(1) A fé tem sido incompreendida e distorcida, sendo usada para manipulação e lucro em vez de cura; (2) É importante considerar o contexto histórico e cultural dos textos bíblicos para evitar interpretações equivocadas; (3) Algumas lideranças têm transformado a fé em atos mágicos ao invés de uma convicção baseada na confiança em Deus.
(1) A fé tem sido incompreendida e distorcida, sendo usada para manipulação e lucro em vez de cura; (2) É importante considerar o contexto histórico e cultural dos textos bíblicos para evitar interpretações equivocadas; (3) Algumas lideranças têm transformado a fé em atos mágicos ao invés de uma convicção baseada na confiança em Deus.
(1) A fé tem sido incompreendida e distorcida, sendo usada para manipulação e lucro em vez de cura; (2) É importante considerar o contexto histórico e cultural dos textos bíblicos para evitar interpretações equivocadas; (3) Algumas lideranças têm transformado a fé em atos mágicos ao invés de uma convicção baseada na confiança em Deus.
"Dificilmente haverá alguma palavra na linguagem religiosa – seja ela
erudita ou popular - que tenha sido mais incompreendida, distorcida e mal definida, que a palavra fé. Ela é um desses termos que primeiro precisam ser curados, antes de poderem curar pessoas. Hoje a palavra fé causa mais desorientação do que cura." Paul Tillich em Dinâmica da Fé; 1974 - Ed.Sinodal
Às vezes tenho a impressão nítida de que determinadas afirmações bíblicas
bem como suas circunstâncias históricas e ambiência, são total ou parcialmente desprezadas quando determinados temas são abordados em nossas igrejas. Essas circunstâncias auxiliam na contextualização de tais afirmações, o que orienta nossas conclusões e observações sobre aquilo que a Palavra traz para a humanidade nos dias de hoje.
Desprezar ambiência e contexto, nos abandona em um caminho perigoso de
entendimento tendencioso, que atende apenas às conveniências daqueles que não só buscam lucrar com a religiosidade alheia (mercadejam com a palavra como diz Paulo em 2 Coríntios 2:17), mas também distorcem seu conteúdo santo, atendendo a seus próprios interesses, sejam eles de convencimento ou manipulação dos que buscam a Deus na singeleza de seus corações.
Utilizando a retórica de Vinícius de Moraes, os oradores de plantão que me
perdoem, mas hermenêutica é fundamental. É impossível admitir o uso do texto bíblico como sustentação dirigida e na maioria das vezes forçada, para tentar dar uma base mínima a conclusões equivocadas sobre a qualquer assunto que diga respeito ao Reino de Deus. E é nessa triste realidade de usurpação do texto bíblico, que vimos acompanhando lideranças criarem espetáculos circenses, dando-lhes o nome de "mover de Deus" e "manifestação da fé".
Ora, tais lideranças estão transformando a fé em atos mágicos, dando-lhes
contornos de fatos resultantes de declarações, afirmações com palavras calculadamente ditas, e denotações precisamente manipuladas. Transformam a Bíblia numa espécie de Livros das Magias dos Judeus. A fé na pratica e no conceito dessa gente, não tem passado de um forte e determinado otimismo, na vontade de obter essa ou aquela vitória. Nosso povo vem sendo orientado a agir com maniqueísmo e superficialidade, tornando a fé uma crença frívola e rasa em sua conceituação.
"Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que
se não vêem. Pois, pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho. Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem." Hebreus 11:1-3 - RA
A fé não comporta mecanismo de auto-alimentação, nem se encaixa em um
modelo de padronização, que aceite uniformes expressões que a identifique no cotidiano da vida. Ou seja, não existe uma mecânica da fé do tipo penso logo creio. Nem mesmo existe um padrão para o seu exercício. Fé é uma crença incondicional, uma convicção, que não depende de circunstância existencial, do que podemos ou não falar, ou ainda do que podemos fazer para revelá-la ou fortalecê-la em nós mesmos. A fé nos move por confiança e esperança, ainda que as condições visíveis nos digam o contrário do que esperamos. Não existe varinha de condão para a fé, nem Deus se permite ser tentado, ou trocando em miúdos, Deus não se permite ser colocado contra a parede. Ele é soberano. Palavras de ordem e gritos de guerra não movem a mão de Deus.
Infelizmente não há qualquer fundo de ingenuidade nesse tipo de fé por
conveniência. O que esse emaranhado de falácias e declarações irresponsáveis imaginam criar, é uma espécie de comprometimento de Deus com aquilo que se antecipam a dizer d'Ele e por Ele, e a prometerem em seu nome. Como se por procuração Lhe assinassem promissórias pelas quais passa a ter responsabilidade de resgatá-las. Tentam colocar o Senhor de todas as coisas em uma saia justa, mediante aquilo que pretender conseguir ou demonstrar aos seus manipulados de estimação. Afinal, Deus é fiel... Ele que se vire para não ter seu nome manchado. É sórdido e em nada ingênuo.
A mágica da fé está em esperar contra a esperança. Em nos manter olhando
firmes para o Seu Autor e Consumador. Aquele que por sua vontade sustenta todas as coisas, e nos enche de convicção de nosso futuro ao seu lado, aconteça o que acontecer, pois estamos em marcha, como peregrinos em terra estranha. A mágica da fé, nos faz crer que nossa leve e momentânea tribulação, não nos levará a sucumbir, porque somos viajantes e nosso descanso não é aqui. A mágica da fé e não uma fé mágica, nos faz descansar confiadamente em Deus, crendo que sua providência e cuidado nos conduzirão a vida. Nem a ansiedade nem qualquer atalho, jamais operaram a vontade de Deus.
Que o Senhor que conhece todas as intenções, nos sustente em fé e
esperança no seu amor, para que a maturidade de nossa crença nos fortaleça diante dos imprevistos e dificuldades da vida, sem mágicas ou poções, mas com a magia das convicções.