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QUIXADÁ- CEARÁ
2023
MARIA MÔNICA MARTINS DA SILVA
QUIXADÁ-CEARÁ
2023
Este trabalho é todo dedicado aos meus pais,
minha base.
AGRADECIMENTOS
1.1 Dengue
1.1.1 O vírus
A dengue é uma doença infecciosa viral aguda de transmissão vetorial. Cerca de 2,5
bilhões de pessoas vivem em áreas onde a dengue é endêmica. Além disso, estima-se que
20.000 mortes sejam causadas pela dengue a cada ano. No Brasil, a doença constitui-se um
grande problema de saúde pública, sendo o estado do Ceará uma das áreas mais importantes
em termos de números de casos notificados da doença (CAVALCANTI et al., 2010; CUNHA
et al., 1998; FIGUEIREDO, 2008; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2002;
SOUZA E DIAS et al., 2010).
O vírus da dengue (DENV) pertence à família Flaviviridae e ao gênero Flavivirus,
sendo considerado um arbovírus: agente viral transmitido por insetos, principalmente por
mosquitos (FIGUEIREDO, 2008). Existem quatro sorotipos distintos desse vírus (DEN-1,
DEN-2, DEN-3 e DEN-4), sendo o sorotipo DEN-2 o mais prevalente no Brasil (AMARAL,
DANSA-PETRETSKI, 2012; MENEZES et al., 2021). Todavia, alguns estudos indicam a
existência de um quinto sorotipo (DEN-5) do vírus da dengue (OURIQUE, 2018).
Em adição, Lettry et al. (2021) afirmam que dentro de cada sorotipo DENV existe
algum grau de variação, e pelo menos 19 genótipos de DENV já foram descritos. Ademais,
algumas variantes genéticas em cada sorotipo parecem ser mais virulentas ou ter maior
potencial epidêmico (JESUS et al., 2020).
O DENV é um vírus icosaedro de aproximadamente 50 nm, constituído por uma
membrana lipídica (obtida das células hospedeiras), na qual estão inseridas as proteínas da
membrana e do envelope. O interior do vírus contém o complexo riboprotéico formado pela
proteína do capsídeo e o genoma viral, que consiste em uma única fita de RNA de sentido
positivo. Um único polipeptídeo é codificado, contendo tanto proteínas estruturais, Capsídeo
(C), pré-membrana (prM) e envelope (E), que farão parte das partículas virais, como as
proteínas não estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5), as quais intervêm
durante os processos de montagem e replicação do RNA genômico, entre outros (ASSIS,
2009; VELANDIA E CASTELLANOS, 2011). As figuras 1 e 2 apresentam a organização
estrutural e genômica do vírus DENV respectivamente.
A proteína C interage com o RNA genômico do vírus para formar o nucleocapsídeo.
A proteína prM e a proteína M participam fundamentalmente do processo de maturação da
partícula viral. Já a proteína E é a principal proteína do envelope protéico e é a maior proteína
estrutural exposta na superfície do envelope do vírion maduro (NEMÉSIO et al., 2012;
AMARAL; DANSA-PETRETSKI, 2012; PUIG-BASAGOITI et al., 2006).
Já as proteínas não estruturais são responsáveis pela replicação do RNA viral e
também auxiliam na montagem viral e na evasão da resposta imune do hospedeiro. A NS1 é
uma glicoproteína necessária no processo de replicação do RNA viral. A NS2A e NS2B são
dois polipeptídeos hidrofóbicos, clivados por proteases virais. A NS3 é uma proteína
multifuncional com atividades de uma serino-protease que tem NS2B como um co-fator. O
domínio intermediário da NS3 é uma nuclease necessária para a replicação do RNA e o
domínio C-terminal tem atividade RNA trifosfatase. NS4A e NS4B são polipeptídeos
hidrofóbicos cruciais no complexo de replicação associado à membrana do retículo
endoplasmático (RE). NS5 tem a função de uma RNA polimerase RNA-dependente (COLS,
2006; NEMÉSIO; COLS, 2012; AMARAL; DANSA-PETRETSKI, 2012; PUIG-
BASAGOITI; ZOU et al., 2015).
Esse mosquito tem hábitos diurnos e apresenta uma coloração preta com listras e
manchas brancas. Suas asas são translúcidas e o som que emitem é quase inaudível ao ser
humano (NATAL, 2002; SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO ESPÍRITO
SANTO, 2022).
Bem adaptado ao clima tropical e subtropical, o A. aegypti se distribui entre os
paralelos de 35° de latitude norte e 35° de latitude sul, o que corresponde à isoterma de
inverno de 10°C. Ainda que esse vetor seja encontrado até 45° de latitude norte, essas
infestações, que ocorrem durante a estação quente, não sobrevivem ao inverno nessas zonas.
Para mais, a distribuição do A. aegypti também é restrita pela altitude, não sendo usualmente
encontrada, com infestações significativas, em zonas acima dos mil metros de altitude.
(NELSON, 1986; OPAS, 1995; SOUZA, 2008).
Conforme Beserra et al. (2009), esse culicídeo desenvolveu um comportamento
estritamente sinantrópico e antropogênico, sendo considerado o mosquito mais dependente de
área urbana. Pimentel (2020) define sinantropia como a capacidade que os animais silvestres
autóctones ou exóticos possuem de utilizarem os recursos das áreas urbanas, transitoriamente
(via de passagem) ou permanentemente (local em que vivem).
Para Gomes (2002), inúmeros processos sociais, como a urbanização, interferiram
intensamente na natureza, beneficiando o processo de sinantropia do mosquito A. aegypti,
que aponta a sua capacidade de conviver com o homem de forma indesejada, tornando-se
hostis e gerando incômodos e agravos à saúde. Segundo Dantas (2011), as características
biológicas e comportamentais desse vetor, como a sua adaptação às áreas urbanas,
domiciliares e peridomiciliares, favorecem o seu estreito e frequente contato com o homem e,
por conseguinte, torna-o mais eficiente na veiculação de doenças.
Para Christophers (1960), a adaptação aos criadouros artificiais teria sido um grande
passo em direção ao comportamento sinantrópico. A preferência por depósitos artificiais faz
com que a concentração populacional, junto a grande utilização de recipientes artificiais, seja
fator determinante na sua crescente proliferação nos centros urbanos (CARVALHO, 2011).
Para Consoli e Oliveira (1994), seus criadouros preferenciais são recipientes artificiais, como
os abandonados a céu aberto e utilizados para armazenar água em ambiente doméstico.
Alguns estudos mostram que o A. aegypti possui capacidade de voar e atingir
distâncias de até 1.500 metros (SILVA et al., 1993). No entanto, o comportamento mais
comum é o de voar a uma distância aproximada de 150 metros do seu criadouro (SANTOS,
2016).
Outra característica a ser observada é que o A. aegypti tem preferência por água limpa
e parada (SANTOS, 2016). Todavia, Beserra et.al (2009) indicam que A. aegypti tem
capacidade de se desenvolver tanto em ambientes com elevados graus de poluição, como em
esgoto doméstico bruto, o que inclui locais com zero de oxigênio dissolvido praticamente.
Esta plasticidade lhe confere uma importante capacidade adaptativa, pois água contendo
matéria orgânica e processos fermentativos podem ter um efeito de atração nas fêmeas para a
oviposição (BESERRA et al., 2010). Segundo a OMS (2012), é comum a confirmação da
presença dos ovos do vetor em água suja.
O ciclo biológico do mosquito envolve 4 quatro fases: ovo, larva, pupa (fase aquática)
e a fase adulta (fase terrestre). Dessas, a fase do ovo é a mais resistente, visto que ela pode
suportar períodos de dessecação que variam de 6 meses a 1 ano (SILVA; SILVA, 1999;
DINIZ, 2018). A figura 4 apresenta o ciclo de vida do mosquito A. aegypti.
De acordo com Tauil (2002), a dengue é hoje a arbovirose mais importante do mundo.
Bilhões de pessoas encontram-se sob o risco de se infectar, particularmente em países
tropicais, nos quais a temperatura e a umidade favorecem a proliferação do vetor (SANTOS
et al., 2019). Entre as doenças reemergentes é a que se constitui no problema mais grave de
saúde pública (CATÃO; GUIMARÃES, 2011). Além disso, segundo Dantas (2011), estima-
se que o número de casos no mundo seja de 50 a 100 milhões por ano em mais de cem países.
Alguns autores relatam como acontecimento epidemiológico mais relevante na
história da dengue nas Américas, a epidemia de FHD e SCD que ocorreu em Cuba no ano de
1981, quando houveram 116.143 hospitalizações e 158 óbitos, dos quais 101 eram crianças
(KOURI et al., 1981; KOURI et al., 1986).
No Brasil, o primeiro pico epidêmico ocorreu em 1986 e 1987, com 46.309 e 88.407
casos registrados, respectivamente. Na época, o estado com maior número de casos foi o Rio
de Janeiro, 32.507 e 59.355, seguido pelo Ceará, com 4.419 e 22.513 casos em cada um dos
anos. Já o segundo pico epidêmico da dengue ocorreu em 1990 e 1991 após a introdução do
DEN-2. Em 1998 foram registrados 528 mil casos, tendo destaque para as regiões Sudeste
(250.303 casos) e Nordeste (227.566 casos) (JÚNIOR; JÚNIOR, 2008).
Segundo o Ministério da Saúde (2019), a dengue no Brasil passou a apresentar
aspectos epidemiológicos importantes a partir de 2002, destacando-se: o aumento do número
de casos e de hospitalizações, incluindo crianças; a circulação simultânea dos quatro
sorotipos; epidemias de grande magnitude; a intensificação do processo de interiorização da
transmissão com registro de casos em municípios de diferentes portes populacionais; e o
aumento no número de óbitos.
Conforme o Ministério da Saúde (2005), em 2002 foram registrados cerca de 790 mil
casos de dengue, correspondendo a uma taxa de incidência de 454,79 casos por 100 mil
habitantes, com a ocorrência de epidemias simultâneas nas regiões Sudeste, Nordeste e
Centro-Oeste relacionadas com a dispersão do DEN-3. Nesse contexto, vale destacar que a
região nordeste registrou a maior taxa de incidência regional, com 617 casos por 100 mil
habitantes. Em continuidade, uma análise epidemiológica mostrou que no período entre 2014
e 2019 foram notificados 5.867.255 casos de dengue no Brasil, sendo 2015 o ano que
registrou a maioria das notificações. A maior incidência por 100 mil habitantes ocorreu na
região Centro-Oeste e a maioria dos casos ocorreu na região sudeste (ONEDA et al., 2021).
1.1.6 Controle
1.3.1 Lixo
O mosquito Aedes aegypti possui preferência pelo ambiente doméstico para procriar,
estabelecendo seus criadouros principalmente no peridomicílio. Portanto, a criação e
manutenção de focos do vetor da dengue estão diretamente relacionados aos hábitos de
armazenamento de água na residência (MARTEIS; STEFFLER; SANTOS, 2011).
A irregularidade no fornecimento de água canalizada pode implicar situações
favoráveis à procriação do mosquito devido ao armazenamento de água para o consumo em
recipientes inadequados se tornando fonte ideal de reprodução do A. aegypti (TEIXEIRA;
MEDRONHO, 2008; ROQUE; ALMEIDA; MOREIRA, 2017). Conforme Marteis, Steffler e
Santos (2011), os recipientes como tonéis, tambores e caixas d’água são os mais frequentes
em termos de produção de mosquitos adultos.
Nesse contexto, programas educativos instruem rotineiramente o morador a tampar
reservatórios, baldes e outros recipientes de água de uso doméstico, além de instruí-lo quanto
a cuidados com inservíveis e instalações vulneráveis, como as calhas de telhado. No entanto,
no caso do armazenamento de água para o uso doméstico, a vedação total do acesso do
mosquito à água constitui um comportamento mais proficiente do que o mero ato ou efeito de
tampar, prevenindo a oviposição da fêmea do mosquito A. aegypti (SCHALL; JARDIM,
2009).
Acredita-se que a dengue seja uma doença de origem asiática. Há relatos clínicos e
epidemiológicos potencialmente compatíveis em enciclopédias chinesas a partir dos anos 265
d.C. Nesses documentos, é relatada uma doença que demonstrava ter relação entre insetos e
água. Além disso, foram descritos surtos de uma doença febril aguda nas Antilhas francesas
(1635) e no Panamá (1699), indicando a possibilidade de ser a Dengue (MARTINS, 2002).
Conforme Cansanção (2015), no século XVIII ocorreram epidemias de dengue,
existindo informações sobre esses casos da doença na Filadélfia em 1778, na Ilha de Java e
no Egito em 1779. A respeito desses surtos, a descrição clínica mais segura é que
possivelmente estavam associados à entrada do vírus pelo porto.
No século XIX, o crescimento do comércio entre os portos do Caribe e do sul dos
Estados Unidos com o resto do mundo aumentou a disseminação de surtos da doença,
indicando, a priori, surtos no Caribe e na costa atlântica sul dos EUA. Ademais, entre os anos
de 1848 e 1850, com surtos disseminados pelas regiões tendo relação com partos prematuros
e abortos (PERILO, 2020).
A dengue passou a ser considerada como um grande problema de saúde pública após
a segunda guerra mundial, dado o aumento da sua incidência, percentual de casos graves e
uma maior distribuição geográfica (VALLE et al., 2015). Possíveis fatores responsáveis por
potencializar essas epidemias foram a disseminação de múltiplos sorotipos em uma mesma
área geográfica, assim como o clima e ambiente favoráveis ao mosquito transmissor da
doença (CANSANÇÃO, 2015).
Segundo Martins (2002), no século XIX houve um possível primeiro surto de dengue
no Golfo do México com a doença se tornando prevalente até as primeiras décadas do século
XX, pois se deu início às campanhas de erradicação voltadas ao combate da Febre Amarela.
Como ambas as doenças possuem o mesmo inseto vetor, houve efeito positivo no combate à
dengue.
De acordo com Maciel et al. (2008), apesar do esforço e compromisso da
Organização Panamericana de Saúde (OPAS), bem como de vários países americanos, para a
eliminação do mosquito transmissor da dengue, apenas 21 países tiveram êxito na
erradicação. Ademais, os países que falharam nesse combate permitiram a reintrodução do
vetor em países que já haviam o erradicado. Conforme a OPAS (1995), o vírus da dengue foi
reintroduzido na América na década de 1960, tendo a confirmação dos sorotipos DEN-2 e
DEN-3 em diversos países.
Em 1977, o sorotipo DEN-1 foi isolado pela primeira vez na Jamaica e se espalhou
por diversos países das Américas, causando surtos severos (PONTES; NETTO, 1994). Já o
sorotipo DEN-4 foi identificado no ano de 1981, causando epidemias similares na América
Central Continental, Antilhas, México e Norte da América do Sul (OPAS, 1992).
De acordo com Torres (1998), em 1981 a dengue hemorrágica foi introduzida em
vários países da América central, gerando a ocorrência de uma grave epidemia em Cuba,
quando foram registrados cerca de 10 mil casos com 116.143 hospitalizações e 158 óbitos.
Segundo a OPAS (2014), entre os anos de 1995 e 2000, as epidemias concentravam-
se na América Central com a circulação de diferentes sorotipos de vírus da dengue e a partir
do século XXI ocorreu um gradativo aumento de casos na América do Sul.
1.5 Justificativa
O ano de 2011 foi o que registrou o maior número de casos de dengue, totalizando
149 ocorrências (45,29% do total). Já os anos de 2010, 2012, 2016, 2018 e 2020 registraram
os menores números de casos de dengue, com 9, 7, 2, 8 e 1 ocorrências respectivamente.
A incidência total de dengue no período foi de 1.244,8 casos/100.000 habitantes, com
média anual de 113,1 casos/100.000 habitantes. A maior incidência registrada foi de 563,8
casos/100.000 habitantes em 2011, classificada como alta. Nos anos de 2013, 2014 e 2015 a
incidência manteve-se entre 120 e 150 casos/100.000 habitantes, considerada média. No
último ano analisado, a taxa de incidência foi classificada como baixa, com apenas 3,9 casos
por 100.000 habitantes, a menor do período (Tabela 5 e gráfico 1).
Tabela 5 – Taxa de incidência de dengue por 100.000 hab. e a classificação da taxa de
incidência no município de Senador Pompeu, 2010 a 2020.
500
400
300
200
100
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.
A respeito do critério de confirmação, a maioria dos casos foi confirmada por exames
laboratoriais, correspondendo a 303 casos, ou seja, 92,10% do total. No que diz respeito à
evolução dos casos, 202 indivíduos (61,40%) evoluíram para a cura, enquanto ocorreu apenas
um óbito. Além disso, 126 casos (38,30%) foram classificados como ignorados. Por fim, em
relação à ocorrência de hospitalização, a maioria dos registros foi classificada como ignorada,
correspondendo a 85,71% do total.
4.1 Relacionar a distribuição dos casos de dengue com a pluviosidade durante o período
estudado. (Objetivo 2)
1400 160
1200 140
120
1000
Chuva em mm/ano
100
Nú mero de casos
800
80
600
60
400
40
200 20
0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
350 40
300 35
30
250
25
200
Chuva em mm/ano
Número de casos
20
150
15
100
10
50 5
0 0
10 10 10 11 11 12 12 12 13 13 14 14 15 15 15 16 16 17 17 17 18 18 19 19 20 20 20
n- u n- o v- pr- e p- eb- Ju l- ec- ay- ct- ar- ug - a n- u n- o v- pr- ep- eb- Ju l- ec- a y- ct- ar- ug - an - u n- ov -
Ja J N A S F D M O M A J J N A S F D M O M A J J N
Fonte: FUNCEME e Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do município de Senador Pompeu. Elaborado pelo autor.
No período estudado de 2010 a 2020, a grande maioria dos casos de dengue em
Senador Pompeu acompanharam o período chuvoso no primeiro semestre, com maior
quantidade de casos registrados nos meses de abril e maio.
Em 2011, em particular, os casos de dengue abrangeram os meses de março a junho.
Durante esse ano, o período chuvoso apresentou uma duração mais prolongada do que o
habitual, com médias de chuva acima da média esperada, iniciando em fevereiro e se
estendendo até maio. Com base nessas informações, foi observado um intervalo de
aproximadamente um mês entre o aumento da precipitação e o subsequente aumento dos
casos de dengue.
6. DISCUSSÃO
6.2 Relacionar a distribuição dos casos de dengue com a pluviosidade durante o período
estudado (Objetivo 2).
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