Você está na página 1de 44

FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

ANA THEREZA BEZERRA DOS SANTOS


ANDREZA DE KÁSSIA ALEIXO SIQUEIRA
ELAINE MARTINS DE MOURA LIMA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE


VISCERAL ENTRE OS ANOS DE 2010 A 2020
NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Caruaru - PE

2022

1
ANA THEREZA BEZERRA DOS SANTOS
ANDREZA DE KÁSSIA ALEIXO SIQUEIRA
ELAINE MARTINS DE MOURA LIMA

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE


VISCERAL ENTRE OS ANOS DE 2010 A 2020
NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito


parcial para conclusão do curso de Farmácia da Faculdade
Maurício de Nassau.

Orientador: Prof. Msc. EFRAIM NAFTALI LOPES SOARES

Caruaru – PE

2022

2
Parecer da comissão examinadora da defesa de trabalho de conclusão de curso, na Faculdade
Uninassau – Caruaru, de:

ANA THEREZA BEZERRA


DOS SANTOS
ANDREZA DE KÁSSIA
ALEIXO SIQUEIRA
ELAINE MARTINS DE MOURA
LIMA

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE LEISHMANIOSE


VISCERAL ENTRE OS ANOS DE 2010 A 2020
NO ESTADO DE PERNAMBUCO

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. MSc. EFRAIM NAFTALI LOPES SOARES


(Orientador)

Prof. MSc. Augusto César de Oliveira Ribas

Prof. Esp. Janderley José Matos

3
RESUMO

A leishmaniose é uma zoonose, causada por protozoários do gênero Leishmania. É transmitido


aos animais e aos homens pela picada de fêmeas de várias espécies de flebotomíneos. Afetando
milhões de pessoas por ano no mundo, é prevalente em países da África, Ásia e América do
Sul. Como ponto de princípio do nosso estudo, destacamos a Leishmaniose Visceral Humana
em sua forma clínica endêmica no estado de Pernambuco, que por sua vez nos últimos anos
tem aumentado o número de casos relatados. Este trabalho tem como objetivo realizar um
levantamento sobre os casos registrados da doença e relatará o perfil epidemiológico,
sociodemográfico notificados no estado de Pernambuco, em uma série histórica de 2012 a
2022. Os dados dos casos notificados foram obtidos através de consulta ao Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foi realizado um estudo descritivo
retrospectivo dos casos notificados de LVH no estado de Pernambuco, onde se observa o
crescimento dos casos notificados durante os 10 anos. O ano que apresentou maior frequência
de casos em relação aos outros anos foi em 2018 (200 casos) equivalente a 13,87%. Foram
notificadas as menores frequência no período de 2010 a 2013, a média foi de 75 casos por ano
equivalente a 5,2%. Foi possível observar que quando analisada a zona de residência, os casos
da doença em Pernambuco foi predominante na zona urbana 49% (707)dos casos, enquanto que
40% (577) dos casos ocorreram na zona rural. Houve 14 casos (1%) em zona periurbana.
Entretanto, foi evidenciado o crescimento nos últimos anos do número de casos e a mudança
no perfil epidemiológico da zoonose, passando assim a ter sua predominância urbana.

Palavras-chave: Leishmaniose; Perfil epidemiológico; Urbanização; Zoonose; Notificação.

4
ABSTRACT

Leishmaniasis is a zoonosis caused by protozoa of the genus Leishmania. It is transmitted to


animals and men by the bite of females of various species of phlebotomine. Affecting millions
of people each year worldwide, it is prevalent in countries in Africa, Asia, and South America.
As a point of principle of our study, we highlight Human Visceral Leishmaniasis in its endemic
clinical form in the state of Pernambuco, which in turn in recent years has increased the number
of reported cases. This work aims to carry out a survey on the registered cases of the disease
and will relate the epidemiological, sociodemographic profile notified in the state of
Pernambuco, in a historical series from 2012 to 2022. Data on the reported cases were obtained
through consultation of the Notification Worsening Information System (SINAN). A
retrospective descriptive study of the reported cases of HVL in the state of Pernambuco was
conducted, where the growth of the reported cases over the 10 years was observed. The year
with the highest frequency of cases compared to other years was in 2018 (200 cases) equivalent
to 13.87%. The lowest frequencies were reported in the period from 2010 to 2013, the average
was 75 cases per year equivalent to 5.2%. It was possible to observe that when the zone of
residence was analyzed, the cases of the disease in Pernambuco was predominant in the urban
zone 49% (707) of the cases, while 40% (577) of the cases occurred in the rural zone. There
were 14 cases (1%) in peri-urban areas. however, the growth in recent years in the number of
cases and the change in the epidemiological profile of the zoonosis were evidenced, thus
becoming urban predominance.

Keywords: Leishmaniasis; Epidemiological profile; Urbanization; Zoonosis; Notifications.

5
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Ciclo de vida da Leishmaniose sp. 14

Figura 2 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco no período de 2010 a


2020 26

Figura 3 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, segundo sexo no período


de 2010 a 2020 27

Figura 4 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, mostrando a evolução


da doença no período de 2010 a 2020 28

Figura 5 – Número de casos de LV de acordo com a zona de residência no Estado de


Pernambuco, entre 2010 e 2020. 29

Figura 6 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, segundo a raça no


período de 2010 a 2020. 30

Figura 7 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, segundo a faixa etária


no período de 2010 a 2020 31

6
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS – Síndrome da imunodeficiência adquirida


DNA - Ácido Desoxirribonucléico
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
L. infantum – Leishmania infantum
L. migonei – Lutzomyia migonei
LV – Leishmaniose Visceral
OMS – Organização Mundial de Saúde
PCR – Reação em cadeia polimerase
PCLV - Programa de Controle da Leishmaniose Visceral
qPCR – PCR quantitativa em tempo real
RIFI – Reação de imunofluorescência indireta
rK39 (teste rápido Kalazar Detect)
SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação

7
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9
2 REVISÃO DA LITERATURA 11
2.1 Leishmanioses como problema de saúde pública 11
2.2 Leishmaniose visceral: etiologia e hospedeiros reservatórios 12
2.3 Flebotomíneos 13
2.4 Ciclo de vida 14
2.5 Fatores de Risco 15
2.6 Epidemiologia 16
2.7 Manifestações Clínicas 17
2.8 Diagnóstico 18
2.9 Tratamento 19
2.10 Medidas de Controle 20
3 JUSTIFICATIVA 22
4 OBJETIVOS 23
4.1 Objetivo Geral 23
4.2 Objetivos específicos 23
5 METODOLOGIA 24
5.1 Tipo de estudo 24
5.2 Área do estudo 24
5.3 Período de estudo 24
5.4 Coleta de dados 24
5.5 Análise dos dados 24
5.6 Considerações éticas 25
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 26
7 CONCLUSÕES 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

8
1. INTRODUÇÃO

As leishmanioses são zoonoses causadas por protozoários (Kinetoplastida:


Trypanosomatidae) transmitidos a animais e humanos pela picada de fêmeas de diversas
espécies de flebotomíneos. Apresentando de 20.000 a 40.000 mortes por ano, afetando 12
milhões de pessoas em 98 países, com cerca de 1,3 milhão de novos casos. (ALVAR et al.,
2012; MAROLI et al., 2013; READY, 2013;ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2016).
A leishmaniose visceral é a forma mais grave da doença, exigindo atendimento imediato. Afeta
órgãos internos, como fígado e baço, e afeta a pele e as membranas mucosas. A doença pode se
tornar fatal se não for tratada com rapidez suficiente, segundo.(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DE SAÚDE, 2016).
Estima-se que 90% dos casos de leishmaniose visceral (LV) estão concentrados na
Índia, Bangladesh, Sudão e Brasil. No Brasil, a doença é endêmica em áreas rurais, com muitos
surtos sendo observados na região Nordeste. Atualmente, a LV vem passando por um processo
de urbanização em várias regiões do país, tornando-se um grave problema de saúde pública.
Mundialmente cerca de 350 milhões de pessoas vivam nas áreasde risco das leishmanioses,
descreve (CAVALCANTE; VALE, 2014).
O Estado de Pernambuco está geograficamente localizado na região Nordeste do Brasil,
com Densidade demográfica: 89,62 hab./km², apresentando aproximadamente 9.616.621
habitantes e uma área de 98.067,880 km², estando dividido em 05 mesorregiões, 19
microrregiões e 185 municípios, além de 12 regionais de saúde, segundo (IBGE, 2020).
No Agreste pernambucano, há concentração no número de casos humanos de LV. Nos
municípios de Altinho, Caruaru, Riacho das Almas, São Caetano e Surubim. (DANTAS-
TORRES e BRANDÃO-FILHO et al., 2005), O município de Caruaru está em posição de
destaque nesse quesito, demonstrando mudanças no comportamento da doença. Cada vez mais
casos de LV humana e canina estão distribuídos nas áreas urbanas da cidade. com prevalência
média de 4,3/100. 000 habitantes nos anos de 2008 a 2010. (SOUZA, 2014), tornando-se um
município classificado com transmissão intensa para LV (Brasil, 2016).
Segundo DANTAS-TORRES e BRANDÃO-FILHO, 2006, Caruaru foi o município que
apresentou o maior número de notificações de casos humanos de LV no período de 1990 a
2001. Entre 2015 e 2017, houve uma média de 24 casos confirmados da doença. Houve também
uma estimativa de 1.000 casos suspeitos de LV. (SINAN, 2018).

Ainda existe um complexo de fatores que favorecem a disseminação da doença, como

9
a redução do investimento em saúde e educação, a descontinuidade das ações de controle. A
adaptação do vetor aos ambientes modificados pelo homem, novos fatores imunossupressores
como a infecção pelo HIV e as dificuldades de controle da doença em grandes áreas urbanas.
(DANTAS-TORRES e BRANDÃO-FILHO, 2006).

10
2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Leishmanioses como problema de saúde pública

Os protozoários do gênero Leishmania compreendem parasitas digenéticos pertencentes


à ordem Kinetoplastida e família Trypanosomatidae. Eles são os agentes causadores de um
extenso conjunto de doenças conhecidas como leishmaniose, que variam em suas manifestações
clínicas e sintomas. (READY, 2010).
A leishmaniose é uma doença crônica. A forma tegumentar da doença se manifesta por
lesões cutâneas que podem ser únicas ou múltiplas, além de lesões mucosas, que ocorrem no
local da picada do inseto vetor e podem resultar em graves deformidades. (REITHINGER et
al., 2007; RUAS et al., 2014). A forma visceral é a mais grave, caracterizada por
hepatoesplenomegalia e linfadenopatia. As taxas de letalidade variam de 10 a 20%, constituindo
um importante problema de saúde pública. A forma mais grave da doença é conhecida como a
"forma visceral" (ALVAR et al., 2012; ARAÚJO et al., 2012).
Durante vários anos, a leishmaniose foi formada por endemias predominantemente
silvestres e rurais. Agora, a doença está sendo transmitida por pessoas que vivem em cidades e
vilas (DEANE; DEANE, 1955; LAINSON, 1988; SHAW, 2007). As mudanças ambientais, o
acelerado processo de urbanização e a migração para áreas endêmicas são os principais fatores
por trás da mudança no padrão epidemiológico da Leishmaniose (DESJEUX, 2004; PAVLI;
MALTEZOU, 2010). Esses aspectos, associados à persistência de condições de vida
inadequadas, têm aumentado a frequência de casos em áreas urbanas. (ARAÚJO et al., 2013;
DANTAS-TORRES; BRANDÃO-FILHO, 2006a), sendo evidente a correlação entre a
condição socioeconômica da população e a doença (ALVAR; YACTAYO; BERN, 2006;
CLEM, 2010; DESJEUX, 2004).
A leishmaniose ocorre atualmente em vários países das regiões tropicais e subtropicais
do mundo. Esses países incluem as Américas, África, Ásia, Oriente Médio e Europa. A doença
é mais comum nas regiões tropicais e subtropicais. (CHAPPUIS et al., 2007; MAROLI et al.,
2013), sendo considerada a principal doença tropical negligenciada. (ALVAR et al., 2012). A
cada ano, 400.000 desenvolvem a forma visceral e 1,2 milhão a forma tegumentar da doença.
Um número significativo de casos não é notificado devido à notificação obrigatória em apenas
32 países. Estima-se que a prevalência seja em torno de 12 milhões de pessoas. (ALVAR et al.,
2012; ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2015).

11
Cerca de 90% dos casos de LV ocorrem em apenas seis países: Brasil, Índia,
Bangladesh, Sudão, Sudão do Sul e Etiópia. A situação da LV é uma das mais preocupantes no
cenário de saúde pública mundial, onde 90% dos casos estão em seis países. (ALVAR et al.,
2012). O aumento na distribuição da doença deve-se, em parte, às co-infecções com HIV/AIDS,
desnutrição e fatores genéticos. (ALVAR et al., 2008, 2012; DANTAS-TORRES, BRANDÃO-
FILHO 2006b; READY, 2014).
A LV em Pernambuco é semelhante à de outros estados do país, em que o aumento da
incidência em áreas urbanas está relacionado à pressão humana sobre o meio ambiente. O
padrão epidemiológico da LV no estado também é semelhante ao de outros estados. (AGUIAR
et al., 2003; DANTAS-TORRES; BRANDÃO- FILHO, 2005). Tem incidência em todas as
faixas etárias, acometendo principalmente crianças menores de 10 anos e adultos jovens do sexo
masculino. (ARAÚJO et al., 2012).
O aumento da densidade populacional humana, a diversidade de vetores, espécies de
Leishmania, reservatórios, condições ecológicas, epidemiológicas e culturais contribuem para
aumentar a disseminação da leishmaniose. Da mesma forma, a subnotificação de casos, a
ausência de uma vacina capaz de imunizar a população humana, o surgimento de resistência
parasitária aos medicamentos administrados dificultam o estabelecimento de políticas públicas
mais direcionadas e efetivas.. (DANTAS-TORRES, BRANDÃO-FILHO 2006b; READY,
2014)

2.2 Leishmaniose visceral: etiologia e hospedeiros reservatórios

A LV é causada por um protozoário heteroxênico, células intracelulares obrigatórias do


sistema fagocitário mononuclear. Na América Latina, na região do Mediterrâneo e na Europa,
a doença é causada. por L. (L. ) infantum, enquanto na África e na Índia o agente etiológico é.
L. donovani. (READY, 2014).
O cão doméstico (Canis lupus familiaris) é o único reservatório primário confirmado do
parasita. Dentre as várias espécies de mamíferos do Novo Mundo que podem atuar como
reservatório de L. infantum, o cão doméstico tem sido o mais bem sucedido. (COURTENAY
et al., 2014; DANTAS-TORRES; OTRANTO, 2014). No entanto, a infecção natural no gato
doméstico (Felis silvestres catus) também tem sido descrita (COELHO et al., 2010; SAVANI
et al., 2004), demonstrando a necessidade de estudos que esclareçam o real papel destes animais
como reservatórios. No ambiente silvestre, os reservatórios são as raposas (Dusicyon vetulus e
Cerdocyon thous) (ALENCAR, 1961; COURTENAY et al., 2002; DEANE; DEANE, 1955,

12
ROQUE; JANSEN,2014). Marsupiais didelfídeos (Didelphis albiventris e Didelphis
marsupialis) (HUMBERG et al., 2012; QUINNELL; COURTENEY, 2009; SHERLOCK,
1996) e roedores (Nectomys squamipes, Rattus rattus e Holochilus scieurus) foram
encontrados naturalmente infectados no Brasil, na Colômbia e na Venezuela (DANTAS-
TORRES; BRANDÃO-FILHO, 2006b; LIMA et al., 2013; TRAVI et al., 1998; ZULUETA et
al., 1999), e podem estar envolvidos na manutenção do parasito em áreas endêmicas.

2.3 Flebotomíneos

Os flebotomíneos são dípteros que pertencem à família Psychodidae, subfamília


Phlebotominae. Os flebotomíneos são encontrados no Velho Mundo e no Novo Mundo. Eles
são agrupados nos gêneros: PhleBotomus, Sergentomyia e Chinius no velho mundo e
Lutzomyia, Brumptomyie e Warileya no Novo. (YOUNG; DUNCAN, 1994). Os gêneros
Phlebotomus e Lutzomyia são de importância médica, devido à sua ampla distribuição
geográfica e capacidade de transmitir a Leishmania. Estão presentes principalmente nas zonas
quentes da Ásia, África, Austrália, Sul da Europa e Américas. (KILLICK-KENDRICK, 1999;
READY, 2013). São conhecidas cerca de 988 espécies destes insetos no mundo, 269 delas são
registradas no Brasil (GALATI, 2014),representando uma das faunas mais bem estudadas.
Estima-se que 98 espécies, sendo 42 do gênero Phlebotomus e 56 do gênero Lutzomyia,
são capazes de transmitir o parasito no mundo (MAROLI et al., 2013). L. migonei é uma espécie
com ampla distribuição geográfica na América do Sul, incluindo o Brasil. Pode ser encontrada
tanto em ambientes silvestres quanto em lares e abrigos de animais, com capacidade de
adaptação a ambientes que sofreram intensa ação antrópica. (AZEVEDO; RANGEL, 1991;
FORATTINI et al., 1973; GUIMARÃES et al., 2012; RANGEL; LAINSON, 2009). A espécie
é altamente antropofílica, sendo considerada uma espécie eclética por se alimentar de uma
variedade de animais. Além disso, a espécie também é considerada altamente eclética em sua
dieta. Acredita-se que a espécie seja muito intensamente antropofílica. Foi encontrado para
comer uma grande variedade de animais (AGUIAR et al., 1987; FORATTINI et al., 1973).
Ademais, L. migonei é vetor comprovado de Leishmania (Viannia) braziliensis no Brasil
(NIEVES; PIMENTA, 2000) e na Venezuela (GRIMALDI Jr.; TESH, 1993).

13
2.4 Ciclo de vida

O ciclo de vida do protozoário é intracelular, com localização e multiplicação dentro de


macrófagos, sendo esta forma denominada amastigota. Estes, quando ingeridos pelo
flebotomíneo, por meio da alimentação sanguínea, transformam-se e multiplicam-se em
promastigotas no intestino médio. As promastigotas sofrem intensa multiplicação dentro do
lúmen intestinal. Eles então se diferenciam em formas promastigotas metacíclicas, que são as
formas infecciosas. Essas formas colonizam diferentes partes do trato digestivo dos insetos.
Eles são então transformados em formas paramastigóticas. (SACKS; SILVA, 1987). Inicia-se
uma interação entre o parasita e a resposta imune do hospedeiro que determinará a expressão
clínica da leishmaniose. Vários fatores do sistema imunológico são ativados, mas a resposta
imune celular, específica da Leishmania, tem papel decisivo no controle da infecção.
(SILVEIRA; LAINSON; CORBETT,2004).

Figura 1: Ciclo de vida da Leishmaniose sp.


Fonte: Disponível em http://bioligadosblog.blogspot.com acesso em 05/11/2022 às 15:19h.

14
Os flebotomíneos digerem as proteínas do sangue produzindo proteases que são
secretadas no lúmen do intestino médio. A suscetibilidade da Leishmania à digestão no intestino
é específica para o estágio de desenvolvimento do parasita. formas em estágios intermediários
são extremamente suscetíveis à morte por enzimas digestivas. Um bolo alimentar denso é
formado dentro do intestino médio que atua como uma barreira à difusão de enzimas digestivas
atuando como um filtro seletivo. Após um período de uma a quatro horas de ingestão de sangue,
inicia-se a formação de uma matriz peritrófica, constituída por componentes secretados pelas
células do epitélio intestinal. As formas promastigotas podem resistir às atividades de enzimas
presentes no intestino médio do inseto. Eles escapam da matriz peritrófica, aderem ao epitélio
intestinal, completam o ciclo de vida dentro do inseto vetor e se desenvolvem e se diferenciam
em formas infecciosas. As barreiras naturais existentes dentro do flebotomíneo levarão à
refração ou suscetibilidade do inseto à infecção. Fatores que determinarão a competência
vetorial do inseto será determinado pelo estudo do flebotomíneo. (PIMENTA; SECUNDINO;
BLANCO, 2003).
A doença é transmitida ao hospedeiro mamífero quando flebotomíneos fêmeas inoculam
a forma promastigota metacíclica (infectante). Estes são liberados na epiderme do hospedeiro
e fagocitados por células do sistema fagocitário mononuclear. Dentro do fagolisossoma dos
macrófagos, diferenciam-se em formas amastigotas, que se multiplicam intensamente por.
divisão binária. Os macrófagos estão repletos dessas formas, são desvitalizados e se rompem,
liberando essas formas. Essas formas serão, em processo contínuo, fagocitadas por novos
macrófagos. A disseminação hematogênica ocorre então para outros tecidos ricos em células
do sistema mononuclear fagocitário. Esses tecidos incluem baço, medula óssea e placas de
Peyer. (CIARAMELLA; CORONA, 2003).

2.5 Fatores de Risco

As leishmanioses, em geral, ambas têm forte relação com a pobreza. As precárias


condições de moradia, a falta de saneamento básico e ambiental, além da proximidade de
fazendas de gado, aumentam o risco de exposição aos flebotomíneos vetores. Além disso,
fatores como desnutrição e síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) podem aumentar o
risco de doença e a gravidade da doença. (ALVAR; YACTAYO; BERN, 2006)
A presença de determinados animais foi vista como possível fator de risco para
transmissão da LV. Em alguns surtos, a presença de cães dentro ou perto de residências pode
estar associada à infecção humana. A presença de animais dentro ou ao redor das residências

15
também foi apontada como fator de risco para a doença. (CUNHA et al., 1995). A presença de
outros reservatórios, como o gambá-de-orelha-preta (Didelphis marsupialis), no peridomicílio
também tem sido apontada como um fator de risco (CABRERA, 1999). Alexander et al. (2002)
demonstraram que a galinha pode ser um fator de risco na manutenção de vetores próximos as
habitações, entretanto a mesma não consegue sustentar infecções por Leishmania, sendo
refratária, pois várias características fisiológicas incluindo a temperatura corporal evitam o
parasitismo destes animais pela leishmania.
Foi demonstrado que à presença de bovinos podem aumentar (BERN et al., 2007;
BERN; COURTENAY; ALVAR, 2010) ou diminuir o risco para transmissão de LV no sul da
Ásia, segundo (SAHA et al., 2009).
A organização do espaço urbano pode ter grande influência na disseminação da doença.
Moreno et ai. (2005) verificaram que a falta de coleta de lixo pelo sistema público, o lixo não
armazenado ou depositado fora das residências, áreas de erosão no bairro, tempo de exposição
fora das casas entre 18:00 e 22:00 h em locais com presença do vetor..

2.6 Epidemiologia

Em Pernambuco, em trabalho pioneiro, Pereira et ai. (1985) descreveram alguns


aspectos da epidemiologia da LV em Pernambuco. Nesse período, de um total de 336 casos
registrados no estado, 68,5% eram crianças menores de nove anos. Destacaram-se Sertão
(64,8% dos casos) e Zona da Mata (33,5%). Na década de 1990, Pernambuco apresentou uma
importante expansão geográfica. Apesar de sua história endêmica na região do Sertão, a maioria
dos casos de notificações em humanos na década de 1990 ocorreu na região do Agreste. A
maioria dos casos de notificação em humanos foi encontrada na área do Agreste. De acordo
com Dantas-Torres e Brandão-Filho (2006a), No período de 2000 a 2008, a LV foi bastante
expressiva, com um total de 1.350 casos confirmados e 86 óbitos. essa concentração de casos
no Agreste levou à formação de um cinturão de municípios com LV no entorno de Caruaru.
Ainda neste mesmo estado, no período entre 2000 e 2008, foram mais de 1.000 casos
confirmados de LV. (BRASIL, 2009).
No período de 2008 a 2017 foram notificados 2.874 casos suspeitos da doença, desses
1.109 casos foram confirmados no Estado. Os anos com maior número de casos confirmados
foram 2014 e 2017 ambos com 174 casos (SINAN, 2018). O aumento observado nas
notificações pode estar relacionado ao aumento de casos ou maior conscientização sobre a
vigilância epidemiológica da doença, Em 2006b, Dantas-Torres e Brandão-Filho já sugeriam

16
que vários fatores poderiam contribuir para a disseminação da doença em Pernambuco. Dentre
estes, o intenso fluxo migratório intermunicipal, principalmente do interior do estado para a
Região Metropolitana do Recife, ou no sentido contrário. Muitas dessas famílias passaram a se
instalar nas periferias das médias e grandes cidades, formando aglomerados densamente
povoados que apresentam precárias condições de infraestrutura e saneamento básico. Além
disso, muitos deles passaram a viver em casas que não estavam bem equipadas para suas
necessidades. O ciclo zoonótico da LV, em Pernambuco, encontra-se estabelecido em áreas
periurbanas e urbanas, como nos municípios de Petrolina e Paulista (CESSE et al., 2001),
(DANTAS-TORRES; ALMEIDA; BRANDÃO-FILHO, 2005) e Caruaru (AGRA et al., 2016).
A LV continua sendo uma doença negligenciada, acometendo principalmente crianças.
Nas áreas rurais, as más condições de vida da população são importantes determinantes do
processo saúde-doença, assim como nas áreas urbanas e periurbanas. A LV é uma doença que
acomete principalmente crianças, principalmente na zona rural. (SILVA; VASCONCELOS,
2003), sobretudo as desnutridas (QUEIROZ; ALVES; CORREIA; 2004).

2.7 Manifestações Clínicas

As manifestações clínicas da leishmaniose são variáveis e dependem da associação entre


fatores intrínsecos do parasita e a resposta imune do hospedeiro. (PEARSON; SOUZA, 1996).
A LV é considerada uma doença espectral, conhecida como calazar, esplenomegalia tropical,
febre dundun, entre outras. As apresentações clínicas variam desde formas assintomáticas, nas
quais o indivíduo não apresenta evidências de manifestações clínicas, até o quadro clássico da
doença que se caracteriza pela presença de febre, anemia e manifestações hemorrágicas além
de linfadenomegalia, perda de peso, taquicardia e, menos frequentemente, tosse seca e diarréia
Os sinais e sintomas de desnutrição se desenvolvem à medida que a doença progride. Estes
incluem edema periférico, perda de cabelo e alterações na pele e nas unhas. (BADARÓ et al.,
1986). A LV é uma doença sistêmica muito grave, com migração dos parasitos para o fígado,
baço, medula óssea e tecido linfóide do intestino, podendo levar o hospedeiro à morte
(HANDMAN, 2000).
Em cães, a doença apresenta um amplo espectro de formas clínicas, com evolução lenta
e início insidioso. (BLAVIER et al., 2001; BRASIL, 2006; FEITOSA et al., 2000) Alopecia,
úlcera de pele, perda de peso, esplenomegalia, linfadenomegalia e onicogrifose devem ser
investigadas. Além disso, nódulos de ulcerações, hemorragias intestinais, paralisia dos
membros posteriores, ceratite com cegueira e caquexia.

17
2.8 Diagnóstico

O diagnóstico clínico é bastante complexo, pois a doença em humanos pode apresentar


sinais e sintomas comuns a outras patologias presentes na área onde ocorre a LV. Diferentes
técnicas podem ser utilizadas para o diagnóstico da LV. O diagnóstico é realizado
rotineiramente com base em parâmetros clínicos e epidemiológicos. Um diagnóstico definitivo
requer a demonstração do parasita através de métodos parasitológicos. (GONTIJO; MELO,
2004; SINGH; SIVAKUMAR, 2003). Os exames laboratoriais desempenham um papel
importante no auxílio ao diagnóstico da LV. Por esta razão, os exames laboratoriais
desempenham um papel fundamental no processo de diagnóstico Em 2009, o ministério da
saúde adquiriu o teste imunocromatográfico rK39 (teste rápido Kalazar Detect), Recomenda-se
o teste imunocromatográfico rK39 em conjunto com outras técnicas de diagnóstico pelos
serviços de saúde. Apresenta melhor desempenho em relação ao teste sorológico distribuído
pelo próprio MS (BRAGA et al., 2010)
O diagnóstico laboratorial da LV é dado pela demonstração das formas amastigotas.
Esta pesquisa pode ser realizada em medula óssea, pele, fígado, baço e material de linfonodo.
O teste também pode ser feito em sangue, urina e outros fluidos corporais. (ARTAN et al.,
2006). Muitos casos são relatados apenas por critérios clínicos e epidemiológicos. Devido à
falta de profissionais para realizar o diagnóstico da LV, muitos casos não são notificados. A LV
é uma condição não diagnosticada que causa dor intensa, náusea, vômito e outros sintomas.
Pode ser difícil de diagnosticar e tratar. (BRASIL,2006).
Hemoglobina acima de 9g/dl, hiperglobulinemia, trombocitopenia, leucopenia e
inversão de albumina/globulina. Alterações bioquímicas podem estar presentes e incluem
aumento dos níveis de aminotransferase e bilirrubina e um leve aumento dos níveis de ureia e
creatinina. (BRASIL, 2006).
No Brasil, os testes imunológicos utilizados são a imunofluorescência indireta (RIFI),
imunoensaios enzimáticos. O resultado do RIFI é expresso em diluições, sendo considerados
soros positivos a fluorescência do parasita na diluição 1:80. (BRASIL, 2006).
A aspiração esplênica é o método mais sensível (90-95%) para demonstração do
parasita. É seguido por aspiração de medula óssea, biópsia hepática e aspiração de linfonodos.
O diagnóstico parasitológico mais importante é o aspirado esplênico, seguido do
aspirado linfonodalComo o procedimento é mais seguro, recomenda-se a aspiração da medula
óssea. O material aspirado deve ser examinado por meio de pesquisa direta, na qual uma gota
do aspirado é depositada em uma das extremidades da lâmina. Ou isolamento em meio de

18
cultura (in vitro, isolamento em animais suscetíveis, in vivo) (BRASIL, 2006).
Com o advento da biologia molecular várias metodologias têm sido desenvolvidas
(SUNDAR; RAI, 2002). A hibridização de Ácido Desoxirribonucleico (DNA), por exemplo,
apresenta alta sensibilidade (LOPEZ et al., 1988). Porém, o processo de hibridização é um
pouco complexo, limitando o seu uso na rotina de diagnóstico (SUNDAR; RAI, 2002).
A PCR (reação em cadeia da polimerase) tem sido amplamente utilizada para
diagnosticar a LV. É considerada uma ótima ferramenta no diagnóstico molecular da LV,
através da pesquisa do DNA do parasita em diferentes materiais. Ele pode ser usado para testar
a presença do vírus em diferentes amostras. (CORTES et al., 2004; FISSORE et al., 2004;
MICHALSKY et al., 2011).
Alta sensibilidade e especificidade, capacidade de detectar e identificar o protozoário
envolvido, além de poder ser aplicado diretamente em amostras clínicas, produzindo um
resultado confiável em poucas horas, são vantagens inegáveis da PCR sobre os métodos
diagnósticos tradicionais de alta sensibilidade e especificidade. (IKONOMOPOULOS et al.,
2003).
A PCR tem sido uma importante ferramenta em estudos epidemiológicos, na tentativa
de identificar animais silvestres e domésticos como hospedeiros ou reservatórios da doença. A
PCR fez um avanço significativo em sua tecnologia, que é a PCR quantitativa em tempo real
(qPCR) neste estudo. A PCR é capaz de promover quantificação precisa e monitoramento em
tempo real do produto amplificado. Tem sido utilizado por diversos autores em amostras de
cães e humanos, possibilitando a realização de estudos relacionados à carga parasitária,
interação parasita-hospedeiro e monitoramento da terapia. (FRANCINO et al., 2006;
MORTARINO et al., 2004;).

2.9 Tratamento

No Brasil, a droga de escolha para o tratamento da LV é o Glucantime, permanecendo o


tratamento inicial de escolha. (BERMAN, 1997). Outras drogas estão sendo usadas no
tratamento da leishmaniose, incluindo pentamidina, anfotericina B, miltefosina e
paromomicina. Além dos antimoniais, outros medicamentos são usados para tratar a doença,
como a paromicina. (RATH et al., 2003).
A anfotericina B, no Brasil, tem sido utilizada como alternativa de tratamento para LV,
sendo comercializada em frascos de 50 mg. Devido à sua baixa solubilidade, deve ser
reconstituído em 10 mL de água destilada no momento do uso e durante a administração, a

19
solução deve ser diluída em soro fisiológico 5%. A anfotericina B não deve ser misturada com
outros medicamentos ou soluções que contenham eletrólitos. O efeito colateral deste
medicamento é enorme, incluindo: dor de cabeça, febre, calafrios, astenia, vômitos, hipotensão,
alterações pulmonares e complicações renais. O risco de precipitação é alto. (BRASIL, 2006).
A pentamidina tem sido mais utilizada na Europa e na África como droga alternativa no
tratamento da LV. Apesar de ser altamente tóxico, é muito útil em casos de pacientes que não
responderam ao antimônio ou que são hipersensíveis ao antimônio. (RATH et al., 2003).
No Brasil, esse medicamento é comercializado em ampolas contendo 300mg/sal. Em pacientes
com LV, a dose administrada é de 4 mg/kg/dia em dias alternados para um total de 15 doses,
não excedendo 2 g como dose total. (BRASIL, 2006).
A alta taxa de resistência aos antimoniais tornou-se um problema na Índia e no Sudão.
Diante desse fato, a Organização Mundial de Saúde (OMS) direcionou esforços para pesquisar
novos medicamentos e novas formulações para medicamentos que já estavam em uso. A OMS
também lançou uma campanha para aumentar a conscientização sobre a doença. (GENARO,
2005). Um novo medicamento oral conhecido como miltefosina tornou-se disponível. Esta
droga mostrou uma cura eficaz de 95% em um estudo de calazar indiano. (GONTIJO; MELO,
2004).
A paromomicina tem sido usada isoladamente ou em combinação com antimônio
pentavalente para o tratamento da LV. Em um estudo realizado no Sudão, verificou-se ser mais
eficaz do que o Sb5+ sozinho. Também se mostrou superior ao Sb4+ sozinho em alguns estudos
na Índia. (SEAMAN et al., 1993). O estudo. também demonstraram que a combinação com
antimônio pentavalente era. possível reduzir a duração do tratamento de 30 dias para 20 e 17
dias, respectivamente, com eficácia superior. e mortalidade reduzida. (SUNDAR;
CHATTERJEE, 2006).
Os critérios de cura para pacientes com LV são essencialmente clínicos, e com o passar
das semanas pode-se observar o desaparecimento da febre, redução da hepatoesplenomegalia e
melhora dos parâmetros hematológicos. O acompanhamento do paciente tratado deve ser feito
aos 3, 6 e 12 meses após o tratamento. (BRASIL, 2006).

2.10 Medidas de Controle

Apesar do amplo conhecimento sobre os elementos da cadeia do ciclo de transmissão


desta doença, as estratégias de controlo não estão a ser eficazes. (COSTA; VIEIRA, 2001) e
centradas no diagnóstico e tratamento precoce dos casos, redução da população de

20
flebotomíneos, eliminação dos reservatórios e atividades de educação em saúde (BRASIL,
2006).
Há alguns anos, foi sugerida a necessidade de aproximação entre pesquisadores e
trabalhadores da saúde pública. Isso lhes permitiria rever as estratégias de controle atuais e
definir procedimentos capazes de avaliar seu impacto. (COSTA; VIEIRA, 2001). Diversas
iniciativas foram desenvolvidas, incluindo a implementação de laboratórios de pesquisa que
prestam serviços de referência ao Ministério da Saúde. Recentemente, a partir do final dos anos
90, as atividades do Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV) foram
descentralizadas e agora estão sobre responsabilidade dos municípios, com supervisão dos
estados. Entretanto, após esta descentralização, o desempenho das equipes locais deve ser
monitorado de forma central, que necessita não somente avaliar, mas também suportar as
atividades desenvolvidas. Isto é importante para melhoria do PCLV e desse modo seus impactos
poderiam ser melhor avaliados (DANTAS-TORRES; BRANDÃO-FILHO, 2006a).
De acordo com Shaw (2007), o sucesso na eficácia das estratégias de controle será
obtido quando se entender melhor a diversidade genética da Leishmania spp. e dos reservatórios
envolvidos no ciclo zoonótico de cada espécie.
Os esforços para combater os vetores são basicamente direcionados para as formas
adultas dos flebotomineos, porem ainda é desconhecido os criadouros da maioria das espécies,
o combate ao vetor e realizado por borrifação do peridomicilio para redução transmissão
parasitária e outras medidas como a educação sanitária da população são ações que integram e
que devem ser adotadas em conjunto para o controle do vetor (BRASIL, 2016).

21
3. JUSTIFICATIVA

A Leishmaniose Visceral é uma doença negligenciada, que causa grande impacto a


saúde pública. No estado de Pernambuco incide em praticamente todo território. Ademais,
observa-se um processo de urbanização da doença, sendo observados casos no ambiente
urbano e periurbano.
A presença do vetor e de animais domésticos em ambientes peridomiciliares
associados às precárias condições sanitárias vêm proporcionando ótimas condições para o
estabelecimento e manutenção do ciclo de transmissão da doença.
Dessa forma, se faz necessário verificar as áreas que apresentam maior risco de
adoecer, as características sócio-demográficas e epidemiológicas da doença para que se
possa compreender a atual situação da Leishmaniose Visceral no estado de Pernambuco,
ampliando, assim, os conhecimentos sobre a epidemiologia desta zoonose e colaborando
com a definição de melhores estratégias de controle para levar uma maior qualidade de saúde
a população.

22
4. OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

Analisar o perfil epidemiológico da Leishmaniose Visceral Humana (LVH) no estado


de Pernambuco entre os anos de 2010 a 2020.

4.2 Objetivos Específicos

 Verificar o número de casos notificados de LVH no estado de Pernambuco no


período de 2010 a 2020.
 Verificar os casos por sexo, evolução dos casos, zona de residência de LVH no
estado de Pernambuco no período de 2010 a 2020.
 Verificar os casos notificados por raça/cor, faixa etária de LVH no estado de
Pernambuco noperíodo de 2010 a 2020.

23
5. METODOLOGIA

5.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo retrospectivo, para avaliar a


distribuição da doença no estado de Pernambuco, localizado na região Nordeste.

5.2 Área do estudo

O estudo foi realizado no estado de Pernambuco, localizado na região Nordeste do


Brasil. A população estimada do estado é de 9.674.793 habitantes distribuídos em 185
municípios. É o estado mais populoso do nordeste. Tem uma área territorial de 98.067.877 km²,
segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,2022).

5.3 Período de estudo

A pesquisa do estudo foi entre o período de 2010 a 2020 de casos notificados no estado
de Pernambuco.

5.4 Coleta de dados

Os casos de LV humana ocorridos no estado de Pernambuco no período


compreendido entre 2010 e 2020 utilizou-se de fonte de dados do Sistema de Informação de
Agravos de Notificação (SINAN).
Os dados incluídos para análise foram número de casos, sexo, evolução, zona de
residência, raça e faixa etária.

5.5 Análise dos dados

Os resultados foram analisados de forma descritiva e expressos em gráficos, já os


dados foram tabulados no programa Microsoft Excel® 2016.

24
5.6 Considerações éticas

Não foi necessáriaa avaliação da comissão de ética por terem sido utilizados dados
secundários a partir da análise dos dados epidemiológicos do estado não havendo a descrição do
paciente. O trabalho segue as normas da resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) nº
466, de 12 de dezembro de 2012.

25
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período de 2010 a 2020 no estado de Pernambuco, foram notificados 1.442 casos de


Leishmaniose Visceral. (Figura 2).
Pernambuco possui semelhança com outros estados do Brasil em seu padrão
epidemiológico da Leishmaniose visceral humana, nos quais à pressão antrópica sobre o meio
ambiente está relacionada com o aumento da incidência em áreas urbanas (AGUIAR et al.,
2003; DANTAS-TORRES; BRANDÃOFILHO, 2005).
A Leishmaniose Visceral é considerada em Pernambuco endêmica, com características
rurais que vem se expandido em áreas urbanas (PERNAMBUCO, 2015), mesmo sendo um dos
estados com menor número de casos apresentados de Leishmaniose Visceral entre os outros da
Região Nordeste do Brasil.
Consideravelmente uma doença negligenciada grave e de potencial letal, seu quadro da
leishmaniose visceral humana possui evolução e expansão preocupante no Estado de
Pernambuco. Apesar de esforços ao longo de décadas, a doença tem demonstrado padrões que
reforçam a ineficácia das medidas atuais de prevenção e controle (SOUSA; RAMALHO;
MELO, 2018).
Na figura 2, observa-se o crescimento dos casos notificados durante os 10 anos. O ano
que apresentou maior frequência de casos em relação aos outros anos foi em 2018 (200 casos)
equivalente a 13,87%. Foram notificadas as menores frequência no período de 2010 a 2013, a
média foi de 75 casos por ano equivalente a 5,2% .

200
185 181
170 175

118 113
87
71 72 70

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

26
Figura 2 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco no período de 2010
a 2020. Fonte: SINAN, 2022.
No que se refere a proporção dos casos em relação ao sexo, a população masculina tem
sido mais afetada, somando o total de 973 casos de LV. Já a população feminina soma o total
de aproximadamente 505 casos para o mesmo período. (Figura 3)
A incidência apresentada é do sexo masculino nas mais variadas faixas etárias, em sua
maioria crianças menores de 10 anos e jovens adultos (ARAÚJO et al., 2012).
O presente estudo da doença se caracterizou principalmente, por acometer, indivíduos
do sexo masculino. Também foram encontrados resultados semelhantes alguns estudos (SILVA
et al, 2021; SOUSA, RAMALHO, MELO, 2018; CAVALCANTE, VALE, 2014; OLIVEIRA,
PIMENTA, 2014; SOUZA et al., 2012; PRADO et al., 2011; DUARTE, 2010).
Achados estes que possam justificar a tendencia da leishmaniose visceral ser
relativamente crônica e afetar crianças por serem mais vulneráveis e viverem em áreas
endêmicas, por serem, e pessoas de sexo masculino, devido à exposição mais frequente (PAHO,
2020; WHO, 2010; BELO et al., 2013).

Masculino Feminino

35%

65%

Figura 3 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, segundo sexo no


período de 2010 a 2020. Fonte: SINAN, 2022.

Dos 1442 casos confirmados, 1240 continham informações sobre a evolução clínica,
dos quais 71% (1024) evoluíram para a cura, 101 pacientes foram a óbito por LV, 43 foram a
óbito por outras causas. Destacando que 14% (202 casos) não possuíam informações sobre a
evolução da doença. (Figura 4).

27
Resultado semelhante foi encontrado por Leite (2016) que descreveu os resultados
encontrados no estado de Pernambuco, entre 2005 e 2014, houve 80,7% dos casos que
evoluíram para cura, 13,6% para óbito, 4,6% transferências e 0,5% abandono de tratamento.
Com relação ao número de óbitos, o achado se assemelha ao estudo de Silva et al. (2008)
que relataram um total de 11% de óbito dos pacientes identificados com LVH na Ilha de São
Luís, 2004 a 2006.
Apesar do alto índice de evolução para cura, a LV por ser uma doença sistêmica, de
caráter crônico, pode levar ao óbito em até 90% dos casos se não for tratada. Evidenciando
assim a necessidade de ações mais intensivas das equipes de saúde nas localidades com alto
potencial de casos de LV, combatendo os vetores, acompanhando os possíveis hospedeiros
e apresentando ações educativas para conscientização da população em relação aos locais
propícios para a proliferação do flebotomínio e a gravidade da doença.

Ign/Branco Cura Abandono


Óbito por LV Óbito por outra causa Transferência

3%
5%
0% 14%
7%

71%

Figura 4 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, mostrando a


evolução da doença no período de 2010 a 2020. Fonte: SINAN, 2022.

Quando analisada a zona de residência, os casos da doença em Pernambuco foi


predominante na zona urbana 49% (707) dos casos, enquanto que 40% (577) dos casos
ocorreram na zona rural. Houve 14 casos (1%) em zona periurbana. (Figura 5), resultado
semelhante ao encontrado por Dantas-Torres et al. (2006), onde já se observava uma
predominância de casos da LV na zona urbana no estado de Pernambuco.
Em 2014, Souza et al. relataram que, entre 2005 e 2010, 51,7% das notificações eram
oriundas da zona rural, enquanto que 48,3%, da zona urbana. A doença que tinha um caráter
eminentemente rural passa a ser identificada na área urbana corroborando como os achados

28
dessa pesquisa. Essa migração de casos da zona rural para a zona urbana vem acontecendo em
outras regiões do país como no Nordeste (LEITE, 2016)
Esse fenômeno pode estar associado à redução de investimentos em saúde e educação,
medidas preventivas e mudanças ambientais e climáticas.

Ign/Branco Urbana Rural Periurbana

1%

11%

40%

48%

Figura 5 – Número de casos de LV de acordo com a zona de residência no Estado de


Pernambuco, entre 2010 e 2020. Fonte: SINAN, 2022.

Em relação a raça demonstrou-se que a LV se apresentou com maior frequência em


indivíduos de cor parda 71% (1024) casos, em seguida a cor branca 11% (159). E em menor
frequência os índios com 2% (29) casos. (Figura 6)
Esse achado é semelhante ao observado no estudo realizado em Fortaleza (2007-2017)
que prevaleceu a cor de pele parda (ALMEIDA, 2020), resultados semelhantes foi encontrado
por Leite (2016) em Pernambuco no ano de 2005 a 2014.

29
Ign/Branco Branca Preta Amarela Parda Indigena

2%

8%

11%

7%
1%

71%

Figura 6 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, segundo a raça no


período de 2010 a 2020. Fonte: SINAN, 2022.

A faixa etária de maior ocorrência foi entre as crianças de 1 a 4 anos, com 24,2% (349)
dos casos, e entre os adultos predomina a faixa etária dos 20 a 39, com 23,8% (343), sugerindo
que esses sãos grupos que tem maior frequência a infecção (Figura 7).
Sobral JM (2018) em seu estudo epidemiológico na cidade de Sobral no Ceará,
identificou a prevalência de casos na faixa etária de 1 a 4 anos e 20 a 39, corroborando com os
dados do presente estudo.
Segundo Souza (2018), a maior ocorrência na idade de 0 a 4 anos é decorrente de alguns
fatores: imunidade baixa, maior carência nutricional, maior contato das crianças com os
animais. Em relação a faixa etária de 20 a 39 anos o percentual de ocorrência pode estar
relacionado ao maior contato dos indivíduos com os flebótomos vetores da doença e,
consequentemente, a uma maior frequência da infecção.

30
casos

349 343

241

150

90 80
72
36 29 34
18

<1 Ano 1a4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 39 40 a 59 60 a 64 65 a 69 70 a 79 80 e +

Figura 7 – Casos de Leishmaniose Visceral no Estado de Pernambuco, segundo a faixa


etária no período de 2010 a 2020. Fonte: SINAN, 2022.

31
7. CONCLUSÕES

Em conclusão ao presente trabalho, no período de 2010 a 2020 foram notificados 1.442


casos de Leishmaniose Visceral, dos quais 71% evoluíram para a cura, 101 para óbitos e 43
foram a óbitos por outras causas.
Em relação ao sexo, a população masculina foi a mais afetada.
A zona de incidência predominante foi a zona urbana 49% dos casos, enquanto 40% na
zona rural.
Em relação a raça demonstrou-se que a LV apresentou-se com maior frequência em
indivíduos de cor parda 71%, em seguida a cor branca 11% e índios com 2% dos casos.
A faixa etária de maior ocorrência foi entre crianças de 1 a 4 anos, com 24,2% dos casos
e entre adultos na faixa etária dos 20-39 anos.
Algumas medidas preventivas são necessárias para evitar a transmissão da doença,
como: o uso de repelentes, não exposição em horários de atividade do vetor, limpeza urbana e
eliminação dos resíduos sólidos orgânicos. Outro aspecto são as estratégias de controle que
devem ser usadas de maneira efetiva baseado no diagnóstico e tratamento precoce dos casos,
redução da população de flebotomíneos e eliminação dos reservatórios. O esclarecimento da
população sobre as medidas de prevenção e controle da doença é imprescindível para o controle
da doença.

32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGRA, M. C. R. et al. Sandflies (Diptera: Psychodidae) in an urban area of Northeastern Brazil.


Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 49, n. 6, p. 698-702, 2016.

AGUIAR, G. M.; VILELA, M. L.; LIMA, R. B. Ecology of the sandflies of Itaguai, an area of
cutaneous Leishmaniasis in State of Rio de Janeiro. Food preferences (Diptera, Psychodidae,
Phlebotominae). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 82,n. 4, p. 583-
584, 1987

AGUIAR, V. et al. Distribuição dos casos de leishmaniose visceral humana em Pernambuco,


Brasil em 2002. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 36, s. 2,
p. 39-40, 2003.

ALENCAR, J.E. PROFILAXIA DO CALAZAR NO CEARÁ, BRASIL. Rev Inst Med Trop,
São Paulo, v.3, n.4, p. 175-80, 1961.

ALEXANDER, B. et al. Role of the domestic chicken (Gallus gallus) in the epidemiology of
urban visceral Leishmaniasis in Brazil. Emerging Infectious Diseases, Atlanta, v. 8, n. 12, p.
1480-1485, 2002.

ALMEIDA, C. P. et al. Leishmaniose visceral: distribuição temporal e espacial em Fortaleza,


Ceará, 2007-2017. Epidemiol. Serv. Saúde [online]; 2020, vol.29, n.5, e2019422.

ALVAR, J.; YACTAYO, S.; BERN, C. Leishmaniasis and poverty. Trends in Parasitology,
Oxford, v. 22, n. 12, p. 552-557, 2006.

ALVAR, J. et al. The Relationship between Leishmaniasis and AIDS: the second 10 years.
Clinical Microbiology Reviews, Washington, v. 21, n. 2, p. 334-359, 2008.

ALVAR, J. Leishmaniasis worldwide and global estimates of its incidence. PLos One, San
Francisco, v. 7, n. 5, 2012.

ARAÚJO, A. P. O. DE et al. Disruption of the peritrophic matrix by exogenous chitinase

33
feeding reduces fecundity in Lutzomyia longipalpis females. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 107,
n. June, p. 543–545, 2012

ARAÚJO, V. E. M. et al. Risk of visceral Leishmaniasis in Brazil: A spatial analysis in urban


area. PloS Neglected Tropical Diseases, San Francisco, v. 7, n. 11, 2013. Disponível:<
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3820760/>. Acesso em: 03 de outubro de
2022.

ARTAN, R. et al. Liver biopsy in the diagnosis of visceral Leishmaniasis. Journal of


Gastroenterology and Hepatology, Melbourne, v. 21, n. 1, p. 299-302, 2006.

AZEVEDO, A. C.; RANGEL, E. F. A study of sandfly species (Diptera: Psychodidae:


Plebotominae) in a focus of cutaneous Leishmaniasis in the municipality of Baturité, Ceará,
Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 86, n. 4, p. 405-410, 1991.

BADARO, R. et al. A Prospective Study of Visceral Leishmaniasis in an Endemic Area of


Brazil. The Journal of Infectious Diseases, v. 154, n. 4, p. 639–649, 1986

BADARÓ, R. et al. New perspectives on a subclinical form of visceral Leishmaniasis. Journal


of Infectous Disease, Oxford, v. 154, p.1003-1011, 1986.

BELO, V.S.; WERNECK, G.L.; BARBOSA, D.S.; SIMÕES, T.C.; NASCIMENTO, B.W.; DA
SILVA, E.S.; STRUCHINER, C.J. Factors associated with visceral leishmaniasis in the
americas: a systematic review and meta-analysis. PLoS neglected tropical diseases, v. 7, n.4,
e2182, 2013.

BERMAN, J. D. Human Leishmaniasis: clinical, diagnostic, and chemotherapeutic


developments in the last 10 years. Clinical Infectious Diseases, Chicago, v. 24, n. 4, p.684-
703, 1997.

BERN, C. et al. The epidemiology of visceral Leishmaniasis and asymtptomatic Leishmanial


infection in a highly endemic Bangladesh village. American Journal Tropical of Medicine
and Hygiene, Baltimore, v.76, p.909-914, 2007.

34
BERN, C.; COURTENAY, O.; ALVAR, J. Of Cattle, Sand Flies and Men: A Systematic
Review of Risk Factor Analyses for South Asian Visceral Leishmaniasis and Implications for
Elimination. Plos Neglected Tropical Diseases, San Francisco, v.4. n.2. p. 1-9, 2010.

BLAVIER, A. et al. Atypical forms of canine leishmaniosis. Veterinary Journal, London, v.


162, n. 2, p. 108-120, 2001.

BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Vigilância e Controle da


Leishmaniose Visceral. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006. – (Série A. Normas eManuais
Técnicos).

BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. II Fórum de discussão sobre o tratamento da


leishmaniose visceral canina (LVC). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2009; Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/ii_forum_tratamento_relatorio_final_07_10_2
009.pdf>. Acesso em: 13 de setembro de 2022.

BRAZIL, R. P.; OLIVEIRA, M. O. Parthenogenesis in the sand fly Lutzomyia mamedei


(Diptera: Psychodidae). Medical and Veterinary Entomology, Oxford, v. 13, p. 463-464,
1999.

CABRERA, M. A. A. Ciclo enzoótico de transmissão da Leishmania. (Leishmania) chagasi


Cunha & Chagas, 1937 no ecótopo peridoméstico em Barra deGuaratiba, Rio de Janeiro – RJ:
estudo de possíveis variáveis preditoras. 1999.

Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz,
Rio de Janeiro, 1999.

CAVALCANTE, I. J. M.; VALE, M. R. Aspectos epidemiológicos da leishmaniose visceral


(calazar) no Ceará no período de 2007 a 2011. Revista Brasileira de Epidemiologia, São
Paulo, v. 17, n. 4, p. 911-924, 2014.

CHAPPUIS, F. et al. Visceral Leishmaniasis: what are the needs for diagnosis, treatment and
control? Nature Reviews Microbiology, London, v. 5, p. 873-882, 2007.

35
CESSE, E. A. P. et al. Organização do espaço urbano e expansão do calazar. Revista Brasileira
de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 1, n. 2, p. 167-166, 2001.

CIARAMELLA, P.; CORONA, M. Canine Leishmaniasis: Clinical and Diagnostic Aspects.


Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian, Warrenton, v.25,
n.5, p.358-368, 2003.

COELHO, W. M. et al. Occurrence of Leishmania (Leishmania) chagasi in a domestic cat (Felis


catus) in Andradina, São Paulo, Brazil: case report. Revista Brasileira de Parasitologia e
Veterinária, São Paulo, v. 19, p. 256–258, 2010.

CORTES, S. et al. PCR as a rapid and sensitive tool in the diagnosis of human and canine
Leishmaniasis using Leishmania donovani s.l.-specific kinetoplastid primers. Transactions of
the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, London, v.98, n. 1, p. 12-17, 2004.

COSTA, C. H. N.; PEREIRA, H. F.; ARAÚJO, M. V. Epidemia de Leishmaniose Visceral no


Estado do Piauí, Brasil, 1980-1986. Rev Saúde Pública, v. 24, n. 5, p. 1980–1986, 1990.

COSTA, C. H. N.; VIEIRA, J. B. F. Mudanças no controle da leishmaniose visceral no Brasil.


Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 34, n. 2, p. 223-228,
mar./abr, 2001.

COURTENAY, O. et al. Heterogeneities in Leishmania infantum infection: using skin parasite


burdens to identify highly infectious dogs. PloS Neglected Tropical Diseases, San Francisco,
v. 8, n. 1, 2014.

COURTENAY, O. et al. Low infectiousness of a wild life host of Leishmania infantum: the
crab-eating fox is not important for transmission. Parasitology, London, v. 125, p. 407–414,
2002.

CUNHA, S. et al. Visceral Leishmaniasis in a new ecological niche near a majormetropolitan


area of Brazil. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene,
London, v. 89, n. 2, p. 155-158, 1995.

36
DANTAS-TORRES, F. Situação atual da epidemiologia da leishmaniose visceral em
Pernambuco. Rev Saúde Pública, v. 40, n. 3, p. 537–541, 2006.

DANTAS-TORRES, F.; ALMEIDA, F. A.; BRANDÃO-FILHO, S. P. Phlebotomine sandflies


of na urban focus of visceral Leishmaniasis, Pernambuco State. Revista de Patologia Tropical,
Goiania, v. 34, n. 2, p. 157-160, 2005

DANTAS-TORRES F.; BRANDÃO-FILHO S.P. Expansão geográfica da leishmaniose


visceral no estado de Pernambuco. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
Brasília, v. 39, n.4, p.352-356, 2006a.

DANTAS-TORRES, F.; BRANDÃO-FILHO, S. P. Visceral Leishmaniasis in Brazil: revisiting


paradigms of epidemiology and control. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São
Paulo, São Paulo, v. 48, n. 3, p. 151-156, maio/jun. 2006b.

DANTAS-TORRES, F.; OTRANTO, D. Dogs, cats, parasites, and humans in Brazil: opening
the black box. Parasites & Vectors, London, v. 7, n. 22, 2014.

DANTAS-TORRES, F. Situação atual da epidemiologia da leishmaniose visceral em


Pernambuco. Rev Saúde Pública, v. 40, n. 3, p. 537–541, 2006.

DEANE, L. M.; DEANE, M. P. Observações preliminaries sobre a importância comparativa do


homem, do cão e da raposa ( Lycalopex vetulus ) como reservatórios da Leishmania donovani,
em área endêmica de calazar no Ceará. O Hospital, Rio de Janeiro, v. 48, p. 61-76, 1955.

DESJEUX, P. Leishmaninais: current situation and new perspectives. Comparative,


Immunology, Microbiology & Infectious Diseases, Oxford, v. 27, n. 5, p. 305-318, 2004.

DUARTE, J. L.S. Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose visceral no município de


Rondonópolis, Mato Grosso, 2003-2008. São Paulo. Dissertação de Mestrado. Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2010

FEITOSA, M. M. et al. Aspectos clínicos de cães com leishmaniose visceral no município de


Araçatuba - São Paulo (Brasil). Revista Clínica Veterinária, São Paulo, n. 28, p. 36-44, 2000.

37
FISSORE, C. et al. Convenience of serum for visceral Leishmaniasis diagnosis by PCR. Journal
of Clinical Microbiology, Washington DC, v. 42, n. 11, p. 5332-5333,2004.

FORATTINI, O. P. Psychodidae, Phlebotominae, Leishmanioses, Bartonelose. In: Blucher, E.


Entomologia Medica. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1973.

FRANCINO, O. et al. Advantages of real-time PCR assay for diagnosis and monitoring of
canine leishmaniosis. Veterinary Parasitology, Amsterdam, v. 137, p.214-221, 2006.

GALATI, E. A. B. Apostila de Bioecologia e Identificação de Phlebotominae (Diptera,


psychodidae). São Paulo: Universidade de São Paulo, 2014.

GENARO, O. Leishmaniose Visceral Americana. Fonte In: NEVES, D. P. Parasitologia


Humana. São Paulo: Atheneu, 2005. cap. 10, p. 67-83.

GONTIJO, C. M. F.; MELO, N. M. Leishmaniose Visceral no Brasil: quadro atual, desafios e


perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v.7, p.338-349, 2004.

GRIMALDI Jr., G.; TESH, R.B. Leishmanisis of the New World: current concepts and
implications for future research. Journal Clinical Microbiology, Washington, v. 6, p. 230-250,
1993.

GUIMARÃES, V. C. F. V. et al. Phlebotomine sand flies (Diptera: Psychodidae) in São Vicente


Férrer, a sympatric area to cutaneous and visceral Leishmaniasis in Pernambuco, Brazil. Revista
da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 45, n. 1, p. 66-70, 2012.

HANDMAN, E. Cell Biology of Leishmania. Advances in Parasitology, London, v. 44, p. 1-


39, 2000.

HUMBERG R. M. et al. Leishmania chagasi in opossumus (Didelphis albiventris) in an urban


area endeminic for visceral Leishmaniasis, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil.
American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, Baltimore, v. 87, p. 470- 472, 2012.

38
IKONOMOPOULOS, J. et al. Molecular diagnosis of leishmaniosis in dogs. Comparative
application of traditional diagnostic methods and the propose assay on clinical samples.
Veterinary Parasitology, New York, v. 113, p. 99-113, 2003.

KILLICK-KENDRICK, R. The biology and control of phlebotomine sandflies. Clinics in


Dermatology, Philadelphia v. 17, p. 279–289, 1999.

LAINSON, R. Ecological interactions in the transmission of the Leishmaniases. Philosophical.


Transactions of Royal Society of London, London, v. 321, p. 380-404, 1988.

LAINSON, R.; RANGEL, E. F. Ecologia das leishmanioses: Lutzomyia longipalpis e a


ecoepidemiologia da Leishmaniose Visceral Americana (LVA) no Brasil. In: RANGEL, E. F.;
LAINSON, R. Flebotomíneos do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2003, p. 311-336.

LAINSON, R.; RANGEL, E.F. Lutzomyia longipalpis and the eco-epidemiology of American
visceral Leishmaniasis, with particular reference to Brazil: a review. Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 100, n. 8, p. 811-827, 2005.

LAINSON, R.; WARD, R.D.; SHAW, J.J. Experimental transmission of Leishmania chagasi,
causative agent of neotropical visceral Leishmaniasis by the sandfly Lutzomyia longipalpis.
Nature, London, v. 266, p. 628-630, 1977.

LEITE, C.E.A. Leishmaniose Visceral humana em Pernambuco: Epidemiologia e gastos


com internação hospitalares. [s.I] Universidade Federal de Pernambuco, 2016.

LEITE, C. E. A.; VIDAL, S. A. Perfil epidemiológico da leishmaniose visceral humana no


estado de Pernambuco, Brasil, 2005-2014. DESAFIOS - Revista Interdisciplinar da
Universidade Federal do Tocantins, [S. l.], v. 9, n. 2, p. 210–219, 2022.

LIMA, B. S. et al. Small mammals as hosts of Leishmania spp. in a highly endemic area for
zoonotic Leishmaniasis in North-Eastern Brazil. Transactions of the Royal Society of
Tropical Medicine and Hygiene, London, v. 107, n. 1, p. 592-597, 2013.

39
LOPES, E. G. P. et al. Transmission of visceral leishmaniasis in dogs in a risk area of the
metropolitan region of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. Arq Bras Med Vet Zootec, v.
68, n. 6, p. 1403–1412, 2016.

LOPEZ, M. et al. The use of nonradioactive DNA probes for the characterization of Leishmania
isolates from Peru. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene,Baltimore, v. 38,
n. 2, p. 308-314, 1988.

MICHALSKY, E. M. et al. Infecção natural de Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis (Diptera:


Psychodidae) por Leishmania infantum chagasi em flebotomíneos capturados no município de
Janaúba, Estado de Minas Gerais, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, Brasíllia, v.44, n.1, p. 58-62, jan./fev, 2011.

MAROLI, M. et al. Phlebotomine sandflies and the spreading of Leishmaniases and other
diseases of public health concern. Medical and Veterinary Entomolology, Oxford, v. 27, p.
123-147, 2013.

MORENO, E. C. et al. Risk factors for Leishmania chagasi infection in na urban area of Minas
Gerais State. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v.38, n.6.
p.456-463, nov./dez, 2005.

MORTARINO, M. et al. Quantitative PCR in the diagnosis of Leishmania.Parassitologia,


Roma, v. 46, n. 1-2, p.163-167, 2004.

NIEVES, E.; PIMENTA, P. F. P. Development of Leishmania (Viannia) braziliensis and


Leishmania (Leishmania) amazonensis in the sand fly Lutzomyia migonei (Diptera:
Psychodidae), Entomological Society of America, College Park, v. 37, n. 1, p. 134-140, 2000

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Leishmaniasis: disease information. Disponível


em: <https://www.who.int/health-topics/leishmaniasis >. Acesso em: 06 de outubro de 2022.

PAVLI, A.; MALTEZOU H. C. Leishmaniasis, an emerging infection in travelers.


International Journal of Infectious Diseases, Hamilton, v. 14, p. 1032–1039, 2010.

40
PEARSON, R. D.; SOUZA, A. Q. Clinical spectrum of Leishmaniasis. Clinical infectious
diseases, Chicago, v. 22, p.1-11, 1996.

PIMENTA, P.; SECUNDINO, N.F.C.; BLANCO, E.E.N. Interação vetor-hospedeiro. In:


RANGEL, E.F.; LAINSON, R. (eds). Flebotomíneos do Brasil. 1º ed. Rio de Janeiro: Fiocruz,
2003, p. 275-279.

PRADO, P.F.; ROCHA, M.F.; SOUSA, J.F.; CALDEIRA, D.I.; PAZ, G.F. DIAS, E.S.
Epidemiological aspects of human and canine visceral leishmaniasis in Montes Claros, State of
Minas Gerais, Brazil, between 2007 and 2009. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., v.44, n.5, p.561-
566, 2011.

QUINNELL, R. J.; COURTENAY, O. Transmission, reservoirs, hosts and control of zoonotic


visceral Leishmaniasis. Parasitology, London, v. 16, p. 1-20, 2009.

RANGEL, E. F.; LAINSON, R. Proven and putative vectors of American cutaneous


Leishmaniasis in Brazil: aspects of their biology and vectorial competence. Memórias do
Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 104, n. 7, p. 937-954, 2009.

RANGEL, E. F.; VILELA, M. L. Lutzomyia longipalpis (Diptera, Psychodidae,


Phlebotominae) and urbanization of visceral Leishmaniasis in Brazil. Cadernos de Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 12, p. 2948-2952, 2008.

RATH, S. et al. Antimoniais Empregados no Tratamento da Leishmaniose: Estado da Arte.


Química Nova, São Paulo, v. 26, n. 4, p. 550-555, 2003.

READY, P. D. Biology of phlebotomine sand flies as vectors of disease agents. AnnualReview


of Entomology, Palo Alto, v. 58, p. 227-250, 2013.

READY, P. D. Epidemiology of visceral Leishmaniasis. Journal of Clinical Epidemiology,


Oxford n. 6, p. 147–154, 2014.

READY, P. D. Leishmaniasis emergence in Europe. Euro Surveillance, Saint-Maurice, v.15,

41
n. 10, 2010. Disponível em:
< http://www.eurosurveillance. org/ViewArticle.aspx?ArticleId=19505> Acesso em: 26 de
setembro de 2022.

REITHINGER, R. et al. Cutaneous Leishmaniasis. Lancet Infectious Diseases, New York, v.


7, p. 581–596, 2007.

ROQUE, A. L. R.; JANSEN, A. M. Wild and synanthropic reservoirs of Leishmania species in


the Americas. International Journal for Parasitology: Parasites and Wildlife, New York, v.
3, p. 251-262, 2014

RUAS, A. C. N. et al. Voice disorders in mucosal Leishmaniasis. PloS One, San Francisco, v.
9, n. 7, 2014. Disponível em:
http://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0101831>.
Acesso em: 09 de setembro de 2022.

SACKS, D. L; SILVA, R. The generation of infective stage Leishmania major promastigotesis


associated with the cell surface expression and release of a developmentally regulated glycolipid.
Journal of Immunology, Baltimore, v.139, p. 3009-3106, 1987.

SAHA, S. et al. Visceral Leishmaniasis is preventable in a highly endemic village in West


Bengal, India. Transanctions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene,
London, v.103, n.7, p.737-742, jul. 2009.

SAVANI, E.S. et al. The first record in the Americas of an autochthonous case of Leishmania
(Leishmania) infantum chagasi in a domestic cat (Felix catus) from Cotia County, São Paulo
State, Brazil. Veterinary Parasitology, Amsterdam, v. 120, p. 229–233, 2004.

SEAMAN, J. et al. Epidemic visceral Leishmaniasis in Sudan: a randomized trial of aminosidine


plus sodium stibogluconate versus sodium stibogluconate alone. Journal of Infectious
Diseases, Chicago, v.168, p. 715-20, 1993.

SHAW, J. J. The Leishmaniases - survival and expansion in a changing world. A mini review.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 102, n. 5, p. 541-547, 2007.

42
SHERLOCK, I. A. Ecological interactions of visceral Leishmaniasis in the state of Bahia,Brazil.
Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 91, p. 671–683, 1996.

SILVA, A. R. et al. Situação epidemiológica da leishmaniose visceral, na Ilha de São Luís,


Estado do Maranhão. Revista Da Sociedade Brasileira De Medicina Tropical, v. 41, n. 4, p.
358–364, 2008.

SILVA, D. F., VASCONCELOS, S. D. A ten year (1990-1999) survey on Leishmaniasis


incidence in Pernambuco State, Northeastern Brazil. Revista de Patologia Tropical, Goiania,
v. 32, n.1, :53-61, 2003.

SILVEIRA, F. T.; LAINSON, R.; CORBETT, C. Clinical and immunopathological spectrum


of American cutaneous Leishmaniasis with special reference to the disease in the Amazonian
Brazil: a review. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v.9, n.3. p. 239-251,
maio. 2004.

SINGH, S.; SIVAKUMAR, R. Recent advances in the diagnosis of Leishmaniasis. Journalof


Postgraduate Medicine, Bombay, v. 49, n. 1, p. 55-60, 2003.

SINAN. Sistema de Informações de Agravos e Notificação. Secretaria Estadual de Saúde de


Pernambuco, 2021.

SOUSA, J. M. S.; Ramalho, W. M.; Melo, M. A. Demographic and clinical characterization of


human visceral leishmaniasis in the State of Pernambuco, Brazil, between 2006 and 2015. Rev
Soc Bras Med Trop [Internet]. 2018 Sep-Oct [cited 2020 Aug 6];51(5):622-30. Available

SOUSA, N. A. et al. Perfil epidemiológico dos casos de leishmaniose visceral em Sobral-


CE de 2011 a 2015. SANARE 2018; v. 17, n. 1, p. 51-57.

SOUZA, T. L. et al. Natural breeding sites of phlebotomine sand flies (Diptera: Psychodidae)
on Marambaia island, Rio de Janeiro State, Brazil. Acta Tropica, Basel, v. 136, p. 104-107,
2014.

43
SUNDAR, S.; CHATTERJEE, M. Visceral Leishmaniasis - current therapeutic modalities.
Indian Journal of Medical Research, New Delhi, v. 123, p. 345-352, 2006. SYMMERS, W.
S. Leishmaniasis acquired by contagion: a case of marital infection inBritain. Lancet, London,
v. 1, p. 127-132, 1960.

SUNDAR, S.; RAI, M. Laboratory diagnosis of visceral Leishmaniasis. Clinical and


Diagnostic Laboratory Immunology, Washington DC, v. 9, n. 5, p. 951-958, 2002.

TRAVI, B. L. et al. Leishmania (Leishmania) chagasi: Clinical and Parasitological Observation


in experimentally Infected Didelphis marsupialis, reservoir of New World visceral
Leishmaniasis. Experimental Parasitology, New York, v. 88, p. 73-75, 1998.

YOUNG, D. G.; DUNCAN, M. A. Guide to the identification and geographic distribution of


Lutzomyia sand flies in Mexico, the West Indies, Central and South America (Diptera:
Psychodidae). Memoirs of the American Entomological Institute, v. 54, p. 1-881, 1994.

ZULUETA, A. M. et al. Epidemiologic aspects of American visceral Leishmaniasis in an


endemic focus in eastern Venezuela. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene,
Baltimore, v. 61, p. 945–950, 1999.

44

Você também pode gostar