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PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA – PCA

1. OBJETIVO

Estabelecer o conjunto de ações adotadas pela NOME DA EMPRESA para


preservação da saúde auditiva dos seus empregados expostos a níveis elevados de
pressão sonora, de origem ocupacional, vibrações e/ou contaminantes com
característica ototóxica.

2. APLICAÇÃO E ABRANGÊNCIA

As diretrizes e os critérios estabelecidos neste programa devem ser obedecidos em


toda área de atuação da NOME DA EMPRESA e são aplicáveis apenas aos seus
empregados próprios.

Recomenda-se que as empresas contratadas elaborem e implantem seus Programas


de Conservação Auditiva com base nas informações descritas neste programa.

3. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA E COMPLEMENTARES

3.1. Documentos de referência

Norma regulamentadora nº 6 – NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual – EPI,


aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978.

Norma Regulamentadora nº 7 – NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde


Ocupacional – PCMSO, aprovada pela Portaria MTb, nº 3.214, de 8 de junho de 1978.

Ordem de Serviço nº 608, de 5 de agosto de 1998, do INSS/DSS – Norma técnica


sobre perda auditiva neurossensorial por exposição continuada a níveis elevados de
pressão sonora de origem ocupacional.
3.2. Documentos complementares

ASA S3.21 – Method for Manual Pure-Tone Threshold Audiometry.

BS EN 458:2004, Hearing protectors – Recommendations for selection, use, care


and maintenance – Guidance document.

BS EN ISO 4869-2:1995, Acoustics – Hearing protectors – Part 2: Estimation of


effective A-weighted sound pressure levels when hearing protectors are worn.

Instrução Normativa INSS/PRESS nº 45, de 6 de Agosto de 2010.

ISO 8253-1 – Acoustics - Audiometric Test Methods – Part 1: Basic Pure Tone Air
and Bone Conduction Threshold Audiometry – First Edition.

NHO 01 – Norma de Hygiene Ocupacional – Procedimento Técnico – Avaliação da


Exposição Ocupacional ao Ruído.

NIOSH DHEW Publication No. 76-120, List of personal hearing protectors and
attenuation data, 1975.

NIOSH Publication Nº 98-126, Criteria for a Recommended Standard – Occupational


Noise Exposure, Revised Criteria, 1998.

Norma Regulamentadora nº 9 – NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais


– PPRA, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978.

Norma Regulamentadora nº 15 – NR 15 – Atividades e Operações Insalubres, Anexos


1 e 2, aprovada pela Portaria MTb nº 3.214, de 8 de junho de 1978.
4. DEFINIÇÕES

4.1. Audiograma: expressão gráfica da audiometria tonal.

4.2. Audiometria Tonal: exame ao qual se afere a acuidade auditiva em frequências


pré-estabelecidas.

4.3. Audiometria Vocal (ou Logoaudiometria): exame utilizado para aferir a


capacidade de percepção da fala.

4.4. Ciclo de Exposição: conjunto de situações acústicas ao qual é submetido o


trabalhador, em sequência definida, e que se repete de forma contínua no decorrer
da jornada de trabalho.

4.5. Decibel (dB): unidade logarítmica que indica a proporção de uma quantidade
física (no caso do ruído, a intensidade em termos de pressão sonora) em relação a
um nível de referência especificado (no caso do ruído, a pressão sonora de 2x10-5
N/m2).

4.6. Dose: relação entre o tempo total de exposição e o tempo máximo permissível
de exposição diária para a intensidade do nível de pressão sonora observado no
ambiente de trabalho, expresso em percentagem.

4.7. Equipamento de Proteção Auditiva (EPA): o mesmo que protetor auditivo.

4.8. Equipamento de Proteção Auditiva Eficiente: protetor auditivo que, quando


usado corretamente e durante todo o tempo de exposição ao ruído, é capaz manter
os níveis de pressão sonora no ouvido do usuário em intensidades consideradas
seguras de acordo com este padrão.

4.9. Nível de Ação: o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de
forma a minimizar a probabilidade de que as exposições ao ruído causem prejuízos à
audição do trabalhador e evitar que o limite de exposição seja ultrapassado.
4.10. Nível de Pressão Sonora (NPS): variação dinâmica na pressão atmosférica
que pode ser detectada pelo ouvido humano, denominado ruído ou som.

4.11. Nível de Pressão Sonora Equivalente (eqL) nível de pressão sonora que, na
hipótese de ser mantido constante, durante o período de medição, representa a
mesma quantidade de energia acústica que a soma das parcelas de energia
correspondentes às variações do nível de pressão sonora, ocorridas durante o
período adotado.

4.12. NRO (Nível de Ruído no Ouvido): nível de pressão sonora equivalente que
efetivamente chega ao ouvido do usuário quando o protetor auditivo é usado.

4.13. NRR (Nível de Redução de Ruído ou Noise Reduction Rate) : valor de


atenuação obtido pelos laboratórios de ensaio, segundo norma ANSI S3.19/1974,
que representa o nível de atenuação oferecido pelo protetor em um ambiente de
trabalho real.

4.14. NRRsf (Nível de Redução de Ruído - colocação pelo usuário ou Noise


Reduction Rate - subject fit ): nível de redução de ruído, considerando o método de
cálculo e o parâmetro de um desvio-padrão utilizado no cálculo, onde se espera que
pelo menos 84% da população de usuários deverá obter uma atenuação de pelo
menos o valor do NRR , quando utilizar o protetor ensaiado, nas condições
observadas em uso real nos ambientes de trabalho.

4.15. PAIRO (Perda Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional): diminuição gradual da
acuidade auditiva, decorrente da exposição continuada a níveis elevados de
pressão sonora no trabalho.

4.16. Protetor Auditivo (ou Protetor Auricular): equipamento de proteção individual


utilizado para atenuação dos níveis de pressão sonora elevados, visando a proteção
do sistema auditivo.

4.17. Ruído com Caráter Impulsivo: ruído que contém impulsos, que são picos de
energia acústica com duração menor do que um segundo e que se repetem a
intervalos maiores do que um segundo.
4.18. Ruído com Componentes Tonais: ruído que contém tons puros, como o som
de apitos ou zumbidos.
4.19. Situação Acústica: cada parte do ciclo de exposição na qual o trabalhador
está exposto a níveis de ruído considerados estáveis.

4.20. Trauma Acústico: perda auditiva repentina após a exposição a ruído intenso
causado por explosões ou impactos sonoros.

5. AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE

5.1. Gerência Geral

5.1.1. Disponibilizar recursos humanos e materiais suficientes para a implantação,


manutenção e verificação da eficácia dos procedimentos estabelecidos no PCA.

5.1.2. Designar o coordenador do PCA.

5.2. Gerência de SMS

5.2.1. Apresentar, anualmente, o relatório consolidado de análise global do PCA ao


Comitê de Gestão da NOME DA EMPRESA.

5.2.2. Indicar o coordenador do PCA.

5.2.3. Auxiliar as áreas operacionais quanto à implantação das medidas constantes


dos planos de ação do PCA e acompanhar a implantação de tais medidas.

5.2.4. Convidar o coordenador do PCA para participar da implantação de novos


projetos e do sistema de gestão de mudanças, quando o projeto ou a mudança
envolverem o uso de EPA e/ou a exposição ocupacional ao ruído.

5.2.5. Realizar, em conjunto com o coordenador do PCA, a análise dos resultados


das avaliações de níveis de pressão sonora das fontes geradoras de ruído e a
elaboração do plano de ação para implantação das medidas de controle.
5.2.6. Realizar a especificação técnica dos EPA, com base nos procedimentos
descritos neste padrão e com o auxílio do coordenador do PCA, quando julgar
necessário, bem como estabelecer as demais medidas de controle da exposição
ocupacional ao ruído.

5.2.7. Comunicar ao coordenador do PCA a ocorrência de anomalias relacionadas


com as exposições ocupacionais ao ruído.

5.2.8. Realizar inspeções que visem avaliar o cumprimento dos procedimentos


estabelecidos no PCA.

5.2.9. Acompanhar a sistemática do fornecimento de EPA, segundo as


especificações previstas neste padrão, visando garantir a formação de evidências do
uso por parte dos empregados, em prazos e quantidades adequadas.

5.3. Médico coordenador do PCMSO

5.3.1. Avaliar e acompanhar as condições de saúde de cada empregado


ocupacionalmente exposto a níveis de pressão sonora elevados, através do PCMSO.

5.3.2. Comunicar à gerência do empregado toda vez que for verificada a existência
de condição de saúde que seja motivo de proibição ou restrição de uso de EPA.

5.3.3. Encaminhar, ao coordenador do PCMSO, os diagnósticos de perda auditiva


neurossensorial e de outros agravos à saúde, por exposição continuada a níveis
elevados de pressão sonora, de origem ocupacional, para posterior análise e
investigação.

5.3.4. Acompanhar a qualidade dos serviços de avaliação audiológica e dos


ambientes acústicos nos quais estes serviços são realizados, conforme previsto no
item 6.10.4 deste padrão.

5.4. Outras Gerências e/ou coordenadores (caso possua)

5.4.1. Implantar as medidas constantes dos planos de ações do PCA.


5.4.2. Garantir e controlar a participação dos empregados nos treinamentos sobre
conservação auditiva.

5.4.3. Garantir a realização das audiometrias, e de outros exames específicos, por


parte dos empregados sob sua responsabilidade, quando da convocação dos
exames médicos ocupacionais, e o cumprimento do repouso auditivo de, no mínimo,
14 horas, antes da realização do teste.

5.4.4. Garantir o fornecimento dos EPA, visando a formação de evidências do uso


por parte dos empregados, em prazos e quantidades adequadas.

5.4.5. Garantir a estrutura necessária para que os empregados usuários de EPA, de


uso rotineiro, possam higienizá-los e guardá-los adequadamente, de acordo com as
instruções estabelecidas neste padrão.

5.4.6. Garantir a utilização adequada, por parte dos empregados sob


responsabilidade, dos EPA, assim como sua manutenção e substituição nos
períodos adequados, conforme NR 6.

5.4.7. Garantir que as empresas prestadoras de serviços, sob sua responsabilidade,


elaborem e implantem seus PCA, com base nas informações descritas neste padrão.

5.4.8. Comunicar ao SMS, quando pertinente, a existência de análise estruturada


de novos projetos, modificações, instalações, novos equipamentos e alterações de
processos e atividades da NOME DA EMPRESA, quando tais mudanças envolverem
a exposição ocupacional ao ruído e/ou o uso de EPA.

5.5. Coordenador do PCA

5.5.1. Coordenar todas as atividades relativas ao desenvolvimento, implantação,


operacionalização e manutenção do PCA.

5.5.2. Elaborar, anualmente, relatório consolidado de análise global do PCA e


apresentá-lo ao Gerente de SMS.
5.5.3. Assessorar as gerências setoriais e coordenações de segurança, sempre que
solicitado, quanto à especificação técnica, a seleção e o uso dos EPA necessários
ao controle das exposições ocupacionais ao ruído.

5.5.4. Realizar a análise dos níveis de pressão sonora das fontes geradoras de
ruído e recomendar medidas de controle da exposição ocupacional, quando
necessário.

5.5.5. Analisar, em conjunto com o coordenador do PCMSO e quando solicitado por


este, os diagnósticos de perda auditiva neurossensorial, por exposição continuada a
níveis elevados de pressão sonora de origem ocupacional, para emissão da CAT.

5.5.6. Obter, junto ao coordenador do PPRA, as informações atualizadas sobre as


exposições ocupacionais ao ruído, de modo a manter também atualizadas as
informações do PCA.

5.5.7. Participar ou indicar representante na implantação de novos projetos e do


sistema de gestão de mudanças, quando convidado, informando ao coordenador do
PPRA os riscos envolvidos e as medidas de controle necessárias.

5.5.8. Negociar com as gerências as ações de tratamento das anomalias


relacionadas à exposição ocupacional ao ruído e acompanhar a implantação das
medidas constantes dos planos de ações.

5.5.9. Estabelecer os critérios para a realização dos treinamentos sobre conservação


auditiva.

5.6. Gerência de Desenvolvimento de Recursos Humanos (RH/DRH)

5.6.1. Disponibilizar, registrar e controlar a realização dos treinamentos sobre


conservação auditiva.
5.7. Empregados

5.7.1. Manterem-se informados quanto à necessidade do uso de EPA nos locais de


trabalho.

5.8. Empregados Usuários de EPA

5.8.1. Comparecer para a realização do exame audiométrico, quando convocado,


cumprindo o repouso auditivo mínimo de 14 horas, antes do teste.

5.8.2. Participar dos treinamentos sobre conservação auditiva, quando convocado.

5.8.3. Utilizar o EPA nas seguintes situações:

 Sempre que estiver trabalhando em locais sinalizados com indicação da


obrigatoriedade do uso de proteção auditiva;
 Sempre que indicado, de acordo com as instruções e treinamentos recebidos;
 Por indicação do supervisor imediato ou de profissional de SMS.

5.8.4. Realizar a inspeção do EPA, antes do seu uso e conforme estabelecido no


Anexo B deste padrão, para garantir a eficiência da proteção contra o ruído.

5.8.5. Solicitar a substituição do EPA ou de algum elemento, quando for observada


qualquer condição que possa alterar a proteção oferecida ou causar desconforto ou
mal-estar no usuário.

5.8.6. Manter o EPA em bom estado de conservação e higienização e guardá-lo de


forma adequada, conforme estabelecido no Anexo B deste padrão.

5.8.7. Comunicar ao seu supervisor ou a um profissional de SMS e procurar


imediatamente a assistência médica da NOME DA EMPRESA, ao sentir algum
sintoma ou apresentar algum sinal, relacionados com a exposição ao ruído.
6. DESCRIÇÃO

6.1. Diretrizes Básicas

6.1.1. O PCA considera as questões de conservação auditiva dos trabalhadores,


utilizando o instrumental clínico-epidemiológico do PCMSO na abordagem da relação
entre saúde e o trabalho.

6.1.2. O PCA tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos


agravos à saúde relacionados com a exposição continuada ao ruído no trabalho,
inclusive os de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de
doenças do trabalho ou de danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

6.1.3. O PCA é planejado e implantado com base nos riscos da exposição


ocupacional ao ruído, especialmente os identificados nas avaliações previstas no
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

6.1.4. A NOME DA EMPRESA deverá custear, sem ônus para o empregado, os


procedimentos previstos no PCA relacionados a treinamentos, pesquisas, avaliações,
monitoramento e controle ambiental, além daqueles referentes ao rastreamento de
indivíduos com perdas auditivas e investigações para estabelecimento de relação
de causalidade entre eventuais perdas auditivas identificadas e o trabalho exercido
na empresa.

6.2. Administração do Programa

6.2.1. A responsabilidade e a autoridade pela administração do Programa são do


coordenador do PCA.

6.3. Avaliação das Exposições Ocupacionais ao Ruído

6.3.1. A avaliação das exposições ocupacionais ao ruído é realizada de acordo a


metodologia e os procedimentos definidos no Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais - PPRA.
6.3.1.1. Os resultados das avaliações das exposições ocupacionais ao ruído deverão
servir de subsídio para a seleção dos EPA a serem fornecidos aos trabalhadores e
também para definir quais trabalhadores serão objeto das ações previstas no PCA.

6.3.1.2. Em complemento às avaliações das exposições ocupacionais ao ruído, o


PCA deverá manter um inventário das fontes geradoras de ruído, sob a
responsabilidade da NOME DA EMPRESA, com a indicação dos níveis de pressão
sonora emitidos por cada fonte, inclusive por banda de terço de oitava.

6.4. Controle das Exposições Ocupacionais ao Ruído

6.4.1. Deverão ser adotadas as medidas necessárias e suficientes para a eliminação,


a minimização ou o controle da exposição ao ruído a níveis de pressão sonora
prejudiciais à saúde, em todas as etapas de desenvolvimento do PPRA, as quais
incluem: a Antecipação de Riscos Ambientais, o Reconhecimento da Exposição
Ocupacional a Riscos Ambientais, a Avaliação da Exposição Ocupacional a Riscos
Ambientais, e o Controle da Exposição Ocupacional a Riscos Ambientais.

6.4.2. Na Fase de Antecipação de Riscos Ambientais

6.4.2.1. Os estudos de análise de riscos de novos projetos deverão considerar a


exposição potencial ao ruído, em suas diversas fases (conceitual, básico,
detalhamento, comissionamento, etc).

6.4.2.2. Na aquisição ou locação de novos equipamentos deverá ser considerada a


redução do ruído gerado, dando preferência, sempre que possível, aos
equipamentos que possuam os menores níveis de potência sonora (NWS).

6.4.2.3. Para avaliar a exposição potencial ao ruído, na aquisição ou locação de


novos equipamentos, recomenda-se solicitar ao fornecedor ou locatário as
informações sobre o nível de potência sonora (NWS) da fonte geradora, testado em
condições padrão de laboratório.

6.4.3. Na Fase de Reconhecimento da Exposição Ocupacional a Riscos Ambientais


6.4.3.1. Quando, durante a fase de reconhecimento de riscos, for identificada a
exposição ao ruído a níveis de pressão sonora significativos, deverá ser priorizada a
avaliação quantitativa da exposição e deverão ser adotadas medidas preliminares
de controle, tais como: instrução dos trabalhadores expostos, redução do tempo de
exposição ao ruído e/ou fornecimento e uso de proteção auditiva.

6.4.4. Nas Fases de Avaliação e de Controle da Exposição Ocupacional a Riscos


Ambientais

6.4.4.1. Toda exposição ocupacional ao ruído cuja intensidade média durante a


jornada de trabalho seja superior ao Nível de Ação, que, para efeito deste padrão, é a
dose diária de 50%, deve ser controlada através da adoção de medidas que
eliminem, neutralizem ou reduzam tal exposição.

6.4.4.2. O controle da exposição ao ruído será feito, preferencialmente, através da


adoção de medidas de proteção coletiva (medidas de engenharia), as quais incluem:
a substituição de fontes geradoras de ruído, a automação de processos ruidosos, a
instalação de silenciadores, o enclausuramento de máquinas, a redução da vibração
de estruturas, a instalação de barreiras acústicas, o revestimento de paredes com
materiais de absorção sonora, entre outras.

6.4.4.3. Quando comprovada a inviabilidade técnica da adoção de medidas de


engenharia ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de
estudo, planejamento ou implantação ou ainda em caráter complementar ou
emergencial, deverão ser adotadas medidas de caráter administrativo ou de
organização do trabalho e/ou o fornecimento e uso de EPA.
6.4.4.4. As medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho devem
ser adotadas prioritariamente em relação ao uso de EPA ou em caráter
complementar a tais medidas, de modo que garantam a eficiência da proteção
oferecida pelos EPA. Essas medidas incluem: o rodízio de empregados, a alternância
das atividades, a limitação do funcionamento de máquinas ou equipamentos, a
limitação do tempo permanência em áreas ruidosas, o controle remoto de processos
ruidosos, a sinalização de áreas ruidosas, o treinamento e a instrução dos
trabalhadores expostos ao ruído, a realização de exames médicos complementares
para avaliação da saúde auditiva dos trabalhadores expostos ao ruído, entre outras.

6.4.4.5. Recomenda-se que a sinalização de áreas ruidosas, quanto à


obrigatoriedade do uso de EPA, siga o modelo estabelecido no Anexo A deste
padrão.

6.5. Seleção dos Equipamentos de Proteção Auditiva

6.5.1. Os EPA selecionados para o controle das exposições ocupacionais ao ruído


deverão ser validados pela gerência ou coordenação responsável pela gestão de
SMS da área operacional, em conjunto com o coordenador do PCA, levando-se em
consideração os seguintes critérios:

O EPA deverá possuir Certificado de Aprovação (C.A.) válido, emitido pelo


Ministério do Trabalho e Emprego - MTE;

O EPA deverá ter eficiência comprovada quanto à atenuação do ruído, conforme


os critérios estabelecidos no item 6.7 deste padrão;

O EPA deverá proporcionar facilidade na comunicação verbal, de modo que


permita, sempre que possível, a conversação e a audibilidade de sinais de alarme em
ambientes com níveis elevados de ruído;

O EPA deverá ser de fácil colocação e proporcionar conforto suficiente, o que será
avaliado através de teste de aceitação por parte dos usuários;
O EPA deverá ser compatível com o ambiente de trabalho, com as atividades
executadas e com o uso de outros EPI, de modo que sejam garantidas as condições
originais de proteção;

O EPA deverá ser compatível com empregados portadores de patologias auditivas.

6.5.2. O processo de seleção dos EPA deverá considerar a aceitação do protetor


pelo usuário, de modo que não sejam selecionados protetores que, principalmente
em razão do conforto oferecido, não tenham boa aceitação entre os potenciais
usuários do equipamento.

6.5.3. Protetores auditivos do tipo concha, com arco fixo ou móvel sobre a cabeça,
não devem ser selecionados para uso, pois os dados de atenuação fornecidos
pelos fabricantes são referentes ao uso do EPA com o arco sobre a cabeça, o que é
incompatível com o uso de capacetes de segurança.

6.6. Fornecimento e Uso de Equipamentos de Proteção Auditiva

6.6.1. O fornecimento de EPA deverá ser controlado visando garantir a formação de


evidências do fornecimento em prazos e quantidades adequados.

6.6.2. A utilização do EPA é obrigatória nas seguintes situações:

Para os empregados que estejam associados a GHEs para os quais foi identificada
exposição média a níveis de pressão sonora, durante uma jornada diária de trabalho,
cuja dose é igual ou superior a 50%;

Para os empregados que estejam realizando atividades que exijam a


permanência em locais onde o nível de pressão sonora equivalente (Leq) é igual ou
superior a 80 dB(A).

6.6.3. Além do disposto no Anexo B deste padrão, deverão ser observados os


seguintes aspectos quanto ao uso dos EPA:
 O protetor deverá ser colocado antes do acesso ao local ruidoso e retirado
somente após a saída do mesmo;
 O protetor deverá ser utilizado durante todo o período de exposição
devidamente ajustado;
 O uso do protetor auditivo deverá ser auditado visando garantir a formação de
evidências.

6.7. Avaliação da Eficiência dos Equipamentos de Proteção Auditiva

6.7.1. O EPA será considerado eficiente quando for aprovado nos testes descritos
no Anexo C deste padrão.

6.7.2. A avaliação da eficiência dos EPA deverá ser realizada utilizando-se o Método
das Bandas de Oitava ou Método Longo, descritos na norma BS EN ISSO 4869-2
e na publicação NIOSH DHEW No. 76-120, em conformidade com o anexo E deste
programa, e o Método Curto, descrito no anexo A deste programa.

6.7.2.1. A avaliação da eficiência através do Método Longo é necessária para


verificar se o EPA possui atenuação suficiente para prevenir exposições de curto
prazo (agudas) a níveis de pressão sonora elevados em locais específicos da
instalação, considerando as características particulares do ruído nesses locais.

6.7.2.2. A avaliação da eficiência através do Método Curto é necessária para


verificar se o EPA possui atenuação suficiente para prevenir exposições a níveis de
pressão sonora elevados, considerando a exposição média do GHE no longo prazo
(crônica).

6.7.3. Caso os EPA testados não possuam atenuação suficiente para um


determinado local de trabalho, deverá ser considerado o uso da dupla proteção
auditiva que é constituída pelo uso conjunto de um protetor auditivo de inserção e
um protetor do tipo concha.

6.7.3.1. A avaliação da eficiência dos EPA utilizados na dupla proteção auditiva


subtrair do dado o NRRsf do protetor considerado. No caso de dupla proteção
considerar o NRRsf do par, quando disponível, ou considerar o maior valor acrescido
de 5.

6.7.3.2. Caso a dupla proteção auditiva não seja considerada eficiente no controle
da exposição ocupacional ao ruído, deverá ser adotada a limitação do tempo de
exposição ao ruído como medida complementar, de forma que se garanta a efetiva
proteção dos trabalhadores.

6.8. Inspeção, Manutenção, Higienização e Guarda dos Equipamentos de


Proteção Auditiva

6.8.1. Os procedimentos para higienização e guarda dos EPA estão estabelecidos


no Anexo B deste programa.

6.8.1.1. A higienização do EPA é o procedimento de limpeza e desinfecção do


equipamento e de suas partes, que garante que qualquer pessoa que use o protetor
não sofra efeitos adversos à saúde, causados pela contaminação do EPA por
agentes químicos ou biológicos.

6.8.1.2. A higienização e guarda do EPA deverá ocorrer de modo que o equipamento


e suas partes não sofram alterações ou danos que possam diminuir a proteção
oferecida originalmente, quando o protetor foi adquirido.

6.8.1.3. Conforme estabelecido nos itens 5.5 e 5.9 deste programa, o empregado
usuário do EPA é responsável pela higienização e guarda adequadas do seu
protetor, enquanto sua gerência é responsável por garantir as condições adequadas
para que a higienização e guarda dos EPA possam ser realizadas pelo usuário, de
acordo com os procedimentos estabelecidos neste padrão.

6.8.1.4. Protetores auditivos do tipo de inserção moldável não devem ser


higienizados e devem ser descartados após cada uso ou, no máximo, a cada jornada
diária de trabalho.

6.8.2. Os procedimentos para manutenção e inspeção dos EPA estão estabelecidos


no Anexo B deste programa.
6.8.2.1. A manutenção do EPA é o procedimento de substituição de suas partes e
reparos no equipamento, que garante a permanência das condições originais de
proteção oferecidas pelo protetor, quando da sua aquisição.

6.8.2.2. O procedimento de manutenção é aplicável somente aos protetores do tipo


concha e, sempre que possível, deverá ser dada preferência à substituição do EPA
completo, ao invés de uma ou mais de suas partes, quando estas apresentarem
alguma irregularidade.

6.8.2.3. Independente das condições em que se encontrem, os protetores do tipo


concha deverão ser obrigatoriamente substituídos a cada 2 (dois) anos, a contar da
data de registro de entrega do EPI ao usuário. No caso dos protetores de inserção
pré-moldados, aplica-se o mesmo critério de substituição, porém com periodicidade
anual.

6.8.2.4. A inspeção dos EPA deverá ocorrer sempre imediatamente antes do uso do
equipamento e após a sua limpeza, de modo que seja possível verificar se o
equipamento está em boas condições e se necessita de manutenção ou deve ser
descartado.

6.8.2.5. Conforme estabelecido nos itens 5.5 e 5.9 deste padrão, o empregado
usuário do EPA é responsável pela inspeção do seu protetor, antes de cada uso e
após sua higienização, de modo que seja possível identificar irregularidades que
inviabilizem o seu uso, enquanto sua gerência é responsável por garantir a
manutenção ou substituição dos EPA, sempre que solicitadas pelo usuário, de
acordo com os procedimentos estabelecidos neste padrão.

6.9. Educação e Motivação em Conservação Auditiva

6.9.1. Todos os empregados com exposição a nível médio de pressão sonora


superior ao Nível de Ação estabelecido para jornada de trabalho, ou aqueles cuja
exposição ao ruído apresente risco potencial ou evidente à saúde, identificado na
fase de Antecipação ou Reconhecimento de Riscos do PPRA, deverão ser educados
e treinados em relação aos riscos oriundos de suas atividades relacionadas ao
agente ruído, assim como em relação às medidas de conservação auditiva e aos
procedimentos estabelecidos neste programa.

6.9.1.1. O conteúdo programático, a carga horária e a forma e frequência de


reciclagem do treinamento em conservação auditiva, estão estabelecidos no Anexo D
deste padrão.

6.9.2. O assunto “conservação auditiva” e os assuntos correlatos deverão ser


sistematicamente abordados durante os DSMS realizados nas áreas operacionais.

6.10. Gerenciamento Audiométrico

6.10.1. Os exames audiométricos estão estabelecidos para os empregados


potencialmente exposto ao ruído, de acordo com os critérios das normas vigentes
(recomenda-se a observação do Guia de implementação do Programa de
Conservação Auditiva da Fundacentro)

6.10.2. Os procedimentos para avaliação e acompanhamento da audição em


trabalhadores expostos ao ruído são realizados conforme estabelecido no Anexo I
do Quadro II da NR 7.

6.10.2.1. Será realizado acompanhamento periódico da evolução dos limiares


auditivos, partindo-se da audiometria de referência. As alterações identificadas
deverão ser apresentadas aos empregados envolvidos, ao seu gerente e ao
coordenador do PCA.

6.10.2.2. As etapas para a realização do monitoramento audiométrico deverão


atender o estabelecido na Ordem de Serviço INSS/DSS nº 608/1998.

6.10.3. A comunicação de PAIRO deverá atender os critérios estabelecidos pelo


médico coordenador do PCMSO.

6.10.3.1. A comunicação de PAIRO na NOME DA EMPRESA seguirá os


procedimentos estabelecidos na Tabela 1.
6.10.4. O acompanhamento da qualidade dos serviços de avaliação audiológica e
dos ambientes acústicos nos quais estes serviços são realizados deverá ser
realizado através de:

 Avaliações dos ambientes para ensaios audiométricos, conforme métodos


descritos na Recomendação CFFa nº 11, de 8 de março de 2010;
 Verificação da calibração dos audiômetros, conforme recomendações da
Resolução CFFa nº 365, de 30 de março de 2009.

6.10.4.1. Os níveis de pressão sonora admitidos para ambientes acústicos, nos


quais são realizadas as avaliações audiológicas, devem ser aqueles estabelecidos
na Resolução CFFa nº 364, de 30 de março de 2009.

6.10.4.2. Recomenda-se que os instrumentos contratuais para prestação de serviços


de avaliação audiológica contenham a sistemática para acompanhamento da
qualidade dos serviços e dos ambientes acústicos.
Tabela 1 – Procedimentos para Comunicação de Perda Auditiva Induzida por
Ruído Ocupacional (PAIRO)

Tarefa Como Quem


Avaliando os exames
ocupacionais através de
Identificar os empregados
pesquisa no sistema de Médico do Trabalho.
com audiometria alterada.
gestão de Higiene
Ocupacional (caso possua).
Realizar diagnóstico Realizando exame médico
Médico especialista em
diferencial dos empregados especializado, adotando o
Otorrinolaringologia.
identificados. Anexo F.
Avaliando resultado do
Coordenadores do PCMSO e
exame médico especializado
PCA, profissionais de
Caracterizar nexo causal e correlacionando com os
Segurança do Trabalho,
preliminar. resultados das análises da
gerente do empregado e
exposição ocupacional,
profissional de RH.
adotando o Anexo G.
Aprovar a emissão da Gerente de SMS e
Avaliando parecer do nexo
Comunicação de Acidente de coordenador da área de
causal.
Trabalho (CAT). saúde.
Utilizando o sistema de
gestão de Higiene
Médico coordenador do
Emitir CAT. Ocupacional (caso possua) e
PCMSO e profissional de RH.
o sistema do INSS, adotando
as orientações do Anexo H.
Conforme o PG-3E6-00232 -
Investigar e analisar a doença O grupo de trabalho
Investigação e Analise de
profissional designado.
Acidentes e Incidentes.
Analisando as condições de
Médico do Trabalho,
saúde auditiva do empregado
Realizar avaliação da profissionais de Segurança do
e correlacionando com as
capacidade laborativa do Trabalho, gerente do
atividades compatíveis com o
empregado. empregado e profissional de
seu cargo e local de trabalho,
RH.
adotando o Anexo I.
Encaminhar o empregado ao
INSS para o estabelecimento
definitivo do nexo causal e Conforme Ordem de Serviço
definição da conduta INSS/DSS 608 e Norma Profissional de RH.
previdenciária, quando CONTEC N-2716.
houver afastamento do
trabalho.

6.11. Avaliação do Programa

6.11.1. A avaliação do PCA abrangerá além dos aspectos relativos ao atendimento


dos procedimentos estabelecidos neste padrão, a eficiência e eficácia das medidas
de controle adotadas e a avaliação dos dados de exames audiométricos individuais.
6.11.2. A avaliação sistemática da eficácia da implementação do PCA se dará com
periodicidade anual.

6.11.3. Deverá ser elaborado um plano de ação específico visando o tratamento


adequado das oportunidades de melhorias identificadas.

6.11.3.1. O acompanhamento da implantação das medidas constantes deste plano


de ação será realizado pelas gerências setoriais das áreas operacionais, em conjunto
com as gerências setoriais e coordenações de segurança e o coordenador do PCA.

7. REGISTROS

tabela

8. ANEXOS
ANEXO A – MODELOS DE SINALIZAÇÃO DE ÁREAS RUIDOSAS
Modelo de Placa de Sinalização* para Uso Obrigatório de Proteção Auditiva

Modelo de Placa de Sinalização* para Uso Obrigatório de Dupla Proteção


Auditiva
ANEXO B – USO, INSPEÇÃO, MANUTENÇÃO, HIGIENIZAÇÃO E
GUARDA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO AUDITIVA

1. Protetores auditivos do tipo concha

1.1. Uso

Alinhe a altura das conchas de acordo com o tamanho da


cabeça, de modo que as conchas cubram completamente a
orelha.

Retire o excesso de cabelo que estiver entre o protetor e o


ouvido.

Certifique-se de que a vedação é satisfatória, sem a


interferência de objetos como elástico de respiradores ou
armação de óculos, de modo a obter melhor desempenho.
No caso de uso conjunto com óculos de segurança, dê
preferência aos óculos com haste elástica.

As conchas devem ficar alinhadas verticalmente de modo a


proporcionar a melhor vedação. Não utilize com as conchas
viradas para trás.

Fonte: http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/SaudeOcupacional/Home/

1.2. Inspeção

Os seguintes itens devem ser inspecionados no protetor auditivo do tipo concha, antes
de seu uso:

• Verificar se a pressão exercida pelo arco (haste) mantém o protetor firmemente


fixado à cabeça. Se houver redução da pressão que possa comprometer a vedação
do protetor, o mesmo deverá ser substituído.
• Verificar a integridade da parte externa das conchas. Se houver rachaduras ou
perfurações nas conchas, o protetor deverá ser substituído.
• Verificar a integridade da espuma interna e da almofada das conchas. Se houver
perda de massa, rasgos, perfurações, deterioração, deformação, enrijecimento,
ressecamento ou esfarelamento da espuma ou plástico, o protetor deverá ser
substituído.

1.3. Manutenção, Higienização e Guarda

Evite manusear o protetor com as mãos sujas e o contato do protetor com produtos
químicos, calor excessivo, radiação solar direta e umidade.
Higienize o protetor tipo concha, semanalmente, com um pano umedecido com água e
sabão neutro.

Após o uso, guarde o protetor em uma embalagem, em local seco e arejado.

2. Protetores auditivos do tipo de inserção pré-moldado

2.1. Uso

Passe uma das mãos de trás da cabeça e puxe levemente a


parte superior da orelha, e com a outra mão, introduza o
protetor no canal auditivo.

Para retirar o protetor, puxe-o pela extremidade que fica na


orelha. Evite puxar os protetores pelo cordão.

Fonte: http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/SaudeOcupacional/Home/
2.2. Inspeção

Antes do uso do protetor auditivo do tipo de inserção pré-moldado, o usuário deverá


verificar a integridade do corpo e das abas (flanges) do protetor. Se houver rasgos,
cortes, deterioração, deformação, enrijecimento ou ressecamento do silicone, o
protetor deverá ser substituído.

2.3. Manutenção, Higienização e Guarda

Evite manusear o protetor com as mãos sujas e o contato do protetor com produtos
químicos, calor excessivo, radiação solar direta e umidade.

Higienize o protetor tipo de inserção pré-moldado, após cada uso, lavando-o com
água e sabão neutro.

Após o uso, guarde o protetor em sua embalagem, em local seco e arejado.

3. Protetores auditivos do tipo de inserção moldável

3.1. Uso

Com as mãos limpas, aperte e role o protetor entre os dedos


até obter o menor diâmetro possível.

Para facilitar a colocação, puxe a orelha para cima e coloque


o protetor no canal auditivo.

Usando o dedo indicador mantenha-o nesta posição


(aproximadamente por 30 segundos) até que ele tenha se
expandido.

Fonte: http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/SaudeOcupacional/Home/
3.2. Inspeção

Antes do uso do protetor auditivo do tipo de inserção moldável, o usuário deverá


verificar a integridade da espuma do protetor. Se houver sujidade, rasgos, cortes,
perda de massa, deterioração, deformação, esfarelamento, enrijecimento ou
ressecamento da espuma, o protetor deverá ser substituído.

3.3. Manutenção, Higienização e Guarda

Evite manusear o protetor com as mãos sujas e o contato do protetor com produtos
químicos, calor excessivo, radiação solar direta e umidade.
Não é recomendada a lavagem desse protetor. O protetor deverá ser trocado se
estiver sujo.

Após o uso, guarde o protetor em sua embalagem, em local seco e arejado.


ANEXO C – PROCEDIMENTO PARA AVALIAÇÃO DE EFICIÊNCIA DE
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO AUDITIVA

1. Introdução

Os Equipamentos de Proteção Auditiva (EPA) ou, simplesmente, protetores auditivos,


são dispositivos destinados à proteção do sistema auditivo contra os efeitos nocivos
do ruído.

Para que a proteção da audição contra os efeitos do ruído, oferecida pelo EPA, seja
efetiva, é preciso que as seguintes condições sejam atendidas:

a) o EPA deverá ser utilizado corretamente, de acordo com as instruções do


fabricante, e durante 100% do tempo de exposição ao ruído a níveis considerados
nocivos;
b) o EPA deverá ser mantido em bom estado de conservação, de modo que as
condições originais de proteção sejam garantidas;
c) o EPA deverá ser adequadamente selecionado, de modo que, quando usado
corretamente pelo usuário e durante todo o tempo de exposição, consiga manter os
níveis de ruído no ouvido (NRO) abaixo do limite estabelecido como nocivo à saúde.

Para que seja garantida a condição descrita na alínea “c” do parágrafo anterior, é
preciso avaliar objetivamente se a atenuação oferecida pelo EPA, obtida através de
testes específicos, é suficiente para garantir que o usuário esteja adequadamente
protegido contra os diversos tipos de ruído dos locais avaliados, com diferentes
intensidades e frequências, e nas diversas situações acústicas experimentadas pelos
usuários durante a jornada de trabalho.

A avaliação da eficiência dos EPA é feita através de dois testes:

a) através do Método das Bandas de Oitava (ou Método Longo), no qual é avaliado se
o EPA é eficiente para reduzir a exposição do usuário ao ruído em cada local da
instalação;
b) através do Método Curto, no qual é avaliado se o EPA é eficiente para reduzir a
exposição média diária do usuário ao ruído, considerando o percentil 95 (P95) da
distribuição da exposição do Grupo Homogêneo de Exposição – GHE.
O EPA somente será considerado aprovado para uso se obtiver resultado satisfatório
nos dois testes de avaliação de eficiência.

2. Avaliação da Eficiência do EPA através do Método das Bandas de Oitava

A avaliação da eficiência do EPA, com o uso do Método das Bandas de Oitava,


deverá ser realizada através da execução das seguintes etapas:

• Seleção dos pontos de medição dos níveis de pressão sonora;


• Medição dos níveis de pressão sonora;
• Seleção dos locais onde é obrigatório o uso dos EPA;
• Seleção dos EPA a serem avaliados;
• Avaliação da eficiência dos EPA em cada local selecionado.

2.1. Seleção dos pontos de medição dos níveis de pressão sonora

Recomenda-se que a avaliação da eficiência do EPA seja realizada por


estabelecimento (instalação).

O estabelecimento deverá ser dividido em áreas que incluam um mesmo processo


produtivo ou cujas fontes geradoras de ruído possuam características acústicas
similares.

Para cada área deverão ser relacionados os equipamentos que sejam considerados
fontes geradoras de ruído, se possível, com o TAG de identificação.

Para cada fonte geradora de ruído em potencial devem ser escolhidos um ou mais
pontos, onde serão realizadas as medições dos NPS. Para equipamentos de pequeno
porte poderá ser escolhido apenas um ponto de medição, para o qual é esperado o
maior NPS. Para equipamentos de grande porte poderão ser escolhidos vários pontos
equidistantes dos limites do equipamento.
Os pontos de medição dos NPS devem ser selecionados de modo que sejam
garantidas duas condições:
a) que seja possível conhecer os NPS médios equivalentes (Leq) dos locais onde,
habitualmente, seja executado algum tipo de trabalho;
b) que todas as fontes geradoras de ruído do estabelecimento sejam consideradas.

2.2. Medição dos níveis de pressão sonora

Antes do conjunto de medições, o equipamento de medição deve ser acusticamente


calibrado e configurado da seguinte maneira:

• Intervalo de integração: um segundo;


• Período de integração: 60 segundos;
• Circuito de resposta: lenta (slow);
• Escala de compensação: A (para o Leq) e Linear (para os NPS por bandas de
oitava).

Para evitar o efeito de reverberação, que pode levar a um falso diagnóstico do


problema do ruído, as medições, em ambientes externos, devem ser realizadas a uma
distância superior a dois metros de paredes e outras superfícies refletoras e a 1,2
metros do nível do piso. No interior de edificações, as medições devem ser realizadas
a uma distância mínima de um metro de quaisquer superfícies.

Para prevenir o efeito do vento sobre o microfone do equipamento de medição, deve-


se usar um protetor adequado, conforme instruções do fabricante.

Devem ser medidos, para cada ponto de medição, os níveis equivalentes mínimo,
médio e máximo, observados durante o período de integração (duração de cada
medição). Para análise da distribuição espectral, devem ser obtidos os NPS para cada
banda de oitava compreendida entre 16 Hz e 16 kHz, em cada ponto de medição.

A medição deve ser representativa da condição normal de funcionamento dos locais e


equipamentos avaliados. Todos os equipamentos que, por sua localização e ruído
gerado, possam interferir no NPS do ponto de medição, devem encontrar-se em
funcionamento normal durante as medições e/ou desativados, se for esta a condição
preponderante e usual do local.

Se, durante o período de integração, for observada a ocorrência de ruídos atípicos em


relação à fonte geradora avaliada, a medição deverá ser cancelada e repetida. Os
ruídos atípicos incluem os ruídos com caráter impulsivo ou com componentes tonais e
aqueles advindos de fenômenos da natureza (p.ex. chuva forte, trovões), mas não se
limitam a estes.

2.3. Seleção dos locais onde é obrigatório o uso dos EPA

As áreas onde, pelo menos, um ponto de medição apresente NPS médio equivalente
(Leq) superior a 80 dB(A), devem ser consideradas como áreas de uso obrigatório de
Equipamento de Proteção Auditiva (EPA).

Para cada local dessas áreas, onde o Leq de pelo menos um ponto é superior a 80
dB(A), deve ser realizada a avaliação da eficiência dos EPA, conforme metodologia
apresentada no item 2.5 deste anexo.

2.4. Seleção dos EPA a serem avaliados

Os EPA avaliados devem ser aqueles habitualmente utilizados na instalação.

A relação dos EPA utilizados na instalação pode ser obtida com o profissional
responsável pela entrega de EPI ou com os profissionais de SMS.

Deve ser verificado, com os profissionais de SMS, se há algum EPA que deva ser
incluído no estudo.

Caso os EPA selecionados não sejam considerados eficientes para atenuar o ruído
presente em algum local da instalação, o responsável pelo estudo deverá selecionar
outros protetores no mercado que possuam características de atenuação compatíveis
com esses locais.
Os EPA que, notoriamente, possuam características que os tornem desconfortáveis
para o uso, de acordo com a percepção dos usuários, não devem ser incluídos no
estudo de avaliação de eficiência.
Os EPA do tipo concha com arco fixo ou móvel sobre a cabeça não devem ser
incluídos no estudo de avaliação de eficiência, pois os dados de atenuação são
referentes ao uso do arco sobre a cabeça, o que não é possível com o uso conjunto
do capacete de segurança. Como alternativa, deverão ser selecionados protetores do
tipo concha com arco fixo sobre a nuca ou acoplados ao capacete de segurança.

O estudo de avaliação da eficiência de EPA deverá incluir, obrigatoriamente,


protetores dos tipos: concha, de inserção moldável e de inserção pré-moldado.

Os EPA selecionados deverão possuir Certificado de Aprovação (C.A.) válido no dia


da emissão do relatório de avaliação.

2.5. Avaliação da eficiência dos EPA em cada local selecionado

O Método das Bandas de Oitava permite estimar a proteção oferecida por um EPA,
através da medição dos NPS por faixas frequência de bandas de oitava da fonte
geradora a ser estudada, levando-se em consideração o particular ruído que se está
atenuando.

Para avaliar a eficiência de atenuação dos EPA pelo Método das Bandas de Oitava, é
preciso ter os valores das atenuações médias e dos desvios padrão, por banda de
oitava, oferecidos pelo protetor e obtidos através do método ANSI S12.6-1997
(Subjective Fit), e os valores de NPS por banda de oitava da fonte geradora do ruído.

De posse desses dados, é possível calcular o Nível de Ruído no Ouvido (NRO), com o
uso do protetor e na situação específica onde foram medidos os NPS por banda de
oitava, e obter o valor real de atenuação para a situação específica, conhecido como
Índice Rc.

Para efetuar esse cálculo pode ser utilizada a planilha do Anexo D deste padrão.
Os EPA serão aprovados para a situação específica em que foram avaliados, de
acordo com a classificação do grau de proteção esperado descrita no item 4 deste
anexo.

O Índice Rc é mais criterioso e difere dos números únicos de atenuação de EPA


(p.ex.: o NRRsf) por levar em consideração o ruído do ambiente de trabalho e as
variações estatísticas dos protetores auriculares e por possuir um fator de segurança
espectral para 98% dos tipos de ruído industrial.

O Índice Rc, obtido de acordo com esse método, considera situações ideais de
colocação e de estado de conservação e tempo efetivo de utilização do protetor de
100% do tempo de exposição ao ruído.

3. Avaliação da Eficiência do EPA através do Método Curto

A avaliação da eficiência do EPA, com o uso do Método Curto, deverá ser realizada
conforme descrito abaixo:

Para os Grupos Homogêneos de Exposição (GHE) que possuam dados de exposição


ao ruído no curto ou no longo prazo, o NRO é calculado da seguinte forma:

NRRsf - NRO MC < ou = P95

NRO MC: nível de ruído no ouvido, estimado através do método curto.


P95: percentil 95 da distribuição da exposição do GHE ao ruído.
NRRsf: nível de redução de ruído do protetor, obtido através do método ANSI S12.6-
1997.

Os EPA serão aprovados para uso pelos empregados que estão associados ao GHE
específico para o qual foram avaliados, de acordo com a classificação do grau de
proteção esperado descrita no item 4 deste anexo.

4. Classificação do Grau de Proteção do EPA


A classificação do EPA no grau de proteção esperado é feita em função do NRO,
estimado através dos métodos descritos neste anexo, que decorre do uso do protetor,
conforme descrito na Tabela 1.

Os EPA serão considerados eficientes quando o estiverem classificados nos graus de


proteção “bom” ou “aceitável”.

Os EPA classificados no grau de proteção “muito alto (sobre proteção)” podem


interferir seriamente na inteligibilidade de sons, portanto, somente deverão ser
aprovados para a situação específica em que foram avaliados se a necessidade de
comunicação e de audibilidade de sinais e alarmes não for considerada crítica.

Para os locais de trabalho onde todos os protetores testados sejam classificados no


grau de proteção “insuficiente” devem ser adotadas medidas de controle alternativas
ou complementares, tais como a limitação do tempo de exposição ao ruído e/ou o uso
da dupla proteção auditiva.
ANEXO D – TREINAMENTO EM CONSERVAÇÃO AUDITIVA

Objetivo: Informar e instruir os trabalhadores expostos ao ruído sobre os riscos


provenientes desta exposição e as formas de prevenção de danos que possam ser
causados por tal exposição.

Público: Empregados com exposição a nível médio de pressão sonora superior ao


Nível de Ação estabelecido para jornada de trabalho, ou aqueles cuja exposição ao
ruído apresente risco potencial ou evidente à saúde.

Carga Horária: 2 (duas) horas


Reciclagem: a cada 2 (dois) anos
Conteúdo Programático:

1. Objetivo do Treinamento
2. Conceitos Básicos
2.1. Som e ruído
2.2. Limiares de audibilidade
2.3. Espectro sonoro e frequências audíveis
2.4. Nível de pressão sonora
2.5. Curvas de compensação
2.6. Classificação do ruído
3. Efeitos do Ruído no Homem
4. Anatomia e Fisiologia do Aparelho Auditivo
5. Interpretação da Perda Auditiva Induzida pelo Ruído e dos Exames Audiométricos
6. Outros Fatores que Levam à Perda Auditiva
7. Noções de Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído
8. Controle da Exposição ao Ruído
9. Aspectos Legais do Controle da Exposição ao Ruído
10. Tipos de Protetores Auditivos
11. Eficiência e Eficácia de Protetores Auditivos
12. Colocação e Uso Corretos de Protetores Auditivos
13. Inspeção, Manutenção e Higienização dos Protetores Auditivos
14. Tempo de Uso Efetivo de Protetores Auditivos
15. Apresentação do Programa de Conservação Auditiva

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