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VICTORIA BONATI
MACAÉ
2021
VICTORIA BONATI
MACAÉ
2021
CIP - Catalogação na Publicação
Bonati, Victoria
B699v VACINA DO SARAMPO NO BRASIL: UMA CRONOLOGIA EM
RETROCESSO / Victoria Bonati. -- Rio de Janeiro,
2021.
65 f.
Comissão avaliadora:
1 INTRODUÇÃO 12
2 JUSTIFICATIVA 19
3 OBJETIVOS 20
4 METODOLOGIA 21
5 RESULTADOS 23
5.1 HISTÓRIA DO SARAMPO 23
5.1.1 Antiguidade 23
5.1.2 Modernidade 25
5.4 DIAGNÓSTICO 35
6 CRONOLOGIA DO SARAMPO 56
7 CONCLUSÃO 57
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58
12
1 INTRODUÇÃO
r>1 − ( )=
1
16
0,94, o número da cobertura vacinal mínima para alcançar a
Figura 1. Mostra como funciona o curso de transmissão de uma infecção dentro de uma população.
Inicialmente, o número de novas infecções aumenta de forma progressiva de acordo com o número
de reprodução (R) da doença, até que em um dado momento, o número de indivíduos disponíveis e
suscetíveis se esgota até levar à extinção da epidemia. Adaptado de KRETZSCHMAR et al. (2009)
Fonte: Autoria própria com base nos dados de FARRINGTON et al. (2001); CODEÇO et al. (2012);
ESTOFOLETE et al. (2020); LANA et al. (2020).
antivacina foi quando em 1988 um artigo publicado na renomada revista The Lancet
2020). Ainda, o uso de algoritmos criados como forma de aumentar ganhos com
publicidade, criam bolhas que acabam reforçando ainda mais conceitos errados, por
são vilões que usam profissionais da saúde, cientistas e apoiadores das vacinas
Tendo como influência fatores como: idade dos indivíduos que se vacinam ou
discutido pela sociedade (DE SOUZA e PEREIRA, 2020; BELTRÃO et al., 2020),
18
uma vez que o sarampo é uma das principais causas de morbidade e mortalidade na
incidência, a situação atual de novos casos, até medidas necessárias para melhorar
2 JUSTIFICATIVA
3 OBJETIVOS
4 METODOLOGIA
Saúde (OPAS), Revista Science, Science Direct, Scielo, Pubmed e Web of Science,
em saúde”.
23
5 RESULTADOS
5.1.1 Antiguidade
IV a.C., bem anterior à estimativa que se tinha anteriormente, de ser uma doença do
que leva a pensar que existiu um vírus ancestral em comum entre o RPV, o vírus da
peste bovina, e o MeV, que passou por populações de gado por volta do terceiro
atravessar a barreira entre as espécies, como pode ser observado na Fig.3. Dessa
Figura 3. O item (A) mostra o tempo estimado de divergência entre o vírus do sarampo MeV, o da
peste bovina RPV e o vírus ancestral de ambos, causador da peste dos pequenos ruminantes PPRV.
O ponto em vermelho mostra o momento de divergência do vírus do sarampo (MeV), da peste bovina
(RPV) e o azul da peste dos pequenos ruminantes (PPRV) de ambos, MeV e RPV; com suas datas
de divergência estimadas na margem inferior, descritas conforme os períodos clássicos da "história
25
mundial”. Em (B), mostra o tamanho estimado (escala log10) da maior cidade do sistema central em
azul escuro, leste da Ásia em azul claro e sul da Ásia em verde, ao longo do tempo. A linha vertical
vermelha representa o tempo médio de divergência estimado entre os vírus do sarampo e da peste
bovina, já a área vermelha mostra o intervalo de densidade mais elevado, de 95% e a linha horizontal
tracejada representa o limiar clássico para a manutenção do vírus do sarampo em uma população de
250.000 indivíduos. Adaptado de DÜX et al., 2020.
5.1.2 Modernidade
segunda dose de reforço (KATZ, 2011). De 1980 a 1994, após uma cobertura de
78% de vacinação no mundo, a Organização Mundial de Saúde (OMS), estimou
uma queda do número de morte infantil por sarampo, de 2,5 milhões anualmente
para menos de 750 mil (KATZ, 2011). No Brasil, ocorriam epidemias de sarampo,
atingindo o auge do número de casos em 1986, com um registro de 129.942, a partir
de então, esse número começou a declinar conforme aumentava a cobertura
vacinal. Entretanto, atualmente, o número de casos voltou a subir, principalmente
devido à circulação de falsas notícias sobre a vacinação e o crescimento do
movimento antivacina (DE SOUZA e PEREIRA, 2020).
27
trato respiratório e nos pulmões, o MeV pode seguir duas rotas; ele pode alcançar os
que carregam o vírus ao tecido linfóide, onde será transmitido aos linfócitos CD150+
conforme mostra a rota 1 da Fig. 8, ou em uma outra via de infecção, ele se liga à
cobre o lúmen do epitélio mucociliar, com função de transmitir o MeV das células
dendríticas aos linfócitos T, conforme mostra a rota 2 da Fig. 8 (DE VRIES et al.,
2012).
31
A infecção por sarampo tem início com a incubação do vírus, período sem
sinais e sintomas que dura normalmente de 10 a 14 dias (ROTA et al., 2016). Em
seguida, inicia a fase prodrômica, com duração de 2 ou 3 dias e no máximo 8 dias,
apresentando os sintomas clássicos de tosse e coriza, podendo apresentar também
mal-estar, febre acima de 38,5°C, anorexia e conjuntivite. Um ou dois dias após o
início dessa fase, surgem as manchas de Koplik, que são lesões brancas agrupadas
observadas na mucosa bucal e desaparecem dentro de 12 a 72 horas. Em seguida
há o início da fase de exantema, com o desenvolvimento de erupção cutânea
maculopapular, que costuma surgir primeiro na região do rosto, atrás das orelhas, se
espalhando pelo tronco e extremidades, tendo duração de 5 a 7 dias, sendo que ao
final, a erupção cicatriza com a formação de lesões acastanhadas e descamação
(Figura 9) (BRASIL, 2009; AZAP and PEHLİVANOGLU, 2014; ROTA et al., 2016).
5.4 DIAGNÓSTICO
Figura 10. Evolução clínica e laboratorial do sarampo, com o período de incubação, sem sintomas, a
fase de exantema, que perdura até 7 dias, fase aguda em que o nível de IgM atinge o auge e o nível
de IgG continua aumentando, até o final da evolução clínica. XAVIER (2019).
37
Figura 11. Genótipos registrados entre 2010 a 2013, estão descritos em azul, em 2014 na cor lilás,
em 2015 na cor verde, 2018 em vermelho, 2019 em laranja e 2020 em amarelo. Autoria própria com
base nos dados de SILVA et al. (2018).
O sarampo é uma doença que precisa ser evitada, já que pode trazer diversas
complicações e sequelas graves, relacionadas à imunossupressão e possíveis
infecções secundárias geradas, esquematizadas na Fig. 12. Os que possuem
imunidade celular prejudicada, como os que convivem com a síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS), podem apresentar uma erupção cutânea
diferente da característica, além de terem maior risco de mortalidade. Além disso,
crianças desnutridas podem ter uma erupção cutânea mais pigmentada com
descamação durante a recuperação. Sendo considerados fatores de riscos:
extremos de idade e a desnutrição, responsável por acarretar ceratoconjuntivite,
pela deficiência de vitamina A, que pode levar à cegueira (MOSS, 2016; ROTA et al.,
2016).
Fonte: Autoria própria com base nos dados de MOSS (2016); ROTA et al. (2016).
40
meses foram 87,1%. Dessa forma, a partir de 1992 com a criação do Plano Nacional
de Eliminação e Erradicação do Sarampo do PNI, a vacinação passou a ser adotada
progressivamente em todos os estados (BRASIL, 2014). O esquema de vacinação
atual é composto por duas doses, sendo uma dose de tríplice viral para indivíduos
de 12 meses e a segunda de tetra viral ou tríplice viral + varicela monovalente com
15 meses de idade. A tetra viral está disponível, para vacinação de rotina, de com
idade entre 15 meses e 4 (quatro) anos 11 meses e 29 dias. Para indivíduos com 5 a
29 anos, não vacinados ou com esquema incompleto, é indicada a administração de
duas doses da tríplice viral com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses,
conforme a situação vacinal encontrada, e em indivíduos com 30 a 59 anos não
vacinados, a recomendação é de uma dose da tríplice viral conforme a situação
vacinal encontrada (GOV.BR, 2020).
Em casos de suspeita da doença pela vigilância epidemiológica, é realizada a
vacinação de bloqueio a fim de parar com a cadeia de transmissão em até 72 horas
após o contato com o caso suspeito ou confirmado, sendo indicada uma dose zero
da tríplice viral, que não conta no calendário de vacinação, em crianças com 6
meses até 11 meses e 29 dias, já em indivíduos a partir de 12 meses até 59 anos, é
indicado a vacinação conforme o Calendário Nacional de Vacinação vigente e acima
dos 60 anos, se não houver a comprovação de nenhuma dose, deve ser
administrada uma dose de vacina contendo os componentes sarampo e rubéola
(GOV.BR, 2020).
45
valor cerca de 20 vezes menor (BRASIL, 2019). Segundo o Ministério da Saúde, até
o ano de 1992, o sarampo foi responsável por 623 óbitos, tendo redução expressiva
junto ao número de internações e óbitos a partir desse ano, conforme o aumento da
cobertura vacinal, como pode ser observado na Tabela 2 e Fig.14 abaixo.
1987 9.252 58
1988 2.783 25
1989 3.182 37
1990 9.475 52
1991 8.280 40
1992 1.737 12
1993 436 2
1994 327 7
1995 192 2
1996 131 -
1997 769 6
hospitalares, com maior número nas regiões Norte e Sudeste devido o surto ocorrido
na época nessas regiões; já em 2021, foram registrados um total de 135
internações, que gerou um custo total de R$ 32.338,09, como pode ser observado
nas Tabelas 3 e 4 (Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do
SUS – SIH/SUS).
6 CRONOLOGIA DO SARAMPO
Fonte: Autoria própria com base nos dados encontrados nesta revisão bibliográfica.
57
7 CONCLUSÃO
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DRUTZ, Jan E. Measles: its history and its eventual eradication. In: Seminars
in Pediatric Infectious Diseases. WB Saunders, 2001. p. 315-322.
DÜX, Ariane et al. Measles virus and rinderpest virus divergence dated to the
sixth century BCE. Science, v. 368, n. 6497, p. 1367-1370, 2020.
61
em:<https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/acoes-contra-surto-buscam-ga
rantir-recertificacao-de-pais-livre-do-sarampo>. Acesso em 21 de junho de 2020.
em:<https://antigo.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/04/Instru----o-Normativa-Cal
KATZ, Samuel L. The history of measles virus and the development and
utilization of measles virus vaccines. In: History of Vaccine Development. Springer,
New York, NY, 2011. p. 199-206.
63
OMS. Measles vaccines: WHO position paper. Wkly Epidemiol Rec, v. 84, n.
35, p. 349-60, 2009b.
ROTA, P., MOSS, W., TAKEDA, M. et al. Measles. Nature Reviews Disease
Primers, v. 2, 16049 (2016).