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AUTORIA
Marco Antonio Cortez
ILUSTRAÇÕES
Marco Antonio Cortez
PROJETO GRÁFICO
Fonte Artes Gráficas Ltda. ME.
Editoração
WM Serviços Editoriais Ltda. ME.
PUBLICAÇÃO: 2014
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Sumário
Apresentação 5
1. Introdução 9
Estilização 3
8. Arte-final 71
8.1 Materiais e estilos 71
8.1.1 Materiais 71
8.1.2 Estilos 72
9. Colorização e acabamento 79
9.1 Colorização 79
9.1.1 Cores primárias - cor luz 80
9.1.2 Cores primárias - cor pigmento 81
9.1.3 Cores complementares 82
9.1.4 Cores e as sensações 82
9.2 Acabamento 86
Referências 95
4 Estilização
Apresentação
O estudo do desenho abrange diferentes tipos de linguagem e estilo, porém a
representação gráfica da forma tem sempre um fundamento básico em qual-
quer segmento ou tipo de expressão do desenho: a estrutura. As linhas e for-
mas geométricas servem de base para a construção do desenho. Conhecer bem
o processo de construção do desenho, utilizando as linhas estruturais, faz com
que a obra final tenha forma equilibrada e harmônica, sem distorções.
No entanto, o processo de evolução das técnicas do desenho fez com que o es-
tilo clássico passasse por transformações, levando a diferentes tipos de repre-
sentação gráfica. O termo usado para isso é “estilização”. “Estilizar” nada mais
é do que fazer uma síntese da forma, simplificar seus detalhes.
Creditos.!
Estilização 5
Creditos.
6 Estilização
1. Introdução
A estilização parece ser um caminho rápido aos iniciantes na arte do desenho, pela impressão de ser uma
arte descompromissada, aparentemente sem muitas regras de proporção e acabamento. Esse pensamento é um
grande equívoco e muitos desenhistas acabam tendo dificuldades para ingressarem e/ou se manterem no mer-
cado profissional. Os desenhos estilizados, sejam para livros infantis, teen ou adultos, requerem conhecimento
avançado em todos os fundamentos do desenho, principalmente, no que se refere a proporção e movimento. Em
alguns casos, é mais difícil desenhar um personagem estilo cartoon, do que um realista de estilo clássico.
Ao contrário do que muitos pensam, o desenho estilizado possui regras e conceitos próprios. Este curso
trata de algumas dessas particularidades, necessárias ao conhecimento dos recursos disponíveis para a execução
de um bom trabalho, de nível profissional.
Trace círculos, elipses e traços ondulados, variando a pressão/peso da mão no lápis sobre o papel. Colo-
que pressão no início e procure soltar o lápis no final do traço. Perceba essa variação. Use um lápis 2B.
Estilização 7
1.2 Materiais
A escolha dos materiais corretos faz a diferença para o aspirante no caminho da estilização. Inicialmente,
do método tradicional, observa-se que o lápis deve ser de boa qualidade e, de preferência, macio. Os melhores
são Koh-I-Nor, Staedtler e Faber Castell. Para quem encontrar no Brasil o Col-Erase da Prismacolor Sanford é,
também, uma boa opção. As numerações: B, HB nº2, 2B e 4B (no máximo). Para os fissurados em lapiseira, deve-
-se optar pelo grafite Pentel 2B Hi-Polymer. Use papel office A4 75g, é um papel bom e de custo acessível (Chamex
e Report são boas opções de marcas).
As canetas nanquim são bastante interessantes para o exercício proposto acima e, também, para a finali-
zação do trabalho. Canetas PITT B, da Faber Castell (pequena e grande), Staedtler Triplus Finiliner, Stabilo Point
88 fine 0.4 e outras descartáveis, também interessam. Para o método digital é “indispensável” uma mesa digitali-
zadora da WACOM – Bamboo, Intuos ou Cintq. As mesas de tamanho “médio” têm boa relação custo/benefício.
1.3 Estrutura
As linhas de construção são fundamentais dentro do processo de desenvolvimento do desenho. São elas
que auxiliam no alinhamento e na definição da forma. Isso foi visto no curso de desenho, mas aqui não podemos
nos esquecer de retomar esse importante fundamento. Na estilização, as linhas de construção, os eixos guias, aju-
darão a preparar o esboço-guia para a simplificação, ou deformação das formas (quando for o caso). Serão feitos,
agora, uma sessão de exercícios básicos para “aquecer os motores” para as próximas etapas.
Faça alguns exercícios de estudo de desenho de observação, pode ser com objetos ao vivo ou com refe-
rências de imagem.
8 Estilização
A proposta, agora, é fazer alguns exercícios utilizando esse princípio de animação, para avançar no estu-
do da estilização.
Compreenda no esquema abaixo que a deformação ocorre por conta da aceleração e desaceleração (Te-
oria da Gravidade).
O estilo está na maneira individual que cada um vai se expressar graficamente. Encontramos artistas que
misturam técnicas em um mesmo trabalho criando muitas vezes um estilo próprio, alguns usam como base em
seus trabalhos características de escolas de arte, como dadaísmo, cubismo, surrealismo etc. Tudo isso podemos
considerar como um estilo de representação. Vamos exemplificar.
Trabalhos de técnica mista (aquarela e lápis aquarelável) de artistas da SIB – Sociedade dos Ilustradores
do Brasil. (http://www.sib.org.br)
Estilização 9
Ilustração de Adriano Renzi Ilustração de Ana Maria Moura
Os trabalhos acima têm um estilo apropriado para a área editorial, observe como existe uma certa “uni-
dade” nas cores (tons pastéis), tipo de traço e composição.
Nesse caso alguns artistas usaram a técnica usando como suporte o papel (físico) e outros digital (sof-
twares de pintura Adobe Photoshop e Painter), o mesmo você irá observar nos exemplos abaixo que utilizam um
estilo mais próximo ao “cartoon” com traço vetorial e colorização mista (vetorial e bitmap).
10 Estilização
Ilustração de Jean
Ilustração de Galvão
EXERCÍCIOS
Vamos soltar a mão!
Para ganhar mais segurança, faça alguns exercícios substituindo a “bola” por outro elemento. Vale
lembrar que deve-se entender as características reais do elemento que será representado. Se puder, use um mo-
delo real e faça, primeiramente, estudos de observação explorando as linhas de construção, para depois estudar
a deformação.
Fazer uma sessão simples de desenho de observação de algum objeto real em sala de aula.
Estilização 11
2 Mercado de trabalho e estilização de
objetos
Para boa compreensão da forma estrutural dos objetos que serão estilizados, é necessário fazer estudos
de observação, a partir do natural. Caso isso não seja possível, pode-se trabalhar com referências fotográficas. Tal
ponto parece repetitivo, mas esse “princípio” é fundamental para a boa estilização de qualquer figura.
Para boa compreensão da forma estrutural dos objetos que serão estilizados, é necessário fazer estudos
de observação, a partir do natural. Caso isso não seja possível, pode-se trabalhar com referências fotográficas. Tal
ponto parece repetitivo, mas esse “princípio” é fundamental para a boa estilização de qualquer figura. As linhas
de construção e estrutura são muito úteis, até adquirir bastante segurança e liberdade na expressão dos traços. O
termo em inglês usado no mercado de animação e quadrinhos para definir os objetos/elementos que compõem
uma cena/universo visual é “props” (adereços, acessórios). Os desenhistas responsáveis pela criação desses mo-
delos nos estúdios de animação e quadrinhos, geralmente, são os profissionais com mais experiência e prática
no desenho, por isso é importante estudar e praticar bastante.
A parte com maior destaque na construção de um objeto (que, geralmente, se aproxima de uma figura
geométrica básica), será a que terá sua forma base mais “exagerada”. Veja-se no exemplo
Estilização 13
Agora, a finalização desse objeto, considerando a simplificação dos traços. Optou-se pelo uso de traço
“fino e grosso” para dar mais estilo à figura.
Depois de finalizado, o desenho foi colorido digitalmente no Photoshop. Em outra versão, usou-se um
jogo de lápis aquarelável Caran D’Ache da Prismacolor.
14 Estilização
Outros exemplos de estilização, a partir de estudos de observação do natural e de fotografias:
■■ Definição do traço.
Podemos finalizar a partir desse ponto, utilizando uma linha “clara”, ou como também chamamos strea-
mlined ou filetada. Os acabamentos - finalizações estilizadas - prezam a “limpeza” no traço, evitando-se “hachu-
ras”, “texturas” e outros elementos que transmitem exagero de realismo.
A seguir, dois “tipos” de acabamento: um filetado fino e grosso, e outro com traço quebrado e textura,
também fino e grosso.
Estilização 15
Dentro da estilização, que parece ser um campo simples, mas não é, cabe comentar que o processo de
estilização de um objeto, ou figura orgânica, pode seguir o caminho da “humanização”.
A humanização de objetos e figuras orgânicas demanda tempo de estudo e pesquisa dos trabalhos de
artistas da área de animação, desde o princípio da animação, até como conhecemos hoje. Por volta de 1930,
quando o som passou a fazer parte dos filmes, percebe-se a evolução do desenho e das estruturas de construção
e formatização de regras que regem a criação e a animação de personagens. Artistas como Frank Thomas, Ollie
Jonhston, alguns dos intitulados “nine old mans”, deixaram grande legado ao estudo do desenho. O Artista Pres-
ton Blair, contemporâneo de Thomas e Jonhston, também tem um trabalho acadêmico muito interessante sobre
a construção de personagens e animação.
Caso seu interesse nesse curso seja desenvolver-se nessa área, sugerimos a leitura das seguintes obras:
Animation by Preston Blair, Cartoon Animation by Preston Blair e Advanced Animation by Preston Blair. Todos
da Walter Foster Publishing.
A seguir, mais algumas possibilidades de estilização de objetos e figuras orgânicas. A sequência de exem-
plos é de um projeto para aplicação em embalagem e rótulos.
Aqui, o estudo para estilização partiu de referências fotográficas de imagens pesquisadas na internet.
Com base nas fotos, foram feitos estudos de composição diretamente no computador, para em seguida
serem preparados os traços básicos da figura e a arte-finalização com traço fino e grosso, imitando crayon.
16 Estilização
E, finalmente, ser colorizada e finalizada. Esse trabalho teve uma estilização, porém mantendo o realis-
mo, sem deformação da forma.
Estilização 17
Observe a existência de uma “limpeza” de detalhes, o traço é bem limpo e definido. Em alguns casos,
opta-se por uma linha fina e grossa, mas com regularidade.
18 Estilização
Podem-se associar efeitos, quando for pertinente, para valorizar a expressão visual. Lembrando que, em ter-
mos de linguagem, o acréscimo de efeitos, onomatopeias e balões levam o desenho estilizado à categoria de cartum .
Estilização 19
EXERCÍCIOS
Com base no que vimos sobre estilização, prepare três estudos de objetos e figuras orgânicas, a partir
de referências fotográficas, ou, diretamente do natural. Faça primeiro um reconhecimento da forma, desenhando
de forma tradicional. Em seguida, trabalhe na estilização exagerando a forma principal. Uma das opções deve
ser estilizada de forma mais realista, sendo trabalhada com mais ênfase na arte-final, como mostramos em exem-
plos anteriores.
Não se esqueça: temos desenhos estilizados mais realistas e outros que vão para linha de cartum.
20 Estilização
3 Estilização de cenários
Os cenários são muito importantes quando elabora-se uma ilustração, quadrinho ou animação. Eles
integram os elementos e personagens, posicionam a cena ao expectador e muitas vezes, quando bem planejados,
criam a sensação para que o expectador sinta-se dentro da cena.
Estilizar cenários não é tarefa fácil. É preciso ter prática em desenhos de observação, luz e sombra e,
também, perspectiva. A deformação e/ou simplificação das formas unida ao traço limpo, simplificado, é uma boa
combinação para que os resultados do trabalho sejam satisfatórios.
Já estudamos a estilização de objetos e formas orgânicas, esse aprendizado anterior terá sua complemen-
tação nesse capítulo.
Os elementos que compõem os cenários estão diretamente ligados aos ambientes externos (cidade, cam-
po, praia, espaço) e internos (interiores de ambientes, como: cavernas, túneis, fendas, edificações e meios de
transporte). Trabalharemos com referências fotográficas e referências a partir do natural.
Estilização 21
Cabe ressaltar que esse exemplo apresenta um desenho estilizado que serve tanto para uma ilustração,
quanto para uma animação. Além de compreender o conceito de estilização (simplificação das formas), deve-se
considerar e perceber a questão de estilo.
O exemplo anterior usa alguns recursos de distorção da perspectiva, forçando a deformação da linha de
horizonte do plano médio. Pode-se “forçar” essa perspectiva também nos prédios, utilizando um terceiro ponto
de fuga (PFF – Ponto de fuga falso), mas a opção foi manter um caminho mais simplificado.
As formas dos elementos como árvores, vegetação, prédios, Sol e nuvens, podem ser estilizadas de ma-
neiras diferentes; essas “maneiras diferentes” são questões do “estilo”. Ter um estilo próprio e marcante é o que
todos os artistas que ingressam no mercado profissional buscam: o reconhecimento de seu traço. O estilo varia
de acordo com a linguagem gráfica que o profissional utiliza.
Fase de esboços
De forma bastante simples, é definida a forma e o estilo de traço como linguagem gráfica. Uma vez defi-
nido o “estilo” da linguagem gráfica, ele será mantido em toda a arte. O exemplo apresenta diferentes formas de
interpretar graficamente uma árvore, desde um estilo mais próximo do real, até um totalmente estilizado.
Fase de arte-finalização
O traço final é outra questão marcante para enfatizar o estilo, pois dá continuidade ao processo de cons-
trução da arte.
22 Estilização
Fase de colorização
A cor e a forma de sua aplicação influenciam, também, na definição do estilo. No método tradicional,
podemos usar como suporte: lápis aquarelável, aquarela, guache. Já no digital, há grande variedade de “brushes”
e “texturas” em softwares, como: Photoshop, Painter, Illustrator etc.
É importante observar nesta introdução que deve-se começar a separar os conceitos de estilização e
estilo. Em seguida, como criar uma unidade de estilo em uma arte. Estudaremos a construção de um cenário
estilizado para ilustração e animação.
Cluckie-vampire-concept-art :http://theconceptartblog.com/2012/01/08/
conheca-cluckie-the-vampire-chick
Rise of guardians: http://livlily.blogspot.hu/2012/12/rise-of-guardians-2012-concept-art.
htmlhttp://livlily.blogspot.hu/2012/12/rise-of-guardians-2012-concept-art.html.
Estilização 23
http://livlily.blogspot.hu/2012/12/rise-of-guardians-2012-concept-art.html
A base é vetorial, feita no software Adobe Illustrator, utilizando o esboço feito a lápis como template.
(Template é uma camada – layer, onde a imagem do lápis fica visível de forma rebaixada).
Tanto a linha de horizonte, quanto as formas dos elementos que compõem a cena, estão ligeiramente
“deformadas” e simplificadas. Usamos como base formas geométricas.
Construção no Illustrator
Utilizando as ferramentas de desenho, prepara-se toda a base da ilustração e faz-se a aplicação das cores
chapadas no próprio Illustrator, para depois aplicar os efeitos finais no Photoshop. Esse processo se deve ao fato
do estilo gráfico escolhido não utilizar filete. Se a escolha tivesse sido com filete, poderia ser feita, apenas, a arte-
-finalização no Illustrator, ou seja, somente o traço ou filete, para depois ser feita a colorização em um software
apropriado.
24 Estilização
Finalização no Photoshop
Com a base preparada no Illustrator, o arquivo é “aberto” no Photoshop e nele são aplicados degradês e
efeitos de iluminação e textura.
É importante destacar que, na elaboração de cenários, a aplicação de vários planos, na maioria dos casos,
é fundamental para criar sentido de profundidade na arte. Como dica, sugerimos que o estudo da perspectiva
seja presença constante em seu processo de criação.
Se a opção de finalização for o método tradicional, deve-se considerar o suporte adequado para a técnica
escolhida. Nesse caso, em grande parte das vezes, traça-se a lápis bem leve no papel, para em seguida aplicar cor
e, por último, o filete (traço), se for o caso.
Vejamos agora alguns estudos de cenários com temas urbanos. Observe a presença indispensável da téc-
nica da perspectiva como apoio na construção.
Estilização 25
Outros exemplos de cenários estilizados:
A sequência a seguir é parte de estudos do artista Luc Desmarchelier, para cenários do filme Hotel Transil-
vânia, da Sony Pictures Animation. Observe a deformação, tanto nas linhas de construção, como na perspectiva.
http://livlily.blogspot.hu/2012/12/hotel-transylvania-2012-visual_19.html
http://www.ldesmarchelier.com/
26 Estilização
A próxima sequência pertence aos estudos do artista Tory Davis, da Blue Sky Studios, para o filme Rio.
A fase deste trabalho é a de desenvolvimento visual. Foram feitos estudos de observação, a partir do natural.
http://theconceptartblog.com/tag/tori-davis/
http://toricat.blogspot.com.br/
Estilização 27
Imagens de © Disney Television.
Observe que os objetos comuns têm suas características principais ligeiramente distorcidas. Algumas
linhas de perspectiva também sofrem pequenas alterações que fogem um pouco da regra literal e criam maior
dinamismo ao cenário. Apesar de bastante detalhada, as artes têm traço simplificado, limpo.
28 Estilização
3.1.1 Dicas de composição
Tangenciamento de linhas
Um problema comum a todos os artistas e que deve ser sempre observado com cautela é o tangencia-
mento de linhas dos elementos que compõem uma arte. O tangenciamento é o encontro de linhas de figuras
diferentes que, ao se “encontrarem”, criam tensão visual, o que muitas vezes prejudica a visualização das figuras
e dos planos.
Vejamos um exemplo. Observe a primeira arte com os pontos marcados em vermelho (áreas que sofrem
o tangenciamento de linhas). Em seguida, veja o exemplo com a correção dessas áreas de conflito. Como resul-
tado há uma melhor visualização dos elementos e dos planos.
Estilização 29
Quando a ênfase da arte for o cenário, comece com alguns estudos em tamanho pequeno (thumbnails).
Escolhido o caminho, esboce-o primeiro, aplicando as massas dos volumes e os diferentes planos para que exista
profundidade na cena. Se um personagem ou elemento compor a cena, esboce-o depois, equilibrando o seu vo-
lume com a composição da cena. LEMBRE-SE de conferir se não existe tangenciamento de linhas.
30 Estilização
Ilustrações de Marco A Cortez.
Quando a ênfase da arte for o personagem, comece com alguns estudos em tamanho pequeno (thum-
bnails). Escolhido o caminho, esboce primeiro o personagem aplicando as massas dos volumes, e observe se é
possível que a figura tenha sua construção evidenciando a linha de ação. Em seguida, esboce o cenário, avaliando
os planos e a perspectiva. LEMBRE-SE de fazer o mesmo: conferir se não existe o tangenciamento de linhas.
Estilização 31
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Estilização
Ilustrações de Marco A Cortez.
Quando o personagem ou elemento principal, e o cenário tiverem o mesmo peso, esboce-os todos juntos,
avaliando o “peso das massas” dos elementos para que não exista tensão ou desequilíbrio na interação das for-
mas. Verifique se os elementos de composição estão em harmonia, equilíbrio e que não tenha tangenciamento de
linhas, o que seria prejudicial à composição final.
Não se esqueça de uma regra áurea da perspectiva: o que estiver em primeiro plano será sempre maior.
Com isso em mente, na criação de uma composição, explore os detalhes do que está mais próximo.
Estilização 33
3.2 Desenhando “a partir” do natural
Um processo de estudo muito interessante para o desenhista é o desenho de observação, nele pode-se
desenvolver no traço: confiança, desenvoltura e mais foco nos detalhes das formas.
Muitos desenhistas experientes utilizam-se desse recurso para aprimorarem seu traço e também conse-
guirem resultados mais precisos e realistas em seus trabalhos. Os desenhistas de quadrinhos e animação são os
profissionais que mais exploram essa técnica. Vejamos dois exemplos do artista de animação da Disney, Jin Kim:
Pode-se, também, fazer uso de referências fotográficas, caso não seja possível preparar uma sessão de
desenho de observação, a partir do natural. De qualquer forma, seja utilizando referências a partir do natural ou
fotográficas, deve-se fazer uma boa pesquisa durante o processo de desenvolvimento de um trabalho.
34 Estilização
Outro recurso interessante para desenvolver disciplina nos estudos de desenho de observação é o chama-
do sketchbook . O sketchbook nada mais é do que um pequeno caderno com folhas brancas, não pautadas, onde o
desenhista registra seus estudos de observação, em qualquer lugar que esteja (viagens, passeios etc.), utilizando
lápis, caneta nanquim, esferográfica, lápis aquarelável, aquarela, entre outros.
Esse tipo de “caderno de estudo ” foi utilizado por artistas famosos, como Leonardo da Vinci (que re-
gistrou vários de seus estudos, anotações e pesquisas), Rembrandt van Rijin, Goya, Paul Cézanne, Vincent Van
Gogh, entre outros.
Um movimento recente de artistas gráficos resgatou esse recurso muito utilizado por artistas no passado.
Temos os grupos de Sketch Draw e o movimento internacional Sketch Crawl, que promovem um passeio “visual”
pela cidade, registrando prédios antigos, pessoas, monumentos, detalhes do dia a dia de uma cidade. Ver Urban
Sketchers Brasil: <http://brasil.urbansketchers.org>, <http://www.sketchcrawl.com>.
Leonardo da Vinci
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Estilização
Ilustrações de Eloar Guazelli
Segundo Flávio Remontti, autor do blog TheCab: “criar sketches é mesmo uma parte deliciosa do processo
de desenho. Muitas vezes ele próprio se resume em todo o processo.” Vamos conhecer uma série de sketchs do artista
Stéphane Kardos em formato de making of .
Estilização 37
38 Estilização
A sugestão é que você providencie um desses cadernos para começar a desenvolver estudos de observa-
ção de paisagens, naturezas mortas, viagens, amigos e familiares. Esse treino melhorará a expressividade do seu
traço.
EXERCÍCIOS
1. Desenvolvimento do sketchbook
Providencie um sketchbook e comece a registrar estudos de paisagens, natureza morta, amigos, fa-
miliares, momentos interessantes em que você tenha possibilidade de desenhar. Seja espontâneo e desenhe de
forma despretensiosa para conseguir captar a expressão da cena. Esse será um dos projetos que deverão ser
entregues para conclusão do curso.
Prepare um estudo de observação utilizando uma referência a partir do natural e outro utilizando
uma referência fotográfica.
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40 Estilização
4 Perspectiva dinâmica
A técnica da perspectiva é um recurso muito importante para o desenhista, ela é um dos pilares funda-
mentais do desenho. Um desenho com erros de perspectiva causa desconforto para quem o vê, além de ser pre-
judicial para a vida profissional do desenhista. Lembre-se sempre desta informação; que ela possa servir como
conselho aos novatos e, até mesmo, àqueles que, sem pretensão profissional, encaram o estudo e a prática como
hobby.
Apesar desse tema ser trabalhado nos cursos básicos de desenho, não pretende-se ser redundante e sim
entender que, devido a sua importância e relevância, é preciso retomar alguns conceitos e tentar mostrar certos
aspectos sobre uma ótica diferente, afinal, existem infinitas possibilidades para se expressar.
A perspectiva respeita o princípio da convergência, o qual afirma que um objeto com lados paralelos,
quando visto em perspectiva, tem as linhas paralelas (linhas de fuga) vindas do observador, de forma que pare-
cem “se encontrar ” na linha de horizonte (pontos de fuga). Logo, ao usar o terceiro ponto de fuga, chega-se a um
desenho mais próximo do que o olho humano enxerga. Dentro do contexto da estilização, a perspectiva também
é importante enquanto técnica e sofre algumas alterações em suas regras para criar maior dinamismo e estilo.
O primeiro aspecto a ser observado é que as regras da perspectiva são sempre mantidas em qualquer
tipo de desenho, seja com um, dois ou três pontos de fuga e sua aplicação no desenho é fundamental; no entanto,
sofre as alterações que acabamos de comentar, quando aplicadas numa obra estilizada. Essa é a segunda situação
que estudaremos: as exceções às regras fundamentais, motivo de um estudo específico.
O grande artista Leonardo Da Vinci viveu no período do Renascimento e dedicou-se ao estudo minucio-
so da técnica da perspectiva. Por seus múltiplos talentos, é considerado o maior gênio da história.
http://www.taringa.net/posts/info/14299774/Leonardo-Da-Vinci-Su-Arte-Completo-Primera-parte.html.
Há algum tempo atrás, era comum o editor de arte da área de quadrinhos, ou diretor de animação, pedir
ao desenhista: “coloque uma perspectiva dinâmica nessa página, ou cena.”
Mas, é possível sair um pouco de suas regras rígidas e deixar a perspectiva mais estilizada? A resposta é
sim e, nesse capítulo, a intenção é provocar a procura por novos estilos de representação gráfica.
Estilização 41
Perspectiva dinâmica:
Na área artística serve para designar os trabalhos onde a perspectiva é explorada de maneira mais
elaborada, incluindo conceitos da linguagem cinematográfica. Desenhos com enquadramentos mais
ousados são bastante utilizados nos quadrinhos e na animação, por esse motivo nos concentraremos
em compreender seus princípios e aplicarmos efeitos nas composições com coerência, evitando exageros
ou aplicações aleatórias..
O olho humano tem um “cone de visão ” localizado entre 45º a 60º. O enquadramento limita o campo de
visão dentro de uma área retangular.
Essa compreensão ajuda a transferir tais informações para o momento da criação de um desenho. “Onde
eu quero colocar o observador na cena que irei desenhar?” Modifique a pergunta para: “onde colocarei a “câmera”
para focar a cena que quero registrar?” Veremos a similaridade no resultado.
42 Estilização
É importante ressaltar: o desenhista que desenvolve a habilidade de “imaginar” tomadas interessantes
tem como resultado um trabalho mais expressivo. Uma dica aos iniciantes desejosos em melhorar seu repertório
criativo é a de assistir a filmes e animações com o foco na variação das tomadas de câmera e enquadramentos,
observando o “momento” do enredo em que isso acontece. O olho do desenhista c omo câmera.
Em alguns casos, onde um elemento de composição do cenário encontra-se numa “vista ” de ângulo
diferente, serão construídas linhas de orientação específicas para esse elemento (veja o caso do “caminhão no
guindaste ”, na imagem do exemplo a seguir), consequentemente, com pontos de fuga específicos a ele. Não se
esqueça que ângulos inferiores a 90º entre os pontos de fuga da linha de horizonte causam sensação acentuada
de distorção, logo, desconforto para o observador.
© Disney
Estilização 43
Vamos fazer um estudo um pouco mais detalhado nesse trabalho da Disney. Na imagem, vemos as linhas
básicas do cenário principal com três pontos de fuga.
Como explicitado no capítulo anterior, ao analisar sua aplicação na estilização de cenários, em alguns
casos, é possível distorcer certas linhas, fugindo um pouco da regra para obter mais expressividade na cena. Vi-
mos isso no exemplo dos cenários do filme Hotel Transilvânia, do capítulo anterior, e vamos observar no estudo
a seguir, do cenário da Blue Sky Studios. Não se esqueça: essas alterações que “aparentemente” parecem um erro
de perspectiva, dentro da regra é uma questão de estilo gráfico.
44 Estilização
Tori Davis © Blue Sky Studios. http://theconceptartblog.com/wp-content/uploads/2011/05/RIO-Tori-03.jpg
Tais “distorções ” são agradáveis quando usadas com bom senso e devidamente planejadas, mantendo
coerência em relação ao estilo. Observe mais um exemplo que servirá de guia para o desenvolvimento de nossos
estudos.
Estilização 45
Ilustração de Mark Blagey: Http://comicartcommunity.com/gallery/categories.php?cat_id=170
A perspectiva é parte integral de uma arte. Ela cria profundidade, drama e, se bem utilizada, em alguns
casos cria movimento. Numa dica para desenhistas de quadrinhos, o artista e quadrinista Ethan Van Sciver des-
tacou: “uma arte exageradamente estilizada pode ser boa para chamar atenção, mas ela corre o risco de ficar datada
e você perder a chance de ter trabalhos a longo prazo nos quadrinhos.”
Nas figuras podemos aplicar as mesmas regras comentadas sobre cenários, o terceiro ponto de fuga,
em muitos casos, quando pertinente, cria dinamismo, melhor profundidade e expressividade na arte. Vejamos
alguns exemplos.
46 Estilização
Jim Lee © Marvel
© Disney
Observe como se comporta uma figura orgânica com as linhas auxiliares de perspectiva:
Estilização 47
Mais uma vez, pode-se observar que essas distorções requerem muito estudo e dedicação, pois não é uma
tarefa fácil. É recomendado o uso de referências fotográficas ou do natural.
Retomando um pouco o assunto das “deformações” e “distorções ” das figuras no desenho, é considerável
comentar sobre o trabalho do desenhista e animador americano Craig McCracken, conhecido por criar as séries
animadas: As Meninas Superpoderosas, A Mansão Foster para Amigos Imaginários e A Vaca e o Frango.
Observe os dois cenários em As Meninas Superpoderosas. Veja como a relação de perspectiva está total-
mente fora das regras.
A mesa tem um plano de visão para o topo e um outro totalmente diferente na lateral, porém o ambiente
respeita algumas regras básicas, principalmente na construção geral do ambiente, como as paredes e a base do
chão. Isso se deve ao estilo gráfico definido pelo artista na criação.
48 Estilização
Outro artista com uma linha de estilo parecida é o desenhista e animador russo-americano Genndy
Tartakovsky. Seu trabalho tem fortes influências de quadrinhos americanos, cultura pop e anime. É o criador do
Laboratório de Dexter e Samurai Jack.
Nota:
Tartakovsky, com o Laboratório de Dexter, veio antes das Meninas Superpoderosas.
Estilização 49
EXERCÍCIOS
Faça alguns estudos de cenários na forma tradicional, buscando usar três pontos de fuga. Sugerimos
algumas fotos antigas de Osasco e São Paulo.
50 Estilização
Tomando as fotos como base, procure primeiramente simplificar as formas, resumindo o essencial de
cada figura. Depois, procure encontrar um traço de finalização diferenciado. Para isso faça uma pesquisa de
estilos de artistas diferentes: www.sib.org.br, http://www.deviantart.com
Não limite-se a apenas um estudo, faça alguns esboços em forma de thumbnail, explore possibilidades
diferentes. Troque com um colega para que um avalie o trabalho do outro, colocando observações e críticas
construtivas.
Estilização 51
52 Estilização
5 Estilização da cabeça, mãos e pés –
Masculino e Feminino
O desenho pode ser estilizado em maior ou menor grau, a intensidade varia de acordo com o estilo que
o desenhista está desenvolvendo. Em desenho, tradicionalmente, estuda-se primeiro as partes do corpo huma-
no, para depois estudá-lo por completo. Os iniciantes no estudo da anatomia humana, geralmente, apresentam
dificuldades no desenho da cabeça, mãos e pés. Isto só é resolvido com bastante treino, muito desenho de obser-
vação e um olhar crítico, construtivo ao seu próprio trabalho.
O desenho começa pelo esboço da base, de acordo com a forma escolhida (oval, redonda, triangular e
quadrada) e com a marcação dos eixos centrais. Em seguida, são feitas marcações dos detalhes de olhos, nariz,
boca, orelhas e cabelo. Após a construção do esboço, é feita a limpeza do traço e a arte-finalização.
Descrição técnica: esboço feito com lápis col-erase blue 20044, da Prismacolor. Finalização feita com
paintbrush tool, no Adobe Illustrator, em plataforma Apple e tablet Wacom Intuos.
Estilização 53
Com base triangular
Descrição técnica: esboços feitos no Adobe Photoshop, utilizando paintbrush tool e lápis. Finalização
feita com paintbrush tool, no Adobe Illustrator, em plataforma Apple e tablet Wacom Intuos.
EXERCÍCIO
Desenvolva alguns estudos de cabeça, seguindo os modelos de base redonda, quadrangular, triangular e
oval. Esboce com lápis HB n2 as formas base e depois construa os detalhes. Para fazer um traço definitivo, use
um lápis 2b ou 4b.
Já vimos as variações de formato da base para o desenvolvimento do desenho. Vale ressaltar que estuda-
remos as nuances de estilo com essas quatro bases principais, porém, veremos agora como funcionam as distor-
ções do desenho da cabeça, utilizando as linhas de construção base.
Para a construção da cabeça no método tradicional, conforme já apresentado, usa-se, no curso de dese-
nho, os eixos e linhas de construção.
Estudaremos, especificamente, as quatro linhas horizontais que correspondem à área dos olhos, nariz,
orelhas e boca. Para criar variações, vejamos alguns estudos alterando as relações de proporção entre essas linhas.
54 Estilização
Dentro dessas alterações nas linhas de construção, observe as mudanças no estilo do desenho e
finalização (técnica escolhida), mantendo as mesmas proporções.
Como é possível notar, dentro do mesmo esquema de construção podem-se variar as caracterís-
ticas do rosto, como: idade, tipo de olhos, tipo de traço etc.
Esses esquemas básicos de estrutura oferecem condições para o desenvolvimento de uma série
de variações, porém, não se esqueça de que na fase de aprendizagem, é preciso ter referências fotográfi-
cas e de trabalhos de outros artistas, que servirão de inspiração para a criação de um novo estilo.
No começo, na fase de estudos, é comum se apropriar do trabalho de um artista admirado, até a
aquisição de confiança e conhecimento das variações de técnica e estilo de artistas atuantes no mercado.
Após essa fase de estudos, surge uma maneira mais pessoal de expressão artística, no entanto, cabe um
alerta: jamais copie um trabalho de outro artista num trabalho profissional que esteja desenvolvendo
ou, até mesmo, para publicação em portfólio. Isso é plágio e punível de processos legais de direitos au-
torais. Falaremos um pouco mais sobre esse assunto adiante.
Estilização 55
© Disney
© Disney
© Don Bluth
EXERCÍCIO
Repita os estudos acima, seguindo os seguintes passos: esboce com lápis HB n2 as formas base e
depois construa os detalhes. Para fazer um traço definitivo, use lápis 2b ou 4b.
56 Estilização
5.1 Expressões
As expressões, na construção da cabeça humana, são responsáveis por boa parte do resultado final da
criação. Elas dão sentido às características físicas e psicológicas do tipo de personagem que está desenvolvendo-
-se. Os olhos, orelhas nariz e boca sofrem diferentes variações, assim como na realidade, permitindo que se
enxergue, no desenho estilizado, alguns detalhes para obter maior expressividade e personalidade.
Nos exemplos anteriores foi possível verificar as variações no formato e estilo. Estudaremos algumas,
mas, antes disso, vamos nos inspirar num material sugestivo de expressões publicado numa das edições do Pato
Donald, pela Editora Abril:
© Disney
Os olhos e a boca são os mais destacados nas alterações de expressão, além, é claro, de nuances de strash
e squash na base da cabeça, nariz e orelhas (quando existir!). Esse material serve de referência para a construção
de diferentes personagens em estilos variados. Mesmo assim, faremos alguns estudos separados.
Estilização 57
Olhos
O desenho estilizado dos olhos tem suas variações no formato da base geométrica. Geralmente, usamos
a oval ou a circunferência, de acordo com o estilo.
58 Estilização
Orelhas
O desenho estilizado da orelha é bastante simples, parte-se de uma base oval. A altura da orelha é mar-
cada entre as linhas da sobrancelha e da base do nariz.
Boca
O desenho estilizado da boca pode ser representado de diferentes formas e estilos. A boca masculina
comporta mais variações na forma, a feminina fica um pouco limitada, até mesmo, porque mantém-se a carac-
terística da beleza da mulher, através da expressão dos olhos e boca.
Nariz
O desenho estilizado do nariz tem variações na sua forma e é a parte da face/cabeça que, na maioria dos
casos, mais expressa a personalidade do personagem.
Com o envelhecimento, ocorre a flacidez da pele. Pode-se transmitir a ideia de “mais idade ” acrescen-
tando algumas linhas ao redor dos olhos, nariz e, em alguns casos, das orelhas. Podemos, também, alterar as
proporções.
Estilização 59
Alguns exemplos da cabeça completa em diferentes estilos.
EXERCÍCIO
Desenvolva alguns estudos de cabeça, seguindo os modelos de expressão dos olhos, nariz, orelhas e
boca. Esboce com lápis HB n 2 as formas base e depois construa os detalhes. Para fazer um traço definitivo, use
lápis 2b ou 4b.
Mãos e pés
Mãos
No desenho, geralmente, delega-se maior importância aos estudos das mãos do que dos pés, até, porque
os pés aparecem calçados, na maioria dos casos. Mas, isso não dispensa o estudo da sua construção e do método
de estilização. Para as mãos, pode-se partir de duas “bases” : uma mais “geométrica”, usando um retângulo; outra
mais “orgânica ”, utilizando formas mais “ovais”.
60 Estilização
Estilização 61
EXERCÍCIO
Repita os estudos acima, seguindo os seguintes passos: esboce com lápis HB n 2 as formas base e de-
pois construa os detalhes. Para fazer um traço definitivo, use lápis 2b ou 4b.
Abaixo dois exemplos de estudos de poses num estilo cartoon feitos pelo desenhista da Dreamworks,
Toby Shelton.
Houve um período onde era “moda ” os desenhos estilizados infantojuvenis serem construídos com ape-
nas “4” dedos. Fazia parte, principalmente, dos desenhos animados, em especial, da Disney. Para os profissionais
mais antigos no mercado de animação, devia-se ao fato de simplificar o processo de animação das mãos, além de
ser, também, uma questão estética – a mão com quatro dedos tem design mais agradável.
Gostos à parte, hoje em dia, essa não é uma proposta bem aceita no mercado editorial - principalmente,
pelas normas do MEC no que refere-se aos critérios das leis de diretrizes e bases para as obras que são incluídas
no Programa Nacional do Livro Didático, por exemplo. O desenho estilizado é bem recebido pelo mercado edi-
torial, no entanto, há os critérios de responsabilidade social e de não discriminação social e racial por parte do
ilustrador. O uso de estereótipos não é recomendado.
Observe o processo de construção para o desenho estilizado de mãos com quatro dedos.
62 Estilização
EXERCÍCIO
Repita os estudos acima, seguindo os seguintes passos: esboce com lápis HB n 2 as formas base que
partem de uma circunferência e depois construa os detalhes. Para fazer um traço definitivo, use lápis 2b ou 4b.
Estilização 63
Modelos com 4 dedos:
EXERCÍCIO
Repita os estudos acima, seguindo os seguintes passos: esboce com lápis HB n 2 as formas base que
partem de uma circunferência e depois construa os detalhes. Para fazer um traço definitivo, use lápis 2b ou 4b.
64 Estilização
6 Estilização do corpo humano – Masculino e
Feminino
Após estudarmos exclusivamente a cabeça e as expressões, vamos nos dedicar ao corpo humano.
É importante ressaltar dois pontos: as linhas de construção e ação. Elas são importantes em qualquer
desenho, mas nesse curso faremos uma abordagem mais específica.
Estilização 65
Nos primeiros estudos, ou ao desenvolver um personagem pela primeira vez, deve-se fazê-lo
numa posição em que o corpo esteja inteiro, como se estivesse “posado para uma foto”. Vejamos na
sequência alguns estudos do designer de personagem Steven Gordon.
66 Estilização
Evitamos que a figura esteja em pose de movimento, pois às vezes dificulta a compreensão das
proporções, detalhes e forma.
Deve-se, também, fazer as partes completas, mesmo as que não estejam visíveis. Opte pela trans-
parência. Uma vez compreendida as proporções da figura e sua forma principal com os volumes do
corpo, definem-se os detalhes.
Para compreendermos melhor, segue um estudo do personagem Max, pelo desenhista Phill
Young da Disney.
Estilização 67
O próximo é do desenhista Shane Prigmore.
68 Estilização
Arte Marco Antonio Cortez
EXERCÍCIO
Faça alguns estudos seguindo os exemplos apresentados anteriormente. Esboce várias vezes mudando
a posição e a expressão. Lembre-se: até o desenhista adquirir boa bagagem visual e segurança no traço, o melhor
para a criação de figuras/personagens é o uso de referências. Criar usando só a imaginação é muito difícil.
Estilização 69
6.2 Esquemas de proporção
Assim como fizemos com a cabeça, distorcendo as linhas de construção, para o corpo humano, comu-
mente mensurado por 8 cabeças para o corpo masculino e 7 a 7 ½ cabeças para o feminino, podemos fazer o
mesmo. Neste caso, alteramos as relações de proporções de “cabeças”, aumentando ou diminuindo o tamanho
total, e de tronco e pernas.
Na primeira figura, vemos o corpo humano de um homem com um estilo próximo do realista e, em se-
guida, estilizado – com uma redução de detalhes e da simplificação da forma.
Em alguns casos, para adequação da idade do personagem, altera-se a proporção para menos ou mais,
evitando que fique nas medidas padrões normais. No entanto, às vezes usa-se uma proporção maior, como para
o caso de super-heróis , vilões, monstros etc. As proporções, nestes casos, são a partir de 10 cabeças, até 15 ou 16
para os brutamontes e monstros.
As mulheres são, em média, de ½ a 1 cabeça menores que os homens. Preservamos, assim, uma estética
mais adequada. Como dica para o desenho estilizado da mulher, faça as pernas mais longilíneas.
Arte S. Gordon
70 Estilização
Marvel Comics – Special: how to draw
Nos estudos do designer Steve Gordon, observamos uma distorção na estilização do corpo humano: al-
guns detalhes são suprimidos e algumas proporções alteradas das medidas convencionais. O Colossus da Marvel
é um exemplo de proporção anatômica “quase” tradicional – (possui 8 cabeças e ½) – o que vemos neste caso é
um aumento “da massa” muscular, que se assemelha a figuras humanas reais. É um exemplo de figura em estilo
realista.
Já no desenho do personagem Pitt feito pelo desenhista Dale Keown, ao contrário do que alguns autores
indicam como regra para construção de super-heróis, vilões e monstros (a utilização da proporção de “mais de
8 cabeças”), foi feita a construção do personagem com 7 cabeças e, em compensação, um corpo extremamente
exagerado em suas proporções.
No próximo estudo, podemos avaliar as alterações de uma figura realista medindo 8 cabeças e uma mes-
ma estilizada em padrões de super-heróis. A figura do meio tem “proporções” alteradas em relação ao tronco e
as pernas.
Estilização 71
Os desenhos estilizados para o público infantojuvenil são construídos, geralmente, por 2 ½ cabeças,
tanto os masculinos quanto os femininos. Há pequenas variações para mais ou menos, que valorizam alguma
característica do personagem, ou reforçam visualmente sua idade, por exemplo. Nesses casos, podemos ter cons-
truções com 2, 3, 3 ½, 4, 4 ½ e variações.
2 cabeças e ½
2 cabeças
72 Estilização
3 cabeças e ¾ - Disney
4 cabeças e ½ - Disney
Por falar nas influências da animação, vejamos alguns exemplos do animador Preston Blair:
Estilização 73
Preston Blair (Redlands, Califórnia, 1918-1994), animador estadunidense, destacou-se por seus traba-
lhos nos estúdios da Walt Disney e no departamento de animação dos estúdios Metro-Goldwyn-Mayer - MGM.
Seus livros didáticos sobre animação, mesmo sendo da década de 60, continuam atuais e são grandes referências
para desenhistas interessados nos desenhos de animação e estilizados.
Nos próximos exemplos, veremos a aplicação da linha de ação em um desenho estilizado para o público
infantojuvenil.
74 Estilização
Como resultado, temos uma ilustração eficiente e agradável esteticamente. Nesse exemplo, os traços fo-
ram feitos com a ferramenta paintbrush do Illustrator e colorido no Photoshop, utilizando tablet Wacom Intuos,
em plataforma Macintosh.
Estilização 75
EXERCÍCIO
Desenvolva alguns estudos de movimento com ênfase na linha de ação. Para auxiliar esse exercício,
utilize referências fotográficas ou sites de referência para desenho, como: <http://www.posemaniacs.com> ou
<http://artists.pixelovely.com>.
76 Estilização
7 Estilização de animais
Um aspecto importante a ser observado no desenho de animais é a construção da estrutura básica, que
parte das formas geométricas primordiais. Outra questão relevante é o conhecimento prévio da anatomia e
articulação do animal que será trabalhado, lembrando que variam de acordo com as espécies. Sugerimos que
seja feita, como sempre, boa pesquisa visual com referências fotográficas e, também, de desenhos realistas que
explorem os dois aspectos.
Mais uma vez, é na escola de animação que encontramos as melhores soluções estéticas para o desenho
estilizado e, muitas vezes, no estilo humanizado. Artistas clássicos como: Preston Blair (desenhista animador dos
estúdios Disney e MGM, autor de vários livros sobre desenho e animação); Frank Thomas (desenhista animador,
considerado um dos nine old man da Disney, responsável pelo design de importantes personagens dos filmes mais
clássicos de animação); Carl Barks (desenhista criador de Patópolis e seus personagens: Tio Patinhas, Pato Donald,
Professor Pardal, Maga Patalójika, Gastão, entre outros) e Chuck Jones (desenhista criador do Pernalonga, Patolino,
Coyote e Papa-Léguas, entre outros). Um dos artistas mais representativos da classe dos ilustradores de literatura
infantil, apesar da forte influência realista na maior parte de sua obra, é o francês Paul Gustave Doré, autor de
ilustrações clássicas como: Gato de Botas, o Lobo e a Chapéuzinho Vermelho, Fábulas de La Fontaine, entre outras.
Viveu no século XIX e destacou-se pelas ilustrações com temas de fantasia e por iniciar a humanização de animais.
Estilização 77
78
Estilização
Arte Paul Gustave Doré: http://ecoledenoailly.over-blog.com/article-les-
illustrations-du-petit-chaperon-rouge-61366308.html
Cavalo
Cachorro
Elefante
Estilização 79
Leão
Como vimos, o estudo da estrutura básica do esqueleto é muito importante para que se possa
criar posições em movimento.
Veremos agora a representação visual. Estudaremos a evolução do desenho estilizado de um
urso com uma variação de estilo. Partimos de duas formas geométricas básicas: círculo e oval. O estilo
segue uma linha mais realista.
Agora, alguns estudos dentro de uma linha de estilo cartoon ou animated. Observe que a relação aproximada
do real transformou-se em mais simplificada, porém, as formas geométricas básicas são mantidas. Os membros nesse
tipo de estilo são comumente chamados de “tubinho”, pois suas formas lembram um “canudo” – permitem maior
flexibilidade na representação do animal em movimento e são mais simples na representação estética da forma.
80 Estilização
Arte: Marco A. Cortez
A seguir, três formas de interpretar a figura de um cavalo usando variações de estilo nas bases de cons-
trução. Na primeira, o cavalo tem uma estrutura mais simples e arredondada, sem evidenciar a parte anatômica.
Estilização 81
Arte: Marco A. Cortez
Um passarinho pode ser construído a partir de uma estrutura geométrica muito simples. No
exemplo, o corpo foi construído por dois círculos de tamanhos diferentes, mas, pode ser exemplificado
também pela forma de um “feijão”.
Mais alguns exemplos da construção de outros animais.
82 Estilização
Exemplos de trabalhos para livros didáticos.
Nota:
Nossa intenção é reforçar o aprendizado do esboço. Hoje em dia, as técnicas de finalização variam
bastante e é seguro dizer que a maior parte delas acontece em sistema digital, por isso é muito impor-
tante que você compreenda a importância da construção do desenho. Compreendendo bem isso você
poderá usar qualquer suporte para fazer a sua arte.
Estilização 83
Arte: Marco A. Cortez
Observe como a base do corpo, nesse método, suporta diferentes tipos de animais estilizados.
84 Estilização
Vamos ver o trabalho de alguns artistas profissionais nessa área de criação de desenhos estiliza-
dos de animais.
http://www.characterdesignpage.com
Alan Stewart
http://www.characterdesignpage.com
Dan Norton
http://www.characterdesignpage.com
Nicolas Ilic
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86
Colin Jack
Phil Postma’s
Estilização
Marco Antonio Cortez
http://www.characterdesignpage.com
http://www.characterdesignpage.com
http://www.characterdesignpage.com
Ben Caldwell
EXERCÍCIO
Desenvolva três animais de espécies diferentes (ações diferentes), usando os princípios de construção
de humanização de duas a três cabeças. Use o apoio de referências. Nesses estudos, continuaremos enfocando os
esboços: tente fazê-los leves e soltos, deixando a definição do traço para o final. Somente nesse momento defina
com um traço mais forte.
Nota:
Se possível, veja a referência do livro Animation - Learn How to draw animated cartoons, de Preston
Blair. Existem ebooks disponíveis na internet.
Estilização 87
88 Estilização
8 Princípios da caricatura
Caricatura é o termo usado para definir os desenhos que possuem seus detalhes exagerados, carregados
em alguns pontos. Muitas pessoas consideram que a caricatura atende somente ao rosto, ou a uma figura huma-
na “deformada” em seus detalhes. Porém, tudo pode ser caricaturado, desde que suas características principais
sejam “exageradas” na forma de representação gráfica.
A caricatura tem origem na expressão artística do ser humano que nos remete às pinturas primitivas
da Pré-História, Grécia e Egito antigo, Idade Média. Pesquisadores consideram originária da Itália, por volta
de 1585 com os irmãos Carracci - Annibale e Agostino - e seu primo Ludovico, fundadores da Accademia degli
Incamminati. Destacaram-se, também, na então ”Escola de Bolonha”, Domenichino e Guercino, mas foi Pier
Leone Ghezzi que dedicou-se quase que integralmente ao trabalho de caricatura. Apesar da Escola de Bolonha,
como as demais, dedicar-se ao estudo do desenho e pintura realístico, foi o “bom humor” de seus participantes
que fez com que esse tipo de estilização ganhasse espaço.
No Brasil, Manoel de Araujo Porto Alegre foi o percussor da caricatura, por volta de 1837, publicando
no “Jornal do Commércio” uma sátira dos funcionários do governo recebendo propinas. Parece que não mudou
muita coisa referente a esse tema, desde então.
Estilização 89
O mercado editorial acabou se apropriando desse estilo de trabalho. Ao longo da história, até aos dias
modernos, é justamente nos jornais e revistas que encontra-se espaço para esse tipo de estilo. Há, também, pu-
blicações significativas nessa área como o Pasquim, com a participação dos caricaturistas Jaguar, Henfil. Millôr
Fernandes, Ziraldo etc. A princípio, a publicação trazia temas comportamentais, falando sobre sexo, drogas,
feminismo, divórcio, entre outros. Com o aumento da repressão da ditadura, o Pasquim foi se tornando mais
politizado, principalmente, após a promulgação do repressivo ato AI-5.
Os humoristas Hupert, Reinaldo e Claudio Paiva, saídos do Pasquim, criaram um jornal de oposição,
chamado Planeta Diário que, mais tarde, transformou-se em programa televisivo pela Rede Globo – o Casseta
e Planeta. Raul Pederneiras (Raul), Calixto Cordeiro (K. Lixto) e J. Carlos surgem como os primeiros artistas
exclusivamente caricaturistas. Destacam-se, também: Nair de Tefé, a primeira mulher caricaturista do mundo;
Henrique Fleiuss; Max Yantok; Lan; Chico Caruso; Cássio Loredano; Angeli; Glauco Villas-Boas; Laerte, entre
outros.
90 Estilização
No mercado profissional, a caricatura ganha espaço, principalmente, no editorial, como falado anterior-
mente, especialmente em jornais, revistas e portais de entretenimento na internet. Encontra-se espaço para o uso
desse tipo de trabalho em eventos de empresas e, de maneira menor e bastante informal, para trabalhos pessoais,
como convites de casamento, presentes etc.
Vamos analisar o processo de criação de outro artista americano que se destacou com seu trabalho para
a revista Mad: Tom Richmond.
Estilização 91
Observando as etapas de desenvolvimento, primeiro é feita uma estrutura base, bem esquemática, mar-
cando as formas principais do rosto. Em seguida, são acrescentados, gradativamente, os detalhes do rosto.
Detalhes: cabeça
Detalhes: olhos
Detalhes: nariz
Detalhes: boca
Detalhes: orelhas
Detalhes: mãos
Detalhes: pés
Detalhes: corpo
92 Estilização
EXERCÍCIO
Com base na foto, faça primeiro um esboço estrutural, com as linhas de construção.
Comece a marcar os detalhes do rosto, em esboços soltos, buscando definir os traços mais importantes.
Comece a refinar os detalhes utilizando também um trabalho de iluminação (sombreamento), isso fará
com que o desenho tenha mais realismo. Estamos tratando, ainda, somente da parte de estudo a lápis. Nesse
estudo utilizamos lápis Faber Castell Regent 1250 B.
Estilização 93
Veremos como dois outros artistas interpretaram a figura do apresentador de TV Silvio Santos.
http://peteleco.webs.com/caricaturas.htm
Baptistão: http://baptistao.zip.net
Agora é a sua vez! Repita esse processo com a foto do Silvio Santos e depois, para exercitar faça estudos
baseando-se nas fotos propostas.
94 Estilização
http://spyhollywood.com/tom-cruises-50-million-lawsuit/ http://celebzter.com/mick-jaggers-two-year-obsession-with-angelina-jolie-revealed-in-new-book/
Tom Cruise
Angelina Jolie
Estilização
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96 Estilização
9 Renderização – técnicas de arte-final e
colorização
A maneira como finalizamos o trabalho influencia em uma melhor leitura e definição de estilo e técnica.
Podemos afirmar, sem receio algum, que as melhores técnicas de finalização encontram-se em softwares gráficos,
como: Painter, Manga Studio, Illustrator e Photoshop, entre outros. Softwares de animação, como TV Paint e
Toon Boom, também permitem uma finalização de alta qualidade. Todas as técnicas e materiais tradicionais são
reproduzidos com muita fidelidade nos softwares mencionados, mas não devemos esquecer: o computador é só
“mais uma ferramenta”, por isso, é importante sempre manter contato com as técnicas tradicionais de finalização,
como: nanquim (com pincel e caneta), aquarela, lápis aquarelável, guache e ecoline.
O desenho estilizado é um conjunto que envolve as etapas de criação, definição de estilo e acabamento/
finalização. Os módulos anteriores de estudos de técnicas oferecidos pela Instituição tiveram como escopo in-
cluir o conhecimento das técnicas tradicionais e fornecer ferramentas importantes para sua complementação
profissional, por este motivo, não nos aprofundaremos em explicar os fundamentos das técnicas de pintura com
ecoline, guache, aquarela e lápis aquarelável; entendemos que seria redundante, dentro da grade de formação. No
entanto, queremos apontar alguns caminhos, através de exemplos de trabalhos profissionais, que farão com que
seu trabalho tenha o refinamento adequado ao nível esperado pelo mercado.
9.1 Arte-final
No desenho estilizado, temos alguns caminhos para finalizar o trabalho, de maneira que a relação entre
estilo e qualidade final seja preservada. É preciso, antes de mais nada, definir a finalidade do trabalho. Se o obje-
tivo for um trabalho impresso, sem sombra de dúvidas, o melhor caminho é o da finalização digital; neste caso, o
maior cuidado está em acertar o setting de configuração do software, do qual falaremos adiante. Se o objetivo for
um trabalho artístico, o melhor caminho é uma arte tradicional, pois a ênfase do trabalho é o “valor do original”.
Neste caso, o mais importante é a escolha do suporte adequado à técnica que será utilizada.
Técnica Suporte
papel fabriano
Aquarela archés
canson
Acrílica/óleo Tela
Frank Frazetta disponível em: <http://viladorpg.wordpress.com/2011/09/22/tinta-pena-frank-
frazetta-espada-magia-e-sensualidade>
Estilização 97
Falaremos um pouco sobre um modelo de rotina de finalização de um trabalho artístico, também cha-
mado workflow, termo muito usado nos estúdio de arte. O objetivo de um workflow é agilizar e otimizar o pro-
cesso de produção, e garantir a qualidade final.
1. Limpeza d o esboço em um papel adequado para finalização (Canson, Fabriano, Hahnemuhle, entre
outros), utilizando preferencialmente uma mesa de luz;
2. Colorização/pintura – utilizando o suporte de preferência; e por último,
3. Definição do traço-filete (com pincel ou caneta nanquim).
Importante: caso o trabalho seja impresso, o original deverá ser tratado digitalmente (captura e ajustes
de correção de cor) em scanners profissionais de alta qualidade, equipamentos geralmente usados por gráficas,
em departamentos de CTP - Computer To Plate. CTP é um processo computadorizado de gravação das chapas
usadas na impressão offset. A chapa é gravada através de laser controlado por um computador, de forma similar
às impressoras a laser. Isso permite que a chapa seja gerada diretamente de um arquivo digital, sem a necessidade
da produção de um fotolito intermediário.
Foto: Marco Antonio Cortez – Original papel Schoeller, pintura com aerógrafo Gatti AG3, tinta acrílica Liquitex e traço (filete) feito com
pincel winsor&newton série 7 nº 1.
1. Captura do esboço, feito de forma tradicional via scanner (equipamento simples - preferencialmente,
com 2400dpi), em forma de imagem tipo 24-bit Color e com resolução de, no mínimo, 200dpi.
O esboço deverá ser salvo em jpg (high resolution) e “carregado” como um template, se a finalização for
feita em um software vetorial (Illustrator, Corel Draw, entre outros), ou aplicado como uma “camada” (layer),
se o software utilizado trabalhar com base bitmap (Painter, Manga Studio, Photoshop, entre outros). No digital
existe uma inversão na ordem, se comparado ao método tradicional. Nesse caso, faremos, preferencialmente, o
traço-filete em primeiro lugar, para depois colori-lo utilizando as ferramentas adequadas.
98 Estilização
No exemplo abaixo, foram utilizados dois softwares diferentes para finalização: o traço foi feito no Illus-
trator (em camadas e com variação de cor do filete), e a colorização no Photoshop.
Para alguns profissionais, a fase de construção do desenho é feita diretamente no computador. Elimina-
mos as etapas de escaneamento e tratamento de imagem, o que agiliza consideravelmente o processo de produ-
ção.
No Painter, o setting é o seguinte: para o esboço, utilize o lápis Thick and Thin Pencil com tamanho de
brush 7, e o pastel seco preto Tapered Artist Chalk, brush 10. No Photoshop existem muitas opções de “bru-
shes”, o esboço é feito no paintbrush tool com tamanho de brush variando de 6 a 10. Importante: essa “receita” é
apenas uma sugestão, existem vários caminhos para finalização digital que variam de acordo com a preferência
e habilidade do artista.
Estilização 99
9.1.2 Conservando a qualidade do traço – técnica mista tradicional com digital
Muitos desenhistas ainda fazem a “arte-final”, filete do traço, de forma tradicional utilizando canetas e
pincel com nanquim. Neste caso, sugerimos que a captura do desenho tenha resolução maior, com no mínimo
600dp, em forma de imagem tipo preto e branco. Lembre-se que, na maioria dos casos, a imagem capturada
deverá ser tratada no Photoshop para correção de alguma sujeira ou imperfeição. Alguns desenhistas optam por
capturar a imagem em 24-bit Color e no Photoshop fazer o tratamento do traço, para depois transformá-lo em
um traço preto e branco com qualidade. Esse é mais um dos caminhos, mas preferimos utilizar o que apresenta-
mos, por ser mais direto e simples.
Para melhorar a qualidade de um traço feito de forma tradicional e tratado no Photoshop, existe a possi-
bilidade de remover os prováveis “serrilhados” que podem aparecer na imagem. Neste caso, usamos a ferramenta
Image Trace do Illustrator (ou similar no Corel Draw) para melhorar sua condição, vetorizando a arte a traço em
bitmap. Depois do traço vetorizado, é possível abrir o arquivo vetorial no software de colorização de sua escolha.
100 Estilização
Na primeira imagem existe uma quantidade muito grande de serrilhado no traço. Após a vetorização
feita no Illustrator, a quantidade diminuiu consideravelmente, mesmo assim restaram algumas imperfeições, as
quais podem ser editadas no próprio software vetorial. Lembre-se: o traço “tremido” faz parte de um estilo de
finalização e cabe em ilustrações, principalmente, as direcionadas ao público infantojuvenil.
Estilização 101
No blog do artista Jorge Zaiba existe um passo-a-passo com configuração semelhante àquela que men-
cionamos anteriormente.
Alguns artistas utilizam “ferramentas digitais” que produzem o mesmo resultado de uma arte-final feita
com nanquim (pincel e caneta). Outros usam ainda o método tradicional até a arte-final. Como você pode ob-
servar, é uma questão de escolha de cada artista, de acordo com suas preferências.
102 Estilização
Antes de ser feita a colorização digital, a definição dos traços é feita em uma camada (layer). É muito im-
portante que o planejamento da arte seja feito de forma minuciosa para que as etapas de colorização (rendering)
sejam feitas com precisão e boa velocidade. A mais importante é a organização das camadas (layers). Preserve
sempre uma cópia do layer do traço salva para que possa ser recuperado, em caso de alguma necessidade. Os
layers de colorização podem ser feitos separados (cor base, sombras, brilhos e efeitos), o que permite mais opções
de ajustes e também maior agilidade.
O tempo gasto na produção de uma arte é um detalhe muito importante. Pensando em trabalhos profis-
sionais, geralmente, as agências de publicidade e editoras trabalham com prazos apertados. Utilize o tempo de
estudo para começar a organizar uma rotina de trabalho.
Como dica profissional, sugerimos que os arquivos sempre sejam salvos em duplicidade (uma versão
para backup, com todas os layers, seleções de máscaras, paths etc.).
Não se esqueça: a estilização busca simplificar a representação gráfica das formas de uma figura. Tem
também como objetivo enfatizar as características pessoais do artista, o que remete aos estilos. A boa combi-
nação do desenho, traço e cor permitirá que exista uma identificação rápida e objetiva do conteúdo trabalhado.
Para ilustrar o que estamos explicando, vejamos os trabalhos do artista ucraniano Denis Gonchar:
http://stupid-monkey.ru/denis-gonchar-kubicheskiy-effekt-i-yarkie-kraski
EXERCÍCIO
Desenvolva a finalização de um desenho já produzido durante o curso, variando a maneira de finali-
zar. Faça de duas a três formas de acabamento, usando técnicas e estilos diferentes.
Sugestões:
Traço a lápis e colorização com guache na técnica de aguada ou aquarela;
Traço filetado fino e grosso utilizando pincel e caneta nanquim, com colorização com ecoline ou aqua-
rela, ou lápis aquarelado;
Traço filetado único (estilo irregular) com colorização com ecoline ou aquarela.
Estilização 103
Se possível, faça um estudo de colorização digital utilizando alguma rotina sugerida neste capítulo 9.
Faça boa pesquisa, escolha algum artista de sua preferência e tente imitá-lo somente para estudo. Lem-
bre-se de que a cópia é plágio e as obras artísticas têm direitos autorais. Nossa proposta é apenas para estudo e
treino. Não utilize estudos feitos com base em trabalhos de outros artistas em seu portfólio.
PROJETO ESPECIAL
Projeto para encerramento do curso
Queremos criar um espaço onde você possa aplicar os conceitos e técnicas aprendidas neste curso e, na
medida do possível, dar um toque pessoal do seu trabalho. Em grupo, com a orientação do instrutor do curso,
escolham um dos temas para desenvolvimento do trabalho final:
Tenha como objetivo no desenvolvimento da sua arte o destaque da técnica, o estilo e a representação
gráfica do tema.
Boa sorte!
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10 Aspectos do mercado
O mercado de arte comercial passa por seus modismos e por suas alterações de volume de demanda, mas
uma questão é certa: o desenho estilizado tem sempre um espaço maior nos trabalhos profissionais, variando, é
claro, as questões de estilo de cada artista.
O mercado editorial ainda é o maior consumidor desse tipo de arte, tanto nos segmentos de livros didáti-
cos e paradidáticos , quanto também nos segmentos de revistas. Não podemos deixar de considerar o fenômeno
tecnológico que vivemos atualmente, a expansão e a popularidade dos aplicativos móveis interferem diretamente
na forma de produção, obrigando quase que naturalmente a criação de novas linguagens e formatos. Saímos do
multimídia e o termo da vez é transmídia. Cabe aqui um parêntese: a transmídia é o fenômeno da movimentação
da informação nas múltiplas plataformas de comunicação. Pensar a longo prazo é algo importante, mas o que
vemos no mercado é a demanda urgente, e cada vez mais popular, de novos recursos para serem adaptados a
evolução dessas novas mídias. Podemos considerar que muito em breve profissões e alguns tipos de trabalho não
existirão mais e novos tipos, ainda não criados, surgirão.
Em um artigo publicado no blog da PUC – SP, por Thiago Mittermayer, podemos compreender melhor
a questão da transmídia.
O termo narrativa transmídia, do inglês “transmedia storytelling”, foi cunhado por Henry Jenkins em seu
livro “Cultura da Convergência” (2009), e é apresentado como a técnica de contar uma história em múltiplas
plataformas de mídia. No livro, Jenkins aborda alguns conceitos como: inteligência coletiva, cultura do conhecimen-
to, importância dos consumidores nesses projetos, entretenimento na era da convergência, letramento midiático,
dentre outros, bibliografia obrigatória para esta área.
Uma visão de alguém da indústria pode ser conferida em uma entrevista feita pelo site ISTOÉ Dinheiro,
com Jeff Gomez, um dos pioneiros na criação de projetos de narrativa transmídia, que trabalha nesta área desde
meados dos anos noventa. Gomez é CEO da Starlight Runner Entertainment, que possui como clientes “pequenas”
empresas como Disney, Coca-Cola, entre outras, ele também é produtor transmídia de Avatar e Piratas do Caribe.”
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O mercado editorial tem a característica de adaptação, por isso deve-se pensar em soluções de aplicação
da arte (de forma geral) nesses novos espaços, principalmente, nos e-books e apps. O Segundo maior consumi-
dor é a publicidade que, mesmo passando por seus períodos de alta e baixa, também vem se adaptando a essa
nova realidade e demanda. No trecho do artigo apontado acima, podemos observar como as grandes empresas
encaram esse espaço de comunicação.
Mas, não pense que tudo é tecnologia na arte, muitas vezes, vemos soluções bastante criativas utilizan-
do técnicas tradicionais. As técnicas tradicionais são fundamentais para um bom aprendizado prático da arte.
Técnicas que sugerimos serem aplicadas neste curso, como guache, aquarela e lápis aquarelável permitem ao es-
tudante recursos importantes para sua vida de uma forma ampla e não limitada. Queremos deixar claro que não
estamos aqui para levantar bandeiras favoráveis ou contrárias a uma ou outra ferramenta (tradicional X digital),
nem plataformas digitais (MAC X PC), queremos, sim, promover a consciência de que quanto mais completo
for o artista, mais capacitado estará para o mercado de trabalho e, consequentemente, para a construção de uma
sólida carreira profissional.
Veja, por exemplo, esse trabalho de autoria do designer Carlo Giovani para uma capa de livro da Editora
Ática.
Daniel Bueno
Fonte: disponível em: <http://www.buenozine.com.br/Into-
Pieces-1>. Acesso: junho de 2013.
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Carlos Meira
El Tosco
Fonte: disponível em: <http://www.estudiodrops.com.br>.
Acesso: junho de 2013.
Pensar em aplicação da arte, em especial do desenho estilizado, dentro desse contexto é funda-
mental. A palavra de ordem é: pesquisar, estudar, capacitar!
E por falar em pesquisar, existem excelentes fontes de pesquisa na internet, dentro do contexto
deste curso, vamos a algumas.
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■■ Deviant Art: <http://www.deviantart.com>
■■ SIB - Sociedade dos Ilustradores do Brasil: <http://www.sib.org.br>
■■ AEILIJ - Associação dos Escritores e Ilustradores de Literatura InfantoJuvenil: <http://www.aeilij.org.
br/home/index.asp>
■■ Character Design: <http://www.characterdesignpage.com>
■■ Character Design: <http://characterdesign.blogspot.com.br>
■■ Living Lines Library: <http://livlily.blogspot.com.br>
Outra questão a ser considerada: como se colocar profissionalmente e ser remunerado adequadamente?
Uma equação que parece simples, mas que requer muito trabalho e atenção. O aspirante ao concorrido merca-
do profissional, geralmente, aceita qualquer condição e remuneração para ter a oportunidade de publicação do
seu trabalho, o que na maioria das vezes resulta em prejuízo tanto para o novato quanto para os profissionais
experientes. Mas, como se começa a trabalhar? Quanto cobrar? Como fazer um contrato? Como proteger meus
direitos de autor? Quem já está no mercado como profissional não está sujeito a condições contrárias? Vamos
tentar responder de forma bem simples e objetiva a alguns desses questionamentos.
Organize seus trabalhos e monte um portfólio (organização de seus trabalhos em uma pasta tipo book,
ou em meios digitais, como: Blogs, DeviantArt, Facebook, Behance, Filcker , entre outros). Geralmente, surge
uma pergunta: o que eu coloco nesse portfólio se nunca trabalhei? Muito bem, a ideia é mostrar o que você é
capaz de fazer e a maneira que lida com as técnicas e as ferramentas.
O ponto mais notado pelos art buyer e editores de arte é o estilo. Um material de qualidade precisa ter
estilo bem definido, boa composição artística (que vai da estrutura ao uso das cores) e boa aplicação de luz e
sombra (projeções coerentes ao ponto de iluminação e linha de perspectiva). Quando se tratar de efeitos de vo-
lume (tipo “aerógrafo”), que sejam equilibrados evitando o efeito “borracha” (aplicação dura e muito evidente
que faz com que a área colorida se pareça com uma textura de borracha) e; quando se tratar de formato digital,
é preciso ter cuidado com a resolução, perguntando sempre sobre a finalidade. Aconselhamos que os trabalhos
sejam feitos sempre com maior resolução, por exemplo: se o trabalho tem como finalidade mídia impressa, o
valor mínimo de resolução é 300dpi/inches; em padrão CMYK, aconselhamos que você faça maior: 450/600. Os
trabalhos para mídia eletrônica (vídeo) já não precisam de tanto, 150dpi/inches é o suficiente. Lembre-se que,
nesse caso, o padrão é RGB.
Apresente-se com sinceridade, muitos começam e fazem cartão de visita e material de apoio se auto-
-intitulando “Designer”, “Diretor de Arte”, sem nunca ter sequer trabalhado com isso. É um risco para a sua
reputação e carreira.
Faça contato com as empresas. Hoje em dia, muitas disponibilizam cadastros online (o que é ruim), por
isso tente descobrir quem é o responsável pelo setor e mande um e-mail pedindo permissão para enviar seus tra-
balhos por e-mail (é deselegante entupir a caixa de entrada de um profissional com imagens/arquivos pesados).
Envie em jpg com 72 e no máximo 150 dpi/inches, RGB resolução média.
Você pode também montar um pdf com algumas boas imagens. Não pense em quantidade e sim quali-
dade, escolha as que melhor representam seu trabalho. Não é problema nenhum mandar trabalhos feitos no cur-
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so – destaque-os como trabalhos acadêmicos. Tenha bom senso, não coloque muita coisa e, se possível, converse
antes com algum profissional experiente, pedindo sua opinião. Para as empresas, procure os departamentos de
marketing e RH; nas editoras procure pelos editores de arte; agências de publicidade e produtoras, procure pelo
art buyer ou trafego .
Os trabalhos editoriais são mais baratos que os utilizados para publicidade, por questões de mercado e
finalidade. Às vezes, a diferença é absurda. Por exemplo, uma ilustração num formato próximo de A4, que para
uma editora poderá ser cobrado por R$ 200,00, para uma agência de publicidade, com tema específico para
anúncio de um produto, pode custar a partir de R$ 3.000,00. O que ocorre é que o artista vende seu trabalho e os
direitos autorais sobre ele, e é nessa composição de valores que os direitos autorais levam a maior porcentagem.
O direito de uso da imagem desse trabalho será negociado por período de um, dois, cinco anos…E alguns clien-
tes querem a compra definitiva, chamada buy out, onde não existe período de tempo.
Estamos ousando pincelar um pouco sobre essa questão para fornecer alguns parâmetros para que você
tenha uma ideia de onde se posicionar, porque essa questão é muito abrangente, cheia de nuances que são temas
para um curso específico, tal sua complexidade.
É possível encontrar modelos de contratos e orientações no site da SIB -Sociedade dos Ilustradores
do Brasil: <http://sib.org.br/orientacao-profissional> e no site do SJSP – Sindicato dos Jornalistas de São Paulo
<http://sjsp.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=376&Itemid=54>.
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Exemplo de um dos modelos referente a contrato de licença de reprodução de Obra e recibo de paga-
mento de direitos autorais
Contrato n° ...................
LICENCIANTE:...........................................................................................................................................................
E-mail:................................................ Tel/fax: .......................Cel:....................
LICENCIADO:.............................................................................................................................................................
neste ato representado(a) por ...................................... cargo .............................a seguir denominado(a) apenas
Licenciado.
Descrição da obra licenciada (no caso do envio por e-mail, este campo pode ser utilizado para colar o texto, a
ilustração ou a foto): .....................................................................................................................................................
Valor da licença
É objeto desta licença a obra de criação intelectual do jornalista autor Licenciante, o que em hipótese alguma
pode ser confundido com mera prestação de serviço. A Lei 9.610 /98 define qualquer obra intelectual com bem
material, caracterizando-se, assim, a presente transação como um NEGÓCIO JURÍDICO DE LICENCIAMENTO
DE DIREITOS AUTORAIS.
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O autor Licenciante da obra acima discriminada é o único e exclusivo titular dos seus direitos patrimoniais
e morais e, nessa condição, autoriza o Licenciado a reproduzi-la conforme as condições aqui especificadas e
previstas na Lei, a saber:
1. Esta licença abrange uma única utilização, conforme discriminação a seguir: ........................................................
....................................................................................................................................................................................
2. A reutilização de cópia do original publicada e arquivada ou qualquer outra utilização do objeto desta licença só poderá
ocorrer mediante assinatura de novo Contrato de Licença, com o conseqüente pagamento de novos direitos ao autor;
4. A(s) obra(s) deverão ser publicadas no prazo máximo definido por Lei, contado a partir da data da quitação
desta licença, sob pena de devolução dos originais e sem prejuízo dos valores pagos ao autor da obra;
5. Esta licença só será válida após a respectiva quitação. O pagamento será feito à vista, no ato da assinatura desta
licença, ou em até ....... dias após a data da emissão desta licença;
6. O desrespeito a qualquer cláusula deste contrato implicará multa de quinze vezes o valor desta licença;
7. Por estar justo e contratado, fica eleita a Comarca de .............................., Distrito Central, como foro para o
julgamento de qualquer pendência judicial resultante deste ato.
Licenciante ..................................................................................................
Licenciado ..................................................................................................
Ass.: ..............................................
(*) Modelo de contrato sugerido pela APIJOR - Associação Brasileira de Proteção à Propriedade Intelectual dos
Jornalistas, habilitada por lei para fiscalizar o aproveitamento econômico das obras criadas por jornalistas.
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10.5 Quem já está no mercado como profissional não está sujeito a
condições contrárias?
Mesmo os profissionais experientes sofrem problemas de negociação de contratos, direitos autorais e
valores. Não pense que isso é um problema só dos iniciantes. Como todo mercado de prestação de serviços, o
da Arte também tem concorrência justa e desleal, profissionais corretos e aproveitadores. Nesse universo, o mais
importante é preservar o seu nome e sua reputação, honrar os compromissos assumidos e buscar oferecer sempre
um trabalho de excelente qualidade. Dê o seu melhor!
Não será sempre possível manter um “padrão” de excelência, às vezes os prazos e condições podem
interferir no conjunto do seu trabalho (qualidade, preço e prazos), mas uma conversa franca e pontual termina
sempre em boas negociações.
Boa sorte!
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Referências
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Passo a passo colorização. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=TD9vLqk_SMU>
Tutorial de aprenda a colorir e sombrear usando o Photoshop. Disponível em: <http://www.photoshopcreative.
com.br/tutoriais/aq0-122-7385-1-aprenda+a+colorir+e+sombrear+usando+o+photoshop.html>
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