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DIAGRAMA DE PARENTESCO

Discente: Cleynara Feitosa de Macedo Morais

ETERNAS MEMÓRIAS DE FAMÍLIA: MEU ULTIMO “ATÉ BREVE”.

O mais difícil de um texto é pensar em como iniciar uma história,


principalmente se for a história da sua família. O mais interessante de relembrarmos
memórias que já vivemos, é que os sentimentos que sentimos no dia do acontecido
ainda permanecem os mesmos, quando relembramos, quando observamos uma
foto, quando assistimos um vídeo desse momento, os mesmos sentimentos são
despertados dentro de nós. Relembrar o ultimo momento que tive com meus avós,
despertou muitos sentimentos que até o presente momento permaneciam
guardados.
Nossos últimos momentos juntos aconteceram no meu casamento, no dia
10 de dezembro de 2016; o momento mais feliz da minha vida, estava completo,
rodeada de todos que me amava, incluindo as duas pessoas mais importantes da
minha vida, minha avó e meu avô. Saber que esse evento poderia ser o último que
participaríamos juntos, me fez perceber que devemos aproveitar cada segundo com
muita intensidade ao lado de quem amamos, pois não sabemos o que pode
acontecer futuramente.
No dia 10 de dezembro de 2016, às 09:30 horas
da manhã, recebi um telefonema da minha avó, a mesma
falava que eu não deveria me preocupar com o arroz que
seria servido no jantar de recepção do casamento, pois meu
avô iria doar todo o arroz; o mesmo havia feito a colheita na
roça dez dias antes do casamento. Meus avós estavam
alegres, felizes por casar a primeira neta da família; a
alegria contagiava toda a casa; meus tios estavam se produzindo para o casamento,
minha avó estava se arrumando, e a noiva estava fazendo vestibular no colégio,
pois o dia do vestibular da Universidade Federal do Tocantins estava marcada para
acontecer no mesmo dia do meu casamento.
Todas as damas de honra também estavam fazendo
vestibular; chegaram na escola maquiadas, com penteados
feitos e todos sem entender o porquê. A noiva estava com
penteado quase pronto, maquiada na sala de aula, e a
professora que estava aplicando a prova, perguntou se eu
estava produzida para um casamento, eu respondi que sim, e
que o casamento em questão era o meu. Finalizei a prova
rapidamente e sai às pressas para o salão, terminei de me
produzir e aguardei a hora que iriam me buscar. Minutos antes
de irem me buscar, minha mãe enviou fotos dos meus avos
arrumados para o casamento, todos dois alegres, aguardando
o grande momento. Fiquei tão emocionada, que já imaginava
que iria chorar bastante quando chegasse na igreja.
Chegando na igreja, me deparei com toda a minha família e amigos,
chorei tanto, que quase borrei a maquiagem inteira; a emoção de ter todos reunidos
em um só lugar, contemplando minha felicidade era enorme; mal sabia eu que
aquele momento seria o último que nos reuniríamos para se alegrar e
comemorarmos juntos.
No momento da cerimônia, observei que naquele momento se iniciava um novo
ciclo na minha vida, onde eu passaria ter a responsabilidade de cuidar de uma casa,
de um marido, de uma família.
Contemplar meus avós no meu casamento e perceber que eles passaram
muitos anos juntos, respeitando um ao outro, superando as dificuldades juntos,
crescendo juntos na vida, construindo uma família unida, forte, que apesar dos
problemas nunca se deixaram abalar, me deu a certeza que eu queria construir uma
família como a deles, que teria forças o suficiente para lutar pelo meu casamento e
permanecer firme no propósito de ter uma união duradouro como o deles. A festa foi
linda, o jantar foi divino; todos elogiaram o buffet que foi servido; meu irmão liderou
a pista de dança, com músicas animadas e todos saíram satisfeitos do casamento.
Depois de 3 meses após o casamento, meu avô
adoeceu. Levaram-no para o hospital, fizeram exames e
descobriram que ele estava com problema no coração; o mesmo
permaneceu internado durante dois meses e não resistiu mais aos
tratamentos e chegou a falecer. Foi uma dor tremenda para toda a
família, pois o patriarca da família, o protetor das mulheres da
família, o avô animado dos netos havia se despedido de nós.
Choramos muito, ficamos devastados com a perda, mas a dor não
parava por aí; logo após 8 meses da morte do meu avô, minha avó começou a ficar
doente, todos começaram a se desesperar, com medo dela ter o mesmo destino do
seu amado.
Levaram a mesma para imperatriz, realizaram exames e descobriram que
ela estava com problemas no coração e perdido 60% dos
pulmões, consequência do vício de fumar cigarro. Com um
mês depois, minha avó foi internada no hospital de Araguatins;
naquele momento, nossa família começou a orar pela vida
dela, pois sabíamos que se ela não tivesse ânimo para resistir
ao tratamento, não chegaria a sair com vida daquele hospital.
Logo após alguns dias internada, minha mãe visitou minha avó
e a mesmo lhe confessou que havia sonhado com meu avô e no sonho ela relatava
que meu avô tinha dito pra ela que estava aguardando ansiosamente pela sua
chegada até o local onde ele estava; minha mãe chorou muito quando chegou em
casa, pois percebeu que minha avó estava decidida a morrer para ficar perto do seu
amado.
Com três meses de internação, minha avó deu uma parada cardíaca e
não resistiu, faleceu com a convicção que iria para perto do seu marido. Foi a pior
dor que passamos; meus tios e minha mãe ficaram arrasados, tive que conter meu
luto para dar apoio emocional para minha mãe, pois a mesma estava tão mal que
não me dei ao luxo de sentir o luto naquele momento. No momento do enterro,
colocaram o caixão dela na mesma cova do meu avô, realizando o desejo dela de
permanecer para sempre ao lado do esposo. Hoje sentimos a saudade, de ouvir as
risadas do meu avô e as piadas e brincadeiras da minha avó; o que apenas ficou foi
o legado de um grande amor e as lembranças dos momentos que tivemos juntos.

GENEALOGIA DA FAMÍLIA SILVA E FEITOSA

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