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1. Manual BDSM
2. CONSELHOS
3. REGADS DO BDSM
4. CONTRATO
MANUAL PARA A MEU SUBMISSO
Primeiramente, devo reconhecer que fazer um manual de regras é ter uma visão completa
do que se quer o que é muito complicado quando se refere a relações. Obviamente, há um
contexto ditado pela liturgia, esse elemento constituinte do BDSM, seu eixo norteador, sua
caracterização, mas, obviamente, que não esgota a "questão".
As regra ditadas pela liturgia são básicas, estão extremamente acessíveis, já domina seus princípios
básicos. Fico pensando como ir além, como dar conta dessa dinâmica, dessa construção coletiva e
gerar "regras" gerais que possam ser usadas por meu menino e eventualmente por outros que se
beneficiem do meu conhecimento.
Tem coisas que até parecem lugares comuns mas tornam-se fundamentais ao menos na minha
ótica. Vamos ao "Manual":
Primeiramente e mais importante: qual relação queremos construir? Uma submissão baseada na
dominação tirânica, sufocante ou em alg0 mutuamente construído, legitimado, acolhido e bem
vivido? Particularmente, fiz opção pela segunda e, confesso, que é mais difícil dar conta de uma
relação que opõe o "só eu falo" com o "meu sub fala, eu escuto e decido". Isso significa, na visão de
muitos, abrir mão de uma parcela do poder do dominante.
Sou o primeiro a dizer que talvez seja mesmo ou , então, argumentar que o direito de decidir nunca
saiu das mão do Top mas enriqueceu-se por elementos e considerações vindas do submisso em
interação, nunca em superposição.
Não seria eu quem diria que a vontade do submisso deve sobrepor-se ao do Top mas sou o primeiro
a dizer que não ouvir o submisso pode significar não ter o domínio legitimado, a sujeição que
provoca o prazer e, portanto, tirando casos de dependência extrema, conduzir à devoluções de
coleira.
Ser honesto, na perspectiva do sub, deve ser o momento de expressão respeitosa de seus anseios,
dúvidas e temores, de uma demonstração que o bem estar do Top nunca deixou de ser um dos
objetivos do(a) sub e a confiança é um elemento fundamental nas relações.
Ser leal não é deixar de discordar, não deixar de expressar suas opiniões, sempre no foro e com o
respeito necessário mas é ter em conta que honra, esse elemento fundamental e tão fora de moda,
é uma tônica nos relacionamentos e nesse em especial.
Ser honrado é uma distinção a ser perseguida incensantemente e, muito mais do que manter o bom
conceito junto ao público, é ter clareza de que se fez todo o possível para manter-se alto o nível e a
auto-estima que provém da consciência do dever (bem) cumprido , de poder manter a cabeça alta
(mesmo para um sub) em face de qualquer pessoa ou grupo, sempre merecendo a reputação que
apenas os melhores podem ter.
Qual é a pessoa que racionalmente e com honestidade consigo mesma em algum momento de sua
vida? Da mesma forma que não há problema algum, também é muito bom saber-se um aprendiz e
falível em muita coisa, fazendo-nos pensar e repensar muito a nossa prática e, principalmente, os
nossos valores. Isso vale tanto para bottoms como para Tops sabendo-se da consequência dos atos
e estando pronto para arcar com o preço de nossas decisões.
4. Ninguém é obrigado a fazer o que ameace sua integridade física e mental Será que
isso vai criar polêmica? Gostaria de imaginar que não mas tenho certeza que sim, haverá polêmica.
Lealdade será sempre uma via de duas mãos: sim, o bottom sempre terá de ser leal ao seu Dono(a)
assim como encontrar no Top a recíproca.
Haverá alguma diferença entre a crueldade pura e simples e o desinteresse do Top por seu bottom?
O que isso significa? Qual resultado se obtém? Onde o próprio bottom chega com isso?
Acredito que o grande mérito da escravidão moderna praticada dentro do BDSM é incluir a
possibilidade de se ter em conta a dimensão humana do bottom, sua história de vida, seus
conceitos e princípios de vida que, longe de limitarem a ação do Top, oferecem uma linha segura de
ação que preservará não apenas sua legitimidade enquanto detentor do poder mas também o torna
uma pessoa respeitada para seu bottom e para o meio onde vive.
Isso não significa que o Top não deva ouvir seu submisso e como dissemos no tópico anterior isso
torna-se um fator de grande utilidade para quem decide mas aí entra algo que eu costumo chamar
de "poder do príncipe" (maquiavélico assim mesmo), o direito e até mesmo o dever de dar a última
palavra, o que decide.
Respeitosamente, o submisso pode e deve encaminhar ao seu Dom as suas questões e demandas
(conquanto tenha permissão para fazê-lo) mas deve entender que o direito de voz que é dado não
implica, necessariamente, em acatamento.
Se o que não foi acatado é essencial para a continuidade do serviço a única solução é a devolução
da coleira que é um recurso não apenas possível mas desejável já que do bom serviço decorre o
bom conceito do submisso para sim mesmo (principalmente) e para o meio.
Isso passa por atitudes simples como pedir permissão para o Top para retirar-se , pelo motivo que
seja, do lugar está até o relacionamento com outros dominantes e subs que estejam no mesmo
espaço, entre milhares de outras possíveis variáveis.
Isso denota, como já disse, respeito consigo próprio e com seu Dono(a). Nada mais importante do
que isso.
7. Discrição
Poderia não ter criado esse tópico já que está contido no sexto mas gostaria de dar um destaque
especial à esse fator já que muitas vezes, da observação de Tops e Submisso decorre que muitos
Submisso não adotam uma postura discreta. Esclareça-se que com discrição não desejo falar da
anulação da personalidade e das características mais espontâneas que elas podem conter. No
entanto, reflitamos: como submisso(a), como subordinado(a) à um Top não seria conveniente uma
postura discreta sem ser apagada, mantendo os princípios litúrgicos que norteiam o BDSM?
Se quiserem pensar em termos "baunilha", diríamos que ser discreto é, principalmente, um gesto
de elegantemente seguir a etiqueta requerida em cada espaço. Tenho dezenas de exemplos de
subs, homens e mulheres que impõe-se pela discrição, pela delicadeza e pelo tato no
relacionamento público com seu Top, atraindo a admiração e o respeito dos que os cercam.
Poderíamos servir sem ter condições físicas para suportar as demandas sejam elas quais forem? É
pouco provável e isso talvez seja tão frustrante ao submisso como ao Dominador.
Manter, portanto, as condições de saúde física e mental adequadas vêm em abono do próprio
submisso e orgulho para seu Dominador evitando que esse último tenha preocupações excessivas
com algo que poderia ser cuidado pela sua peça.
Obediência poderia falar por si mesma mas é bom que se ressalte não haver limites para a
obediência devida a um Top por seu submisso . A palavra do Dono(a) é lei para o(a) sub, obviamente
enquanto ele(a) se sinta respeitado(a) enquanto pessoa que é.
No fim da história, o resumo é simples: se tem alguma objeção à ordem dada, peça para ser
ouvido(a) e, em sendo, apresente respeitosamente suas objeções com a consciência que pode ou
não ser atendido.
Em não sendo ouvido ou não sendo atendido, ressalto, repito, reitero, em havendo qualquer ameça
significativa à saúde física ou mental e essas condições perdurarem, a devolução da coleira não é só
uma direito mas como um dever para si próprio e nenhum bottom deve hesitar em fazê-lo por mais
doloroso que seja. A devoção é uma condição essencial para que a submissão aconteça. A
admiração é um fator essencial para colocar-se de joelhos, ao menos de forma voluntária como é no
caso do BDSM. Fora da coação, da força, pessoalmente não consigo conceber nenhuma submissão
duradoura que não seja baseada na forte percepção que o Top de fato o é, está acima de todos e
acima do bottom, posição que lhe é conferida pela legitimação de seu domínio e pelo bottom não
ter outra alternativa senão a irrestrita obediência.
Leituras de artigos de boas fontes, pessoas com atuação no meio e de competência reconhecida são
alimentos importantes para uma boa prática BDSM. A supervisão da leitura deve ser feita
cuidadosamente pelo Top e os pontos de discordância e de conflito com as práticas eleitas devem
ser esclarecidos e monitorados.
Bem, esses são alguns itens básicos e que me ocorrem nesse momento e que para mim norteiam
uma prática BDSM intensa e prazerosa para todos. Quanto mais vivemos, mais aprendemos e a lista
aumenta.... Logo faço a revisão!
Menciono aqui 10 pontos chaves, a ter muita atenção, pois se o
submisso quer ter uma relação saudável com a seu Dono, tem que levar
em conta as suas obrigação, deveres, responsabilidades…
Seja realistas, seu Dono é humana, ela pode cometer erros e se
equivocar. Não chame sua atenção por coisas que você percebe ser um
lapso. Seja generoso na construção da relação entre os dois. Saiba a
diferença entre realidade e o mundo de fantasia que você vê em livros e
revistas.
2. Seja humilde: Você não precisa falar que é bom, sempre existirá uma
oportunidade para sua atitude mostrar o quão bom você é. Muitas vezes
falamos mais que a “nossa realidade”, e dessa forma acabamos sendo
mal sucedidos por não atingir essa expectativa criada.
5. Seja honesto: Seu Dono espera que você seja sincero sobre seus
desejos, necessidades, fantasias, saúde e frustrações. Mentir só poderá
conduzir a sua relação ou cena para problemas. Além de ser realmente
perigoso. Às vezes é difícil falar de coisas tão íntimas, mas faça um
esforço para responder sobre determinada questão.
10. Cuidado:
Divirta-se, pois o BDSM é um jogo intenso e envolvente, porem seja
responsável e cauteloso. Pois nele várias práticas envolvem riscos reais.
REGRAS BÁSICAS DE DOMINAÇÃO E SUBMISSÃO
______DMCRM________________ __________________________
Dominador Submisso