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Prefácio
Roberto Jarry Richardon
História da Educação
Política Educacionais
Processos de Ensino-Aprendizagem
Por sua vez, André (2001) faz uma discussão interessante sobre o rigor e a qualidade
da pesquisa em educação, quando questiona sobre fazer ciência ou política de intervenção. A
pesquisa em educação deve gerar novos conhecimentos ou deve servir de intervenção ou
possuir uma aplicabilidade/utilidade social? A autora entende que não há consenso acerca
dessas questões. Para a autora, essas questões apontam para uma discussão teórica, sobre a qual
a pesquisa não se presta para solucionar pequenos problemas cotidianos, pois encarar a pesquisa
desse modo significa assumir uma herança técnica e administrativa dos intelectuais-dirigentes
da Escola Nova. Então, temos nos tornado pragmatistas em relação às finalidades da pesquisa?
André nos lembra que atualmente tem-se supervalorizado a prática em detrimento à teoria e que
tal ação pode intervir na busca por um rigor que qualquer tipo de pesquisa requer. Isso ocorre
em virtude, talvez, da confusão de conciliar os papéis de ator e pesquisador ao mesmo tempo.
Como o campo das possibilidades da pesquisa em educação é amplo e ainda não
conseguimos conhecer toda a verdade, logo:
[...] sobram espaços para todo o tipo de investigação, desde que se cuide da
sistematização e controle dos dados. Que o trabalho de pesquisa seja
devidamente planejado, que os dados sejam coletados mediante
procedimentos rigorosos, que a análise seja densa e fundamentada e que o
relatório descreva claramente o processo seguido e os resultados alcançados.
(ANDRÉ, 2001, p. 57)
Portanto, a pesquisa, seja ela qual for, não pode deixar de levar em conta, alguns
pressupostos que mantenham seu rigor científico. Assim, compreendemos que, quem dará
sentido ou aplicabilidade aos resultados obtidos por uma determinada pesquisa são os próprios
sujeitos interessados nestes resultados. Ao pesquisador cabe seguir as orientações acima para
que sua investigação tenha validade. Entretanto, os resultados dela cabe ao pesquisador discuti-
las e apresentá-las, com o propósito de que os interessados possam assumi-la e fazer uso da
maneira que convier da mesma.
Em seguida, Bogdan e Biklen (2013) apresentam como segunda característica da
pesquisa em educação, a condição de ser descritiva – isto porque, as informações obtidas no
campo da investigação, no ambiente natural, são expressas em forma de palavras e de imagens.
As palavras (orais ou escritas) e as imagens revelam um saber, com o qual o pesquisador irá
sistematizar para produzir um conhecimento científico no âmbito das Ciência da Educação.
1
Alves-Mazzoti (2006) ao discutir sobre os usos e os abusos dos estudos de casos, na pesquisa qualitativa, defende
a ideia de que este tipo de estudo é passível de generalizações. No entanto, uma das facetas dos preconceitos que
cercam os estudos de casos é, justamente, julgá-la como um estudo que oferece pouca condição para
generalizações. Assim, “[...] se não pode generalizar a partir de um único caso, também não se pode generalizar
com base em um único experimento (YIN, 1984, p. 48-49 apud ALVES-MAZZOTI, 2006, p. 646). Aqui o autor
tece uma crítica às pesquisas não qualitativas ou pesquisas experimentais. Em síntese, o que o autor está revelando
que se torna possível, através de “estudos de casos múltiplos”, com o qual, “[...] a partir de um conjunto particular
de resultados, o investigador poderá gerar proposições teóricas que seriam aplicáveis a outros contextos”.
A pesquisa qualitativa, que tem nas ações dos seres humanos o seu alvo principal,
também se preocupa com o processo construído para se chegar a determinado fato. O produto
não se configura em seu foco de preocupação, isto porque, entendemos que os sujeitos humanos
são seres inconclusos, inacabados, projeto infinito e estão em constante movimento (FREIRE,
2005, BOFF, 2000). Os seres humanos são, portanto, seres criativos e em processo.
Por isso Minayo (2014, p. 13-15) ao discutir sobre o desafio da pesquisa social2, aponta
características sobre o seu objeto, os quais sintetizamos no quadro abaixo:
CARACTERÍSTICAS DO OBJETO JUSTIFICATIVA
DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
As sociedades humanas estão marcadas pela relação tempo/espaço.
Vivem o “embate entre o que está dado e o que está sendo
É histórico construído”. Portanto, as respostas obtidas nas pesquisas sociais são
provisórias, dinâmicas e específicas e influenciam diretamente as
teorias das ciências sociais.
Entende-se que não é apenas o pesquisador que atribui sentido ao
seu trabalho intelectual. Mas, toda a sociedade possui
Possui consciência histórica intencionalidade em suas ações e validam ou refutam as ações, os
achados do pesquisador. Portanto, “o nível de consciência histórica
das Ciências Sociais está referenciado ao nível de consciência
histórica social”.
O pesquisador lida com seres humanos o qual possui um vínculo
identitário com o mesmo. Isso faz com que ambos se tornem
“solidariamente imbricados e comprometidos” com a construção do
conhecimento. Ambos são interdependentes, pois nas sociedades
Possui identidade entre sujeito e humanas, os fenômenos sociais são produzidos pelos próprios
objeto sujeitos humanos. A investigação desses fenômenos são feitas por
um ser da mesma espécie (humana). Assim, um depende do outro
para se aproximar de uma verdade, de uma resposta para poderem
conviver e se relacionar mutuamente melhor em sociedade.
2
Estamos compreendendo a pesquisa social como sendo aquela que trata dos fenômenos existentes na sociedade
e que são produzidas nas relações entre os seres humanos. Isto porque o homem é o único ser, da espécie animal,
capacitado de raciocínio, capaz de modificar o seu meio e interagir com os outros da mesma espécie e domesticar
aqueles diferentes (os animais não-humanos), promovendo a ação coletiva com fins mútuos, divergentes etc. Nas
suas relações dialógicas é capaz de chegar a um consenso, a um objetivo único, mesmo contendo em si convicção
de ideias opostas àquelas consensuais para um determinado fim (SILVA, 2003).
É essencialmente qualitativo conta da amplitude e riqueza da vida, das ações e relações dos
sujeitos humanos em sociedade. Não é possível quantificar tal ação
humana, mesmo admitindo que se pode tentar. Pois, o cotidiano dos
sujeitos humanos (individual ou no coletivo) é extremamente rico
de detalhes e especificidades que justificam sua natureza qualitativa
no trato investigatório. Por ser também seres inconclusos e em
processo, as Ciências Sociais tenta se aproximam de uma parte a
verdade, recortada em um determinado tempo e espaço históricos.
Quadro 1 – Síntese das características do objeto das Ciências Sociais, segundo Minayo (2014).
Nessa direção nos acostamos ao que apresenta Gamboa (2014), quando reflete sobre a
lógica da pesquisa em educação. Para o autor, uma dada
Nível
técnico-
instrumental
Nível Nível
ontológico metodológico
Abordagem
epistemológia
Nível Nível
gnosiológico teóricos
Nível
epistemológico
3
Vale ressaltar que, referente a cada um dos níveis apresentados na ilustração acima, nos capítulos subsequentes,
os demais autores apresentarão o sentido indicado por Gamboa (2014). Ou, caso o leitor desejar ir a fonte, a
referência deste autor encontra-se no final do presente artigo.
por entidades que fomentam a pesquisa e garante os recursos financeiros a sua execução, aos
que Flick (2009) nomeia como “os de fora”. A ética aqui defendida encontra sua fonte nas ações
e proposições dos pesquisadores e se refere “as de dentro” do processo, as primeiras
inquietações que já devem primar incessantemente pela qualidade.
As questões éticas ainda deverão nortear a escolha da amostragem, ou seja, os sujeitos
que participarão da pesquisa. Nesta etapa o pesquisador deverá considerar alguns princípios
como: consentimento para a pesquisa, através da utilização do Termo Livre e Esclarecido e a
proteção anonimato dos sujeitos; o cuidado no acolhimento das narrativas e no trato com as
informações advindas da pesquisa de campo, visto que os sujeitos deverão ser preservados e
respeitados; a naturalidade no agir do pesquisador sem a intervenção nos resultados exaltando
ou omitindo dados que compõem os achados da pesquisa.
Quando Flick (2009) ressalta que a busca por qualidade também deve observar as
questões éticas, defende que existe uma linha tênue entre os achados que são de extremo
interesse da pesquisa e por isso deverão ser publicados e problematizados ou alguma
informação que possa constranger os sujeitos participantes, limitando com isso sua utilização.
Uma questão que deverá ser considerada sempre, é a real necessidade do pesquisador,
principalmente quando seus sujeitos forem vulneráveis, de submeter através da memória, a um
novo sofrimento ao reviver fatos já vivenciados.
A ética também deverá ser associada a transparência durante todo o processo de
pesquisa e ao final na elaboração e divulgação dos dados. O cuidado de retornar aos
investigados os resultados, discutir para só então, após a provação do relatório pelos
participantes da pesquisa, publicar em periódicos contribuindo para reflexões sobre o objeto
investigado, faz parte de uma atitude ética do pesquisador.
À guisa das considerações finais, destaca-se que uma pesquisa qualitativa em educação
ou em qualquer área do conhecimento para ser considerada de qualidade deverá primar por um
exaustivo aprofundamento teórico, a partir de estudos de pesquisas anteriores; de um rigor
metodológico que utilize técnicas, instrumentos e realize uma análise precisa, válida e adequada
buscando o atendimento dos objetivos estabelecidos e apresentando novas respostas e
interpretações ao objeto investigado a partir da utilização de um protocolo de pesquisa que
considere questões éticas e contribua para elaboração de novos conhecimentos.
Referências
ALVES-MAZZOTI, Alda Judith. Usos e abusos dos estudos de caso. Cadernos de Pesquisa,
v. 36, n. 129, set./dez. 2006.
ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: buscando rigor e qualidade, Caderno Cedes, n. 113,
jul.2001.
BOFF, Leonardo. Ethos mundial: um consenso mínimo entre os humanos. Brasília: Letraviva,
2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 3. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 2005.
SAMPIERI, Roberto Hernandez; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, María del Pilar
Baptista. Metodologia de pesquisa. Tradução: Daisy Vaz Moraes. 5a. ed. Porto Alegre: Penso,
2013.
SILVA, Eduardo Jorge Lopes da. O Fórum de educação de jovens e adultos do estado da
Paraíba: uma nova configuração em movimentos sociais. 2003. 161f. Dissertação (Mestrado
em Educação Popular). Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2003.
EDUCAÇÃO POPULAR
Estudos e investigações dos processos de educação popular nas políticas sociais (educação de
jovens e adultos, saúde, economia solidária, extensão universitária, entre outras) e nos
movimentos sociais.
Fonte: site do PPGE <http://www.ce.ufpb.br/ppge/contents/menu/linhas-de-pesquisa >
A LÓGICA ESTRUTURAL DAS PESQUISAS EM EDUCAÇÃO: ANÁLISE DA
PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO POPULAR
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Em síntese, observa-se nos trabalhos e seus respectivos objetivos que no âmbito da linha
de pesquisa em Educação Popular podem ser encontrados técnicas, instrumentos,
procedimentos e diversas abordagens desenvolvidas ao longo dos últimos cinco anos. Nessa
perspectiva interessa saber quais os aspectos técnico-instrumentais, metodológicos, teóricos,
epistemológicos, gnosiológicos e ontológicos mais recorrentes nos estudos desenvolvidos na
linha de pesquisa em questão? A resposta ao enunciado pressupõe uma análise descritiva sobre
essas produções.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Gamboa (2012), existe uma lógica que compõe toda pesquisa em educação,
em que, sua recuperação interna supõe a reconstituição das articulações entre vários fatores
intrínsecos ao processo de produção do conhecimento. Nesse processo ocorre uma
manifestação estrutural de pensamento que, ainda conforme Gamboa (2012, p. 58) “inclui
conteúdos filosóficos, lógicos, epistemológicos, teóricos, metodológicos e técnicos”. Nessa
perspectiva, justifica-se a necessidade da realização do mapeamento de dissertações no âmbito
da linha de pesquisa Educação Popular para apreensão dessa lógica e análise de seus aspectos
estruturais mais relevantes nesse processo.
Aspectos Técnico-Instrumentais
Aspectos Metodológicos
Aspectos Teóricos
Com relação aos aspectos teóricos de uma pesquisa, Gamboa (2012) explica que estes
abarcam os fenômenos educativos e sociais privilegiados, núcleos conceptuais básicos,
pretensões críticas a outras teorias, tipo de mudança proposta, autores citados, etc. Nessa
perspectiva, as dissertações que sucedem utilizam-se das mais variadas correntes teóricas em
suas fundamentações.
Nessa direção, ao analisar “A dimensão organizativa em uma educação popular”, Freitas
(1986) trabalha os conceitos de Educação Popular; Educação de Adultos; Pedagogia do
Movimento; Auto-organização; Sistematização de Experiências; e Práxis (grifo nosso)
apoiando-se em Paulo Freire (grifo nosso).
Sobre a dissertação “Cenopoesia, a arte em todo ser: das especificidades artísticas às
interseções com a educação popular” (DANTAS, 2015), dentre os autores utilizados para
teorizar acerca da cenopoesia, Dantas (2015) menciona com mais frequência: Freire, através
das manifestações e meio de aprendizado do oprimido, do popular, como modo de resistência,
como negação cultural dos saberes dominantes; Minayo “a poesia e a arte continuam a
desvendar lógicas profundas e insuspeitadas do inconsciente coletivo, da vida cotidiana e do
destino humano.”; e Paludo trazendo a literatura popular enquanto transformadora da realidade
social, frente aos impactos da globalização, do neoliberalismo e do pensamento capitalista, que
submete as relações sociais à lógica mercantil. Também são recorrentes no trabalho, Brandão
(grifo nosso), Richardson, Bertold Brechet, entre outros.
Já a pesquisa sobre “O processo de aproximação da educação popular com as práticas
de educação em saúde no SESC e o seu significado” (NASCIMENTO, 2015), entre os diversos
estudiosos citados Nascimento (2015) traz para discorrer sobre a educação popular Paulo Freire,
Gadotti, Brandão, abordando a ideia de que “a educação popular é uma metodologia
educacional que valoriza os saberes do povo, voltado para conquista dos direitos sociais,
culturais e políticos na construção de novos saberes” (NASCIMENTO, 2015, p.38), partindo
da educação para compreensão sobre a saúde.
No que cerne o estudo sob o título “Nóis é terrívi, se nóis fala que faz, nóis faz: O
acampamento Elizabeth Teixeira em Limeira-SP e a construção da escola como espaço público
de auto-organização e Educação Popular”, Rodrigues (2016) apoia-se em autores como Boff,
Leonardo; Brandão, Carlos Rodrigues; Carcaioli, Gabriela; Freire, Paulo, Holliday, Oscar Jara;
Marx (grifo nosso), Karl; Paludi, Conceição foram necessários para fundamentar as questões
referentes à Educação Popular; Educação de Jovens e Adultos; Pedagogia do Movimento; Auto-
organização; Sistematização de Experiências; Práxis.
A despeito das “Trajetórias de sucesso escolar dos jovens oriundos de escolas públicas
no ensino superior” analisadas por Batista (2016), a pesquisa referida fundamenta-se em
estudos sociológicos a partir de autores estruturalistas e pós-modernos como Bourdieu (1964-
1998), (grifo nosso), que aborda os conceitos de “habitus, capital cultural, social e econômico”;
Lahire (1997, 2004), que trata sobre os conceitos de “sucesso escolar, escolarização e meios
populares”; e Charlot (2000, 2002, 2009). Nessa direção, o trabalho aborda também o conceito
de educação popular, trajetória de sucesso (grifo nosso), aceso e permanência, ensino superior,
e alto prestígio social. Contudo, Batista (2016) ressalta a base teórica do presente estudo como
sendo relevante para a análise e compreensão das trajetórias singulares de sucesso escolar dos
jovens oriundos de escolas públicas em cursos elitistas no âmbito da Universidade Federal da
Paraíba.
Na pesquisa sobre “A Educação Popular nas pós-graduações em Educação: análises das
dissertações e teses produzidas entre 2000 e 2014 na Região Nordeste”, Soares (2016)
fundamenta-se nos conceitos de educação, popular, história, movimentos de cultura e
Educação Popular (grifo nosso), assim como no diálogo sobre a história da Pós-Graduação no
Brasil e das Pós-Graduações em Educação da região Nordeste, CAPES e o CNPq. Sendo assim,
a dissertação apresenta o Estado da Arte acerca da Educação Popular nas pós-graduações em
Educação da região Nordeste. São utilizados como pressupostos teóricos os estudos de Haddad
(2000), Ferreira (2002), Teixeira (2006) e a análise de conteúdo elucidada por Bardin (1977),
assim como Demo (1995), Coelho (2002), Brandão (1981; 2006), Beisiegel (1982; 1986),
Bezerra (2001), Góes (1980), Porto e Lage (1995) e Scocuglia (2000).
Bezerra (2017) ao estudar “A dimensão educativa do trabalho dos agentes comunitários
de saúde: nos passos dos ACS de Mari-PB”, fundamenta-se em diversos expoentes,
apresentando como principais: Paulo Freire (2001) amparando-se no conceito de prática
educativa; Gohn(1999), Werthein (1985) e Torres (1992), nos conceitos acerca da educação
não-formal. Desta maneira, todo trabalho é embasado nos pressupostos da educação popular, a
partir dos teóricos citados e de outros da área, como Brandão (1981); Carrillo (2013),
destacando os que tratam da educação popular e saúde: Valla(2003); Vasconcelos(1989);
Mialhe (2011); Gonçalves (2011),entre outros. Ao longo do estudo é possível perceber
definições importantes de: educação popular; educação formal e não formal; prática educativa
(grifo nosso); e espaços alternativos.
Por fim, a temática “A prática educativa da extensão rural no campo da reforma agrária:
Aproximações com a educação popular” Silva (2017) utiliza como principais teóricos: Freire
(1983), que trata sobre a negação do homem como ser de transformação do mundo; Batista
(2007), que evidencia a Educação Popular como forma de democratização, emancipação
humana (grifo nosso), libertação, resistência e enfrentamento às imposições das políticas
educacionais oficiais, bem como a negação dos direitos educacionais; Holliday (2006) trata
sobre a Educação Popular vinculada à aprendizagem, ao diálogo e a transformação da
sociedade; Scocuglia (2015) enfatiza sobre a reinvenção de novas práticas educativas; Aron
(2005) traz uma reflexão baseada no discurso de Marx, sobre as lutas de classe e igualdade de
direitos; Brandão (2006) comenta sobre “o produto do trabalho do homem, o homem em si
mesmo e sobre suas relações com a natureza”.
Aspectos Epistemológicos
Aspectos Gnosiológicos
Acerca dos aspectos gnosiológicos de uma pesquisa, Gamboa (2012) explica que tem a
ver com o entendimento do pesquisador sobre a realidade, o abstrato e o concreto no processo
de investigação científica. Assim, para o referido autor, isso implica variadas formas de abstrair,
conceituar, classificar e formatar. Referindo-se assim, aos critérios sobre a “construção do
objeto” no processo de construção do conhecimento científico (GAMBOA, 2012).
Em consonância ao exposto, na dissertação sobre “A dimensão organizativa em uma
educação popular, o primeiro contato de Freitas (1986) com o objeto de pesquisa (Associação
de Moradores Brasília Teimosa – Recife/PE) se deu entre 1960 e 1964 pela Graduação em
Licenciada em Ciências Sociais na Universidade Católica de Pernambuco, onde foi
desenvolvido um trabalho de campo de três anos, retomando na década de 80 para realizar algo
mais específico destinado ao mestrado em educação no PPGE.
No estudo sobre “Cenopoesia, a arte em todo ser: das especificidades artísticas às
interseções com a educação popular”, Dantas (2015) teve contato com a cenopoesia desde a
adolescência, na década de noventa, e o encantamento com uma manifestação que é popular,
possui finalidade pedagógica, social e representa resistência a fez transcender e buscar um modo
de levar à academia uma parte importante da nossa cultura, porém com pouca visibilidade e
teorização. Sua missão foi unir a pedagogia à sua paixão pela arte, que se concretiza na
cenopoesia.
Ao analisar “O processo de aproximação da educação popular com as práticas de
educação em saúde no SESC e o seu significado”, Nascimento (2015) parte intimamente das
experiências profissionais da autora, onde a mesma relata que o encontro com a educação
popular surgiu antes dos estudos na área e experiência profissional. A pesquisadora relata
algumas experiências que a possibilitaram desenvolver uma prática mais sensível, com uma
escuta humanizada onde foram fortalecidas as práticas em promoção de saúde, dentre essas
experiências cita o Estágio Multiprofissional Interiorizado – EMI no hospital municipal de
Juazeirinho – PB, atividades juntos ao Serviço Social do Comércio – SESC/PB, e as
experiências vividas na clínica médica no Hospital São Vicente de Paula em João Pessoa.
Em “Nóis é terrívi, se nóis fala que faz, nóis faz: O acampamento Elizabeth Teixeira em
Limeira-SP e a construção da escola como espaço público de auto-organização e Educação
Popular”, Rodrigues (2016) teve seu primeiro contato com o objeto de pesquisa (Assentamento
do MST em Limeira-SP) em 2007, pelo Coletivo de Extensão Universidade Popular (UP), da
Universidade Estadual de Campinas-SP, no qual a pesquisadora atuou ainda como estudante de
2007 a 2012. Em 2014 retornou ao assentamento para a realização da pesquisa, agora como
estudante do curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
Federal da Paraíba.
Já Batista (2016) sobre as “Trajetórias de sucesso escolar dos jovens oriundos de escolas
públicas no ensino superior”, seu interesse por essa temática parte da compreensão dos sujeitos
como jovens de sucesso pela superação da realidade social desfavorável a qual pertenciam.
Nesse sentido, a categoria sucesso escolar aparece como elemento abstrato e ao mesmo tempo
norteador na relação com a percepção dos sujeitos interlocutores da pesquisa inseridos na
realidade observada.
Já Soares (2016), desenvolveu o estudo sobre “A Educação Popular nas pós-graduações
em Educação: análises das dissertações e teses produzidas entre 2000 e 2014 na Região
Nordeste”, a partir de sua participação no Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Popular,
Serviço Social e Movimentos Sociais (GEPEDUPSS), a pesquisadora tece estudos e discussões
levando em conta seu entendimento de mundo, sua identidade, os teóricos que fizeram/fazem
parte de sua linha de pesquisa e sua forma de compreender o próprio objeto e de colocar-se
diante dele. Sendo assim, a pesquisa traz à tona a compreensão de que a Educação Popular, nas
produções analisadas, é tida como temática secundária, além de permitir o entendimento de que
a Educação Popular no país não se finda em uma definição, “ela vai além de um tempo, de um
espaço, de um sujeito, e até mesmo de uma perspectiva teórica” (SOARES, 2016, p. 136).
O interesse de Bezerra (2017) em desenvolver um estudo sobre “A dimensão educativa
do trabalho dos agentes comunitários de saúde: nos passos dos ACS de Mari-PB, está atrelado
a sua experiência profissional (grifo nosso) como ACS e a sua formação inicial no curso de
Pedagogia, de forma paralela. Ela ampliava sua formação na área da educação enquanto exercia
a função de Agente Comunitária de Saúde, profissão entendida como componente da área da
saúde. Nessa vivência dual, ela encontrou a relação entre ambos os campos, que relata ter se
dado a partir da concepção freireana de que “educação está além dos muros escolares”.
Contudo, Silva (2017) sobre “A prática educativa da extensão rural no campo da reforma
agrária: Aproximações com a educação popular”, explica que sua formação pessoal e
militância (grifo nosso) estão intrinsecamente ligadas, e se fundamentam na convivência com
pessoas das quais ela tem grande admiração e as considera como referência. Dentre estas
pessoas, ela destaca primeiramente a sua mãe, e em seguida as educadoras e educadores
militantes, por isso, em seu discurso acrescenta que estes atores se constituíram sujeitos muito
importantes em sua formação acadêmica e que muito contribuíram incentivando-a a
problematizar questões que a inquietavam enquanto militante e participante (grifo nosso) de
formações políticas, de articulações e de mobilizações sociais do campo.
Aspectos Ontológicos
O caráter exploratório foi utilizado em quatro das pesquisas e o método dialético esteve
presente em quatro das dissertações analisadas, sendo, em uma delas, citado o embasamento
teórico freireano. Já o método de narrativas biográficas foi utilizado em dois dos trabalhos.
Sendo assim, foi possível compreender, a partir dessa análise, que a escolha pelo tipo de
abordagem metodológica requer do pesquisador o entendimento sobre o caminho que deseja
percorrer e decorre de seu contato e aproximação com o seu objeto de pesquisa. Dessa maneira,
as dissertações analisadas um caráter majoritariamente qualitativo, a pretensão que os
pesquisadores em Educação Popular têm de possibilitar a ampliação da visão de homem, de
mundo e de sociedade, no tempo e espaço, em que se constroem as suas pesquisas.
Quanto ao aspecto teórico, alguns autores fizeram-se recorrentes, como é o caso de
Paulo Freire e Brandão. Freire foi citado em seis dissertações, conforme ilustrado no gráfico
03. Em termos metodológicos e técnico-instrumentais, também se fizeram presentes Minayo,
Gamboa e Richardson. A depender da temática abordada, percebemos que há uma variação de
teóricos, os quais apareceram apenas em um trabalho específico, como é o caso de Bourdieu,
Gadotti, Leonard Boff, Bardin, Gohn, Marx, dentre outros.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BATISTA, Nilcione Maciel Lacerda. Trajetórias de Sucesso Escolar dos jovens oriundos de
escolas públicas no Ensino Superior. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016. Disponível em:
<http://tede.biblioteca.ufpb.br:8080/handle/tede/8485> Acesso em: 15 de mai. 2018.
DANTAS, Maria Josevânia. Cenopoesia, a arte em todo ser: das especificidades artísticas
às interseções com a educação popular. Dissertação (Mestrado Educação) - Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, 2015. Disponível em:
<http://tede.biblioteca.ufpb.br:8080/handle/tede/8581> Acesso em: 16 de mai. 2018.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social - métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2017.
RICHARDSON, Roberto. Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Editora.
1999.
RODRIGUES, Tessy Priscila Pavan de Paula. Nóis é terrívi, se nóis fala que faz, nóis faz: O
acampamento Elizabeth Teixeira em Limeira-SP e a construção da escola como espaço
público de auto-organização e Educação Popular. Dissertação (Mestrado Educação) -
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016. Disponível em:
<https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/programa/noticias_desc.jsflc=pt_BR&id=1906¬icia=40
293160> Acesso em: 16 de mai. 2018.
SILVA, Conceição Cristina Pereira da. A prática educativa da extensão rural no campo da
reforma agrária: aproximações com a educação popular. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2017. Disponível em:
<http://tede.biblioteca.ufpb.br:8080/handle/tede/9784> Acesso em: 16 de mai. 2018.
Considerações preliminares
4
Este texto teve a sua primeira versão quando foi solicitado e apresentado na disciplina de Pesquisa em Educação
do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Para esta coletânea
(segunda versão) o mesmo texto passou por uma (re) leitura de seus autores no sentido de modificar, acrescentar
e aprofundar a discussão.
História da Educação e as representações do Ensino de História (1932-1942) de Assunção
(2016).
Na leitura e compreensão da escrita de tais dissertações listadas acima fomos guiados
pela tese de que na pesquisa em Educação há uma lógica interna de produção do conhecimento
científico. Conforme Gamboa (2012), a pesquisa em Educação deve articular os diversos fatores
ou níveis que constituem a estrutura epistemológica de um estudo científico educacional. E
complementa que “Suponhamos que todo processo de produção do conhecimento se manifesta
numa estrutura de pensamento que inclui conteúdos filosóficos, lógicos, epistemológicos,
teóricos, metodológicos e técnicos (GAMBOA, 2012, p. 58).
Para o autor, esses conteúdos, citados acima, podem ainda ser organizados em níveis
de amplitude, iniciando por fatores que se comportam na pesquisa de forma explícita até chegar
aos fatores que se comportam de forma implícita. É a partir destas considerações preliminares
em torno da lógica da pesquisa em educação esboçada por Gamboa (2012) em diálogo com
outros autores, que a nossa leitura das dissertações foi orientada no sentido de identificar e
problematizar teoricamente tais aspectos que dão forma e substância ao processo de produção
do conhecimento científico, e em nosso caso, do saber histórico-educacional, considerando os
elementos como: 1) Técnico-instrumental; 2) Metodologia; 3) Teoria ou teóricos; 4)
Epistemologia; 5) Gnosiologia e 6) Ontologia.
Compreendemos que este modelo metodológico imprime questões conceituais rigorosas
que dão critério de cientificidade nas pesquisas. Neste sentido, as ciências humanas gozam de
um estatuto qualitativo, pois buscam significar acontecimentos que revelam uma construção
histórica. E na construção do objeto de pesquisa os historiadores desenvolvem métodos que
visam a auxiliar os processos investigativos, por isso, na historiografia da educação o leque de
possibilidades metodológicas é amplo.
O método qualitativo difere, em principio, do quantitativo à medida que não emprega
um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema. Não pretende
numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas. (RICHARDSON, 2012).
Partindo do pressuposto de que toda pesquisa acadêmica deve perseguir está lógica de
investigação, isto é, os elementos/níveis que dão forma e conteúdo a escrita científica,
tentaremos perscrutar e demonstrar ao leitor se as pesquisas (dissertações) construídas na área
de História da Educação tem considerado estes aspectos desde o técnico-instrumental até a
ontologia. Vale ressaltar que a partir dos resultados obtidos não queremos imprimir ao leitor
generalizações no sentido de apontar se há ou não na escrita dessas produções acadêmicas uma
estrutura epistemológica interna. Isto porque, a nossa análise tem como materialidade apenas
quatro dissertações de mestrado de uma instituição. Logo, o nosso olhar analítico partirá de
indícios (singular/particular) sem cair na sedução da generalização.
Ressaltamos que a relevância deste construto está em dar continuidade a tradição que
há na prática de mapeamento de dissertações de mestrado e doutorado, bem como de artigos
em periódicos. Este exercício de rastrear e catalogar trabalhos acadêmicos de natureza
diversificadas, conhecido como “Estado da Arte” (SANTOS; BARROS, 2012), tem
possibilitado aos estudiosos da área de educação identificar e conhecer o que tem sido lido,
investigado e publicado no campo, assim como saber quais objetos de estudo e temáticas têm
sido privilegiados nas linhas de pesquisa de Programas de Pós-Graduação em Educação no país.
A autora Ferreira (2002) que define esse procedimento bibliográfico também como
“Estado do Conhecimento” nos permite entender que esta prática de mapeamento traz em
comum o desafio de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do
conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e
privilegiados em diferentes épocas e lugares.
Complementamos ainda que a leitura do texto em apreço pode ser concebido como uma
possibilidade de suscitar discussões, ou em outras palavras, conscientizar os iniciantes e
experientes na pesquisa em educação sobre a relevância de se prezar pelo rigor científico na
produção do conhecimento acadêmico. Pois, segundo Bittar (s/a), em um estudo sobre os
quarenta anos de pós-graduação no Brasil, a autora identificou que desde a década de 1990
houve uma tendência crescente de produções que tem perdido o rigor teórico-metodológico em
decorrência da massificação dos trabalhos, bem como do crescimento dos programas de pós-
graduação no país.
Após a localização das dissertações de mestrado defendidas o primeiro procedimento
foi a pré análise que, segundo Bardin (2011) é o momento da escolha dos documentos que serão
submetidos a análise. Nesta etapa realizou-se a “leitura flutuante” que “[...] consiste em
estabelecer contato com documentos a analisar e em conhecer o texto deixando-se invadir por
impressões e orientações” (BARDIN, 2011, p. 126). A partir das primeiras impressões obtidas
com a “leitura flutuante” pudemos adentrar ao conteúdo das dissertações a fim de rastrear a
existência ou não dos elementos concernentes a estrutura epistemológica interna de uma
pesquisa (GAMBOA, 2012).
Apresentação das propostas das dissertações de mestrado em História da Educação na
Paraíba
Uma das teses centrais que o autor Sánchez Gamboa Silvio defende em sua obra
Pesquisa em educação: métodos e epistemologias (2012) é que na produção do conhecimento
educacional o pesquisador deve se atentar a existência de uma lógica interna da própria pesquisa
que implica no reconhecimento das articulações ente os diversos fatores/níveis que integram os
processos da construção do saber científico. Todavia, o autor nas entrelinhas de sua reflexão
filosófica nos permite entender que concomitante a existência desta lógica, nos estudos
acadêmicos tem-se evidenciado a perda da lógica da pesquisa e, portanto, a necessidade de seu
resgate no âmbito da pesquisa educacional.
Em sua acepção Gamboa (2012) compartimenta a lógica da pesquisa em cinco aspectos,
pressupondo a sua relação de interdependência, como pode ser definido no excerto abaixo 5:
5
Em virtude de partirmos do pressuposto de que nem todos os leitores tem o conhecimento da lógica interna da
pesquisa, conforme Gamboa (2012), principalmente, do significado dos aspectos que integram esta lógica,
apresentamos ao leitor na citação abaixo os níveis de amplitude e seus respectivos sentidos a partir das
considerações do autor. Bem como, para auxiliar o leitor na compreensão da análise das dissertações de mestrado
na linha de pesquisa de História da Educação.
a) técnico-instrumental: refere-se aos processos de coleta, registro, organização,
sistematização e tratamento do dados e informações;
b) metodológico: faz alusão aos passos, procedimentos e maneiras de abordar e
tratar o objeto investigado;
c) teóricos: entre eles, citamos os fenômenos educativos e sociais privilegiados,
núcleos conceituais básicos, pretensões críticas a outras teorias, tipo de mudança
proposta, autores citados etc.;
d) epistemológicos: referem-se aos critérios de ‘cientificidade” como concepção de
ciência, concepção requisitos da prova ou validez, concepção de causalidade
etc.;
e) gnosiológicos: correspondem ao entendimento que o pesquisador tem do real, do
abstrato e do concreto no processo de pesquisa científica; o que implica diversas
maneiras de abstrair, conceituar, classificar e formalizar, ou seja, diversas formas
de relacionar o sujeito e o objeto da pesquisa e que se refere aos critérios sobre a
“construção do objeto” no processo de conhecimento;
f) ontológicos: referem-se a concepções de homem, sociedade, da história, da
educação e da realidade, que se articulam na visão de mundo implícita em toda
produção científica; esta visão de mundo (cosmovisão) tem uma função
metodológica integradora e totalizadora que ajuda a elucidar os outros elementos
de cada modelo ou paradigma (Sánchez Gamboa, 1987, p. 66, apud GAMBOA
2012, p. 58-59).
Considerações finais
REFERÊNCIAS
Dissertações analisadas
ASSUNÇÃO, Albanisa Maria de. Primaveras de destinos na revista do ensino no estado da
paraíba: as prescrições na história da educação e as representações do ensino de história (1932
a 1942). Dissertação (Mestrado em Educação) UFPB- CE, 2016.
LIMA, Juliana Augusta Dionisio de. História de vida professoral de Mário Moacyr Porto:
a cultura jurídica em favor dos direitos humanos (1950 – 1969). 131 f. Dissertação (Mestrado
em Educação) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016.
SANTOS, Lays Regina Batista de Macena Martins dos. A escolarização da população pobre
na Parahyba do Norte: instruir para civilizar, 1855 – 1889. 105 f. Dissertação (Mestrado em
Educação) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016.
Bibliografia
BARROS, José D’Assunção. Teoria da história. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. AS PESQUISAS DENOMINDAS “ESTADO DA
ARTE”. Educação & Sociedade, ano XXIII, n° 79, Agosto de 2002.
GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais: Morfologia e história. Trad. Federico Carotti.
São Paulo: Companhia das letras, 1989.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2017.
POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Perspectivas de análise sobre Estado e Sociedade. Políticas e práticas sociais, educativas e
escolares. Políticas de gestão, participação e controle social na educação. Políticas de formação
de professores, de financiamento e de avaliação da educação.
Fonte: site do PPGE <http://www.ce.ufpb.br/ppge/contents/menu/linhas-de-pesquisa>
MAPEAMENTO DE DISSERTAÇÕES DO PPGE: MÉTODOS E EPISTEMOLOGIAS
NA LINHA DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
INTRODUÇÃO
Essa abordagem nos possibilita um diálogo através de algo que não se quantifica, o que é
justamente os que os autores nos trazem, ao trabalhar a partir dos significados. Por isso, a escolha
em contemplar esta linha de pesquisa, devido a necessidade em compreender a abrangência da
abordagem e suas possibilidades de compreensão dos significados tanto os que estão explícitos,
quanto os não explícitos.
De acordo com Richardson (2017, p. 67), a pesquisa qualitativa é utilizada “como um
meio para explorar e para entender o significado que os indivíduos ou os grupos, a um problema
social ou humano”, endossado por Gonsalves (2011, p. 70) que afirma que “a pesquisa
qualitativa preocupa-se com a compreensão, com a interpretação do fenômeno, considerando o
significado que os outros dão as suas práticas”.
Como instrumento de pesquisa, foi utilizada a análise documental das dissertações da
linha de pesquisa do PPGE. Assim, Martins (2008, p.46) ressalta a importância da pesquisa
documental sendo “necessária para o melhor entendimento do caso e também para corroborar
evidências coletadas por outros instrumentos e outras fontes, possibilitando a confiabilidade de
achados através de triangulação de dados e resultados”. Segundo Bardin a análise documental
seria:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para uma melhor compreensão das análises, foi organizado um quadro com as
características de cada dissertação de acordo com cada categoria elencada por Gamboa (2012).
Tabela 01: Análise das dissertações do PPGE – Linha de Políticas educacionais
Título: POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS E O RESULTADO DO IDEB DAS
ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA: REFLEXÕES SOBRE O DESEMPENHO
ESCOLAR E A QUALIDADE DO ENSINO
Autor (a): Patrícia Montenegro Freire de Carvalho
Orientador (a): Luiz de Sousa Júnior
Ano: 2013
Técnico- O trabalho da pesquisadora trata de uma reflexão sobre resultados do
instrumental: IDEB, desempenho escolar, e políticas de avaliação de qualidade na
educação no município de João Pessoa. Para construção da sua
argumentação a autora utilizou recursos técnicos-instrumentais de
investigação a observação e aplicação de questionários aos professores e
gestores de cada escola selecionada além dos documentos relacionados ao
estudo do seu objeto de pesquisa.
Metodológicos O “caminho metodológico”, como definido pela própria autora, seguiu
pela abordagem qualitativa, aderente aos propósitos de sua pesquisa da
qual se utilizou de revisão bibliográfica, levantamento e análise
documental, observação da realidade, das escolas selecionadas como
amostras da pesquisa e aplicação de questionários.
Teóricos Análise teórica da publicação levou em consideração os autores que dão
sustentação a argumentação da pesquisadora. Na página 29 temos que:
“Neste capítulo, utilizamos como referência teórica as contribuições de
Ravitch (2011), Enguita (1995), Casassus (2007), Paiva (2001), Oliveira e
Araújo (2005), Dourado, Oliveira e Santos (2007), Demo (2001), Beisiegel
(1982), Gadotti (1992), Pereira e Pereira (2010), Gentili (1995), Silva
(1995), Rossi (2011), além de documentos nacionais e internacionais
acerca do tema.” Em sua maioria os autores citados são marxistas, e de
correntes Humanistas da Pedagogia, sendo diversos autores citados
defensores da pedagogia critica.
Epistemológicos Analisando a vertente epistemológica da publicação se verifica que foi
utilizada a critico-dialética a considerar que a autora analisa a coletividade,
as estruturas e tece críticas ao modelo vigente. Ainda parte de uma análise
do todo com as partes identificando parte do real objetivo percebido
através de categorias abstratas para chegar a construção do concreto no
pensamento.
Gnosiológicos Ao analisar os aspectos gnosiológicos presente na publicação percebeu que
a autora apresenta o entendimento de que o resultado da avaliação deve ser
analisado considerando as especificidades quanto aos aspectos
geográficos, sociais, econômicos, de infraestruturas, de gestão e de
formação dos profissionais da educação, fatores que interferem de forma
efetiva no processo pedagógico, a autora, ainda nos leva a reflexão de que
se percebem nas escolas pesquisadas diferenças relevantes no tocante a
estes indicadores, que influenciaram o resultado de cada uma nos exames
realizados. Os resultados do IDEB, portanto, não podem ser considerados
um fim em si mesmos. Desse modo o objeto e o sujeito da pesquisa estão
claramente definidos.
Ontológicos Os aspectos ontológicos observados são expostos na publicação em
diversos pontos como, por exemplo, quando a autora questiona quais
aspectos devem ser levados em consideração para melhor se avaliar o
professor e os conceitos apresentados para se definir “qualidade no ensino”
(...) “Como vimos no tópico anterior deste trabalho, o termo qualidade na
educação não possui uma definição única e precisa, haja vista que a
construção do conceito está sobremaneira atrelada ao processo histórico,
político e cultural.” (ao imergir essa problemática num contexto
econômico, político e cultural é possível observar mais uma vez traços
epistemológicos dentro um contexto dialético).
Título: INCLUSÃO OBRIGATÓRIA DA HISTÓRIA E CULTURA AFRICANA,
AFROBRASILEIRA E INDÍGENA NO CURRÍCULO: VOZES E TENSÕES NO PROJETO
CURRICULAR DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Autor (a): Geonara Marisa de Souza Marinho
Orientador (a): Maria Creusa de Araújo Borges
Ano: 2014
Técnico- Para realizar a pesquisa utilizou-se como instrumentos a análise
instrumental: documental e a entrevista semiestruturada. A priori, a pesquisadora
utilizou a carta de anuência e o termo de consentimento livre e esclarecido
para aplicar o instrumento entrevista.
Metodológicos A abordagem utilizada é qualitativa, realizando também a pesquisa
bibliográfica.
Os procedimentos teórico-metodológicos adotados pela pesquisadora
foram os da sociologia das ausências, das emergências e do trabalho de
tradução (Santos, 2007,2008, 2010). As categorias de análise foram
incompletude cultural, igualdade e diferença, currículo e diálogo. Utilizou-
se a carta de anuência para realizar a pesquisa na instituição e o termo de
consentimento livre e esclarecido para os participantes.
Teóricos O principal teórico pela pesquisadora foi Boaventura de Souza Santos, o
qual possui estreita vinculação com o campo jurídico. Assim, a
pesquisadora utiliza as Leis n° 10.639/03 e n° 11645/08 para subsidiar sua
discussão. A pesquisadora ainda utiliza teóricos específicos para tratar as
categorias de análise. Para a categoria incompletude cultural e igualdades
e diferenças com aporte em Santos (2007, 2008, 2010), currículo utilizou
Giroux (1986, 1999), Apple (2008, 2011) e as contribuições analíticas
Arroyo (2007; 2011) e para a categoria diálogo baseou-se em Paulo Freire
(2012, 2003, 1996, 1987).
Epistemológicos Os procedimentos utilizados pela pesquisadora, com base em Boaventura
de Souza Santos, com a teoria situada na gramática do tempo, se
apresentam em consonância com a proposta objetivada, bem como a
abordagem adequada, atendendo as necessidades do problema do seu
objeto de estudo. Os procedimentos adotados pela pesquisadora estão em
consenso com o que prega o Conselho Nacional de Saúde, Resolução n°.
466/12 do CNS/MS, bem como as análises realizadas foram sustentadas
por procedimentos sustentados cientificamente por André e Lüdke (1986)
e Minayo (2012). Assim, a pesquisadora conseguiu atender aos objetivos
propostos.
Gnosiológicos O encontro da pesquisadora com o objeto de estudo se dá em uma realidade
concreta que parte do campo de trabalho da pesquisadora, das vivências no
âmbito escolar onde a mesma é professora do estado de Pernambuco. O
lócus da pesquisa está inserido em uma região que conta com uma grande
diversidade de povos indígenas, o que legitima a conexão da pesquisadora
com seu objeto de estudo. A escolha das escolas pesquisadas se deu por
meio de uma pesquisa informal da Gerência de Ensino de Pernambuco
para identificar quais escolas coloca em prática à reinterpretação das leis
em estudo. Percebe-se o interesse intrínseco da pesquisa em buscar a
efetivação da valorização da cultura dos povos indígenas e negros no
currículo.
Ontológicos Na dissertação, a pesquisadora se posiciona constantemente em defesa aos
direitos humanos, trazendo no seu discurso raízes históricas do problema
de pesquisa e a valorização do protagonismo dos povos negros e indígenas
na cultura, ao mesmo tempo em que evidencia como estas questões
precisam ser postas em prática no currículo escolar com subsídio de leis
que já existem. Por meio desta discussão, a pesquisadora indica caminhos
através da formação continuada, demonstrando uma visão otimista quanto
a problemática. A pesquisadora busca então desconstruir esse processo de
invisibilização dos sujeitos e sua cultura dando voz aos envolvidos no
processo educacional.
Título: FORMAÇÃO DE PROFESSORES/AS: UMA ANÁLISE DA FORMAÇÃO
CONTINUADA A PARTIR DA PROPOSTA DE FORMAÇÃO PERMANENTE DE
EDUCADORES/AS EM PAULO FREIRE
Autor (a): Taíssa Santos de Lima
Orientador (a): Profa. Dra. Rita de Cassia Cavalcanti Porto.
Ano: 2015
Técnico- Antes de iniciar a investigação, a pesquisadora fez um mapeamento das
instrumental: escolas da rede municipal de João Pessoa, para saber se ocorriam
formações continuadas e se as mesmas eram pautadas na formação
permanente na perspectiva freiriana. Assim, fez toda a sondagem e
sistematizou como iria coletar essas informações. A princípio iniciou com
uma análise dos documentos legais para se familiarizar com as propostas
dos programas e também para evidenciar se de fato traziam as premissas
de freire.
A pesquisadora organiza seus dados através de categorias, essas
categorias, assim, como toda a análise é feita de acordo com as categorias
de estudo e paradigmas de Paulo Freire.
E foi a partir das análises da Proposta Curricular da Rede Municipal de
Ensino de João Pessoa (2004) e da Proposta de Formação de Professores
da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na qual evidenciou categorias
elencadas pelas obras de Freire, como o diálogo, a reflexão e a formação
como um processo permanente. Desse modo, o tratamento dos dados e
informações sobre o objeto investigado se deram a partir dessas palavras
chaves resgatadas das obras de Freire e encontradas nos documentos das
propostas de formação continuada do município de João Pessoa.
Metodológico: A organização metodológica em termos de estrutura está bem explicativa.
A pesquisadora destaca os recursos utilizados, nesse caso a análise
documental e bibliográfica. Os instrumentos, a entrevista, questionário e
a carta pedagógica. E a pesquisa tem como abordagem qualitativa
“pesquisa qualitativa ancorada na práxis freireana que pressupõe o
processo de ação-reflexão-ação”, justifica-se pela a dialética que a mesma
possibilita e permite uma reflexão teórica e também um olhar mais crítico
da formação em concomitância com os achados da pesquisa.
O que chama bastante atenção é a forma como a pesquisadora
contextualiza na metodologia todos os passos de coleta de dados, então a
mesma divide por tópico deixando bem implícitos os motivos que a
levaram a tais escolhas.
Inicialmente faz um apanhado histórico da cidade de João Pessoa, em
seguida sobre a educação do município, trazendo a quantidade de escolas,
índices do Ideb e etc. Logo depois, aborda o período da pesquisa,
explicando o processo, e os respectivos anos da coleta de dados. Traz
também um tópico sobre os sujeitos, como foi feita a seleção e que
critérios foram utilizados para o mesmo e o espaço da pesquisa. Assim,
pontua os recursos e instrumentos utilizados, justificando de acordo com
seu objeto o uso dos mesmos.
Fazendo um apanhado dos principais pontos destacados, a pesquisadora
utilizou como critérios para escolha das professoras: professoras do
Ensino Fundamental I, com tempo de magistério superior a um ano na
rede municipal de ensino, que participam ou participaram das formações
continuadas oferecidas pela rede, seja pela formação no CECAPRO ou
por outras formas de formação realizadas pelas instituições de ensino
superior. Os instrumentos ficaram divididos da seguinte forma, as
entrevistas foram realizadas com os gestores das escolas as quais tiveram
professores participantes; e o questionário e a carta pedagógica foram
aplicados aos professores.
O que se percebe é que a pesquisadora abordou o método de materialismo
dialético, o mesmo busca aprender o real a partir das relações de
singularidades com o objeto pesquisado.
Teóricos: Já de início a pesquisadora deixa evidente que sua pesquisa, assim como
o próprio título se pautaram nas teorias de Paulo Freire. São selecionadas
as principais obras que nortearam toda a discussão do trabalho e que assim
dialogaram com os resultados e com o objeto da pesquisa. Além de Paulo
Freire, foram utilizados também as políticas educacionais de formação
continuada.
Na parte dos fundamentos teóricos, buscou-se dialogar incialmente
partindo do princípio, ou seja, um contexto histórico das políticas de
formação de professores, como ocorreu esse processo através de um
recorte da década de 1990. A pesquisadora traz os elementos de formação
anterior que tinha como principal ponto formar professores com
habilidades e competências, desse modo uma formação técnica e com isso
foi dado visibilidade aos cursos aligeirados, o qual se voltava justamente
para atender aos requisitos do mercado. Então, esse apanhado é necessário
para que em seguida se compreenda o contexto da formação continuada e
logo depois as propostas freirianas para a educação, fazendo uma crítica
a esses métodos técnicos e que em nada valorizam o sujeito, discutindo
justamente a pedagogia do oprimido, da autonomia e ressaltando a
importância de educação que não seja bancária, que ao invés disso
priorizem a dialogicidade, a participação efetiva, a contextualização para
assim se ter uma educação de qualidade que considere os sujeitos como
parte da história. Assim, a pesquisadora vai se colocando na discussão a
partir de Freire.
Epistemológicos O trabalho é bem coerente com que se propõe, no sentido de fundamentos
e abordagem metodológica, pois toda a sua discussão é em torno dos
estudos em Freire e a pesquisadora procura sempre se posicionar como
comungando do mesmo pensamento que o referindo autor.
É um trabalho de extrema relevância para a comunidade ora pesquisada,
pois possibilita repensar como está ocorrendo essas formações a partir dos
próprios participantes, ou seja, os professores trazem elementos em sua
escrita pertinentes para se rever certos aspectos, seria uma avaliação se
realmente essa formação continuada contribui para a prática reflexiva dos
professores; ou se a proposta está coerente com a prática executada nessas
formações. Dessa forma, a pesquisadora vai traçando esse caminho para
que os leitores compreendam o que as propostas traçadas pelos programas
na perspectiva de Paulo Freire e o que realmente e como a mesma se aplica
na prática, isso através de inferências realizadas por ela no decorrer de
cada narrativa apontada, transformando-se em novos conhecimentos
através do que a mesma já sabia e o que foi construindo após a pesquisa,
os estudos para a realização da dissertação.
Gnosiológicos: Complementando o a aspecto anteriormente abordado do estudo a
pesquisadora tem uma compreensão de que a realidade não condiz com
que Paulo Freire propõe e o que está posto nos documentos legais de
formação continuada. O estudo consegue lidar com essas constatações
com um discurso teórico, um estudo de fato da realidade, de algo concreto,
dessa forma podendo ser entendido como um conhecimento, no qual se
reflete o sujeito e o objeto.
Assim, busca-se relacionar o objeto da pesquisa com as categorias
elencadas, dialogando para se ter um resultado significativo na produção
de novos conhecimentos, questionando-se os próprios resultados de
maneira crítica e precisa na conceptualização dos mesmos.
Ontológicos: A pesquisadora buscou através do método escolhido e a forma de analise
para a abordagem dessa pesquisa, deixar claro como a política de
formação continuada nas escolas municipais de João Pessoa estão sendo
implementadas e de fato como os professores e gestores estão a
recebendo, ou seja, o estudo do objeto por aquilo que é e como realmente
é. Então, a abordagem, os instrumentos e os recursos subsidiaram de fato
para que se chegasse a tais considerações sobre o objeto investigado.
A pesquisa vem trazendo essa problemática desde a década de 1990, um
contexto histórico de grandes lutas e modificações na estrutura
educacional, incluindo a formação docente, desde a formação inicial a
continuada, em seguida traz os aspectos freirianos de como o educador
pensa uma educação de fato que considere o sujeito, que seja
transformadora e logo em seguida traz os dados da realidade posta pelas
escolas do município de João Pessoa através das formações continuadas,
dessa forma, consegue elucidar os elementos de cada paradigma.
Título: BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E MICROPOLÍTICA:
ANALISANDO OS FIOS CONDUTORES.
Autor (a): Nathália Fernandes Egito Rocha
Orientador (a): Maria Zuleide da Costa Pereira
Ano: 2016
Técnico A pesquisa utiliza-se do método científico, analisando o objeto de estudo
instrumental a partir da lógica pós-estrutural; A pesquisa foi feita em uma escola da
Rede Municipal de Ensino de João Pessoa/PB, através de entrevistas
semiestruturadas e armazenada em um gravador. A pesquisadora
transcreveu a entrevista e a analisou a partir do ciclo de políticas de
Stephen Ball e colaboradores (1992), utilizando-se dos contextos de
influência, produção de texto e prática.
Metodológico Pesquisa de caráter: qualitativa e exploratória; a estratégia metodológica
escolhida foi o estudo de caso; os instrumentos de coleta de dados foram
entrevistas semiestruturadas, observação e análise documental; a análise
dos dados foi realizada a partir do ciclo de políticas de Stephen Ball e
colaboradores (1992).
Teóricos O referencial teórico aborda a temática das políticas curriculares a partir
dos estudos críticos e pós-críticos; os principais teóricos utilizados pela
pesquisadora foram: Ball (1992-1987); Pereira (2010); Paterman (1992);
Gadotti (2014); Santos (2002).
Epistemológicos Conhecimento enquanto prática social situado na dimensão teórico-
política (Boaventura de Souza Santos, 2010); A pesquisadora consegue
responder ao seu problema de pesquisa e aos objetivos propostos,
utilizando-se de técnicas de análise e métodos de pesquisa.
Gnosiológicos O referencial adotado na pesquisa parte da compreensão de que realidade
é interna a um sistema de representação e poder, e que, fora dela, tudo é
considerado incognoscível.
Ontológicos A dissertação parte da ideia de que o sujeito é constituído pela correlação
que o mesmo estabelece consigo e com a historicidade, mediatizados
pelas subjetividades e as relações de poder da sociedade em cada época;
Título: EDUCAÇÃO GERENCIAL E AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO: UM ESTUDO
SOBRE A POLÍTICA EDUCACIONAL DO MODELO DE GESTÃO TODOS POR
PERNAMBUCO
Autor (a):Sérgio Andrade de Moura
Orientador (a): Ângela Maria Dias Fernandes
Ano: 2017
Técnico- Para realizar o estudo utilizou pesquisa bibliográfica e documental para
instrumentais construir os elementos essenciais sobre o estudo das Políticas
Educacionais Gerencia e de Avaliação do Desempenho Educacional.
Metodológicos Foi utilizada uma abordagem qualitativa, realizando também a pesquisa
bibliográfica.
Os procedimentos teórico-metodológicos adotados pela pesquisadora foi
a busca da compreensão crítica da realidade social. Considerando o
contexto da aliança neoliberal-conservadora, políticas neoliberais, do
gerenciamento das influências dos organismos internacionais e suas
repercussões sobre o Estado. Sobre as políticas públicas e políticas
educacionais. O referencial teórico metodológico foi fundamentado na
Abordagem do Ciclo das Políticas (Ball, Bowe, Gold 1992).
Teóricos O referencial teórico tem função potencial para o estudo das políticas
educacionais a partir da articulação entre a produção da política, passando
por sua materialização no texto legal, até sua repercussão na prática
escolar. A abordagem do Ciclo de Políticas criado por Ball e seus
colaboradores, foi apresentado na obra “Reforming Educationand
Chaning Schools” 1992. Outros autores serviram também como aporte
teórico para o estudo. Stephen J. Ball.
Epistemológicos A investigação fundamentou-se no referencial teórico metodológico da
Abordagem do Ciclo das Políticas (Ball, Bowe, Gold 1992). O contexto
da influência e o contexto da produção do texto. Como ferramenta para
subsidiar a contextualização das políticas educacionais, gerencialismo e
performatividade (Ball 2001, 2004, e 2005).
Gnosiológicos A escolha da pesquisadora pelo objeto de estudo, se deu em virtude de sua
trajetória como professora da Rede Estadual do Estado de Pernambuco.
No exercício da profissão, acompanhou e vivenciou todo processo de
constituição e implementação da reforma gerencial do Modelo de Gestão
todos por Pernambuco. Nesse contexto percebeu as tensões causadas
pelas metas a serem alcançadas pela polícia do IDEB/IDEPE. A fim de
elucidar seus questionamentos, lança-se na pesquisa sobre Políticas
Educacionais Gerencias e de Avaliação do Desempenho Educacional.
Ontológicos O pesquisador identificou no modelo de gestão com forte caráter
neoliberal e conservador, multiplicando as facetas da economia capitalista
presentes na teoria do capital humano. Dessa forma forja-se uma
formação para promover a cidadania, abrindo-se espaço para o
desenvolvimento econômico, e alimentar a cadeia produtiva da
acumulação do capital. Dentro da lógica de modelos de avaliação
verticalizados, focado no desempenho usado em larga escala pelos órgãos
reguladores IDEB, IDEPE, PISA e outros.
Nesta seção procurou-se discutir as categorias elencadas por Gamboa a partir de uma
análise geral do que foi encontrado nas dissertações do período de 2013 a 2017 do PPGE, a fim
de responder questionamentos bastante pertinentes para esse nosso atual momento educacional.
Existe comprometimento educacional nas pesquisas realizadas? O que de fato a linha de
pesquisa em políticas educacionais vem construindo dentro desse programa de pós-graduação?
O que a linha está produzindo em relação à educação?
São elementos discursivos que o estudo tenta responder nesse trabalho, a partir das
dissertações analisadas seguindo os métodos apresentados por Gamboa. Segundo o autor a
pesquisa em educação supõe articulações, ou seja, existe uma estrutura de pensamento e assim
de organização dos conteúdos “os conteúdos podem ser organizados por níveis de amplitude e
por grau de explicitação, começando pelos fatores que se apresentam de forma explicita até
recuperar aqueles que se encontra em formas de pressupostos” (2012, p.58).
De acordo com as observações foi possível perceber que os aspectos técnico-
instrumentais e metodológicos estão bem próximos, sendo às vezes quase impossível colocá-
los em categorias separadas, mas, ao seguir as indicações de Gamboa (2012) consegue-se a
obtenção de uma análise mais detalhada.
Os aspectos técnico-instrumentais utilizados nas publicações selecionadas privilegiam
em sua maioria técnicas não quantitativas como análise documental, entrevistas e revisão
bibliográficas encontradas em quatro das cinco publicações, além disso, é possível verificar que
entrevistas não estruturadas, investigação a observação e questionário foram utilizados também
na maioria das publicações. Há que se observar que em duas pesquisas se encontra o tratamento
de dados como técnica utilizada, o que nos remete ao entendimento de que temos diversas
vertentes epistemológicas tais como as classificadas por Gamboa (2012, p. 52) em empírico
analíticas, fenomenológico-hermenêuticas e crítico dialético.
Ao analisar os aspectos metodológicos das cinco dissertações mapeadas, percebe-se que
todas se caracterizam pelo caráter qualitativo e bibliográfico. Duas se utilizam da pesquisa
documental, uma de um estudo de caso e quatro das pesquisas foram realizadas em escolas onde
se utilizou entrevistas semiestruturadas e questionário.
Observa-se que a pesquisa qualitativa “preocupa-se com a compreensão, com a
interpretação do fenômeno, considerando o significado que os outros dão as suas práticas, o que
impõe ao pesquisador uma abordagem hermenêutica”. (GONSALVES, 2003, p. 68). Percebe-
se então, que os pesquisadores buscaram compreender e entender um determinado fenômeno
da sociedade, em sua maioria dentro das escolas, com a finalidade de analisar esse fenômeno
no campo em que ele estava inserido. Portanto, destaca-se a importância da pesquisa de campo,
a fim de que, o pesquisar chegue mais perto de seu objeto e possa entender e compreende-lo,
subsidiando-o a tomada de decisões com o objetivo de criar estratégias para dar suas
contribuições para aquela determinada realidade.
Já a parte teórica do trabalho exerce uma função fundamental, consiste em dar suporte
ao objeto estudado. Nela dialogamos com diversos autores e procuramos deixar o mais claro
possível o que se busca discutir nos resultados. De uma maneira geral, nessa parte especifica
da pesquisa são apresentadas definições; origens; características; teorias e assim, a relação que
essas teorias têm com o objeto estudado pelo pesquisador, mostrando o caminho que irá trilhar
nas discussões dos resultados obtidos.
Gamboa, em seus estudos apresenta a seguinte caracterização: “Teóricos: entre eles,
citamos os fenômenos educativos e sociais privilegiados, núcleos conceituais básicos,
pretensões críticas e outras teorias, tipo de mudanças proposta, autores citados etc.”. (p.59)
Sob o referencial teórico encontrado nos trabalhos ora analisados, especificamente nessa
linha de pesquisa em políticas educacionais, a primeira parte dos trabalhos é um recorte das
políticas educacionais, fazendo um marco teórico de como se constituiu, e como são pensadas,
além da própria definição do que viria a ser essas políticas.
Outro elemento que pode ser explicitado é a coerência com o que se propõe pesquisar,
tendo em vista o diálogo que se estabelece com os autores utilizados. As pesquisas são
diversificadas, desde as políticas públicas educacionais de inclusão; Resultados do IDEB;
Formação continuada de professores; BNCC; Políticas de modelo de gestão, enfim, para a
discussão desses temas os pesquisadores utilizam de autores renomados, que vêm pesquisando
sobre tais fenômenos.
Os aspectos epistemológicos da produção científica e seu vínculo com os outros
aspectos é uma necessidade, com objetivo de almejar a qualidade da pesquisa e para planejar
adequadamente novas pesquisas. No que se refere aos aspectos epistemológicos das
dissertações analisadas é notável a presença de técnicas e métodos que tornam possível o
pesquisador responder ao seu problema de forma coerente.
A análise gnosiológica corresponde à teoria geral do conhecimento humano, voltada
para uma reflexão em torno da origem, ao sentido do real, tanto ao abstrato quanto ao concreto
no processo de pesquisa científica, o que pode relacionar o sujeito e o objeto de diversas formas.
Abstrair, conceituar, classificar e formalizar, os aspectos referido a construção do objeto de
pesquisa.
Ao analisar as dissertações do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) na linha de pesquisa de Políticas Educacionais,
observamos que os pesquisadores conseguem dialogar com os teóricos que contemplam em
suas discussões, ou seja, com todos os fundamentos discursivos, os quais trazem elementos
propícios para o diálogo. Assim, conseguem construir o seu objeto de pesquisa, dialogando com
a realidade, com o concreto, além de estabelecer critérios para a constituição do próprio objeto
da pesquisa.
Para Gamboa (2012) os pressupostos ontológicos correspondem à visão de mundo do
pesquisador subentendida na pesquisa, bem como as suas concepções de homem, de sociedade,
de história e de realidade. Compreender estes pressupostos implica compreender outros
elementos de modelos ou paradigmas.
Com base nos achados das dissertações analisadas, o que se produz no Programa de Pós-
graduação em Educação em relação aos pressupostos ontológicos giram em torno da
consideração do processo histórico, político e cultural para os sujeitos e fenômenos
pesquisados, considerando os sujeitos como protagonistas das modificações da realidade.
Na maioria das dissertações analisadas percebe-se como os autores se posicionam
considerando a relação da historicidade com os sujeitos, bem como a cultura como fator
relevante para compreensão dos fenômenos. Assim, as posições em defesa aos direitos
humanos e valorização da educação como transformadora ficam claras. O homem não é tido
como acabado, pronto, mas sim em constante mudança, tendo em vista a realidade onde está
inserido, na qual influencia e é influenciado.
CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS:
BAUER, Martin W. e Gaskell, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som;
tradução Pedrinho A. Guarechi – 2° ed. – 2000.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Tradução Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro.
Edições 70. São Paulo, 2011.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. 3. ed. rev. e atual. São Paulo, SP:
Atlas, 1995.
INTRODUÇÃO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A quinta dissertação analisada, escrita por Micaela Ferreira dos Santos Silva (2015) e
está intitulada como Aprendizagem do jogo Equilíbrio Geométrico (PNAIC): por uma analítica
existencial do movimento. O estudo teve como finalidade investigar o processo de
aprendizagem social, através dos modos de comunicação corporal de alunos, no momento do
jogo “Equilíbrio Geométrico”, do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC).
A pesquisa é classificada como descritiva e analítica, de natureza qualitativa, caracterizada
como estudo de caso.
O jogo Equilíbrio Geométrico foi desenvolvido na rotina escolar em quatro aulas, com
a colaboração de 24 crianças com idades entre sete e oito anos do 3º ano do Ensino Fundamental
I, da Escola Estadual Gilberto Rola, situada na zona rural da cidade de Mossoró-RN. As aulas
foram ministradas pela professora alfabetizadora, acompanhada pela professora pesquisadora.
O estudo indicou que durante o desenvolvimento do jogo Equilíbrio geométrico, a
aprendizagem social ocorre pela comunicação corporal, por meio das interações entre os
jogadores, que corrobora para o desenvolvimento da criatividade e competitividade entre os
sujeitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
PERCURSO METODOLÓGICO
A escolha de um método coerente que ajude a responder aos objetivos almejados numa
investigação é uma das principais preocupações dos(as) pesquisadores(as). Para aqueles que se
propõe a fazer pesquisa em Estudos Culturais, a escolha metodológica constitui-se como uma
etapa bastante desafiante, por se tratar de um campo que se desenvolve por meio da
transdisciplinaridade, da desconstrução do que está posto e valorização da contextualidade, a
temporalidade e a particularidade do grupo investigado, sempre promovendo articulações entre
o particular e o geral, o singular e o plural. Tudo isso para pensar a cultura e sua produção, sob
a ótica do poder (COSTA; WORTMAN, 2016).
Diante do compromisso ético e político com o contexto, na busca de fazer uma leitura
crítica e oferecer pistas ou propor novos modos de ver e agir, o percurso metodológico das
pesquisas desse campo são sempre diversificadas e flexíveis sem que se perca o rigor científico
necessário a toda pesquisa. Assim, antes de descrever as etapas desta investigação, recorremos
a uma citação de Meyer e Paraíso (2014, p. 17), para que possamos refletir sobre o percurso
metodológico enquanto uma ação pedagógica:
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Acessibilidade,
barreiras e Procedimento técnico: Estudo de Objeto de estudo: Acessibilidade dos
superação: caso, desenvolvido na Universidade estudantes com deficiência no âmbito
estudo de caso Federal da Paraíba. da universidade.
de experiência
A coleta de dados: entrevista Período da pesquisa: 2012 a 2014.
de estudantes
com deficiência semiestruturada; roteiro
na educação semiestruturado; diário de Metodologia: Pesquisa qualitativa a
superior (2014) pesquisa. partir da metodologia de Estudo de
Tratamento dos dados: A partir da Caso. Utilizou a técnica shadowing,
triangulação foi possível coletar acompanhando os sujeitos como se
distintas fontes de dados e fosse uma sombra, compartilhando
informações. as atividades do dia a dia. A autora
também coleta falas de pessoas que
fizeram parte da cena de investigação,
que tiveram alguma ligação com os
estudantes com deficiência, os
colegas, parentes e professores.
Pedagogia surda: O autor utilizou como técnicas de O autor trata das relações pedagógico-
o papel de coleta de dados a observação não culturais durante o Atendimento
professoras participante das práticas pedagógicas Educacional Especializado (AEE)
surdas na (durante 3 meses), pois seriam essas entre três professoras Surdas com
construção de práticas pedagógicas, que iriam alunas Surdas e alunos Surdos, em
identidades de servir de sustentáculo para a análise escolas comuns de João Pessoa-PB.
alunas surdas e dos discursos proferidos nas A pesquisa foi embasada de acordo
alunos surdos entrevistas, e também utilizou a com uma abordagem qualitativa,
(2017) entrevista semiestruturada em Libras percorrendo as seguintes etapas: (1)
às professoras surdas, com gravação providências em relação às questões
em vídeo (possibilitando uma éticas; (2) fase exploratória da
aproximação das subjetividades dos pesquisa; (3) obtenção dos dados
sujeitos pelos quais a pesquisa se empíricos; 4) transcrições/traduções
interessa). dos dados; (5) ordenação; e (6)
Como técnica de análise de dados, análises.
utilizou a ordenação dos dados,
categorização e a análise, articulando
os dados empíricos com os
referenciais teóricos dos Estudos
Culturais e dos Estudos Surdos.
Pedagogia surda: O autor considera, segundo as ideias O autor toma como base epistemológica
o papel de de Costa, Silveira e Sommer (2003), as ideias da Pedagogia da Diferença
professoras surdas os Estudos Culturais como um (SILVA, 2014), que permite às pessoas
na construção de tumulto teórico por não ser um assumirem suas diferenças, sutis ou
identidades de conjunto articulado de ideias e marcadas, dando ao Outro o direito de
alunas surdas e pensamentos. Mas, sinaliza um ponto ser ele mesmo no ato de educar e de ser
alunos surdos de partida que dá base às suas educado.
(2017) investigações: a desnaturalização de
normas oriundas do poder instituído.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2011.
GERTRUDES, Rejanira Alves. Regras Escolares: estudo de caso sobre as relações de poder
no cotidiano escolar da "Chica". João Pessoa: Paraíba, 2016. Disponível em: <
http://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/programa/defesas.jsf?lc=pt_BR&id=1906 >. Acesso em:
março de 2018.
SANTOS, Boaventura Sousa. Um discurso sobre as ciências. 7 ed. São Paulo: Cortez, 2010.
SILVA, Jackeline Susann Souza da. Acessibilidade, barreiras e superação: estudo de caso de
experiência de estudantes com deficiência na educação superior. João Pessoa, Paraíba, 2014.
Disponível em: < http://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/programa/defesas.jsf?lc=pt_BR&id=1906 >.
Acesso em: março de 2018.
SILVA, Lucas Romário da. Pedagogia Surda: o papel de professoras surdas na construção de
identidades de alunas surdas e alunos surdos. João Pessoa: Paraíba, 2017. Disponível em: <
http://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/programa/defesas.jsf?lc=pt_BR&id=1906 >. Acesso em:
março de 2018.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este trabalho tem por finalidade fazer uma análise dos aspectos: técnico-instrumental,
metodológico, teórico epistemológico, gnosiológico e ontológico presentes em dissertações
escritas no período de 2013 a 2017 na linha de pesquisa Estudos Culturais da Educação do
Programa de Pós-Graduação em Educação/UFPB. Busca-se compreender como as dissertações
selecionadas dentro dessa linha estão produzindo pesquisas e se estas estão condizentes com o
campo de estudo nas quais estão inseridas.
As dissertações analisadas foram: Discursos docentes sobre crianças cujos pais/mães
vivem em condição de conjugalidade homoafetiva, de Anna Luzia de Oliveira (2016) ;
Aprendendo a ser mulher? Construção de identidade de gênero: Memórias da relação de
mulheres com suas bonecas, de Isis Aluska dos Santos Silva (2016); Gênero e perspectivas de
escolha de cursos superiores: análise a partir de uma escola de ensino médio integrado a cursos
técnicos na área da computação, de Daiane Lins da Silva Firino (2017) e Gênero e Educação
Superior: perspectivas de alunas de Física”, de Valquíria Gila de Amorim (2017).
Tais dissertações têm como base as discussões de gênero entre outros temas próprios do
campo de pesquisa dos Estudos Culturais da Educação.
A relevância desse mapeamento permite a percepção da maneira como estes trabalhos
foram conduzidos, vislumbrando aproximações e distanciamentos, contribuindo para a própria
linha de pesquisa perceber sua própria produção de conhecimento científico. Assim como,
permite aos alunos e às alunas da linha, como também aos que pretendem nela ingressar,
possibilidades de direcionamentos na construção de seus próprios trabalhos.
METODOLOGIA
A pesquisa se ancora na abordagem qualitativa uma vez que a análise das dissertações
mencionadas não fez uso da linguagem estatística ou numérica. Buscou-se interpretar os dados
produzidos por meio da construção de significados, valores, motivações usando como subsídio
a teoria própria do campo dos Estudos Culturais da Educação.
Minayo apud Gerhardt e Silveira (2001) revela que na pesquisa qualitativa são
privilegiados os significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, aprofundando
nas relações, nos processos e nos fenômenos o que não pode ser reduzido à operacionalização
de variáveis.
A pesquisa qualitativa, segundo Richardson (2012), caracteriza-se como tentativa de
compreender significados e características situacionais de forma mais pormenorizada. Como a
investigação fará uso do instrumento de entrevista, conforme será melhor abordado a seguir,
para compreender experiências e trajetórias docentes, a abordagem qualitativa é mais adequada
para ir além das aparências superficiais do dia-a-dia, permitindo uma análise teórica dos
fenômenos sociais (RICHARDSON, 2012).
Sendo assim, fez-se o levantamento das dissertações, dentro do recorte temporal
indicado, no banco de dados do repositório de teses e dissertações da Universidade Federal da
Paraíba. Diante disso, deu-se as análises de cada dissertação, procurando evidenciar os
aspectos: técnico-instrumental, metodológico, teórico epistemológico, gnosiológico e
ontológico orientados por Gamboa (2012). Em seguida, apresentamos um quadro
demonstrativo e comparativo dos resultados encontrados para, por fim, indicar os resultados
advindos das análises.
A pesquisa fez uso de elementos do método comparativo tentando confrontar os dados
analisados para assim indicar possíveis aproximações e distanciamentos encontrados. De
acordo com Lakatos e Marconi (2003, p. 107) entendem que o “método comparativo permite
analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstratos e gerais”.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa é uma das principais atividades que sustentam o mundo acadêmico. Segundo
o sítio eletrônico Significados (2018), a etimologia da palavra pesquisa deriva do termo em
latim perquirere, que significa "procurar com perseverança". Compreende-se pesquisa como
um substantivo essencial quando se pretende construir conhecimento, pois há nela a equação
entre observação e reflexão. “O pesquisador age como sujeito colaborador direto no processo
de construção do conhecimento de forma a intervir no seu mundo e construí-lo da forma mais
adequada a sua vivência” (PEREIRA, 2018, p. 214).
Gamboa (2012) revela profunda preocupação com a superação da prescrição dos
manuais de investigação e pesquisa buscando novas formas de compreendê-la. Defende que as
questões do rigor metodológico, teórico e epistemológico têm como objetivos melhorar a
formação do/a pesquisador/a. Sendo assim, o autor resgata a importância da recuperação da
lógica interna da pesquisa, já que a mesma se estrutura numa produção de conhecimento que é
formada por conteúdos filosóficos, lógicos, epistemológicos, teóricos, metodológicos e
técnicos.
Diante disso, Gamboa (2012), reconciliando os elementos rígidos da pesquisa com suas
origens filosóficas, discrimina como níveis de amplitude de uma pesquisa os seguintes: a)
Técnico-instrumental; b) metodológico; c) teórico; d) epistemológico; e) gnosiológico; f)
ontológico. Esses níveis, ao se articularem, produzem uma lógica de pensamento harmônica.
Partindo dessa concepção, deu-se as presentes análises de quatro dissertações na linha de
pesquisa de Estudos Culturais da Educação no Programa de Pós-Graduação em
Educação/UFPB.
A dissertação Trata-se de uma pesquisa qualitativa pós-crítica que teve por finalidade
objetiva analisar os discursos de professores/as, de escolas municipais da cidade de Campina
Grande-PB, sobre as crianças cujos pais/mães vivem em condição de conjugalidade
homoafetiva. Para construir os dados da pesquisa a autora realizou entrevistas semiestruturada
e contou com a colaboração 12 professoras e 16 alunos/as inseridos/as em famílias
homoafetivas, todas as entrevistadas do sexo feminino, cujas idades variam de 29 a 54 anos.
Inserida na linha de pesquisa Estudos Culturais, a autora faz uma discussão sobre as
novas configurações familiar que vem se modificando ao longo da história, em decorrência de
transformações ocorridas na sociedade. Nessa conjuntura de transformações, surge uma
multiplicidade de arranjos familiares, dentre eles a parentalidade, comumente circundada de
polêmica por escapar à heteronormatividade vigente na sociedade. E problematiza o fato de que
muitas crianças hoje já estão inseridas nesses novos formatos de famílias o que requer reflexão
a esse respeito para que a escola possa lidar com as situações de preconceito e discriminação
que muitas dessas crianças enfrentam.
Desta forma, os discursos dos/as docentes são muito importantes para compreensão e
reflexão acerca de preconceitos e discriminações que algumas crianças sofrem na escola.
No tocante lógica da pesquisa em educação, o estudo é organizado segundo Gamboa
(2012) de forma ampla e a abordagem epistemológica poderá contemplar os fatores técnico-
instrumental que se refere aos passos da coleta dos dados; metodológicos que se aos
procedimentos e maneiras de tratamento do objeto estudado; teóricos que diz respeito aos
conceitos, fenômenos educativos, posicionamentos críticos, teorias, entre outro aspecto;
epistemológicos que se refere à cientificidade da pesquisa, a concepção de ciência do/a
pesquisar/a. São os requisitos necessários para provar ou não a validade de determinado
fenômeno; gnosiológicos diz respeito à concepção do/a pesquisador/a sobre o real. É sua
compreensão do abstrato e concreto no processo de investigação cientifica. Por fim, os fatores
ontológicos que são basicamente a concepção de homem e de sociedade que o/a investigador/a
tem. Seu entendimento e compreensão de educação, de mundo, de história, bem como da
realidade no qual seu objeto de pesquisa está inserido (GAMBOA, 2012).
Com nessas informações, me proponho a fazer uma analise desses fatores, presentes na
dissertação aqui analisada, tais como:
Técnico-instrumental: Utilizou-se de entrevista semiestruturada para coleta dos dados.
Metodológico: Metodologicamente a pesquisa se pauta na abordagem qualitativa pós-
crítica e o método utilizado análise do discurso. Teve como base teórica metodológica Gil
(2014).
Teóricos: Quanto ao aporte teórico, a pesquisa se apoia em autores/as próprios do
campo dos Estudos Culturais, bem como de referências específicas, tais como: Flakset al.,
(1995); Mello ( 2005ª); Uziel, (2007, 2009); Garcia et al., (2007); Zambrano, 2008; Mello;
Grossi; Uziel, (2009) que foram base para os argumentos de que crianças inseridas nos
contextos de famílias homoafetivas se desenvolvem sem problemas diferentes daqueles
vivenciados por crianças criadas por famílias heterossexuais. Opera com o conceito de poder,
figuração, subjetivação, a partir do entendimento de Elias (2008).
Epistemológicos: a autora faz uso de teorias e discussões próprias dos estudos sobre
homoafetividade e assume que a escola, como campo investigativo, é um ambiente atravessado
por relações de poder, sendo, então, um lugar de negociação de identidade e dos processos de
subjetivação (OLIVEIRA, 2016). Desse modo, a escola tem um papel fundamental na formação
da personalidade dos discentes.
Gnosiológico: a visão gnosiológica da pesquisa é marcada pelo entendimento de
família, educação e sociedade como processos em construção que tem organização bastante
variada e muda de cultura para cultura e ressalta que a família tradicional não é mais um modelo
a ser seguido.
Ontológicos: pensa que o processo civilizatório em nossa sociedade sugere refletir
sobre as interações entre a família e a escola nesse processo. A escola é o lócus de pesquisa da
autora e para ela a escola vem desempenhando um papel ativo e central na perpetuação da
heteronormatividade, mostrando-se incapaz de lidar com a diversidade de gênero e sexual.
Essa dissertação teve como escopo questionar os motivos que a Física é um campo
majoritariamente masculino, apresentando números reduzidos de mulheres. Denuncia que esse
fenômeno ainda não é suficientemente investigado e objetiva analisar experiências vivenciadas
pelas alunas no curso de graduação de Física na Universidade Federal da Paraíba –UFPB. A
pesquisa trouxe como resultados falas femininas que revelam constrangimentos, debilidades e
desafios desnudando uma barreira de gênero. Do clima hostil e frio à assédios sexuais, a autora
concluiu que a permanência feminina de discentes da graduação de Física enfrenta o estereótipo
de gênero, o preconceito, a discriminação, o sexismo e o assédio sexual, que se apresentam
invisibilizados e naturalizados em inúmeras situações (AMORIM, 2017).
Na leitura da produção acadêmica à luz de Gamboa (2012, p. 58-59), procurou-se centrar
a análise nos seguintes critérios:a) técnico-instrumental; b) metodológico; c) teóricos; d)
epistemológicos; e) gnosiológicos; f) ontológicos.
O primeiro critério é o técnico-instrumental, sendo referente “aos processos de coleta,
registro, organização, sistematização e tratamento dos dados e informações” (GAMBOA, 2012,
p. 58). Na presente dissertação identificou-se como técnica de coleta de dados entrevistas
estruturadas presencial e online. O registro foi feito por meio de diário de campo.
Houvetranscrição dos áudios das entrevistas presenciais e do uso do próprio documento
redigido pelos/as entrevistados/as. A sistematização se deu no agrupamento do material
empírico em categorias: gendramento nas disciplinas escolares e questões de gênero nos cursos
masculinizados; e, em seguida, reuniu-se as respostas em similares, opostas e específicas. Já a
técnica de análise de dados utilizada foi a análise do discurso.
Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa empírica de método qualitativo haja
vista a análise aportada nos estudos culturais, mais especificamente feministas. Seus passos
metodológicos, segundo seu diário de campo,iniciam-se com a construção de um roteiro de
entrevista, seguido da identificação e busca dos sujeitos (que passou por alguns percalços), que
culmina na entrevista de cinco mulheres e três homens, o qual se fez uso da técnica de Flick
(AMORIM, 2017) da bola de neve que solicita aos sujeitos iniciais indicações de contatos de
outros possíveis sujeitos da pesquisa. A análise dos dados se baseou no agrupamento das
informações coletadas em categorias já elucidadas, assim como o novo agrupamento em
respostas similares opostas e específicas, conforme já dito. Foi empregada análise de discurso
e teve como resultados efeitos elucidativos da desigualdade de gênero e
invisibilização/naturalização dessa realidade.
Já quanto ao aporte teórico, conforme já elucidado pela metodologia, é uma pesquisa
que faz uso dos estudos feministas e de gênero e dos estudos culturais da ciência. O uso de
conceitos e categorias como gendramento, androcentrismo, sexismo e gênero, a exemplo,
denunciam sua escolha teórica. A visão de gênero é ancorada, principalmente em Scott e
Haraway, que enfatiza as relações de poder que causam diferenciações entre homens e mulheres
com suas mais diversas intersecções: raça, geração, classe, origem e muito mais. Faz uso
também da teoria crítica do Pierre Bourdieu, especificamente quanto seus estudos sobre a
dominação masculina.
Do ponto de vista epistemológico, faz uso de epistemologia própria feminista que insere
um novo modo de fazer ciência que se afasta do tradicionalmente aceito, característica própria
dos estudos culturais. Aqui a autora se posiciona e se afeta politicamente na relação sujeito-
objeto, rompendo com a suposta necessidade de afastamento do objeto. A pesquisa feminista
precisa ser comprometida e, por isso, inaugura epistemologia própria. Liga-se a uma
epistemologia feminista mais tradicional que toma a mulher como sujeito/objeto de estudos –
ela que fora ocultada na produção científica tradicional (LOURO, 2010). A autora denuncia
que o “ser mulher” seria antagônico às ciências diante da perspectiva epistemológica do
paradigma tradicional cartesiano e preconizando que a elas caberia o mundo privado (família,
filhos e o lar) e aos homens, “superiores”, caberiam o poder e as ciência (SCHIENBINGER
apud AMORIM, 2017). Por isso, para se opor epistemologicamente dessa ideia, autoras
feministas criaram uma epistemologia própria e feminista.
A gnosiologia que a pesquisa retrata é a visão de uma realidade marcada pela
desigualdade baseada na diferença sexual. Denuncia a divisão sexual do trabalho, a exclusão, a
discriminação e os impasses que mulheres físicas perpassam. Perante essa realidade, a forma
de conhecer, conceituar, classificar e formalizar não poderia ser outra que não a de denúncia
das desigualdades de gênero e de busca pela equidade.
O caráter ontológico é uma visão de ser humano, de sociedade, da história, da educação
e da realidade de equidade de gênero. Revela-se que as desigualdades advindas dessas
diferenças não se justificam por meios naturais ou biológicos, mas sim por meio de uma cultura
androcêntrica, patriarcal, sexista e desigual. Ou seja, a visão ontológica é aquela que denuncia
as relações de poder nas “naturalizações” percebidas entre homens e mulheres e suas demais
intersecções e que luta por uma justa equidade de gênero.
ARTICULAÇÃO DOS RESULTADOS
Na pretensão de melhor dar visibilidade aos resultados das dissertações analisadas nessa
pesquisa, construiu-se uma tabela com o resumo dos resultados dos níveis de amplitude que
constituem uma pesquisa.
Cada dissertação foi nomeada pela letra D seguida do número correspondente a ordem
que ela se apresenta no texto e foram colocadas nas linhas da tabela. Nas colunas, estão os
níveis de amplitude, segundo Gamboa (2012), que possuem uma pesquisa.
Tabela 1 – Resultados das análises
Técnico- Metodológic Teóricos Epistemológicos Gnosiológic Ontológicos
instrumental o os
D1 Entrevistas Abordagem Estudo de Epistemologia . Há Sociedade e
semiestruturad qualitativa pós- gênero, entendimento orientação
as. crítica e o homoafetivida de família, sexual.
método de, família, educação, e
utilizado parentalidade. sociedade como
análise do processos em
discurso. construção.
D2 Pesquisa Categorização Estudos da Epistemologia Estereotipação Equidade de
empírica com – elaboração de memória, de feminista e gênero
abordagem textos – oficina gênero, estigmatização
qualitativa de intervenção identitários e do ser mulher
Produção – análise de de corpo
pelos sujeitos conteúdo relacionados à
de textos educação e
biográficos e aos estudos
autobiográfico culturais.
s
Oficina de
intervenção
com uso de
imagens e
fotos
Análise de
conteúdo
D3 Pesquisa Elaboração do Estudos de Epistemologia Desigualdades Equidade de
empírica com questionário - gênero feminista de gênero gênero
abordagem categorização
quanti/qualitat –
iva Intercruzamen
Questionário to dos dados e
com questões inferências –
abertas e análise de
fechadas conteúdo
Análise de
conteúdo
D4 Pesquisa Construção do Estudos Epistemologia Desigualdade Equidade de
empírica com roteiro de feministas e feminista de gênero gênero
abordagem entrevista – de gênero e
qualitativa busca e estudos
Entrevistas entrevista dos culturais das
estruturadas sujeitos – ciências
presencial e categorização
online – análise de
Análise de discurso
discurso
Fonte: Dados das Dissertações analisadas (2018)
Segundo a presente tabela, é possível fazer uma análise comparativa dos resultados
obtidos. Primeiramente, percebe-se que todas as pesquisas são empíricas, duas com abordagem
qualitativa e uma quanti/qualitativa. A predominância da abordagem qualitativa é própria das
ciências humanas tendo uma delas abordagem qualitativa pós-crítica.
A técnica de coleta de dados é diversa, característica própria dos Estudos Culturais que
questionam a rigidez metodológica tradicional e opera com inovações, não somente quanto seus
objetos, mas também na sua própria forma de fazer ciências. Percebe-se o uso de entrevistas,
questionários, textos (auto) biográficos, oficina de intervenção, e outros.
A técnica de análise variou entre análise do conteúdo e a análise do discurso. Esses tipos
de análises coadunam bem com quem se pretende estudar fenômenos próprios da esfera social
e, especificamente, da educação. Elas permitem dar maior ênfase aos sujeitos participantes da
pesquisa, centralizando suas falas como produtoras de conhecimento científico. Essa
característica é fundamental ao/à pesquisador/a dos Estudos Culturais.
Metodologicamente, os passos foram semelhantes. Primeiro se constrói o próprio
instrumento de coleta de dados, seja questionário ou roteiro de entrevista ou mesmo o tema
objeto da produção textual. Depois, faz-se uso da categorização baseada nos resultados da
coleta. A última etapa parte para a análise. D2 se diferencia, apresentando, por fim, oficina de
intervenção.
Todas as pesquisas versam, preponderantemente, sobre a temática de gênero e, portanto,
fazem o uso teórico dos Estudos de Gênero. Uma faz uma análise mais a respeito da
sexualidade, mas o gênero atravessa sua abordagem. Acrescentam algumas Teorias Feministas,
identitárias, de Corpo e Memória. Por esta razão temática, incluem-se dentro da epistemologia
feminista, da visão gnosiológica de uma realidade marcada por desigualdades e apresentam a
perspectiva ontológica de uma relação entre objeto e sociedade pautada na igualdade/equidade
de gênero.
O tema de gênero e sexualidade fazem com que essas pesquisas rompam com a forma
tradicional cartesiana de compreensão do conhecimento e do modo de fazer ciência. Sendo
assim, apresentam similitudes que exigem do/a pesquisador/a posturas posicionadas e
comprometidas com a mudança da realidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As dissertações estudadas nessa produção indicam que a linha de pesquisa dos Estudos
Culturais da Educação está empenhada com perspectivas epistemológicas, gnosiológicas e
ontológicas comprometidas com as diferenças, no caso mais específico, com o marcador
gênero. Este fenômeno exige um modo de pesquisar posicionado e que busca o enfrentamento
da realidade desigual.
Quanto às técnicas-instrumentais, estas variam. Isso é próprio dos Estudos Culturais,
haja vista que a escolha da técnica depende do seu campo que é extremamente rico e diverso.
Variedade não significa descomprometimento com um rigor metodológico que caracterize
esses estudos como científicos.
Conclui-se que a linha vem produzindo dissertações que estão harmônicas com sua
teoria e que exigem um modo de pesquisar filosoficamente comprometido com seus sujeitos e
objetos.
REFERÊNCIAS
AMORIM, Valquíria Gila de. Gênero e educação superior: perspectivas de alunas de Física.
Dissertação (Mestrado). UFPB/CE: João Pessoa, 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 18
ed. Petrópolis: Vozes, 2001.
OLIVEIRA, Anna Luzia. Discursos docentes sobre crianças cujos pais/mães vivem em
condição de conjugalidade homoafetiva. Dissertação (Mestrado). UFPB/CE: João Pessoa,
2016.
SILVA, Isis Aluska dos Santos. Aprendendo a ser mulher? Construção de identidade de
gênero: Memórias da relação de mulheres com suas bonecas. Dissertação (Mestrado).
UFPB/PB: João Pessoa, 2016.
PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. Tradução: Angela M.S. Côrrea. São Paulo:
Contexto, 2007.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2012.
Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Paraíba
Linha de pesquisa Educação Geográfica
A APLICAÇÃO DA ABORDAGEM EPISTEMOLÓGICA COMO INSTRUMENTO
DE ANÁLISE NAS PESQUISAS EM EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA
INTRODUÇÃO
Com essa nova tendência do pensamento geográfico no final dos anos 80 e início dos
anos 90 se pôde refletir as relações do ensino com os conceitos geográficos, iniciava uma
consolidação das pesquisas em educação na pós-graduação, ganhando espaço nas universidades
em se preocupar na realidade do ensino, da escola básica e na formação de professores em uma
perspectiva geográfica, “essa área ganhou espaço acadêmico, profundidade teórica, amplitude
temática”. A pesquisa passou a focar temas diversificados e a sugerir abordagens”
(CAVALCANTI,2016, p. 405). Abordagens essas que foram diversas a realidade do ensino no
Brasil.
É só nos anos 1990 e 2000 que as pesquisas sobre o ensino de Geografia nos programas
de pós-graduação ganham maior expansão, isso se deve a realidade na época, mudanças
estavam ocorrendo na Educação Brasileira, em 1995 é criado o Conselho Nacional de Educação
(CNE) tendo um papel consultivo e deliberativo ajudando em propor ideias na educação,
visando fazer uma aproximação com a realidade educacional no país, em 1996 é aprovada a
Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1997 e 1998, respectivamente
é apresentado os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de 1ª a 4ª séries e de 5ª a 8ª séries
e em 1998 é aprovada as primeiras Diretrizes Nacionais Curriculares para o Ensino Médio que
mais tarde foi atualizada e renovada, essas mudanças educacionais a nível nacional mudaram
todo o contexto da escola e do ensino, como também nos cursos de graduação e da pós-
graduação.
O tema sobre o ensino na área geográfica aumentou em nível de debates, discussões e
pesquisas “devido à responsabilidade social da Universidade pela formação de quadros
capacitados para o ensino. Para o ensino da geografia e, no caso em pauta, para a formação de
docentes para o ensino superior e de pesquisadores de alto nível” (LENCIONI, 2013, p.17).
Pesquisas feitas por Cavalcanti (1998), Pontuschka (1999), Zanatta (2003) e Pinheiro
(2005) apontam que houve uma distribuição mais equitativa na ampliação dos programas de
Pós- Graduação em Geografia no Brasil como também um avanço na institucionalização de
linhas de pesquisas voltadas ao ensino de Geografia, em recentes estudos Cavalcanti (2017)
identificou 62 programas no ano de 2015, tendo 17 linhas específicas ligadas ao Ensino de
Geografia. Outro fator relevante nessa nova realidade nos programas de pós-graduação são as
diversidades temáticas apresentadas nas linhas de pesquisas sobre Educação Geográfica,
Pinheiro (2005, p.53) constatou 10 categorias temáticas das pesquisas acadêmicas sobre o
ensino de Geografia, que são : Prática Docente Educativa, Educação Ambiental, Formação de
Professores, Representações Espaciais, Características dos Alunos, Livro Didático, Currículos
e Programas, Formação de Conceitos, História da Geografia e Conteúdo - Método.
Reafirmando essa multiplicidade no campo acadêmico, levantamentos feitos por Callai,
Castellar e Cavalcanti (2012) comprovam que nos dias atuais existe um grande interesse nos
programas de Pós-Graduação em Geografia no Brasil, elas identificaram diversas categorias
que são estudadas nesses programas, que são: Ensino em contextos diferenciados; Formação de
conceitos; História da Geografia Escolar; Metodologias; Diferentes Linguagens; Formação,
saberes e práticas docentes; Currículos e políticas públicas e Livros didáticos. Toda essa
pluralidade só comprova a importância em se pesquisar, consolidar e melhorar a teoria e a
prática no ensino da Geografia, como afirma Lana de Souza Cavalcanti:
Diante dessa nova realidade ocorreu uma integralização entre os conceitos geográficos
(Espaço, Território, Região, Paisagem e Lugar) com o ensino de Geografia, fazendo e
produzindo pesquisas relacionadas à educação com essas categorias de analises, o fazer
pesquisa na Geografia também mudou com essas mudanças, como destaca Beatriz Aparecida
Zanatta:
Diante disso o campo de pesquisa dessa ciência se ampliou no país, a Geografia melhora
e qualifica na sua concepção didático-pedagógica ao fazer uma relação entre o global e o local,
integrando a realidade natural e social com a educação. Ampliando suas abordagens em se fazer
pesquisa. Um levantamento feito por Pontuschka (1999) corrobora com essas afirmações, ela
analisou o acervo de teses e dissertações do departamento de Geografia da USP e obsevou que
nessas últimas décadas se teve um maior interesse dos acadêmicos em fazer pesquisa em
educação Geográfica, pesquisas voltadas ao ensino como: educação ambiental na visão do
geógrafo, desenvolvimento de conceitos como o de paisagem, a linguagem de imagens na
construção de conceitos, o ensino de Geografia e os métodos interdisciplinares, a importância
do vídeo em sala de aula são algumas pesquisas direcionadas ao ensino de Geografia. O que
comprova que existem muitos problemas no campo do ensino de Geografia no Brasil que
necessitam de ideias e propostas para a melhoria da qualidade na educação geográfica.
Contudo é importante observar que mesmo com esses avanços, ainda vemos entraves
em melhorar esse cenário no campo da pesquisa no ensino de Geografia. Estudos feitos por
Silva e Dantas (2005) mostram que as distribuições dos programas de Pós-Graduação em
Geografia no Brasil apresentam grandes disparidades em termos regionais e estaduais. De
acordo com esses autores a regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste são as que mais contemplam
programas de pós-graduação dessa ciência no Brasil, existindo lacunas nas regiões Norte e
Nordeste. Há ainda a presença marcante de áreas de concentração da Geografia Física e
Geografia Humana, “a pouca visibilidade existente em relação ao ensino, dispersa a produção
acadêmica, dificultando sua divulgação. A concentração geográfica da pesquisa ocorre ao
mesmo tempo, dispersa e diluída, tornando-a desapercebida no contexto da pesquisa geral da
Geografia” (PINHEIRO, 2005, p. 101), há ainda outro fator, quando se tem áreas de
concentração ligadas a educação, as linhas de pesquisas que as compõem não detém grande
número de vagas, ficando um maior quantitativo para áreas ligadas ao urbano, a geomorfologia
e aos estudos ambientais.
Em relação à Região Nordeste, inicialmente as pesquisas acadêmicas sobre o ensino de
Geografia eram investigadas e realizadas nos Programas de Pós-Graduação em Educação, esse
contexto muda com o tempo, como afirma Ramalho e Madeira (2005):
Ainda segundo esse autor é necessário que o pesquisador faça uma reflexão teórica,
filosófica e crítica do seu próprio conhecimento, Gamboa (2014):
Primeiro, pela contribuição que podem trazer para a superação de inúmeros problemas
que enfrentamos na realidade, especialmente na área educacional. Segundo, e no
mesmo sentido, se a pesquisa é importante para auxiliar o homem a superar os
problemas que encontra, é preciso que se analise a própria pesquisa, que se investigue
os caminhos adotados para o seu desenvolvimento, que se identifiquem os interesses
e determinantes sócio-político-econômicos que a norteiam e, ainda, que se explicitem
as suas principais tendências numa esfera específica do conhecimento. Isso para que
não apenas os problemas identificados pelo homem na realidade sejam superados, mas
também para que possam ser superados os problemas percebidos no próprio ato de
investigar (SILVA E GAMBOA, 2014, p. 51).
Para isso é necessário fazer a “Pesquisa da Pesquisa” ou como propõe o autor, fazer uma
“Análise Epistemológica” das pesquisas científicas. Segundo Gamboa o esquema
paradigmático ou “Investigações Epistemológicas se caracterizam como:
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta seção apresento a descrição de cada dissertação, apresento título, instituição e ano
de publicação. Dando prosseguimento, realizo uma analise geral dessas produções seguindo a
categorização de Silvio Sánchez Gamboa, fazendo observações de duas produções acadêmicas
a partir dos seguintes critérios: a) técnico-instrumental; b) metodológico; c) teóricos; d)
epistemológicos; e) gnosiológicos; f) ontológicos (GAMBOA, 2014, p. 58).
A) TÉCNICO-INSTRUMENTAL
B) METODOLÓGICO
I. Levantamento Bibliográfico: Nessa etapa foi realizada uma pesquisa bibliográfica de autores
que abordam o tema relacionado às novas tecnologias e também de literaturas que discutem
sobre questões relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem de Geografia, e se estudou
obras de autores da Pedagogia, Psicologia e Didática. Essa fase do levantamento Bibliográfico
a pesquisadora dividiu em dois eixos o primeiro deles refere-se às novas tecnologias, o segundo
eixo teórico, buscou-se refletir sobre o ensino de Geografia.
II. Trabalho de Campo: Nessa fase foi feita a observação direta nas redes públicas de ensino,
fazendo um recorte dos espaços que a pesquisa desejou analisar, tendo o propósito de fazer uma
verificação das teorias estudadas. Para isso o Trabalho de Campo da Pesquisa foi dividido em
três fases:
II. Núcleos Conceituais Básicos: Foram realizadas discussões baseadas em teóricos que abordam
as temáticas:
• Sensoriamento Remoto;
• Paisagem e Espaço;
• Processo de Ensino-aprendizagem;
• Geografia Escolar.
III. Pretensões Críticas e Outras Teorias: O trabalho critica as teorias da Geografia tradicional. A
Geografia, na sua perspectiva metodológica, deve assumir uma postura de mudança, de repensar
velhas formas de ver o mundo, de buscar novos sentidos para a existência humana, de resgatar
a vida em todas as suas dimensões e de assumir como parte integrante desta sociedade e
responsável pelo seu futuro. Os métodos e as teorias da Geografia tradicional, baseados em
levantamentos empíricos, tornaram-se insuficientes para dar conta de uma nova perspectiva de
ensino. Os avanços da tecnologia e um novo modelo de produção imposto pelo capitalismo
suscitavam emergência de um novo perfil de profissional que pudesse dar conta dessa nova
realidade. A educação, então, assumiu o papel de qualificar esse profissional para que atendesse
aos padrões de qualificação exigida por esse mercado. (MARTINS, 2011, p. 65).
IV. Tipo de Mudança Proposta: O trabalho não definiu claramente sua proposta de mudança, no
entanto, o debate e diagnostico das potencialidades do uso do sensoriamento remoto na sala de
aula, pode gerar uma reflexão sobre o uso dessas tecnologias e provocar uma mudança na prática
pedagógica dos professores de Geografia.
V. Autores Citados:
D) EPISTEMOLÓGICOS (Critérios de Cientificidade)
I. Concepção de Ciência: O objeto da pesquisa, no caso da dissertação escolhida para analise, são
os produtos de sensoriamento remoto. O Sensoriamento Remoto é uma ferramenta bastante
recorrente em diversas ciências, inclusive nas Ciências Geográficas. Por se tratar de um
instrumento utilizado em diversos processos metodológicos, existe uma vasta produção
científica sobre o tema. O trabalho segue uma lógica científica, com levantamento bibliográfico,
entrevistas e aplicação de questionário in loco, analise dos dados e resultados, entre outras etapas
exigidas no rigor cientifico. Dessa forma, nota-se que o estudo é um produto cientifico. Sendo
assim, o Sensoriamento Remoto irá propiciar novos caminhos no ensino-aprendizagem dos
conceitos geográficos aos alunos e professores de Geografia do Ensino fundamental II.
O trabalho relaciona o sujeito e o objeto da pesquisa de forma a não tirar o foco principal
do sensoriamento remoto, que na pesquisa foi o objeto estudado. No nível gnosiológico, o autor
procurou: Analisar as potencialidades e limitações dos produtos de sensoriamento remoto para
o processo de ensino e aprendizagem de Geografia no ensino fundamental II; Conhecer as
concepções dos alunos e professores de Geografia a respeito do sensoriamento remoto e seus
produtos; Identificar como os alunos e professores veem os produtos do sensoriamento remoto
no processo de aprendizagem dos conteúdos da disciplina de Geografia; Diagnosticar o papel
que os produtos de sensoriamento remoto podem desempenhar no ensino da cartografia na
disciplina de Geografia a partir dos olhares de alunos e professores. E, por fim, buscou verificar
como os alunos e professores percebem os produtos de sensoriamento remoto no estudo dos
problemas socioambientais do bairro onde se localiza a escola. Promovendo a assim, a relação
da ação do sujeito sobre o objeto da pesquisa.
F) ONTOLÓGICOS
B) METODOLÓGICO
• Estudo de Caso;
• Entrevista semiestruturada;
• Grupo focal;
• Levantamento Bibliográfico.
I. Estudo de Caso: Esse método foi realizado em 3 fases, para tratar o objeto pesquisado:
• Fase Exploratória;
• Fase de delimitação do estudo e de coleta dos dados;
• Fase de análise sistemática dos dados e de elaboração do relatório.
II. Entrevista Semiestruturada: Nessa etapa foram utilizadas entrevistas semidiretivas e
semiabertas com os coordenadores dos cursos de Geografia e com os professores das
universidades pesquisadas ligados ao uso das geotecnologias, a fim de analisar a formação que
o curso de licenciatura em Geografia tem oferecido aos futuros professores, bem como o uso
das geotecnologias no ensino de Geografia. Para esse momento foi feito um roteiro previamente
elaborado com perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às
circunstâncias momentâneas à entrevista. Com a finalidade de fazer emergir informações de
forma mais livre.
III. Grupo Focal: Foi feito um grupo de discussão informal e de tamanho reduzido com os alunos
que estavam no último período dos cursos de licenciatura em Geografia da UFPB, campus I,
João Pessoa, e na UFCG, campus I, Campina Grande, com o propósito de obter informações de
caráter qualitativo em profundidade. Tendo o propósito de não ser uma entrevista de grupo e
sim objetivando a interação do grupo para gerar dados. Cada grupo foi organizado com pequeno
número de pessoas para incentivar a interação entre os membros; cada sessão durou de uma a
duas horas; a conversação concentrou-se em poucos tópicos (no máximo cinco assuntos); as
pessoas foram convidadas para participar da discussão sobre determinado assunto. O moderador
do Grupo Focal levantou assuntos identificados num roteiro de discussão usando técnicas de
investigação para buscar opiniões, experiências, ideias, observações, preferências, necessidades
e outras informações com o propósito de captar informações e não dar informações.
IV. Levantamento Bibliográfico: Nessa fase foi feita à leitura de livros, artigos e periódicos, se
fazendo o uso e acesso do site da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) a Revista Brasileira de Educação em Geografia para pesquisar bibliografias
que ajudariam no embasamento teórico-metodológico da pesquisa. Esse momento também se
buscou ler especialistas que trabalhavam as temáticas: formação inicial e continuada de
professores de Geografia; docência no Ensino Superior; Diretrizes Curriculares Nacionais para
a formação de professores; currículo; ensino de Geografia; Geotecnologias; e o uso de
geotecnologias no ensino-aprendizagem de Geografia.
C) TEÓRICOS
II. Núcleos Conceituais Básicos: Foram Realizadas discussões baseadas em teóricos que abordam
as temáticas:
• Formação inicial e continuada de professores de Geografia;
• Docência no Ensino Superior;
• Currículo;
• Ensino de Geografia;
• Geotecnologias e o seu uso no ensino-aprendizagem de Geografia.
III. Pretensões Críticas a Outras Teorias: Critica a teoria/princípio da autonomia dos alunos de
Geografia no processo de aprendizagem:
“Segundo Khaoule & Souza (2013), apesar de ser recorrente a ideia de que os alunos
das universidades são capazes, sozinhos, de estabelecerem essa relação, vários estudos
baseados na teoria histórico-cultural de Vigotsky, como o de Couto (2005), o de
Cavalcanti (2005), o de Souza (2009), dentre outros, apontam que, no processo de
formação do professor de Geografia, é primordial a mediação do professor formador
na construção do conhecimento desse profissional. Para esses autores, essa mediação
é decorrente da interferência nos processos intelectuais, afetivos e sociais dos alunos.
Com isso o professor de Geografia precisa ter uma sólida formação teórico-conceitual
na disciplina para, então, cumprir esse papel. De mesma forma pode-se inferir que a
intervenção do professor na aprendizagem deve estar presente também no Ensino
Superior” (SILVA, p. 86).
V. Autores Citados:
E) GNOSIOLÓGICOS
F) ONTOLÓGICOS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CAVALCANTI, Lana de Souza. Para onde estão indo as investigações sobre ensino de
Geografia no Brasil? Boletim Goiano de Geografia. Goiânia, 2016.
______. Geografia, escola e construção de conhecimentos. São Paulo: Papirus, 1998.
Alanna Maria Santos Borges. Mestranda em História da Educação pelo Programa de Pós-
Graduação em Educação na Universidade Federal da Paraíba - PPGE/CE/UFPB. Graduada em
Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB, com área de aprofundamento em
Educação Especial. Integrante do Grupo Pesquisa História da Educação no Nordeste
Oitocentista - GHENO, vinculado ao Diretório dos Grupos de Pesquisa Nacional do CNPq e o
do Grupo de Estudos e Pesquisas História da Educação da Paraíba- HISTEDBR/PB. Possui
estudos sobre Educação, Gênero, História das Mulheres, Infância Escolar e Higienismo no
Estado da Paraíba. E-mail: alannam.borges@gmail.com
Beatriz Xavier Macedo da Luz Bisneta. Mestranda em Educação pelo Programa de Pós-
Graduação em Educação (PPGE), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na Linha de
Pesquisa em Educação Popular. Graduação em Letras, com habilitação em Língua Portuguesa,
pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: bia.xxavier@gmail.com
Bruna Kedman Nascimento de Souza Leão. Graduada em Pedagogia pela Universidade
Federal da Paraíba (UFPB). Especialista em Psicopedagogia Institucional pelo Centro Integrado
de Tecnologia e Pesquisa (CINTEP). Atualmente é mestranda em Educação na UFPB e Bolsista
CAPES/FAPESQ - BRASIL. E-mail: brunakedmanl@gmail.com
Flávia Mayara Félix Dantas. Licenciada em Letras Língua Portuguesa e Literatura pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Literatura e Ensino
pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN); Graduanda em Pedagogia-Licenciatura
pela UFRN; Especializanda em Ensino de Língua Portuguesa e Matemática numa perspectiva
transdisciplinar pelo IFRN. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: finha_flavinha@hotmail.com
Francisca Natália da Silva Ramos. Bacharel em psicologia pelo Centro Universitário Doutor
Leão Sampaio, como bolsista do Programa Universidade para Todos (PROUNI). Pós-graduada
em Docência do ensino superior pela Faculdades Integradas de Patos. Militante do movimento
social Levante Popular da Juventude, com a função de coordenação da frente de mulheres do
movimento e célula territorial. Experiência profissional na área da educação e clínica.
Iranir Pontes Silva. Licenciada em Matemática pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG). Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB). E-mail: iranir-bsr@live.com
João Djane Assunção da Silva. Bacharel em Comunicação Social com linha de formação em
Educomunicação pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Mestrando do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail:
joaodjane@gmail.com
Juliana Maia Tavares. Juliana Maia Tavares. Graduada em Pedagogia pela Universidade
Federal da Paraíba, Graduada em Processos Gerencias pela Faculdade Estácio da Paraíba, Pós-
graduada em Educação Global pela FESPE, Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior
pela Faculdade Estácio da Paraíba e mestranda em Educação pela Universidade Federal da
Paraíba, Coordenadora da Faculdade Estácio da Paraíba, Professora da Escola Constructor Sui
Sistema de Ensino, Pesquisadora em Avaliação da Educação Superior – (GAES – UFPB).
E-mail: jmaiatavares@gmail.com
Lívia Maria Montenegro Lins. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba
(UFPB). Atualmente, mestranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação
da UFPB. E-mail: liviamontenegro@gmail.com