificiais faz
com que a concentração populacional, junto a grande utilização de recipientes artificiais, seja
fator determinante na sua crescente proliferação nos centros urbanos (CARVALHO, 2011).
Para Consoli e Oliveira (1994), seus criadouros preferenciais são recipientes artificiais, como
os abandonados a céu aberto e utilizados para armazenar água em ambiente doméstico.
Alguns estudos mostram que o A. aegypti possui capacidade de voar e atingir
distâncias de até 1.500 metros (SILVA et al., 1993). No entanto, o comportamento mais
comum é o de voar a uma distância aproximada de 150 metros do seu criadouro (SANTOS,
2016).
Outra característica a ser observada é que o A. aegypti tem preferência por água limpa
e parada (SANTOS, 2016). Todavia, Beserra et.al (2009) indicam que A. aegypti tem
capacidade de se desenvolver tanto em ambientes com elevados graus de poluição, como em
esgoto doméstico bruto, o que inclui locais com zero de oxigênio dissolvido praticamente.
Esta plasticidade lhe confere uma importante capacidade adaptativa, pois água contendo
matéria orgânica e processos fermentativos podem ter um efeito de atração nas fêmeas para a
oviposição (BESERRA et al., 2010). Segundo a OMS (2012), é comum a confirmação da
presença dos ovos do vetor em água suja.
O ciclo biológico do mosquito envolve 4 quatro fases: ovo, larva, pupa (fase aquática)
e a fase adulta (fase terrestre). Dessas, a fase do ovo é a mais resistente, visto que ela pode
suportar períodos de dessecação que variam de 6 meses a 1 ano (SILVA; SILVA, 1999;
DINIZ, 2018). A figura 4 apresenta o ciclo de vida do mosquito A. aegypti.

Figura 4 – Ciclo de vida do mosquito A. aegypti.

Fonte: Instituto Oswaldo Cruz (2019).


Inicialmente, ocorre a eclosão dos ovos, originando as larvas que se alimentam de
protozoários, dendritos orgânicos e fungos. Em seguida, é originada a pupa que passa pela
metamorfose do estágio larval para o adulto, durando em média dois a três dias. Por fim, os
mosquitos saem do casulo atingindo a fase adulta, com duração de 30 a 35 dias (PATRÍCIA;
DE JESÚS; CARMEN, 2001; CANTANE et al., 2015).
Os machos se alimentam exclusivamente de néctar e seiva. Já as fêmeas adultas se
alimentam de sangue, que é necessário para a maturação e postura dos ovos. Por isso, a
transmissão da dengue ocorre pela picada da fêmea do mosquito A. aegypti ou A. albopictus
infectado pelo vírus da doença (CANTANE et al., 2015; BARBOSA, 2022).
De acordo com Dias et al. (2010), o mosquito, suscetível adquire o vírus ao se
alimentar do sangue do indivíduo infectado que se encontra na fase de viremia (período
correspondente ao dia anterior à febre e vai até o sexto dia da doença). A seguir, o vírus
transita às glândulas salivares do mosquito, onde se multiplica e lá permanece, tornando-o
hábil para infectar novos hospedeiros. Por fim, após o vírus ser inoculado por meio da picada
do mosquito, ele faz a primeira replicação nos fibroblastos, células musculares estriadas e
lisas (FIGUEIREDO, 1999).

1.1.3 Aspectos clínicos

A dengue pode apresentar um amplo espectro de manifestações clínicas, desde


quadros assintomáticos, podendo mostrar-se com sintomas leves até formas mais graves.
Todas essas faces que a dengue assume podem dificultar no processo diagnóstico e,
consequentemente, na instituição terapêutica adequada (SOUZA et al., 2008; PAULA, 2013).
Desse modo, ressalta-se que o fator determinante na gravidade da dengue é o aumento
da permeabilidade vascular e consequentemente extravasamento de líquido para o terceiro
espaço. Sendo assim, a presença de sangramento não define a gravidade da doença, pois este
fenômeno pode estar presente em todas as suas formas clínicas (SOUZA et al., 2008;
HOTTZ, 2010).
Alguns pacientes infectados pelo vírus da dengue podem persistir assintomáticos ou
terem doença febril indiferenciada. Isso ocorre devido às características de baixa virulência
do vírus em questão ou do aporte imunológico do indivíduo. Esta é a forma clínica mais
comum, e estima-se que, durante as epidemias, ocorra um caso sintomático para cada cinco
casos assintomáticos (SOUZA, 2008; DIAS et al., 2010).
A forma clássica da dengue é caracterizada por febre alta de início súbito (39°C a
40°C) acompanhada de manifestações como cefaléia, dor retro-orbitária, prostração, mialgia
intensa, artralgia, anorexia, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo e, algumas vezes,
diarréia (GUBLER, 1998, MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005; SOUZA, 2008; DIAS et al.,
2010; ROY E BHATTACHARJEE, 2021).
A Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), também conhecida como Dengue
Hemorrágica, é uma doença febril grave caracterizada por mau funcionamento da hemostasia,
aumento da permeabilidade vascular e aumento grave do vazamento vascular que pode
resultar em Síndrome do Choque da Dengue (SCD). Os critérios para o diagnóstico de FHD
prescritos pela OMS são febre aguda e contínua de 2 a 7 dias, hemorragia associada a
trombocitopenia (100.000 células/cu. mm ou menos) e hemoconcentração (hematócrito >
20% da linha de base de pacientes da mesma idade) (OMS, 1997; ROY E
BHATTACHARJEE, 2021).
A Síndrome do Choque da Dengue (SCD) é uma forma de choque hipovolêmico que
causa perfusão periférica reduzida, o que pode levar a lesão tecidual e falência dos órgãos
(ROY E BHATTACHARJEE, 2021). Os principais sinais de advertência para o quadro de
choque são: aumento rápido do hematócrito, dor abdominal intensa, vômitos persistentes e
diminuição ou ausência da pressão arterial (SCHAEFER, PANDA E WOLFORD, 2022).
Conforme o Ministério da Saúde (2021), fatores de risco individuais podem
determinar a gravidade da doença, a exemplo da idade, da etnia e de doenças associadas,
como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia falciforme, hipertensão, além de infecções
prévias por outros sorotipos. Crianças mais novas podem ser menos competentes que os
adultos para compensar o extravasamento capilar e, consequentemente, possuem maior risco
de evoluir para o choque.

1.1.4 Aspectos epidemiológicos

De acordo com Tauil (2002), a dengue é hoje a arbovirose mais importante do mundo.
Bilhões de pessoas encontram-se sob o risco de se infectar, particularmente em países
tropicais, nos quais a temperatura e a umidade favorecem a proliferação do vetor (SANTOS
et al., 2019). Entre as doenças reemergentes é a que se constitui no problema mais grave de
saúde pública (CATÃO; GUIMARÃES, 2011). Além disso, segundo Dantas (2011), estima-
se que o número de casos no mundo seja de 50 a 100 milhões por ano em mais de cem países.
Alguns autores relatam como acontecimento epidemiológico mais relevante na
história da dengue nas Américas, a epidemia de FHD e SCD que ocorreu em Cuba no ano de
1981, quando houveram 116.143 hospitalizações e 158 óbitos, dos quais 101 eram crianças
(KOURI et al., 1981; KOURI et al., 1986).
No Brasil, o primeiro pico epidêmico ocorreu em 1986 e 1987, com 46.309 e 88.407
casos registrados, respectivamente. Na época, o estado com maior número de casos foi o Rio
de Janeiro, 32.507 e 59.355, seguido pelo Ceará, com 4.419 e 22.513 casos em cada um dos
anos. Já o segundo pico epidêmico da dengue ocorreu em 1990 e 1991 após a introdução do
DEN-2. Em 1998 foram registrados 528 mil casos, tendo destaque para as regiões Sudeste
(250.303 casos) e Nordeste (227.566 casos) (JÚNIOR; JÚNIOR, 2008).
Segundo o Ministério da Saúde (2019), a dengue no Brasil passou a apresentar
aspectos epidemiológicos importantes a partir de 2002, destacando-se: o aumento do número
de casos e de hospitalizações, incluindo crianças; a circulação simultânea dos quatro
sorotipos; epidemias de grande magnitude; a intensificação do processo de interiorização da
transmissão com registro de casos em municípios de diferentes portes populacionais; e o
aumento no número de óbitos.
Conforme o Ministério da Saúde (2005), em 2002 foram registrados cerca de 790 mil
casos de dengue, correspondendo a uma taxa de incidência de 454,79 casos por 100 mil
habitantes, com a ocorrência de epidemias simultâneas nas regiões Sudeste, Nordeste e
Centro-Oeste relacionadas com a dispersão do DEN-3. Nesse contexto, vale destacar que a
região nordeste registrou a maior taxa de incidência regional, com 617 casos por 100 mil
habitantes. Em continuidade, uma análise epidemiológica mostrou que no período entre 2014
e 2019 foram notificados 5.867.255 casos de dengue no Brasil, sendo 2015 o ano que
registrou a maioria das notificações. A maior incidência por 100 mil habitantes ocorreu na
região Centro-Oeste e a maioria dos casos ocorreu na região sudeste (ONEDA et al., 2021).

1.1.5 Prevenção e tratamento

A vacinação tem sido amplamente reconhecida como um componente fundamental no


combate à dengue e na redução de sua carga global. No entanto, desenvolver uma vacina
segura e eficaz contra a dengue tem sido uma tarefa extremamente desafiadora. Ao longo de
mais de 75 anos, cientistas e pesquisadores têm se empenhado em projetar e desenvolver
vacinas candidatas para a dengue, mas os desafios enfrentados têm sido significativos e
complexos (THOMAS E ROTHMAN, 2015).
Conforme Thomas (2023), a vacina contra a dengue desenvolvida pela Sanofi Pasteur
foi a única a ser licenciada em mais de 20 países, no entanto restrições e condições de uso
impediram sua aceitação. Além disso, foram divulgados recentemente dados promissores de
eficácia clínica para duas novas candidatas a vacinas contra a dengue (TAK-003 e Butantan-
DV). Apesar desses avanços, é importante ressaltar que, até o presente momento, o controle
do mosquito vetor continua sendo a principal estratégia no combate à doença (MEIRA et al.,
2021).
A forma mais eficaz de prevenir a dengue é eliminar os locais onde o mosquito pode
depositar seus ovos, evitando o acúmulo de água em recipientes como latas, embalagens,
garrafas, copos plásticos, tampas de refrigerantes, pneus velhos, pratinhos de vasos de
plantas, jarras de flores e qualquer outro objeto que possa servir como criadouro (BRASIL,
2008; CINQUINI, 2013).
No que diz respeito ao tratamento da dengue, este é baseado na classificação clínica
do paciente, seguindo as orientações do Ministério da Saúde no Brasil. A tabela 1 apresenta
quatro grupos, denominados A, B, C e D, que indicam o estágio da doença. Com base nessa
classificação e nos sintomas apresentados, é estabelecido o tratamento farmacológico, que
varia desde a dengue clássica até casos mais graves, como a dengue com complicações, o
choque da dengue e a febre hemorrágica da dengue (BRASIL, 2013; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2021; OLIVEIRA, 2019).

Tabela 1 – Classificação da gravidade da dengue


Manifestações Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D
Prova do Laço positiva
(identificação de dengue) Não Sim Sim ou Não Sim ou Não
Sinais de alarme Não Não Sim Sim ou Não
Sinais de dengue grave Não Não Não Sim

Fonte: Oliveira (2019). Adaptado pelo autor.

O grupo A abrange indivíduos com sinais e sintomas clássicos da dengue, sem


sangramento ou sinais de alarme, e com resultado negativo na Prova do Laço. No grupo B,
além dos sintomas típicos, ocorrem hemorragias, podendo ser espontâneas ou induzidas (com
a Prova do Laço positiva). O grupo C exibe sinais de alarme, como dor abdominal intensa e
vômitos persistentes, enquanto a Prova do Laço pode ser positiva ou negativa. Por fim, o
grupo D, que requer atenção terciária, compreende casos de dengue grave ou choque,
podendo ou não apresentar sinais de alarme e resultado positivo na Prova do Laço
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2021).
A conduta terapêutica atual para o tratamento da dengue no Brasil, baseada na
classificação de gravidade da doença, consiste em hidratação oral com solução salina, com
uma recomendação média de 60 a 80ml/kg/dia, seguida de terapia farmacológica, caso o
paciente apresente sintomas. Os medicamentos geralmente prescritos incluem analgésicos e
antitérmicos (como dipirona, paracetamol e fosfato de codeína), anti-inflamatórios não
hormonais (como ibuprofeno, diclofenaco e nimesulida), antieméticos (como
metoclopramida, bromoprida e alizaprida) e medicamentos antipruriginosos e anti-
histamínicos, sendo essa recomendação válida para todos os grupos de classificação da
doença (BRASIL, 2013; OLIVEIRA, 2019).
Além da hidratação oral, nos grupos B, C e D é comum realizar a hidratação com
solução salina por via parental, ou seja, através de uma veia. Isso ocorre porque os pacientes
nesses grupos apresentam uma maior gravidade da doença e podem ter dificuldade em
absorver líquidos adequadamente pela via oral. A hidratação parenteral ajuda a repor os
líquidos e eletrólitos necessários para o organismo do paciente e é uma medida importante no
tratamento da dengue (BRASIL, 2013; OLIVEIRA, 2019)

1.1.6 Controle

As condições socioambientais favoráveis à expansão do mosquito A. aegypti como, o


crescimento desordenado das grandes cidades, a falta de estrutura das moradias, a
precariedade no fornecimento de água, o destino inadequado do lixo, além das mudanças
climáticas, torna cada vez mais difícil o seu controle (TAUIL, 2001; MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2009 AZEVEDO, 2015).
Além disso, Júnior e Júnior (2008) acrescentam que os programas tradicionais, que
são centrados no combate químico, sem participação da comunidade, sem estimular as
mudanças de hábitos, sem integração com outros setores envolvidos na causalidade da
doença e com pequena utilização do instrumental epidemiológico para focalizar e tornar mais
efetiva as ações, mostraram-se incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de
adaptação ao novo ambiente criado pela urbanização.
Consoante Teixeira et al. (1999), as ações de combate ao A. aegypti, único elo
vulnerável da cadeia epidemiológica do dengue, estão centradas em duas estratégias, controle
ou erradicação, que se diferenciam quanto às suas metas, o que implica distintas extensões de
cobertura, estrutura e organização operacional. Entretanto, ambas incluem três componentes
básicos: saneamento do meio ambiente; ações de educação, comunicação e informação (IEC);
e combate direto ao vetor (químico, físico e biológico).
O componente de saneamento visa reduzir os criadouros potenciais do mosquito
mediante proteção (cobertura) de recipientes úteis; reciclagem ou destruição de recipientes
inservíveis; tratamento ou eliminação de criadouros naturais (OPAS, 1995; MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 1996; TEIXEIRA et al., 1999).
O componente IEC pode se restringir à atuação dos agentes de saúde em cada
residência, podendo ou não estar associado a campanhas específicas de educação e/ou
comunicação em massa. Por outro lado, também pode ser muito mais abrangente, envolvendo
a participação ativa de setores sociais e governamentais, além da busca pelo engajamento das
comunidades no processo de prevenção (OPAS, 1995; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996;
TEIXEIRA et al., 1999).
Na sequência, estratégia de combate físico e químico ao vetor inclui diversas
medidas: o tratamento focal, que consiste na eliminação das formas imaturas do Aedes
aegypti por meio da aplicação de larvicidas em recipientes domésticos não descartáveis,
inacessíveis ou não tratáveis de outras maneiras, além da flambagem da parede de recipientes
que contêm ovos do vetor em pontos estratégicos; o tratamento perifocal, que é objeto de
controvérsias devido à sua eficácia, envolvendo a aspersão de inseticidas ao redor do foco
sem ação residual e suscetível a condições climáticas; e a aplicação espacial de inseticidas em
volume ultrabaixo (UBV), visando a redução das formas aladas do A. aegypti . (OPAS, 1995;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996; TEIXEIRA et al., 1999).
Por fim, o controle biológico, que se baseia no uso de organismos vivos capazes de
competir, eliminar ou parasitar as larvas ou formas aladas do vetor, é amplamente
reconhecido como uma abordagem ecologicamente mais sustentável em comparação ao uso
de inseticidas. Com os avanços das tecnologias de biologia molecular, como a engenharia
genética, tem sido possível aprimorar significativamente as ferramentas e os métodos de
controle (HUANG; HIGGS; VANLANDINGHAM, 2017).

1.1.7 Dengue e a abordagem One Health

A dengue evoluiu de uma doença esporádica a um grande problema de saúde pública


com substancial efeito social e econômico devido ao aumento da extensão geográfica,
número de casos e gravidade da doença, tornando-se uma das doenças reemergentes
transmitidas por mosquitos mais difundidas em todo o mundo (MACHADO, 2022). Além
disso, de acordo com (MARTINS e ALENCAR, 2021) o vírus da dengue sempre se
apresentou como uma zoonose grave. A complexa relação entre as interações ambientais,
humanas e biológicas é crucial para entender o curso das doenças infecciosas emergentes e
suas implicações para o setor de saúde pública (CABRERA et al., 2022). Neste contexto, os
pesquisadores começaram a resgatar os ideais de um sistema que integra a saúde humana à
natureza (MACHADO, 2022).
De acordo com Machado (2022), a abordagem One Health constitui uma estratégia
global e uma abordagem científica e multidisciplinar para a saúde e bem-estar de humanos e
animais em um ambiente equilibrado, mostrando que tudo está intrinsecamente conectado.
Ademais, destaca a necessidade de uma abordagem holística que incorpore expertise de
veterinários, médicos, profissionais de saúde pública, educadores, antropólogos,
ambientalistas e muitas outras profissões interligadas às comunidades para lidar com a saúde
humana, animal e dos ecossistemas (GARZÓN et al., 2018; PETTAN-BREWER et al.,
2021).
Diante disso, algumas das ações One Health, como a promoção de cursos de
capacitação de agentes de saúde para o auxílio da compreensão dos riscos de transmissão e
epidemiologia, bem como a incorporação de materiais educacionais nas escolas com uma
abordagem integrada, podem ser promovidas de uma maneira simples no âmbito da dengue
(VERAS-ESTÉVEZ et al., 2017; LEANDRO et al., 2018;).
Entender e estimar como as variáveis ambientais influenciam na reprodução dos
vetores, nas taxas de infecção e na transmissão através de mapeamento de risco baseado em
sensoriamento remoto, pode auxiliar na detecção precoce da circulação do vírus. Isso gera
relatórios mais robustos na coleta de dados ou indicadores de vigilância para a implantação
de um sistema integrado de alerta precoce, a fim de informar as autoridades locais sobre o
estabelecimento de medidas preventivas e controle de vetores para a proteção da saúde
humana (AMATO et al., 2020; VILIBIC-CAVLEK et al., 2021; MUBEMBAI et al., 2022).
Como resultado, essa compreensão emergente caminha em direção a um cenário mais
holístico da perspectiva da Saúde Global em relação à transmissão da dengue (CABRERA;
TAYLOR, 2019).

1.2 Dengue e a pluviosidade


A precipitação pluviométrica é um fator climático importante na abundância de A.
aegypti, a qual influi principalmente na densidade de criadouros devido ao aumento de
recipientes artificiais e naturais com acúmulo de água no extradomicílio, nos períodos e
locais com mais frequência e intensidade de chuva (GUBLER, 1988; GLASSER; GOMES,
2002). Esses criadouros são muito importantes para o desenvolvimento da fase imatura, além
de gerarem condições ideais para o desenvolvimento de sua fase alada (NETO; REBÊLO,
2004).
De acordo com Koenraadt e Harrington (2008), excesso de chuva poderá eliminar as
fases imaturas de potenciais criadouros e, desta forma, impactar na mortalidade do vetor. No
entanto, embora chuvas fortes possam reduzir o número de indivíduos a curto prazo, é mais
do que compensada pelo aumento de locais de reprodução a longo prazo (HII et al., 2009).
Todavia, Pontes et al. (2000) ressaltam que no período de escassez de chuvas há uma maior
prática de armazenamento de água em recipientes abertos, o que é favorável ao vetor.
Todavia, Silva et al. (2018) afirmam que em regiões com menor índice pluviométrico, o A.
aegypti tende a apresentar um aumento na produção de ovos, o que pode resultar em um
aumento populacional do mosquito.

1.3 A dengue e questões sociais

1.3.1 Lixo

A presença humana em uma região é capaz de produzir um alto sortimento e volume


de resíduos que precisam ser coletados e devidamente tratados. No ano de 2014, o Brasil
gerou em média 0,963 kg/habitante/dia de resíduos, enquanto a Região Nordeste gerou 0,771
kg/habitante/dia, sendo essa 2,8% maior que em 2013 (RUARO, 2009; ABEYEWICKREME
et al., 2012; FRANÇA; SOBRAL; SOBRAL, 2019). De acordo com Scandar (2007), a
produção exacerbada de lixo e o acúmulo de lixo no peri-domicílio são condicionantes
sociais que contribuem para o aumento da prevalência da dengue no território nacional.
Silva et al. (2020) observaram que na cidade de Quixadá, Ceará, houve aumento de
casos de Dengue em um período de saneamento precário, sendo o oposto visualizado quando
houve melhoras nas condições sanitárias, demonstrado pela aplicação de teoria de conjuntos
nebulosos (fuzzy). Paiva, Silva e Aguiar (2012) mostram que resíduos acondicionados de
forma incorreta, como latas, garrafas PET, restos de materiais de construção e descartáveis,
favorecem a proliferação do mosquito e o incremento no número de casos da doença.
Estudos já evidenciaram que existe um grande volume de criadouros positivos
provenientes do lixo doméstico, o que gera a necessidade de atenção sobre a importância do
correto acondicionamento dos resíduos. Porém, tão importante quanto acondicionar
corretamente o lixo, está a coleta eficiente e regular, uma vez que se relaciona diretamente
com o controle do A. aegypti (SOUZA, 1999; LEFÈVRE et al., 2007; ZARA et al., 2016).
Nesse sentido, o aumento na frequência da coleta de lixo e o descarte adequado
interferem na reprodução do mosquito, reduzindo assim a transmissão de doenças. A coleta
de lixo urbana é uma das principais medidas sanitárias que ajuda a prevenir a proliferação de
doenças em zonas urbanas e rurais (SOBRAL; SOBRAL, 2019).

1.3.2 Armazenamento de água

O mosquito Aedes aegypti possui preferência pelo ambiente doméstico para procriar,
estabelecendo seus criadouros principalmente no peridomicílio. Portanto, a criação e
manutenção de focos do vetor da dengue estão diretamente relacionados aos hábitos de
armazenamento de água na residência (MARTEIS; STEFFLER; SANTOS, 2011).
A irregularidade no fornecimento de água canalizada pode implicar situações
favoráveis à procriação do mosquito devido ao armazenamento de água para o consumo em
recipientes inadequados se tornando fonte ideal de reprodução do A. aegypti (TEIXEIRA;
MEDRONHO, 2008; ROQUE; ALMEIDA; MOREIRA, 2017). Conforme Marteis, Steffler e
Santos (2011), os recipientes como tonéis, tambores e caixas d’água são os mais frequentes
em termos de produção de mosquitos adultos.
Nesse contexto, programas educativos instruem rotineiramente o morador a tampar
reservatórios, baldes e outros recipientes de água de uso doméstico, além de instruí-lo quanto
a cuidados com inservíveis e instalações vulneráveis, como as calhas de telhado. No entanto,
no caso do armazenamento de água para o uso doméstico, a vedação total do acesso do
mosquito à água constitui um comportamento mais proficiente do que o mero ato ou efeito de
tampar, prevenindo a oviposição da fêmea do mosquito A. aegypti (SCHALL; JARDIM,
2009).

1.4 Histórico da dengue

1.4.1 Dengue no mundo


A dengue é a arbovirose mais prevalente em todo o mundo, atingindo mais de 100
países tropicais e subtropicais (MENEZES et al., 2021). A Figura 3 mostra resumidamente a
ampla distribuição global dessa espécie.

Figura 5– Distribuição global do A. aegypti.

Fonte: Laporta et al. (2023)

Acredita-se que a dengue seja uma doença de origem asiática. Há relatos clínicos e
epidemiológicos potencialmente compatíveis em enciclopédias chinesas a partir dos anos 265
d.C. Nesses documentos, é relatada uma doença que demonstrava ter relação entre insetos e
água. Além disso, foram descritos surtos de uma doença febril aguda nas Antilhas francesas
(1635) e no Panamá (1699), indicando a possibilidade de ser a Dengue (MARTINS, 2002).
Conforme Cansanção (2015), no século XVIII ocorreram epidemias de dengue,
existindo informações sobre esses casos da doença na Filadélfia em 1778, na Ilha de Java e
no Egito em 1779. A respeito desses surtos, a descrição clínica mais segura é que
possivelmente estavam associados à entrada do vírus pelo porto.
No século XIX, o crescimento do comércio entre os portos do Caribe e do sul dos
Estados Unidos com o resto do mundo aumentou a disseminação de surtos da doença,
indicando, a priori, surtos no Caribe e na costa atlântica sul dos EUA. Ademais, entre os anos
de 1848 e 1850, com surtos disseminados pelas regiões tendo relação com partos prematuros
e abortos (PERILO, 2020).
A dengue passou a ser considerada como um grande problema de saúde pública após
a segunda guerra mundial, dado o aumento da sua incidência, percentual de casos graves e
uma maior distribuição geográfica (VALLE et al., 2015). Possíveis fatores responsáveis por
potencializar essas epidemias foram a disseminação de múltiplos sorotipos em uma mesma
área geográfica, assim como o clima e ambiente favoráveis ao mosquito transmissor da
doença (CANSANÇÃO, 2015).
Segundo Martins (2002), no século XIX houve um possível primeiro surto de dengue
no Golfo do México com a doença se tornando prevalente até as primeiras décadas do século
XX, pois se deu início às campanhas de erradicação voltadas ao combate da Febre Amarela.
Como ambas as doenças possuem o mesmo inseto vetor, houve efeito positivo no combate à
dengue.
De acordo com Maciel et al. (2008), apesar do esforço e compromisso da
Organização Panamericana de Saúde (OPAS), bem como de vários países americanos, para a
eliminação do mosquito transmissor da dengue, apenas 21 países tiveram êxito na
erradicação. Ademais, os países que falharam nesse combate permitiram a reintrodução do
vetor em países que já haviam o erradicado. Conforme a OPAS (1995), o vírus da dengue foi
reintroduzido na América na década de 1960, tendo a confirmação dos sorotipos DEN-2 e
DEN-3 em diversos países.
Em 1977, o sorotipo DEN-1 foi isolado pela primeira vez na Jamaica e se espalhou
por diversos países das Américas, causando surtos severos (PONTES; NETTO, 1994). Já o
sorotipo DEN-4 foi identificado no ano de 1981, causando epidemias similares na América
Central Continental, Antilhas, México e Norte da América do Sul (OPAS, 1992).
De acordo com Torres (1998), em 1981 a dengue hemorrágica foi introduzida em
vários países da América central, gerando a ocorrência de uma grave epidemia em Cuba,
quando foram registrados cerca de 10 mil casos com 116.143 hospitalizações e 158 óbitos.
Segundo a OPAS (2014), entre os anos de 1995 e 2000, as epidemias concentravam-
se na América Central com a circulação de diferentes sorotipos de vírus da dengue e a partir
do século XXI ocorreu um gradativo aumento de casos na América do Sul.

1.4.2 Dengue no Brasil

Estudos indicam que o A. aegypti tenha se originado no continente Africano,


migrando para as Américas e chegado ao Brasil por meio de embarcações que transportavam
negros para trabalhos escravos (INSTITUTO OSWALDO CRUZ, 2011).
Na primeira metade do século XX, o Brasil engajou-se na busca pela eliminação do A.
aegypti. No entanto, a falta de continuidade nas ações de controle permitiu a reintrodução do
vetor na década de 1970. Apenas em 1975, foi feita uma nova tentativa de erradicação
(INSTITUTO OSWALDO CRUZ, 2011; OPAS, 2015).
Sobre as primeiras epidemias de dengue no Brasil, há relatos de que tenham ocorrido
em 1946 nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, a primeira epidemia de dengue
com confirmação laboratorial ocorreu em 1981 em Boa Vista no estado de Roraima
(CÂMARA et al., 2006; FILHA; SOUZA, 2019). Nesse contexto, a epidemia não se alastrou
pelo Brasil a partir desse episódio, visto que foi rapidamente controlada e, também, devido ao
A. aegypti não estar disperso substancialmente por todo o território brasileiro (TEIXEIRA et
al., 1999).
Em 1986 houveram novos surtos no estado do Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará,
Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Desde então, a dengue vem ocorrendo no País de forma
endêmica, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a
introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes (MENDONÇA et al., 2009;
MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009). Em 2008, o Brasil encontrava-se como o país americano
com maior incidência de dengue, somando 70% das notificações (MACIEL et al., 2008). A
circulação simultânea de três sorotipos (DEN-1, DEN-2 e DEN-3) em 27 federações
brasileiras tem aumentado o número de casos graves e a taxa de hospitalização (MACIEL et
al., 2008).

1.4.3 Dengue no Ceará

O primeiro sorotipo isolado no Ceará foi o DEN-1 em 1986 (CAVALCANTI et al.,


2018). Em agosto deste mesmo ano ocorreu a primeira epidemia de dengue no município de
Aquiraz, localizado na região metropolitana de Fortaleza. Neste período foram confirmados
cerca de 30 mil casos, com pico de transmissão em abril de 1987 (VASCONCELOS et al.,
2001). Em adição, Martins et al. (2020) afirmam que o estado do Ceará tem relatado alta
incidência de dengue em sucessivas epidemias desde 1986. Ressalta-se que o vetor da dengue
já era presente no Ceará desde a década de 50, quando era sabidamente responsável pela
transmissão da Febre Amarela (LIMA et al., 2012).
Conforme a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA) (2011), os primeiros
casos hemorrágicos foram confirmados em 1994, com o registro de 12 óbitos e uma taxa de
letalidade de 48%, sendo considerada bastante elevada. Esses casos estavam relacionados
com a introdução do sorotipo DEN-2. Já os sorotipos DEN-3 e DEN-4 foram introduzidos em
2002 e 2011 respectivamente (CAVALCANTI et al., 2018).
Como afirmam Lima et al. (2012), os sorotipos DEN-1, DEN-3 e DEN-4 circulam no
estado do Ceará desde 2011, e aproximadamente 48% dos municípios são considerados áreas
de vulnerabilidade de risco alto a muito alto para a transmissão da doença.
Conforme estudo de Martins et al. (2020), a dengue tem mais de 30 anos de história
no Ceará e, entre anos epidêmicos e não epidêmicos, já é estabelecida como uma doença
endêmica no Estado. De acordo com Cavalcanti e Araújo (2019), mesmo 30 anos depois da
detecção da dengue no Brasil, a despeito de todos os esforços governamentais envidados
desde então, a letalidade por dengue no país permanece acima do preconizado, que seria de
1%.

1.5 Justificativa

A dengue é uma doença infecciosa de caráter emergente e reemergente, em particular


nas regiões tropicais e subtropicais. A distribuição do vetor da dengue, bem como a
densidade de infestação nessas áreas, são fatores importantes para que a doença seja
considerada um problema de saúde pública (PALMEIRA, 2021).
Além disso, embora haja vários estudos explorando o perfil da dengue em diversos
municípios brasileiros, a escassez de pesquisas robustas ou mesmo preliminares em muitas
localidades, devido à vasta extensão e diversidade geográfica do Brasil, dificulta a
compreensão e estabelecimento de padrões operacionais em relação a essa doença. É
importante destacar que esse tipo de pesquisa desempenha um papel crucial ao fornecer
subsídios para o planejamento, avaliação e implementação de políticas públicas, o que, por
sua vez, contribui para a redução dos casos notificados, internações e óbitos associados à
doença. Segundo Tannous (2018), em municípios do interior do Brasil, existem poucas
pesquisas que abordam a análise espacial da população de A. aegypti nos setores (bairros) das
cidades, uma vez que a maioria dos estudos prioriza apenas a distribuição relacionada aos
agravos de saúde.
Apesar da dengue ser bastante estudada em todo o Brasil, não há estudos desse perfil
epidemiológico da Dengue no município de Senador Pompeu, o que torna imperativo essa
pesquisa. Desse modo, a compreensão desses aspectos epidemiológicos, considerando a
susceptibilidade da população, a magnitude da doença e sua gravidade, trará benefícios à
comunidade em geral e aos tomadores de decisões em prol da saúde coletiva, permitindo
expandir essa abordagem a outros municípios do sertão central cearense, que são carentes
nesses métodos de pesquisas e com dados robustos sistematizados inexistentes.
Conhecer as características epidemiológicas da Dengue do município e seus fatores
associados são essenciais para formulação de medidas de prevenção individual e de controle
de vetores, visto a gravidade da doença e o risco de surtos na cidade, principalmente, à
presença e ao potencial de reprodução do principal vetor na região.
2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Caracterizar o perfil epidemiológico da dengue no município de Senador Pompeu, Ceará,


durante o período de 2010 a 2020.

2.2 Objetivos específicos

a) Descrever o perfil epidemiológico da dengue em Senador Pompeu de 2010 a 2020

b) Relacionar a distribuição dos casos de dengue com a pluviosidade durante o período


estudado
c) Identificar a dinâmica dos casos de dengue no advento da pandemia da COVID-19
3. MÉTODO

3.1 Tipo de estudo

Estudo do tipo ecológico observacional de caráter quantitativo.

3.2 Área do estudo

Definiu-se como área de estudo o município cearense de Senador Pompeu. O


município está localizado na região nordeste do Brasil na porção central do estado do Ceará,
limitando-se aos municípios de Mombaça, Pedra Branca, Piquet Carneiro, Quixeramobim,
Milhã e Deputado Irapuan Pinheiro. Compreende uma área em torno de 956,882 km²,
distando de 231 km em linha reta da capital, Fortaleza. A população estimada no município é
de cerca de 25.400 habitantes atualmente (IBGE, 2023; IPECE, 2017).
O clima da região é tropical quente e semiárido, com temperatura média de 26° a 28°,
e apresenta os meses de fevereiro e abril como períodos concentrando as chuvas. O relevo do
município é destacado pelas depressões sertanejas. Além disso, as vegetações características
são a floresta caducifólia espinhosa e a caatinga arbustiva densa e aberta, com predomínio do
solo podzólico. Ademais, o município está inserido na bacia hidrográfica do rio Banabuiú
(IPECE, 2017).

Figura 6 – Mapa de Senador Pompeu


Fonte: Adaptado de (AGUIAR, GOMES E CRUZ, 2010).

3.3 Fonte e coleta de dados

3.3.1 Dados Epidemiológicos

Os dados foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Saúde de Senador


Pompeu em formato de planilha do programa Microsoft Office Excel atualizadas no início de
março de 2020. No presente estudo, os casos foram definidos como positivo quando
confirmados por critério clínico-epidemiológico ou por exame laboratorial, sendo excluído da
análise os casos que não continham informações referentes aos critérios de diagnóstico.
As variáveis estudadas foram categorizadas por gênero (feminino, masculino), idade
(em anos), raça/cor (branco, preto, pardo, amarelo, indígena), casos notificados e
confirmados (por ano), grau de escolaridade, critério de confirmação (laboratorial, clínico-
epidemiológico, em investigação), evolução (cura, óbito de agravo, óbito por outra causa),
ocorrência de hospitalização (sim, não).
A incidência da doença foi calculada anualmente utilizando a fórmula (número de
casos / população total da localidade) x 100.000 habitantes. A população utilizada para o
cálculo das taxas de incidência foi obtida a partir do censo demográfico de 2010 realizado
pelo IBGE. Os dados censitários de 2010 foram aplicados aos cálculos referentes aos anos de
2010 a 2020. O critério estabelecido para identificar os anos epidêmicos foi uma incidência
igual ou superior a 300 casos de dengue por 100.000 habitantes, conforme definido pelo
Ministério de Saúde do Brasil. Essa classificação permitiu uma análise mais precisa dos
períodos em que ocorreram surtos significativos da doença.

Tabela 2 – Classificação quanto à taxa de incidência de dengue de acordo com o


Ministério de Saúde do Brasil.
Classificação da taxa de incidência Taxa de incidência/100.000 hab.
Silencioso Ausência de casos notificados
Baixa incidência <100
Média incidência >100 <300
Alta incidência >300
Fonte: BRASIL (2019). Adaptado pelo autor.

3.3.2 Dados Climáticos

Quanto aos dados pluviométricos, foram obtidos através da Fundação Cearense de


Meteorologia (FUNCEME), disponível na página eletrônica (www.funceme.br). É importante
ressaltar que os valores pluviométricos observados foram comparados com os valores
esperados de acordo com a Normal Climatológica para a região e período de interesse. Todos
os meses do estudo foram avaliados em relação aos valores da Normal Climatológica, que
abrange o período de 1991-2020. A partir de janeiro de 2016, a Normal Climatológica passou
a ser adotada como referência. O desvio indica a diferença positiva ou negativa entre a
precipitação esperada, de acordo com a Normal Climatológica, e a precipitação observada em
cada mês. Por exemplo, no mês de março de 2010, esperava-se uma precipitação de 166,2
mm (valor da Normal), porém ocorreram apenas 29,2 mm, o que indica um desvio de -82,4%
em relação ao previsto.

Tabela 3 - Meses e Normais Climatológicas, em Senador


Pompeu, para os anos de 2010-2020
Mês Normal climatológica/mm
Janeiro 75.9
Fevereiro 109.9
Março 166.2
Abril 171.2
Maio 104.9
Junho 55.5
Julho 26.4
Agosto 10.1
Setembro 2
Outubro 0.5
Novembro 6.2
Dezembro 25.8

Fonte: Funceme (2022). Elaborado pelo autor.

Os índices de precipitação foram avaliados com base no calendário de chuvas,


utilizando valores médios segmentados mensalmente ao longo do período de estudo. A
precipitação média em uma área é determinada pela quantidade uniforme de água coletada
nessa mesma área durante um período de tempo específico. Bertoni e Tucci (2002)
mencionam vários métodos para o cálculo da precipitação média, incluindo o método da
média aritmética, o método de Thiessen, o método das Isoietas e o método do Inverso do
Quadrado da Distância.
Neste estudo, a estimativa pluviométrica foi realizada considerando as Normais
Climatológicas da região de Senador Pompeu-CE, juntamente com o valor médio observado
calculado pelo método de Thiessen (método utilizado pela FUNCEME na disposição dos
dados em seu site).
No que diz respeito aos aspectos éticos deste estudo, em conformidade com a
Resolução nº 510, de 7 de abril de 2016, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), não foi
requerida a submissão do projeto de pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa. Isso se deve
ao fato de que o estudo utilizou bancos de dados nos quais as informações foram agregadas
em códigos, garantindo assim a confidencialidade e a impossibilidade de identificação dos
indivíduos envolvidos.

3.4 Consolidação dos dados

O material com as informações epidemiológicas solicitadas foi triado, atualizado e


enviado com as devidas retificações e garantias pelo setor de Epidemiologia da Secretaria de
Saúde do município em março de 2022. Dessa forma, os tratamentos e as análises passaram a
ser operacionalizados e tratadores para verificação de consistências. Os dados foram enviados
em arquivos separados por ano, formato xls, parametrizados em linhas e colunas,
representando os dados epidemiológicos da ficha de notificação epidemiológica, com
exceção dos dados pessoais. Os dados climáticos selecionados foram consolidados em
tabelas, no formato xls.
Assegurar a confiabilidade das informações é fundamental para uma análise imparcial
da situação sanitária, embasada em evidências, e para embasar decisões e planejamento de
ações de saúde (PAES, 1999).

3.5 Análise dos dados

Os dados epidemiológicos foram analisados no programa Microsoft Excel,


direcionando as apreciações à quantidade de casos notificados e confirmados, sexo, faixa
etária, raça/cor, se houve hospitalização, evolução da doença, critério de confirmação e
escolaridade. Além disso, foi feita uma análise pareando os dados epidemiológicos com os
dados climáticos, referidos à pluviosidade.
Utilizando os dados epidemiológicos e climáticos coletados durante o período
completo da análise, foram desenvolvidos gráficos e tabelas com o intuito de documentar e
ilustrar o comportamento e as tendências dessas condições de saúde. Essas representações
visuais foram empregadas como ferramentas essenciais na obtenção dos resultados do estudo.
4. RESULTADOS

4.1 Descrever o perfil epidemiológico da dengue em Senador Pompeu de 2010 a 2020.


(Objetivo 1).

O município de Senador Pompeu teve 970 notificações de janeiro de 2010 a dezembro


de 2020. Dentre os casos notificados, apenas 329 foram confirmados, conforme a tabela 3.

Tabela 4 - Distribuição de casos de dengue notificados e confirmados no município de


Senador Pompeu no período de 2010 a 2020.
Porcentagem dos casos
Ano Caso notificado Caso confirmado confirmados (%)
2010 24 9 2,74%
2011 281 149 45,29%
2012 44 7 2,13%
2013 62 33 10%
2014 89 40 12,16%
2015 63 37 11,25%
2016 18 2 0,61%
2017 288 20 6,08%
2018 14 8 2,43%
2019 50 23 6,99%
2020 37 1 0,30%
Total 970 329 100%
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.

O ano de 2011 foi o que registrou o maior número de casos de dengue, totalizando
149 ocorrências (45,29% do total). Já os anos de 2010, 2012, 2016, 2018 e 2020 registraram
os menores números de casos de dengue, com 9, 7, 2, 8 e 1 ocorrências respectivamente.
A incidência total de dengue no período foi de 1.244,8 casos/100.000 habitantes, com
média anual de 113,1 casos/100.000 habitantes. A maior incidência registrada foi de 563,8
casos/100.000 habitantes em 2011, classificada como alta. Nos anos de 2013, 2014 e 2015 a
incidência manteve-se entre 120 e 150 casos/100.000 habitantes, considerada média. No
último ano analisado, a taxa de incidência foi classificada como baixa, com apenas 3,9 casos
por 100.000 habitantes, a menor do período (Tabela 5 e gráfico 1).
Tabela 5 – Taxa de incidência de dengue por 100.000 hab. e a classificação da taxa de
incidência no município de Senador Pompeu, 2010 a 2020.

Ano Incidência / 100.000 hab Classificação


2010 34 Baixa incidência
2011 563,8 Alta incidência
2012 26,5 Baixa incidência
2013 123,7 Média incidência
2014 150,3 Média incidência
2015 139,3 Média incidência
2016 7,5 Baixa incidência
2017 75,6 Baixa incidência
2018 30 Baixa incidência
2019 90,2 Baixa incidência
2020 3,9 Baixa incidência
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu e BRASIL (2019). Elaborado
pelo autor.

Gráfico 1- Casos de dengue no município de Senador Pompeu, 2010 a 2020.


600
Incidência por 100.000 habitantes

500

400

300

200

100

0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.

Com relação às características sociodemográficas, observou-se uma maior tendência


na confirmação de casos para o gênero feminino, com 205 casos registrados (correspondendo
a 62,31% do total), enquanto o gênero masculino apresentou 124 casos (37,69%). Em relação
à faixa etária, indivíduos entre 20 e 39 anos foram os mais acometidos, representando 42,24%
do total de casos. Quanto à etnia, verificou-se que a raça parda apresentou o maior número de
casos confirmados, com 58,97% do total. Por outro lado, a cor preta foi a menos afetada, com
apenas 1,22% dos casos registrados. Cabe destacar que não houve nenhum registro de casos
confirmados entre a população de raça amarela e indígena.

Tabela 6 - Características sociodemográficas dos casos de dengue no município de


Senador Pompeu no período de 2010 a 2020.
Variável Caso confirmado Porcentagem (%)
Sexo
Feminino 205 62,31%
Masculino 124 37,69%
Ignorados/Branco 0 0%
Faixa Etária
< 01 5 1,52%
1a9 43 13,07%
10 a 19 45 13,68%
20 a 29 72 21,88%
30 a 39 67 20,36%
40 a 49 51 15,50%
50 a 59 27 8,21%
60 a 69 10 3,04%
70 a 79 6 1,82%
>80 3 0,91%
Ignorados/Branco 0 0%
Raça/Cor
Branca 108 32,83%
Preta 4 1,22%
Amarela 0 0,00%
Parda 194 58,97%
Indígena 0 0,00%
Ignorados/Branco 23 6,99%
Total 329 100%
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.

Entre os casos registrados para a variável escolaridade, verificou-se que os indivíduos


com ensino fundamental completo foram os mais acometidos pela dengue, seguidos por
aqueles com 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental, com 60 (18, 24%) e 50 (15,20%)
casos, respectivamente. Vale ressaltar que a maioria dos registros dessa variável foi
classificada como ignorada, correspondendo a 22,19% do total.

Tabela 7 - Distribuição dos casos de dengue conforme a escolaridade dos indivíduos do


município de Senador Pompeu no período de 2010 a 2020.
Escolaridade Caso confirmado Porcentagem (%)
Analfabeto 4 1,22%
1ª a 4ª série incompleta do EF 17 5,17%
4ª série completa do EF 16 4,86%
5ª à 8ª série incompleta do EF 50 15,20%
Ensino fundamental completo 60 18,24%
Ensino médio incompleto 22 6,69%
Ensino médio completo 43 13,07%
Educação superior incompleta 1 0,30%
Educação superior completa 8 2,43%
Ignorado 73 22,19%
Não se aplica 35 10,64%
Total 329 100%
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.

A respeito do critério de confirmação, a maioria dos casos foi confirmada por exames
laboratoriais, correspondendo a 303 casos, ou seja, 92,10% do total. No que diz respeito à
evolução dos casos, 202 indivíduos (61,40%) evoluíram para a cura, enquanto ocorreu apenas
um óbito. Além disso, 126 casos (38,30%) foram classificados como ignorados. Por fim, em
relação à ocorrência de hospitalização, a maioria dos registros foi classificada como ignorada,
correspondendo a 85,71% do total.

Tabela 6 - Critério de confirmação, evolução e ocorrência de hospitalização dos casos de


dengue no município de Senador Pompeu no período de 2010 a 2020.
Variável Caso confirmado Porcentagem (%)
Critério de Confirmação
Laboratorial 303 92,10%
Clínico-epidemiológico 25 7,60%
Em investigação 1 0,30%
Ignorados/Branco 0 0,00%
Evolução
Cura 202 61,40%
Óbito pelo agravo notificado 1 0,30%
Óbito por outra causa 0 0,00%
Ignorados/Branco 126 38,30%
Ocorreu Hospitalização
Sim 24 7,29%
Não 23 6,99%
Ignorados/Branco 282 85,71%
Total 329 100%
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.

4.1 Relacionar a distribuição dos casos de dengue com a pluviosidade durante o período
estudado. (Objetivo 2)

Em relação à média anual de chuva no município de Senador Pompeu durante o


período de estudo, verificou-se que o ano de 2011 registrou a maior média, com 1153,7 mm,
o que representa um desvio positivo de 47% em relação à média histórica de precipitação.
Além disso, em 2012, observou-se a menor média de chuva, com apenas 310,6 mm, o que
significa um desvio de -60,4% em relação ao que se esperava (Tabela 7).
Ao analisar o número de casos de dengue em relação à pluviosidade média do
município durante o período analisado, percebeu-se que os anos de 2010 e 2012 apresentaram
as menores médias de chuva, o que coincidiu com os menores números de casos de dengue.
Por outro lado, em 2011, foi registrada a maior média de chuva, acompanhada pelo maior
número de casos de dengue. Nos anos posteriores, não se percebeu o número de casos de
dengue seguindo a mesma tendência de precipitação (Gráfico 2).

Tabela 7 - Chuva média anual no município de Senador Pompeu, no período de


2014 a 2020.

Ano Normal (mm) Observado (mm) Desvio (%)

2010 784.6 529 -32.6

2011 784.6 1153.7 47

2012 784.6 310.6 -60.4

2013 784.6 707.2 -9.9

2014 784.6 565.4 -27,9

2015 784.6 581.5 -25,9


2016 784.6 543.5 -30,7

2017 784.6 543.6 -30,7

2018 784.6 667.2 -15

2019 784.6 709 -9,6

2020 784.6 702.9 -10,4

Fonte: FUNCEME. Elaborado pelo autor.

Gráfico 2- Casos de dengue e precipitação média anual no município de Senador


Pompeu, 2010 a 2020.

1400 160

1200 140

120
1000
Chuva em mm/ano

100

Nú mero de casos
800
80
600
60

400
40

200 20

0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

casos de dengue precipitação média anual


Fonte: FUNCEME e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo
autor.
Gráfico 3- Casos de dengue e precipitação média mensal no município de Senador Pompeu, 2010 a 2020.

350 40

300 35

30
250

25
200
Chuva em mm/ano

Número de casos
20
150
15

100
10

50 5

0 0
10 10 10 11 11 12 12 12 13 13 14 14 15 15 15 16 16 17 17 17 18 18 19 19 20 20 20
n- u n- o v- pr- e p- eb- Ju l- ec- ay- ct- ar- ug - a n- u n- o v- pr- ep- eb- Ju l- ec- a y- ct- ar- ug - an - u n- ov -
Ja J N A S F D M O M A J J N A S F D M O M A J J N

Pluviosidade (mm) Casos de dengue

Fonte: FUNCEME e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.
No período estudado de 2010 a 2020, a grande maioria dos casos de dengue em
Senador Pompeu acompanharam o período chuvoso no primeiro semestre, com maior
quantidade de casos registrados nos meses de abril e maio.
Em 2011, em particular, os casos de dengue abrangeram os meses de março a junho.
Durante esse ano, o período chuvoso apresentou uma duração mais prolongada do que o
habitual, com médias de chuva acima da média esperada, iniciando em fevereiro e se
estendendo até maio. Com base nessas informações, foi observado um intervalo de
aproximadamente um mês entre o aumento da precipitação e o subsequente aumento dos
casos de dengue.
6. DISCUSSÃO

6.1 Descrever o perfil epidemiológico da dengue em Senador Pompeu de 2010 a 2020.


(Objetivo 1).

No período analisado, foi observada uma diminuição na incidência de dengue no


município de Senador Pompeu (Gráfico 1). No entanto, essa redução não ocorreu de forma
linear, apresentando oscilações ao longo dos anos. Em particular, houve um aumento
significativo nos casos de dengue de 2010 para 2011, seguido por uma queda abrupta no ano
seguinte.
Seguindo as orientações do Ministério da Saúde, a taxa de incidência da dengue é
classificada em três categorias: baixa, média e alta. Na baixa incidência, a quantidade de
casos é inferior a 100 por 100.000 habitantes. Já na incidência média, os casos estão entre
100 e 300 por 100.000 habitantes. Por fim, a alta incidência é caracterizada por uma
quantidade superior a 300 casos por 100.000 habitantes (BRASIL, 2009).
Nesse sentido, os resultados da pesquisa indicaram que o ano de 2011 foi identificado
como um período epidêmico, caracterizado por uma alta incidência no número de casos de
dengue. Uma possível influência para esse aumento de casos em 2011 foi a introdução do
sorotipo DEN-4 no estado do Ceará durante o mesmo período, conforme mencionado por
Cavalcanti et al. (2018). A inclusão de um novo sorotipo, como o DEN-4, pode intensificar a
propagação da doença, uma vez que a população pode apresentar uma imunidade reduzida
para esse sorotipo específico, o que a torna mais vulnerável à infecção.
Conforme um estudo feito nos Distritos Sanitários de São Luís - MA, o ano de 2011
foi identificado como o período mais expressivo em relação ao número de casos de dengue,
apresentando uma incidência significativa (SANTOS et al., 2021). Os autores desse estudo
apontaram a ocorrência de um pico epidêmico nesse ano, atribuído à introdução do sorotipo
DEN-4 e à circulação de outros três sorotipos.
O estudo realizado em Pinhalzinho, município localizado em Santa Catarina, revelou
a ocorrência da maior epidemia já registrada entre 2015 e 2016. Durante esse período, a taxa
de incidência alcançou o valor alarmante de 12.695,2 casos. A alta taxa de incidência
observada foi atribuída a dois fatores principais: a presença significativa do mosquito
transmissor Ae. aegypti e a introdução ou reintrodução de diferentes sorotipos do vírus em
áreas com uma grande proporção de pessoas suscetíveis (ANDRIOLI; BUSATO;
LUTINSKI, 2020).
No estudo conduzido por Guedes e Rocha (2019) no município de Ceres, Goiás, foi
observada a maior taxa de incidência de dengue no ano de 2015, com um valor de 14.537
casos por 100.000 habitantes. Os autores associaram esse aumento significativo da incidência
à grande epidemia que ocorreu em todo o país no mesmo ano.
Contrariamente, observou-se um padrão consistente de aumento na incidência de
dengue no ano de 2015, justificando esse aumento como resultado de uma grande epidemia
que ocorreu no Brasil naquele ano, o que levou a um aumento significativo no número de
notificações da doença (LIMA FILHO et al., 2022).
A diminuição acentuada dos casos em 2012 pode ser atribuída ao aumento da
conscientização da população em adotar medidas de proteção, aos efeitos positivos das
campanhas de combate ao vetor e ao desenvolvimento de uma imunidade parcial na
população do município. No estudo de Santos et al. (2021), também foi constatada uma
redução significativa no número de casos de dengue. Os dados mostraram uma queda de
5.378 casos para pouco mais de 1.000 casos em 2012. Como justificativa, os autores
afirmaram uma possível falha de notificação dos casos.
Segundo Ribeiro et al, (2021), foi observada uma queda significativa na incidência de
dengue em 2016, o que pode ser atribuído à circulação simultânea das arboviroses
Chikungunya e Zika. A presença dessas doenças adicionais no cenário epidemiológico pode
ter gerado uma maior preocupação e conscientização tanto na população quanto no sistema
de saúde, levando à implementação de medidas preventivas mais intensas, o que contribuiu
para a redução da incidência de dengue neste ano. Perez et al. (2019) sugerem que parte dessa
redução na incidência de casos de dengue pode estar relacionada à possível supernotificação
de casos de Zika e Chikungunya, o que pode ter impactado os registros de dengue.
No estudo realizado por Cavalcanti et al. (2018), foi observado que nos anos de 2015
e 2016 houve um alto número de casos notificados de dengue. Os autores levaram em
consideração que essa quantidade de casos pode ter sido superestimada, pois há a
possibilidade de o critério clínico-epidemiológico ter incluído também casos de Zika e
Chikungunya.
É importante destacar que a dinâmica de transmissão da dengue é multifatorial,
incluindo aspectos demográficos, ambientais, meteorológicos, socioeconômicos e de
urbanização (MORAIS et al., 2019). Desse modo, a precipitação, as altas temperaturas,
umidade relativa do ar elevada e climas tropicais e subtropicais também desempenham um
papel significativo (SILVA et al., 2020). Condições socioeconômicas desfavoráveis, como
baixa renda, baixa escolaridade e alta densidade populacional, juntamente com dificuldades
de acesso a serviços básicos, podem contribuir para a complexidade da transmissão da
dengue (SILVA et al., 2018; SILVA et al., 2020). Essa interação de múltiplos fatores pode
explicar as variações observadas nos casos de dengue nesta pesquisa.
Em relação aos casos de dengue e o gênero dos indivíduos afetados, constatou-se um
maior número de notificações em mulheres. Esses achados assemelham-se a estudos
brasileiros anteriores, que também identificaram essa tendência (MENDES et al., 2022;
OLIVEIRA et al., 2018; LUCENA et al., 2019). No estudo de Mendes et al. (2022), as
mulheres representaram 53,14 % dos casos, enquanto nos estudos de Oliveira et al, (2018) e
Lucena et al, (2019), o gênero feminino correspondeu a 54,4% e 53,90% dos casos,
respectivamente.
É possível inferir que a maior prevalência de casos entre as mulheres pode estar
associada à influência do ambiente doméstico, uma vez que é nesse local que ocorre uma
transmissão significativa da doença, tornando-as mais suscetíveis à contaminação
(FERREIRA; NETO; MONDINI, 2018). Os utensílios utilizados no cotidiano doméstico,
como vasos de plantas, baldes, panelas sem uso, pedaços de tijolo e telhas, podem acumular
água parada, tornando-se focos de proliferação do vetor da dengue. A negligência na
fiscalização desses locais, devido à rotina agitada da vida moderna ou à falta de
conhecimento sobre medidas preventivas, pode contribuir para a proliferação do vetor da
dengue em ambientes domésticos (XAVIER et al., 2022).
Além disso, as mulheres apresentam níveis mais elevados de escolaridade em
comparação aos homens, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(PNAD) contínua 2019 (IBGE, 2021). A escolaridade está ligada à situação socioeconômica
e ao acesso a informações sobre tratamentos, prevenção de doenças e serviços de saúde.
Desse modo, a maior busca das mulheres pelos serviços de saúde pode contribuir para a
detecção e notificação de mais casos de dengue em comparação aos homens (SANTOS E
RIBEIRO, 2021).
A partir de estudos adicionais, observou-se uma mudança relevante no perfil de faixa
etária dos casos de dengue em 2008, passando a afetar também a população com menos de
dez anos de idade. Essa alteração pode ser associada à reintrodução do sorotipo DENV2, o
que tornou as crianças mais suscetíveis à infecção (OLIVEIRA et al., 2018; CAVALCANTI
et al., 2011).
Na presente pesquisa, observou-se um maior número de casos entre indivíduos na
faixa etária de 20 a 39 anos, seguido por aqueles entre 40 e 49 anos, o que evidencia que o
grupo economicamente produtivo foi mais afetado pela doença. Outra explicação possível é a
menor adesão às medidas protetivas contra o vetor, como o uso de repelentes, por parte da
população adulta, tornando-a mais suscetível à doença (EVANGELISTA; FERNANDO;
GONÇALVES, 2012). Estudos realizados em Araçuaí e Tocantins corroboram com essa
pesquisa (GONÇALVES et al., 2020; PACHECO et al., 2019). No entanto, em um estudo
realizado em Pinhalzinho, localizado em Santa Catarina, foi observado que a faixa etária mais
afetada foi acima de 50 anos (ANDRIOLI; BUSATO; LUTINSKI, 2020).

A raça/cor parda apresentou o maior número de casos no período analisado,


representando 58,97% dos registros. Essa predominância pode ser atribuída ao padrão de
miscigenação racial, conforme mencionado por Fantinati et al. (2013). De acordo com os
dados do censo de 2010 e a classificação racial do IBGE, 55,23% dos residentes de Senador
Pompeu se autodeclaram como pardos (IBGE, 2023). Esse fato tem uma influência direta no
número de indivíduos suscetíveis a determinadas doenças ou agravos.

Ao analisar um estudo realizado no município de Anápolis, no estado de Goiás, foi


observado que a maioria dos casos de dengue ocorreram em indivíduos de cor parda, o que
está em consonância com os resultados do presente estudo (TEIXEIRA et al., 2022). No
entanto, é importante ressaltar que em estudos realizados no Paraná, a raça branca foi
predominantemente afetada (OGATHA et al., 2021; SIERRA et al., 2007), indicando uma
variação na distribuição da doença de acordo com a região geográfica.
A raça preta teve poucos casos registrados, o que pode ser atribuído ao fato de que
essa raça é a mais resistente dentre todas as outras raças, conforme o estudo de Sierra et al.
(2007). Vale destacar que a raça amarela e a raça indígena não apresentaram nenhum registro,
o que pode ser explicado pela menor prevalência dessas raças no estado do Ceará, conforme
dados do IBGE (2023) confirmam.
Na vertente escolaridade, nota-se que grande parte dos registros foram ignorados ou
deixados em branco (22,19%). Assim, um estudo realizado em Marabá-PA corrobora esse
achado, relacionando essa omissão de dados a uma falha no sistema de notificação, que
permite aos profissionais deixar de registrar informações que consideram irrelevantes
(PEREIRA et al., 2020).
No que se refere aos dados preenchidos neste item, revelou-se um predomínio de
indivíduos com ensino fundamental. Essa predominância está relacionada ao baixo nível de
escolaridade, que, por sua vez, está correlacionado com um menor conhecimento sobre os
aspectos relacionados à dengue. Essa falta de conhecimento aumenta o risco de infecção,
como apontado por Vidal et al. (2015).
Em relação aos critérios de confirmação, destaca-se o uso de métodos laboratoriais,
que representaram 92,10% dos casos confirmados, em contraste com o critério clínico-
epidemiológico, que correspondeu a apenas 7,60%. Esses resultados divergem de outros
estudos realizados (SANTOS et al., 2019; MENEZES et al., 2021). Em contrapartida, se
assemelham ao estudo de Cavalcanti et al. (2010), no qual a maior parte dos casos notificados
foram confirmados por exames laboratoriais.
A triagem e a suspeita da doença devem ser feitas clinicamente, enquanto a
confirmação da presença do vírus no organismo é realizada por meio de exames sorológicos,
que têm como objetivo detectar de forma indireta a presença de anticorpos (MOREIRA E
ASSUNÇÃO, 2014).
A confirmação do caso de dengue está de acordo com a situação epidemiológica da
região em relação à doença. Em períodos não epidêmicos, todos os casos suspeitos devem
passar por exames laboratoriais, enquanto em períodos endêmicos, a solicitação de exames é
direcionada a pacientes com quadros graves da doença ou com dúvidas no diagnóstico
conforme mencionado por Moreira e Assunção (2014). Isso pode justificar o maior uso de
métodos laboratoriais nesta pesquisa, uma vez que a maior parte do período estudado não foi
caracterizada como epidêmica.
No que tange à evolução da doença, a cura foi a parcela com maior desfecho,
assemelhando-se aos estudos de Oliveira (2015) e Teixeira et al. (2022). O resultado destaca
a importância do conhecimento da doença pelos profissionais de saúde, visando um
diagnóstico e tratamento imediatos (PINHEIRO et al., 2020).
No entanto, é importante ressaltar que uma quantidade significativa de casos
(38,30%) foi classificada como ignorada em relação a essa variável, o que pode comprometer
a análise, pois não há informações disponíveis sobre a evolução desses casos. Essa falta de
dados também foi observada em um estudo realizado por Muniz (2022) abrangendo a região
Nordeste, onde 40% dos casos foram classificados como ignorados ou deixados em branco, o
que se assemelha aos resultados encontrados nesta pesquisa.
Em relação à variável hospitalização, foi observado que a grande maioria dos casos
foi classificada como ignorada, o que indica possíveis lacunas no preenchimento das fichas
de notificação por parte dos profissionais responsáveis. Isso impactou diretamente na análise
adequada das informações coletadas. Em contraste, outros estudos que contaram com uma
maior quantidade de dados preenchidos demonstraram que a maioria da população estudada
não necessitou de internação hospitalar (BARRETO; TEIXEIRA, 2008; TEIXEIRA et al.,
2022). Segundo os autores, isso pode estar relacionado ao fato de que a maioria dos casos não
evoluiu para formas graves de dengue, como dengue com sinais de alarme ou dengue grave.

6.2 Relacionar a distribuição dos casos de dengue com a pluviosidade durante o período
estudado (Objetivo 2).

Os casos de dengue apresentaram uma tendência semelhante às variações


pluviométricas nos primeiros três anos do período estudado (2010-2012), sugerindo uma
possível relação entre esses dois fatores (Gráfico 2). Um estudo conduzido por Meira et al.
(2021) constatou uma correlação positiva entre a incidência de dengue e a pluviosidade.
Conforme Rodrigues e Rodrigues (2022), a pluviosidade desempenha um papel crucial na
propagação da dengue, pois afeta a quantidade de mosquitos fêmeas adultos e a
disponibilidade de locais adequados para sua reprodução.
No estudo realizado por Silva et al. (2020), foi constatado que os anos de menor
índice pluviométrico, como 2016 e 2019, coincidiram com um maior número de casos de
dengue. Por outro lado, em 2017, observou-se um aumento no índice pluviométrico,
acompanhado por uma diminuição nos casos de dengue em comparação ao ano anterior. O
autor justifica esse aumento relacionando-o a uma situação sanitária mais precária naquele
período.
Entre 2013 e 2020, observou-se que a pluviosidade não foi o principal fator que
influenciou os casos de dengue nesse período. Estudos indicam que outros fatores, como
umidade do ar, temperatura e condições de infraestrutura urbana, desempenham um papel
significativo na ocorrência da doença (RIBEIRO et al., 2006; SOUSA et al., 2018)
Depradine e Lovell (2004) destaca o aumento do número de mosquitos associado a
pluviosidade, juntamente ao aumento da temperatura, umidade relativa do ar, e condições
sanitárias favoráveis ao vetor. No entanto, historicamente, a chuva é considerada uma
variável meteorológica com correlação positiva para a incidência de dengue no Brasil
(VIANA; IGNOTTI, 2013; SILVA et al., 2020).
Ao longo do período estudado, mesmo com um número reduzido de casos de dengue,
foi possível identificar um padrão sazonal na ocorrência da doença, com concentração nos
meses do primeiro semestre, com exceção dos anos de 2010 e 2013. Conforme Moore (1985),
os casos de dengue apresentam um padrão sazonal que coincide com a estação do verão,
caracterizada por uma maior ocorrência de chuvas e aumento das temperaturas.
Estudos realizados em diferentes regiões do país, como Paraíba (PB), Uberlândia
(MG) e Boa Vista (RR), demonstraram que, embora a dinâmica das chuvas possa variar
nessas localidades, a maior incidência da doença e os níveis de infestação de vetores
ocorreram durante os meses chuvosos, que também coincidiram com os meses mais quentes
do ano no Brasil (COSTA et al., 2008, SOUZA; VIANNA E MORAIS, 2007; ZEIDLER et
al., 2008).
De acordo com Barbosa e Lourenço (2010) e Ribeiro et al. (2006), o aumento na
precipitação durante um determinado mês contribui, em parte, para o aumento do número de
casos de dengue dois a três meses posteriores. Essa associação entre a pluviosidade e os casos
de dengue justifica o intervalo observado em 2011, em que o aumento da chuva foi seguido
por um aumento subsequente nos casos de dengue.
Viana e Ignotti (2013) destacam que, embora as variações meteorológicas sejam um
importante indicador, geralmente há uma defasagem na relação entre o clima e a ocorrência
de doenças ou surgimento de novas larvas/mosquitos.
Assim, frequentemente considera-se uma defasagem de tempo devido ao ciclo de vida
do vetor e ao período de incubação, o que pode criar associações entre eventos futuros,
passados e em estudo. Isso é analisado em conjunto com o desvio padrão e desvio padrão
percentual da chuva acumulada durante a quadra chuvosa e o esperado. De acordo com
Ferreira et al. (2018), as incidências de dengue começam a aumentar em janeiro, coincidindo
com os picos de chuva, e esse aumento na pluviosidade reflete nas taxas de incidências nos
meses seguintes.
De acordo com Glasser e Gomes (2002), a temperatura do ar desempenha um papel
crucial no ciclo de vida do mosquito A. aegypti, apresentando restrições quando alcança os
limites inferiores e superiores da amplitude de sua exigência térmica.
Conforme Silva (2007), temperaturas médias do ar entre 21°C e 29°C são favoráveis
ao desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, enquanto faixas de temperatura entre 29°C e
32°C oferecem o potencial máximo para o desenvolvimento do vetor. No entanto, na faixa de
32°C a 34°C, ocorre um declínio nesse potencial máximo de desenvolvimento do vetor.
Outro estudo realizado por Marinho (2013) em Patos-PB identificou que temperaturas entre
22°C e 36°C são favoráveis ao tempo de desenvolvimento e às necessidades térmicas do
mosquito adulto.
Para Beserra et al. (2009), a temperatura do ar favorável ao desenvolvimento do
mosquito Aedes aegypti situa-se acima de 22°C e abaixo de 32°C. Os autores, de forma
análoga, estendem a faixa favorável e de potencial máximo de desenvolvimento do mosquito
para 32°C. Além disso, Schweigmann et al. (2004) constataram que os maiores índices de
proliferação de mosquitos ocorreram durante os meses com as temperaturas mais elevadas e
as maiores precipitações registradas - com temperaturas médias acima de 20°C e
precipitações acumuladas superiores a 150 mm.
Segundo Matos (2012), é imprescindível a elaboração de métodos precisos para o
controle dessas arboviroses, visando maximizar os resultados obtidos. Isso envolve aspectos
como a ecologia e biologia do vetor, o clima, a esfera política e o contexto social, que inclui
moradia, saneamento básico e o conhecimento e práticas da população.
A influência de vários fatores físicos ou geográficos é significativa, especialmente em
relação às doenças zoonóticas, ou seja, aquelas que possuem um reservatório na natureza e
são transmitidas por um vetor biológico. A incidência e a propagação dessas doenças estão
intimamente ligadas a uma série de fatores bioclimáticos que não devem ser negligenciados,
inclusive nos programas de saúde pública, que incluem a implementação de medidas
sanitárias apropriadas (LACAZ, 1972). Assim os estados e municípios devem promover
ações permanentes e emergenciais de saneamento básico que contribuam para a eliminação
dos criadouros do A. aegypti.
Segundo Peres (2016), é essencial reconsiderar a estrutura das medidas de combate a
esse inseto, pois sem a implementação adequada de sistemas públicos de fornecimento
regular de água potável, saneamento básico e manejo adequado dos resíduos sólidos urbanos,
não é possível reduzir os níveis de infestação dos mosquitos de forma eficaz.
Dentre as limitações deste estudo, é importante destacar a escassez de outros estudos
disponíveis sobre o tema na própria região, o que dificulta a realização de comparações mais
abrangentes. Além disso, a incompletude das informações presentes nas bases de dados
epidemiológicos utilizadas também representa uma limitação, podendo afetar a precisão e a
confiabilidade dos resultados obtidos. Em relação ao ano de 2020, destaca-se o registro de
apenas um caso de dengue, sugerindo subnotificação. No entanto, foi possível conduzir a
pesquisa científica com base nos dados obtidos.

6.3 Identificar a dinâmica dos casos de dengue no advento da pandemia da COVID-19


(Objetivo 3).

No início de 2020, a pandemia da COVID-19 chegou ao Brasil, coincidindo com o


período em que normalmente ocorre um aumento de casos de dengue (Barbosa e Marques,
2023). Essa coincidência de eventos representou um desafio adicional para as autoridades de
saúde, que tiveram que lidar simultaneamente com duas doenças graves.
Nesta pesquisa, em 2020, foi observada a menor incidência de casos de dengue.
Curiosamente, dois estudos realizados por Júnior, Silva e Carrijo (2022) e Leandro et al.
(2020) revelaram que essa diminuição nos números notificados em 2020 coincidiu com o
início da pandemia da COVID-19 no Brasil, causada pelo vírus SARS-CoV-2. Durante esse
período, foram implementadas medidas de isolamento social para conter a disseminação da
doença, o que afetou os serviços de saúde, incluindo os de assistência, e levou a uma possível
subnotificação de casos suspeitos de dengue.
Outra pesquisa também constatou uma redução nos registros de dengue em 2020
(TEIXEIRA et al., 2022). Os pesquisadores desse estudo apresentaram uma hipótese de que,
com a chegada da pandemia de coronavírus, as pessoas adotaram medidas mais rigorosas de
prevenção, o que contribuiu para o controle do vetor da dengue.
É importante ressaltar que a contradição entre as recomendações relacionadas à
COVID-19 e à dengue também desempenha um papel relevante. Enquanto a COVID-19
exige o isolamento social e a busca por cuidados médicos apenas em caso de agravamento
dos sintomas, a dengue demanda um acompanhamento clínico próximo e imediato
(MULINARI et al., 2021). Essa divergência nas orientações pode ter resultado em casos de
dengue sendo erroneamente tratados e notificados como COVID-19, causando confusão nos
registros e subnotificação da dengue. Olive et al. (2020) enfatizam as semelhanças
sintomáticas e epidemiológicas entre a dengue e a COVID-19, o que dificulta o diagnóstico e
prejudica o manejo e as intervenções de controle específicas.
5. CONCLUSÃO

É de suma importância destacar que há uma quantidade significativa de informações


ignoradas quanto a dados essenciais como tipo de hospitalização e evolução da doença, o que
pode interferir diretamente em possíveis medidas para controle e redução do número de
agravos e mesmo óbitos provocados pela dengue. Com base nisso, é necessário chamar a
atenção dos profissionais para a importância do registro das notificações de dengue.
Além disso, os esforços em conjunto feitos pelo poder público e sociedade são
imprescindíveis para combater a doença e manter um ambiente urbano organizado. Esses
esforços vão desde a fiscalização sanitária e acesso aos serviços de saúde, até medidas
educacionais e de conscientização populacional.
Sobre a dinâmica dos casos de dengue observada durante o primeiro ano da pandemia
da COVID-19, foi revelado os desafios adicionais enfrentados pelo sistema de saúde e pela
vigilância epidemiológica devido à coexistência dessas duas doenças infecciosas.
Com isso, a fim de evitar a subnotificação de casos de dengue, especialmente durante
a coexistência da COVID-19, é crucial implementar campanhas direcionadas aos públicos
mais afetados. Essas campanhas devem ter como objetivo principal aumentar a
conscientização sobre os sintomas da dengue, a importância da busca por atendimento
médico adequado e a necessidade de notificação correta dos casos.
Além do perfil epidemiológico, este estudo abordou a relação entre a pluviosidade e o
aumento de casos de dengue. No entanto, é necessário realizar novas pesquisas que
considerem não apenas essas variáveis, mas também outros parâmetros meteorológicos
relevantes, como temperatura e umidade relativa do ar. Dessa forma, será possível obter um
maior embasamento para o controle não apenas da dengue, mas também de outras doenças
endêmicas que afetam a região.
Por fim, esta pesquisa epidemiológica é uma ferramenta valiosa para o município de
Senador Pompeu e outras localidades, pois ela poderá contribuir para o planejamento de
saúde, a prevenção e o controle de doenças, o monitoramento da saúde da população e a
avaliação de políticas e programas de saúde.
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