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Metodologias de ensino nas práticas dos


fungos em sala de aula com ênfase na
educação ambiental

Jayane Félix Albuquerque Karoline Barbosa da Silva


UPE UPE

Samara Maria Oliveira de Souza Ubirany Lopes Ferreira


UPE UPE

Artigo original publicado em:


CONEDU - VII Congresso Nacional de Educação.
Oferecimento de obra científica e/ou literária com autorização do(s) autor(es) conforme Art. 5, inc. I da Lei de Direitos Autorais - Lei 9610/98

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RESUMO

É comum nos depararmos com fungos no dia a dia, seja em algum alimento ou no próprio
ambiente. O conhecimento sobre os fungos é necessário, pois, a imensa maioria das pes-
soas desconhece os seus benefícios, remetendo sempre ao lado ruim desses organismos
esquecendo-se da sua importante função de decompositor ajudando assim no equilíbrio
natural dos ecossistemas, participando da cadeia alimentar entre outros aspectos positivos
deste grupo de seres vivos. No âmbito escolar, é perceptível que o conteúdo dos fungos
abrange um vasto campo de aprendizagem. Percebemos as inúmeras dificuldades na
aplicação das aulas práticas no estudo dos fungos por isso, resolvemos aplicar atividade
lúdica, em específico, o uso de um jogo (caça palavra) como ferramenta complementar
para auxílio na absorção do conteúdo abordado e obtivemos um maravilhoso resultado.
Conseguimos relacionar teoria e prática. A prática conseguiu uma interação mais positiva
relacionada à fixação de informações mediadas em sala de aula, justamente por se tornar
mais divertida, interessante e instigar o aluno ao trabalho em grupo.

Palavras- chave: Fungos, Práticas Pedagógicas, Ensino-Aprendizagem, Educação Am-


biental, Micologia.

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Open Science Research II - ISBN 978-65-5360-080-5 - Editora Científica Digital - www.editoracientifica.org - Vol. 2 - Ano 2022
INTRODUÇÃO

É comum nos depararmos com fungos no dia a dia, seja em algum alimento ou no
próprio ambiente. O conhecimento sobre os fungos é necessário, pois a imensa maioria das
pessoas desconhece os seus benefícios, remetendo sempre ao lado ruim desses organismos
esquecendo-se da sua importante função de decompositor ajudando assim no equilíbrio
natural dos ecossistemas, participando da cadeia alimentar entre outros aspectos positivos
deste grupo de seres vivos.
Na alimentação, eles são utilizados para a produção de pães, bebidas alcoólicas e
queijos. Possuem grande importância econômica, na produção farmacêutica, com o uso do
ascomiceto Penicillium chrysogenum, de onde se extraiu originalmente a penicilina, tendo
também outras utilidades, entre os metabólitos secundários por ele produzidos como na
produção de combustíveis.
No âmbito escolar, é perceptível que o conteúdo dos fungos abrange um vasto campo
de aprendizagem. Dentre isso, é notória a falta de instrumentos nas escolas para análise
dos fungos, dificultando o ensino não só dos fungos, mas também de outros conteúdos que
necessitam desses instrumentos para o desenvolvimento e direcionamento de aulas mais
atrativas para os estudantes.
São inúmeros os desafios do professor no âmbito escolar entre eles: a superlotação
das salas de aula, a falta de estrutura física, a ausência de apoio ao professor, mas o gran-
de desafio do ensino está no emprego de metodologias que favoreçam a aprendizagem
possibilitando a melhor compreensão dos conteúdos de forma mais eficaz e significativa
(MOREIRA, 2006).
Um jogo didático experimental permite melhor aprendizagem dos estudantes com os
fungos e suas características, mesmo com todas as dificuldades os professores se esforçam
para transmitir o conhecimento e esperam que ele seja bem captado pelos alunos. O ob-
jetivo desse trabalho foi avaliar a aprendizagem dos estudantes e a eficiência do modelo
didático na abordagem do conteúdo para melhor estratégia de aplicação do conteúdo de
fungos em sala de aula.

METODOLOGIA (OU MATERIAIS E MÉTODOS)

Assim como Marques e Martins (2014) afirmaram, o ensino dos fungos, com metodo-
logias lúdicas favorece o aprendizado, desta forma, o método que foi utilizado correspon-
deu à produção de uma atividade lúdica com os alunos sobre os fungos e suas principais
características.

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O jogo foi um caça palavras, que consiste de letras arranjadas, aparentemente aleató-
rias, com o objetivo dos alunos que participam do referido jogo encontrarem e circularem as
palavras escondidas tão rapidamente quanto possível. As palavras podem estar escondidas
verticalmente, horizontalmente ou diagonalmente dentro da grade, podem estar arranjadas
normalmente de modo que possam ser lidas da esquerda para a direita ou de cima para baixo.
Inicialmente o professor deve contemplar em suas aulas o conteúdo de fungos, in-
formando aos alunos que na aula seguinte será realizado um jogo para que eles possam
se preparar e se entusiasmar. Para a produção do jogo podem ser utilizados os seguintes
materiais: papelão, tampas de garrafa PET, um pote de tinta, elástico, cola, tesoura e folhas
impressas com as palavras divididas por sílabas e outras sílabas aleatórias. A turma será
dividida em grupos de quatro pessoas e todas devem começar a procurar as palavras ao
mesmo tempo, o professor deve ficar atento ao cronômetro para observar em quanto tempo
os primeiros quatro grupos irão conseguir encontrar todas as palavras.
Os benefícios atribuídos a este tipo de jogo lúdico é bastante diversificado, pois, de-
senvolve o raciocínio, a percepção, a observação, a atenção, a memória e a orientação.
Tudo isto com muita criatividade, aprendendo e fixando características dos fungos. O jogo
lúdico auxilia o aluno com o processo ensino-aprendizagem, dando base para o conteúdo,
fazendo com que os estudantes possam se divertir e ao mesmo tempo estimular o cérebro
para a lógica e outras habilidades e competências que serão estimuladas.
Assim como foi trabalhado o conteúdo dos fungos, também trabalhamos a reciclagem e
a reutilização de materiais reciclados como, o papelão para a base e tampinhas de garrafas
PET’s assim como para o corpo do jogo e os elásticos reutilizados, que podem ser coleta-
dos pelos próprios alunos. É importante frisar que esse jogo pode ser utilizado em outros
conteúdos, de forma lúdica e atrativa.

REFERENCIAL TEÓRICO

Atividades metodológicas diversificadas e o estudo de fungos

As metodologias diversificadas surgem como uma alternativa para facilitar a construção


do conhecimento, através delas o professor pode levar os conteúdos complexos ao aluno
de forma mais acessível. Elas oferecem aos alunos uma gama maior de oportunidades e
caminhos para assimilação do conteúdo, uma vez que cada pessoa possui suas próprias
particularidades no momento da aprendizagem. Além de usar uma linguagem mais acessível,
deixa o assunto mais atraente aproximando-se o máximo possível da realidade de cada um,
de modo a transformar os conteúdos em vivência (MORAES, 2016).

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O maior desafio dos educadores é o de reformular as aulas tradicionais, tornando-as
mais atrativas. Uma abordagem diferenciada pode envolver mais os alunos e instigá-los na
busca do conhecimento, despertando seu interesse e participação (ANDRADE e MASSABNI,
2011; RIBEIRO et al., 2016).
Nesse sentido, Marques e Martins (2014) afirmaram que o ensino de fungos, com
metodologias lúdicas, favorece o aprendizado, cria um clima adequado para a investigação
e a busca de soluções de suas curiosidades, proporcionando uma alternativa no processo
ensino-aprendizagem. Afirmação que se assemelha com o resultado do estudo encontrado
por Conde et al. (2013), onde os autores relataram que a metodologia serve como instrumento
facilitador da aprendizagem, pois aguça a participação dos alunos, além de desenvolver a
potencialidade e criatividade dos envolvidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O resultado esperado com a aplicação deste atividade lúdica é que as aprendizagens


efetivas dos estudantes mostrem ser bastante eficiente, pois a utilização desse modelo di-
dático permite que os alunos construam o conhecimento sobre o objeto de estudo, ao invés
de somente receber informações teóricas e práticas sobre o assunto.
O uso de materiais reciclados é um atrativo para os estudantes, assim como, tra-
balhamos os conteúdos relacionados com os fungos de maneira didática associado com
educação ambiental paralelamente, porquanto; a educação ambiental em um âmbito de
compreensão amplo nos revela seu papel importante em nossa sociedade, devido há falta
de conhecimentos, analogicamente podem-se observar as queimadas, a poluição, o des-
carte incorreto de resíduos sólidos e demais infrações que o ser humano pratica. Essas
infrações prejudicam não somente aos animais ou o meio ambiente em si, mas também ao
ser humano e seu bem-estar.
Sabemos que grande parte das pesquisas e práticas educativas ambientais emergem
da prática pedagógica em ambiente escolar. Talvez seja esse o principal motivo da crescente
citação de Mauro Guimarães (2005) nos trabalhos apresentados nos EPEAs e ENPECs, já
que o autor dedica suas pesquisas, como apontado em seu currículo na Plataforma Lattes,
à educação ambiental e processos formativos (formação permanente e formação de edu-
cadores ambientais em espaços formais e não formais). Segundo essas referências, ele
preocupa-se em sinalizar o perigo da concepção da educação ambiental como transmissora
de conhecimentos para a transformação do mundo.
Inspirado nas ideias de Paulo Freire, Morin, Loureiro, entre outros, Guimarães traz a
reflexão da interdisciplinaridade, complexidade, práxis e criticidade como instrumento ne-
cessário à superação da fragmentação e fragilização das práticas da educação ambiental,
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reprodutoras de uma sociedade marcada pelo cientificismo cartesiano. Tal superação volta-se
para uma intervenção educacional que contribua para o crítico enfrentamento das crises
ambientais (GUIMARÃES, 2005).
A utilização de atividades lúdicas no estudo de fungos permitem um contato maior dos
alunos com o conteúdo fazendo com que os mesmos consigam ver além dos conteúdos na
teoria. A prática consegue uma interação mais positiva relacionada à fixação de informações
mediadas em sala de aula, justamente por se tornar mais divertida, interessante e instigar
o aluno ao trabalho em grupo visando a formação de cidadãos protagonistas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em síntese, os usos de materiais lúdicos despertam o interesse dos alunos na


aula. Os fungos é um assunto que deve ser tratado de maneira lúdica e criativa, pois abran-
ge um vasto campo na biologia, trabalhando a inclusão da educação ambiental, na preser-
vação de matas e no controle do lixo urbano, frisando a sua importância na manutenção do
equilíbrio natural dos ecossistemas.
É necessário ressaltar que esta atividade lúdica irá permitir o trabalho em equipe, a
rapidez, a concentração, a memória e o raciocínio dos alunos fazendo um englobamen-
to de habilidades que são necessárias para jovens protagonistas, preparando- os para o
avanço da sociedade.
Além disso, realizamos algumas reflexões críticas sobre a forma de como essas abor-
dagens vêm sendo tratadas pelos pesquisadores do campo da educação ambiental, no qual
se faz necessário ser repassada para os estudantes e para o corpo escolar.

REFERÊNCIAS
1. ANDRADE, M. L. F.; MASSABNI, V. G. O. Desenvolvimento de atividades práticas na escola: um
desafio para os professores de ciências. Ciência & Educação, Baurú, v. 17, p. 835- 854, 2011.

2. CONDE, T. T.; LIMA, M. M.; BAY, M. Utilização de metodologias alternativas na formação dos
professores de Biologia no IFRO – Campus Ariquemes. Revista Labirinto, Porto Velho, n.18,
p. 139-147, 2013.

3. “Fungos Unicelulares e Pluricelulares” em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação,


2008-202. Disponível em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biofungos2.php
Acesso em: 25 de julho de 2021.

4. GUIMARÃES, M. Intervenção Educacional. In: FERRARO-JUNIOR, L. A. (Coord.). Encontros e


Caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: Ministério
do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. p. 189-199.

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5. MARQUES, M. F. O.; MARTINS, S. S. Atividades sobre fungos: instrumentos de intervenção
didática no ensino de Biologia. Revista da Associação Brasileira do Ensino de Biologia, Rio
de Janeiro, n.7, p. 5456-5469, 2014.

6. MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala de aula.


Brasília: Editora da UnB, 2006.

7. MORAES, T. S. Estratégias inovadoras no uso de recursos didáticos para o ensino de ciências


e biologia. Salvador, 2016. 144 f. Universidade do Estado da Bahia. Programa de Pós-Gradu-
ação Gestão e Tecnologias Aplicadas à Educação (GESTEC).

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