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RESOLUÇÃO N° 1.

039 DE 06 DE DEZEMBRO DE 1994


(Publicada no D.O. de 31.03.95)

"Aprova a Norma Administrativa NA-001/94, que


dispõe sobre o Controle do Transporte Rodoviário de
Produtos e Resíduos Perigosos no Estado da Bahia."

O CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE – CEPRAM, no uso das atribuições,


tendo em vista as disposições da Lei nº 3.858 de 03 de novembro de 1980 aprovada pelo
Decreto nº 28.687 de 11 de fevereiro de 1982 e o constante do Processo nº 940000809/0,

RESOLVE:

Art. 1º Fica aprovada a Norma Administrativa NA-001/94, que com esta se publica,
dispondo sobre o Controle do Transporte Rodoviário de Produtos e Resíduos Perigosos no
Estado da Bahia.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as


disposições em contrário.

CONSELHO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE CEPRAM, em 06 de dezembro de 1994.

LUIZ ANTONIO VASCONCELLOS CARREIRA


Presidente
NORMA ADMINISTRATIVA NA-001/94
CONTROLE DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PRODUTOS E RESÍDUOS PERIGOSOS

1. OBJETIVO
Esta norma estabelece critérios e procedimentos para o controle do transporte rodoviário
de produtos e resíduos perigosos e de outras substâncias com potencial de danos à
saúde humana e ao ambiente.

2. APLICAÇÃO
Esta norma se aplica a pessoas físicas ou jurídicas que realizam e/ou contratam o
transporte dos produtos e resíduos, objeto desta norma.

3. BASE LEGAL
Deverão ser cumpridas as seguintes legislações e normas, bem como as demais
pertinentes ao assunto:
3.1 Decreto Federal nº 55.649, de 28.01.65 do Ministério do Exército.
3.2 Decreto Federal nº 96.044, de 18.05.88 do Ministério dos Transportes.
3.3 Portarias Federais do Ministério dos Transportes:
- N°881, de 24.11.83;
- N°018, de 06.01.84;
- N°015, de 14.02.84;
- N°589, de 04.10.84;
- N°712, de 19.11.84;
- N°547, de 09.09.86;
- N°291, de 31.05.88.
3.4 Resolução CONAMA nº 05, de 20.11.85.
3.5 Lei Estadual nº 6.337, de 08.11.91.
3.6 Lei Estadual nº 3.858, de 03.11.80.
3.7 Resolução CEPRAM nº 475, de 30.04.86.
3.8 Resolução CEPRAM n° 13, de 29.07.87.
3.9 Normas da ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.
- NBR 7500 – Dimensões Simbologia
- NBR 7501 – Terminologia;
- NBR 7503 – Padronização do Envelope de embarque;
- NBR 8285 – Fixas as condições para o correto preenchimento da Ficha de
Emergência
- NBR 8286 – Fixa as condições para a aplicação da Simbologia de Risco;
- NBR 9734 – Equipamento de Proteção Individual;
- NBR 9735 – Equipamento de Emergência;
- NBR 10271 – Equipamento para emergência no transporte rodoviário de ácido
fluorídrico;
- NBR 10698 – Equipamento para emergência no transporte de Óxido de eteno;
- NBR 12710 – Proteção contra incêndio no transporte de produtos perigosos;
- NBR 10004 – Resíduos Sólidos Classificação
- NBR 13095 – Instalação e fixação de extintores de incêndio para carga de
transporte rodoviário de produtos perigosos.
4. DEFINIÇOES
Os seguintes termos utilizados nesta norma significam:
4.1 Base Operacional
Instalação fixa que serve de suporte ao desenvolvimento da atividade
compreendendo, entre outras, garagem, oficina de manutenção, sistema de limpeza
de veículos e equipamentos correlatos, e infraestrutura para atendimento em
situações de emergência.
4.2 Container
Tanque, tonel, tambor, baú, carroceria ou outros recipientes, abertos ou fechados,
onde se transportam produtos e/ou resíduos perigosos.
4.3 Destinatário
Pessoa responsável pelo recebimento e pelas operações de descarga do produto
perigoso ou responsável pela instalação receptora do resíduo Perigoso.
4.4 Empresa
Indústria, transportadora, estabelecimento comercial, expedidor, destinatário, fonte
geradora, instalação de tratamento ou disposição, ou qualquer outra pessoa jurídica
que realiza movimentação de produtos e/ou resíduos perigosos.
4.5 Expedidor
Pessoa responsável pelo acondicionamento e envio do produto e/ou resíduo
perigoso.
4.6 Fonte Geradora
Pessoa física ou jurídica cuja atividade produz resíduos perigosos.
4.7 Produtos Perigosos
As substâncias relacionadas na Portaria nº 291, de 31.05.88, do Ministério dos
Transportes, ou em outras que lhe sucederem, bem como substâncias com
potencial de danos à saúde humana e ao ambiente, a critério do CRA.
4.8 Resíduos Perigosos
Resíduo, ou mistura de resíduos, que possua características de corrosividade,
inflamabilidade, reatividade ou toxicidade, conforme definidas na Resolução
CEPRAM nº 13, de 29.07.87, ou em outras que lhe sucederem.
4.9 Responsável Técnico
Pessoa devidamente habilitada para responder pela confiabilidade dos
equipamentos de transporte e cumprimento das normas de segurança, previstas na
legislação vigente.
4.10 Responsável Legal
Proprietário, diretor, sócio ou outra pessoa designada que seja capaz de responder
juridicamente pela empresa.
4.11 Transportadora
Pessoa jurídica que realiza o transporte rodoviário de produtos e/ou resíduos
perigosos.
4.12 Transportador Autônomo
Pessoa física que realiza o transporte rodoviário de produtos e/ou resíduos
perigosos em veículo de sua propriedade.
4.13 Emergência
Situação anormal em que ocorrem, ou possam ocorrer, lançamentos de substâncias
perigosas para o ambiente e que está associada, mas não se limita, aos principais
eventos: tombamento, colisão, incêndio, explosão, vazamento, avaria de
embalagens.
5. DISPOSIÇOES GERAIS
5.1 Todas as transportadoras que atuam no Estado da Bahia deverão requerer ao
CRA Autorização de Movimentação de Produtos e/ou Resíduos Perigosos.
5.2 Transportadoras sediadas no Estado da Bahia que possuem bases operacionais
dotadas de instalações para limpeza ou lavagem, manutenção de veículos e
containers deverão requerer ao CRA Autorização de Movimentação de Produtos e/ou
Resíduos Perigosos e de Funcionamento.
5.3 As transportadoras que se enquadram no item 5.2 acima' e que já estejam em
operação na data de vigência desta norma deverão, de imediato, requerer ao CRA a
devida autorização independente de notificação.
5.4 As empresas que utilizam veículos próprios e/ou transportadores autônomos para
movimentação de produtos, e/ou resíduos perigosos, ficam também responsáveis
pelo cumprimento dos dispositivos desta norma referentes às transportadoras.
5.5 As transportadoras deverão fornecer, por ocasião do requerimento de autorização,
todas as informações relativas aos transportadores autônomos. Quando a contratação
do autônomo for realizada após a entrega do requerimento, as referidas informações
deverão ser enviadas através de correspondência (fax/carta), desde que obedecido o
prazo mínimo de 48 (quarenta e oito) horas, antes do envio da carga.
5.6 As transportadoras somente poderão utilizar os serviços de condutores de
veículos, que, além das qualificações previstas na legislação de trânsito, apresentem:
5.6.1 Certificado do Curso de Movimentação de Produtos Especiais MOPE,
ministrado por entidade devidamente credenciada, conforme previsto em
legislação;
5.6.2 Atestado de sanidade física e psíquica, a ser emitido por entidade
reconhecida oficialmente, com renovação bienal.
5.7 As transportadoras deverão apresentar anualmente ao CRA, Certificado de
Inspeção, emitido por entidade reconhecida oficialmente, que sob as penas da lei,
comprove haver realizado revisão, com resultados satisfatórios, em todos os itens
responsáveis pela segurança dos seus veículos destinados ao transporte de
produtos e/ou resíduos perigosos, devendo constar a numeração dos respectivos
chassis.
5.8 As transportadoras com bases operacionais no Estado da Bahia, deverão dispor
de Plano de Emergência que contemple recursos humanos capacitados e materiais
adequados para atendimento a acidentes.
Este deverá conter descrição detalhada dos procedimentos a serem adotados, e
será apresentado ao CRA por ocasião do requerimento da Autorização de
Funcionamento.
5.9 As transportadoras deverão prestar imediato atendimento a emergências, com
apoio cumulativo do fabricante, expedidor e do destinatário, devendo estimular
através de consórcio a criação de pontos de apoio para atendimento a emergências
nas principais rodovias do Estado da Bahia onde mais frequentemente circulem
produtos e/ou resíduos perigosos.
5.10 As transportadoras cujas bases operacionais estejam fora do Estado da Bahia
deverão apresentar ao CRA, junto com o requerimento de autorização, cópia
autenticada de contrato ou convênio com empresa devidamente habilitada, que
tenha sede no Estado da Bahia (podendo ser o expedidor, o destinatário, a fonte
geradora ou outra transportadora), para prestar atendimento a emergências no
transporte de produtos e/ou resíduos perigosos.
5.11 A limpeza de containeres de produtos perigosos, só poderá ser feita em
instalações devidamente autorizadas pelo CRA para tal fim.
5.12 Durante a vigência da autorização prevista nesta norma, as transportadoras
deverão encaminhar ao CRA, utilizando as folhas apropriadas do RT, informações
relativas a alterações ocorridas na frota de veículos próprios ou de terceiros, novas
classes de risco de produtos e/ou tipos de resíduos pretendidos para transporte.
Após análise destas informações, a Gerência de Avaliação e Controle do CRA fará
as modificações cabíveis na autorização anterior.
5.13 O CRA atuará em conjunto com outros órgãos para fiscalização do disposto
nesta norma.
5.14 A transportadora deverá comunicar de imediato ao CRA, a ocorrência de
acidentes e/ou situações de emergência, que envolvam veículos ou bases de sua
propriedade e/ou sob sua responsabilidade.
5.15 Nos quinze dias seguinte a comunicação prevista em 5.14, a transportadora
deverá enviar ao CRA um relatório escrito da ocorrência e de suas causas, com
estimativa quantitativa e qualitativa do lançamento, se for o caso, bem como das
providências tomadas para sua apuração. solução e minimização do impacto
causado.
5.16 As infrações aos dispositivos desta norma serão penalizadas com:
a) Advertência;
b) Multa;
c) Interdição;
d) Cassação da autorização de movimentação de produtos e resíduos, e/ou
da autorização de funcionamento;
e) Embargo e demolição.

6. DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS:
6.1 Autorização de Movimentação de Produtos e/ou Resíduos Perigosos.
6.1.1 A autorização será requerida mediante envio ao CRA do ROTEIRO
TÉCNICO PARA AUTORIZAÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS E
RESIDUOS PERIGOSOS E DE FUNCIONAMENTO DE BASE
OPERACIONAL, (RT), em 02 (duas) vias, conforme modelo padrão do CRA.
6.1.2 O RT, deverá ser preenchido conforme instruções anexas ao formulário
padrão e assinado pelos responsáveis, legal e técnico.
6.1.3 O RT deverá ser acompanhado de cópia autenticada do Registro
Nacional de Transporte de Bens (RTB), do Ministério dos Transportes.
6.1.4 Após a análise do RT, o CRA emitirá a autorização conforme modelo
padrão do CRA, válida por 03 (três) anos no máximo.
6.1.5 A renovação da autorização deverá ser requerida mediante envio ao
CRA de um novo RT, no mínimo 30 (trinta) dias antes de expirar a validade
da anterior.
6.1.6 Sendo cumprido o prazo previsto em 6.1.5, a autorização anterior
continuará válida até a emissão pelo CRA de uma nova autorização.
6.1.7 O não cumprimento do prazo previsto em 6.1.5 implica na cassação
automática da autorização, sujeitando a transportadora às sanções cabíveis.
6.1.8 A nenhuma pessoa, física ou jurídica, é permitido transportar no Estado
da Bahia; produto e/ou resíduo perigoso sem a prévia autorização do CRA.
6.2 Autorização de Movimentação de Produtos e/ou Resíduos Perigosos e de
Funcionamento de Base Operacional.
6.2.1 As transportadoras que se enquadram em 5.2 ou 5.3 desta norma
deverão requerer a autorização mediante envio ao CRA do "ROTEIRO
TÉCNICO PARA AUTORIZAÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS E
RESIDUOS PERIGOSOS E DE FUNCIONAMENTO DE BASE
OPERACIONAL" (RT), em 02 (duas) vias, conforme modelo padrão do CRA.
6.2.2 O Roteiro Técnico deverá ser preenchido conforme instruções anexas
ao formulário padrão do CRA e assinado pelos responsáveis, legal e técnico.
6.2.3 O RT deverá ser acompanhado de cópia autenticada do Registro
Nacional de Transporte de Bens (RTB), do Ministério dos Transportes.
6.2.4 Após análise do RT a Gerência de Controle emitirá Parecer Técnico
para Autorização de Movimentação de Produtos e/ou Resíduos Perigosos e
de Funcionamento de Base Operacional.
6.2.5 O Parecer Técnico será emitido conforme modelo padrão do CRA.
6.2.6 A autorização será concedida pelo Diretor Geral do CRA, com validade
por 03 (três) anos no máximo, conforme modelo padrão do CRA.
6.2.7 A renovação da autorização deverá ser requerida mediante envio ao
CRA de um novo RT, no mínimo 30 (trinta) dias antes de expirar a validade
da anterior.
6.2.8 Sendo cumprido o prazo previsto em 6.2.7, a autorização anterior
continuará válida até a emissão pelo CRA de uma nova autorização.
6.2.9 O não cumprimento do prazo previsto em 6.2.7 implica na cassação
automática da autorização, sujeitando a empresa às sanções cabíveis.

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